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A Revolução Constitucionalista

de 1932 em nossa terra


"A vida perdeu para a morte, mas a memória ganha
seu combate contra o nada."
(Tzvetan Todorov, in “Os abusos da memória” )
A Revolução de 1930:
• Movimento armado
liderado por Getúlio Vargas,
tenentistas e outros
militares que depôs
Washington Luís através de
um golpe de Estado;
• Mandou o presidente eleito
Júlio Prestes para o exílio;
• Em 3/11/1930, Vargas
assume o Governo
Provisório, pondo fim à
República Velha e a
“política do café-com-leite”.
O MMDC:
• Governo Provisório: sem
Constituição e sem
eleição;
• Nomeação de
interventores para os
Estados;
• No dia 23 de maio de
1932 a multidão tomas
as ruas de São Paulo em
protesto contra a
Ditadura de Vargas;
• Durante o protesto na
Praça da República, as
tropas do Governo
(legionários), atiram
da sede do PPP e acabam
matando quatro
estudantes: Martins,
O 9 de Julho:
• Em 9/7/1932, eclode o movimento
armado. Pedro de Toledo é
nomeado governador;
• São Paulo esperava contar com o
apoio de RS, MG, MT para
derrubar Getúlio. Só Maracaju
(atual Mato Grosso do Sul) apoiou
São Paulo;
• 200 mil voluntários se alistam.
Sessenta mil partem para os
combates;
• A maioria jovens e estudantes. As
Forças Armadas aderem ao
movimento revolucionário. A Força
Pública também (atual Polícia
Militar). Negros e intelectuais,
mulheres e crianças, operários e
jogadores de futebol, todos se
alistam como voluntários. São
Paulo está em guerra por uma
Constituição.
Propaganda e Guerra:
• A Revolução
Constitucionalista de 1932
vai ser marcada pelo
intenso papel
desempenhado pela
propaganda na guerra,
comandada por jornais,
rádios e gráficas;
• Por essa e outras razões, a
Revolução de 1932, maior
conflito civil nacional, pode
ser considerada a reedição
da Grande Guerra (1914 –
1918) em solo pátrio.
O conflito:
Engajamento popular:
São Paulo em Guerra:
Desfecho:
Cunha em 1932:
“... Cunha dormia (...) o seu
sonho de dois séculos (...) De
repente, um estrépito brusco
sacode o eco das quebradas.
(...) Roda estourando,
estirando-se, espirolando por
encostas e declives, por vales
e lombadas, o “Big Parade”
dos caminhões pesados de
gente em cáqui, (...) asas
furiosas de aviões crepitam
no ar timpânico da serra;
metralhadoras tagarelam no
front...”
(Guilherme de Almeida, 1º
Batalhão de Liga de Defesa
Paulista)
Os quinze de
Guaratinguetá!
NO DIA 14 DE JULHO DE 1932
CUNHA FOI LIBERTA DAS MÃOS
DOS MARINHEIROS DITATORIAIS
POR QUINZE CIVIS ARMADOS QUE
VIERAM DE GUARATINGUETÁ EM
UM CAMINHÃO LEITEIRO.
ENTRES ELES ESTAVAM: JOSÉ
LIMONGE, BRAZ ESTEVES E
MANOEL DE OLIVEIRA.
ARRISCARAM AS SUAS VIDAS E
COM UMA ENCENAÇÃO (BLEFE)
COLOCARAM OS MARINHEIROS
PARA CORRER.
Importância da Revolução
para Cunha:
A posição estratégica de
Cunha:

COM A FINALIDADE DE CONTORNAR A LINHA DE FRENTE DAS TROPAS


CONSTITUCIONALISTAS, OS SOLDADOS FEDERAIS TINHAM POR
OBJETIVO, A PARTIR DA CONQUISTA DE CUNHA, UMA CIDADE PERDIDA
NO MEIO DA SERRA, ALCANÇAR AS CIDADES DO VALE DO PARAÍBA,
ENCURTANDO O CAMINHO ATÉ SÃO PAULO E QUIÇÁ ATÉ A GUERRA.
A Guerra em 16 de
Agosto:
Um lugar estratégico:
O ataque
constitucionalista:
Um mártir e herói
cunhense:
• Paulo Gonçalves dos Santos
(Paulo Virgínio), nasceu em
26 de setembro de 1897;
• Nascido e criado no bairro
do Taboão, Cunha – SP;
• Lavrador humilde e
batalhador, vivia na roça
com esposa e filhos, no
bairro do Taboão, que a
partir de 10 de julho de
1932 passou a ser “zona
inimiga”, sob o comando
dos soldados da ditadura.
• A maioria da população dos bairros
do Rio Abaixo, Aparição, Campo
Alegre, Taboão e Mato Limpo havia
fugido. Os poucos que ainda
restavam viviam escondidos e com
medo, sendo obrigados a trabalhar
para os ditatoriais como tropeiros e
batedores;
• Paulo Virgínio era o único que sabia
a posição das tropas paulistas e
essa foi a razão de sua prisão,
armada pelos ditatoriais e que
contou com a delação de seus
companheiros. Eram quatro horas
da tarde do dia 27 de julho...
Começava o suplício de Paulo
Virgínio.
• Mesmo sob tortura do Sgt.
Juvenal Bezerra Monteiro, Paulo
Virgínio não entregava a posição
das tropas paulistas e sempre
afirmava que São Paulo venceria;
• Após a negativa de Paulo Virgínio,
os soldados ditatoriais fizeram
ele cavar a sua própria cova, na
presença de seus companheiros
presos. Após terminar, foi
fuzilado por quatro soldados. Era
sete horas da manhã do dia 28 de
julho...
• Deixou viúva (Juventina Maria de
Jesus) e 4 filhos, uma delas morta
também na Revolução.
Obelisco Mausoléu aos Heróis de
32:
• É um monumento
funerário brasileiro localizado
no Parque do Ibirapuera;
• Símbolo da Revolução
Constitucionalista de 1932, o obelisco é
o maior monumento da cidade e tem
72 metros de altura. A construção
do monumento foi iniciada em 1947 e
"Viveram pouco para morrer bem
e concluída em 1970.
• Guarda os corpos dos
morreram jovens para viver
estudantes Martins, Miragaia, Dráusio
e Camargo (o M.M.D.C.) - mortos
sempre." durante a Revolução de 1932 -, e de
outros 713 ex-combatentes. Guilherme
de Almeida e Ibrahim de Almeida
Nobre, ex-combatentes e
respectivamente considerados como o
poeta de 32 e o tribuno de 32, se
encontram sepultados no mausoléu.
Também se encontra sepultado no
local o corpo do agricultor Paulo
Virgínio.
Por que as trincheiras de Cunha
não foram ainda consideradas
Patrimônio Cultural?
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Art. 216. Constituem patrimônio cultural
brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em
conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes
grupos formadores da sociedade brasileira, nos
quais se incluem: I - as formas de expressão; II
- os modos de criar, fazer e viver; III - as
criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações
e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e
sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico.
Referências:
• Cunha em 1932, de Clementino de
Souza e Castro Junior, Revista dos
Tribunaes, 1935.
• A Revolução de 32, de Hernâni
Donato, Círculo do Livro, 1982.
• A História de Cunha, de João José
de Oliveira Veloso, Centro de
Cultura e Tradição de Cunha, 2010.
• Tudo por São Paulo 1932 (blog do
publicitário Ricardo Della Rosa).
Endereço:
http://tudoporsaopaulo1932.blogspo

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