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Caracterizacao Do Lodo de Uma Estacao de
Caracterizacao Do Lodo de Uma Estacao de
De Campos, T. M. P.
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, tacio@puc-rio.br
As curvas de retenção foram obtidas utilizando O ensaio foi realizado utilizado o método de
o método de papel de filtro (eg. Marinho, 1994). carga variável com o equipamento de parede
Foi utilizado o papel filtro Whatman No 42 com rígida seguindo as recomendações da Norma
a curva de calibração estabelecida por Chandler Brasileira NBR 14545. A amostra,
et al. (1992). imediatamente após a compactação pelo método
Para obter ambas as curvas de secagem e de Proctor Normal, foi colocada no sistema de
umedecimento foram usadas amostras carga variável, e se aplicou vácuo para reduzir
preparadas por compactação estática em anéis as bolhas de ar do topo do corpo de provas.
de 34.9 mm de diâmetro e 20.5 mm de altura, Após isto, foi determinada a condutividade
com uma umidade de compactação similar à hidráulica do material.
umidade inicial de 70%.
Para distribuir pontos com diferentes
umidades para a curva de umedecimento, cada 3 RESULTADOS E DISCUSÃO
amostra foi pesada imediatamente após sua
compactação, e colocada em contato livre com 3.1 Caracterização
o ambiente do laboratório (temperatura de 20o
C) para sua secagem gradual. Com a pesagem A composição química é expressa em elementos
de cada amostra foram calculadas as e óxidos na Tabela 1. O LETC apresenta uma
quantidades de água perdidas por evaporação. predominância do elemento cálcio, com um teor
A curva de umedecimento foi elaborada após de 96.7%, Outros elementos como o cloro,
secagem em estufa a 110° C. O incremento de potássio, ferro, estrôncio e sílica apresentaram
umidade foi realizado com a aplicação de conta- quantidades menores que 1%. Na apresentação
gotas. Para saturar amostras fez-se uso, de óxidos, o óxido de cálcio tem a maior
inicialmente, do processo de ascensão capilar. predominância com cerca de 96.9%. O restante
Em seguida, aplicou-se vácuo em um de óxidos está presente em quantidades menores
dessecador. que 1%.
Cada amostra foi selada por dois dias para Na Tabela 2, pode-se visualizar a
atingir equalização interna de umidade. Em composição mineralógica do LETC, com uma
seguida foram medidas as dimensões de cada participação predominante do carbonato de
amostra com paquímetro, e o papel filtro seco cálcio (calcita), sobre o hidróxido de cálcio
(portlandita). Segundo a literatura, a portlandita 10.6% e é classificado como silte de baixa
torna-se instável na presença de dióxido de plasticidade (ML) no sistema unificado de
carbono e para umidades relativas do ar classificação de solos. A distribuição do
elevadas. Segundo Matschei & Glasser (2007), tamanho das partículas do LETC apresenta uma
a potlandita no ambiente com dióxido de predominância de silte e pouca presença de
carbono reage formando a calcita. Gomez- tamanhos argila e areia. Na Figura 1 pode-se
Villalba et al. (2010) indicam que o processo de apreciar que o silte é formado por grumos
carbonatação da portlandita se dá com maior esféricos de carbonato de cálcio.
ênfase em ambientes com umidade relativa do
ar da ordem de 90%. Estes aspectos estão
vinculados à possível aplicação do material
como parte de um sistema de cobertura final de
um aterro de resíduos sólidos urbanos, pois
nesse ambiente tem-se a presença de dióxido de
carbono. O processo de carbonatação da
portlandita poderia favorecer as propriedades do
lodo, aumentando sua resistência e diminuindo
a condutividade hidráulica como acontece com
outros materiais estudados pelos últimos
autores.
Na Figura 1 apresenta-se a microestrutura do
LETC no estado seco. Pode-se observar a
acumulação de carbonatos de cálcio (calcita) em Figura 1. Imagem do MEV do LETC seco com um
aumento de 2000X.
forma de grumos esféricos da ordem de 10um
de diâmetro. A portlandita está indicada na Tabela 3. Caracterização física do LETC.
Figura 1 com círculos pretos tracejados. Esta wP wL wn wot OM
Gs
apresenta uma menor dimensão e um aspecto (%) (%) (%) (%) (%)
laminar. Os espaços vazios maiores alcançam a 2.518 42.0 52.6 72.0 33.8 3.4
ordem de 8um. Gs = peso especifico de grãos; wP = Limite de
plasticidade; wL = limite de liquidez; wn = teor de
Tabela 1. Composição química do LETC. umidade natural; OM = Teor de matéria orgânica; wot =
Elemento % Óxidos % Umidade ótima (Proctor)
Ca 96.73 CaO 96.79
Cl 0.88 SiO2 0.84
200
100
400
0.71
60
40
20
K 0.63 Cl ASTM
100
Fe 0.58 K2O 0.59
Sr 0.56 Fe2O3 0.53
Porcentagem que passa (%)
0.42 80
Si 0.49 SrO
Outros 0.13 Outros 0.08
60
Tabela 2. Composição mineralógica do LETC.
Tipo Material Formula (%) 40
Calcita CaCO3 92
Mineral
Portlandita Ca(OH)2 8 20
Saturação (%)
o lodo sofre mudança de estado pela aplicação 60
da carga dinâmica do Proctor. O lodo tem uma 50
consistência inicial, aparente, elevada, que se
40
perde com a aplicação do golpe do martelo,
passando a apresentar uma consistência mole a 30
muito mole. 20
10
1.25
0
1.2
Densidade seca (g/cm3)
0.9
50
Secagem
0.85
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 40
amostras após o processo de contração (parte Figura 7. Contração para diferentes umidades de
superior da Figura). Observa-se diferentes compactação.
variações volumetricas para diferentes
umidades de compactação. A amostra com 3.4 Condutividade hidráulica saturada
umidade de compactação de 27% nao
apresentou variação de volume no processo de A Figura 8 mostra resultados de ensaios de
secagem. A parte inferior desta Figura mostra permeabilidade saturada realizados em uma
os resultados de variação volumetrica por teor amostra compactada com 54% de umidade
de umdiade de compactação. Observa-se uma inicial. Tais ensaios foram executados
variação linear dos cinco pontos considerados. imediatamente após a preparação da amostra e
cerca de 6 e 30 horas após tal preparação.
Conforme pode ser visto, a permeabilidade do
120
Volume por 100 g de solo seco (cm3)
REFERÊNCIAS