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Pág. 2 | O Piaguí | Edição em Quarentena www. opiaguionline.wordpress.com
N
esses tempos de corona- nados e produzindo muito e muito quantidade, mas todos estão mais
vírus, tempos difíceis e bem. Desde quando entraram em livres, mais sensíveis. É, talvez
apreensivos que assustam vigor as medidas de isolamento so- seja essa a expressão, sensíveis pra
e metem medo em todo mundo, a cial, esse negócio de mandar todo ver e sentir as coisas, as pessoas,
gente está presenciando um fenô- mundo ficar em casa, que estamos as situações. Estamos com a criati-
meno naqueles que trabalham com observando colegas produzindo vidade à flor da pele.
a cultura. A capacidade de criação mais e melhor. Uns produzem crônicas,
e adaptação para períodos prolon- Até parece que foi necessá- contos, romances belíssimos. Ou-
gados dentro do cenário de incer- rio que a natureza nos impondo tros se dedicam à poesia e seus
tezas. Estamos vivendo um novo cerceamento de liberdades por tantos gêneros. E se a academia
tempo. Não que a situação a que conta de uma doença de compre- reunisse gente dedicada à pintu-
estamos nesse momento seja de fe- ensão universal nos desse ao mes- ra, à escultura, às artes cênicas,
licidade, de achar graça com tudo, mo tempo essa capacidade de, pri- veríamos quantos bons produtos
de bater palmas, mas de criar me- vados da liberdade de ir e vir, de estariam sendo produzidos e mos-
canismos para mostrar a partir de ver, abraçar, cumprimentar nos- trados.. Quando tudo isso passar e
agora o que sabemos fazer. sos amigos, filhos, netos, parentes, formos juntar o que fizemos nesse
Aqui em Parnaíba estamos nos abrisse a condição de criado- tempo de confinamento certamen-
nós dentro daquele dito veículo res de um mundo novo. te vamos ver que fizemos muito e
onde estão aqueles que produzem Dá pra perceber que todos melhor.
literatura, seja em quais gêneros os nossos colegas estão produ-
forem. E pelo visto estamos ante- zindo, em maior ou menor grau e Pádua Marques
COVID-19:
MAIS UMA FORMA DE MORRER
Desrespeita a si mesmo.
A passagem.
Daltro Paiva
20/03/2020
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PANDEMIA
Deus está dizendo ao mundo
STOP.
À violência desenfreada
STOP.
Ao tráfico de humanos
STOP.
Aos governos soberanos
STOP.
Aos planos incríveis
STOP.
À ciência humana
STOP.
Ao sistema financeiro
STOP.
Ao Capitalismo
STOP.
Ao Comunismo
STOP.
A Terra parou
O homem calou
STOP.
Anailton Fontenele
ALÉM DO MAL
A experiência potente da vida humana, se mede pelo que
Os seres são capazes de aguentar no vetor da existência
Não posso mudar o que aconteceu no tempo, mas dentro
Do isolamento, melhoro para ser capaz de crescer além dele
Se tudo passa, aquela peste que nos tirou nossa saúde mental, tirou
Aqueles que amamos e mostrou que ela é para todos independente
Da classe social, raça, sexualidade e credo, em breve passará também
Marciano Gualberto
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Cantante
Canta sapo-boi Poesia é oração
Jia, rã e os caçotes
sinfonia da noite Poesia é algo recitado
Como uma prece
Que vem de dentro
Em reboliço Carregando emoção
Poesia é conversa
O vento e sol,
Poesia é oração
pensamento solto...
O poeta reza
o mar em reboliço
Quando recita
José Luiz de Carvalho
Artur de Paiva
Coronavírus
A real do Coronavírus
vem na contramão
das práticas de humanização.
Afasta-nos
sem apertos de mão
sem beijos e sem abraços.
Encontram resistência.
Abrir mão da convivência
íntima e afetuosa.
Sair do imediatismo
tirar do individualismo.
Faz-nos refletir, sentir,
praticar solidariedade
na atual realidade.
Fenômeno impactante
esse tal Coronavírus!
Há uma mudança
na ordem mundial.
Intensas campanhas,
estratégias de combate
abalam as estruturas
da humanidade.
Dão-nos indicativos
das consequências vividas
por um mundo desenfreado.
Viver instabilidade
testar habilidades
recorridas para sobreviver
aprender a conviver
com o limite, com a falta
com o sujeito barrado, com a lei.
Recorrer à ciência.
Mobiliza saberes
diante do impacto vivido.
Que atinge os princípios
básicos da vida humana.
Edna Santos
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Coração de adulto
Aperta, Machuca, Fere
Pobre coração de adulto
Desencanta, Perde o brilho, Endurece
Triste coração de adulto
Karoline de Carvalho
Tá tudo bem?
Quando eu pergunto se tá tudo bem contigo não é
pelo tédio das quatro paredes ou das 8 semanas. Eu quero
saber do teu dia, se teve vontade de chorar com as notícias
ou se quando lembrou do carnaval de 2007 te fez sorrir. Eu
quero saber se você sonhou com algum bicho ou se assistiu
aquele filme que é mais bonito do que como estamos hoje.
Eu quero saber se você está bem (de verdade) no meio de
tanta coisa que aperta nossas cabeças e corações.
Então me conta, me disserta um soneto sobre o
almoço ou a respeito da casualidade humana. Me abraça
com uma frase bonita e me ama com uma saudade que não
tem fim, nem validade, nem hora para acabar.
Do meu lado da tela eu conto quantas vezes quis
te cutucar antes de falar alguma coisa ou os minutos que
faltavam pra gente se encontrar na esquina e vejo que o
infinito parece tempo demais.
Não entendo nem sequer pergunto os porquês,
prefiro organizar a bagunça dos meus pensamentos e não
deixar queimar o arroz de novo.
E mesmo que eu esteja cuidando das plantas e
alimentando a gata, quando for de madrugada me atende,
por que depois das 2 quem tá discando teu número é o
desespero. Depois passa, depois volta, depois passa de
novo. A vida no meio do caos está me acostumando assim,
nesse vai e vem, e entre os dois fico eu, e entre a gente tem
a cidade inteira
Sobrou os estigmas
Derivados dos erros alheios
Aquilo que desejei em ti, sem rodeios
Foi unir estas duas almas amigas
Só restou-me o sonho
O brilho de uma ilusão
Descobrir o teu corpo moreno
Sob a luz de ribalta
Escrever em meu coração
Na linguagem mais alta
Os sonetos de uma adolescente paixão.
Leonardo Silva
O ÚLTIMO VERSO
Meu verso é uma asa de anjo
que corta vidas, mares, céus
e que busca um repouso de tudo. ANTÍDOTO
Meu verso é uma garça triste Quero achar no teu medo
que enfeita as veredas o mesmo gosto mau
com seu voo branco e belo. que arde, flameja, torra.
Sangria COLIBRI
A boca sangrava desejo Sério mensageiro da alegria
Os seios sangravam doce Com toda sua euforia
E o doce que descia dos olhos... Sangravam quais lágrimas quentes
O mel escorria, atadura Vai de encontro a flor
Curava ou abria, ardente Faz lhe um carinho
Sangria mal resolvida que se espalhava por entre a alma Quanta ternura
E tinha um jeito peculiar
A pele num tom sedutor Leveza ágil, acorda-te
O cair da alça da roupa deixava mostrar o sabor escondido. Explosão de cores, sabores
Vida, amores.
Morgana Sales
Tiago Fontenele
O BÚZIO
o búzio
- pequeno castelo
ou gótica catedral -
sobre a mesa avança
envolto em ondas e vendaval
anda ondulante
onda cavalgante
onda ante onda
avança e
lança sobre mim
a tessitura exata
de sua arquitetura
abstrata e surreal
avança
unicórnio lendário
protuberante
rinoceronte bizarro
surfista extravagante
em forma de chapéu
lentamente
avança co-movido
pelo chamado das ondas
que em si encerra
em seu ventre vazio
onde o vento em voluteios
é a própria voz do mar
Elmar Carvalho
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ESPÍRITOS OBESOS
Intermitências na fome?
Comida no mundo
Desaba no fundo
Corre feito rio poluído
Sem forças para se curar sozinho!
Comida no mundo
Pede apelo aos homens de olhar profundo
No sacio de saúde pública pálida
Onde a tristeza cálida, desagua na frieza dos vaidosos!
Comida no mundo
Cuja testa cheia de curtidas é de anonimato ardente
Pelas beiradas costumeiras, poucos famosos ainda nos ensinam combate-la,
Sem mostrar demais os dentes!
Perdoai universo
O anverso do teu prumo não foi por eles entendido
Riqueza e fama caem no mesmo erro batido
São Espíritos Obesos, mas cheios do vazio!
Eduardo de Moraes
29/05/2020
QUARENT’S
E nesses dias tão cinzentos MONTE CARMELO
Período quarentenal
Na terra terrível mal Ao pé do Monte Carmelo,
Fase de isolamento Dele, olhei o cimo.
E nesse enfrentamento De joelho, fiz um apelo:
Devemos ter cuidado Se me perdi em desatino,
Em alerta, antenado Se do teu reino, não fiz zelo,
Venceremos com louvor Diante do Deus-Menino,
Munidos de fé, amor Prometo com todo desvelo:
Covid será derrotado Subir esse monte com todo mimo.
Alexandre César
O QUE É A VIDA?
De forma costumeiramente, atrela-se ao conceito de vida o seu nível de
aproveitamento. Nem sempre tal aprendizado se adquire na adolescência, pois, esta,
está associada à fase provavelmente por conta da peculiaridade da intensidade. Mas há
quem aprenda a viver assim depois de tempos e tempos. Então, aqui, a vida se resume, à
atividade da vivência de descobertas, da satisfação do eu, do corpo, da ocasião, do misto
de sentimentos e confusão.
A vida intensa faz o ser humano adentrar um barco em alto mar, navegar por
rumos como se não houvesse início e fim. E, mesmo quando o corpo oscilar conforme
as ondas da maré, ainda valerá a pena atravessar, sem nem repensar se deva insistir em
remar na mesma direção ou se o barco merece outra administração.
Mas a vida intensa tem como gerência a emoção, que reina muitas vezes até
final. E, cessado a vida em matéria de corpo, reflito: o que é a vida? O que resta além
das lembranças de quem as guarda saudosas, é a solidão pra quem sente falta. E o
que foi a vida de quem viveu? A variedade de momentos aprofundados na decência de
satisfação do eu. E, assim, a história pode terminar, se falta a crendice de eternizar.
A emoção sozinha não gera relacionamentos. São sentimentos na maioria
instantâneos, relapsos e até sombrios. Não confiáveis, pois são vulneráveis.
Logo, qual alternativa existe? Como seria a vida fora do barco de emoções?
Ou, qual é sensação do homem que vive no barco, porém com um alvo para alcançar
embora não se ver, e, mas pela fé, crendo que existe? Muito marinheiro!
A vida fora do barco significa um caminho que não existe, pois os percalços
compostos de ventos e tempestades existem mesmo que fora d´água. Enquanto que no
Caminho pelas águas sabemos nossa origem, quem somos e para onde vamos.
A navegação nas muitas águas da vida requer administração, razão. As emoções
estão ali, mais a gerencia não corteja o sentimento para guiar. As emoções ainda que
nos botes salva vidas, vem junto, porém são sucumbidas pelo remo da mão do bom
capitão.
O alvo da vida, embora com o corpo cansado, inerte, ainda existe. Assim, não
se resume na profundidade da vivência, ou mesmo no teor da construção da existência.
Quem sabe remar, vai perseverar e vai alcançar uma vida que vai além da matéria, do
corpo tolhido, pelo limite que faz parte.
Entre o início e o fim, existem laços que prendem o homem, porém têm de ficar para trás, o apego à vaidade não
serve de nada para alcançar. Rema-se, conquista-se, mais isso tudo fica. E quem vive eternamente é o homem. E pra se viver,
depois de tudo, só depende da Graça no Eterno que declara o alvo. Ele!
Lívia Marceli
Carolina Ciarlini
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Corona Brabo Ao parar a leitura
Esse tal corona virus E esse momento perdurava
Matou mais de 30 mil Enquanto eu meditava
Virose braba do cão A sentir o cheiro de um bom livro.
Já chegou pelo Brasil Me embalava em meu caminho
E o dado é alarmante Afagado pelo tocar do Sol
Assusta mais que traficante Tão suave, tão findante
Tando armado de fuzil. Era fim de tarde.
Pensei
Não há sentido melhor do que a vida,
Que nos faz pensar sobre si mesma
Sua beleza, seu estado caótico
Suas nascentes tão férteis
E seus poentes iguais.
Sedução
Ela dança e sinto os movimentos em mim
O bate de cabelos único na virada de rosto
Sem querer me arrepio imaginando roçares
Imagino a roupa escorrendo pelo céu-corpo
Eu olho, eu olho, eu olho
Eu. Olhos arregalados. Eu fico de corpo aberto
Presente no presente visual qu’a dança faz dela
Então estremeço enquanto lambo o meu copo
Sou eu a musica que vejo nela. Onde’u começo?
Eu vejo, eu vejo, eu vejo
Eu vejo com meu amigo. Percebo que ela percebe
Ele me diz coisas pra falar que não tenho coragem
Neste agora eu não sei o que funciona. Só sei. Cuido
Ajeito a gola da camisa e já me sinto um covarde
Eu quero, eu quero, eu quero
Eu quero’s quadris e mia cabeça no movimento
E o relâmpago de um olhar eletriza-se em mim
No jogo dos seios, o corpo inteiro me balançando
Tô cego! Pisquei e meus olhos já ardiam assim
Respiro, respiro, respiro
Eu respiro sem ar! Minha língua lambe hummmmidos
A música acabou e não fui dançar. Deus!!! Eu perdi.
Perdi e me perdi de mim. Sem mistura de mim comigo
Engulo meu coração. Eu, irremediavelmente, já explodi
Eu quero, eu quero, eu quero
Eu quero um balanço de copo ainda na dança
Erro a boca e derramo todo o líquido na camisa
Ela põe olhos em mim e engulo o gelo do líquido
Me sinto atravessado, ela começa a rir. Eu sou tolo
Não sei. Sou coragem? Gritei: foi você quem fez isso!
Pilhado. Eu não escuto mas entendo bem o: eeuuuu???
Faço um sinal. Peço-a pra parar. Mas ela não pára
Me livro do corpo. Engulo. Me viro limpando a camisa
Me sinto tonto. Arrasto meus pés na direção dela
Tudo, tudo, tudo
Tudo gira lindo no assento de proporções em quadris
E me provoca lembranças densas como eu nunca vivi
A linha do decote eleva o rosto que corta-meu-descorpo
E pousa pequenos olhos enormes. Olhos nos meus
- o que foi que eu fiz? Mal escuto o que diz o batom
- é que eu fiquei tão enfeitiçado olhando para o seu…
Eu tenho que limpar a camisa. E continuo tentando
Ela deu uma gargalhada simpática: como assim?
E eu: posso sentar? Ela balançou a cabeça. Sim. É sim!
Sim! Agora eu sei! Sim! Agora eu tenho meu corpo. É sim!
De repente....
muito feroz e bastante lúcido tudo parou, virou do avesso e assustou.
Não seria esse avesso o repensar que o mundo estava necessitado?
entre o sim e o não prefiro ficar com aquela velha sensação de transformação
e novo olhar sob o mundo e sua adaptação.
Josiel Barros
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LUCIDEZ
precisamos dela
nem que seja como a flor de lótus
que em cem anos
floresce apenas uma vez
POEMA DE AGORA
tem coisas que não podem ser adiadas
tem gozo que precisa ser hoje
dores que urge agora
risos que não evitam prantos.
Mas, o pior dos inventos é o fingimento Precisamos de palavras
esse não tem adiamento. Carlos Pontes que pulem fora das páginas
Um vírus e um presidente Olha só, mas quem diria! Alguns pastores sem noção
Ambos fora de controle Que alcançaríamos o dia, Numa loucura pelo dizimo
A nos perturbar Dos mascarados dentro da lei! Podem dizimar uma nação.
Claucio Ciarlini
Precisamos de palavras
que pulem fora das páginas
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Em tempos de quarentena
Em tempos de quarentena, muitos tem buscado diversas formas
de ocupar a mente, seja por aprender um instrumento, leitura, pintura fil-
mes, todos acham uma forma produtiva de se distrair e evitar ficar pensan-
do apenas na situação atual em que vivemos.
Minha indicação não vai apenas para um filme, mas para
uma coletânea de filmes de um estúdio de animação que poucos
conhecem, e merece destaque. Estou falando do Studio Ghibli,
estúdio de animação japonês fundado em 1985 por Hayao Myia-
zaki e Isao Takahata, é considerado por muitos como a “Disney”
japonesa, diferente das animações convencionais que vemos hoje
(computação gráfica), o studio ghibli usa o estilo tradicional de ani-
mação, frame por frame, feito à mão.
O Studio ficou mundialmente famoso por filmes como Tu-
mulo dos vagalumes, uma animação que é considerada pela críti-
ca especializada como um dos melhores filmes de guerra já feitos,
apesar de ser uma animação de 1988, ela consegue passar uma
mensagem muito forte, muito raro ter alguém que assista e não
venha a lacrimejar.
Como dizia Charles Chaplin, “O que importa num fil-
me não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imagi-
nação, os 22 filmes do Studio Ghibli até o momento, é como se
fosse um portal para um universo gigantesco que poucos conhecem, onde lá você encontra de tudo um pouco, personagens
cativantes e aventuras peculiares.
Diferente de animações comuns como, meu malvado favorito, shrek e outras que tem como objetivo divertir, o Stu-
dio Ghibli insere a pessoa em um mundo de fantasia, arte, musicalidade de uma forma sutil e delicada com alguns roteiros
simples mas contendo camadas que levam a reflexão, e ao mais importante, usar a imaginação, coisa que quando adultos,
deixamos de usar com frequência.
Para quem deseja conhecer, com exceção de Tumulo dos vagalumes, todos os outros filmes estão disponíveis na Netflix, e minha
recomendação inicial para aqueles que se interessarem, são: Meu Amigo Totoro (personagem do qual representa a Logo do Studio), A
viagem de Chihiro (filme ganhador do Oscar de melhor animação de 2002), Princesa Mononoke, Porco, O serviço de Entregas da
Kiki, Sussurros do Coração, O castelo Animado, O Mundo dos Pequeninos, Vidas ao Vento, O Conto da princesa Kaguya e As
Memórias de Marnie.
Josué Calixto
ATESTADO MÉDICO
Era o médico mais respeitado da cidade. A sua reputação de homem íntegro, honesto e ético era exemplo para todos.
Não havia ninguém que ousasse lhe solicitar algo que não fosse absolutamente correto, pois além de receber um so-
noro não levaria de brinde uma lição de ética.
Maria os acompanhava a mais de vinte anos, era tratada como se fora da família. Participava de todas as conversas,
casou, teve um filho e ficou viúva antes de completar dez anos de casada.
Passados três anos arranjou um namorado, mas em pouco tempo se desiludiu. O dito cujo era beberrão e brigão. En-
tão, jurou não ter mais homem na sua vida. Muitos anos depois conheceu um rapaz muito respeitoso e se apaixonou
perdidamente. Passou a andar arrumada e perfumada, mesmo dentro de casa.
Serviu o jantar e ficou parada ao lado do médico, passados alguns minutos criou coragem e lhe pediu um atestado
médico. Ele estranhou o pedido e perguntou – Maria, pra que tu queres um atestado médico? – Baixou os olhos,
envergonhada, e disse: – o Sr. sabe que estou namorando?! Meu namorado quer casar, mas disse que só casa se eu for
virgem. Por isso, eu queria que o Sr. me desse um atestado de virgindade.
– Tu tá doida Maria! Tu foste casada por dez anos, teve um filho, depois ficou com um sujeito por não sei quanto
tempo e agora quer que eu te dê um atestado de virgindade? – Não posso fazer isto.
Ela não se deu por vencida e pediu, quase chorando, que ele a examinasse e desse o atestado, pelo amor de Deus.
O médico muito tranquilo com um sorriso no rosto disse que a examinaria, mas o máximo que poderia atestar era que
ela era uma mulher de pouco uso.
Benedito Lima
Pág. 20 | O Piaguí | Edição em Quarentena www. opiaguionline.wordpress.com
Diário em Quarentena
Por um apelo interior me recolho em pensamentos. Avalio minhas
prioridades no labirinto da vida, na falácia dos homens, na mentira dos
espertos. Mantenho a mente aberta e escuto o que me incomoda, o que
não quero ouvir, o que não quero seguir. Necessário, sempre. Como não?
Em meio ao caos da incerteza, das lideranças, das doenças e do
mundo, reflito porque somos uma das poucas espécies no mundo ani-
mal que dorme de barriga para cima. Não seria para que quando ao dor-
mir no relento, contemplássemos as estrelas? Não seria um sinal de que
o universo lá fora é tão vasto, que nossos problemas aqui nos tornam
insignificantes? Pois, enquanto brigamos por milímetros de terra, te-
mos trilhões de planetas para explorar, não seria para que observásse-
mos que há tantos lugares para estar, mas que somente unidos teremos
a oportunidade de visitar? Tantos a contemplar, tantos para habitar. A
ciência no mundo precisaria ser uma só, sem barreiras, sem idiomas,
sem países. Deveríamos ter um grande Hard Disk de livre acesso para
que pesquisadores alimentassem e coletassem livremente. Só assim,
realmente, nos projetaríamos ao universo. Talvez, nossa única chance.
Mas quando de pé, só olhamos para baixo, para o lado, para o
outro, para a vida do outro. Com foco no erro. Ninguém liga se 99%
deu certo, você será julgado por apenas 1% de erro. Para cima, quan-
do em pé, quase sempre temos o sol, que nos ofusca a visão, que nos
tira a razão. Somos seres noturnos, não tenho dúvidas, pois a noi-
te nos traz sempre a lua, as estrelas, o descansar. O renovar das
energias, o recarregar das baterias. Adoro a noite, é muito pessoal.
Vejo digladiadores, defensores da sabedoria do “vento”, que-
rendo impor ideias, ideologias, partido A, partido B. Quando o maior
ponto de discussão está a nossa frente; renda básica universal, ajudar
aqueles menos favorecidos, construir máscaras, respiradores de baixo
custo, promover encontros virtuais, ouvir música, falar de poesia, jan-
tar com a família todos os dias, limpar a casa, reunir roupas e coisas
que já não tem mais serventia para doar a quem precisa, ler o livro que
queria, ver fotos, ver filmes. Desligar a TV, se encantar com os bebes.
Rezar por aquele que partiu, pelos aflitos, pelos enfermos e enfermei-
ros. Aplaudir o gari, o eletricista, o médico, o maqueiro, o entregador.
Penso eu, que tudo que estamos vivendo é uma oportunidade es-
piritual que traz uma pergunta incessante e diária. Você quer continuar
aqui? Então estenda a mão, ajude o irmão, abra o coração. E quando
dormir de barriga para cima lembre! Somos insignificantes em meio a
imensidão e só iremos sair daqui se aprendermos a dar as mãos.
Rodrigo C. Ciarlini
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