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MATERIAL DE ESTUDO

HISTÓRIA B I 2º ANO EM I Prof. JÚLIO LEAL

PERÍODO REGENCIAL

Instruções de estudos:
- Seguiremos o calendário de conteúdos proposto no site do Poliedro Home School.
- O objetivo dessa semana será analisar o Período Regencial do Brasil, visando equiparar
nossos estudos ao calendário proposto pelo Poliedro.

ROTEIRO

1- Leitura do livro de História, Unidade 1, Capítulo 3, Frente B.

2- Assistir no site do Poliedro Home School (https://poliedro-home-school.azurewebsites.net/) a aula


referente a semana A (A Regência), disponíveis na aba História 2ª série (frente B).

3- Elaborar um texto sobre a Regência, seguindo o roteiro abaixo:


- A abdicação de D. Pedro I e o início da regência
- Os partidos políticos do período
- O avanço liberal
- A Regência Trina
- Centralização X Descentralização política
- O Ato Adicional e a Regência Una
- A Regência do Padre Feijó
- A Regência de Araújo Lima
- O Golpe da Maioridade

4- Resolver as questões abaixo (gabarito comentado segue no fim do material).

Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês', diz o Senhor, 'planos de
fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro.
Jeremias 29:11
1. Leia o trecho:

O sete de abril de 1831, mais do que o sete de setembro de 1822, representou a verdadeira
independência nacional, o início do governo do país por si mesmo, a Coroa agora representada
apenas pela figura quase simbólica de uma criança de cinco anos. O governo do país por si
mesmo [...] revelou-se difícil e conturbado. Rebeliões e revoltas pipocaram por todo o país,
algumas lideradas por grupos de elite, outras pela população tanto urbana como rural, outras
ainda por escravos.

CARVALHO, J. Murilo et al. Documentação política, 1808-1840. Brasiliana da Biblioteca


Nacional. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional/Nova Fronteira, 2011, s/p.

a) EXPLIQUE o sentido da frase considerando o seu contexto histórico: “a Coroa agora


representada apenas pela figura quase simbólica de uma criança de cinco anos”.
b) APRESENTE dois fatores que contribuíram para as conturbações políticas e sociais que
levaram às rebeliões e às revoltas do período.

2. A fatalidade das revoluções é que sem os exaltados não é possível fazê-las e com eles é
impossível governar. Cada revolução subentende uma luta posterior e aliança de um dos
aliados, quase sempre os exaltados, com os vencidos. A irritação dos exaltados [trouxe] a
agitação federalista extrema, o perigo separatista, que durante a Regência [ameaçou] o país de
norte a sul, a anarquização das províncias. [...] durante este prazo, que é o da madureza de
uma geração, se o governo do país tivesse funcionado de modo satisfatório – bastava não
produzir abalos insuportáveis –, a desnecessidade do elemento dinástico teria ficado
amplamente demonstrada.

NABUCO, Joaquim. Um Estadista do Império: Nabuco de Araújo, sua vida, suas opiniões, sua
época. 2ed. São Paulo: Editora Nacional, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936, p.21.

Na obra Um Estadista do Império, escrita entre os anos de 1893 e 1894, Joaquim Nabuco faz
uma análise da história do Brasil Imperial. O trecho acima remete ao período regencial (1831-
1840) do país. Com base no texto e em seus conhecimentos, faça o que se pede.
a) Explique como Joaquim Nabuco interpretou o período regencial no Brasil.
b) O período da Regência é citado por diversos autores, incluindo Nabuco, como o de uma
experiência republicana federalista. Aponte duas razões pelas quais a Regência no Brasil
ganhou essa interpretação.

3. O imperador D. Pedro II era um mito antes de ser realidade. Responsável desde pequeno,
pacato e educado, suas imagens constroem um príncipe diferente de seu pai, D. Pedro I. Não
se esperava do futuro monarca que tivesse os mesmos arroubos do pai, nem a imagem de
aventureiro, da qual D. Pedro I não pôde se desvincular. A expectativa de um imperador capaz
de garantir segurança e estabilidade ao país era muito grande. Na imagem de um monarca
maduro, buscava-se unificar um país muito grande e disperso.

(Adaptado de Lilia Moritz Schwarcz, As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos
trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 64, 70, 91)

a) Segundo o texto, quais os significados políticos da construção de uma imagem de D. Pedro


II que o diferenciasse de seu pai?
b) Que características do período regencial ameaçavam a estabilidade do país?
4. Em 07 de abril de 1831, o Imperador D. Pedro I renunciou ao trono do Brasil, deixando
como herdeiro seu filho de apenas cinco anos de idade, o futuro D. Pedro II.
a) Cite quatro elementos que provocaram a renúncia de D. Pedro I.
b) Como ficou conhecido o sistema de governo que vigorou no período entre a abdicação de D.
Pedro I e a coroação de D. Pedro II?
c) O que motivou a instalação desse sistema de governo?
d) Cite dois fatores que contribuíram diretamente para a antecipação da coroação de D. Pedro
II, por meio do "golpe da maioridade".

5. O texto a seguir refere-se ao período da política regencial no Brasil .

A Câmara que se reunia em 1834 trazia poderes constituintes para realizar a reforma
constitucional prevista na lei de 12 de outubro de 1832. De seu trabalho resultou o Ato
Adicional publicado a 12 de agosto de 1834 (...) O programa de reformas já fora estabelecido
na lei de 12 de outubro, o Senado já manifestara sua concordância em relação ao mesmo e só
havia em aberto, questões de pormenor. No decorrer das discussões poder-se-ia fixar o grau
maior ou menor das autonomias provinciais, mas já havia ficado decidido que não se adotaria a
monarquia federativa, o que marcava como que um teto à ousadia dos constituintes.
CASTRO, P. P. de. A experiência republicana, 1831-1840. In: HOLANDA, S. B. de.
"História Geral da Civilização Brasileira." v. 4. São Paulo: Difel, 1985, p. 37.

a) Cite duas reformas instituídas pelo Ato Adicional de 12 de agosto de 1834.


b) Aponte a razão pela qual se costuma dizer que a Regência correspondeu a uma
"experiência republicana".

6. Considere o texto da historiadora Maria de Fátima Gouvêa sobre o período das regências
no Brasil (1831-1840).

O Ato Adicional de 1834 transformou os Conselhos Gerais das Províncias em assembleias


legislativas provinciais, tendo ainda ampliado o número de representantes provinciais reunidos
no âmbito do legislativo provincial, ficando essas assembleias encarregadas de auxiliar os
presidentes de província na gestão administrativa sob sua jurisdição.
GOUVÊA, M. F. O império das províncias. Rio de Janeiro, 1822-1889. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2008, p. 19.

A medida descrita pelo texto possui, explicitamente, um perfil


a) autoritário e absolutista
b) federalista e regressista
c) descentralizador e progressista
d) democrático e socialista
e) centralizador e liberal

7. Em 1834, numa tentativa de harmonizar as diversas forças em conflito no País, grupos


políticos, como o dos moderados, promoveram uma reforma na Constituição do Império,
mediante a promulgação do Ato Adicional. Observe os enunciados abaixo.

I. Criação do Conselho de Estado.


II. Criação das Assembleias Legislativas provinciais.
III. A regência deixava de ser trina para se tornar una.
IV. Fundação do Clube da Maioridade.
Assinale a opção em as afirmativas estão relacionadas ao Ato Adicional.
a) I e II
b) II e IV
c) II e III
d) I e IV
e) III e IV

8. A antinomia centralização-descentralização foi um dos principais temas presentes nos


debates parlamentares. Para alguns a proposta de descentralização era a única capaz de
salvar o país da desagregação. Acreditavam que, com a concessão de maior liberdade de
ação, as províncias continuariam ligadas ao império. Para outros, era justamente essa maior
autonomia que poderia levar a ruptura definitiva. Apesar da oposição dos dois argumentos, o
objetivo de ambos os grupos era o mesmo: preservar a unidade nacional. (...) Em 12 de maio
de 1840, depois de prolongados debates parlamentares foi aprovada a Lei Interpretativa do Ato
Adicional de 1834.

Sonia Guarita do Amaral – organizadora. O Brasil como Império.

A Lei Interpretativa do Ato Adicional deve ser relacionada com:


a) a extinção da Regência Trina e a criação da Regência Una;
b) a abolição do Conselho de Estado, principal órgão de assessoria do imperador;
c) a criação das Assembleias Legislativas Provinciais, com deputados eleitos que possuíam um
relativo poder deliberativo;
d) a criação da Guarda Nacional, subordinada ao Ministério da Justiça e, em grande parte,
controlada pelos senhores de terras e de escravos;
e) diminuição dos poderes das Assembleias Legislativas Provinciais, assegurando o retorno da
centralização dos poderes.

9. Aprovado em agosto de 1834, o chamado Ato Adicional propôs alterações à Constituição


brasileira de 1824. A principal delas se caracterizou por
a) conceder maior autonomia às Províncias.
b) substituir a Regência Una Pela Regência Trina.
c) manter e ampliar o poder do Conselho de Estado.
d) extinguir a vitaliciedade do Senado.

10. Após a abdicação de D. Pedro I ao trono, o Brasil foi governado por Regências Trinas,
conforme previa a Constituição, mas o Ato Adicional de 1834 provocou algumas mudanças,
entre as quais se estabelecia:
a) a regência una, para a qual o candidato era eleito e não mais indicado pela Assembleia
Nacional, saindo vitorioso no primeiro pleito o Padre Diogo Antônio Feijó.
b) a eleição direta e secreta de um regente, cuja candidatura era efetivada por seu partido
político, ganhando em primeiro lugar o brigadeiro Francisco de Lima e Silva.
c) a nomeação de um regente escolhido pelo presidente do Senado, a partir de uma lista
composta dos nomes de três deputados, sendo nomeado o ministro Diogo Antonio Feijó.
d) as regências unas provisórias, cujo regente seria escolhido entre os deputados provinciais,
que revezavam-se no poder, sendo o primeiro, José da Costa Carvalho.
e) a eleição popular de um regente, que ocuparia o cargo até a maioridade do herdeiro do
trono, sendo eleito em primeiro lugar o senador Nicolau Vergueiro.
11. (...) no segundo ano do governo de Araújo Lima aumentaram as disputas políticas no
Congresso. (...) por lá os ânimos estavam divididos. A saída veio rápida, e inesperada, a
despeito de não ser de todo inusitada. O único consenso possível foi antecipar a maioridade
política do menino Pedro, que na época contava apenas catorze anos. (...). Por isso preparou-
se um golpe, o golpe da maioridade, e o maior ritual público que o Brasil já conheceu.

Lilia M. Schwarcz e Heloísa M. Starling. Brasil: Uma biografia.


São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 266.

Assinale a alternativa correta que contenha o contexto em que ocorreu o golpe a que o texto se
refere.
a) A antecipação da maioridade do imperador demonstrou a incapacidade política das elites
brasileiras, reunidas no partido conservador, em gerenciar o país; daí a necessidade de
recorrer à figura de D. Pedro, ainda menino, para solucionar o problema.
b) O golpe da maioridade foi a resposta dos Conservadores às reformas promovidas pelos
Liberais, o que reforçou o clima de instabilidade política vivida no país e acentuou a crise
política, só superada, por sua vez, com a proclamação da República.
c) Diante das várias rebeliões regenciais, dos projetos republicanos e da radicalização da
situação, reforçou-se uma saída simbólica, sustentada em um regime monárquico de
governo, em que só o monarca poderia garantir a unidade nacional.
d) Diante das pressões políticas, da crise econômica e das insatisfações sociais, a maioridade
de D. Pedro foi a saída encontrada pela família imperial, à revelia do Congresso, para se
manter a unidade nacional e o poder das elites agrárias nacionais.
e) Venerado pelas camadas populares, D. Pedro II usou de sua popularidade para angariar
apoio à sua ascensão ao poder, mesmo que, para isso, tenha mergulhado o país em uma
instabilidade política que só seria superada com a Lei Áurea.

12. Durante a regência de Araújo Lima (1837-1840), foram criadas algumas instituições
político-culturais, com o objetivo de produzir uma história da nação, que conferisse aos
brasileiros um sentimento de pertencimento e de nacionalidade, e assim de auxiliar na
centralização e fortalecimento do Estado.

Uma dessas instituições foi


a) a Guarda Nacional.
b) o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
c) a Academia Imperial de Belas Artes.
d) a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional.
e) a Academia Brasileira de Letras.

13. No governo do regente Araújo Lima (1837-1840) foi aprovada a Lei de Interpretação ao
Ato Adicional. Esta lei
a) modificava alguns pontos centrais da Constituição vigente, extinguindo o Conselho de
Estado, mas conservando o Poder Moderador e a vitaliciedade do Senado.
b) buscava a centralização como forma de enfrentar os levantes provinciais que ameaçavam a
ordem estabelecida, limitando os poderes das Assembleias Legislativas Provinciais.
c) criava o Município Neutro do Rio de Janeiro, território independente da Província, como sede
da administração central, propiciando a centralização política.
d) revelava o caráter liberal dos Regentes, suspendendo o exercício do Poder Moderador pelo
governo, eixo da centralização política no Primeiro Reinado.
e) restabelecia os poderes legislativos dos Conselhos Municipais, colocando nas mãos dos
conselheiros o direito de governar as Províncias.
14. Sobre a regência do paulista Diogo Antônio Feijó, entre 1835 e 1837, é correto afirmar que
a) o regente conseguiu vencer a eleição devido ao apoio recebido dos produtores de algodão
do Nordeste, classe emergente nos anos 1830, o que possibilitou o combate às rebeliões
regenciais e o início do processo de centralização político-administrativa.
b) o apoio inicial que Feijó recebeu de todas as forças políticas do Império foi,
progressivamente, sendo corroído porque o regente eleito mostrou simpatia pelo projeto
político da Balaiada, que defendia uma Monarquia baseada no voto universal.
c) a opção de Feijó em negociar com os farroupilhas e com a liderança popular da Cabanagem
provocou forte reação dos grupos mais conservadores, especialmente do Partido
Conservador, que organizaram a queda de Feijó por meio de um golpe de Estado.
d) o isolamento político do regente Feijó, que provocou a sua renúncia do mandato, relacionou-
se com a sua incapacidade de conter as rebeliões que se espalhavam por várias províncias
do Império e com a vitória eleitoral do grupo regressista.
e) as condições econômicas brasileiras foram se deteriorando durante a década de 1830 e
provocaram um forte desgaste da regência de Feijó, que renunciou ao cargo depois de um
acordo para uma reforma constitucional.

15. Considere os fragmentos abaixo.

“Lei de 18 de Agosto de 1831”


"Cria as Guardas Nacionais e extingue os corpos de milícias, guardas municipais e
ordenanças. [...]”
Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei_sn/1824-1899/ lei-37497-18-agosto-
1831-56430 publicacaooriginal-88297-pl.html (texto adaptado)

“De tão conservadora, e atuante, ela criou uma tradição, estendendo a sua atuação até a
Primeira República, sobretudo nas áreas rurais do país.”
SCHWARCZ, Lilia e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Cia Das Letras,
2015, p. 24 8 .

Assinale a alternativa que situa CORRETAMENTE a criação da Guarda Nacional e as razões


de sua permanência até a Primeira República.
a) Em meio às disputas entre Moderados, Exaltados e Restauradores no Rio de Janeiro pelo
governo central da Regência, e da ocorrência de revoltas nas províncias, a Guarda Nacional
foi constituída pelas elites locais como força repressiva confiável, tornando-se uma das
bases do poder local até a chamada República Oligárquica.
b) Para garantir a ordem e conter as revoltas dos Restauradores partidários do retorno de D.
Pedro I, a Guarda Nacional foi constituída para enfrentar as Guardas Municipais formadas
por portugueses aliados aos proprietários rurais, o que garantiu um instrumento de repressão
eficiente até a Primeira República.
c) Com o objetivo de substituir as Ordenanças de origem portuguesa, responsáveis pela
guarda pessoal do imperador, a Guarda Nacional foi criada de acordo com o modelo francês
das milícias de cidadãos, e eram forças responsáveis por proteger pessoalmente os regentes
e, posteriormente, os presidentes da República.
d) De acordo com os interesses dos Moderados, Exaltados e Restauradores, aliados durante
todo o Período Regencial para garantir a unidade territorial do país, a Guarda Nacional foi
criada para apoiar o Exército na tarefa de garantir a segurança das fronteiras, o que explica a
sua atuação durante a República da Espada.
Gabarito:

Resposta da questão 1:
a) Com a renúncia de D. Pedro I e o início do período regencial, o Brasil experimentava pela
primeira vez, o que para muitos historiadores representou uma “experiência republicana”,
tendo em vista que não havia um imperador, e os regentes ocupavam o cargo
temporariamente. O herdeiro legítimo do imperador abdicante era seu filho que, em 1831,
tinha apenas 5 anos de idade e só assumiria o trono, segundo a Constituição de 1824, ao
atingir a maioridade, quando completasse 18 anos.
b) Pode-se citar o descontentamento com o poder central, representado pelos regentes, e o
desejo de autonomia das províncias, a crise econômica que se estendia desde as Guerras
Napoleônicas, a miséria geral das camadas populares e a falta de condições do Estado
Brasileiro intervir militarmente em todo o território nacional para conter as revoltas nas
províncias.

Resposta da questão 2:
a) O estudante deverá identificar no texto de Joaquim Nabuco uma crítica ao período
regencial no Brasil, caracterizado como uma época de “agitação federalista extrema”, de
“anarquização das províncias”, trazendo uma ameaça de fragmentação política do Brasil.
Fato esse que, segundo os grupos mais conservadores, associavam ao Ato Adicional de
1834 que concedia autonomia para as províncias.
b) O estudante deverá argumentar que o período regencial foi chamado de “uma experiência
republicana federalista”, a partir da ocorrência da ausência de um rei soberano no comando da
Nação, ficando o governo sob responsabilidade dos regentes, que teria enfraquecido o poder
centralizado no país. A criação das Guardas Nacionais, que atuavam principalmente nos
municípios, paróquias e curatos, servindo de instrumento político armado para as elites locais,
também deve ser mencionada, assim como a criação do Ato Adicional de 1834, visto
comumente como o grande marco das medidas descentralizadoras do período regencial. Além
disso, o Ato, ao transformar a Regência Trina em Regência Una, instituiu a eleição do regente
pelo corpo dos eleitores e não mais pela Assembleia Geral. Deve, também, mencionar a
criação dos Códigos Criminal (1830) e de Processo Criminal (1832), que determinavam a
escolha de júris populares escolhidos localmente, bem como deixavam aos poderes locais a
escolha dos membros do judiciário.

Resposta da questão 3:
a) De acordo com o texto, a construção da imagem de D. Pedro II, diferenciada da de seu pai,
representaria segurança e estabilidade para o país e sua unificação em torno da figura do
imperador.

b) Das características do período regencial que ameaçavam a estabilidade do país, pode-se


considerar a vacância do trono em razão da menoridade de D. Pedro II e a ocorrência de
revoltas de caráter separatistas autonomistas em algumas províncias.

Resposta da questão 4:
No início da década de 1830, a continuidade do reinado de D. Pedro I tornou-se insustentável.
A crise financeira, desencadeada pelo declínio das exportações, pelo crescente endividamento
externo e pelos gastos com a Guerra da Cisplatina, resultou em um aumento da inflação e no
agravamento da pobreza. A isso somou-se a insatisfação com a centralização do poder e o
autoritarismo do Imperador, levando a intensos conflitos entre facções favoráveis (em sua
maioria ligados ao Partido Português) e contrárias (em sua maioria ligados ao Partido
Brasileiro) ao Imperador. Outro fator importante foi o empenho do Imperador na luta a favor de
seu irmão, D. Miguel, o qual disputava, com a própria filha, D. Maria II, a sucessão do trono
português, após a morte de D. João VI. A junção destes elementos provocou a renúncia do
Imperador ao trono brasileiro em favor de seu filho, o príncipe D. Pedro de Alcântara. A
menoridade do herdeiro, que tinha, à época da abdicação, apenas cinco anos de idade, o
impossibilitou de governar. Por esse motivo, foi estabelecido um governo regencial, que
deveria dirigir o Império até que o príncipe atingisse a maioridade. Entrementes, alguns fatores
ligados à disputa política entre Regressistas (depois chamados Conservadores) e
Progressistas (depois chamados Liberais) e às revoltas e rebeliões que ocorriam nas
províncias, fomentaram o "golpe da maioridade", antecipando a coroação do príncipe, que foi
declarado Imperador do Brasil, sob o título de D. Pedro II, em 1840, quando tinha apenas 14
anos de idade. Foram causas imediatas disso: a ascensão dos Regressistas ao poder, com a
regência de Pedro Araújo Lima (1837) e o consequente alijamento dos Progressistas; a
limitação da autonomia provincial, com a aprovação da Lei de Interpretação do Ato Adicional
(1840); a articulação entre liberais e palacianos ou áulicos em favor da antecipação da
maioridade do príncipe herdeiro; o interesse dos grandes proprietários rurais em restabelecer a
"ordem social", convulsionada pelos sucessivos levantes populares ocorridos no período
regencial, como a Revolta dos Malês (1835); o desejo das elites políticas de evitar que a
unidade territorial brasileira fosse quebrada por movimentos separatistas, como a Farroupilha
(1835) e a Sabinada (1837).

Resposta da questão 5:
a) Extinção do Conselho de Estado, substituição da Regência Trina pela Regência Una,
criação de Assembleias Legislativas nas províncias.

b) Maior autonomia provincial durante o período, conferida, sobretudo pela criação de


Assembleias provinciais, mas também a renovação periódica do Regente, por meio de votação.

O governo regencial representou uma vitória dos liberais moderados, que avançaram algumas
propostas descentralistas de governo. Mas apesar de derrotados, algumas das propostas dos
exaltados foram ao menos parcialmente contempladas. Entre elas está a autonomia provincial.
Ora, o modelo de república que estes exaltados tinham na cabeça era precisamente o modelo
americano, que punha uma ênfase forte na autonomia das unidades federativas. Assim, apesar
de não se tratar de uma federação, tal como a americana, alguns autores têm falado em
"experiência republicana" para se referir a algumas das conquistas dos exaltados/republicanos
durante a Regência, inclusive o autor citado, Paulo P. de Castro.

Resposta da questão 6:
[C]

A constituição brasileira de 1824 foi outorgada, centralizadora, possuía quatro poderes, o


quarto poder era denominado Moderador, concedendo ampla autonomia para o imperador.
Essa magna carta desagradou as elites locais. Em 1831, quando ocorreu à abdicação de D.
Pedro I, teve início o Período Regencial, era a oportunidade de reajustar o poder. Entre 1831-
1836, as elites locais buscaram maior autonomia, era o denominado “Avanço Liberal”,
caracterizado pela descentralização política. O Ato Adicional de 1834, contribuiu para a
conciliação de poder. Gabarito [C].

Resposta da questão 7:
[C]

Apenas as afirmativas [II] e [III] faziam parte do Ato Adicional de 1834. O Ato extinguiu um
Conselho de Estado criado por d. Pedro I em 1823 e o Clube da Maioridade foi fundado em
1840.
Resposta da questão 8:
[E]

Somente a proposição [E] está correta. A questão remete ao complexo Período Regencial,
1831-1840. Entre 1831 e 1837 prevaleceram ideias do Partido Liberal que defendia o
federalismo, isto é, maior autonomia para as províncias. Entre 1837 e 1840 prevaleceram
ideias do Partido Conservador que defendia maior centralização do poder. Daí surgiu a Lei de
interpretação do Ato Adicional, de 1834, visando exatamente retirar ou reduzir a autonomia das
províncias.

Resposta da questão 9:
[A]

O Ato Adicional de 1834 autorizou as Províncias a criarem Assembleias Legislativas próprias, o


que permitia aos representantes políticos locais a criação de impostos, o controle das finanças
e a nomeação de funcionários públicos.

Resposta da questão 10:


[A]

Considera-se o Ato Adicional uma medida liberal, que promoveu certa descentralização política
no país e um divisor de águas, com a configuração mais explícita dos partidos Liberal e
Conservador. A Regência Una substituiu a Regência Trina e o ex-ministro da Justiça, Feijó, foi
o primeiro regente eleito, representando as tendências liberais.

Resposta da questão 11:


[C]

Diante dos muitos problemas regenciais – em especial as disputas políticas e as revoltas


provinciais – os deputados brasileiros não viram outra saída a não ser a antecipação da
maioridade de d. Pedro de Alcântara. Para os defensores do Golpe da Maioridade, apenas a
figura do Imperador seria capaz de manter a unidade do Império Brasileiro.

Resposta da questão 12:


[B]

O IHGB, criado durante o Regime Regencial, tinha exatamente a função apresentada no


enunciado: “produzir uma história de nação, que conferisse aos brasileiros um sentimento de
pertencimento e de nacionalidade”.

Resposta da questão 13:


[B]

A alternativa [B] é a única que de fato corresponde a uma realização da Lei de Interpretação do
Ato Adicional.

Resposta da questão 14:


[D]

O período regencial ficou marcado pela ocorrência de diversas revoltas provinciais que
acabaram por abalar a estabilidade do período. Foi nesse contexto que Diogo Feijó renunciou.
Resposta da questão 15:
[A]

As Guardas Nacionais foram criadas num contexto de bastante turbulência durante o Período
Regencial. Agitações políticas, marcadas pelas disputas dos diferentes partidos políticos que
atuavam no país, e Revoltas regionais, como a Balaiada, a Sabinada e a Farroupilha,
transformaram o ambiente político da Regência num grande barril de pólvora, o que fez com
que os grandes proprietários de terra agissem para criar um regimento de defesa controlado
por eles mesmos: a Guarda Nacional. Ao longo do tempo, da Regência até a Primeira
República, esses grandes proprietários de terra, oportunamente chamados de Coronéis,
acumularam poder político, econômico e de força, o que ajudou esse grupo social a controlar a
política até a chamada República Oligárquica.

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