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ESTILÍSTICA

Anáfora
Flávia Neves
Professora de Português

Enquanto figura de linguagem, a anáfora é caracterizada pela repetição de uma ou mais palavras
no início de versos, orações ou períodos. Muito utilizada na poesia e na música, a anáfora aumenta a
expressividade da mensagem, enfatizando o sentido de termos repetidos consecutivamente.

Anáfora tem sua origem na palavra grega anaphorá, que indica o ato de trazer ou manter uma
repetição.

Exemplos de anáforas:

Eu quero amor!

Eu quero alegria!

Eu quero calor!

Eu quero fantasia!

Vi você chegando e parei.

Vi você chegando e me calei.

Vi você chegando e chorei…

Exemplos de anáforas na literatura e na música:

Era uma estrela tão alta!

Era uma estrela tão fria!

Era uma estrela sozinha

Luzindo no fim do dia.

(Manuel Bandeira)

Acorda, Maria, é dia

de matar formiga

de matar cascavel

de matar estrangeiro

de matar irmão

de matar impulso

de se matar.

(Carlos Drummond de Andrade)


É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho

É um caco de vidro, é a vida, é o sol

É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol

(Tom Jobim)

Atenção!

Além de ser uma figura de linguagem, anáfora é também o nome dado a um processo sintático através
do qual um termo faz referência a uma informação previamente mencionada. Esse termo pode ser
chamado de termo anafórico ou elemento anafórico.

Exemplo: Paulo não foi à festa. Ele estava fazendo serão no trabalho.

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Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto
m Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.

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