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Drama: “O PÃO”

Personagens:
- Vendedor de pão
- Estrangeiro – não precisa, necessariamente estar caracterizado com vestimentas próprias, mas deve saber
pelo menos falar outro idioma
- Mendigo – roupas velhas e esfarrapadas e pele suja
- Muçulmana – uma moça com roupas longas, de mangas longas e um lenço escondendo o rosto deixando
apenas os olhos de fora.
- Migrante – preferencialmente vestido como trabalhador rural, deve permanecer à distância durante sua
parte do diálogo.
- Prostituta ou gay – se for prostituta, vestida com roupa decotada e/ou justa, salto alto e maquiagem; se for
gay, vestido com roupa justa, preferencialmente em algum tom de rosa e talvez até um pouco de
maquiagem...

Roteiro:
Cada personagem está posicionado em um ponto diferente do salão, pode até mesmo ser sentados no meio da
audiência.

O personagem principal (vendedor de pães) chega pelos fundos, levando uma bandeja ou uma cesta de pães e
anunciando que tem pão para dar. À medida que caminha, pode até oferecer para membros da audiência se querem
adquirir algum pão.
- Quem quer pão? Quem quer pão? Tenho pão para dar! É de graça! Quem quer pão? Você quer pão? E você? É de
graça! Quem quer pão? Tenho pão para dar! Quem quer pão.

O primeiro personagem (estrangeiro) se levanta de sua posição e se aproxima falando em uma língua estrangeira:
- Oi! Eu quero pão! Estou com fome! Você pode me dar um pão?
O vendedor de pães se nega a oferecer pão e só dá desculpas no lugar.
- Quem é você? O que você está falando? Não estou te entendendo... Sinto muito, não posso falar com você; não sei
o que você está querendo. Eu não te entendo! (Vira-se para a audiência novamente) Quem quer pão? Tenho pão
para dar! Você quer pão? É de graça.
Pode seguir-se um breve diálogo, em que o personagem estrangeiro continua falando em outra língua e pedindo
pão, e o vendedor de pães responde com a desculpa de que não compreende e continua oferecendo pão para a
audiência.
Ignorado, o personagem estrangeiro se ajoelha, em posição de súplica, com a cabeça baixa, enquanto o vendedor de
pães continua oferecendo pão para a audiência.

O segundo personagem (mendigo) se levanta de outra extremidade do salão e se aproxima lentamente pedindo
pão.
- Oi! Eu quero pão! Estou com fome! Você pode me dar um pão?
O vendedor de pães se nega a oferecer pão e só dá desculpas no lugar.
- Quem é você? O que você quer? Está todo sujo! Vai sujar os meus pães, e eles não vão servir para mais nada! E
essas roupas velhas e sujas não são adequadas para sentar e comer... Credo, você fede! Nem consigo chegar perto
de você! Não posso lhe dar nada... (Vira-se para a audiência novamente) Quem quer pão? Tenho pão para dar! Você
quer pão? É de graça.
Pode seguir-se um breve diálogo, em que o “mendigo” continua tentando se aproximar e pedindo pão, e o vendedor
de pães segue se afastando, reclamando que ele está sujo e fedido e continua oferecendo pão para a audiência.
Ignorado, o “mendigo” se ajoelha, em posição de súplica, com a cabeça baixa, enquanto o vendedor de pães
continua oferecendo pão para a audiência.

O terceiro personagem (muçulmana) se levanta de outra extremidade do salão e se aproxima lentamente pedindo
pão.
- Oi! Eu quero pão! Estou com fome! Você pode me dar um pão?
O vendedor de pães se nega a oferecer pão e só dá desculpas no lugar.
- Quem é você? O que você quer? Que roupa é essa que você está vestindo? Você é muito estranha com essas
roupas esquisitas... Nem dá para ver nada do seu rosto! Não consigo olhar para você, não posso lhe dar nada... (Vira-
se para a audiência novamente) Quem quer pão? Tenho pão para dar! Você quer pão? É de graça.
Pode seguir-se um breve diálogo, em que a “muçulmana” continua implorando por pão, e o vendedor de pães nega
com desculpas de que ela é estranha, e continua oferecendo pão para a audiência.
Ignorada, a “muçulmana” se ajoelha, em posição de súplica, com a cabeça baixa, enquanto o vendedor de pães
continua oferecendo pão para a audiência.

O quarto personagem (trabalhador rural) se levanta em outro lado do salão e dá alguns passos na direção do
vendedor de pães, pedindo pão, mas não deve se aproximar muito.
- Oi! Eu quero pão! Estou com fome! Você pode me dar um pão?
O vendedor de pães se nega a oferecer pão e só dá desculpas no lugar.
- Quem é você? O que você quer? Você está muito longe! Não consigo chegar até aí... Sinto muito, não posso lhe dar
nada... não posso ir tão longe assim... (Vira-se para a audiência novamente) Quem quer pão? Tenho pão para dar!
Você quer pão? É de graça.
Pode seguir-se um breve diálogo, em que o trabalhador rural continua gritando de longe por pão, e o vendedor de
pães nega com desculpas de que ela está muito distante e não tem recursos suficientes para alcança-lo, e continua
oferecendo pão para a audiência.
Ignorado, o “trabalhador rural” se ajoelha, em posição de súplica, com a cabeça baixa, enquanto o vendedor de pães
continua oferecendo pão para a audiência.

O quinto personagem (prostituta ou gay) se levanta de algum do salão e se aproxima com um andar sensual,
pedindo pão.
- Oi, bonito! Tudo bem com você? Estou com fome! Você pode me dar um pão?
O vendedor de pães se nega a oferecer pão e só dá desculpas no lugar.
- Quem é você? O que você quer? Não chega tão perto assim não, pega mal se me virem conversando com você. Não
posso te dar nada... Esse pão já está reservado para outra pessoa, não é para o seu tipo... (Vira-se para a audiência
novamente) Quem quer pão? Tenho pão para dar! Você quer pão? É de graça.
Pode seguir-se um breve diálogo, em que a prostituta ou o gay continua pedindo pão com algumas insinuações
sensuais, e o vendedor de pães nega com desculpas de não pode fazer nada, e continua oferecendo pão para a
audiência.

Enquanto o vendedor de pães está virado de costas para o último personagem, oferecendo pão a outros membros
da audiência, os outros personagens se levantam de onde estão ajoelhados e todos juntos começam a se aproximar
do vendedor de pães, pedindo pão, quase fechando um círculo em volta dele.
O vendedor de pães tenta proteger sua cesta de pães e se nega definitivamente a dar pão a qualquer deles.
- Não, afastem-se de mim! Não posso lhes dar do meu pão! Não tenho nada para dar a vocês!
Com essas palavras, todos os personagens que estavam suplicando pão caem ao chão, como desmaiados ou mortos,
e o vendedor de pães se afasta em silêncio, talvez até mesmo mordiscando um pedaço de pão.

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