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Eixo 2 - Planejamento

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Conteudista:
Evana Mairy Pereira de Araújo Silva

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SUMÁRIO

2. PLANEJAMENTO 4

2.1 PLANEJAR: UM ATO INTERATIVO E NECESSÁRIO! 6

2.2 COMO PLANEJAR AS ESTRATÉGIAS PARA O


DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE LÍNGUA
PORTUGUESA DO CURRÍCULO DE REFERÊNCIA 15

2.3 O PLANO DE SALA DE AULA:


UM OLHAR REFLEXIVO DA PRÁTICA 20

2.4. CONSTRUINDO PLANOS PARA O


ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA 24

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2. PLANEJAMENTO

Caro professor(a), iniciamos aqui uma conversa sobre uma das ações
mais importantes da nossa vida, que é o ato de planejar, a partir des-
sa competência é que definimos nossa caminhada como sujeito no
percorrer da nossa existência.
Para uma reflexão inicial, trazemos um trecho da obra de Alice no
país das Maravilhas, um excerto da conversa entre Alice e o Gato

“Você poderia me dizer, por favor,


qual o caminho para sair daqui?”
Perguntou Alice.
“Depende muito de onde você quer
chegar”, disse o Gato.
“Não me importa muito onde...” foi
dizendo Alice.
“Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá”, disse
o Gato.
“...desde que eu chegue a algum lug ar”, acrescentou Alice, ex-
plicando.
“Oh, esteja certa de que isso ocorrerá” (Lewis Carroll, 1865).
Quer saber mais sobre a história? Veja o texto Alice no País das
Maravilhas: resumo e análise do livro Link: https://www.cultura-
genial.com/livro-alice-no-pais-das-maravilhas-lewis-carroll/

Então, saber onde queremos chegar é o


principal ponto de atenção para se traçar
um objetivo de vida, isto é o que vai dar
sentido a um planejamento, portanto, ao
longo da história humana, o ato de plane-
jar sempre esteve presente na vida do ser
humano, tendo em vista a organização e
execução de suas ações e atividades diá-
rias.

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Nesse sentido, a existência temporal da humanidade foi
sendo moldada pelas inúmeras e variadas atividades hu-
manas em todas as suas dimensões.
Assim, surge a necessidade de se organizar essas ativida-
des diárias, agrupando-as, interligando-as e, principalmente, esta-
belecendo-se um grau de importância no que se refere à ordem e a
necessidade da sua realização, certamente a ação de pensar sobre
isso, remete ao princípio de um planejamento, inicialmente mental,
que posteriormente toma outras formas e dimensões.
Nesse contexto, o planejamento passa a ser uma necessidade do
ser humano que desde cedo, começa a perceber a importância de
se traçar e organizar planos dentro das diversas esferas da sua
vida, ou seja, torna-se uma condição para que consiga executar
as suas atividades, nos diversos campos de atuação, entre eles o
Campo Educacional, que é o que vai nos interessar nesse momento.

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2.1 PLANEJAR: UM ATO INTERATIVO E NECESSÁRIO!

Continuando a nossa conversa sobre o ato de planejar


no Campo Educacional, trazemos algumas ideias e al-
guns conceitos sobre o planejamento pedagógico, a
saber:
■ É antecipar mentalmente uma ação a ser
realizada e agir de acordo com o previsto.
■ É uma atividade que orienta a tomada de
decisões da escola e dos professores em
relação às situações docentes de ensino
e aprendizagem, tendo em vista alcançar os
melhores resultados possíveis.
■ É um processo de racionalização que articula
a atividade escolar e a problemática do con-
texto social.
■ É uma atividade coletiva, participativa e demo-
crática.
■ É um ato político.
■ É um processo de escolhas.
E o que dizem alguns teóricos?
Vejamos:

“O planejamento é a resposta a três perguntas: “o que se quer


alcançar? (UTOPIA); a que distância se está do que se quer
alcançar? (DIAGNÓSTICO); o que será feito para diminuir a
distância entre onde se está e se pretende chegar? (PROGRA-
MAÇÃO)” (DALMÁS, 2010, p. 30).
“Planejar é elaborar o plano de intervenção na realidade, alian-
do às exigências de intencionalidade de colocação em ação, é
um processo mental, de reflexão, de decisão, por sua vez, não
uma reflexão qualquer, mas grávida de intenções na realida-
de” (VASCONCELOS, 2000, p. 43).
“Planejar é um conjunto de ações coordenadas visando atingir
os resultados previstos de forma mais eficiente e econômica”
(LUCKESI, 1992, p. 121).

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Como você pode ver, esses conceitos e ideias são argumentos que
nos fazem pensar o Planejamento a partir de estudos elaborados e
sistematizados por diretrizes teóricas e linhas de raciocínio depre-
endidos de estudos e pesquisas, porém, existem outros fatores que
são determinantes para que entendamos que planejar é uma ação
extremamente flexível e que deve se adequar a todas as situações.

Além disso, deve ser uma ação em que a participação dos sujeitos,
é imprescindível, pois é exatamente isso que define o trabalho em
equipe, em que todos são protagonistas, tendo, portanto, vez e voz.

Estamos falando do Planejamento Participativo que tem


a finalidade de democratizar a atuação de todos, e ao
mesmo tempo garantir a escuta de dos setores da escola
e de representantes da comunidade.

“O Planejamento participativo permite coordenar ideias,


ações, perspectivas e compartilhar preocupações e uto-
pias, em vez de priorizar a conformação de instâncias
formais e estáticas” (DALMÁS, 2010, p. 47).

Para isso, precisamos asnos fundamentar nas orientações dos do-


cumentos oficiais como a Lei de Diretrizes e Bases Curriculares, no
que se refere ao Planejamento Participativo.

Você sabe o que eles dizem?

A princípio a Secretária de Educação deve desenvolver uma cultura


de trabalho em equipe, participativo e colaborativo, esse é o primei-
ro passo, pois o corpo docente da escola precisa ter essa consciên-
cia de coletividade, isso é extremamente importante para criar um
vínculo entre sujeitos, escola, comunidade escolar. Passa também
por uma atitude de conquista e mobilidade. Você concorda?

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Com essa movimentação,
acreditamos que o campo
esteja preparado para um
segundo momento, que é
o da escuta, ou seja, quais
são os pontos de atenção
importantes que devem
compor o planejamento
naquele momento. Com
isso, estarão definidos
os elementos essenciais
para se iniciar a constru-
ção de um Planejamento
Participativo.

A partir daí, seguimos com as outras etapas do Planejamento Par-


ticipativo que são: a construção coletiva, a execução, o monitora-
mento e a avaliação. Todas essas fases, deverão ser alinhadas e com
as deliberações do Projeto Político da Escola que deve contemplar o
Currículo de Referência da Secretaria Estadual da Educação.

No que se refere à estrutura de um planejamento que contemple


as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), devemos
observar como esta organiza a sua Matriz Curricular Acreditamos
que você já conheça a Matriz da sua Área do Conhecimento e do
Componente Curricular em que atua!

Mas vale lembrar que a BNCC propõe um ensino por competências,


pautado em uma proposta de planejamento integrado e interdisci-
plinar, veja:

Habilidades
Experiencias

Competência

Competência
Atitudes

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Nessa perspectiva, ao
planejarmos, precisamos
considerar que em nossa
proposta de trabalho pe-
dagógico as estratégias
devem ser escolhidas
para desenvolver deter-
minado eixo, ou conteú-
do. Elas devem partir da
ideia de que o estudante
mobiliza habilidades que
já domina a partir das
suas experiências, recorre aos conhecimentos que também já ad-
quiriu e assim, alcança as competências necessárias para agir em
determinado contexto.

Essa configuração leva à compreensão de um processo de ensino


e aprendizagem por competência, com a proposta de um estudan-
te ativo, que consiga não apenas compreender e reconhecer a im-
portância do que foi aprendido, mas, principalmente, refletir sobre
como ocorre a construção do conhecimento, conquistando autono-
mia para estudar e aprender em diversos contextos, inclusive fora
da escola.

Que tal uma parada para praticarmos um pouco.

Com base em seus conhecimentos e no estudado até aqui vamos ao


primeiro fórum deste eixo?

Fórum 1: Questões norteadoras

Leia a entrevista de Roxane Rojo, concedida à revista NOVA ESCOLA


(Link: bncc.novaescola.org.br), traga sua compreensão sobre para
nossa discussão aqui no fórum. Aguardo a sua participação!

“Finalmente, entramos no século 21 no ensino de linguagem”


Roxane Rojo
Para uma das maiores estudiosas de Língua Portuguesa do
Brasil, a BNCC representa um avanço no ensino que muitos
países mais desenvolvidos ainda não têm.
“A minha percepção é a de que finalmente entramos no século
21, com um avanço importante na área de Linguagem.”

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É assim que a professora do De-
partamento de Linguística Apli-
cada da Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp), Roxane
Rojo, define as mudanças trazi-
das pela BNCC para o compo-
nente. A docente é uma das mais
importantes estudiosas do ensi-
no de Língua Portuguesa no país
e autora de livros como Hiper-
modernidade, Multiletramento e
Gêneros Discursivos. Roxane afirma que se surpreendeu com
a última versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
que traz avanços expressivos, mesmo em relação ao contexto
internacional.
“Há muitos outros países, inclusive europeus, que, a meu ver,
estão recuando no tempo com seus currículos. Enquanto aqui
estamos evoluindo rapidamente”, diz. Em entrevista concedida
à NOVA ESCOLA, a especialista explica essa percepção, além
de elencar os principais desafios colocados ao professor.
Em relação aos PCNs, a BNCC traz avanços importantes para
o componente da Língua Portuguesa?
A Base consolida alguns conceitos que já estavam contem-
plados nos PCNs, como a importância de se basear o estudo
da língua nas práticas de linguagem. Por outro lado, ela traz
componentes novos, relacionados ao impacto da tecnologia,
às competências e habilidades que precisarão ser desenvol-
vidas nesse novo contexto. E a inclusão dos novos gêneros
expressa isso. Na minha opinião, a Base traz posicionamen-
tos, nas competências e habilidades, condizentes com o mo-
mento histórico e social que estamos vivendo. É claro que isso
também vai impactar o papel do professor, que deve ser o de
alguém que compartilha conhecimento. Em muitos casos, o
professor não será o único especialista no assunto, os alunos
vão trazer seus conhecimentos e haverá uma troca, a meu ver,
muito proveitosa.
Como fazer a interlocução entre tantas práticas, objetos de
conhecimento e habilidades apresentados no documento?
Acho muito importante lembrar que a Base não é um currícu-
lo, mas tem que ser obedecida. Os currículos têm que se base-

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ar nela, mas a maneira como vão desdobrar os pressupostos
teóricos em conteúdos e fazer essa interlocução é algo que
os estados, os munícipios e as escolas terão de discutir. Um
ponto que eu considero muito importante, em relação a essa
questão, é que sejam contempladas as realidades locais. Tan-
to para a escolha do que será estudado – quais gêneros entre
os inúmeros propostos, por exemplo -, quanto para a maneira
de apresentar esse conteúdo aos alunos, dependendo dos re-
cursos que cada escola e cada professor consegue acessar.
Os Campos de Atuação, que aparecem mais estruturados na
Base, também vão influenciar na prática do professor, no dia
a dia da escola?
Vão influenciar muito. Estamos partindo da concepção de que
os textos fazem sentido – sejam eles digitais ou impressos –
em um determinado contexto, regido pelo campo de atuação.
Afinal, as interações são feitas de maneiras diferentes depen-
dendo do contexto. Agora, a ideia é que o professor preste
atenção a como esses campos funcionam e como os gêneros
se encaixam em cada um. Em resumo, o objetivo é se aproxi-
mar mais das habilidades de interpretação do que de decodi-
ficação. A proposta é trazer o conceito de gênero para algo
que faz parte da vida da linguagem e não para algo que sim-
plesmente organiza estruturas. O objetivo não é fazer o aluno
estudar qual é a forma de composição dos gêneros, mas pre-
parar o jovem para ler, entender, inferir a ideologia que o texto
traz e ainda ser capaz de atuar em relação àquele conteúdo.
A Base traz muitos gêneros novos. Como isso deve chegar à
sala de aula?
Há uma infinidade de gêneros citados e é preciso que se es-
colha aquilo que combina com os objetivos de aprendizagem,
com o que se pretende ensinar.
Gêneros, hoje em dia, são mul-
timodais, multissemióticos, mis-
turam linguagens, na internet
predominantemente. Mas muitos
deles se complementam. Posso
fazer os alunos lerem Dom Cas-
murro, de Machado de Assis, e,
ao mesmo tempo, confrontar
com trechos da minissérie tele-

••• 11 •••
visiva Capitu, por exemplo.
Há que se considerar a falta de
acesso à tecnologia, dentro das
escolas, como uma barreira?
Acho que essa é uma questão
menor. Atualmente, todas as es-
colas estão razoavelmente co-
nectadas e boa parte dos alunos,
em todas as classes sociais, tem
um celular. O maior desafio, para
o professor, vai ser o de se familiarizar com esses novos gêne-
ros. Mas, ao mesmo tempo, ele terá a oportunidade de apren-
der com os alunos. Para isso, a pedagogia tem que mudar, tem
que haver mais espaço para a interação.
A Base propõe um diálogo muito mais amplo com a cultura
pop. O que deve surgir dessa interação?
A ideia é trazer o que os alunos estão familiarizados a consu-
mir fora da escola, com o objetivo de prepará-los para uma
leitura mais crítica desses conteúdos, como vídeos etc. Não
é só para valorizar, para dizer que estamos atualizados, mas
até para colocar os gêneros mais tradicionais, como os jor-
nalísticos e a literatura, em relação com esses gêneros que
os jovens conhecem bem, e que são mais recentes. O aluno
pode, por exemplo, fazer uma playlist e, depois, escrever uma
resenha baseada naqueles artistas que ele escolheu e de quem
ele realmente gosta. Ou seja, a ideia não é só trabalhar os gê-
neros novos, mas ampliar as possibilidades, até mesmo para
dar a oportunidade ao aluno de comparar e perceber as dife-
renças entre eles.
Na sua opinião, as questões relacionadas à gramática perde-
ram espaço na Base?
Bakhtin (Mikhail Bakhtin, pesquisador, pensador e filósofo de-
dicado ao estudo da linguagem humana, que viveu entre os
anos de 1895-1975) já dizia que deveríamos partir do contexto
em que o enunciado foi gerado, em um segundo momento en-
tender que impacto ele tem na forma de composição do enun-
ciado – o que eu escolho falar primeiro, o que vem depois – e,
em terceiro lugar, pensar no estilo de enunciado, que são as
escolhas gramaticais. Quando a gente fala em Campo de Atu-

••• 12 •••
ação, caminhamos nesse sentido. Então, não é que a Gramá-
tica não apareça, a questão é que ela não constitui, por si só,
currículo. No lugar dela, entraram as práticas de linguagem. E
agora estamos falando de práticas de linguagem em gênero. A
gramática está, portanto, embutida no gênero que o professor
escolher. Dessa forma, o aluno vai olhar a gramática em seu
funcionamento e não como um conteúdo isolado.
Como é possível avançar na produção multimodal, dentro da
escola?
Uma coisa é certa: o digital precisa entrar na escola. Com-
parar uma notícia que saiu na maior rede de televisão com
várias versões desse mesmo fato publicadas na Internet, por
exemplo, pode ser muito interessante. Mas produzir esse con-
teúdo vai depender de um trabalho conjunto entre professor e
aluno. Porque o professor pode até ser um usuário que aprecia
conteúdos multimodais da Inter-
net e da televisão, por exemplo.
Mas, em geral, não vai ter as ha-
bilidades de produção. Pode ser
que assista vídeos, mas não sai-
ba editar clipes. Por outro lado,
o aluno pode ter mais experiên-
cia em edição e mais dificulda-
de com o roteiro, que é algo que
o professor domina. Cada uma
precisa entrar com o seu saber.
De que forma os professores podem trabalhar para trazer o
aspecto da diversidade cultural expressa nos textos?
Acho que isso precisará ser pensado no momento de se orga-
nizar os currículos, porque é importante que essa diversidade
realmente apareça e seja contemplada. Eu colocaria mais a
questão da diversidade em relação a aspectos regionais, ru-
rais e das culturas ancestrais, como as indígenas. Isso está
presente na Base, na minha opinião, de maneira muito tímida.
Onde os professores poderão buscar apoio para fazer as adap-
tações necessárias?
Os professores receberão material digital complementar,
agregado ao material didático tradicional, o que vai ajudar a
minimizar as dificuldades com a produção de conteúdo multi-

••• 13 •••
modais, um desafio sobre o qual
nós já falamos. Porém, só isso
não será suficiente. É necessá-
rio demandar mais material de
apoio para as aulas, para que os
objetivos colocados possam ser
atingidos. Outro caminho possí-
vel, que eu volto a reforçar, é es-
tar aberto para aprender com o
aluno, o que pode ser, inclusive,
muito divertido.
Fonte: bncc.novaescola.org.br

A partir da leitura dessa entrevista, você concorda que realmente


chegamos ao Século XXI no que se refere à contemporaneidade do
uso do Ensino da Língua Portuguesa na perspectiva dos gêneros
textuais?
Exemplo 01: A cultura digital já é uma realidade globalizada. Apenas
a escola ainda estava à margem desta nova forma de entender e
se comunicar com o mundo. E não estamos falando aqui dos estu-
dantes, mas principalmente dos professores que, conforme traz a
BNCC, precisam incorporar em seu planejamento as novas modali-
dades de gêneros textuais.
Exemplo 02: Os jovens e crianças já estão bem familiarizados com o
uso das novas tecnologias de comunicação. Utilizam, até com mais
facilidade que os professores, os gêneros textuais veiculados nas
redes sociais (posts, memes, e-mails, podcasts, vídeos).
Agora estou curiosa para saber qual a sua resposta, não economize
nas palavras e criatividade para responder ao questionamento.
Rubrica: Compete ao docente da Língua Portuguesa, a apropriação
das novas modalidades textuais, refletindo sobre a construção da
língua, como algo dinâmico e sobre as suas diversas formas de utili-
zação, de acordo com o gênero textual e objetivos de comunicação,
incorporando em seu planejamento as novas formas de interação
trazidas pela era digital do séc. XXI.

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2.2 COMO PLANEJAR AS ESTRATÉGIAS PARA O
DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE
LÍNGUA PORTUGUESA DO CURRÍCULO DE REFERÊNCIA

Agora vamos conversar sobre o planejamento pedagógico do compo-


nente da Língua Portuguesa? Apresentarei as características desejadas
para que o estudante alcance ao final do processo educativo.

1
BUSCA DE INFORMAÇÃO
Devem se tornar capazes de avaliar a pertinência e confiabilidade
de fontes diversas e acessar informações para resolver proble-
mas, compreendendo conceitos como o direito de propriedade
intelectual e o direito à privacidade para fazer um uso ético do
que for coletado.

2
APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO
Espera-se que os estudantes consigam fazer conexões, atribuir
significado e organizar os conhecimentos adquiridos. Para isso,
eles devem construir e incorporar estratégias para reter as in-
formações obtidas e serem capazes de utilizar o conhecimento
para solucionar problemas diversos, com grau de complexidade
de acordo com a faixa etária e o segmento de ensino.

3
APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA
Demonstrar motivação e conquistar autonomia para aprender.
Colaborar com a aprendizagem dos colegas, reconhecer a im-
portância do conhecimento adquirido e utilizá-lo para tomar de-
cisões na vida cotidiana.

4
METACOGNIÇÃO
Dominar o processo cognitivo, ou seja, refletir sobre o que, como
e por que aprender e utilizar estratégias diversas para dar con-
ta da própria aprendizagem. Com isso, ser capaz de entender e
avaliar o conhecimento construído.

5
CONTEXTUALIZAÇÃO SOCIOCULTURAL
DO CONHECIMENTO
Compartilhar informações e construir coletivamente o conhe-
cimento. Compreender e respeitar o contexto sociocultural em
que os saberes são constituídos.

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Sendo assim, vamos recordar o que diz a BNCC:
“Ao longo do Ensino Fundamen-
tal – Anos Finais, os estudantes
se deparam com desafios de
maior complexidade, sobretu-
do devido à necessidade de se
apropriarem das diferentes lógi-
cas de organização dos conhe-
cimentos relacionados às áreas. Tendo em
vista essa maior especialização, é impor-
tante, nos vários componentes curriculares,
retomar e ressignificar as aprendizagens do
Ensino Fundamental – Anos Iniciais no con-
texto das diferentes áreas, visando ao apro-
fundamento e à ampliação de repertórios
dos estudantes. Nesse sentido, também é
importante fortalecer a autonomia desses
adolescentes, oferecendo-lhes condições e
ferramentas para acessar e interagir criti-
camente com diferentes conhecimentos e
fontes de informação.”

Então professor(a), essa é uma sequência de aptidões, a escola deve pro-


porcionar aos estudantes oportunidades para que ele tenha uma formação
integral, compatível com o nível de ensino que estejam cursando, portanto,
as atividades escolares propostas pelos professores e contidas nos plane-
jamentos pedagógicos, devem considerar as habilidades que os estudan-
tes já desenvolvem e as que precisam desenvolver com foco no alcance de
competências necessárias par sua formação geral.

Com essa compreensão, partiremos para um grande desafio que é de-


finir as estratégias para ofertar um ensino e uma aprendizagem que ga-
rantam a evolução dos estudantes nos aspectos até aqui apresentados.
Essa definição deve estar dentro do planejamento e das expectativas de
aprendizagem dos estudantes.

Nesse contexto, trazemos as premissas do Currículo, uma vez que o


objetivo dessa nossa conversa é intermediar o diálogo entre, você pro-
fessor, o Currículo de Referência de Minas Gerais, com foco nos anos
finais do Ensino Fundamental, especialmente sobre o planejamento do
componente da Língua Portuguesa e suas afinidades.

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Por isso, nesse momento, será preciso visitar o Currículo de Referência
como parâmetro da seleção de estratégias de ensino e aprendizagem
que garantam a presença das diretrizes desse Currículo no planeja-
mento pedagógico e nos planos de aulas, entre elas:
■ O acesso à diversidade de uso da língua e aos gêneros textuais e do
discurso, inclusive aqueles surgidos ou modificados com o advento
da cultura digital.
■ A compreensão da dimensão social, ética e política da linguagem.
■ A garantia dos direitos de aprendizagem pautados em experiências
e vivências que ampliem e aprofundemos diferentes letramentos e
multiletramentos.
■ Aprendizagem ativa e significativa com foco nas competências.
■ Ampliação do conhecimento por meio de um ensino globalizado, in-
clusivo e interativo.
■ Reconhecimento de uma linguagem multissemiótica e multimodal.
Desse modo, o Planejamento do componente de Língua
Portuguesa, deve partir do entendimento de que o objetivo
é formar o estudante a compreender a dimensão da língua,
o uso diversificado da linguagem e o reconhecimento das
múltiplas linguagens, isso com consciência ética, social e
crítica.
Consideramos que esses aspectos irão estabelecer as estratégias de
ensino com foco nas habilidades e competências de leitura e escrita.
Para isso, o texto dentro de uma perspectiva enunciativa e discursiva,
deve estar na centralidade desse componente curricular, de modo a
garantir o desenvolvimento de habilidades de leitura, escuta e produ-
ção.
O Currículo de Referência, baseado na BNCC, estabelece que o foco da
“Língua Portuguesa é levar o estudante à compreensão dos sentidos
e significados sociais e culturais das diversas práticas de Linguagens
em consonância com a responsabilidade do uso da expressão e co-
municação como meio de promoção da paz e da prosperidade”. Isso
implica em trabalhar a linguagem para que o estudante se aproprie das
implicações da linguagem no processo comunicativo, considerando as
práticas de:

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Leitura/escuta
Análise
Linguística

Língua
Portuguesa

Produção
de textos
Oralidade

EIXO I: Leitura/escuta – são práticas de linguagem que


decorrem da interação entre o leitor/ouvinte/espectador
na mediada por textos escritos, orais e multissemióticos.
Sugestão:
Para trabalhar esse eixo, você pode propor atividades de leitura, de
modo que consiga perceber como os estudantes escutam, leem e in-
teragem com o texto, nesse caso, quem lê assume vários papéis. Essa
troca de funções torna possível observar o comportamento de um lei-
tor real nas suas práticas de leitura e de escuta.
EIXO II: Oralidade – são práticas de linguagem que ocor-
rem em situação oral com ou sem contato face a face (aula
dialogada, webconferência, mensagem gravada, jingle, semi-
nário, dentre outras), ou também que envolvem a oralização
de textos em situações socialmente significativas.
Sugestão
Você pode promover discussões com intencionalidades para além de
uma simples leitura decodificadora. Atividades como roda de conversa,
exposição oral, propiciam espaços para a argumentação e interação.
Neste caso, você pode formular questões norteadoras e desafiadoras
para articular uma discussão sobre o que os estudantes leem.

••• 18 •••
EIXO III: Produção de textos – são práticas de linguagem
relacionadas à interação e à autoria (individual ou coleti-
va) do texto escrito, oral e multissemiótico, com diferen-
tes finalidades e propósitos.
Sugestão:
Aqui, você pode trabalhar com ideias para conscientizar o estudante de
que toda a produção textual tem um autor, um objetivo, um receptor e
um contexto de circulação. É importante que se utilize textos que per-
mitam uma mobilidade do leitor quanto as suas estratégias e objetivos
de leitura, pois assim ele articula suas habilidades leitoras dentro de um
contexto de produção. E entendem como, a depender do que querem,
ou precisam, dizer, há um gênero textual que ajuda no como fazer isso.
EIXO IV: Análise Linguística – são procedimentos e estra-
tégias (meta)cognitivas de análise e avaliação consciente,
durante os processos de leitura e de produção de textos
(orais, escritos e multissemióticos), das materialidades
dos textos, responsáveis por seus efeitos de sentido. Essa
prática articula-se com as demais e indica como acontece o uso e o
funcionamento da língua.
Sugestão:
Para trabalhar a produção de texto, você pode iniciar como exercício de
reconhecimento dos gêneros textuais. O estudante precisa compre-
ender que todo o texto se organiza dentro de um gênero e que estes,
por sua vez, que constituem formas relativamente estáveis de enun-
ciados, disponíveis na cultura, são caracterizados por três elementos:
conteúdo temático, estilo e construção composicional.

••• 19 •••
2.3. O PLANO DE SALA DE AULA:
UM OLHAR REFLEXIVO DA PRÁTICA

Aqui vamos olhar para o planejamento com foco na aplicabilidade do pla-


no de aula. Para isso, precisamos entender o que,

“A aula, lugar privilegiado da vida pedagógica,


refere-se às dimensões do processo didático
– ensinar, aprender, pesquisar e avaliar – pre-
parado e organizado pelo professor e seus
alunos” (VEIGA, 2008, p. 267).

Segundo a autora a aula é um espaço


para o fazer pedagógico, no qualacon-
tece o processo de ensino e aprendiza-
gem, o estudante busca conhecimento,
o professor aplica o conhecimento que
planejou. Para que isso aconteça preci-
sa definir conteúdos, criar objetivos re-
alizar avaliações, etc.

Nesse sentido, um plano de aula preci-


sa atender às necessidades dos estu-
dantes, em que os conteúdos precisam fazer sentido e proporcionarem
o desenvolvimento de habilidades necessárias para que a aprendizagem
aconteça, os objetivos devem estar bem definidos e alinhados aos proce-
dimentos avaliativos, de modo que apontem os resultados alcançados e
sobre eles se faça uma reflexão que envolve todo o processo.

Resumindo, podemos dizer que o Plano de aula é,

■ A previsão de uma ação a ser realizada com base em um contexto;

■ Uma atividade que orienta a tomada de decisões


da escola e dos professores

■ Um processo de racionalização que articula a


atividade escolar e a problemática do contexto
social.

■ Um processo de ensino e aprendizagem que se


compõe de uma sequência articulada com obje-
tivos, conteúdos e atividades.

••• 20 •••
Pois bem, professor, estamos falando
sobre o plano de aula com foco nas
diretrizes da BNNC, no que diz res-
peitos às suas competências gerais e,
consequentemente as competências
específicas das áreas do conhecimen-
to, ressaltando as unidades temáticas,
objetos de conhecimento e habilida-
des específicas, base de todo o plane-
jamento pedagógico.

Como a BNCC é um documento recente, é comum que surjam dú-


vidas sobre como elaborar um plano de aula conforme suas regras,
por isso trazemos algumas orientações para auxiliar você no plane-
jamento da aula.

Inicialmente você precisa conhecer as competências e habilidades


exigidas pela BNCC. Como já deve saber, para cada área da Educa-
ção Básica, existem competências específicas por área do conhe-
cimento que deve ser articulada com a unidade temática, objeto de
estudo e habilidades. Vejamos um exemplo, dentro do componente
curricular de Língua Portuguesa:

Competência.
Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do sen-
so estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico cultu-
rais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reco-
nhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura.

Unidade Temática Objeto de estudo Habilidade

(EF67LP31) Criar poemas compostos


por versos livres e de forma fixa (como
quadras e sonetos), utilizando recursos
Gênero Textual do
visuais, semânticos e sonoros, tais como
Campo do Campo Produção de texto
cadências, ritmos e rimas, e poemas
Artístico-literário: oral
visuais e vídeo-poemas, explorando as
Poema
relações entre imagem e texto verbal, a
distribuição da mancha gráfica (poema
visual) e outros recursos visuais e sonoros.

Esse é um exemplo referente aos Anos Finais do Ensino Fundamen-


tal que promove o aprofundamento de conhecimentos referentes ao
Componente de Língua Portuguesa, partindo de práticas de linguagens
já vivenciadas pelos estudantes rumo à novas e prósperas experiências.

••• 21 •••
Observe que, a unidade temática pressupõe um objeto de
estudo que deve ser trabalhado com a finalidade de fazer o
estudante perceber os efeitos de sentido do texto, no caso
o poema, considerando as especificidades da arte literária.
Dessa forma, a abordagens de leitura para compreensão do
gênero textual em questão, acontecem para a efetivação da prática
de linguagem presentes nos eixos de leitura, escrita ou oralidade.

Nesse processo, ressalta-se as habilidades


ligadas à leitura e à produção de texto lite-
rário, que envolvem conhecimentos de gê-
neros poéticos que podem ser desenvolvi-
dos e constituem o estilo no texto. No caso
do poema, os efeitos de sentido são produ-
zidos por recursos de diferentes naturezas,
para depois se alcançar outras dimensões
da linguagem poética.

Olhando para a BNCC, sentimos a necessidade de adaptar a estru-


tura do planejamento, pois outros elementos ocuparam o centro do
Plano de Aula, como as competências e habilidades que definem de
onde partir, o que os estudantes já sabem e que podem e precisam
aprender.

Além dos itens que naturalmente colocamos no Plano de Aula, como


carga horária, objetivos, metodologia, recursos, objetivos outros
elementos precisam estar definidos no Plano, tais como:

Área do Conhecimento/Componente Curricular

Coloque aqui a área e o componente curricular

Unidade Temática

Aqui, você deverá selecionar a unidade temática específica para a área


do conhecimento selecionada

Objeto do conhecimento

Defina o objeto de conhecimento específico para a unidade temática,


levando em consideração a área do conhecimento e unidade temática

••• 22 •••
Prática de Linguagem

Oralidade

Habilidade

As habilidades também deverão aparecer em seu plano de aula. Para es-


colhê-las, analise os objetos de conhecimento, a área do conhecimento
e a unidade temática que você selecionou anteriormente.
Perceba como tudo se conecta de maneira bastante clara quando você
segue as diretrizes estipuladas pela BNCC

••• 23 •••
2.4. CONSTRUINDO PLANOS PARA O ENSINO
DE LÍNGUA PORTUGUESA.

No componente Língua Portuguesa, o estudante


estabelece contato com os diversos gêneros
textuais interrelacionados aos vários campos
de atuação, partindo de práticas de linguagem
já vivenciadas e que se ampliam para novas
experiências.

Dada a complexidade da Língua Portuguesa, e conforme seus objetivos


de aprendizagem, este componente está organizado em campos de atua-
ção, com competências e habilidades específicas, e situa-se no campo de
atuação social onde coexistem os eixos: Campo da vida pessoal, Campo
artístico-literário, Campo das práticas de estudo e pesquisa, Campo jor-
nalístico-midiático e Campo de atuação na vida pública.

Dentro desses eixos são desenvolvidas as habilidades, alinhadas


às práticas de linguagens de leitura, escuta, produção de textos
(orais, escritos, multissemióticos) e análise linguística/semiótica.

Estamos relembrando essa estrutura trazida pela BNCC, porque precisa-


mos compreender que esse componente se organiza em esfera comuni-
cativas que integradas que tem a centralidade no texto e no gênero, so-
bretudo no seu funcionamento e aplicabilidade.

Veja que o gênero é a unidade de ensino, a partir dele acontecem as práti-


cas das linguagens, ou seja, as experiências com o uso da língua, fato que
está intrinsicamente relacionado às práticas sociais e, portanto, à realida-
de do estudante.

Quanto a isso, a BNCC e o Currículo de Referência de Minas Gerais tra-


zem a ideia dos multiletramentos, de modo muito veemente, entendendo
que nele o letramento digital, o letramento visual e o letramento crítico,
convivem dentro de um contexto híbrido que permite que eles estejam
diretamente interrelacionados.

••• 24 •••
Segundo Street (2012), o termo multiletramentos remete a uma prática
pedagógica demandada por novos letramentos, que vão além das habili-
dades de ler e escrever. Envolvem domínios e usos de diferentes códigos
de linguagem e tecnologia, capacidade de desempenhar diferentes habi-
lidades e competências, adentrando, cada vez mais, os contextos sociais,
políticos e culturais, portanto, não mais restritos ao âmbito educacional.
Outros aspectos que merecem atenção é multimodalidade dos textos,
uma característica do texto que apresenta diferentes recursos comuni-
cativos, tais como texto verbal, imagem, sons, música, cores, símbolos,
dentre outros recursos. E os textos multissemióticos em que se misturam
múltiplas semioses (ou múltiplas linguagens), mesclam o texto verbal com
outras modalidades de linguagem (imagem estática, imagem em movi-
mento, som, fala).
Pois bem, professor, como materializar isso no Plano de Aula?
Chegou a hora da mão na massa!
Nesse momento as nossas experiências sobre planejamento, plano de
aula, rotina pedagógica são fundamentais que que possamos aproveitar o
nosso potencial, avaliar o que já fazemos e consequentemente planejar o
que ainda precisa ser feito, frente aos desafios que o Novo Currículo nos
apresenta.
Certamente vocês já fazem isso, mas o Currículo de Referência conforme
a BNCC, no que se refere à Língua Portuguesa vem assegurar que o en-
sino da língua deve considerar que os conhecimentos desse componente
curricular são constitutivos das suas competências específicas e nessa
perspectiva não é possível o desenvolvimento delas sem o domínio dos
aspectos necessários para a sua constituição.

Lembrando que esse componente deve possibilitar aos estudan-


tes a participação de práticas de linguagem diversificadas, que lhes
permitam ampliar suas capacidades expressivas em manifestações
artísticas, corporais e linguísticas, como também seus conhecimen-
tos sobre essas linguagens, em continuidade às experiências vivenciadas.
Proporcionar experiências que contribuam para a ampliação do contato dos
estudantes com gêneros textuais relacionados a vários campos de atuação e
a várias disciplinas, partindo-se de práticas de lingua-
gem já vivenciadas para a ampliação dessas práticas,
em direção a novas experiências. Possibilitar também,
experiências que contribuam para a ampliação dos
letramentos, levando a participação significativa e
crítica nas diversas práticas sociais permeadas/cons-
tituídas pela oralidade, pela escrita e por outras lin-
guagens.

••• 25 •••
Nesse sentido, estruturar um plano de aula na perspectiva do ensino por
competências, requer que ele apresente uma estrutura que contemple os
aspectos importantes para aprendizagem da língua, interrelacionadas e
que constituam um todo lógico e coeso.
Não é nossa intenção, propor aqui uma receita, um modelo de plano, mas
a rede educacional do Estado de Minas, com base no seu Currículo, apre-
senta uma minuta de plano de aula de Língua Portuguesa com os seguin-
tes elementos:

Nesse ponto, o plano de aula deve considerar que é a partir do


Campo de atuação que se tem a sinalização para escolha do
Campos de
gênero a ser trabalhado, ao mesmo tempo em que orientam
atuação atividades que tornem mais significativas as práticas de
linguagens.

Ao escolher as práticas a serem trabalhadas, professor


Práticas de deve primar pela interação do estudante com as esferas
linguagem comunicativas; priorizar o uso de linguagem e com suas diversas
manifestações sociais, culturais, sociais, artísticas e corporais.

Aqui será importante observar os objetos de conhecimento que


Objetos de
são relevantes para compreensão de situações do cotidiano e
conhecimento suas implicações culturais, sociais, econômicas.

Nessa proposta, os conteúdos devem ser relevantes para a


construção do conhecimento de no componente curricular, com
Conteúdos foco na evolução e continuidade das aprendizagens que garantam
a escolarização.

Nessa perspectiva, o plano de aula deve priorizar habilidade/


expectativas de aprendizagem, objetos de conhecimento/
Oferecer habilidades e expectativas de aprendizagem para
Habilidades devem considerar as experiências dos estudantes e ao mesmo
tempo garantir a progressão das aprendizagens por meio de uma
abordagem metodológico pautada no ensino por competências.

Finalizamos aqui, um eixo do nosso material de estudo, esperamos que


faça boa leitura e que a partir dela outras sejam despertadas.

••• 26 •••
Mas, antes de encerrar gostaria de propor mais um desafio,
dá uma olhada no fórum a seguir:
Fórum 2: Desafio de enriquecimento
Observe a imagem e com base no tema dialogue com seus
pares.

••• 27 •••
Essa imagem demonstra como funciona o conhecimento
em espiral, tema estudado pela Neurociência que com-
prova que o cérebro humano conquista um nível maior de
aprofundamento e de fixação do conhecimento quando os
conteúdos são apresentados em diferentes momentos,
com abordagens e visões distintas.
Nesse contexto, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) considera
que os conteúdos trabalhados durante a Educação Básica possuam uma
progressão espiralada, adotando uma metodologia em que propõe que
um conteúdo seja revisitado pelo estudante ao longo da sua vida escolar,
trabalhando com diferentes níveis de complexidade e, consequentemen-
te, estimulando o aprofundamento dos conhecimento por meio das diver-
sas habilidades e expectativas de aprendizagem.
Qual a sua opinião sobre isso?
Exemplo 01: Em todas as etapas de ensino, a aprendizagem da língua es-
tará presente e, seu uso cada vez mais autônimo, de acordo com a amplia-
ção das habilidades desenvolvidas em cada série escolar.
Exemplo 02: As experiências com textos, gêneros e situações de comu-
nicação são recorrentes em todas as etapas de ensino, mas o uso das
mesmas vai, gradativamente, se tornando mais intencional e consciente,
quanto mais habilidades forem sendo internalizadas pelos estudantes.
Agora sim vamos para o próximo eixo.
Um forte abraço, até lá!
Bom estudo!

SAIBA MAIS
Para responder ao fórum
vá ao Ambiente Virtual.

Ouça o podcast com


o resumo do Eixo 2 na
plataforma.

Faça o questionário final na


plataforma.

••• 28 •••
REFERÊNCIAS
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julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Diário Oficial
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_____. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC 3ª versão homologada.
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