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Dedicatórias:
Ao maior de todos:
A Deus que me permitiu concluir esse trabalho. Um trabalho que acabou ficando bem maior (e
espero melhor) do que planejei.
A minha família:
Minha mãe que mesmo não entendendo bem o que eu faço, sempre me deu forças e
acreditou em mim. A minhas filhas que com toda sua energia e carinho sempre estão no meu
coração.
A meus seguidores:
O que dizer a essa galera? Poxa, é difícil classificar o quanto são importantes para mim!
No momento tenho mais de 61 mil inscritos no meu canal do YouTube, o que o faz, maior
canal de segurança do trabalho do mundo!
Em nosso site, os acessos diários são sempre expressivos, no Facebook temos mais de 120 mil
seguidores no total. No Instagram temos mais de 14 mil seguidores. No LinkedIn nossa rede
não para de crescer...
A meus clientes:
Muito obrigado por acreditar em nosso trabalho. Seja você um aluno de nossos cursos, ou
contratante da nossa consultoria em segurança comportamental, cultura de segurança,
liderança em segurança, etc.
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MEU DESEJO COM ESSE TRABALHO:
Meu desejo é que as palavras que compõem esta obra possam voar pelos ventos da rede
mundial de computadores, e que possam alcançar os mais diversos tipos de profissionais e
empresas, semeando o cuidado ativo nas vidas, nos corações e mentes daqueles que se
ocupam da proteção dos seres humanos. E assim, com um olhar mais humano e realista da
segurança, faremos funcionar nossas indústrias, nossas construções e nossas instituições por
este Brasil afora...
Um grande abraço!
ISBN nº 978-65-00-27207-9
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Sumário
MEU DESEJO COM ESSE TRABALHO: ............................................................................................3
PREFÁCIO .....................................................................................................................................6
CAPÍTULO 1. COMPORTAMENTO SEGURO ...................................................................................8
O INÍCIO: OS 4 TEMPERAMENTOS DA PERSONALIDADE ..........................................................9
1.2. ESTÍMULO QUE ELICIA CERTOS COMPORTAMENTOS........................................................9
1.3. O COMPORTAMENTO HUMANO PODE SER PREVISTO E CONTROLADO? .......................10
1.4. SKINNER: OLHO NA FORMA DE ENSINAR ........................................................................13
1.5. A INFLUÊNCIA DE SKINNER E DE OUTROS NA SEGURANÇA COMPORTAMENTAL ...........13
1.2. FATORES HUMANOS........................................................................................................15
1.2.1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS FATORES HUMANOS ...........................................................16
CAPÍTULO 2. NOVAS VISÕES DE SEGURANÇA: A HISTÓRIA MAIS PROFUNDA E O OLHAR
REATIVO .....................................................................................................................................21
COMPARANDO SEGURANÇA DO TRABALHO I E II ..................................................................21
2.1. PORQUE FOCAR NO QUE DÁ CERTO? ..............................................................................22
2.1.1. FALTA DE ACIDENTES DE TRABALHO, O PESADELO PARA O SESMT! ............................24
2.1.2. MUDANDO PARA A SEGURANÇA II: OS 4 PASSOS NECESSÁRIOS..................................24
2.2. ENTENDENDO O HOP (HUMAN AND ORGANIZATIONAL PERFORMANCE) ......................26
OS 5 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO HOP ........................................................................................26
2.3. O QUE A EMPRESA GANHA ADOTANDO A FILOSOFIA HOP? ...........................................30
CAPÍTULO 3. PUNIÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO: SERÁ QUE DÁ CERTO? ........................34
3.1. O QUE DIZEM ALGUNS DOS COLEGAS QUE UTILIZAM A “FERRAMENTA PUNIÇÃO”? .....35
3.1.1. ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O USO DA PUNIÇÃO X CONSCIENTIZAÇÃO ....................36
3.1.2. SOBRE UM RESULTADO PRÁTICO A RESPEITO DA PUNIÇÃO ........................................36
3.1.3. NESTOR, MAS TUDO ISSO É TEORIA! ............................................................................37
3.1.4. PORQUE FAÇO DDS E OS COMPORTAMENTOS NÃO MUDAM? ...................................37
3.1.5. UMA DAS MAIORES BARREIRAS AO COMPORTAMENTO SEGURO ESTÁ NA LIDERANÇA
...............................................................................................................................................38
3.1.6. MAS A PUNIÇÃO EM ALGUM MOMENTO PODE ENTRAR NA PAUTA? .........................40
3.1.7. O QUE FAZER PARA EVITAR A PUNIÇÃO? .....................................................................42
3.2. CULTURA JUSTA: A RESPOSTA AO ERRO HUMANO E A VIOLAÇÃO .................................42
3.2.1. A MAIORIA DOS ERROS NÃO TRAZ CONSEQUÊNCIA RUIM ..........................................42
3.2.2. O ERRO HUMANO TENDO COMO CAUSA, O SISTEMA DE TRABALHO ..........................43
3.2.3. O QUE É CULTURA JUSTA .............................................................................................43
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3.2.4. RESPOSTA AO COMPORTAMENTO DE RISCO ...............................................................47
3.2.5. RESPOSTA AO COMPORTAMENTO IMPRUDENTE ........................................................48
3.2.6. CONCLUINDO: CULTURA JUSTA ....................................................................................48
CAPÍTULO 4. O QUE É CULTURA DE SEGURANÇA? COMO MEDI-LA? .........................................53
4.1. CULTURA ORGANIZACIONAL OU CULTURA DE SEGURANÇA? .........................................53
4.2. O QUE É CULTURA DE SEGURANÇA? ...............................................................................53
4.3. O QUE É HEARTS AND MINDS? QUEM CRIOU ESSE MÉTODO? .......................................54
4.4. PARA QUE SERVE A ANÁLISE DA MATURIDADE DA CULTURA DE SEGURANÇA? .............54
4.5. CONHECENDO A METODOLOGIA HEARTS AND MINDS ...................................................56
4.6. RESULTADOS DA EVOLUÇÃO CULTURAL: HEARTS AND MINDS .......................................58
4.7. O EFEITO DA MELHORIA NA MATURIDADE DA CULTURA DE SEGURANÇA .....................59
4.8. ISSO NÃO FUNCIONA NAS EMPRESAS BRASILEIRAS! .......................................................60
CAPÍTULO 5. AS 5 CHAVES PARA MELHORAR OS COMPORTAMENTOS DOS TRABALHADORES .64
5.1. FAZER O V=0 ....................................................................................................................64
5.2. MELHORAR O CONTEXTO DO TRABALHO ........................................................................64
5.3. RECONHECIMENTO E RECOMPENSA ...............................................................................65
5.4. LÍDER PRESENTE ..............................................................................................................68
5.5. ENVOLVER O TRABALHADOR NA GESTÃO DE SST ...........................................................68
5.6. LIBERDADE PARA REPORTE ACIDENTES, ACIDENTES E ERROS .........................................69
5.7. OBJETIVO E PLANO ..........................................................................................................69
CAPÍTULO 6. O QUE É PROGRAMA DE SEGURANÇA COMPORTAMENTAL (BEHAVIOR BASED
SAFETY)? QUAIS OS BENEFÍCIOS DESSA ABORDAGEM? .............................................................73
6.2. O QUE É BEHAVIOR BASED SAFETY? ................................................................................74
6.3. QUAIS SÃO OS PILARES DO BEHAVIOR BASED SAFETY? ..................................................74
6.4. POR QUE ADOTAR O BEHAVIOR BASED SAFETY NO MEU NEGÓCIO? .............................76
QUEM É NESTOR W NETO? ........................................................................................................79
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PREFÁCIO
Eu odeio prefácios longos. Então serei breve por aqui.
Escrevi essa obra porque tendo a intenção de organizar alguns materiais escritos com outros
inéditos numa obra organizada e com sequência lógica a ser seguida. Facilitando a
compreensão do escrito e aumentando a possibilidade de aplicação nos ambientes de
trabalho.
Tudo o que escrevo na linha dos temas segurança comportamental, cultura de segurança,
novas visões de segurança, e interrelacionados, nasce do desejo de transformar a segurança
do trabalho em algo mais prático, aplicável e menos burocrático.
No Brasil temos uma legislação de segurança incrivelmente robusta, mas pouca aplicação
prática. Temos uma segurança do trabalho muito baseada na obrigação, que claro deve existir,
mas que por tanta obrigação, acaba às vezes sendo feita como algo para apenas “cumprir
requisito” ou para “apresentar ao fiscal”.
A preocupação das empresas em primeiro momento acaba sendo garantir segurança jurídica,
ou seja, não ser multada, enquanto os papéis relacionados a SST (segurança e saúde do
trabalho) se avolumam na mesa, o trabalhador está passando em baixo de carga suspensa na
operação.
Nossa forma de fazer segurança ainda tem a marca de focar no negativo. Quantos profissionais
de segurança você conhece que fazem reuniões com o empregador para apresentar os
resultados positivos do investimento em SST?
Por nossa atuação focada no negativo, frequentemente somos vistos como um mensageiro da
desgraça, aquele que só entra na sala do patrão para pedir (dinheiro, tempo para treinar
equipes, etc.) ou para relatar acidentes. Nossa atuação pode e deve ser mais do que isso!
Nossas escolas, na maioria dos casos, nos levaram a acreditar que a única forma de convencer
o empregador e os empregados a aderirem a SST é focando no negativo, mas o mercado tende
a rejeitar pessoas com esse tipo de foco. Então temos um dilema pela frente, não é?
Nosso dilema é que precisamos nos reinventar para conseguir nos encaixar o no mercado de
trabalho (ser aceito por ele) e prover as melhorias que a organização precisa.
Com esse livro você terá as bases para ter um papel bem mais proativo e ativo, e centrado no
positivo. E isso permitirá a empresa entender que investir em segurança faz bem para o
negócio. E permitirá ao profissional de segurança alcançar a valorização profissional e o
cumprimento do seu propósito de vida.
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Aprenderemos o que é comportamento seguro, e as bases para implementá-lo na organização,
e também sobre as novas visões de segurança, evitar punições nas equipes, a não demonizar o
“erro humano”, a melhorar a cultura de segurança na organização, as chaves para melhorar os
comportamentos das equipes de trabalho e muito mais. Não farei o que outros autores fazem
aqui que é apresentar o livro, porque você já tem o sumário para isso.
Apresentamos aqui nossa experiência de mais uma década de atuação na área, estudando,
aprendendo, errando e reaprendendo, e aplicando as melhores práticas de segurança do
trabalho do mundo.
Evidente que não sou o dono da verdade, mas creio que esse trabalho pode ser para você,
pelo menos um ponto de partida. Um ponto de partida que você utilizará (se desejar) para
mudar ou melhorar a forma como o assunto SST é aplicado na sua empresa, ou para lhe dar
novas bases para atuação futura na área.
Se delicie com essa obra, e esteja à vontade para nos dar o seu feedback sobre ela.
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CAPÍTULO 1. COMPORTAMENTO SEGURO
Nosso objetivo nesse capítulo é entender porque determinado comportamento ocorre, e o
que tornam os comportamentos (por exemplo, o comportamento de risco) mais ou menos
frequentes.
Mas antes de aprofundar daremos um passo atrás, para definir comportamento. O que
estamos querendo dizer quando nos referimos a “comportamento”?
O QUE É COMPORTAMENTO?
Conceituar comportamento parece uma coisa simples, mas mesmo os livros que abordam o
tema por vezes, possuem descrições genéricas sobre ele.
No livro Coerção e Suas Implicações (2009) do autor Murray Sidman, existe uma descrição do
que é comportamento que é fácil de entender. Segundo ele:
Note que na definição de Murray, o comportamento está sempre ligado ao verbo, é sempre
agir, fazer algo, mesmo que em alguns casos essa ação ocorra apenas no campo das ideias.
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Utilizamos rótulos para comportamentos, mas é importante nos manter cientes de que na
segurança do trabalho, a motivação para o comportamento, nem sempre é tão fácil de
perceber.
Vamos pensar que você flagrou um trabalhador não utilizando o protetor auditivo numa área
ruidosa. Qual o primeiro rótulo que normalmente vem à cabeça?
Seja qual for o rótulo, ele tem pouquíssimo valor nesse contexto. Te garanto uma coisa,
ninguém sai de casa desejando prestar um trabalho de qualidade duvidosa e muito menos sai
com a intenção de se acidentar. Por trás de cada comportamento de risco existem causas
variadas, e que podem sim ser diagnosticadas e tratadas.
Rotular é o caminho mais fácil, mas não ajuda em nada. Ao longo desse livro acredito que
iremos clareando quais os caminhos para lidar com o comportamento de risco.
Ele acreditava que os comportamentos humanos se derivavam de humores que afetavam que
afetavam nossas funções corporais. Esses humores são, melancólico, fleumático, colérico e
sanguíneo, essas descrições são utilizadas ainda na psicologia.
Uma pessoa que fosse demasiadamente egoísta seria considerada sanguínea, e isso significaria
que possui muito sangue, e logo, a cura poderia vir por diminuição de ingestão de carne, ou
com pequenos cortes no corpo para a liberação de sangue.
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Na década de 1890 ele fez uma série de experimentos utilizando dispositivos que foram
implantados cirurgicamente em cães. Os dispositivos mediam o nível de salivação dos cães.
Pavlov descobri que os cachorros salivavam (resposta) não apenas enquanto comiam, mas
também quando sentiam o cheiro de comida (estímulo). Ele percebeu ainda que os cães
salivavam (resposta) até mesmo com a mera aproximação dos cuidadores (estímulo).
Ele descobriu também que poderia fazer o cão salivar até mesmo com o acender de uma luz, a
batida de um sino ou de uma campainha. E assim que a ligação entre a comida, a campainha,
sino ou luz estava estabelecida ela poderia ser desaprendida ou reprimida, bastava retirar o
estímulo (comida). Assim a resposta era desaprendida ou reprimida com o tempo...
As ideias dele eram consideradas radicais demais para o tempo em que viveu. Seus
experimentos e estudos foram abruptamente interrompidos depois de ser pego em um caso
extraconjugal. Ele foi pego tendo um caso com a mãe do menino Albert B. que participava dos
seus experimentos. Esse infeliz acontecimento provocou sua expulsão da universidade e do
laboratório onde trabalhava.
Watson fez experimentos para descobrir se o pequeno Albert que não tinha medo de animais
poderia passar a ter, e por quanto tempo duraria esse medo.
Os experimentos envolviam animais e bater um martelo numa barra de metal. E assim com o
enorme barulho, Albert que não tinha medo do animal mostrado, passaria a ter, acreditava o
cientista.
Assim que Albert completou 11 meses Watson o colocou em cima de um colchão, e colocou
um rato branco em cima do colchão, o menino não teve medo do rato, inclusive, estendeu o
braço para tocá-lo.
Quanto Albert tocou no animal, Watson bateu o martelo na barra de ferro fazendo um barulho
enorme, a criança começou a chorar. Esse procedimento foi repetido 7 vezes ao longo de duas
sessões separadas por uma semana. Após esse tempo, Albert ficava angustiado só de ver o
rato, mesmo não mais acompanhado do barulho.
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Ao associar o rato ao barulho, Watson praticamente repetiu o que Pavlov tinha feito com
cachorros, associando a comida ao barulho do sino. A resposta da criança ao rato que no
princípio era neutra, passou a ser uma resposta condicionada ao medo.
A resposta condicionada ao medo foi tão intensa que o garoto exposto a qualquer coisa
semelhante, branca, felpuda já se sentia angustiado. 5 dias depois do experimento, o garoto
mostrou angústia ao ser exposto a um coelho, um cão, e até a um casaco de pele de ovelha.
Uma ação,
por exemplo, bater um pedaço
de metal quando a criança toca
o animal
Assim Watson provou que as emoções humanas são suscetíveis ao condicionamento clássico.
Ele queria ainda, determinar por quanto tempo o medo duraria, mas devido a ser pego no caso
extraconjugal não teve tempo para tal.
Já que ele tinha provado que era possível provocar a sensação de medo em gente, e como já
tinha sido provado por Pavlov que também era possível criar a sensação de desejo por
alimento em animais, Watson concluiu que “qualquer pessoa, independente da sua natureza,
pode ser treinada a ser qualquer coisa”.
Evidente que ninguém é 100% ruim ou 100% bom o tempo todo. Watson que certamente seria
visto nos dias de hoje como um monstro por seus experimentos envolvendo o menino, fez
muito sucesso na década de 30 justamente por livros voltados a cuidados com, imagine... isso
mesmo, crianças!
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Skinner (de 1904 a 1990) é considerado um dos mais influentes
estudiosos do behaviorismo (ciência do comportamento). Seu trabalho
em laboratório foi um dos mais robustos e bem documentados e todos
os tempos, por seus experimentos ele é amado e odiado por muitos,
até mesmo entre os psicólogos.
Uma ação,
por exemplo, um rato aperta um
botão
Skinner utilizou em seus experimentos, ratos, macacos, pássaros e até uma criança.
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em que seu comportamento provocava uma resposta negativa.
Skinner acreditava que o uso de medidas disciplinares em crianças, não funcionava bem para
educá-las.
Se um garoto é punido seguidas vezes por um comportamento que ele considera prazeroso,
como cutucar o nariz, é provável que ele passe a evitar esse comportamento quando o adulto
estiver por perto. A criança pode até mudar seu comportamento, mas apenas o suficiente para
evitar ser castigada.
Skinner acreditava que nenhuma forma de punição era adequada para controlar o
comportamento das crianças.
E será q ue a punição funciona para adultos? Veremos sobre isso ainda nesse livro.
Essa abordagem de ter que esperar, era justamente o contrário do que Skinner tinha
descoberto como abordagem eficiente. E isso, segundo ele, prejudicava todo o processo de
aprendizagem.
Na época em que a máquina de ensino foi criada ela foi aprovada por poucos, mas assim que
os sistemas computacionais ganharam força, as estratégias dele foram introduzidas nos
processos de autoaprendizado.
Skinner acreditava que elogiar ou incentivar ao longo do processo de aprendizagem era mais
motivante, e eficiente para a aprendizagem do que meramente mostrar a nota conseguida ao
final do processo.
De certa forma podemos dizer que todo conhecimento que temos à disposição na área do
comportamento é um pouquinho de todos eles misturado.
Bebemos da fonte deles, sem ao menos conhecemos o trabalho deles, mas que bom que
agora, pelo menos um pouco deles você conhece.
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O trabalho de Skinner foi enorme valor acadêmico e prático, e também deu origem a vários
livros. Livros escritos por ele e por outras pessoas.
Um dos livros escritos por Skinner foi o Beyond Freedom and Dignity (Além da Liberdade e da
Dignidade), o livro foi publicado em 1971. Tal livro foi fundamental para Scott Geller se
interessar por segurança comportamental, a ponto de fundamentar os conceitos e criar o
Behavior-Based Safety (segurança baseada no comportamento, ou se preferir, segurança
comportamental).
O trabalho de Scott Geller permitiu através do seu livro, a presença em empresas, em eventos
em várias partes do mundo. Com isso ele conceituou e criou as bases para a segurança
comportamental (Behavior-Based Safety).
Comportamento, numa definição bem simples seria algo como “o ato de se comportar”.
Para termos um ambiente seguro, “se comportar” de forma segura parece ser o essencial, não
é?
Um grande erro nas ações de segurança está em pensar que o comportamento seguro é a
solução do problema, ou pensar que equipamento de proteção individual é a solução. A
melhor abordagem é a conjunta, e ao longo desse livro acredito que essa ideia ficará mais
clara.
Mesmo que usemos o cinto de segurança no carro, capacete na motocicleta, isso não quer
dizer que tenhamos uma cultura de segurança! Afinal isso que foi citado é obrigatório por lei.
A cultura de segurança é real quando a empresa e trabalhadores estão tão familiarizados com
questões de segurança que se protegem mesmo sem a lei mandar. A cultura de segurança é
real quando existe no ambiente o cuidado ativo, ou seja, quando as pessoas entendem que a
segurança que importa, é aquela que protege a todos, é onde há liberdade para falar sobre
riscos com o colega e com o chefe, sem ter medo de represálias.
Scott Geller em seu livro The Psychology of Safety - Handbook (A Psicologia da Segurança - O
Livro de Mão) descreve três domínios que exigem atenção para que tenhamos a segurança
como um valor na empresa.
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Baseado no livro The Psychology of Safety - Handbook.
Fatores humanos são vistos, ou confundidos com ergonomia, afinal parte do pressuposto de
fazer o ser humano se sentir confortável no seu ambiente de trabalho. Se você já estudou um
pouco sobre ergonomia a sabe que ergonomia é adaptar o ambiente de trabalho ao
trabalhador, e não contrário.
Trabalhar com fatores humanos é projetar o sistema de trabalho, e o seu propósito, para
assim, aumentar o bem-estar humano e a resposta geral do sistema. Fatores humanos focam
em como o sistema, os processos, artefatos e ferramentas trabalham juntos, e sua influência
no ser humano.
A ideia é que utilizando os fatores humanos podemos nos concentrar na criação e melhoria de
produtos, equipamentos, máquinas e ambientes para complementar as capacidades humanas
e maximizar o desempenho e a segurança.
Durante a Segunda Guerra Mundial, época em que nasceu a preocupação com os fatores
humanos (e ergonômicos) ocorreu uma série de incidentes em pista com o modelo de avião F-
13.
Os pilotos foram encontrados acionando o trem de pouso em vez de acionar os flaps das asas.
Os relatos contam que vários desses incidentes por pouco não se converteram em acidentes
graves.
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As perguntas que se faziam na época eram, será que os pilotos foram bem selecionados e
treinados para tarefa? Seria um caso típico de “erro humano”? Se não for, então, o que estava
errado?
O erro encontrado foi que o comando para levantar o trem de pouso e para acionar os flaps
era idêntico!
A saída para resolver o que poderia ser chamado de “erro humano”, passava unicamente por
melhorar o sistema!
As tarefas devem ser projetadas de acordo com princípios ergonômicos para levar em conta as
limitações e os pontos fortes humanos. Isso inclui combinar o trabalho com as forças e
limitações físicas e mentais das pessoas. Os aspectos mentais incluem requisitos de percepção,
atenção, e de tomada de decisão.
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Algumas características, como personalidade, são fixas; outras, como habilidades e atitudes,
podem ser alteradas ou aprimoradas. Afinal, muito do que sabemos ou fazemos, foi aprendido
através da observação e imitação.
Qualquer intervenção em fatores humanos não será eficaz se considerar os aspectos citados
de forma isolada, se não considerar a “complexidade do sistema”.
Como diz o Scott Geller, “o comportamento não ocorre no vácuo, sempre existe um contexto”.
E já é bem conhecido o fato de que o contexto é quem dirige os comportamentos.
Erros como comprar a ração do gato, pensando estar comprando a de cachorro ocorrem
porque, em muitos casos, a própria embalagem da ração de gato e cachorro é praticamente
igual. Tal situação se traduz num erro estratégico do próprio fabricante, e que levará a
insatisfação do consumidor!
Toda empresa que se preocupa com fatores humanos pode conceber produtos e serviços mais
adequados ao ser humano, diminuindo erros nos seus produtos, e ter ambientes de trabalho
que, por sua configuração, minimiza a chance de o acidente acontecer.
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PARA LER EM MENOS DE UM MINUTO
Os rótulos não possuem valor: Rótulos como, comportamento de risco, ato inseguro, fator
pessoal de insegurança, etc. não ajudam a melhorar a gestão de SST. Rotular é o caminho mais
fácil, mas não ajuda em nada. Rotular é o caminho mais fácil, mas para melhor é preciso ir
além do rótulo, é preciso encontrar as origens do comportamento.
Mesmo que o trabalhador utilize os EPIs não quer dizer que haja cultura de segurança: A
cultura de segurança é real quando a empresa e trabalhadores estão tão familiarizados com
questões de segurança que se protegem mesmo sem a lei mandar. A cultura de segurança é
real quando existe no ambiente o cuidado ativo, ou seja, quando as pessoas entendem que a
segurança que importa, é aquela que protege a todos, é onde há liberdade para falar sobre
riscos com o colega e com o chefe, sem ter medo de represálias.
Fatores humanos: Entender de fatores humanos é entender como as pessoas interagem com o
ambiente, os produtos e objetos desses ambientes.
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QUESTÕES PARA REFLEXÃO
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REFERÊNCIAS
The Field Guide to Understanding ‘Human Error’ - Third Edition. Sidney Dekker.
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CAPÍTULO 2. NOVAS VISÕES DE SEGURANÇA: A HISTÓRIA MAIS PROFUNDA E O OLHAR
REATIVO
Nesse capítulo abordaremos os principais conceitos sobre as novas visões de segurança. Eles
trazem excelentes reflexões sobre como lidarmos com os erros na operação, e com os desvios
que acontecem no processo de produção das empresas.
Safety II (Segurança II), a nova segurança do trabalho? A segurança do trabalho não para de
evoluir. Evolui em equipamentos, em procedimentos e porque não evoluir em suas próprias
definições? Porque não evoluir o próprio conceito de segurança do trabalho?
Nesse artigo estamos apresentando um dos componentes que fazem parte do que chamamos
de “as novas visões de segurança do trabalho”. Estamos apresentando a segurança II, ou se
preferir Safety II.
I ideia é bem simplista mais ainda interessante. No seu computador você utilizar Windows XP,
Windows Visa, Windows 8 ou Windows 10?
Com o passar do tempo as coisas evoluem porque são repensadas, porque novas necessidades
provocam novidades. Assim como o Windows 10 é uma evolução do Windows 8, a segurança II
é uma evolução da segurança I.
Visão do fator Os seres humanos são vistos Os seres humanos são vistos como
humano na gestão predominantemente como um um recurso necessário para a
da segurança risco ou perigo. Eles são um flexibilidade e a resiliência do
problema a ser resolvido. sistema. Eles oferecem soluções
flexíveis para muitos problemas em
potencial.
21
as causas. finalidade de uma investigação é
compreender por que as coisas
geralmente dão certo, o que serve
como base para explicar por que
ocasionalmente dão errado.
O Sidney Dekker, que é professor na Griffith University em Brisbane, Austrália, sempre critica a
forma como vemos a segurança do trabalho. Normalmente o termo segurança do trabalho é
definido como a “ausência de doenças e acidentes de trabalho”. E ele sempre diz que “não se
pode definir uma coisa pela ausência de outra”.
Focar no que dá certo, em vez do que dá errado, muda a definição de segurança de “evitar que
algo dê errado” para “garantir que tudo dê certo” ou que pelo menos “o máximo possível de
coisas dê certo”.
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Ao olhar para a pirâmide muita gente só vê o que deu errado, mas podemos educar nossa
visão para ver o contrário.
Sabemos em muitas empresas os procedimentos são feitos por pessoas que não entendem a
operação, e que as normas internas, idem...
No gráfico de pizza fica muito claro que pelos dados da pirâmide de 30.000 vezes que o
trabalhador fizer errado (desvios), em apenas 3.000, os resultados serão negativos (incidente,
acidentes sem afastamento, acidentes com afastamento, morte).
Outra forma de analisar os dados da pirâmide é, pensar que em 90% das situações, mesmo o
trabalhador fazendo o errado, não há qualquer resultado adverso. Isso não soa estranho pra
você? Sim, soa estranho, mas é a absoluta verdade!
As coisas dão certo no trabalho na grande maioria das vezes. Isso ocorre porque o trabalhador
não é tão bobo quando o profissional de SST pensa (muitos deles).
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A grande maioria dos trabalhadores é formada de gente esclarecida e bem intencionada, que
sai de casa com genuíno desejo de fazer bem o seu trabalho, de entregar muita produção, e
ser digno do seu salário. Adiante a gente aprofunda nessa ideia.
E se a gente pensar que na maior parte do dia, o trabalhador não comete qualquer desvio, ou
qualquer erro, percebemos o quando jogamos energia fora focando apenas no erro e no
desvio.
Nas atas de algumas CIPAs vemos frequentemente os seguintes dizeres, “como no mês x não
houve acidentes de trabalho, e sem outra pauta a tratar, e como nada mais foi dito, foi
encerrada a presente reunião as x horas e x minutos. Sendo lavrada a Ata por mim, Secretária,
que após lida, analisada e discutida será assinada por todos, e entregue uma cópia a cada um
presente, titulares e suplentes”.
Conseguiu perceber acima? A reunião de CIPA nesse tipo de CIPA só tem “graça” quando há
acidentes de trabalho no mês. Sem acidente, sem pauta!
Mas, o que é isso? Cadê o papel de melhoria continua das condições de segurança? Cadê o
papel preventivo da CIPA? Esse tipo de atuação reativa da CIPA e SESMT deveria ser
repensada, não é?
Porque fazer gestão de segurança do trabalho esperando o acidente acontecer para assim,
melhorar?
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A imagem ao lado mostra
que em média mais de 99%
do tempo de trabalho as
coisas dão e darão certo. E
dão certo mesmo que às
vezes o trabalhador adote
algum comportamento de
risco (desvio, violação).
Procure pelo o que dá certo, mas também não ignore as coisas que dão errado. Aprenda com
as falhas, e mais ainda com as coisas que dão certo.
Não espere algo ruim acontecer para tentar entendê-lo. Antes, esteja de olho no processo de
trabalho para entender porque mesmo quando o trabalhador saiu do procedimento (trabalho
imaginado), o acidente não aconteceu. Será que essa quebra de procedimento deveria então
se tornar o trabalho imaginado?
As coisas correm bem não porque o trabalhador segue o procedimento, mas porque ele faz
ajustes razoáveis de acordo com as demandas da situação. Entenda os ajustes e aprenda com
eles.
O que é mais relevante, um acidente grave que não tem o potencial de se repetir, ou pessoas
passando habitualmente embaixo de carga suspensa?
Um grande número de melhorias pequenas no cotidiano pode significar mais do que uma
grande melhoria em algo excepcional.
Quando gastamos muito tempo tentando fazer com que as contas fechem, pode acabar
sobrando pouco tempo para entender o ambiente de trabalho, as experiências dos
trabalhadores, trocar experiências, e entender como o trabalho é realizado.
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Para alcançar a eficiência fazer a segurança sobreviver em longo prazo, é essencial atingir esse
tipo de equilíbrio.
Mesmo sendo difíceis de comprovar eles ainda existem. Desprender tempo para pensar, para
aprender, para nos comunicar, pode ser visto como custo. Infelizmente a própria segurança é
vista como custo, e isso reflete muito a visão da Segurança I.
Acidentes de grande porte, como o que aconteceu com Betsy Lehman, uma paciente com
câncer que recebeu quatro vezes a dose prescrita, já elevada, do quimioterápico
ciclofosfamida ao longo de quatro dias (Altman 1995), ou quem sabe, de Willie King, o
diabético de 51 anos que teve a perna errada amputada (Clary 1995), fica fácil concluir que,
quase todo investimento em segurança possui ótimo custo-benefício.
O ponto aqui é que não há como provar que as precauções de segurança efetivamente foram
o motivo para um acidente não acontecer. Por isso, infelizmente em tempos de dificuldade
financeira um dos setores que normalmente perdem investimento primeiro é o setor de
segurança do trabalho.
Quando a empresa não investe em segurança e não ocorre acidente, mesmo que o
desempenho continue dentro do aceitável ele não melhorará. E se o foco e visão/missão da
empresa é melhoria continua, o não investimento será prova de que “alguém estará se
enganando”...
As estratégias dessa abordagem são fascinantes e ao mesmo tempo muito simples. Tão
simples que é comum que a gente pensar “como as empresas não faziam isso antes?”.
O HOP foi idealizado pelo Todd E Conklin Phd. Ele é um cara muito engajado em SST, e tem um
podcast muito legal. Ele é um cara brincalhão e um tanto provocativo, mas vale a pena ouvir
quase tudo o que ele diz.
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Abaixo apresentaremos os princípios básicos do HOP. É um convite a você fazer uma avaliação
das ações de SST (segurança e saúde no trabalho) da sua empresa e refletir se há algo a
melhorar.
“Mostre-me alguém que nunca errou que eu lhe mostro alguém que nunca fez nada". O HOP
se apoia fortemente no aspecto humano, e considera que as pessoas erram e continuarão
errando.
Nós sabemos disso há muitas décadas, mas ainda é comum ver acidentes incidentes atribuídos
ao "erro humano".
Abordagem HOP (Human and Organizational Performance) observa que errar é humano, e que
isso é raramente a causa, mas um sintoma de um problema mais profundo.
Normalmente vemos ações bem intencionadas como a CIPA, e mesmo programas como PPRA,
PCMSO naufragarem quando batem de frente com a cultura organizacional ou de segurança.
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Por tudo isso é importante que em análise de acidentes se pergunte mais “E se?”, “Como?”,
“Existia outra forma”. E se evite perguntar “Quem?” ou “Por quê?”.
Culpar pode fornecer satisfação e quem atribui a culpa, pelo menos em curto espaço de
tempo, mas a culpa não conserta nada em longo prazo, e geralmente faz mais mal do que
bem.
A perspectiva HOP leva em conta que, aqueles que se envolvem em acidentes e incidentes são
na verdade, uma vítima.
Normalmente quem se envolve em um acidente sabe que errou, e além de carregar o peso da
culpa, em muitas empresas, precisa carregar o peso de ser apontado como culpado por outras
pessoas, e em alguns casos até pelo o seu líder imediato.
A vítima precisa de suporte, mas também tem um importante papel no jogo. O papel que
envolve restauração e aprendizados. Buscando uma abordagem restaurativa podemos fazer as
coisas melhores para todas as partes envolvidas.
3. O CONTEXTO DIRIGE O
COMPORTAMENTO
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O HOP observa o sistema, e como ele abraça e influencia os comportamentos, o que significa
entender a complexidade do trabalho, e melhorar a forma como ele é gerenciado.
4. APRENDIZAGEM É VITAL
O conceito da andragogia demonstra algo que faz parte do HOP, o adulto só aprende quando
atua de forma ativa no aprendizado. Quando ouve, mas também tem a chance de falar, de
participar.
Mais valoroso do que aprender quando as coisas dão errado, é aprender sobre as atividades
normais de trabalho.
O que dá errado normalmente é a pequena parte do que ocorre no trabalho. O que dá certo
normalmente representa quase 100% do todo.
É importante aprender com o que está presente no ambiente de trabalho, e que tem
permitido evitar acidentes e doenças ocupacionais. Podemos aprender lições valiosas sobre as
coisas que estão dando certo, e que devem ser fortalecidas.
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Responder com empatia, entender de forma curiosa pode não ser a norma em muitas
organizações, mas é essencial criar uma atmosfera onde aprendizagem e crescimento possam
acontecer continuamente.
Sendo curioso, e providenciando espaços para efetivos para debates a respeito dos problemas
encontrados, podemos levar a organização a entrar numa atmosfera de profundo aprendizado.
Esse aprendizado pode levar para ações mais efetivas, e a mais engajamento da força de
trabalho. Lembre-se, “o trabalhador só apoia aquilo que ele ajuda a criar”!
Criar espaços de debate onde os próprios trabalhadores possam expressar suas descobertas
sobre os erros, é fundamental para o amadurecimento deles, e amadurecimento do processo
operacional como um todo.
Claramente esses cinco princípios interagem em entre si e funcionam muito bem juntos.
Espero que tenha gostado de conhecer os 5 princípios básicos do HOP (Human and
Organizational Performance) - Desempenho Humano e Organizacional.
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PARA LER EM MENOS DE UM MINUTO
Safety I e Safety II: Safety I, “segurança do trabalho é a ausência de acidentes”. Safey II “ter
segurança é ter um sistema de trabalho resiliente, que mesmo falhando, falhe suavemente,
falhe de forma segura e aprenda com os erros e acertos”.
A pirâmide de Bird nos leva a acreditar que “o crime vale a pena”: Em 90% das situações,
mesmo o trabalhador fazendo o errado, não haverá qualquer resultado adverso.
As coisas não dão certo “apesar do trabalhador”, dão certo por causa dele: As coisas dão
certo no trabalho, na grande maioria das vezes, porque o trabalhador percebendo as falhas no
sistema de trabalho faz ajuste para que ele funcione, e assim, assume o risco, e entrega o seu
trabalho (produz).
Ajuste o seu foco: No trabalho procure mais pelo o que dá certo, mas também não ignore as
coisas que dão errado. Aprenda com as falhas, e mais ainda com as coisas que dão certo.
Pessoas cometem erros: “Mostre-me alguém que nunca errou que eu lhe mostro alguém que
nunca fez nada". Focar em pessoas e não resolve os problemas de segurança! Por exemplo, na
análise de acidentes se pergunte mais “E se?”, “Como?”, “Existia outra forma”. E se evite
perguntar “Quem?” ou “Por que fez?”.
Culpar não corrige nada: Culpar pode fornecer satisfação e quem atribui à culpa, mas a culpa
não conserta nada, em longo prazo, prejudica mais do que ajuda.
Aprender com o ambiente de trabalho é indispensável: Quando as coisas dão errado devemos
decidir se queremos culpar e punir, ou aprender e melhorar (Todd Conklin).
Como a liderança responde às falhas importa muito: Responder com empatia, entender de
forma curiosa, pode não ser norma em muitas organizações, mas é essencial criar uma
atmosfera onde aprendizagem e crescimento possam acontecer continuamente.
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QUESTÕES PARA REFLEXÃO:
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Bibliografia:
https://community.intelex.com/explore/posts/5-basic-principles-hop-human-and-
organizational-performance%C2%A0
https://www.safemap.com/en/human-and-organisational-performance-hop/
https://stcsafetyconsultants.com/2019/02/12/human-organizational-performance-
%EF%BB%BFhop/
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CAPÍTULO 3. PUNIÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO: SERÁ QUE DÁ CERTO?
Nesse artigo falamos sobre a questão da utilização da punição no contexto da segurança do
trabalho. São reflexões importantes, mas não doces de fazer.
Punição não é coisa nova, o antigo código de Hammurabi (que é um conjunto de leis escritas, o
mais antigo já encontrado), que data de 1772 antes de Cristo descrevia que um médico cujo
tratamento fracasse receberia o mesmo destino do paciente! Se o paciente perdesse um olho,
um braço ou uma perna, o médico perderia também.
As tais regras duras que muitas pessoas defendem que deveria ter até na medicina atual,
faziam com que o médico fosse tão cauteloso que evitava tratar pacientes que não tinham
certeza que poderiam curar. Então se por um lado a punição aumentava a cautela do médico,
por outro ela deixava um rastro de gente morta!
É bem provável que nessa época jovens que poderiam se dar bem na área médica evitam a
profissão com medo do perigo pessoal. Por consequência o código de certa forma trabalhou
não a favor, mas contra a própria medicina.
Estudantes que recebem notas baixas frequentemente são vistos de forma negativa por
professores e desprezados pelos colegas. E claro que nesse caso tendem manter distância da
escola, ou se auto bloquearem inconscientemente não conseguir aprender o conteúdo.
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Esse é um assunto espinhoso, mas muito
interessante para os dias atuais.
3.1. O QUE DIZEM ALGUNS DOS COLEGAS QUE UTILIZAM A “FERRAMENTA PUNIÇÃO”?
Infelizmente no caso da minha publicação, percebi que a maioria dos comentários se
afastaram do objeto em discussão. Veja o nível do debate:
- Eu acredito na punição, não cumpriu, manda embora, não existe outro meio.
Metodologia dos três TTT, treina, treina, não deu certo troca.
Fica bem claro lendo esses argumentos acima, que as pessoas sequer se deram ao trabalho de
tentar entender a linha de raciocínio da atuação na segurança do trabalho sem punição. Me
parece que simplesmente assumem que a punição é o único caminho e pronto! E quando não
há uma reflexão sobre o tema, não há a mínima possibilidade de aprendizado!
Claro que ninguém é obrigado a concordar com ninguém, mas para aquele profissional que
busca fazer um trabalho diferenciado, estar atento a outros pontos de vista é fundamental.
Ninguém sabe tudo, e os bons profissionais estão sempre aprendendo e refletindo sobre a sua
forma de atuação. Quando uma pessoa acredita que está 100% certa e pronto, perde a
oportunidade de enxergar o mundo sobre outro ponto de vista.
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3.1.1. ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O USO DA PUNIÇÃO X CONSCIENTIZAÇÃO
O DDS, por exemplo, é formado apenas de palavras, se não acompanhado de ações concretas
(principalmente pela liderança da empresa) e que fazem sentido, se tornam apenas "palavras
vazias", sem sentido...
Se foi feito DDS sobre o uso de máscaras, e se mesmo assim o pessoal resiste em utilizar
podemos avaliar algumas questões como:
# Quantas vezes nos DDS, o líder maior da empresa deu uma palavra sobre o uso da máscara?
# Quantas vezes ele viu pessoas sem máscara, e tirou um tempinho para agir de forma a
educar construtivamente?
# O que a liderança e o SESMT têm feito para reconhecer/recompensar aqueles setores onde o
percentual de uso é maior? Será que os profissionais de SST pelo menos sabem quais setores
são esses?
Eu poderia listar várias outras medidas aqui, mas com essas, já daria para fazer um trabalho
bem diferenciado. E garanto que os resultados seriam bem melhores do que a punição.
Inclusive houve um experimento onde numa cidade perto da uma escola, quase acidentes e
acidentes com atropelamento de crianças era um grande problema, a prefeitura refletiu sobre
o caso e a solução óbvia para eles, foi colocar radares nas ruas próximas a escola. Será que os
quase acidentes e acidentes diminuíram? Não. Se mantiveram no mesmo nível.
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Então a prefeitura teve outra ideia, retirar os pardais e colocar placas nas imediações da escola
dizendo o seguinte "cuidado, tem escola à frente, e pode ter criança na pista".
A abordagem deu certo. Foi assim que a média de velocidade dos motoristas nas imediações
diminuiu, e as ocorrências também.
A punição é o caminho mais fácil e menos eficiente. É boa para quem pune. E terrível para o
punido. O agente punidor lava as mãos, afinal, fez o seu trabalho, encontrou o culpado e
puniu. Mas será que haverá mudança?
A punição não é educativa, muito pelo contrário, no punido ela eleva o medo e o sentimento
de injustiça.
O psicólogo americano Murray Sidman no livro Coerção e suas Implicações descreve que a
punição tende a provocar as seguintes reações, fuga, desistência, esquiva, neurose e doenças
mentais!
Qualquer pessoa que pesquisar um pouquinho verá que muita gente já utiliza metodologias
como essas, que são mais assertivas e fazem sentido ao trabalhador, ao contrário da punição.
Entenda que o trabalhador só adotará práticas seguras de forma genuína, quando as tais
práticas fizerem sentido para ele. É possível com que algo faça sentido através da punição?
Com base nas palestras e DDS que ouvimos faríamos exercícios pelo menos 3 vezes por
semana, seríamos magros, só comeríamos verduras e salada, dosaríamos melhor nosso tempo
nas redes sociais, nunca furaríamos o sinal vermelho e jamais utilizaríamos o cheque especial,
não é?
Entre ouvir uma informação, e ela fazer sentido a ponto de nos fazer mudar o comportamento,
existe uma distância muito grande...
Entenda que o DDS e palestras são apenas parte da estratégia que as empresas podem adotar
para mudar comportamentos.
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normalmente copia o líder. Isso porque o admira ou apenas porque sabe que ao se comportar
como como ele quer, manterá o seu emprego.
Autor desconhecido.
Na BR 153 no trecho de Goiânia a Anápolis (Goiás) há um trecho cheio de radares, e eles estão
lá por uma causa muito nobre. Proteger o reservatório de água de Goiânia que fica ao lado da
BR.
Segundo Bley, 2014, p 58. “quando o efeito da punição passa, o comportamento do punido
tende a recuperar a frequência antiga”. No caso do uso do protetor auditivo, se punido, o
trabalhador tende a colocar o equipamento na presença do técnico e a retirá-lo tão logo
perceba que o mesmo não está mais presente.
Isso revela outro problema acerca da punição, existe a tendência de fazer efeito apenas na
presença do agente punidor, no exemplo, o técnico.
A Psicóloga Juliana Bley no mesmo livro, ainda lembra que o uso da punição pode gerar efeitos
desagradáveis como ansiedade, nervosismo, frustração e revolta. E isso pode sufocar a alegria
de trabalhar na empresa, a espontaneidade e a criatividade, e diminuir a produtividade.
Você pode imaginar como ficou a minha cara naquela hora, não é? Senti um nível de tensão
perigosa no ar. E então eu falei assim “olha seu Joaquim (nome fictício), eu sei que hoje a
situação aqui na empresa é essa, mas, isso acontecia porque a empresa tinha outro Técnico de
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Segurança do Trabalho, assim, a empresa possuía outra visão, era outra gestão”. E continuei
“essa gestão antiga acabou. A empresa acabou de contratar uma nova Técnica de Segurança
do Trabalho, que como sempre, fica na matriz. A técnica me já tinha me contado sobre essa
situação. E me disse que em pouco tempo as botinas de segurança e os demais cuidados
relacionados à saúde e segurança vão chegar nessa unidade também”. E continuei “o pessoal
que trabalha na matriz, estão recebendo agora as botinas de segurança, então, muito em
breve, esses cuidados na parte de segurança chegarão aqui também. Isso já está sendo
providenciado”.
Entenda que por mais que você treine, se esforce e puna, o que fará o comportamento seguro
florescer, é a mensagem fazer sentido e ser coerente. E não tem nada pior para isso acontecer
do que quando a liderança da própria empresa envia mensagens (não faladas) que dizem, “o
comportamento de risco é aceitável aqui”.
Quando o líder se faz presente apenas na abertura da SIPAT, ou quando não participa de todos
os dias, ele está enviando uma mensagem (não falada) ao seu subordinado, que a SIPAT
(Semana Interna de Prevenção de Acidentes) não é importante para ele. E assim o trabalhador
que normalmente quer agradar o chefe, porque o admira ou porque quer manter seu
emprego, tenderá a se comportar mantendo certa distância física ou emocional da SIPAT.
Quando o líder entra no setor produtivo sem utilizar EPI envia uma mensagem para os
trabalhadores da produção que o não uso do EPI é aceitável (mesmo que no treinamento o
técnico ou Engenheiro de Segurança diga diferente).
Quando o líder de setor vê o trabalhador subordinado a ele sem EPI, e não fala nada (espera o
profissional de segurança para resolver o caso), está dizendo que "por ele tudo bem trabalhar
sem EPI".
Quando o líder todo o mês reclama da reunião da CIPA, está enviando a mensagem de que
para ele, a CIPA apenas atrapalha, não tem nenhuma importância.
Quando a empresa exibe a placa “estamos a desde que o mundo foi criado sem acidentes de
trabalho”, mas o empregado sabe que os acidentes acontecem na empresa real, só que não
zeram a placa. A empresa envia a mensagem de que a segurança do trabalho é apenas peça de
marketing, mas não realidade.
Existem vários exemplos como esses que passamos acima, onde a liderança envia ao
trabalhador a mensagem (mesmo que não intencionalmente) de que o "comportamento de
risco é aceitável, ou que não se importam com as questões de segurança".
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Todos os certificadores de segurança, ..., e todos os profissionais de segurança
do mundo, não possuem o impacto em segurança que um simples supervisor
(local) .... possui.
Quantas vezes você já viu a norma escrita de um setor ser totalmente ignorada por todos do
setor? Isso normalmente acontece porque a norma escrita está apontando para um lado, mas
a cultura de segurança está apontando para outro.
É claro que nesse caso, a punição deveria ser avaliada por mais de uma pessoa. Algumas
empresas criam comitês para avaliar o que fazem em relação ao erro humano, olhando caso a
caso.
O “perfil maça podre” é raríssimo nas empresas. Até porque o trabalhador normalmente sai de
casa não para morrer, se acidentar ou dar prejuízo a alguém, mas para fazer um bom trabalho,
e trazer o alimento para a casa, para a sua família.
Um dos grandes erros que vemos as empresas cometerem é punir o trabalhador quando
acontece o acidente de trabalho. Nesse caso o trabalhador é punido duas vezes. Pelo acidente
e também pela empresa.
Mesmo treinando, entenda que mudança é decisão, é decisão que as vezes vem com o tempo.
E o curioso é que decisão vem sempre de dentro para fora.
"Ninguém muda ninguém. Alguém pode influenciar outra pessoa, mas mudar é
decisão dela!"
Nestor W Neto
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O MEDO SUFOCA A CRIATIVIDADE E ATÉ A SOBREVIVÊNCIA DO NEGÓCIO
Infelizmente o que vemos em muitos casos nas empresas, a empresa contratando consultoria
de especialistas em segurança comportamental, mas dando pouco espaço para as mudanças.
No livro “The 4 Stages of Psychological Safety: Defining the Path to Inclusion and Innovation”
(que em tradução livre seria algo como Os 4 Estágios da Segurança Psicológica: Definindo o
Caminho para a Inclusão e Inovação), o autor chama atenção para o fato de só haver liberdade
criativa, quando o ambiente não é dominado pelo medo.
O consultor de empresas Valdez Ludwig deu uma entrevista que repercutiu muito na internet.
Leia alguns trechos:
O empregador bacana sabe que a única coisa que presta na empresa dele são
os funcionários dele.
Em um ambiente de medo não haverá inovação porque as pessoas terão medo de se arriscar.
Sem inovação a empresa quebra por incapacidade de lançar novos produtos ou serviços.
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porque o trabalhador ficará o tempo todo com medo de errar, e ser punido.
A punição utilizada como ferramenta pode até parecer dar resultado em primeiro momento,
mas é terrível a médio e longo prazo. E isso acontece exatamente pelos motivos citados acima.
Duas coisas são certas na vida, a morte e o erro humano. Independentemente da capacidade e
experiência no trabalho, qualquer trabalhador está passível de errar e errará, mais cedo ou
mais tarde.
Nem todos os erros são iguais! É importante que a organização entenda isso e quebre o clima
de medo da punição. O clima de medo é um péssimo aliado, é ele que normalmente faz com
relatos de acidentes, incidentes e outras falhas sejam omitidos.
Felizmente, na maioria dos casos o erro humano não traz consequência adversa, muito pelo
contrário, trazem consequências positivas (reforçadoras).
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Se até as companhias aéreas que inúmeras regulamentações e redundância de processos
lidam com erros impercebidos, o que dizer então das nossas empresas?
Curiosamente quando um erro ocorre e não provoca nenhum resultado desagradável (o que
ocorre na imensa maioria das vezes), normalmente passa despercebido por todos na
organização.
Infelizmente o que a maioria das empresas fazem quando um erro não traz resultado adverso
é “deixar pra lá”, afinal, estão tão ocupados produzindo que não podem perder tempo com
algo sem consequência... E assim, só agem quando o resultado do erro traz algum tipo de
perda!
Quando um erro não traz consequências desagradáveis, a questão que fica é compreender
porque ele não pôde ser percebido e reparado. Assim como já dissemos, aprender com o erro
é fundamental para evitar sua possível recorrência.
Isso nos ensina que a disciplina sem entender o problema pode ser uma solução ineficaz.
Imagine como ficou a motivação dos mecânicos que foram punidos mesmo sem ter culpa
alguma do problema?
Mas você pode estar pensando, a solução desse caso seria muito simples, bastaria os
mecânicos relatarem o problema e ele seria solucionado! De fato, a solução parece ser muito
simples. Mas entenda que “líderes que não gostam de ouvir, acabam cercados de pessoas que
não estão dispostas a falar”!
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Em uma organização com cultura justa normalmente existe três categorias de
comportamentos. É importante entendê-las para aprender a gerenciá-las. Essas categorias são
erro humano, comportamento de risco e comportamento imprudente. A seguir estaremos
abordando em mais detalhes cada uma delas.
De acordo com Reason (1990), erro humano é um termo genérico para designar as ocasiões
em que uma sequência planejada de atividades mentais ou físicas não atinge seus objetivos,
sem que a falha possa ser atribuída ao acaso.
Devemos prever que os humanos cometerão erros e, ocasionalmente, serão levados a lugares
não desejados e arriscados.
O conceito de cultura justa tem sido muito utilizado em hospitais e empresas de aviação.
Ao longo dos anos os ambientes de trabalho têm se tornado mais complexos e desafiadores.
Exigindo das empresas novas abordagens relacionadas ao erro humano. A medicina, por
exemplo, era simples e ineficaz, agora é complexa e eficaz, mas extremamente perigosa.
Alguns chamarão de
escorregão, lapso ou erro,
mas, para nossos propósitos,
a única coisa importante é
entender que é uma ação
descuidada. Fazendo a pessoa
ter um resultado que não era
o pretendido.
2ª CATEGORIA:
COMPORTAMENTO DE RISCO
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Comportamentos de risco são, por contraste, escolhas. Essas não são ações descuidadas.
Um comportamento de risco é definido como a escolha que aumenta o risco. Uma escolha
onde o risco não é reconhecido ou que se acredita que ele não se justifica (não existe).
Vamos pensar que determinado trabalhador terá que executar uma atividade em altura de 3
metros. Nessa categoria estaria, por exemplo, o trabalhador que mesmo tendo cinto de
segurança à disposição, decide subir no andaime sem cinto, afinal a empresa não lhe deu
treinamento e nunca cobrou o uso do cinto, e ele pensa, nem é tão alto assim, são só 3
metros...
Vamos voltar ao exemplo do trabalhador. Nessa categoria estaria, por exemplo, a empresa que
deu treinamento ao trabalhador, forneceu o cinto, ele assinou a Ordem de Serviço sabendo
que teria que utilizar o cinto, os trabalhadores dos andaimes ao lado utilizam o cinto, e o
trabalhador sabendo do seu dever e conhecendo o risco, decide subir no andaime sem o cinto,
ou seja, ele toma a decisão de não utilizar consciente do risco, consciente das regras e num
ambiente propício ao comportamento seguro.
O grande desafio das empresas é descobrir o que é erro humano, comportamento de risco e
comportamento imprudente.
A partir do momento em que a empresa entende a categoria do comportamento ela terá uma
chance maior de definir a resposta adequada.
Quando a empresa possui um sistema de cultura justa, a resposta que dá ao humano que
cometeu um erro é consolar o indivíduo depois de examinar o sistema ao seu redor.
Muitas vezes, o erro humano é contribuído ou causado por projetos ou sistemas complexos ou
de risco elevado, ou seja, o sistema pode estar pressionando o indivíduo para cometer esse
tipo de erro.
Além dos sistemas, geralmente vemos que erros humanos são causados por escolhas
arriscadas, e vale lembrar que o contexto também dirige o comportamento. Novamente, os
erros humanos são causados por sistemas arriscados e pelas escolhas que fazemos que
aumentam a probabilidade do dano.
Como já dissemos, nossa resposta ao humano é deve ser a de consolar a pessoa que errou, e
examinar o que deu errado no sistema de trabalho para assim, evitar que aconteça
novamente.
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Um belo exemplo do que poderia ser mais uma punição injusta, mas que se
transformou através da Cultura Justa aconteceu no hospital Medstar Health.
Fazendo uma análise perceberam que não era a primeira vez que acontecia de
um paciente chegar a UTI logo após tomar insulina. Após a análise descobriram
que tal erro também tinha acontecido em outros hospitais que utilizavam o
mesmo glicosímetro. O problema estava no glicosímetro que apresentava
problemas de calibragem.
Se não fosse por eles terem um sistema de cultura justa, provavelmente ela teria sido punida,
perdido o emprego, e talvez perdido também o registro profissional e bem possível que nunca
mais pudesse atuar na área.
Por não olhar apenas para o resultado da conduta pessoal, mas para o “ecossistema de
trabalho” a cultura justa mostrou onde realmente estava o erro. O erro estava no
equipamento de trabalho, o erro estava no sistema!
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3.2.4. RESPOSTA AO COMPORTAMENTO DE RISCO
Nós humanos cometemos erros, e com frequência nossas escolhas arriscadas geralmente nos
dão resultados positivos.
Depois de entender porque vale a pena, podemos avaliar se de alguma forma a cultura
organizacional provocou o erro, e quando necessário, orientá-lo a fugir desse tipo de
comportamento, ou talvez adicionar uma recompensa positiva, para estimulá-lo a fazer o que
é certo.
Comportamentos de risco são comuns, por exemplo, na estrada. Ao olhar ao redor com vemos
com frequência pessoas enviando mensagens de texto, dirigindo com uma mão no volante,
comendo ou se distraindo enquanto dirigem pela estrada. Mas porque esses comportamentos
ocorrem?
Ocorrem porque “na maioria das vezes temos resultados positivos para comportamentos de
risco”, ou seja, nada acontece. Assim aprendemos mesmo inconscientemente que aquilo não é
um risco! Ou seja, mentiram pra nós na propaganda da TV, na aula de direção do DETRAN, etc.
O comportamento de risco assim é reforçado e volta a ocorrer, podendo até aumentar sua
frequência.
Em uma organização com cultura justa as pessoas devem ser treinadas, orientadas e
acompanhadas para estarem constantemente examinando os sistemas de trabalho e o
ambiente ao seu redor.
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Precisamos estar atentos principalmente aos incentivos que fortalecem os comportamentos
de risco. Se possível, devemos remover esses incentivos (pressa por produção, ausência de
EPIs, falta de supervisão, etc.) ao comportamento de risco e criar incentivos positivos para
comportamentos seguros.
Novamente faz sentido a frase de Scott Geller “o comportamento não ocorre no vácuo, existe
um contexto”.
Entender esse contexto faz toda a diferença entre uma abordagem mal ou bem sucedida.
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Criar uma cultura justa é algo desafiador, mas que pode ser conseguido com planejamento e
trabalho.
O primeiro passo é definir diretrizes claras das situações que podem ocorrer no trabalho. Em
algumas empresas são criados conselhos ou comitês internos para criar, e lidar com as regras
do trabalho, e para garantir que cada caso de erro intencional ou não, seja avaliado de forma
individual e imparcial, em todos os seus detalhes.
O uso de cultura justa é fundamental para que as empresas possam diferenciar erros de
pessoas de erros de sistemas. E para que possam diferenciar erros intencionais e não
intencionais afinal, eles devem ser tratados com rigor diferente.
"Dizer que o acidente de trabalho aconteceu por causa do erro humano é como
dizer que algo caiu por causa da gravidade, ou seja, é verdade, mas não explica
nada".
Erro sem culpa é o que acontece em mais de 90% dos casos de “erro humano”, isso porque
quando a empresa tira um tempo para observar o contexto em que o erro ocorreu,
normalmente percebe que ela contribuiu para o erro acontecer.
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PARA LER EM MENOS DE UM MINUTO
Só haverá liberdade criativa para o empregado, quando o ambiente não é dominado pelo
medo: A criatividade é fator fundamental até para a sobrevivência do negócio.
A punição só é boa para quem pune: Não é educativa, muito pelo contrário eleva o medo e o
sentimento de injustiça.
A punição pode em algum momento entrar na pauta? Até pode, mas só deve ser aplicada
para os casos conhecidos como maçãs podres, ou seja, para as pessoas que deliberadamente
fazem algo errado já ansiando pelo resultado ruim.
Punir duas vezes: Punir o trabalhador quando o mesmo sofre um acidente de trabalho é punir
duas vezes. Pelo próprio acidente e também pela empresa.
A maioria dos erros não traz consequência: a questão que entra em pauta é compreender
porque ele não pode ser percebido e reparado.
O erro causado pelo sistema: Muitas vezes, o erro humano é contribuído ou causado por
projetos ou sistemas complexos, ou de risco elevado, ou seja, o sistema pode estar
pressionando o indivíduo para cometer o erro.
Erro sem culpa: Erro sem culpa é o que acontece em mais de 90% dos casos de “erro
humano”.
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QUESTÕES PARA REFLEXÃO:
1. Se um erro parecido com aquele que envolveu a enfermeira Annie tivesse ocorrido na
sua empresa, qual acredita que teria sido o desfecho?
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2. Com base no aprendizado desse capítulo, porque mesmo treinando você não percebe
mudança no comportamento dos trabalhadores?
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REFERÊNCIAS
Quality & Safety: ‘Just Culture’ Provides Process to Review, Correct Mistakes for Optimal
Patient Care: https://deptmedicine.arizona.edu/patient-care/blog/quality-safety-
%E2%80%98just-culture%E2%80%99-provides-process-review-correct-mistakes-optimal
Livro: The Field Guide to Understanding ‘Human Error’ - Third Edition. Sidney Dekker
Livro: Peoplework: The Human Touch in Workplace Safety. 2016. Autor Kevin Burns
52
CAPÍTULO 4. O QUE É CULTURA DE SEGURANÇA? COMO MEDI-LA?
Muitos profissionais se perguntam é possível medir a cultura de segurança de uma empresa? E
a resposta é, sim! Nesse capítulo veremos sobre isso.
Para avaliar a cultura de segurança, os conceitos mais utilizados são o programa de cultura
Hearts and Minds que apresenta a maturidade da cultura segurança em cinco níveis, e a Curva
de Bradley trabalhamos com quatro níveis. Ok, Nestor, mas o que é cultura de segurança?
Pidgeon, 2001 - Descreveu em “Safety culture: Transferring theory and evidence from the
major Hazards industries” (Cultura de segurança: transferência de teoria e evidências das
principais indústrias de riscos), a cultura como:
Interessante ele descrever que a cultura permite a construção de crenças sobre o perigo e a
segurança. E de fato, as pessoas passam a se cuidar genuinamente no trabalho se tiverem
crenças que permitem isso.
Guldenmund, 2000) - Descreveu em “The nature of safety culture: a review of theory and
research (A natureza da cultura de segurança: uma revisão da teoria e pesquisa)” a cultura de
segurança como:
Muito interessante ele descrever que os aspectos da cultura terão impacto nas atitudes e
comportamento dos trabalhadores, e até sobre o aumento ou diminuição do risco.
ACSNI, 1993 - Descreveu em “Human Factors Study Group. Third report. Organising for safety
(Human Factors Study Group. Terceiro relatório. Organizando para segurança)” a cultura de
segurança como.
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O produto de valores individuais, de grupo, atitudes, percepções, competências
e padrões de comportamento que determinam o compromisso e o estilo e a
proficiência do gerenciamento de segurança e saúde de uma organização.
E a minha descrição de cultura preferida foi feita por Schneider, 1990 - ele descreveu em “A
configural approach to the study of organizational climate (Uma abordagem configural para o
estudo do clima organizacional)” descreveu cultura como:
Note o quão poderoso e verdadeiro é essa descrição. Ele descreve que “a cultura define os
comportamentos que são esperados, apoiados e recompensados pela organização”.
Algumas empresas de forma inconsciente patrocinam os acidentes de trabalho! Elas fazem isso
quando permitem que o comportamento dos seus líderes seja um estímulo ao
comportamento de risco.
É um método que vem sendo utilizado por muitas empresas grandes além da Shell e outras
médias também. Percebo que ele é o queridinho do momento até aqui entre as empresas
brasileiras.
Na cultura das empresas brasileiras nos preocupamos muito com o PPRA, PCMAT, PGR, claro
que esses programas são importantes, porém, se a empresa não tiver uma cultura de
segurança madura de nada adianta ter o melhor programa, ou o melhor profissional SST do
mundo.
54
Na maioria dos casos, o problema não está no programa que a empresa utiliza, e sim na baixa
maturidade da cultura de segurança. Se a empresa tiver um bom programa, mas baixa
maturidade, infelizmente ele não prosperará.
Você certamente já viu que quando a CIPA é eleita alguns cipeiros normalmente estão
querendo melhorar o ambiente de trabalho, querendo fazer a diferença, mas com o tempo
a motivação inicial cai por terra.
Com os programas de SST o efeito da cultura também é evidente. Às vezes elaboram o PPRA, e
ele bem elaborado, traz várias propostas de melhoria, o profissional de segurança fica
esperançoso com as melhorias de SST para o ano, mas logo a empolgação acaba. Mas porque
isso acontece?
Isso acontece quando há baixa maturidade na cultura de segurança. A cultura sempre ganha!
Se algo vai contra a cultura de segurança, “se algo se choca contra a cultura, ele simplesmente
não prospera”.
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Acima você pode ver o modelo de cultura Hearts and Minds. Ele traz cinco níveis culturais o
patológico, reativo, calculativo, proativo, generativo.
NÍVEL 1. PATOLÓGICO
“Se o advogado disse para fazer, ok! Será feito então”. “É claro que temos acidentes, nossa
atividade é perigosa” ...
Esse é o nível de maturidade cultural em que as pessoas não se importam em fazer segurança,
desde que não seja pego. Desde que a empresa não tome uma multa não há problema não
implementar as ações de segurança...
A empresa quando está nesse estágio de maturidade se pudesse nem pensaria em segurança.
É o tipo de empresa que só age se for obrigada. Se o Ministério Público do Trabalho firma
um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) ela até cumpre o TAC, mas logo depois deixa
novamente de se preocupar com SST. É o tipo de empresa que se o Auditor Fiscal bate na
porta ela até implementa SST, mas do contrário não age.
No nível patológico não há nenhuma preocupação com a segurança, claro desde que não seja
pego, que não haja uma fiscalização, etc. O cuidado com SST se limita a atender a autoridade,
atender fiscalização. E quando a autoridade se afasta, tudo volta ao nível anterior.
NÍVEL 2. REATIVO
“Nós fazemos segurança toda vez que ocorre um acidente”, o que isso quer dizer? Neste nível,
o reativo, estão aquelas empresas que não se preocupam com segurança, mas quando
acontece um acidente ela promete se preocupar.
A preocupação da empresa na verdade não era com o acidente ela na verdade só levou um
susto, e pouco tempo depois de começar a fazer segurança por causa do acidente, a motivação
diminui novamente, só há preocupação quando há acidente.
Nesse tipo de empresa, como a gestão de SST não é global, e sim focada num problema
específico, novos acidentes podem acontecer, é apenas questão de tempo.
NÍVEL 3. CALCULATIVO
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“Nós temos os melhores programas de segurança, passamos por auditorias das nossas
certificadoras regularmente, e periodicamente revisamos nosso compliance”
Esse nível (estágio) é conhecido também como nível burocrático, onde as pessoas estão
preocupadas com o sistema. As empresas que encaixam neste nível adoram o programa de
segurança, a auditoria, algumas até possuem ISO.
Esse nível é melhor que os outros já citados, mas infelizmente eles ainda veem a segurança
como um método de cumprimento legal, de burocracia, não há gestão de segurança realmente
preocupada com a saúde e segurança.
É o tipo de estágio onde a empresa adora papel, adora programa de SST, adora cumprir
requisito, mas infelizmente a prática ainda fica a desejar.
NÍVEL 4. PROATIVO
“Nossos recursos estão disponíveis para evitar que o acidente ocorra. Nos esforçamos para
aprender como as coisas funcionam no chão de fábrica. Nossas taxas de frequência e
gravidade estão em aceitáveis para a nossa realidade”.
As pessoas possuem liberdade para compartilhar ideias e relatar condições de risco, o direito
de recusa é cumprido. Os acidentes de trabalho são relatados e não empurrados para debaixo
do tapete, assim como os outros problemas de segurança.
NÍVEL 5. GENERATIVO
A empresa nesse estágio não abre mão da segurança. Segundo os estudiosos da área de SST,
existem poucas empresas no mundo que alcançaram o nível generativo. Infelizmente a própria
necessidade de sobrevivência das empresas permite que poucas cheguem ao nível generativo.
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4.6. RESULTADOS DA EVOLUÇÃO CULTURAL: HEARTS AND MINDS
Quando vamos do nível patológico para o nível generativo existe um aumento de consciência
organizacional, a empresa começa a se conhecer, e quando digo empresa, falo empregadores
e trabalhadores.
E pode ser que você esteja pensando, “como esta metodologia pode ajudar a minha
empresa?”. Abaixo listaremos 3 efeitos:
Não são os trabalhadores que determinam o nível de maturidade e sim a liderança, até porque
o trabalhador normalmente fará de tudo para manter seu emprego.
Se o trabalhador percebe que a segurança do trabalho é um valor para a empresa, ele tenderá
a ir se encaixando nela. E naquelas empresas em que o trabalhador percebe que a segurança
existe apenas nos banners e placas, ele tenderá a não se envolver.
58
O objetivo do trabalhador é garantir o emprego e para isso ele se molda às crenças da
liderança da empresa, portanto se a maturidade da cultura é alta, o trabalhador estará junto e
se a cultura é baixa o trabalhador está junto também.
No relatório deve ser relatado os itens que precisam ser melhorados, se for o caso, por
exemplo:
Como a empresa envolverá seus líderes, e como eles atuarão sobre os liderados, para tirar as
ações de segurança do papel, e transformá-las em práticas. E as práticas de segurança
acontecerão com ajuda deles, dos próprios empregados!
O foco não é fornecer dados para punir ou constranger o trabalhador, mas para ajudar a
empresa a “consertar o ambiente de trabalho” para que o comportamento seguro floresça de
forma sustentável e duradoura.
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A maturidade organizacional em segurança não eleva apenas o padrão do setor de segurança,
ela eleva a qualidade também, eleva também a qualidade da motivação, eleva a qualidade dos
serviços, das entregas, da performance, dos processos que se tornam mais eficientes… Tudo
isso leva a empresa a produzir com menos custos e com processos operacionais mais
eficientes.
Ter excelência em segurança faz muito bem para o negócio como um todo. O pico de produção
não deve ser visto como inimigo da segurança.
Espero que você tenha gostado de conhecer um pouco mais sobre o método de cultura de
segurança Hearts and Minds, é um programa bem aceito nas empresas top de segurança do
trabalho no Brasil e no mundo.
O fato é que existem diversas empresas brasileiras grandes e médias que investem nesse tipo
de melhoria. Inclusive algumas nos contratam para isso. As empesas que investem, o fazem
normalmente porque foram convencidas pelo setor de SST, por conta de certificações, ou
porque sofreram com um acidente grave, e isso alterou sua forma de ver SST.
Seja como for, os resultados com o Hearts and Minds não são mágicos! Toda a melhoria
acontece passo a passo e leva tempo. No próprio relatório normalmente sugerimos estratégias
para pequeno, médio e longo prazo. E obviamente a melhoria também acontecerá a pequeno,
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médio e longo prazo. Não existe milagre! Existe trabalho e dedicação, e o resultado é mera
consequência de um trabalho realista, bem planejado e bem executado.
Uma das maiores barreiras em segurança do trabalho é justamente o alinhamento das partes,
é desenhar a estratégia.
Normalmente o trabalhador não sabe o que o líder espera dele. E o líder por sua vez, envia as
mensagens erradas ao trabalhador. Ele o líder quer segurança, mas por desconhecimento
envia mensagens que o trabalhador entende justamente o contrário. O método de avaliação
de cultura de segurança Hearts and Minds ajuda até mesmo a tirar essas mensagens ambíguas
(confusas) do caminho.
E você conseguiu definir em qual nível sua empresa está? Que tal determinar os próximos
passos? Ou seja, o que sua empresa deverá fazer para melhorar o nível de maturidade
cultural?
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cultural. Se quiser saber mais, clique aqui, ou entre em contato pelo e-mail
contato@nestorwneto.com diretamente no site www.nestorwneto.com.
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Empresas com baixa maturidade de segurança possuem baixo padrão em segurança: comitês
como a CIPA, Brigada de Incêndio nesse tipo de empresa normalmente não são engajadas, as
reuniões são improdutivas, as discussões sobre os problemas nunca levam a melhorias
práticas. Os programas de segurança não envolvem o trabalhador, os cronogramas
normalmente não são cumpridos. A preocupação com o acidente só dura poucos dias depois
da ocorrência do mesmo. Muitas regras e pouco cumprimento pelas partes...
Ter excelência em segurança faz muito bem para o negócio como um todo: é comum que
empresas que performam bem em segurança, são formadas por trabalhadores que amam a
empresa, e fazem de tudo para se manter nela. E por estar satisfeitos, os trabalhadores
produzem mais e geram melhores lucros para a organização. Produção nunca foi e nunca será
inimiga da segurança.
62
QUESTÕES PARA REFLEXÃO:
1. Se você fosse atribuir uma nota para a maturidade da cultura de segurança da sua
empresa. A nota seria entre 1 a 5, qual nota daria? Quais os ações ou omissões da
organização o levaram a dar essa nota?
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2. Descreva com riqueza de detalhes o que acredita que a sua empresa deveria fazer para
ir ao próximo nível na cultura de segurança
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CAPÍTULO 5. AS 5 CHAVES PARA MELHORAR OS COMPORTAMENTOS DOS
TRABALHADORES
Nesse capítulo daremos algumas dicas de estratégias para melhorar os comportamentos dos
trabalhadores. São dicas simples que com algum trabalho é possível colocar em prática com
excelentes resultados.
Qualquer que seja o caminho para melhorar a cultura de segurança, esse caminho
normalmente passa por um ou mais profissionais de segurança, ou interessados em segurança
que estão dispostos a provocar a mudança, a fazer a diferença.
Uma das melhores estratégias para começar é investir no diagnóstico de cultura de segurança.
Isso porque a partir do diagnóstico é emitido um relatório com as poucas coisas que a empresa
precisa fazer para ir ao próximo nível na maturidade da cultura.
Quando descrevemos fazer o “V = 0”, estamos dizendo que o primeiro passo para evoluir ao
próximo estágio na cultura de segurança é entender o estágio atual.
Um ambiente muito
quente, ruidoso ou
mal organizado,
estará mais propenso
a ter maiores índices
de acidente de trabalho do que ambientes agradáveis.
64
5.3. RECONHECIMENTO E RECOMPENSA
Uma das estratégias que empresas com baixa maturidade de segurança utilizam para
fortalecer o comportamento seguro é o uso de recompensas.
“As pessoas não decidem seu futuro, elas decidem seus hábitos, e seus hábitos
decidem seu futuro”.
F. Matthias Alexander
A decisão de tentar novos comportamentos seguros é algo que deve vir da liderança da
empresa, e mesmo assim não será fácil! Importante também definir o que significa
comportamento seguro (ou seja, o que se espera que os empregados façam) para a empresa.
O livro The One Thing (A Única Coisa) dos autores Gary Keller e Jay Papazan, os autores
baseados em pesquisa afirmam que o total de tempo para sedimentar um hábito novo vai de
18 a 254 dias. 66 dias é a média de dias em que um novo hábito é, de fato, sedimentado.
Um novo hábito é difícil de iniciar (decisão e esforço), mas fácil de manter depois de
sedimentado, afinal, quando um comportamento se torna um hábito, o fazemos “no
automático”.
Nem todo reconhecimento é positivo, por exemplo, uma pessoa pode ser reconhecida por ter
péssimo caráter, ser um chefe autoritário.
65
Quando a pessoa se sente recompensada, ou seja, se sente bem, por exemplo, por algum
elogio que recebeu, é grande a chance grande de que o comportamento seja reforçado. E isso
aumenta a possibilidade de recorrência do comportamento.
Quando alguém no trabalho recebe um elogio, e se a pessoa elogiada se sente bem, existe aí
um caso clássico de recompensa.
Existem várias evidências que comprovam que sim. Eles funcionam, claro, se bem planejados e
executados.
Uma empresa do setor hoteleiro observou que seus programas de incentivo por
comportamento seguro traziam como efeito que, a cada 5 Dólares pagos em incentivos
resultava para 95 dólares economizados com acidentes de trabalho. Uma incrível taxa
de 19-para-1¹.
O programa durou 2 anos e ajudou a empresa a economizar 2.4 bilhões de dólares com
indenizações relacionadas a acidentes de doenças do trabalho.
O efeito danoso desse tipo de recompensa é que em nome do bônus é comum que
trabalhadores escondam os acidentes de trabalho (não os relatando). A história mostra que
isso pode levar a tragédias, como foi o caso do acidente na plataforma de petróleo Deepwater
Horizon em 2009, que deixou 11 mortos, perda total da plataforma (que afundou no mar), e
um prejuízo ambientam incalculável, ocorreu algo parecido na empresa de mineração Nova
Scotia em 1992.
Em maio de 1992, Nova Scotia, Canadá estava envolta em um dos mais terríveis acidentes já
ocorridos em minas de carvão. 26 mineiros foram mortos. Durante o inquérito público que foi
estabilizado para investigar o acidente foi descoberto vários itens que colaboraram para o
acidente acontecer.
A investigação mostrou que os mineiros e os líderes conheciam os riscos da operação, mas que
aceitaram correr o risco, em parte, porque foram altamente motivados por esquemas de
bonificações que os levaram a negligenciar as precauções que deveriam ter sido adotadas em
66
termos de segurança. Eles negligenciaram as precauções em segurança em nome do benefício
financeiro!
Para que uma recompensa atue como um reforçador é preciso que cumpra alguns requisitos.
Toda boa recompensa para ser uma boa reforçadora tem que ser:
- Positiva, imediata e certa: no livro Bringing Out the Best in People: How to Apply the
Astonishing Power of Positive Reinforcement (Trazendo o melhor nas pessoas: Como aplicar o
surpreendente poder do reforço positivo), o autor Aubrey C. Daniels deixa claro que
recompensas positivas, imediatas e certas são extremamente fortes para ajudar na mudança
de comportamento ou estabelecer novos hábitos.
“Gostei de ver! Parabéns por estar utilizando o protetor auditivo hoje, além de
você estar cuidando da sua audição, está dando um ótimo exemplo para os
demais colegas de equipe”.
- Algo que o trabalhador deseja: não precisa ser algo que custe caro, aliás, pode até ser algo
que nem custe dinheiro, mas que tenha um significado. Feedback e reforço positivo, por
exemplo, formam a combinação mais poderosa das técnicas que você pode usar para revelar o
que há de melhor nas pessoas.
Infelizmente na maioria das empresas o empregado trabalha vendado, ou seja, não sabe o que
o líder dele espera dele. E das expectativas não ditas, normalmente vem a incompreensão e a
insatisfação.
Durante um emprego que tive em um sindicato, o meu empregador não me dizia o que queria
de mim, e eu por não saber o que fazer, ficava matando o tempo. O resultado é que eu fiquei
frustrado com ele, e ele comigo. Eu deveria ter ido à sala dele e perguntado “o que o senhor
espera que eu faça?”, mas acabei não fazendo isso. O tempo passou e por ausência de minha
iniciativa ou dele, de um plano de trabalho, e consequente resultado, eu fui demitido.
- Carta do supervisor ou algum outro líder da empresa para a família do liderado: na carta
eles podem dizer algo como, “estamos muito felizes por você Sra. Maria, e as meninas Heloisa
e Layla, terem nos cedido o Mário Sobral Jr. para trabalhar me nossa empresa. Ele é muito
competente e comprometido com o trabalho. É consciente dos riscos presentes no trabalho,
67
ele sempre utiliza os equipamentos de proteção, e sempre nos ajuda a cuidar da segurança
dele e de seus colegas”.
- Café da manhã ou almoço com o líder da planta: todo o liderado gostaria de passar um
tempo com líder, afinal ele é uma pessoa normalmente admirada por sua posição, poder de
decisão e muitas vezes por suas posições. Ter um tempo para conversar com uma pessoa
assim é algo formidável, não é? Seja para pedir alguma coisa, fazer uma sugestão, pedir dicas
de como ser um liderado melhor, etc.
- Oportunidade para dar conselhos ou opiniões: aqui o objetivo é estar perto do empregado
recompensado. E poder contribuir com alguma dica ou opinião para que ele possa se
desenvolver como pessoa ou como empregado.
Espaço no estacionamento mais próximo da portaria. Vale sorvete, cinemas, dinheiro. Bonés,
capacetes, jaquetas, camisetas. Troféus, placas, certificados. Levar em conta do
comportamento para possibilidade de promoções na organização.
Se o trabalhador não entender que o uso do EPI é importante para a empresa, e não apenas
para o setor de SST. Se ele não entender que é fator que poderá até determinar a manutenção
do emprego, ou uma futura oportunidade de promoção, será difícil ter sucesso na utilização do
EPI.
68
Uma forma de fazer é criar procedimentos de trabalho em parceria com o trabalhador. Um
check list para máquinas e equipamentos baseado na NR 12 legalmente estará correto, mas
ele será aplicável a realidade da empresa? O trabalhador do setor sentirá desejo de utilizá-lo?
Opção seria criar a estrutura do check list, imprimir e pedir que o trabalhador coloque lá o que
ele julga importante, e depois você chamaria o trabalhador e colocaria os itens normativos,
validando com ele item por item, quais ele julga que faz sentido. Inclusive, pode haver dois
check list, um para você (e o especialista em segurança) e outro para o trabalhador (que
operará o equipamento).
Em algumas empresas o próprio setor de segurança cria canais na CIPA, ou lugares onde o
trabalhador pode ir, ou depositar um formulário relatando acidentes, incidentes ou condições
de risco.
Não há como a empresa aprender e melhorar, se ela varre o que não gosta para debaixo do
tapete. O que dá errado na operação, deve ser fonte de informação para a mudança, e não de
vergonha.
Deseja melhorar a adesão ao uso dos EPIs? De qual tipo de EPI, botina, protetor auditivo?
Espero que tenha entendido o quanto é simples aplicar os conceitos apresentados aqui. É
simples, mas não é fácil, principalmente em empresas com baixa maturidade na cultura de
segurança. Basicamente o que fazemos é buscar entender porque e como as coisas acontecem
da maneira que acontecem.
Atuar dessa forma requer um olhar genuinamente interessado para o trabalhador como
pessoa, e no sistema de trabalho, requer utilizar empatia. Requer e uma reconstrução
69
cuidadosa das ações de segurança, com foco não apenas em cumprimento legal, mas em
entender com especialistas de campo, e assim, dar sentido a segurança do trabalho no
contexto do sistema.
A ideia é fazer com que a segurança do trabalho faça sentido para o empregado. A ideia é fazer
com que o comportamento seguro seja desejável e fácil, e que o comportamento de risco (ato
inseguro, desvio, fator pessoal de insegurança) seja difícil e indesejado. E claro, que isso é
impossível sem envolver a liderança da empresa e pensando apenas em curto prazo.
Se precisar de nossa ajuda, basta nos chamar em qualquer das formas de contato em nosso
site www.nestorwneto.com .
70
PARA LER EM NENOS DE UM MINUTO
Pra quem não saber onde ir, qualquer caminho serve: fazer o v=0 é fundamental para saber
por onde começar a melhoria.
O foco deve ser uma reconstrução cuidadosa das ações de segurança: com foco não apenas
em cumprimento legal, mas aprender também com os especialistas de campo, e assim, dar
sentido a segurança do trabalho no contexto do sistema.
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REFERÊNCIAS
¹Target Risk 3: Risk Homeostasis in Everyday Life. 2014. Gerald J.S. Wilde
Safety Incentives: The Pros and Cons of Award and Recognition Programs. Wayne G. Pardy.
1999
Bringing Out the Best in People: How to Apply the Astonishing Power of Positive
Reinforcement. Aubrey C. Daniels. 2016.
72
CAPÍTULO 6. O QUE É PROGRAMA DE SEGURANÇA COMPORTAMENTAL (BEHAVIOR
BASED SAFETY)? QUAIS OS BENEFÍCIOS DESSA ABORDAGEM?
Nesse artigo falaremos sobre o que é Behavior Based Safety? Quais os benefícios dessa
abordagem?
Na busca por diminuir os acidentes e doenças do trabalho muitos gestores se perdem no mar
de estratégias e possibilidades, infelizmente algumas delas são pouco práticas e outras não
dão resultado por falta de bases claramente definidas.
Ao longo dos anos uma estratégia tem se mantido como uma das mais eficientes para
melhorar os indicadores de segurança, o Behavior Based Safety ou se preferir, Segurança
Comportamental.
Nas décadas de 1970 e 1980, uma fusão das ciências comportamentais aplicadas à segurança
(Komaki et al.,1978; Krause, Hidley e Lareau, 1984) levou ao nascimento de um “novo”
processo – segurança baseada no comportamento.
As abordagens tradicionais de
engenharia e gerenciamento
tendem a se concentrar em
controles focados na automação,
conformidade de procedimentos e
controles administrativos. Mas a
ciência do comportamento busca
avaliar também os
comportamentos humanos e
organizacionais que acabam
levando aos acidentes e doenças do trabalho.
Atualmente existem discussões a respeito da utilização ou não das pirâmides, mas mesmo
assim muitas empresas à utilizam não como parâmetro único, mas como uma das direções que
devemos considerar.
73
6.2. O QUE É BEHAVIOR BASED SAFETY?
Behavior Based Safety (BBS) ou Segurança Comportamental é aplicação da ciência
comportamental para lidar com os problemas de segurança do trabalho, presentes no
ambiente de trabalho.
O processo cria uma parceria entre empregador e trabalhadores para continuamente aplicar
estratégias de intervenção comportamental e melhorar os comportamentos e por
consequência, diminuir os acidentes e doenças do trabalho.
A ideia central é fazer com que os próprios empregados se tornem os “donos da segurança do
trabalho”, ajudando a encontrar os riscos, avaliar os riscos e tomar as decisões para ajudar o
empregador a melhorar as condições de trabalho.
2. Liderança efetiva: é indispensável envolver os líderes e gestores no processo para que eles
passem com seus atos a demonstrar a importância dos comportamentos conscientes no
trabalho.
O mundo do trabalho mudou! E a empresa cabe transportar sua visão, missão e valores em
estratégias práticas. Pois o empregado entende bem quando o comprometimento é real, e
quando é apenas ficção, ou seja, um banner ou quadro na parede…
74
ideia é elogiar e reconhecer quem faz o certo, para mostrar que o comportamento adotado é o
que queremos, e assim, aumentar a probabilidade de que ele se repita, e quem sabe, se torne
um hábito. Para ter um feedback poderoso é preciso que ele seja:
5. Análise sistêmica: ela existe para ajudar a identificar os fatores sistêmicos que levam a atos
de risco, e que permitem que as recomendações e melhorias estejam adequadas a realidade
do que ocorre no dia a dia de trabalho.
6. Ações baseadas em dados: no processo de BBS todas a ações de melhoria são baseadas na
coleta de dados da realidade cultural e do ambiente de trabalho, assim nenhuma gota de suor
derramada sem propósito e nenhum centavo é investido em vão.
Como a única coisa constante no mundo é a mudança, o Behavior Based Safety também não
ficou parado no tempo.
Abaixo apresentamos as principais mudanças e melhorias que foram e estão sendo inclusas
nessa tecnologia.
75
6.4. POR QUE ADOTAR O BEHAVIOR BASED SAFETY NO MEU NEGÓCIO?
1. Fazer com a segurança do trabalho seja responsabilidade de todos: infelizmente é comum
que em empresas que possuem profissionais de segurança do trabalho, eles sejam vistos como
os donos da segurança do trabalho.
Esse sentimento de dono ajuda o trabalhador a ter confiança para ações práticas como, relatar
situações de risco, incidentes, relatar acidentes, oportunidades de melhoria e muito mais.
O BBS faz com que a segurança passe a ser visto como um direito e responsabilidade de todos.
Esse sentimento de dono torna os trabalhadores e liderança mais engajados com os assuntos
de segurança e saúde no trabalho.
Ações práticas que levam a segurança do trabalho são delegadas a líderes e trabalhadores e
isso acaba dando a eles o sentimento de dono.
Com um clima melhor as pessoas passam a falar mais abertamente sobre os riscos do trabalho,
sobre seus medos e frustrações relacionadas ao trabalho. A consequência é o sentimento de
parceria e cooperação entre liderança e empregados.
76
O BBS pode ser a estratégia certa para ajudar a
diminuir dramaticamente os acidentes e doença
do trabalho aí na sua empresa. Assim como
qualquer outra estratégia, só funciona se houver
expertise de quem a implementa, e
envolvimento genuíno de onde se estiver
implementando.
77
Bibliografia:
1. Livros e publicações:
Krause, T.R. 1995. Employee-Driven Systems for Safe Behavior. Van Nostrand Reinhold, New
York.
Komaki, J., Barwick, D., Scott, L.R., 1978. A behavioral approach to occupational safety:
pinpointing and reinforcing safety performance in a food manufacturing plant. Journal of
Applied Psychology 63(4), 434±445.
The Psychology of Safety Handbook: Editora: CRC Press; Edição: 2ª (dezembro de 2000)
2. Links:
https://www.segurancacomportamental.com/revistas/item/688-eficiencia-da-gestao-bbs-
behavior-based-safety-atraves-da-filosofia-lean
https://www.hsa.ie/eng/Publications_and_Forms/Publications/Safety_and_Health_Managem
ent/behaviour_based_safety_guide.pdf
Livro: Good Leaders Ask Great Questions: Your Foundation for Successful Leadership. Autor
John C. Maxwell. 2016.
78
QUEM É NESTOR W NETO?
Faaaaaaala Prevencionista!
Sou o pai da Layla, da Mariana e da Heloísa, e vovó do Oliver. Eles são o meu porto seguro.
Dão um trabalho terrível, mas eu morro de amor por essa galera.
FORMAÇÕES E REALIZAÇÕES
Desenvolvo minhas atividades em vários lugares. O que muita gente chama de trabalho eu
chamo de vocação!
Acredito que o ambiente de trabalho pode ser um lugar mais harmonioso e seguro, depende
muito de cada um de nós.
Quando deixarmos de apenas entregar problemas, citar normas, entregar EPIs, e passarmos a
entender o contexto dos comportamentos, e o impacto da liderança e do ambiente o foco
muda! E assim, aplicando as ferramentas certas a gestão de SST melhorará naturalmente. E
então, você está pronto para começar?
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Logo de pronto te agradeço por acreditar em nosso trabalho! Tenho certeza que ao aplicar os
conceitos divulgados nessa apostila você contribuirá significativamente para que haja mais
segurança e saúde no trabalho. Aproveite.
Você gostaria de ir além do cumprimento legal, entender mais sobre os fatores humanos e
organizacionais que levam aos acidentes e doenças do trabalho?
No nosso novo blog, o www.nestorwneto.com/blog temos a sua disposição vários artigos com
temas humanos e organizacionais em segurança do trabalho, temas que você não encontrará
em nenhum outro site em língua portuguesa.
- Análise de porque a CIPA não está funcionando e Programa de Motivação para as CIPAs:
Que tal batermos um papo e encontrar a melhor iniciativa para a sua empresa?
Fale conosco.
Novamente obrigado. E que essa apostila lhe renda excelentes aprendizados! Até mais.
Nestor W Neto
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