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I. vendedor
Personagens:
7. - Reclamadora (mulher que vai reclamar de um carro comprado ali, mas é bastante
ignorante, ao mesmo tempo desconfiada);
Vendedor- Daqui a pouco vem aí uma senhora mais a filha. Pretendem comprar um carro para ela. Pelo
que ouvi, pelo telefone a mãe parecia uma “tapadinha”; vamos ver se ganhamos o dia com elas…
Ajudante- (Em tom de indireta) Vamos ver como é a filha!!! Pode ser que eu também ganhe o dia com
elas!
Reclamadora- Olá, muito boa tarde. Estou cá porque compre um carro neste stand e agora as portas não
abrem! (indignada).
Reclamadora- Pois, realmente não sei, espere um pouco… vou chamar o meu marido. Óhh marido…
Vendedor- Então vamos lá ver isso, traga-o cá que nós vemos o que podemos fazer.
Reclamadora- Como é que eu o trago cá?? As portas mão abrem, não consigo entrar nele para poder
trazer, percebe???Daahh
Vendedor- Pois, tem razão, deixe-me o seu contacto e morada que nós resolvemos já o problema.
Olha Mário?!? Estás a ouvir-me, querido? Olha, dá-me o meu número por favor.
Reclamadora- Obrigada!!
Ajudante- Então…?? para ter decorado o número que o seu marido lhe deu.
Reclamadora- Ah… pois foi, esqueci-me de anotar… vou ter de lhe perguntar de novo…
Vendedora- Pronto, pronto, deixe estar… dê só a morada que nós vamos lá a casa.
(Em tom de segredo para o ajudante enquanto ela dá a morada num papel).
Vendedora- Quanto queres apostar que as portas não abrem porque ela não carrega no botão do
comando para abrir ?!?
Ajudante- Ela não chegaria a esse ponto… penso eu… (virou-se para a cliente e diz). Hoje posso passar
por lá, à tarde?
Vendedor- Pronto é isso tudo, vá… uma boa tarde e até logo.
Reclamadora- Bem, então até logo sim!!! (Ela sai e entra a mãe e a filha
Mãe e filha - Boa tarde (dirigem-se à reclamadora, cruzando-se na porta com ela). A reclamadora, de
repente, volta atrás, para perguntar).
Reclamadora- Desculpe, conheço-as? (A mãe olha com estranheza e acena com a cabeça).
Vendedor- É uma boa prenda sem dúvida! Então já têm alguma ideia do carro que querem?
Filha 1- O mais importante é que seja bonito. Eu quero um lindo, mãe. E já sabes que tem de ser um
caro… quanto mais caro melhor!! deve ser a qualidade, não?
Vendedor- Sim, sim com certeza. Temos ali uns bem caros, e lindíssimos, do mais bonito que há… o
Toni já te vai mostrar. (entra a mãe do vendedor e a filha 2).
Mãe- Ela não gosta de mostrar que está connosco, é por isso que chega mais tarde ou vem afastada! É a
adolescência!
Mãe- Diga?!
Filha 1- Olha mãe, não gostei de nenhum, exceto aquele (apontando para o ajudante).
Mãe do vendedor- Qual? (a mãe olha para ela por se estar a intrometer).
Vendedor- (Dá-lhe uma bofetada no braço). Não estás o quê, pahh? Claro que está! Mas ele é de alta
qualidade, por isso é muito caro.
Vendedor- Não dá? Como tem coragem de dizer isso? (Agora ele começa a mostrar as qualidades do seu
suposto “ carro”, exemplificando. Transporta as pessoas. (Ele mete-se às costas do ajudante); Também
leva as malas (dá-lhe uma mola para as mãos); Dá música ao vivo e é da moda, começa a contar Tony!
(Ele canta). Tem tudo minha senhora, e um potente motor!
Mãe do vendedor- Mas tu estás a mandar calar a tua mãe seu bandido?
Filha 2- Ohh! Eu vou-me embora, não conheço esta gente! (vai saindo).
Ajudante- Oh, chefe já são horas de almoço, eu se calhar já ia andado, visto que estamos todos aqui numa
brincadeira…
Filha 1- Não estou a brincar não, amor… Vou-te levar a passear, vou cuidar bem de ti! (faz-lhe uma
festinha). Depois de ela fazer a festa entra a namorada do ajudante, fica à porta.
Vendedor- Então, mas tu estás a brincar? (Agora para a mãe e filha 1). Desculpem isto! (Para o
ajudante) Tens de ser simpático para a tua nova dona.
Vendedor- Olhe que não, é a minha mãe que está sempre a brincar.
Mãe do vendedor- Eu a brincar? Eu ainda sei o que digo, é com esta menina, sim senhor, que ele sai
todos os dias! Pela minha salvação!
Mãe- A minha filha não quer carros em segunda mão, não estamos interessadas!
Namorada- Ai o caraças…Eu estou a começar a não perceber nada, estão a falar de mim, e do quê?
Vendedor- De nada. Olha, vai lá fora ver quem lá está, que acho que te chamaram, vai…!
Vendedor- Como eu estava a dizer, minhas senhoras… (é interrompido de novo pela namorada).
Namorada- Não estava ninguém a não ser esta senhora! (entra a vendedora das meias).
Filha 2- Olha, aquela ali está interessada (apontando para a mãe), (a mãe e a filha 1, dirigem-se à
feirante).
Vendedor- Olha, agora vem para cá a mulher a roubar-me os clientes. Venham cá!
Vendedora das meias- Aiii, não pode ser egoísta! Compre você tamém umas meitas quentinhas!
(sotaque à cigano).
Mãe do vendedor- Não vês que não querem, Manel. Tu parece que és burro filho, então tu querias
vender o teu próprio filho?
Filha 2- Anda uma pessoa a criar um filho para isto não é? (para meter-se com a senhora). Tinha-se feito
um queijo!!
Mãe do vendedor- Pois é minha querida, é uma desgraça, isto! Ai se eu soubesse que ele ia ser assim!
Namorada- Amor, vinha-te buscar para irmos almoçar, podemos ir ou não pah?
Filha 2- Ou, ou! Não me confundas. Eu adoro o natal e não quero ficar a odiá-lo, por receber uma prenda
como tu!
Mãe do vendedor- olha, eu bem gostava de te ter como netinha! Sempre eras melhor do que esta! Eu
nem gosto nada dela, mas pronto. ..( a referir-se à namorada).
Namorada- Eu também não quero que goste de mim. É o seu neto que tem de gastar! E para seu
desgosto, ele adora-me!
Ajudante- Não fales assim para a minha avó, fofinha. Vamos mas é almoçar, pombinha, vamos! (saem).
Vendedor- Então mas o meu estabelecimento é algum lugar para vender meias?
Irmã 2- Com a barracada que estava aqui, a mulher deve ter confundido com a feira!
Vendedora de meias- Nã fique chateado home, tamém tenhe aqui meitas para sii! Olhe aqui para o
homem.
Mãe- Ai para homem não compro, que a última vez que o fiz não valiam nada, rompias logo à frente e
depois andava com o dedo grande de fora. Depois lá lhe as cosi, claro!
Filha 1- E as minhas também já estão quase a romper, compra-me ai umas daquelas que diz nike.
Filha 2- Escolhe uma meia de cada par, que ela tem um pé maior do que o outro! Ai desculpa… não era
para dizer!
Mãe do vendedor- Não há mal nenhum minha filha, o meu netinho também tem.
Vendedora de meias- Também tenho aqui adidas novinhas e na moda, ainda fui arranjá-las esta manha.
Mãe do vendedor- Olha esse para aí, tou a reconhecê-lo, é meu, pus-o hoje no estendal e desapareceu.
Vendedora de meias- Este par roubei-o doutro lado, não é teu! Bom, muito obrigada e até logo! (sai)
Mãe- Bem e nós vamos indo também! (saem Mãe e filha 1).
A. de carros- (faz gestos para um condutor que supostamente está lá fora para que ele entre, para
estacionar).
Vendedor- Então ainda pergunta, a mim, porquê? Isso pergunto eu! Porque estava a mandar estacionar
aqui?
A.de carros- Então porque ainda quero ganhar mais umas esmolinhas e lá fora não há estacionamento.
A.de carros- E o que é que eu tenho a ver com isso? Eu também não lhe perguntei se autorizava.
Vendedor- Mas é a Sra que me está a ver com cara de parvo ou sou eu que sou mesmo parvo?
A.de carros- A 2º é evidente, você é mesmo parvo, o que me leva a 1º, sim estou a vê-lo com cara de
parvo.
Vendedor- Cara de parva tem a Sra. Ponha-se daqui para fora! (empurra-a até à porta).
A.de carro- Afugentou-me uma possível pessoa que me iria dar gorjeta, no seu lugar, havia de dar você.
Vendedor- Como? Não lhe dava nem o cêntimo mais preto que tenho na carteira! fora!
Vendedor- Conclusão, voltei a não vender nada! (fecha a porta do stand e sai).