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HISTÓRIA I

República Velha – República da


Resolução Espada e República das Oligarquias I
Aula 20
Exercícios Propostos
01.
A) O regime republicano recém implantado procurou legitimidade entre outras coisas com o resgate e a ressignificação da figura
de Tiradentes. Ainda que não seja o foco da questão, vale destacar que esse processo, como em outros, acabou promovendo
alguns exageros típicos dos esforços propagandísticos.
Entre os diferentes usos da imagem de Tiradentes nos primórdios da República podemos destacar a narrativa de que foi a
sua intransigente defesa do ideal republicano na Inconfidência Mineira que lhe custou a vida, sendo o único entre os líderes
a receber a pena capital. Tal circunstância também é explorada para reforçar um ideal de mártir frequentemente comparado,
guardadas as devidas proporções, ao sofrimento de Jesus como se evidencia na famosa obra de Pedro Américo, Tiradentes
Esquartejado de 1893. Nesse sentido e até com certa extrapolação também é usada como parte da propaganda republicana
a sua posição social, tendo em vista que entre os participantes da Inconfidência era a figura de Tiradentes o personagem de
origem mais simples o que de certa forma evidencia o desejo de dar ao recém implantado regime republicano uma legitimidade
popular.
B) Entre as características dos primeiros anos da República, notadamente entre 1889 e 1894, podemos destacar:
1) Implementação de mudanças político-institucionais consolidadas na Constituição de 1891 (regime republicano, federalista
e presidencialista, por exemplo).
2) Instabilidade política e econômica evidenciada na gestão de Deodoro que, tendo seus interesses contrariados, ordenou
o fechamento do Congresso, acabou perdendo apoio e foi pressionado a renunciar. A sucessão, com a posse de Floriano
Peixoto, até então vice de Deodoro, foi igualmente conturbada. Sua legalidade foi contestada pela oposição que se articulou
em episódios como a Revolta da Armada e a Revolução Federalista. Além disso, estourava uma grave crise resultante da
tentativa de incentivar a atividade industrial que ficou conhecida como Crise do Encilhamento.

02. Ainda que alguns possam encontrar uma forte herança monárquica na fase inicial republicana, sendo por esta razão chamada de
República Velha, devemos lembrar que ocorreram nesta fase mudanças significativas no que se refere a escolha dos governos
nos estados. Pela Constituição de 1824, cabia ao Imperador a nomeação dos presidentes das províncias. Na República a escolha
era feita através de eleição direta pelos que estivessem aptos a votar de acordo com os normativos estabelecidos na Constituição
de 1891. Vale lembrar que o voto aberto facilitava o controle político pelas oligarquias regionais dominantes.
Resposta: E

03. A questão em si procura trazer uma temática interessante buscando compreender como setores sociais enxergavam a queda
da Monarquia. Vale ressaltar ainda que essa questão vai exigir do(a) candidato(a) uma maior atenção na interpretação dos itens
e ainda assim ela pode abrir espaço para divergências. Vamos a análise da questão em seu referido contexto:
1) Perceba que a crônica data de 1901, o que poderia sugerir uma demora na consolidação do novo regime, mas ela narra
um diálogo que ocorreu em 1889. Nesse sentido, convém observar o comando da questão que indica: “os dias imediatos à
instauração da República no Brasil”.
2) O primeiro personagem citado, o velho Lima, adoeceu e ausentou-se do trabalho às vésperas da queda do Império, ou seja,
dia 14/11/1889 e só retornou na segunda-feira sem de fato ter ideia do que ocorreu nesse período.
Obs. Ainda que não fosse determinante para a solução, uma curiosidade que poderia ter ajudado para a percepção do curto
espaço de tempo em que os episódios se sucederam, caso tivesse sido informado na questão, é que a proclamação ocorreu
numa sexta-feira. Isso indica que, no momento do retorno do velho Lima ao trabalho, era apenas 17/11 (segunda-feira).
3) Embora mereça uma análise mais aprofundada, percebe-se que havia um desconhecimento do episódio pelo velho Lima
que, diante da retirada do quadro do Monarca, arriscou até um prognóstico de que, em até 3 anos, haveria a implantação da
república (estando a mesma já instalada!), sem que ele esboçasse qualquer reação de indignação mais profunda de defesa
do imperador ou do regime monárquico. Sua tristeza e sua fala “prevendo” a República descrita na crônica indica uma certa
conformação.
4) Mesmo a fala do contínuo que se reporta ao Imperador como “Pedro Banana”, não assegura que ele tenha conhecimento dos
acontecimentos ou que participado da destituição do velho monarca.
Resposta: A

04. A observação atenta ao fragmento de texto oferecido na questão permitirá ao aluno chegar a resposta correta. Note a referência
feita a quantidade de dinheiro disponível “para se fazerem contos de réis, centenas de contos, milhares, milhares de milhares,
milhares de milhares de milhares de contos de réis”, bem como a referência ao mercado de ações “Todos os papéis, aliás ações,
saíam frescos e eternos do prelo”. Esses elementos nos remetem a tentativa do ministro Rui Barbosa de estimular a atividade
industrial, mas que acabou resultando em uma grave crise denominada de encilhamento na qual a especulação no mercado de
ações gerou falências e desemprego.
Resposta: A

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Resolução
História I

05. Angelo Agostini se notabilizou pela representação não somente artística de fatos políticos e históricos, como também pela
metaforização, por meio de imagens do significado de determinados atos da esfera administrativa nacional e internacional, como
se pode depreender a partir das imagens propostas à análise nesta questão. A perspectiva de proximidade expressa na primeira
imagem revela uma noção de equiparação entre as nações representadas, inclusive de similitude, tendo em vista tratarem-se de
nações da América Latina, cujas disposições históricas e desenvolvimentos políticos também se fizeram semelhantes. A segunda
imagem deixa claro o deslumbramento da novel nação republicana diante da maturidade da nação francesa.
Resposta: A

06. Embora pela tabela possamos constatar variações consideráveis em relação ao número de imigrantes que entraram no Brasil
no final do Império e por toda a Primeira República, fica evidente a importância do elemento imigrante na composição do quadro
socioeconômico nacional. Desde a interrupção do tráfico negreiro em 1850 e mais tarde com a abolição dos escravos em1888,
a imigração foi vista como uma solução ou, no mínimo, uma alternativa para driblar a dificuldade de aquisição de mão de obra
especialmente para atividade agrícola cafeeira. Ressalte-se que para o aumento da importância do imigrante concorreu o
preconceito e a discriminação que impediam ou dificultavam o ex-escravo de ser incorporado ao mercado de trabalho.
Resposta: B

07. Ao analisar o período imediatamente após a implantação da república, percebemos que o “novo regime” não foi acompanhado de
mudanças na mentalidade herdada dos períodos colonial e monárquico, sobretudo no que se refere aos grupos historicamente
excluídos e marginalizados. Os dispositivos jurídicos, como o código eleitoral presente na questão e a própria Constituição de
1891 que excluía analfabetos, mendigos e mulheres da participação política, são exemplos dessa mentalidade.
Resposta: D

08. A instabilidade que marcou a gestão de Floriano Peixoto esteve ligada ao contexto político-ideológico que marcou os primeiros
anos da República. Floriano, então vice-presidente, assumiu no lugar de Deodoro que, fechando o Congresso, perdeu apoio e se
viu obrigado a renunciar. Algumas ações de Floriano provocaram fortes reações manifestadas em movimentos como a Revolta da
Armada e Revolução Federalista. Nestes movimentos, era possível perceber a atuação do que ficou conhecido como o grupo dos
“jacobinistas” associado em geral aos segmentos médios urbanos que apoiavam Floriano. O texto aponta que, embora tivessem
um discurso que os aproximava, pelo menos em teoria, do grupo francês, seus propósitos eram de fato bem distintos.
Resposta: D

09. Os movimentos, as revoluções e os diversos fenômenos históricos também tiveram representações, imagens ou monumentos
que lhes simbolizaram de modo a construir um processo ideológico que demarcasse o novo estado das coisas, nas perspectivas
política, social, econômica e religiosa. Também representavam valores, tais como a liberdade, normalmente metaforizada por
uma imagem feminina, de modo a exprimir esse ideal, porém, em se tratando da Primeira República e da ideologização desse
regime, a mulher apresentada na questão condicionou-se à mera alegoria do sentimento patriótico e de pertencimento à nação,
tendo em vista que as mulheres não alcançaram a efetiva cidadania nesse momento histórico, fato ocorrido somente a partir da
Constituição de 1934.
Resposta: C

10. Uma das grandes frustrações referentes ao novo regime republicano, iniciado em 1889 e institucionalizado em 1891 com a nova
Constituição, se refere ao voto. Embora as eleições ocorressem de forma direta a expressão universal presente no texto da
Constituição é incoerente, podendo causar até dúvida aos candidatos, já que a grande maioria da população estava excluída,
como era o caso das mulheres, padres, soldados e mendigos, além dos analfabetos. Na prática, apenas os homens maiores de
21 anos e alfabetizados podiam votar. Outro detalhe é o voto aberto ou descoberto que facilitava sobremaneira a manipulação
dos grupos oligárquicos mediante a concessão de favores ou pela coação física e moral.
Resposta: C

Dig.: Sofia – Rev.: Jarina


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