H o r a c e B u s h n e l l diz que o primeiro requisito de um grande ministro é uma
grande consciência. Ele não quis significar uma consciência punitiva, mera- mente inibidora, mas descobridora, despertadora, inspiradora, que, ao mes- mo tem po, vê as grandes coisas a serem feitas e se dirige para elas bradando e cantando. Esta consciência pura e não influenciada é inseparável do senso de sua relação com Deus e sua santidade. H u x l e y , em sua preleção em Oxford em 1893, admite e até mesmo insiste em que a prática ética convém e deve estar em oposição à evolução; porque os m étodos da evolução não explicam o homem ético e o seu progresso ético. A m oralidade não é um produto dos mesmos métodos pelos quais as ordens menores têm progredido na perfei- ção da organização, a saber, através da luta pela existência e sobrevivência do mais apto. O progresso humano é moral, dirige-se à liberdade, está sob a lei do amor, em gênero é diferente da evolução física. J a m e s R u s s e l l L o w e l l : “Em vão chamam os de embuste as velhas noções E pendemos nossa cons- ciência para os nossos procedimentos: Os dez mandam entos não se muda- rão E o furto continuará a ser furto” . R. T. S m i t h , M a n ’s Knowledge o f Man and o f God, 161 - “A consciência vive na natureza humana como um rei justo, cuja reivindicação o povo nunca pode esquecer mesmo que o destrone e maltrate e cuja presença no assento de julgam ento causa a paz da nação para consigo mesm a” . S e t h , Ethical Principies, 424 - “A teoria kantiana da autonom ia não conta a história toda da vida moral. Seu obstinado Dever, seu Imperativo categórico, provém não somente das profundezas da nossa própria natureza, mas do centro do pró- prio universo. Nós somos os nossos próprios legisladores; mas reproduzimos a lei produzida por Deus; reconhecemos, mais do que constituímos, a lei do nosso próprio ser. Dentro de nossas almas, a lei moral é um eco da voz do Eterno, ‘somos sua geração’ (At. 17.28)” . S c h e n k e l , Christliche D ogm atik 1.135-155 - “A consciência é o órgão pelo qual o espírito humano acha Deus em si mesma e, desse modo, de si mesma torna-se nele conhecedora. Só através da consciência o homem se sente eterno, distinto de Deus, embora tão norm alm ente com prom etido em estar inteiramente determinado por Deus. Quando nos sujeitam os totalmente a ele, a consciência nos dá paz. Quando rendemos ao mundo a aliança devida ape- nas a Deus, a consciência produz em nós o remorso. Neste caso tornamo- nos cientes de que, conquanto Deus esteja em nós, nós não mais estamos nele. A religião é trocada pela ética, a relação da comunhão é trocada pela separação. Na consciência só o homem, de um modo absoluto, distingue-se do bruto. Ele não faz a consciência, mas a consciência o faz. A consciência sente cada separação de Deus com o um ferim ento do eu. A fé é a relação do autoconhecimentc- com o conhecim ento de Deus, a segurança da nossa per- sonalidade na personalidade absoluta de Deus. Só a fé faz a consciência voltar-se para si mesma. Mas através do pecado este conhecim ento da fé pode tornar-se o da lei. A fé afirma Deus em nós; a lei afirma Deus fora de nós” . S c h e n k e l difere de S c h l e i e r m a c h e r ao sustentar que a religião não é sentimento, mas consciência e que não é um senso de dependência do m un- do, mas de Deus. A consciência reconhece um Deus distinto do universo, moral e, desse modo, torna im possível a religião amoral.