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Impacto do Novo Relatório dos Auditores Independentes nos Honorários dos Auditores

LORENA COSTA DE OLIVEIRA MELLO


Universidade Federal do Ceará
PAOLO GIUSEPPE LIMA DE ARAÚJO
Universidade Estadual do Ceará

Resumo

A adoção do novo relatório dos auditores independentes, que tem como objetivo melhorar sua
qualidade informacional, acarretou novas exigências de divulgação, principalmente quanto
aos principais assuntos de auditoria que envolvem as áreas de riscos e procedimentos
executados pelas empresas. Nesse contexto, o objetivo deste estudo é analisar o impacto da
adoção do novo relatório dos auditores independentes nos honorários da auditoria das
empresas listadas na B3. Para tanto, realizou-se uma pesquisa descritiva, de cunho
quantitativo, a partir de dados de 346 empresas, do período de 2014 a 2017, portanto, antes e
depois da adoção do novo relatório. Por meio da análise de dados em painel, os resultados
sugerem que a adoção do novo relatório de auditoria não impactou os honorários de auditoria
das empresas atuantes no mercado acionário brasileiro, sendo rejeitada a hipótese norteadora
da pesquisa de que essa adoção poderia gerar um esforço adicional dos auditores devido às
novas exigências de divulgação. Dessa forma, pode-se inferir que as alterações
implementadas no novo relatório de auditoria não alteram substancialmente o escopo do
trabalho do auditor independente, apenas aumentam o nível de divulgação e transparência
sobre o seu trabalho. Constatou-se ainda que, exceto a variável comitê de auditoria, as
variáveis: tamanho da empresa, tipo de firma de auditoria, tipo de relatório de auditoria,
rodízio de auditoria e setor econômico demonstraram relação estatisticamente significante
com a variável dependente honorários de auditoria. Além de contribuir para que os órgãos
reguladores entendam os impactos de novas demandas no trabalho dos auditores, os
resultados contribuem para melhor negociação entre as firmas e seus clientes, na medida em
que fornecem elementos para o entendimento de como são formados os honorários dos
auditores.

Palavras-chave: Novo relatório de auditoria, Honorários de auditoria, Principais assuntos de


auditoria.

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1 Introdução
Nos últimos anos a contabilidade vem passando por modificações na sua estrutura
conceitual, com vistas a atender a necessidade da geração de informações úteis para a tomada
de decisão dos stakeholders. Esse movimento também é observado no campo da auditoria,
como uma forma de atender aos investidores, analistas e demais usuários das demonstrações
contábeis, que buscam uma maior transparência sobre o trabalho executado pelos auditores.
Dessa forma, exigiu-se do auditor um relatório mais compreensível e menos normativo, que
fornecesse informações para auxiliar a tomada de decisões, agregando valor às demonstrações
contábeis e trazendo mais informações sobre a companhia e sobre o processo de auditoria.
Tal demanda é explicada pelo papel exercido pelos auditores no mercado: intermediário
informacional entre gestores e stakeholders, que ajuda na redução da assimetria de
informação por meio da apresentação de um relatório de auditoria, incrementando a
confiabilidade e a qualidade das demonstrações contábeis (Sunder, 2014).
Escândalos contábeis e de fraudes mundiais ocorridos no início do século XXI (Enron,
Wordcom, Xerox) reforçam essa demanda, pois trouxeram à tona problemas sobre a
qualidade das informações contábeis divulgadas pelas empresas, levando os usuários das
demonstrações contábeis a questionarem o trabalho executado pelos auditores, principalmente
quanto ao seu desempenho, funções e responsabilidades.
Para atender a demanda dos agentes do mercado, órgãos reguladores mundiais de
auditoria deram início a um processo de reformulação das normas dos relatórios dos auditores
independentes. Seguindo a tendência mundial, no Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade
– CFC aprovou, em 04 de julho de 2016, alterações nas Normas Técnicas de Auditoria – NBC
TA 560, 700, 705, 706, 720 e a criação da NBC TA 701, com mudanças relativas ao relatório
dos auditores, com vigência para os exercícios sociais findos a partir de 1º de janeiro de 2016.
As normas aprovadas não alteraram o objeto do trabalho do auditor independente,
apenas aumentam o nível de divulgação e transparência sobre o seu trabalho, através de um
detalhamento mais aprofundado das responsabilidades dos auditores e da administração,
juntamente com a governança corporativa, a análise e o julgamento sobre a continuidade
operacional das empresas e, para as entidades listadas em bolsa de valores, a divulgação dos
principais assuntos de auditoria tratados durante a execução da auditoria – principal alteração
das normas em 2016.
A respeito dessas mudanças, o documento do International Auditing and Assurance
Standards Board (IAASB), intitulado At Glance: New and Revised Auditor Reporting
Standards and Related Conforming Amendments (IAASB, 2015), ressalta que ao identificar e
esclarecer como os assuntos de auditoria foram conduzidos, o novo relatório do auditor
ajudará a melhorar a natureza da comunicação com as partes interessadas e permitirá que os
usuários compreendam melhor as responsabilidades do auditor e da administração da
empresa. Esta mudança atenderá aos anseios dos investidores, que utilizam os relatórios de
auditoria na tomada de decisões, elevando assim a relevância da profissão (Cordos & Fülöp,
2015).
O novo relatório de auditoria é considerado pelo IAASB a mudança mais relevante em
toda a história da auditoria, pois teve como objetivo divulgar aspectos específicos de cada
entidade, aumentar a transparência do processo aos usuários externos, além de estabelecer
uma relação mais informativa entre auditores e investidores ao destacar as informações mais
relevantes dentre todas aquelas divulgadas pela administração aos usuários das demonstrações
contábeis (Coscodai, 2016).
Apesar de ser um avanço em termos de qualidade informacional, uma das principais
preocupações comumente manifestada nas discussões técnicas da área é que a adoção do novo
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relatório de auditoria e a comunicação dos principais assuntos de auditoria pudesse ser
entendida como um indicador de desempenho da administração, resultando em mais trabalhos
de auditoria devido ao maior risco de auditoria e possíveis litígios (Gray, Turner, Coram, &
Mock, 2011), e podendo impactar o custo com a auditoria, devido a maior interação e
envolvimento de níveis de maior senioridade, tanto da empresa auditada quanto dos auditores
(Castro, Peleias, & Silva, 2015; Coscodai, 2016).
Nesse contexto, este estudo tem o objetivo de analisar o impacto da adoção do novo
relatório dos auditores independentes nos honorários dos auditores das empresas brasileiras
listadas na B3 S. A. – Brasil, Bolsa, Balcão. Adicionalmente, verifica-se a relação entre os
honorários dos auditores e as características das empresas auditadas e dos auditores. A
amostra reúne dados de 346 empresas brasileiras do período de 2014 a 2017, portanto, antes e
depois da adoção do novo relatório.
Na literatura científica, os estudos que abordam o novo relatório dos auditores se
concentram em discussões conceituais sobre as alterações propostas pelo normativo (Mendes
& Martins, 2014; Manoel & Quel, 2017) e entre a relação do novo relatório com a qualidade
de auditoria (Islam, 2016). Apenas alguns estudos internacionais analisam o novo relatório e
sua relação com a qualidade da auditoria e os honorários do auditor (Bédard, Gonthier-
Besacier, & Schatt, 2014; Gutierrez, Minutti-Meza, Tatum, & Vulcheva, 2015; Prassad &
Chand, 2017).
Distinguindo-se de pesquisas anteriores no contexto brasileiro, este estudo analisa o
novo relatório dos auditores tendo como foco o possível impacto no custo da auditoria no
Brasil. Sua justificativa e contribuição reside, portanto, em preencher uma lacuna de pesquisa
sobre o tema, já que se vem estudando o novo relatório dos auditores sob outras óticas, como
descrito acima. Ademais, o estudo se justifica por se tratar de um assunto relevante para o
mercado de capitais, especialmente para investidores e auditores, pois, além de contribuir para
um crescente corpo de literatura que examina os impactos causados pela adoção do novo
relatório de auditoria, especificamente a divulgação dos principais assuntos de auditoria, sobre
o custo da auditoria, auxilia os stakeholders no processo de tomada de decisão.

2 Revisão da literatura e hipóteses da pesquisa


Os stakeholders buscam aumentar suas percepções sobre a entidade, compreendendo
melhor suas demonstrações contábeis, que estão cada vez mais robustas e complexas em
função de suas operações e das exigências de maior disclosure. Para isso, têm buscado
subsídios na opinião do auditor que, no entanto, vinha apresentando relatórios de auditoria
padronizados, sem a divulgação de particularidades da entidade auditada, o que, para Dantas e
Medeiros (2015), representava desperdício do valor informacional do relatório do auditor.
Diante deste cenário, o novo relatório de auditoria surgiu para atender as necessidades
dos usuários das demonstrações contábeis, visando deixar claro os respaldos nos quais se
baseiam o auditor independente para emitir sua opinião sobre as demonstrações contábeis,
informando os riscos pertinentes a cada empresa auditada, personalizando-se, assim, sua
opinião.
As atuais reformas foram impulsionadas por debates de longa data sobre a forma,
conteúdo e valor do relatório de auditoria (Church, Davis, & Mccraken, 2008; Smieliauskas,
Craig, & Amernic, 2008; Mock et al., 2013). Em particular, descobriu-se que a forma
padronizada e o conteúdo restritivo do relatório de auditoria existente limitam seu valor
informativo e comunicativo (Vanstraelen, Schelleman, Meuwissen, & Hofmann, 2012).
O principal objetivo da atual reforma é aumentar o valor comunicativo do relatório de
auditoria (IAASB, 2015). Os investidores e outros usuários pediram que o relatório de

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auditoria fosse mais informativo e, particularmente, que os auditores fornecessem
informações mais relevantes sobre a auditoria (IAASB, 2015).
As principais mudanças constantes no novo relatório do auditor independente consistem
em: i) criação de uma nova seção na qual o auditor comunica os principais assuntos de
auditoria, identificados como áreas de riscos significativos ou áreas que envolvam julgamento
significativo do auditor; ii) divulgação do nome do sócio responsável pelo trabalho; iii) seção
com a opinião apresentada no primeiro parágrafo, seguido da base para a sua opinião; iv)
parágrafo sobre going concern, incluindo: a) descrição das responsabilidades da
administração e do auditor; e b) uma seção separada caso haja incerteza material da
continuidade da entidade; v) afirmativa por parte do auditor quanto à sua independência e às
suas responsabilidades éticas, de acordo com o código de ética do profissional; e vi) melhoria
na descrição das responsabilidades do auditor e principais características da auditoria. Tais
alterações estão fundamentadas nas seguintes normas NBC TA 700 (2016), 701 (2016), 705
(2016) e 260 (2016).
Destaca-se, no novo relatório, a seção “Principais Assuntos de Auditoria” (PAAs), na
qual o auditor elege os assuntos mais relevantes, dentre aqueles comunicados ao comitê de
auditoria ou órgãos de governança equivalentes. A seção engloba os temas da entidade que
exigiram atenção e esforço de trabalho significativo por parte da auditoria.
Os PAAs são assuntos que, segundo o julgamento profissional do auditor, foram os
mais significativos na auditoria das demonstrações contábeis. Tais assuntos se referem às
áreas avaliadas como de maior risco de distorção relevante ou riscos significativos
identificados, julgamentos significativos do auditor relativos às áreas das demonstrações
contábeis que também envolveram julgamento significativo por parte da administração,
inclusive estimativas contábeis identificadas que apresentam alta incerteza de estimativa e
efeito sobre a auditoria de fatos ou transações significativas ocorridos durante a auditoria
(NBC TA 700, 2016). Essa exigência agregou ao trabalho do auditor maior transparência,
tornando o relatório de auditoria mais informativo (Manoel & Quel, 2017).
A adoção do novo relatório dos auditores independentes e a divulgação dos PAAs
atribuiu à gestão e aos auditores a responsabilidade por uma maior transparência e possibilitou
aos usuários o acesso a um conjunto de dados maior para que decidam mais assertivamente,
afetando a tomada de decisão do usuário e a capacidade da auditoria de defender seu trabalho
(Backof, Bowlin, & Goodson, 2017).
O novo formato do relatório de auditoria e a divulgação dos principais assuntos de
auditoria podem causar diversos impactos relacionados às empresas de auditoria e às
empresas auditadas. Dentre tais impactos, destaca-se o custo da auditoria, tido como de
grande importância, uma vez que a compreensão do comportamento dos honorários da
auditoria contribui para que os stakeholders tenham conhecimento dos principais fatores de
risco das empresas auditadas, que são a base para a determinação da remuneração dos
auditores e, desse modo, possam considerar esses fatores nas suas decisões de investimento
(Gotti, Han, Higgs, & Kang, 2012).
Prasad e Chand (2017) asseveram que os custos de auditoria estão diretamente
relacionados à extensão dos recursos consumidos na condução de uma auditoria. Mudanças
nos padrões de auditoria e legislações relacionadas podem ter um impacto significativo nos
custos de auditoria. Os fornecedores de serviços de auditoria e outras partes interessadas
admitem que os custos de auditoria têm maior probabilidade de aumentar após a
implementação das reformas do relatório de auditoria atual.
Diversos estudos analisaram os honorários de auditoria e sua relação com variáveis
como tamanho do cliente (Firth, 1997; Cameran, 2005; Naser & Nuseibh, 2007; Gonthier-
Besacier & Schatt, 2007; Hallak & Silva, 2012; Kaveski & Cunha, 2016, Sangiorgi, Mello, &
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Garcia, 2018); risco, rentabilidade e complexidade das operações do cliente (Joshi & Bastaki,
2000; Cameran, 2005; Mayoral & Segura, 2007; Naser & Nuseibh, 2007; Gonthier-Besacier
& Schatt, 2007; Castro et al., 2015; Borges, Nardi, & Silva, 2017); serviços de não auditoria,
duração do contrato de auditoria e setor que a empresa pertence (Jaramillo, Benau, & Grima,
2012), nível de responsabilidade social corporativa e governança (Kim & Kim, 2013; Borges
et al. , 2017); existência de comitê de auditoria no cliente (Jaramillo et al., 2012; Brighenti,
Degenhart, & Cunha, 2016); tipo de relatório de auditoria (Jaramillo et al., 2012; Gotti et al,
2012; Brighenti et al., 2016); tipo de firma de auditoria (DeAngelo, 1981; Jaramillo et al.,
2012; Hallak & Silva, 2012; Castro et al., 2015); setor econômico (Lopes, Rodrigues, 2007;
Alexandre, Mello, & Araújo, 2017) e rodízio das firmas de auditoria (Jaramillo et al., 2012;
Brighenti et al., 2016).
Especificamente sobre o efeito do novo relatório de auditoria nos honorários do auditor,
Bédard, Gonthier-Besacier e Schatt (2014) analisaram relatórios de auditoria emitidos na
França entre 2003 e 2011 e concluíram que o mercado não reagiu a alteração do modelo de
relatório, pois não foi identificado impacto sobre os honorários da auditoria.
No mercado britânico, Gutierrez et al. (2015) investigaram se a mudança regulatória foi
associada a um aumento na decisão de utilidade do relatório do auditor e também se as
alterações do relatório impactaram no custo da auditoria. Os resultados demonstraram que não
houve impacto significativo nos honorários de auditoria no Reino Unido, entretanto, os
autores constataram que o novo relatório gerou incremento de honorários de auditoria de
cerca de 7% acima do observado em companhias que não adotaram o novo relatório dos
auditores.
Prasad e Chand (2017) investigaram as percepções das partes interessadas em relação as
reformas atuais do relatório de auditoria e avaliaram suas implicações sobre o valor
informativo do relatório de auditoria, a qualidade da auditoria e os custos de auditoria. Os
achados sugerem que as mudanças no relatório de auditoria são de valor informativo
significativo para os usuários, enquanto as implicações para a qualidade da auditoria não são
claras e identificaram ainda que as mudanças aumentariam os custos de auditoria e
potencialmente a responsabilidade legal dos auditores.
Hay, Knechel e Wong (2008) apontaram que a adoção do novo relatório dos auditores
poderia gerar um esforço adicional dos auditores quanto à divulgação de novos requisitos,
resultando em mais trabalho, especialmente devido ao aumento do risco de auditoria; e ainda,
poderia ser necessário mais horas de reuniões entre a auditoria, agentes da governança
corporativa e a administração da entidade, para entendimento e alinhamento dos principais
assuntos de auditoria, identificados pelo auditor.
Outra justificativa para o aumento do custo da auditoria com a adoção do novo relatório
é uma maior participação dos profissionais com maior senioridade, como sócios, diretores e
gerentes de auditoria, que possuem o valor das horas de trabalho mais elevadas (Gutierrez et
al., 2015).
Ainda sobre o assunto, o Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB)
(2013) também entende que poderá haver um aumento dos custos de auditoria, argumentando
que as empresas de auditoria incorrerão em custos únicos e custos recorrentes, como resultado
da alteração do padrão de relatório do auditor. Os custos únicos podem incluir os custos para
atualizar os procedimentos do auditor e de treinamento do staff para cumprir os requisitos de
relatórios adicionais; já os custos recorrentes incluem os custos associados à determinação,
comunicação e a documentação de questões críticas de auditoria (PCAOB, 2013).
Diante do exposto, formula-se a primeira hipótese da pesquisa:
H1: A adoção do novo relatório do auditor está associada a um aumento no custo de
auditoria para as empresas.
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Estudos anteriores sugerem que o tamanho da empresa, medido pelo total do ativo, é um
fator determinante nos honorários de auditoria (Firth, 1997; Cameran, 2005; Naser &
Nuseibh, 2007; Gonthier-Besacier & Schatt, 2007; Hallak & Silva, 2012; Brighenti et al.,
2016; Kaveski & Cunha, 2016 e Borges et al., 2017). Dessa forma, espera-se que quanto
maior a empresa auditada, mais complexo será o serviço de auditoria a ser executado,
exigindo, assim, mais horas de trabalho das firmas de auditoria (Hallak & Silva, 2012;
Kaveski & Cunha, 2016; Borges et al., 2017). Com base nestes argumentos, infere-se que:
H2: O tamanho da empresa auditada influencia positivamente no valor dos honorários
de auditoria.
O tipo de relatório de auditoria tem sido estudado para avaliar a qualidade do serviço de
auditoria prestado (Jaramillo et al., 2012; Brighenti et al., 2016). A literatura preconiza que
empresas que possuem alguma modificação em seus relatórios de auditoria necessitaram de
uma maior especialização dos auditores para que fossem constatadas modificações e, com
isso,
maiores honorários. Relatórios sem modificação indicam maior qualidade das informações
contábeis, o que reflete em menores honorários de auditoria independente (Jaramillo et al.,
2012; Kim & Kim, 2013). Visto que se espera uma relação positiva entres esses fatores,
postula-se a seguinte hipótese:
H3: A emissão de relatórios com modificação influencia positivamente no valor dos
honorários de auditoria.
Pesquisas anteriores asseveram que o custo com honorários de auditoria também está
relacionado a aspectos como o tamanho e a qualidade da firma de auditoria escolhido pelo
cliente (DeAngelo, 1981; Jaramillo et al., 2012 e Kwon, Lim, & Simnett, 2014). As empresas
de auditoria que possuem maior nível de expertise – Big Four – têm significante influência no
custo de auditoria, pois consideram o risco de perder a reputação quando incorrem em algum
erro e, portanto, têm um incentivo a mais para realizar um trabalho de qualidade (Sangiorgi et
al., 2017). Com base nesses argumentos, infere-se:
H4: O tipo de firma de auditoria influencia positivamente no valor dos honorários de
auditoria.
A presença do comitê de auditoria na empresa auditada aponta que o trabalho dos
auditores será simplificado, posto que o cliente possui um setor de controle interno, o qual
visa assegurar a integridade e a efetividade da gestão da empresa (Brighenti et al., 2016 e
Carcello, Hemianson, Neal, & Riley, 2002). Estudos realizados por Brighenti et al. (2016),
Zaman, Hudaib e Haniffa (2011) e Mello e Valentim (2018) afirmam que a presença deste
órgão na estrutura de governança corporativa da empresa pode influenciar na determinação
dos honorários dos auditores independentes. Dessa forma, foi definida a seguinte hipótese:
H5: A presença do comitê de auditoria influencia negativamente no valor dos
honorários de auditoria.
Em relação ao rodízio de auditoria, o mercado brasileiro é normatizado pela Instrução
CVM nº 308/1999, alterada pela Instrução CVM nº 509/2011, em que as empresas de
auditoria podem prestar serviços a um mesmo cliente por no máximo cinco anos consecutivos
ou dez anos consecutivos, se possuírem Comitê de Auditoria Estatutário (CAE) nas condições
exigidas (Jaramillo et al., 2012). O rodízio entre as empresas de auditoria reduz os honorários
cobrados pelos serviços prestados, em virtude do aumento da concorrência entre as firmas de
auditoria no momento da contratação da nova empresa (Castro et al., 2015). Nesse contexto,
define-se a sexta hipótese:
H6: A realização de rodízio de auditoria influencia negativamente no valor dos
honorários de auditoria.

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Estudos realizados anteriormente (Lopes & Rodrigues, 2007; Alexandre et al., 2017)
apontam que as empresas dos setores regulados demonstram menos irregularidades e
inconformidades em seus relatórios de auditoria, pois são mais normatizadas dos que as
empresas dos demais setores e sofrem pressão para prestarem contas aos seus órgãos
reguladores, além de cumprirem as exigências impostas pela CVM (308, 1999). Dessa forma,
exige-se menos tempo de trabalho dos auditores independentes nas suas análises, podendo
influenciar na determinação dos honorários dos auditores (Lopes & Rodrigues, 2007;
Alexandre et al., 2017). A partir do exposto, define-se a última hipótese da pesquisa:
H7: O setor econômico regulado influencia negativamente no valor dos honorários de
auditoria.

3 Metodologia
A população da pesquisa é constituída pelas empresas listadas na B3, em maio de 2018,
no total de 397 empresas. Desta população, foram excluídas 51 empresas por não divulgarem
as informações referentes aos honorários de auditoria, resultando em uma amostra final de
346 empresas. Para a realização da pesquisa foram coletados dados dos anos de 2014 a 2017,
sendo 2014 e 2015 os anos referentes ao período anterior a adoção do novo relatório de
auditoria; e 2016 e 2017 os anos referentes ao período da adoção do novo relatório. As
principais fontes de coleta de dados utilizadas foram: formulário de referência, relatório dos
auditores independentes e demonstrações contábeis.
Na Figura 1, são apresentadas as proxies, sua operacionalização, fonte de coleta de
dados e a base teórica das variáveis utilizadas no estudo.

Figura 1 – Descrição das variáveis, operacionalização, coleta e base teórica


Variável Operacionalização Fonte de coleta Base teórica
Honorários de Logaritmo natural dos Formulário de Hallak e Silva (2012);
Auditoria (HnAUD) honorários de auditoria Referência Jaramillo et al. (2012) e
Kim (2013).
Adoção do Novo Variável dummy, sendo 0 (zero) Relatório dos Auditores Hay et al. (2008), Gotti et
Relatório de Auditoria para o período anterior à adoção Independentes al. (2011), Bedard et al.
(ANRA) (2014 a 2015) e 1 (um) para o (2014) e Gutierrez et al.
período posterior à adoção (2015).
(2016 a 2017)
Tamanho da Empresa Logaritmo natural do Ativo Demonstrações Naser e Nuseibh (2007);
(TAM) Contábeis Gonthier-Besacier e Schatt
(2007); Hallak e Silva
(2012); Kim (2013); Hassan
e Naser (2013); Kwon et al.
(2014) e Kaveski e Cunha
(2016).
Relatório Modificado 0 (zero) para relatórios com Relatório dos Auditores Jaramillo et al. (2012);
de Auditoria (RMOD) modificações e 1 (um) para Independentes Gotti et al. (2012), Da
relatórios sem modificações Cunha et al. (2014) e Beck,
Franz e Cunha (2015)
Firma de Auditoria 0 (zero) para empresas Big Relatório dos Auditores De Angelo (1981);
(BigFour) Four e 1 (um) para empresas Independentes Jaramillo et al. (2012);
não Big Four Hallak e Silva (2012);
Munhoz et al. (2014) e
Castro et al. (2015).
Comitê de Auditoria 0 (zero) para empresas que não Formulário de Jaramillo et al. (2012) e Da
(CAUD) possuem comitê de auditoria e 1 Referência Cunha et al. (2014).
(um) para empresas que
possuem

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Rodízio de auditoria 0 (zero) para empresas que não Formulário de Jaramillo et al. (2012); Da
(ROD) fizeram rodízio e 1 (um) para Referência Cunha et al. (2014);
empresas que fizeram rodízio Munhoz et al. (2014) e
Matos et al. (2016).
Setor Econômico 0 (zero) para setores regulados Website B3 Lopes e Rodrigues (2007) e
(SET) e 1 (um) para setores não Alexandre et al. (2017).
regulados.
Fonte: Elaborada pelos autores.

Destaca-se que, com o intuito de retirar o efeito da inflação no período analisado,


utilizou-se o Índice Nacional de Consumidor Amplo (IPCA) para tratar a variável honorários
de auditoria (HnAUD), conforme procedimento adotado no estudo de Cunha, Mello e Araújo
(2018).
Ademais, em consequência dos variados tamanhos das empresas da amostra, percebe-se
uma significativa dispersão e assimetria nas variáveis honorários e ativo total. Para ajustar
essas variáveis foi realizada a sua transformação pelo logaritmo e aplicado o método de
winsorização ao nível de 1% (nível de 1% e 99%) nos dois extremos, procedimento similar
utilizado nos trabalhos de Sarlo Neto, Bassi e Almeida (2011) e Lima e De Luca (2016).
Para se alcançar o objetivo do estudo, inicialmente foi efetuada uma estatística
descritiva das variáveis das empresas da amostra, apresentando-se as médias, valores mínimos
e máximos, desvio padrão e coeficiente de variação. Posteriormente, foi realizado o Teste de
Correlação das variáveis explicativas com os honorários de auditoria. Por último, foi aplicada
a Regressão Linear Múltipla com dados em painel, onde há a combinação do componente
transversal, representado pelas 346 empresas da amostra, com o componente temporal, já que
o período de análise compreende quatro anos, totalizando 1.384 observações. Nesta pesquisa,
os dados foram organizados em painéis balanceados, já que cada empresa está presente em
todo o período analisado.
Destarte, foi desenvolvido um modelo de regressão, em que a variável honorários de
auditoria (HnAUD) é a variável dependente e a adoção do novo relatório de auditoria
(ANRA) é a variável independente, conforme a Equação 1.

HnAUD = β0 + β1ANRA + β2TAM + β3RMOD + β4BigFour + β5CAUD + β6ROD (1)


+ β7SET + ε

Optou-se por utilizar as variáveis de controle tamanho da empresa (TAM), tipo de


relatório de auditoria (RMOD), tipo de firma de auditoria (BigFour), comitê de auditoria
(CAUD), rodízio de auditoria (ROD) e setor econômico (SET), por terem sido aplicadas em
outros estudos (Figura 1), nos quais foram definidas como fatores determinantes nos
honorários de auditoria.
Destaca-se ainda, que foram realizados os testes de Breusch-Pagan (Qui2 89,24 e Sig
0,000) e de Hausman (Qui2 101,63 e Sig 0,079) para identificação da melhor estimação, sendo
o modelo de regressão com efeitos aleatórios o mais adequado.

4 Resultados e discussão
Inicialmente, realizou-se uma análise descritiva dos dados a fim de verificar o seu
comportamento. A Tabela 1 apresenta os valores mínimos e máximos, assim como a média e
o desvio padrão das variáveis honorários de auditoria e tamanho da empresa auditada.
A estatística descritiva demonstra que os honorários dos auditores apresentaram uma
diminuição discreta, em média de 0,7% entre os anos de 2014 a 2017, período de análise do
estudo. As médias dos honorários revelaram um crescimento durante os períodos de 2014 a
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2015 e 2015 a 2016, que pode ter sido influenciada pelo envolvimento de algumas empresas
da amostra em escândalos da Lava Jato, o que acarretou em um maior custo de auditoria no
período (Borges et al., 2017). Em contrapartida, no exercício de 2016 para 2017 destaca-se a
variação negativa ocorrida na média dos honorários, na ordem de -2,1%.

Tabela 1 – Estatística descritiva dos honorários de auditoria e do tamanho da empresa


auditada
Variação Variação Variação Variação
Descrição 2014 percentual 2015 percentual 2016 percentual 2017 percentual
2014-2015 2015-2016 2016-2017 2014-2017
Honorários de auditoria
Média 14,1 0,7% 14,2 0,7% 14,3 -2,1% 14,0 -0,7%
Mínimo 11,1 7,2% 11,9 -2,5% 11,6 -6,0% 10,9 -1,8%
Máximo 17,3 3,5% 17,9 0,6% 18,0 -2,8% 17,5 1,2%
Desvio
1,3 0,0% 1,3 0,0% 1,3 7,7% 1,4 7,7%
padrão
Tamanho da empresa
Média 16,3 1,2% 16,5 0,6% 16,6 0,0% 16,6 1,8%
Mínimo 13,7 0,0% 13,7 0,0% 13,7 0,7% 13,8 0,7%
Máximo 20,8 0,5% 20,9 0,5% 21,0 0,0% 21,0 1,0%
Desvio
1,5 0,0% 1,6 0% 1,5 0, 0% 1,5 0,0%
padrão
Fonte: Elaborada pelos autores.

Em relação ao tamanho da empresa auditada, verifica-se que houve aumento, em média


de 1,8%, no período de análise (2014 a 2017). Observa-se que o período que apresentou maior
variação na média foi de 2014 a 2015, em torno de 1,2%. O período de 2016 a 2017 não
apresentou variação na média dos honorários, o que pode estar associado a crise econômica
no Brasil (Alves et al., 2017).
As variações observadas entre os valores máximo e mínimo, tanto pagos às firmas de
auditoria (honorários), como também observada nos valores totais dos ativos, reflete as
variações no tamanho e na complexidade das empresas auditadas que compõem a amostra,
similarmente ao encontrado no estudo de Sangiorgi et al. (2018).

Tabela 2 – Estatística descritiva dos honorários de auditoria antes e após a adoção do novo
relatório de auditoria
Antes da adoção Após a adoção Variação
Descrição
(2014 a 2015) (2016 a 2017) percentual
Média 14,2 14,1 -0,7%
Mínimo 11,5 11,3 -1,7%
Máximo 17,6 17,8 1,1%
Desvio padrão 1,3 1,4 7,7%
Fonte: Elaborada pelos autores.

Preliminarmente, tal resultado demonstra que os honorários de auditoria apresentaram


uma redução discreta após o período de adoção do novo relatório dos auditores independentes
assim como identificado no estudo de Bédard et al. (2014), e contrariando o esperado por
órgãos reguladores e profissionais da área no Brasil (Coscodai, 2016).
A Tabela 3 demonstra o comportamento das demais variáveis do estudo.

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Tabela 3 – Análise descritiva das demais variáveis de controle
Variável 2014 (%) 2015 (%) 2016 (%) 2017 (%)
Com modificações 2,4 4,8 2,4 1,2
RMOD
Sem modificações 97,6 95,2 97,6 98,8
Big Four 96,4 95,2 96,4 96,4
BigFour
Não Big Four 3,6 4,8 3,6 3,6
Possui 60,7 63,1 66,7 67,9
CAUD
Não possui 39,3 36,9 33,3 32,1
Houve rodizio 20,0 20,8 22,0 25,0
ROD
Não houve rodízio 80,0 79,2 78,0 75,0
Regulado 39,0 39,0 39,0 39,0
SET
Não regulado 61,0 61,0 61,0 61,0
Fonte: Elaborada pelos autores.

Em relação ao tipo de relatório de auditoria (RMOD), percebe-se que, durante o período


do estudo, 97,3% das empresas apresentaram relatórios de auditoria sem opinião modificada.
Tal resultado pode ser explicado pelo fato de as empresas pesquisadas compreenderem
empresas brasileiras listadas na B3, que devem apresentar boas práticas gerenciais, de
controle interno, de governança corporativa e ainda, atender às normas contábeis, não
apresentando inconformidade nos seus relatórios contábeis. Este resultado está em
consonância com os achados do estudo realizado por Beck et al (2015), que constataram que
as maiores empresas brasileiras não possuem opinião modificada no relatório do auditor
independente.
Ainda sobre o tipo de relatório de auditoria, ressalta-se que em 2015, 4,8% das
empresas apresentaram relatórios de auditoria com opiniões modificadas. Destaca-se ainda,
que este resultado foi encontrado em relatórios de empresas enquadradas no setor econômico
regulado de Utilidade pública. Algumas dessas modificações estão nos relatórios das
empresas Eletrobrás, Petrobrás, JBS e Andrade Gutierrez, e a ressalva está relacionada à
operação Lava Jato. Além dessas, destaca-se ainda a Rede Energia e sua controlada Energisa,
que possuem créditos a receber do Governo do Estado de Tocantins e não foi apresentada
documentação de suporte para a valorização e condições de realização desse ativo.
No tocante ao tipo de firma de auditoria, constata-se que nos períodos de 2014 a 2017 as
empresas do estudo foram auditadas, em sua maioria, por uma das Big Four (em média
96,0%). Tal achado corrobora o resultado do estudo de Kaveski e Cunha (2016), que
identificou que as maiores companhias de capital aberto tendem a procurar as firmas líderes
mundiais de auditoria, pela necessidade de uma chancela internacional nas suas
demonstrações contábeis.
Quanto à existência do comitê de auditoria (CAUD) na estrutura das empresas
analisadas, observa-se um aumento em todos os anos estudados; em média de 12,0% no
período de 2014 a 2017. Este resultado está em linha com os estudos realizados por Hallak e
Silva (2012), Jaramillo et al. (2012) e Brighenti et al. (2016), que identificaram um aumento
na presença do comitê de auditoria nas empresas brasileiras nos últimos anos. Ressalta-se que
o comitê de auditoria tem como objetivo assegurar a integridade e a tempestividade das
informações financeiras, bem como os interesses de acionistas e outros stakeholders (Baioco
& Almeida, 2017). O resultado identificado nesse estudo sugere, portanto, que as empresas da
amostra estão empenhadas em melhorar a qualidade das informações contábeis reportadas
para o mercado.
Em relação à variável rodízio de auditoria (ROD), identifica-se um aumento no
percentual de empresas que realizaram o rodízio de auditoria ao longo do período analisado
do estudo (25%). Tal resultado pode ser explicado pelo fato da resolução CVM 308 (1999),
que tornou obrigatório o rodízio do auditor a cada cinco anos, ter tido seu início em 2002,
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tendo o último rodízio acontecido em 2017. Este resultado está em conformidade com o
estudo realizado por Sangiorgi et al. (2018), que identificou um aumento no rodízio de
auditoria nas empresas brasileiras no exercício de 2017.
Quanto ao setor econômico (SET), verifica-se uma concentração das empresas do
estudo nos setores não regulados (61%), ou seja, empresas que não sofrem efeito das normas
coercitivas emanadas do Estado ou de órgãos reguladores, relativas à determinada atividade
ou área do conhecimento.
Depois de realizada a análise descritiva, procedeu-se ao teste de Correlação de Pearson,
para se verificar os primeiros indicativos de relação entre as variáveis do modelo e para
detectar indícios de multicolinearidade, cujos resultados estão na Tabela 4.

Tabela 4 – Resultados do Teste de Correlação de Pearson


Descrição HnAUD ANRA TAM RMOD BigFour CAUD SET ROD
HnAUD 1,000
ANRA 0,0158 1,000
TAM 0,788(***) 0,0141 1,000
RMOD -0,0376 (**) 0,0502 0,0217 1,000
BigFour -0,0763(***) 0,0116 00403 0,0408 1,000
CAUD 0,166(***) 0,0421 0188(***) 0,0559 0,0427 1,000
SET -0,130(***) 0,00808 -0,157(***) 0,118(**) 0,0438 -0,101(**) 1,000
ROD 0,0305 0,154(***) 0,0330 0,0361 -0,0107 0,0275 0,0115 1,000
(**) significante a 5%; (***) significante a 1%.
Fonte: Elaborada pelos autores.

Em linha com o que apontam Gujari e Porter (2011), os níveis dos coeficientes de
correlação entre as variáveis independentes e dependente são, em geral, similares aos níveis
dos coeficientes de correlação entre as variáveis independentes, indicando multicolinearidade
baixa. Dentre as variáveis testadas, tamanho da empresa (TAM), comitê de auditoria (CAUD)
e setor econômico (SET) foram as que apresentaram maiores coeficientes de correlação de
Pearson com a variável dependente honorários de auditoria (HnAUD), 0,788, 0,166 e -0,130,
respectivamente.
Ademais, verifica-se que a adoção do novo relatório de auditoria (ANRA) apresentou
relação significativa com o rodízio de auditoria (ROD). O tamanho da empresa (TAM)
apresentou relação negativa e significante com o setor econômico (SET) e com o comitê de
auditoria (CAUD). O tipo de relatório de auditoria (RMOD) e o comitê de auditoria (CAUD)
mostraram relação significante com setor econômico (SET). O tipo de firma de auditoria
(BigFour) e o setor econômico das empresas auditadas (SET) não apresentaram relação
significativa com nenhuma das variáveis do estudo.
Para fazer inferências sobre as hipóteses da pesquisa, complementa-se a análise com a
aplicação do modelo de estimação da regressão linear múltipla com dados em painel, de
efeitos aleatórios, cujo resultado verifica-se na Tabela 5.
Na Tabela 5, verifica-se a hipótese de que pelo menos um dos coeficientes de regressão
dos preditores não é nulo (Wald Qui2: 148,85; Sig.: 0,000). Conforme resultados do modelo
de regressão de dados em painel demonstrados na Tabela 5, observa-se que as variáveis
tamanho da empresa auditada (TAM), tipo de relatório de auditoria (RMOD), tipo de firma de
auditoria (BigFour), rodízio de auditoria (ROD) e setor econômico (SET) tiveram resultados
estatisticamente significantes ao nível de 5%. As variáveis adoção do novo relatório de

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auditoria (ANRA) e comitê de auditoria (CAUD) não apresentaram relação significante com
os honorários de auditoria (HnAUD).

Tabela 5 – Regressão de dados em painel - coeficientes do modelo


Variável Coeficiente Sig
Adoção do Novo Relatório de Auditoria -0,82 0,409
Tamanho da empresa 10,85 0,002***
Tipo de relatório -2,07 0,038**
Tipo de firma 3,52 0,000***
Comitê de Auditoria 0,59 0,552
Rodízio de Auditoria -0,07 0,041**
Setor Econômico (regulação) -0,37 0,039**
Constante 5,39 0,000***
N 1384
Wald Qui2 148,85
Sig 0,000***
R² 0,1218
** Significante a 5%; *** Significante a 1%.
Fonte: Elaborada pelos autores.

Analisando individualmente os resultados das variáveis, constatou-se que não existe


uma relação estatisticamente significante entre a adoção do novo relatório dos auditores e os
honorários de auditoria. Tal resultado contraria a hipótese da pesquisa H1, que esperava que a
adoção do novo relatório de auditoria poderia gerar um esforço adicional dos auditores devido
às novas exigências, aumentando, assim, o custo da auditoria.
O estudo de Gutierrez et al. (2015) corrobora o resultado desta pesquisa, identificando
que não houve impacto nos honorários de auditoria no Reino Unido. Resultado semelhante foi
identificado na jurisdição francesa, no estudo de Bédard et al. (2014), que concluiu que o
mercado não reagiu à alteração do modelo de relatório, pois não identificou impacto sobre os
honorários de auditoria.
Pode-se inferir ainda, que no ambiente brasileiro alguns fatores econômicos e legais
tendem a influenciar esse resultado. Em primeiro lugar, destaca-se a crise na economia
brasileira que desaqueceu o mercado e levou à redução do consumo, fazendo com que as
empresas experimentassem quedas no faturamento e fechamento de balanços com menores
lucros, ou até prejuízo, impactando nos valores negociados referentes aos honorários de
auditoria, como identificado nos estudos de Sangiorgi et al. (2018) e Krishnan e Zhang
(2014). O segundo aspecto a ser ressaltado é o rodízio obrigatório de auditoria (5 anos),
instituído pela Instrução CVM 308/99. Estudos anteriores (Jaramillo et al., 2012; Brighenti et
al., 2016) afirmam que o rodízio de firmas de auditoria gera reduções nos honorários de
auditoria, ocasionado pelo processo de concorrência no mercado.
Outra argumentação para o fato da adoção do novo relatório não ter apresentado
impacto nos honorários de auditoria, pode estar relacionada à concentração de empresas
auditadas pelas Big Four no mercado brasileiro. Neste estudo, em média, 95% das empresas
são auditadas por Big Four, as quais, segundo Fergunson, Pundrich e Raftery (2014), são
capazes de utilizar os benefícios da economia de escala, dado o tamanho de suas operações e,
por isso, tendem a não repassar os custos iniciais da adoção do novo relatório (custo de
atualização dos manuais de auditoria, treinamentos, procedimentos de auditoria e reuniões)
para seus clientes.

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Quanto à segunda hipótese da pesquisa, verifica-se haver uma relação positiva e
significante, ao nível de 1%, entre o tamanho das empresas (TAM) e os honorários cobrados
pelos serviços de auditoria (HnAUD). Este resultado confirma H2, reforça o poder explicativo
dessa variável e corrobora pesquisas anteriores de Simunic (1980); Joshi e Al‐Bastaki (2000);
Hallak e Silva (2012), Hassan e Naser (2013); Kwon et al. (2014) e Kaveski e Cunha (2016),
que demonstram que quanto maior a empresa auditada, mais complexo será o serviço de
auditoria a ser executado, exigindo, assim, mais horas de serviço pelas firmas de auditoria.
O resultado da terceira hipótese relacionada ao tipo de relatório de auditoria (RMOD)
demonstrou uma relação significante com os honorários cobrados pelos serviços de auditoria
(HnAUD), ao nível de significância de 5%. Vale ressaltar que o coeficiente da variável no
valor de -0,478 aponta uma relação contrária com a variável dependente do estudo, ou seja,
relatórios sem modificações resultam em menores honorários de auditoria. Jaramillo et al.
(2012) encontraram que os relatórios que apresentam alguma modificação necessitam de
maior especialização dos auditores e, consequentemente, maiores honorários.
Quanto à quarta hipótese do estudo, constatou-se haver uma relação positiva e
significante, ao nível de 1%, entre o tipo de firma de auditoria (Big four) e os honorários
cobrados pelos serviços de auditoria prestados (HnAUD). Isso demonstra que as empresas
gastam mais com honorários quando contratam uma Big Four, devido à credibilidade que elas
possuem no mercado, a qualidade dos serviços prestados e expertise dos seus profissionais
(DeAngelo, 1981). Este resultado está em linha com os estudos de Hallak e Silva (2012),
Jaramillo et al. (2012), Kwon et al., 2014 e Mello e Valentim (2018) que apontaram a
cobrança de maiores honorários pelas Big Four e argumentam que tal fato pode estar ligado à
reputação dessas firmas ou à concentração do mercado brasileiro, o que limita as opções de
escolha dos clientes.
O resultado da quinta hipótese demonstrou haver uma relação negativa e significante, ao
nível de 5%, entre o rodízio de firma de auditoria (ROD) e os honorários cobrados (HnAUD).
Esse achado está em linha com os resultados dos estudos de Jaramillo et al. (2012); Brighenti
et al. (2016) e Alves, Colares e Ferreira (2017), que identificaram que o rodízio entre as
empresas de auditoria reduz os honorários cobrados pelos serviços prestados, em virtude do
aumento da concorrência entre as firmas de auditoria no momento da contratação da nova
empresa.
Posteriormente, apresenta-se o resultado da sexta hipótese relacionada com a variável
comitê de auditoria (CAUD) que não demonstrou ter uma relação significante com os
honorários cobrados pelos serviços de auditoria (HnAUD). Contrariou-se a expectativa inicial
de que as empresas clientes que possuem um comitê de auditoria e, portanto, estariam mais
atentas às melhores práticas de controles internos e governança corporativa, teriam menores
despesas de auditoria por fornecerem maior confiabilidade ao auditor e, consequentemente,
uma redução do esforço e do custo para a auditoria.
Esses resultados corroboram outros estudos (Mello & Valentim, 2018; Carcello et al.,
2002), os quais apontam não haver relação significativa entre os honorários de auditoria e o
comitê de auditoria. Os autores argumentam que o resultado contrário ao preconizado na
literatura pode estar relacionado ao fato de que, apesar do comitê de auditoria ser um
mecanismo interno de governança corporativa, que tem por responsabilidade supervisionar a
gestão dos procedimentos internos, bem como assegurar que tais procedimentos sejam
íntegros e eficazes para a produção de relatórios financeiros de qualidade, o auditor tem por
obrigação avaliar a estrutura de governança do seu cliente e terá que realizar testes para
validar o nível de segurança do ambiente do seu cliente e de seus relatórios (Carcello et al.,
2002), não influenciando assim, o custo da auditoria.

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Por último, tem-se o resultado da sétima hipótese que demonstrou haver uma relação
negativa e significante, ao nível de 5%, entre o setor econômico (SET) – regulação – e os
honorários cobrados pelos serviços de auditoria (HnAUD). Tal resultado está em linha com o
estudo de Alexandre et al. (2017), que aponta que as empresas de setores regulados que
sofrem efeito das normas coercitivas, emanadas do Estado ou de órgãos reguladores,
demonstram menos irregularidades e inconformidades em seus relatórios de auditoria,
exigindo menos tempo de trabalho dos auditores independentes em suas análises e, por isso,
influencia na determinação dos honorários dos auditores.

5 Considerações finais
Esta pesquisa investigou o impacto da adoção do novo relatório dos auditores
independentes nos honorários de auditoria das empresas brasileiras listadas na B3, no período
de 2014 a 2017, sendo 2014 e 2015 referente ao período anterior à adoção do novo relatório
de auditoria e 2016 e 2017 os anos referentes ao período posterior à adoção.
Os resultados sugerem que a adoção do novo relatório de auditoria não impactou os
honorários de auditoria das empresas brasileiras atuantes no mercado acionário no período de
2014 a 2017, sendo rejeitada a hipótese norteadora da pesquisa (H1) de que essa adoção
poderia gerar um esforço adicional dos auditores devido às novas exigências e uma maior
participação dos profissionais com maior senioridade, como sócios, diretores e gerentes de
auditoria, que possuem o valor das horas de trabalho mais elevado, aumentando assim, os
honorários de auditoria.
Esse comportamento pode estar relacionado ao fato de que as alterações implementadas
no novo relatório de auditoria não alteraram, na essência, o escopo do trabalho do auditor
independente, apenas aumentaram o nível de divulgação e a transparência sobre o seu
trabalho, através de um detalhamento mais aprofundado de aspectos específicos de cada
entidade auditada, ampliando ainda, a transparência do processo de auditoria aos usuários
externos, além de estabelecer uma relação mais informativa com os investidores, não
afetando, portanto, os honorários de auditoria.
Chama-se atenção ainda, para o fato de que os resultados identificados nesta pesquisa
podem estar influenciados por fatores econômicos, como a crise na economia brasileira
presente no período de analisado, o que pode ser sugestivo para futura investigação.
Verificou-se que o tamanho da empresa se relaciona positivamente com os honorários
de auditoria cobrados, corroborando a segunda hipótese (H2) do estudo de que quanto maior a
empresa auditada mais complexo será o serviço de auditoria a ser executado, exigindo, assim,
mais horas de serviço pelas firmas de auditoria. Quanto ao tipo de relatório de auditoria, foi
observado uma relação negativa com os honorários cobrados, como estabelecido na terceira
hipótese (H3), constatando-se que relatórios sem modificações resultam em menores
honorários de auditoria, assim como relatório com modificação impacta em maiores custos de
auditoria, devido a necessidade de uma maior especialização dos auditores.
O tipo de firma de auditoria, se BigFour ou não BigFour, demonstrou ter uma relação
positiva com os honorários de auditoria, resultado este em linha com a quarta hipótese (H4)
do estudo. Dessa forma, pode-se inferir que os honorários de auditoria tendem a ser maiores
quando a companhia é auditada por uma Big Four, sugerindo que as maiores empresas de
auditoria, possuindo uma estrutura com mais recursos para execução de seus serviços, equipes
de profissionais de maior qualidade, prezam pela maior qualidade do serviço e, por isso,
cobram honorários maiores.
Quanto à existência do comitê de auditoria, o resultado da pesquisa demonstrou que tal
mecanismo não influencia os honorários de auditoria, rejeitando a quinta hipótese (H5) do
estudo que estabelecia que a presença do comitê de auditoria na empresa auditada influencia
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negativamente o valor dos honorários de auditoria. O rodízio de auditoria relaciona-se
negativamente com os honorários de auditoria, corroborando a sexta hipótese (H6) do estudo
que estabelece que o rodízio entre as empresas de auditoria reduz os honorários cobrados
pelos serviços prestados, em virtude do aumento da concorrência entre as firmas de auditoria
no momento da contratação da nova empresa.
Por último, o setor econômico (regulação) demonstrou uma relação negativa com os
honorários de auditoria, corroborando a sétima hipótese (H7) de que as empresas dos setores
regulados demonstram menos irregularidades e inconformidades em seus relatórios de
auditoria, por serem mais normatizadas e fiscalizadas, exigindo menos tempo de trabalho dos
auditores independentes nas suas análises e, consequentemente, menores honorários.
Este estudo contribui para o enriquecimento da literatura que examina os impactos da
adoção do novo relatório de auditoria e os determinantes dos custos de auditoria.
Adicionalmente, o estudo contribui para que as empresas auditadas tenham um maior
conhecimento dos fatores determinantes dos honorários dos auditores no contexto brasileiro; e
ainda, para que os órgãos reguladores entendam os impactos de novas demandas no trabalho
dos auditores. Pretende-se contribuir também para o mercado, no que diz respeito ao
entendimento de como são formados os honorários dos auditores, fornecendo informações
para melhor negociação entre as firmas e seus clientes. Ademais, esse estudo auxilia órgãos
fiscalizadores dos serviços de auditoria na identificação do comportamento dos honorários de
auditoria com o atendimento das últimas exigências normativas quanto ao novo relatório de
auditoria.
Constituem limitações desta pesquisa, entre outras, a amostra constituída somente por
empresas listadas na B3 que divulgaram os honorários dos auditores independentes, além do
curto período de análise (quatro anos). Assim, para futuras pesquisas sugere-se a ampliação da
base amostral, assim como do intervalo temporal de investigação. Além disso, sugere-se a
utilização de outros fatores de análise como a complexidade do cliente, riscos inerentes,
situação econômico-financeira, tempo de relacionamento entre auditor e auditada,
rentabilidade e crise econômica. Recomenda-se, ainda, a análise do impacto da adoção do
novo relatório de auditoria em diferentes países, para, assim, verificar a influência da
jurisdição, aspetos legais e culturais, nos honorários de auditoria.

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