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Fala, Cabeção! Vem comigo, vamos falar de algo que vai ser um stress... acredito que você tenha
lido o título dessa aula. Vou testar o seu stress, falar sobre o VaR, Stop Loss e Back Test.
Importante: pra você ver essa aula, precisa já ter visto desvio padrão, média, distribuição normal.
Além deste três caras, entender um pouco de inglês. O resto fica fácil. Come on everybody!
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AULA EM PDF EXCLUSIVA PARA ALUNOS
— Caramba professor, então esses fundos vão me garantir que essa perda máxima?
— Vão te garantir.
— Sempre?
— Se fosse sempre não tinha dito que era com 95% de confiança.
Vamos pegar 100 dias que a bolsa tenha resultados negativos, necessariamente, não são
consecutivos (ainda bem, né?), não importa quanto caiu, um dia caiu 1%, outro, 3%, outro 4%. Esse
fundo aqui, terá perdido no máximo 1% ao dia em 95 dos 100 dias.
Perda Perda
Ibov Fundo
1 -0,50 -0,30
2 -1,00 -0,90
3 -4,00 -2,00
... ...
100 -5,00 -1,00
- Nossa, professor, que coisa do Demo... Como ele faz isso?
Olha como faz a lógica: pega todos os ativos, fundos, carteira, que tem no fundo, busca as oscilações
diárias e ache uma média: vamos dizer que foi de 3% e com um desvio padrão de 2%.
Quando a gente joga numa distribuição com 95% de confiança, fica assim:
O intervalo fica entre -1 e 7. Estou falando de uma oscilação de -1 e 7 em 95% dos casos
— Professor... não entendi nada.
— Não entendeu nada porque não assistiu a aula de distribuição normal. Para agora e volta na aula.
Depois volta aqui.
Foi e voltou? Agora estamos na mesma página.
Quando descobrimos a média (3%) e o desvio padrão (1%), achamos um intervalo de confiança
(-1% a 7%) e com uma certa probabilidade (95%) no retorno deste fundo em situações normais
(Gauss prova isso em distribuição normal). Posso concluir que a perda máxima é -1%... e é daí que
tiro o VaR.
Viu que maravilha? O VaR é uma consequência natural a distribuição normal.
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AULA EM PDF EXCLUSIVA PARA ALUNOS
Sacou cabeção?
Só que todo dia tem dinheiro sendo aportado ou saindo do fundo. Ou ativos sendo comprados, que
vão mexer no portfólio do fundo.
Se há compra de ativos, vai mexer na média de retorno.
Mexeu na média, mexe no intervalo.
E assim pode não entregar o VaR. E aí?
Vamos voltar no regulamento: Prometi que ia ter VaR. Se tem VaR a gente vai precisar analisar.
Cada lance no jogo é um movimento no fundo que precisa ser analisado. E essa análise no fundo,
chamamos de Back Testing.
Back testing é a metodologia para testar o VaR. Todo dia, um cara vai lá e analisa os ativos e faz um
novo cálculo.
Vamos supor que, em uma destas análises, o desvio padrão subiu pra 3%. Quando ele fizer a conta
do intervalo, vai ficar 3 – 6 = -3, ou seja o VaR que era de -1% vai ficar -3%.
O que ele descobriu? A perda máxima desse fundo agora é 3% e existe 95% de chance de isso
acontecer.
Mas o fundo prometeu para o investidor que a perda máxima seria de 1% em 95% das vezes!
Agora o cara precisa ajustar isso e não pode pegar o regulamento e passar o errorex em cima e pôr
3. Se ele promete, tem que cumprir.
Tudo isso vai acionar o método de correção. E como se chama a metodologia de correção? Stop Loss.
Stop Loss
O Back Testing vai analisar o VaR, ok? Segue o jogo. Não Ok? Stop Loss.
O Stop Loss vai parar as perdas, estancar. O gestor (ou o juiz, no caso do futebol) fez cagada ou o
mercado ficou mais volátil, não importa, vou corrigir isso. Como?
• Vender ação que tem muito risco
• Fazer um hedge de um ativo
• Mudo alguma outra posição diluir o risco
Alguma coisa ele vai fazer para estancar a perda, stop loss. Assim o gestor consegue reajustar a
perda para dentro do limite do regulamento.
Beleza? O VaR é uma perda máxima com um certa probabilidade de acontecer. Para saber se tá
entregando esse VaR para o Investidor, todo dia a gente vai testando com o Back Testing.
Come on! Esse back não é aquele negocinho que o pessoal usa na praia pra ficar feliz, não. É back de
passado, testing de testando. Vou pegar os dados do passado, testo e valido ou não o VaR, estando
Ok, segue o jogo. Se não, aciono o mecanismo do Stop Loss, que quer dizer, estancar as perda.
Muito bem. Pra finalizar isso, falta só tirar o seu stress com a pergunta estressante.
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AULA EM PDF EXCLUSIVA PARA ALUNOS
Stress Test
— Tudo bem professor, você prometeu pro cara que perderia no máximo 1% em 95% dos dias de
perdas. Mas tenho dois fundos que prometeram que perderia isso e os dois cumpriram.
Mas nos outros 5 dias de queda, um perdeu 40% da carteira e outro perdeu 10%. Então é
importante saber qual é o tamanho da perda nos outros 5% dos dias (que não estão no intervalor
de confiança). Isso é importante saber, mas é impossível de prometer. Esse é frase minha, vou até
por a citação:
Stress Test vai te dar uma perda possível de acontecer, mas impossível
de prometer (Abreu, Edgar).
É um teste de cenário de stress. Na gíria de mercado, a gente fala que vai “‘stressar’ a carteira”. Que
é testar fora na normalidade, a normalidade é o VaR.
A gente simula qual vai ser o impacto da carteira se a bolsa cair 10% hoje ou o dólar subir 15%.
Isso só serve para o administrador, porque não tem como saber qual o stress virá pela frente. Se uma
nova guerra mundial, uma crise política entre países, um novo corona vírus ou um impeachment.
Você não sabe qual e muito menos precificar esse caos.
Por exemplo, em pesquisas eleitorais, você nunca vai ouvir o Bonner falando:
— O candidato Edgar Abreu está com 60% dos votos válidos com 100% de confiança.
NUNCA. Porque se trata de uma pesquisa, tem uma margem de erro, porque estamos falando de
uma distribuição normal.
IMPORTANTE!
O resultado do Back Test, não precisa dar necessariamente o valor que está no regulamento,
exemplo: se no regulamento está -1%, mas o Back Test deu – 0,5%, não tem problema, melhor
para o investidor, óbvio. Só não pode dar perdas maiores que o regulamento. Normalmente,
fundos de ações não dão o VaR, são mais os multimercados.
Resumo