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Fig. 1
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- os chifres do gamo, que, como qualquer cervídeo que
perde periodicamente os seus chifres que voltam a crescer
posteriormente, é muitas vezes assimilado à árvore da vida,
daí ser o símbolo da vitalidade. E de tal forma que os
cervídeos do Zoo de Pekin têm de ser protegidos a fim de
evitar que lhes cortem os chifres acabados de crescer, aos
quais, uma vez secos e reduzidos a pó, os chineses atribu-
em propriedades afrodisíacas;
- os olhos do coelho, símbolo da fecundidade;
- as orelhas da vaca, símbolo da abundância;
- o pescoço da serpente, símbolo da estabilidade e da paz
para os orientais;
- o ventre da rã, que era utilizada na China antiga para
obter a chuva. O principal simbolismo da rã está portanto
em relação directa com o seu elemento natural: a água
indispensável à vida;
- as escamas da carpa, peixe sagrado que simboliza a
Fig. 6 - Desenho de um selo do tipo “Grande Dragão”
coragem e a perseverança, símbolo da virilidade a carpa é
o símbolo dos rapazes;
- as garras do falcão, símbolo solar, sempre ascencional,
no plano físico, intelectual e moral;
- as patas do tigre, animal caçador que na Asia simboliza
o poder temporal forte adquirido pelas armas.
Além disso o dragão protege a “pérola da noite”, que é suposta
possuir virtudes miraculosas contra a doença. Os dois ramos
que saem da “pérola da noite” simbolizam os raios luminosos.
O dragão é o seu guardião.
A partir da discrição de todos os símbolos associados ao
dragão é fácil compreender que este animal fabuloso é a
resultante de uma muito longa tradição, de contos, lendas
Fig. 7 - Envelope patriótico emitido em 1862 pelos Nortistas. Os
Sulistas, simbolo do mal, são representados por uma serpente e tradições populares.
cascavel dominada por uma águia de cabeça branca, desde 20 de
Junho de 1782 adoptada pelo Congresso como símbolo oficial dos A SERPENTE
Estados Unidos. Os cristãos atribuem à serpente uma simbólica análoga à
que atribuem ao dragão. Para eles a serpente é o símbolo
do mal sob todas as suas formas. Numerosas peças
filatélicas refletem essa crença.
A serpente símbolo da paz para os Gregos e para os
Hindus.
É evidente que se os farmacêuticos e os médicos adopta-
ram a serpente nos seus caduceus é porque este animal
representava para eles algo diferente de um símbolo ma-
léfico.
Tal porvém da mitologia grega que conta que Hermes, ten-
do encontrado na Arcadia duas serpentes a lutar, separou-
as com a bengala em torno da qual elas se enrolaram
apaziguadas. Os Gregos derivaram daí o caduceu, símbo-
lo da paz. Notar que se o caduceu dos farmacêuticos tem
Fig. 8 - Inteiro Postal do México, ilustrado com uma águia segurando
duas serpentes, o dos médicos tem uma única (Fig. 10).
uma serpente no bico. É o símbolo nacional do México. Representa a As serpentes na religião hinduísta são consideradas, jun-
dualidade entre o Céu e a Terra e o combate travado entre o Bem e o tamente com os dois grandes Deuses Védicas VISHU e
Mal. Este símbolo tem origem numa lenda que conta que a antiga CIVA, como transportadoras do mundo ao qual assegu-
cidade de Technotilan, a actual Cidade do México, foi fundadda no
próprio local em que os Aztecas viram uma águia gigantesca levantar
ram a estabilidade. Daí a simbólica da paz que lhes está
voo com uma serpente no bico. Para os fãs da zoologia a águia associada nesta religião.
representada é um CARANCHO, nome local da CARACARA. É este símbolo da paz e da estabilidade, trazida pela pro-
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Fig. 11 - Inteiro Postal de GWALIOR (Estado Indiano).
O CAVALO
Uma crença ancorada na memória dos povos europeus
associa o cavalo às trevas do mundo subterrâneo. Por
consequência, na sua qualidade de divindade soberana, o
cavalo conhece os caminhos da água e é suposto, tal como
Pégaso, o cavalo mágico, ter o dom de ser capaz de fazer
brotar fontes batendo no solo com os cascos (Fig. 13).
Senhor das águas subterrâneas, o cavalo pode também sim-
bolizar tudo o que se relaciona com a água em geral. As-
sim é o cavalo que puxa o carro de Neptuno, o Deus do
Mar (Fig. 14). São também cavalos que Britânia escolheu
para puxar o seu carro que emerge dos oceanos (Fig. 15), Fig. 13 - Pégaso, o cavalo mágico.
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Fig. 17 - O cavalo de sete cabeças e o carro do sol
BIBLIOGRAFIA
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain, «Dictionnaire des
Symboles», Robert Laffont
IRELAND, Philip W., «The Large Dragon», Editions Robson
Lowe Ltd
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