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Universidade Regional do Cariri

Campus avançado de Campos Sales

PROJETO DE PESQUISA
As representações do mal no imaginário cultural e sua materialização na literatura
popular

Área do conhecimento: Linguística, Letras e Artes


Sub-área do conhecimento: Literatura Comparada

Me. Francisca Carolina Lima da Silva

Crato, Ceará 2022

As representações do mal no imaginário cultural e sua materialização na literatura


popular
URCA - Francisca Carolina Lima da Silva
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1. Introdução/Justificativa

O mal está presente na história da humanidade desde tempos remotos. Ele é


responsável por apreender e justificar os medos que permeiam a existência do homem.
Sendo assim, se materializa em diversas representações, tendo em vista o caráter
multifacetado da cultura humana, como salienta Valmor da Silva:

As várias representações culturais do mal, adaptadas a cada época ou


sociedade, são, na verdade, projeções de seus medos e de suas desgraças.
Desse modo, o mal se revestiu de diversas representações, mascarado
como diabo, demônio, satanás e tantos outros personagens. (VALMOR
DA SILVA, 2011, p. 122)

As representações do mal estão geralmente ligadas a conceitos religiosos, uma vez


que esse é um elemento bastante utilizado por diversas crenças na “propagação” direta e
indireta do medo e da subordinação. Nesse sentido, para a sociologia da religião,

o mal é aquilo que foge aos padrões estabelecidos pelo grupo social. A
ordem pública é atribuída a um deus, tanto mais forte quanto mais ético. O
correspondente comportamento ético dos fiéis é assegurado pelo tabu, que
determina normas e proibições. Quebrar o tabu ou contradizer o
comportamento ético da divindade é incorrer num desvio conhecido como
pecado. (WEBER apud VALMOR DA SILVA, 2011, p. 124)

Esse pecado, portanto, representa o mal. Nesse sentido, a existência do mal é


incontestável, ele é intrínseco à percepção do homem sobre o mundo, principalmente no
contexto ocidental, tendo em vista o fato de seu ideário cultural ser influenciado,
principalmente, pelo Catolicismo. Isso, portanto, faz com que o homem compreenda o
mundo com base nos dogmas fundados e perpetuados pela Igreja Católica, sobretudo se
considerarmos que um dos seus principais preceitos é a relação de dependência entre o bem
e o mal.
Na história do ocidente o mal não era visto como uma entidade, não possuía um
representante, uma vez que o Judaísmo se baseava em um monoteísmo, que rejeitava
quaisquer outras divindades, não abrindo, portanto, espaço para a crença na personificação
do mal. Entretanto, Luigi Schiavoafirma que a crença no mal fazia parte da teologia de
Israel, principalmente da religiosidade popular, vindo a se expandir no judaísmo tardio.
Essa crença foi materializada em uma espécie de demônio, que vinha a ser uma “figura
independente do mal”, mas, que era “difícil de ser identificado no Antigo Testamento por
ser fruto de uma grande mistura cultural, com influências da magia, da religiosidade
popular, do ritualismo apotropáico oficial, do simbolismo poético” (SHIAVO, 1999, p.
133).
Portanto, para os judeus, inicialmente, Iahweh incorporava o bem e o mal. Com o
passar dos tempos eles perceberam a inviabilidade dessa incoerência, e passaram a acreditar
que Deus fosse capaz de fazer apenas o bem, atribuindo, então, o mal ao inimigo desse
Deus, ou aquele que se opôs à sua onipotência, é Satã, antagonista de Iahweh.
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Assim, oJudaísmo inaugura uma nova forma de compreender o mundo visível
(terreno), e, principalmente, o invisível (espiritual). Eles passam então a demonizar seus
adversários, como esclarece Lazarini Neto: “A tradição religiosa judaica reuniu e
sistematizou o conceito do Grande Inimigo, determinando assim a figura, as atitudes e a
esfera de ação do mal” (LAZARINI NETO, 2006, p. 2).
Com o advento do Catolicismo, essa necessidade de corporificar o mal, no sentido
de afastá-lo de Deus, se torna latente, como nos esclarece Nogueira: “Era necessária para a
coletividade cristã a existência e a encarnação do Mal. Era preciso que fosse visto, tateado,
tocado, para que o Bem surgisse como a graça suprema – o Belo e o Divino, em oposição
ao Horrível e Demoníaco” (NOGUEIRA, 2002, p. 103).
Assim, o mal passa a fazer parte do cotidiano do homem católico, pois ele é
utilizado como ferramenta para sistematizar e potencializar a crença absoluta do homem na
necessidade da bondade de Deus. Aos poucos

o “horror diabólico” domina as consciências cristãs. Nas igrejas, pregam-


se as penas infernais. A fantasia dos eclesiásticos deve chocar, provocar
terror: lagos de enxofre, diabos armados de chicotes, dragões, água e
piche ferventes, fogo e gelo, infinitas torturas. Eis o Inferno: livre campo à
fantasia, livre curso a todas as crenças tradicionais. O Diabo causa terror
e, através de sua figura e de sua ação no mundo, impõe-se um rígido
código moral. As narrações se intensificam, crescem e ganham corpo, na
forma das visões apocalípticas. (NOGUEIRA, 2002, p. 77)

O mal, através da figura do diabo, é responsável por fundar um tipo de fé pautada


no medo e na ameaça. E essa estética do Mal,

oriunda de um medo crescente, de uma sensação de impotência em


relação à desgraça da vida material, transforma o homem em dois seres
opostos complementares; o homem que anseia pelo Bem, cada vez menos
perceptível e distante, e aquele que teme o Mal, sempre presente, e que
tenta expulsá-lo, através da sua compreensão e descrição em todas as suas
dimensões, como um sacerdote frente a uma divindade aterradora e
implacável. (NOGUEIRA, 2002, p. 103-104)

Assim, percebemos que o Cristianismo tem grande responsabilidade na construção e


na incorporação do mal na vida cotidiana do homem moderno. A presença constante dele -
do Mal, - em suas várias representações, é assídua e imanente na vida do homem, religioso
ou não.
Modernamente, a maneira como o mal se corporifica é múltipla e variada, haja vista
o perfil da existência moderna, marcada pela hibridização cultural. Desse modo, surgem
novas formas de materializar o mal, distintas da figura arqui-conhecida do diabo. Na
literatura, a temática da maldade deu origem a obras de arte de diversas vertentes, que o
incorporam em suas variadas facetas (o horror, o crime, a violência, a tragédia, o
sofrimento ou a dor infringidos). Destarte, o texto literário pensa e representa o mal de
formas variadas.

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Essa multiplicidade de possibilidades de materialização da maldade se justifica pelo
fato de a arte representar o transbordar do pensamento e do sentimento do homem para com
o mundo. Nesse sentido, as formas de ver e sentir o mal se dão de infinitas formas,
dialogando com o ideário cultural humano. No contexto da cultura e daliteratura popular,
por exemplo, estudos mostram que “a imaginação atribui ao mal tudo o que está fora da
compreensão humana e distante de uma explicação razoável, criando figuras e ícones que
representem o demoníaco” (LAZARINI NETO, 2006. p. 2).
Dessa maneira, a forma como o mal se corporifica na literatura é instigante de
reflexão, pois possibilita o diálogo com a relatividade da incorporação de dogmas e
universos culturais fundados pelo homem. Nesse sentido, este projeto pretenderefletir de
que maneira a literaturacumpre a função de representaracontecimentos que se
dãonaconsciência cultural do homem, objetivando analisar as variadasformas de
representação de um dado - nessecaso o mal -
comomaterializaçãodaindividualidadedohomem, no âmbito da cultura e da literatura
popular, que emnossacompreensãopossuiuma forma particular de compreendê-lo e
materializá-lo.
Por fim, dada a relevância do tema, almejamos contribuir para as pesquisas no
sentido de analisar o mal como forma de representação da multiplicidade e da relatividade
do ideário do homem comum, ambientado no contexto vivencial rural e interiorano.

2. Objetivos

Considerando o crescente espaço que os estudos de literatura que envolvem conceitos


culturalmente construídos - e dentre eles se inclui o conceito de bem e de mal - têm
adquirido, assim como a importância das duas linhas de pesquisa explanadas na seção
anterior, este projeto visa a despertar a atenção dos aluno (a)s pesquisadores para as
relações entre tais conceitos filosóficos, teológicos e míticos, assim como pensar a literatura
enquanto forma de materialização da problemática desenvolvida pelo estudo de tais pontos
no decorrer da história do desenvolvimento humano, além de buscar sentidos
contextualizados para essas relações. A partir daí, pretende-se ainda:

 Estabelecer a investigação de traços da presença da representação do mal em


obras populares selecionadas pelo professor coordenador com a ajuda do
aluno (a) bolsista, de acordo com o perfil de interesse deste;
 Investigar de que forma foi desenvolvido e corporificado o conceito de mal
no âmbito da cultura ocidental, através do estudo de obras teóricas de teor
filosófico, sociológico e teológico, que fundamentam tal assunto;
 Analisar de que maneira esses conceitos de mal se corporificam e são
representados no âmbito literário;
 Perceber de que maneira os conceitos de mal são materializados nas obras
literárias selecionadas;
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 Encorajar os aluno (a)s pesquisadores a desenvolver-se enquanto potenciais
críticos literários, atentando para as minúcias das obras estudadas,
especialmente aquelas que envolvem ideologias, identidades,
discriminações, repressões e transgressões;
 Tornar os aluno (a)s pesquisadores mais atentos às estruturas que sustentam
o mundo que os rodeiam, desenvolvendo suas capacidades de avaliação
crítica da sociedade em que vivem, em especial das suas estruturas
ideológicas e culturais;
 Promover a produção científica dos aluno (a)s pesquisadores na área de
Literatura Comparada, assim como a apresentação dessas produções em
eventos ou mesmo sua publicação em periódicos ou afins.

Entende-se, assim, que o projeto em questão busca mais que um trabalho de pesquisa
literária, pois pretende tornar os envolvidos em tal empreitada mais politizados e críticos,
capazes de refletir e relativizar situações a partir das formas de um mesmo conceito, ideia
ou mito, representadas de diversas maneiras através de variadas obras, que compõem o
gênero literáriopopular, percebendo assim que o homem, através do desenvolvimento do
pensamento, é capaz de relativizar universos culturais que ele mesmo criou e que o
suplantou. Assim, eles serão capazes de perceber estados e ações de maneira mais
consciente e de defender seus pontos de vista de maneira coerente e justa.

3. Materiais e Métodos

A primeira etapa a ser concretizada para que as pesquisas possam tomar corpo é a
própria delimitação do objeto de estudo, em nosso caso, a definição do conceito do mal,
abordando desde suas origens até a multiplicidade de abordagens no contexto moderno e
sua compreensão na dinâmica popular. Após isso, será procedida a escolha das obras
literárias a serem analisadas, essa seleção, é importante que se coloque, partirá de um
consenso entre professor orientadora e aluno (a) pesquisador, que devem levar em
consideração a importância da obra em seu contexto histórico, assim como sua situação no
contexto atual, – o que não significa dizer que esta tenha de ser uma obra de renome –
assim como as possibilidades de investigação que nela se mostram. Serão sugeridas pelo
orientadora obras que compõem as manifestações literárias que marcamo conjunto popular,
formado por poetas cordelistas ou não, podendo agregar as mais variadas formas de
manifestações artísticas literárias, oriundas por exemplo da poesia oral.
A partir daí, para que se possa proceder à identificação e sistematização das relações
da representação de mal nas obras escolhidas para estudo, é preciso que o professor
orientadora e oaluno (a)(a) pesquisador levem a cabo pesquisas de cunho cultural, histórico,
sociológico e até mesmo filosófico. Destarte, a pesquisa teórica se caracteriza fundamental,
sendo que algumas obras se constituem como leituras basilares para a consecução dos
objetivos instaurados. Podemos citar algumas como:

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- A literatura e o mal: Georges Bataille
- O mal: um desafio à filosofia e a teologia - Paul Ricoeur
- O mal e suas representações simbólicas - Schiavo
- O diabo: a máscara sem rosto: L Link
- História geral do diabo: G.Messadié
- Do mal: para introduzir em filosofia o conceito de mal: Denis L. Rosenfield
- Discurso político no folheto de cordel: A “besta-fera”, o Padre Cícero e o Juazeiro –
Claudia Rejanne Pinheiro Granjeiro
- O gótico nordestino: Cristiano Aguiar
- Ideologia, mentalidades e imaginário: cruzamentos e aproximações teóricas: Márcia
Janete Espig
- Os arquétipos e o inconsciente coletivo: Carl Gustav Jung
- Os modos de sentir o mundo: a história das mentalidades e sua relação com o
inconsciente coletivo: Amanda Muniz Oliveira
- Narrativas na história oral: Verena Alberti
- A Cultura Popular em uma Perspectiva Empenhada de Análise e Riqueza de pobre
e o conto popular: um fazer dentro da vida: Ignez Maria Ayala
- NarrativasPias Populares: Osvaldo Elias Xidieh
-
Obs: As referências de tais obras, assim como as citadas ao longo do projeto se encontram
na penúltima seção deste Projeto de Pesquisa, em “Referências”.

Sendo estes apenas exemplos de leituras obrigatórias aos pesquisadores, que pautam
a investigação acerca da origem e representação do mal, além de obras literárias a servirem
de objeto de estudo na pesquisa, ressalta-se que a fundamentação teórica também deve
levar em conta, obviamente, os interesses particulares de cada pesquisa, de acordo com as
escolhas das obras a serem estudadas por professor e aluno(a).
O acompanhamento desses estudos deve ainda ser feito com base em fichamentos
comentados apresentados periodicamente peloaluno (a) pesquisador, mas também por meio
de encontros periódicos com aorientadora, nos quais eventuais dúvidas poderão ser sanadas
e pontos mais intrincados da pesquisa poderão ser discutidos. Além de discussões com
aorientadora e demais participantes da vertente local (Campos Sales) no grupo de pesquisa
“Tradição, mitos e lendas: vertentes do mal na Literatura”, vinculado a Universidade
Federal do Ceará, coordenado pela professora Ana Márcia Alves Siqueira. Ressalta-se que
estes encontros deverão se repetir ao longo de toda a pesquisa, ou seja, até a fase de
produção científica pelos aluno(a)s envolvidos.
A partir de um bom alicerce teórico, os trabalhos serão conduzidos, então, para a
identificação das variadas representações do mal nas literaturas indicadas. Nesse ponto, a
apresentação de esboços escritos das análises efetuadas também se fará importante, uma
vez que aponta deficiências ocasionais dos aluno(a)s em seus estudos, mostrando
aprofessora-orientadora para que caminhos direcionar as pesquisas.

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A apresentação e discussão dos pontos observados em artigos científicos
constituem-se o passo final das pesquisas e mostrarão se estas foram relevantes, além de
externar se os envolvidos souberam desenvolver sua capacidade reflexiva no que tange aos
assuntos abordados, além de demarcar se um posicionamento sócio-político foi tomado de
forma coerente. Além da apresentação desses resultados finais em eventos obrigatórios,
caso os resultados sejam positivos, a apresentação e publicação destes em outros eventos
e/ou periódicos será estimulada, de modo a inserir os aluno(a)s de Iniciação Científica no
universo dos pesquisadores das Letras.

Obs.: Paralelo a pesquisa, o bolsista seráresponsável por dirigir os debates semanais


propostos no grupo de estudo, supervisionados pela professora coordenadora, além de
assessorar as atividades do referido grupo, em sua organização. Além disso, irá monitorar
as pesquisas e atividades dos membros do grupo e auxiliá-los na produção de seus textos
académicos, oriundos dos debates desenvolvidos durante as atividades do grupo de estudo.

4. Cronograma de desenvolvimento

Principais Atividades do Projeto e Responsáveis:


I. Levantamento bibliográfico Todos
II. Desenvolvimento do modelo conceitual Pesquisador
III. Implementação do modelo Todos
IV. Avaliação e testes Bolsistas
V. Apresentação de resultados Pesquisador

Cronograma de Execução do Projeto


Ativi
Bimestres
dades

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

I X

II X X X X X

III X X X X X X X

IV X X X X X X X

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V X X

I. Definição da(s) obra(s) literária(s) a ser(em) Mês 1 Professora


estudada(s); orientadora e
aluno (a)
pesquisador
II. Análise das possibilidades investigativas de Mês 1 Professora
cada obra literária e definição dos pontos a serem orientadora e
pesquisados; aluno (a)
pesquisador
III. Definição da fundamentação teórica que Mês 2 Professora
embasará o projeto de pesquisa do aluno (a) orientadora
pesquisador;
IV. Estudo das obras indicadas (a geral e a Mês Aluno (a)
específica) e fichamentos e discussão dos 3, 4, pesquisador
resultados obtidos na leitura junto ao grupo de 5 E
estudo; 6
V. Análise dos fichamentos e tira-dúvidas dos Mês Professora
orientandos; 5, 6 orientadora
E7
VI. Esboços do resultado das leituras teóricas; Mês Aluno (a)
6e7 pesquisador
VIII. Definição dos pontos a serem abordados em Mês 7 Professora
artigos científicos; orientadora
IX. Produção dos artigos; Mês Aluno (a)
8, 9 pesquisador
e 10
VIII. Correção dos artigos; Mês Professora
9 e orientadora
10
IX. Apresentação ou publicação dos artigos Mês Professora
produzidos em revistas, eventos, congressos. 11 e orientadora e
12 aluno (a)
pesquisador

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5. Resultados Esperados

A partir das investigações concretizadas pelos envolvidos nas pesquisas sobre a


representação do mal na literatura, espera-se que discussões importantes, que revelam o
discurso cultural de um povo, escondidas em obras literárias possam ser confessadas e
debatidas, enriquecendo a fortuna crítica das obras em questão. Mais que isso, espera-se
que as pesquisas em si contribuam para uma maior reflexão sobre a forma como os
universos culturais criados pelo homem são legitimados, chegando em determinados casos,
inclusive, a suplantá-los, demonstrando assim a relativização dos dados que se caracterizam
como verdades extremas no âmbito da cultura ocidental.
Ao final das pesquisas empreendidas, também se almeja observar uma evolução dos
envolvidos quanto às competências necessárias para a formação de um bom crítico literário.
Em especial com relação aos aluno(a)s pesquisadores, espera-se que esses possam obter,
através das atividades desenvolvidas, uma maior preparação para uma possível pós-
graduação nas Letras, sendo que a capacidade de análise literária se faz fundamental para
os estudos aí realizados.

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6. Referências

AGUIAR, Cristhiano. O Gótico Nordestino. São Paulo: Alfaguara, 2022.

AYALA, Maria Ignez Novais; AYALA, Marcos (org.). Riqueza de pobre e o conto
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_______________________________________________. Metodologia para a pesquisa
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BATAILLE, Georges. A literatura e o mal. Tradução: Suely Campos. Porto


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FELDMAN, Sergio Alberto. A presença do Diabo no cotidiano medieval judaico: os


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GUNNEWEG, Antonius H. J. Teologia Bíblica do Antigo Testamento: uma história da


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GRANGEIRO, C.R.P. Discurso político no folheto de cordel: A “besta-fera”, o Padre


Cícero e o Juazeiro. Tese de Doutorado. UNESP/Faculdade de Ciências e Letras de
Araraquara. São Paulo, 2007.
_________________. O discurso religioso na literatura de cordel de Juazeiro do
Norte. Crato: A Província Edições, 2002.

JUNG, C. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.


FinitudYCulpabilidad: elHombreLabil y LaSimbólicadel Mal. Madrid: TaurusEdiciones,
1982.

LACERDA, Erasmo Peixoto. Representações do diabo na literatura de cordel: a


demonização do negro em Leandro Gomes de Barros (1893-1918). Fatos e versões:
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LAZARINI NETO, Antonio. O Mal: Transformações do Conceito na Tradição


Judaico-Cristã. Revista Theós de Reflexão Teológica. 2ª edição. Campinas: Faculdade
Teológica Batista de Campinas, jun. 2006.

LINK, L.O diabo: a máscara sem rosto. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
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MESSADIÉ, G.História geral do diabo. Lisboa: Europa-América, LDA, 2001.

MUCHEMBLED, R.Uma história do diabo: séculos XII-XX.Rio de Janeiro: Bom


Texto, 2001.

NITRINI, Sandra. Literatura Comparada: história teoria e crítica.2 ed. – São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2000.

NOGUEIRA, C. R. F. O diabo no imaginário cristão. Bauru: EDUSC, 2000.

OLIVEIRA, Amanda Muniz; BASTOS, Rodolfo. Os modos de sentir o mundo: a


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Teoria e Historiografia | V.6, n.2, Agosto – Dezembro de 2015. Belo Horizonte: UFMG.

ROSENFIELD, Denis. L. Do mal: para introduzir em filosofia o conceito de mal.


Porto Alegre: L&PM Editores, 1988.
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RICOEUR, Paul. O mal: um desafio a filosofia e a teologia. Tradução: Maria da


Piedade Eça de Almeida. Campinas: Papirus, 1988.

SCHIAVO, Luigi. 2000 Demônios na Decápole: Exegese, História, Conflitos e


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______________. O mal e suas representações simbólicas. Revista Estudos da
Religião, São Bernardo do Campo, n. 19, p. 65-83, 2000.

SILVA, Valmor da. Os poderes do mal e as máscaras do diabo. Revista PistisPrax., Teol.
Pastor., Curitiba, v. 3, n. 1, p. 121-135, jan./jun. 2011.

XIDIEH, Osvaldo Elias. Narrativas Pias Populares. São Paulo: Instituto de Estudos
Brasileiros da USP, 968.

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7. Termo de Compromisso

Eu, Francisca Carolina Lima da Silva, me comprometo, no melhor de minhas


habilidades e capacidade a cumprir o previsto neste Projeto.

Declaro que ao assinar este Projeto:

1) Atesto minha opção voluntária em desenvolvê-lo;

2) Atesto conhecimento dos marcos legais relevantes;

3) Atesto meu comprometimento em agregar valor em Pesquisa à

Universidade Regional do Cariri;

4) Atesto estar ciente que o descumprimento deste Projeto, ressalvadas

causas de força maior, pode implicar, em cancelamento da cota de bolsa;

Em, 08 de março de 2022, Crato - Ceará, abaixo assino em sinal de minha

concordância e compromisso para com meus pares.

FRACISCA CAROLINA LIMA DA SILVA

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