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Ele agora deve me odiar mais do que antes, mas como ele
mesmo disse: “medidas e atitudes precisam ser feitas doa a quem
doer.”
Há dois finais de semana que vejo a rotina deles, Antoni
passou por mim e não me reconheceu. Às vezes eu não me
reconheço quando coloco essas roupas.
Estou vestida como um rapaz, moletom largo, com um boné e
o capuz por cima. Ele sai e deixa o portão aberto, como sempre, e
não tem porteiro.
Entro e olho as caixas de correspondência confirmando o
número, subo e toco a campainha. Assim que ela abre, entro
assustando-a.
— Por favor, não nos roube, estou grávida. — Ela fala
chorando. Retiro o capuz e o boné.
— Oi! Giulia. Esqueceu dos amigos? — Falo em deboche.
— Agnes? O que aconteceu com você?
— Aconteceu você e Nicolas Marino. Conhece? Seu ex-noivo
que me acusou de te ajudar na fuga?
— O quê?
— Você não escutou? Ele me acusou de ser mentirosa!
— Você supera isso. — Ela fala indiferente.
— Supero isso? Enquanto você vive na sua bolha de
felicidade,ele me faliue pegou a minha loja. Eu estou fugindo como
uma criminosa por sua culpa!
— Você quer o quê? Que eu fale a verdade para meu marido
e estrague meu casamento? Eu nunca vou falar a verdade para
Nicolas ou para Antoni. Nunca!
— Não precisa, eu ouvi tudo. Como você pode Giulia? —Seu
marido chega e nós não havíamos percebido.
— Antoni? — Ela vai falar e ele a corta.
— Fala Giulia o que você fez! — Ele grita.
— Eu estava grávida, precisava fugir ou meu pai ia me
obrigar a abortar a nossa filha. Sempre deixo dinheiro guardado com
Alessandra. Pedi a carro de Agnes e fugi.
— Como Nicolas ligou sua fuga a Agnes?
— Falei para Alê que Agnes me ajudou. — Ela fala chorando.
— Ele se vingou em mim. Pegou tudo que eu amava.
Destruiu a minha vida por uma mentira sua. Meu Deus! A minha
loja! Eu vivo fugindo por sua causa! Eu acreditava que você era
minha amiga! — Falo com os olhos marejados.
— Agnes, como você está vivendo? — Antoni pergunta
preocupado.
— Dando meu jeito. — Respondo evasivamente. Eles não
podem saber que refiz a minha vida. Ninguém pode.
— Fica aqui em casa, o quarto de Antonella é espaçoso.
Vamos te ajudar. — Olho para ele e coloco o boné.
— Ninguém pode me ajudar. Eu preciso ir embora. Ele não
pode me achar. Se não vai ser pior que dá outra vez, agora ele deve
me odiar mais.
— Agnes quero te ajudar! Você me ajudou quando eu mais
precisei. Por favor, o que posso fazer por você? — Olho séria para
ele e recoloco o capuz.
— Fale a verdade para Nicolas, limpe meu nome. Não tive
nada a ver com o que sua mulher fez e paguei por ir isso. Ele não
vai me ouvir, mas a vocês sim.
— Não! Ele vai nos arruinar. Nicolas é vingativo. — Giulia fala
chorando.
— Eu sei o quanto ele pode ser vingativo, então para mim só
resta continuar fugindo. — Vou em direção a porta.
— Agnes! Vamos falar. Custe o que custar. Prometo.
— Obrigada, Antoni e adeus. — Saio e o escuto falandosério
com Giulia que chora e pede para ele não fazer isso.
Ela nunca foi minha amiga, agora só me resta seguir a vida e
daqui a alguns meses, vou pular para outra cidade. Se eles vão falar
a verdade? Não sei. Por mais que ame Nicolas, não vou viver
daquela forma nunca mais.
Peguei o ônibus de cabeça baixa. Tirando a cidade onde vivo
e a vizinha, eu só ando com moletom e boné para não ser
reconhecida. Não uso celular ou rede social, afinal não existo,
apenas me escondo.
Peguei o ônibus que passa em frente à minha antiga loja que
está fechada. Meu coração aperta e minha vontade é descer, mas
com certeza ele deixou alguém vigiando. Não tenho, mas essa vida.
Sou motorista e faço trabalho de consertos em geral. Desde
quando a tia de Gregory precisou de alguém para arrumar os canos
de sua casa e fiz o serviço. Ela falou com os amigos e apareceram
mais clientes. Todos idosos ou senhoras viúvas que não confiamem
chamar uma empresa que mandam um homem desconhecido para
entrar em suas casas.
Sempre ouvi meu avô quando ele dizia: “não confie nos
bancos, tenha sempre dinheiro em casa.” Chego na estação e
compro o bilhete. Quando entro no mesmo, sei que deixei minha
antiga vida para trás e depois de três horas de viagem, chego em
minha nova cidade.
Assim que chego em minha rua, desço o capuz e tiro o boné.
Solto o lenço dos cabelos que agora estão volumosos com o novo
corte e mechas azuis, e balanço a cabeça soltando mais os fios.
Vou passar na padaria e lanchonete do Gregory para ver se
ele vai precisar de mim no segundo turno. Nenhum funcionário
faltou, então comprei minha comida e fui para casa. Vou ficar na
cama a tarde toda, curtido minha tristeza.
Em casa liguei o aquecedor, coloquei a comida em um prato,
sentei-me no sofá e me cobri. Mas antes coloquei um filme no laptop
que Hanna me emprestou. Ela é como uma irmã, mas quer que eu
seja sua cunhada. Gregory é bonito, mas meu coração vagabundo
ama meu antigo algoz.
— Coração idiota! — Falo para mim mesmo e a campainha
toca.
Quem será? Me seguiram? Não é possível? Travo o filme,
coloco o prato no sofá e vou assustada até a porta. Olho pelo olho
mágico e vejo Gregory com duas bolsas e uma parece refrigerante.
Abro a porta e ele sorrir.
— Como tenho que voltar para loja e você comprou seu
almoço. Estou querendo companhia. — Fico parada olhando. Ele
quer falar mais alguma coisa, mas o quê? — Agnes está frio aqui
fora.
— Desculpa, entra. — Diferente de Nicolas, ele jamais
entraria sem permissão. Ele coloca tudo na bancada da cozinha e
vai ao banheiro lavar as mãos.
A cozinha está fria, mas meu quarto/sala está quente. Pego
uma cadeira e coloco o laptop. Vou até à cozinha e pego uma toalha
forrando a mesa de centro que comprei na loja de usados da outra
cidade. Ela é linda, toda bordada e bem grande. Estava um pouco
mal cuidada, mas fiz sua reforma. Agora estou reformando na área
do sobrado o guarda-roupa dos avós de Gregory, o pai dele tem
amor por esse móvel. Estamos comendo e não vejo o filme, só fico
pensando em meu encontro com Giulia.
— Terra para Agnes! — Escuto a voz de Gregory e viro
assustada. — Suponho que não ouviu minha pergunta.
— Não, desculpa. — Ele sorrir em compreensão.
— De que você está fugindo? — Olho espantada.
— Meu passado não é bonito e prefiro que você não saiba.
Pode ter consequências e não quero que você seja prejudicado.
— Então vamos esquecer isso. Segunda pergunta... amanhã
quero ir à boate e gostaria de te levar. Hanna também vai.
— Vamos. — Ele sorrir.
— Então amanhã à noite vamos nos divertir. — Ele lava a
louça e faz café na cafeteira nova que comprei, bebemos café e
conversamos. Quando dá a hora dele vai voltar para loja, o levo até
a porta, ele me beija no rosto e sai.
Um novo começo, isso que vou fazer. Abandonar o passado e
esquecer Nicolas Marino e Giulia.
NICOLAS MARINO
Sexta de manhã.
A semana passou rápido e estou preocupada com esse
encontro com Nicolas. Por mais que ele saiba a verdade, não confio
no que ele possa fazer e pior, não confio em mim mesma. Pois, o
que sinto por ele é muito forte.
Trabalho em horário normal e deixo a van na empresa. Vou
para casa, tomo um banho e coloco um vestido rodado e curto, e
uma sapatilha. Pego uma mochila e coloco umas roupas, a
campainha toca. Abro a porta e Hanna entra rapidamente e
visivelmente nervosa.
— Amiga, tem certeza de que você vai? Sei que você não me
contou tudo, mas se encontrar com esse homem é seguro? — Olho
para ela que está preocupada.
— Sim. Nicolas não vai me machucar, não fisicamente. — A
olho e suspiro. — Se eu não aparecer para trabalhar na segunda ou
não ligar dando notícias, fala com seu tio da polícia.
— Certo. Você não está mais sozinha, sabe disso? — Confirmo
com cabeça e ela me abraça. — Resolve isso logo com ele e volta
para ser minha cunhada. — Ficamos rindo e a campainha toca. —
Está esperando alguém?
— Não. — Abro a porta e tem um chofer? O reconheço. É o
chofer de Nicolas, ele me olha envergonhado.
— Senhorita Petrovic, sou o chofer do senhor Marino. — Ele
faz uma saudação. Me lembro muito bem dele.
— Boa tarde. Avisa o senhor Marino que você perdeu tempo
em vir me buscar. Estou indo da forma tradicional.
— Mas senhorita, estou cumprindo ordens. — Suspiro. Por que
Nicolas tem que ser uma pessoa difícil?Ele pega um telefone e
posso ouvir sua voz alterada. Isso vai ser mais complicado do que
pensei. Olho para Hanna que está de braços encruzados ouvindo a
conversa. — O patrão que falar com a senhorita.
— Boa tarde. — Escuto seu bufar.
— Agnes quero seu bem-estar, são quase três horas de trem
até chegar aqui. Com o motorista você terá mais conforto, sei que
dei motivos para não confiar em mim, mas estou tentando mudar o
que fiz de ruim no passado. Aceite a carona. — Suspiro.
— Ela não está mais sozinha, meu tio é delegado. Só para te
avisar. — Hanna grita e Nicolas bufa.
— Agnes, tranquiliza a sua amiga, isso não é um sequestro.
Você estará de volta para trabalhar, se você quiser continuar.
— Vou com seu motorista, mas preciso de uns vinte minutos.
— O tempo que você precisar Agnes. Dessa vez vou fazertudo
diferente, vou ser melhor. Prometo. — Ele desliga e devolvo o
telefone para o motorista, que faz uma saudação e sai. Hanna me
olha preocupada e vou até ela.
— Preciso resolver isso, Hanna. Ainda tem meu antigo
apartamento, quero alugar. Nicolas falou que tenho uma
indenização pela fraude que sofri. Eu quero comprar aquela casa
que está à venda e morar aqui. — Ela sorrir.
— Sério?
— Sim. Quero trazer os móveis do apartamento, meu piano da
antiga loja. Preciso organizar minha vida, mas antes preciso resolver
com Nicolas. Sabe que eu ainda tenho sentimentos por ele. Tenho
que ver se vou ficar com ele ou virar a página.
— Você o ama. — Ela afirma e eu confirmo com a cabeça. —
Cuidado para não se machucar.
— Infelizmente, não posso te prometer isso. — Nos
abraçamos, pego minha mochila e desço entrando no carro. Hanna
fica no portão com um olhar preocupado.
Estamos em uma viagem tranquila. Estou cansada e acabei
dormindo. Acordei com o motorista me chamando, avisando que
chegamos e estamos em uma garagem.
Agradeço e entro no elevador de serviço. Coloco a mochila nas
costas e espero chegar no andar do escritório dele.
Fico pensando da última vez que estive aqui não deu em boa
coisa. Desço no vigésimo primeiro e vou até à porta de vidro escrito
“Construtora Marino”, um grande letreiro dourado. O andar todo e
da empresa de Nicolas.
Quando chego próximo, à porta de vidro abre e a secretária me
olha séria. Depois de um tempo sorrir.
— Senhorita Petrovic, senhor Marino a aguarda. — Ela vai até
à porta, me anuncia e deixa aberta para eu entrar. Fechando e
seguida.
Como dejavú, Nicolas sai do banheiro, mas dessa vez sorrindo.
— Não vim para consertar o frigobar. — Ele rir alto e vem até
mim. Me abraça e pega minha mochila, colocando em uma cadeira.
Que Nicolas e esse que não conheço? Ele volta e me dá um
selinho.
— Como está Agnes? Está linda. Jantou? — Faço que não
com a cabeça. — Venha! — Ele segura minha mão e me coloca
sentada na cadeira. — Vamos resolver as condições da loja e
depois podemos jantar.
— Não estou arrumada para isso. — Ele sorrir.
— Em minha casa. — Gelo, o maldito apartamento, penso e
ele parece notar. — Vendi o apartamento Agnes. Minha casa é
antiga, como Giulia falava: “o mausoléu”. Por isso comprei o
apartamento, também quero te mostrar algo e Glória está louca para
te ver. — Quando ele fala em Glória sorrio.
— Estou com saudades dela.
— Ela de você. Não se preocupe, pode ir embora a hora que
quiser. — Confirmo com a cabeça.
Ele explica tudo e mostra os valores em minha conta referente
a indenização pela fraude. Fico sorrindo, vou poder adiantar uma
boa parte da casa e com o aluguel garanto as parcelas do
financiamento.
— A loja, estou te devolvendo. Só você assinar os papéis,
pode ler e me devolver na semana que vem.
— Não a quero. Só vou pegar o piano e alguns objetos de valor
sentimental. Eu tenho uma vida longe disso tudo, e por mais que
você ache medíocre, me estabilizei. Sempre tive medo do mundo
fora da loja, mas graças a suas atitudes e de Giulia, vi que consigo
sobreviver sozinha. — Estou morrendo de saudades de minha loja,
mas não posso demostrar. Não sei o quanto posso confiar nesse
novo Nicolas.
— Agnes é um passo muito grande. Por que não pensa e dar a
resposta depois? — Ele fala preocupado e nego com a cabeça.
— Quando eu fugi, pensei que não conseguiria. Comprei o
bilhete para a cidade que vivo porque é bem longe dessa. Tinha
apenas parte do dinheiro da venda de meu carro e para sumir, eu
não poderia usar banco. Não tinha trabalho ou um lugar para viver,
estava com medo de ter que viver nas ruas. Estava sozinha desde
quando meu avô morreu, mas naquele dia eu realmente me senti
solitária. Eu não tinha ninguém por mim e se algo acontecesse
comigo, seria apenas uma indigente. — Ele se levanta e vem até
mim. Se agacha e me abraça.
— Sinto muito ter feito isso tudo em sua vida. Estava errado e
fiz um erro em cima de outro. Me perdoe?
— Já perdoei, mas não tenho uma vida aqui. Não tenho mais
nada nessa cidade. — Ele levanta a cabeça e me olha nos olhos.
— Nem a mim? Olha nos meus olhos e diz que não sente nada
por mim? — Fico parada olhando.
Todos esses meses eu senti saudades dele. De todos os bons
momentos que passamos. Tento apagar o que sinto, mas é muito
forte. Vejo ele se aproximar lentamente, não tenho reação, quero
muito sentir seus lábios nos meus. Fechos os olhos e sinto quando
sua boca encontra a minha.
Ele devora a minha boca com intensidade e sinto sua língua
pedir passagem. Abro a boca começando em uma dança sensual.
Ele me levanta sem parar o beijo e desce a alça de meu vestido.
Começa a beijar meu ombro e fala em um sussurro rouco.
— Sinto sua falta. — Ele me beija com paixão, eu o abraço
com as pernas. Senti muita falta desse cheiro, desse gosto e da
pegada.
— Nick. — Ele me deita no sofádeitando-se em cima de mim e
sorrir. Volta a me beijar, sua mão levanta meu vestido até a cintura,
colocando a mão dentro de minha calcinha. Desce uma trilha de
beijos até chegar no seio. Ele prende o bico no dente e dou um
pequeno gritinho. Ele conheça a lamber e chupar com força
beirando a dor. Adoro quando ele faz isso e introduz dois dedos. Eu
grito de prazer e seguro seus cabelos, querendo mais. Sinto quando
ele desce a minha calcinha, abro sua camisa, minhas mãos
vagueiam pelo seu corpo enquanto ele beija minha boca com
paixão, e seus dedos estão me enlouquecendo de prazer. — Quero
você! — Abro o cinto de sua calça e desço com a cueca. Ele retira a
camisa jogando no chão.
Ele toma novamente a minha boca e se posiciona na entrada
da minha intimidade, que está muito molhada. E me penetra com
força.Nicolas sempre foi intenso quando faz amor, gosto disso. Ele
me beija e me possui com investidas rápidas e ritmadas. Quando
chegamos ao auge, ficamos abraçados seminus no sofá do seu
escritório.
— A secretaria? — Falo nervosa e ele sorrir beijando meu
ombro.
— Foi embora e trancou a porta. Tenho a chave.
— Foi premeditando? — Ele rir e beija meu ombro novamente.
— Sim e não. Sim, porque quero uma chance com você e não,
porque não queria perder o controle, mas você me tira qualquer
senso de sanidade. — Ele aconchega mais em mim. — O que sinto
por você é diferente que senti com outras mulheres e não consigo
ficar longe. No passado eu sempre voltava para você. Me dê uma
oportunidade?
— Vamos tentar e ver se dar certo. — Ele me abraça mais
forte. Ficamos deitados nos curtindo e depois nos arrumamos.
Vamos para garagem, o motorista está nos esperando e abre a
porta do carro.
Durante a viagem para sua casa, Nick fica o tempo todo
abraçado fazendo carinho. Está tudo diferente de meses atrás, fico
com esperança que dessa vez pode dar certo.
O carro para e escuto um barulho de portão pesado se abrindo
e volta andar com um leve balanço, que parece uma estradinha de
pedra. Depois de um tempo, paramos e a porta é aberta. Ele sai e
me dá a mão para eu sair. Quando olho a casa em minha frentefico
sem palavras, as luzes iluminam uma casa antiga, parece uma
mansão que vi nos filmes. Tem dois homens de ternos parados na
varanda e um fala ao telefone.
— Meu Deus! Que lugar lindo! — Solto sua mão e vou andando
até a grande porta de madeira bordada e coloco as mãos sorrindo.
— Isso é perfeito.
— Aqui era a casa do meu avô, onde cresci, mas tenho casas
em outros países. Como muitos de meus negócios estão nessa
cidade, eu moro aqui por enquanto. — Eu viro sorrindo até que a
porta abre e tem um homem de terno.
— Senhor!
— Sem formalidades James! Essa é Agnes. Agnes esse é
James, ele era mordomo de meu avô. É como um pai para mim. Às
vezes é rabugento, mas você costuma.
— Nicolas não sei por que ainda me preocupo com você? — O
mordomo fala em um resmungo.
— Glória te coloca de castigo se você não o fizer. — Fico rindo,
não conhecia esse Nicolas.
— Filho! Até que fim chegou cedo, sabe que fico preocupada.
— Ela para de falar quando me vê, coloca as mãos na boca. —
Filha! Meu Deus! — Corre e me abraça. — Senti tantas saudades.
Como você está? — Ela segura a minha mão e me olha. — Está
mais magra. Tem se alimentado direto? Agora que você está aqui
vou cuidar muito bem de você. Vamos crianças!
Entramos e fico olhando tudo. A casa é linda, estilo vitoriano,
tem duas escadas no rol que vai para o andar de cima, cheia de
quadros. Olho para o teto todo bordado, estilo barroco.
— Aqui é maravilhoso! — Olho para Nicolas que está sorrindo
e me estende a mão. Seguro e ele me leva para uma sala com
grossas cortinas de veludo vinho e móveis de madeira maciça bem
conservados. Olho e vejo um piano de calda, maravilhoso. — Oh!
Meu Deus! — Vou até o piano e passo a mão.
— Era de minha mãe, por isso te pedia a valsa de Tchaikovsky,
ela sempre tocava para mim. — Vou até ele e o abraço.
— Sempre que quiser, toco para você. — Ele sorrir e me beija.
Segura na minha mão e me leva até o andar de cima, passamos por
um corredor longo com várias portas e quadros na parede. Ele abre
uma das portas e vejo um quarto lindo, todo masculino.
— Esse é meu quarto, ali é o banheiro. Tome um banho, depois
vamos jantar. — Ele me leva até a porta e beija. — Volto daqui a
pouco, pode ficar à vontade. — Entro no banheiro e fico encantada
com o local. Tudo arrumado de forma impecável.
Retiro a roupa e ligo o chuveiro. Espero a água esquentar e
quando entro, sinto a ducha quente em minha pele. Relaxo, pego o
sabonete líquido e sinto o perfume de Nicolas. Vou tomar um banho
relaxante, depois matar a saudade de conversar com Glória e
aproveitar o tempo que vamos ficar juntos.
NICOLAS MARINO
Sábado à tarde.
Amarro o roupão. Hoje temos uma festa beneficente e em um
dos quartos da casa, está uma equipe de maquiadores e
cabeleireiros me esperando. Todos sob a ordem do meu namorado
sobre como devem me arrumar.
— Você aguenta Agnes, é só uma festae Nick vai estar do seu
lado. — Falo comigo mesma e suspiro. Prendo mais o roupão.
Nicolas conhece bem o que precisa ser feito,mas diferentedas
maquiagens de Hanna, eles me colocaram como uma boneca.
Cheia de pintura, como foi na última festa. Não conseguia rir,
parecia que meu rosto ia quebrar de tanto que minha pela ficoudura
e repuxada.
Vou andando até o quarto, bato e entro em seguida. Tem duas
mulheres e um homem que logo veio sorrindo.
— Boa tarde, senhorita. Estamos com instruções do senhor
Marino referente ao seu cabelo, escova e penteado. Sem
modificaçãode fiosou cortes, sente aqui. — Ele me conduz até uma
cadeira e começa a passar as mãos nos meus cabelos. —
Maravilhoso e com um corte perfeito.As mechas? Nem tanto. — Ele
pega um laptop, coloca em cima da mesa, começa a digitar e vira
para mim. — O penteado está a sua escolha, mas na minha humilde
opinião, esse vai ficar perfeito. Pois, você tem um rosto de menina.
Esse vai te dar um visual mulherão sem ser vulgar.
— Gostei. Vai ficar perfeito.
— Ótimo. Vamos meninas. A senhorita tem que ficar
estonteante para seu bofe. Mostrem as maquiagens e esmaltes.
Senhor Marino odeia atrasos. — Elas abrem as maletas, vejo muitas
cores e fico perdida.
— Espera. Nicolas não escolheu a maquiagem?
— Meu amor, ele só deu orientação para não estragar seu
cabelo. Mandou trazer esse arsenal de vestidos para sua escolha.
— Ele aponta para o lado e vejo um suporte de varal com vestidos
de várias cores. Ele sempre escolhia tudo antes. Levanto e vou
olhar os vestidos. Tudo com etiqueta da loja. Isso deve ser
caríssimo. — Senhor Marino pediu a melhor moda de Paris. Vinte e
cinco vestidos dos melhores estilistas. O homem tem bom gosto,
sortuda. Não tenho essa sorte, gato e com bom gosto.
— Espera um pouco, preciso resolver algo. — Saio correndo
descalça pelo corredor, desço a escada e chego no escritório do
Nicolas. Bato de leve na porta e escuto um entre. Assim que entro
ele me olha sorrindo. Quando me vê aflita, fica preocupado. — Nick
os vestidos?
— Não gostou? — Ele pega o celular e disca rapidamente. —
Minha mulher não gostou dos vestidos. Eu pedi os melhores e mais
recentes da moda de Paris. O que vocês me mandaram? — Ele fala
com raiva.
— Nick eu gostei. — Falo apertando as mãos.
— Ela gostou. Meus advogados vão fazer a transferência do
que ela escolher. Obrigado. — Ele desliga sorrindo.
— Nick, é uma fortuna em roupa! — Ele olha sem entender e
fica sério. — Tem mais de vinte vestidos de grife, em anos de
trabalho só consigo comprar a alça de um daqueles. — Ele rir alto.
— São vinte cinco e todos seus. Na próxima festa mando trazer
mais.
— Nick, é uma festade aproximadamente três horas. Para que
eu preciso de vinte e cinco vestidos de grife? Só vou usar um, não
tem como alugar? — Falo nervosa. Ele rir, se levanta e me abraça.
— Minha Agnes, para que alugar? Se você quiser todos os
vinte e cinco são seus, dessa vez quero que você escolha sua
roupa. — Coloco a cabeça em seu peito. — Não gostou? Peço para
trazer de outros estilistas, mas esse é o melhor.
— Eu não sei escolher roupas como essas. — Falo triste. Ele
solta do abraço, coloca a mão em meu queixo levantando e me olha
com carinho. — Escolho motor, peças e matéria-prima, mas não sei
me vestir assim. Estou apavorada. Estou com medo de te
envergonhar. — Ele beija meus lábios e sorrir.
— Então vamos fazero seguinte, eu escolho o vestido e você a
maquiagem, e o penteado. Okay? — Confirmo com a cabeça. —
Ânimo minha pequena valente. Estarei ao seu lado. — Começo a rir.
— Vamos.
Saímos de mãos dadas até o quarto e o rapaz quando entro
está afoito.
— Senhorita, ainda vou ter um infarto. — Ele olha para Nicolas
e para de falar. — Fiz algo errado? — Ele pergunta preocupado.
Todo mundo tem medo de Nick?
— Não. Está perfeitoe Nick vai me ajudar a escolher o vestido.
Vamos! — Falo animada e ele sorrir.
— Vamos começar pelos cabelos, enquanto senhor Marino
escolhe sua roupa. Você vai ficar um arraso. — Ele começa a
escovar meus cabelos enquanto uma das mulheres faz as minhas
unhas. Pedi apenas um esmalte claro. Olho Nicolas que pega três
vestidos e olha atentamente. Dos três ele vira para mim um de
branco com alças nos ombros e um corpete bordado com pedras.
Muito lindo, com decote não muito ousado e um corte perfeito.
Sorrio em aprovação.
Ele coloca separado e vem até mim. Me beija e sai. Peço uma
maquiagem leve e fazem um penteado moderno. Quando o rapaz
termina, agradeço e vou me vestir. Vou para o closet e me olho no
espelho de corpo todo.
— Essa sou eu! — Falo surpresa. Ficou perfeito.
Estou girando quando algo me chama atenção em uma das
prateleiras. Uma caixa de música em forma de piano. Ela é muito
antiga, está com a pintura velha, na cor escura com dourado. Esse
quarto foi da mãe de Nick, ele me falou que ela tinha dois quartos.
Um, no andar de cima e outro no de baixo, só que nunca entendi o
porquê, deve ser coisa de gente rica.
— Agnes! — Saio do meu transe da caixinha e olho para Nick.
Está lindo vestido com um smoking preto e sorrio. Volto a olhar para
a caixa de música. — Minha mãe adorava essas caixas. Ela
comprou algumas em um mercado de antiguidades uma semana
antes de sua discussão com meu avô. Ele infartou naquele dia e
ficou em coma por meses. Amanhã você a pega se quiser tentar
consertar! Ela não funciona, agora estamos atrasados e você está
perfeita.
— Você está lindo. — Vou até ele e o beijo que me puxa
intensificando o beijo e me encostando na porta do closet. Ele para
e beija suavemente meu pescoço.
— Se não tivéssemos atrasados... Vamos logo! Preciso
representar o instituto de caridade de minha mãe, mas antes... —
Ele tira um estojo do bolso e abre. Tem uma joia linda em ouro
branco com diamantes.
— Não posso usar isso. Nick se eu perder? — Ele sorrir.
— O seguro cobre. É meu presente para você. — Fico
preocupada. O que vou fazer com essa joia caríssima?
— Mas depois você deixa em seu cofre? — Ele confirma e o
deixo colocar, em seguida coloco os brincos.
A festa está belíssima. Eu me sento um peixe fora d'água, mas
diferente das outras festas que fui das outras vezes, aqui as
pessoas são mais gentis. Nicolas me apresentou a todos como sua
namorada e agora ele está no palco fazendo um discurso.
— Boa noite! Obrigado por estarem aqui nessa noite fazendo
parte do sonho de minha falecida mãe. Elizabeth Marino, fundou
esse instituto quando eu tinha três anos. Ela se preocupava com
jovens que são mães solteiras ou viúvas e não tem o apoio de suas
famílias. Meu pai foi um operador de máquinas das indústrias
Marino e faleceuem um atropelamento quando eu tinha dez meses,
e quando fiz um ano meio, meu avô nos acolheu e me criou como
um filho. Muitas das moças que o Instituto Elizabeth acolhe não têm
o apoio de seus familiares e algumas são de famíliashumildes que
as apoiam, mas não tem muito para ajudar. Nossa instituição hoje
tem creche/escola e as mães têm emprego garantido em nossas
fábricas, além de contado com seus filhos nos horários do
expediente. Garantimos cesta básica e acompanhamento médico
para as família
s cadastradas em nossa instituição. Hoje com suas
doações, iremos ampliar os atendimentos médicos e daremos
melhores condições de vidas a essas famílias.Muito obrigado, por
manter vivo os ideais de minha mãe e por ajudar todas as famílias
que nos procuram em busca de auxílio. — Todos aplaude de pé e
Nicolas agradece voltando para a mesa. Segura a minha mão e
vamos para a pista de dança. Posso senti-lo tenso, deve ser por
causa das lembranças da sua mãe.
— Ela devia ser uma mulher maravilhosa e preocupada com o
bem-estar do próximo. — Falo baixo em seu ouvido.
— Meu avô só não acabou com o instituto porque ganhava
incentivos fiscais, e sua filha era bem vista socialmente como a
salvadora dos necessitados. Isso dava um status para os Marinos.
— Ele fala em meu ouvido — Ele era um homem calculista e me
treinou para ser como ele. Em estudar as fraquezas e as
possibilidades, mas eu mantenho a instituição porque é o que restou
da lembrança de minha mãe. Esse instituto e ajudar as pessoas era
o seu sonho, essas mulheres conseguem seguir suas vidas de
forma digna, graças ao ideal de minha mãe. Eu a amava Agnes e
fazia qualquer coisa para vê-la feliz.
A música acaba e vejo o semblante triste de Nick que pede
para eu esperar enquanto vai pegar uma bebida para nós dois.
Estou pensativa sobre o que ele me falou, até que uma voz me tira
dos pensamentos.
— Pode usar diamantes e última moda de Paris, mas ainda é a
mesma operária pobretona, desajeitada, com cara de menina suja.
— Me viro e vejo Alessandra.
— Sou operária, mas honesta e não jogo minhas
responsabilidades no nome dos outros, Alessandra. — Ela fica
pálida e a encaro. Quando ela vai responder, um senhor muito
bonito, com barba bem feita e cabelos cortados. Usa um terno
impecável e para ao seu lado.
— Alê, minha filha! Você não me apresentou a sua amiga. —
Ele me olha com interesse, mas demostra respeito, diferente de
Alessandra que está séria.
— Papai essa é.
— Agnes Petrovic, minha namorada. — A voz de Nicolas faz
Alessandra estremecer. Ele me dá uma taça de champanhe e me
segura pela cintura. — Saymon Heinz. Não nós encontramos há
algum tempo. — O pai de Alessandra sorri e estende a mão para
Nicolas, e aperta. Depois segura minha mão e a beija sorrindo.
— Tem sorte meu amigo, uma mulher com a mão calejada de
trabalho. Mulheres assim são valiosas e raras. Pena que minha filha
puxou a futilidade da mãe. Agnes nunca tenha vergonha de um
trabalho honesto, independe do que você faça para viver. — Ele
sorrir e se despede de nós. Quando Alessandra vai passar, Nicolas
solta minha cintura e segura firme no braço dela. Quando ele fala
me dar um arrepio, pois era esse tom frio que ele usava quando me
julgava como uma mulher sem escrúpulos.
— Eu sei o que você fezcom Giulia, então vou te dar um aviso.
Fique longe de Agnes, não caio mais nas suas armações. Você
nunca teve contato com ela e tudo que você falou era mentira.
Então, estou te dando um aviso! Não se aproxime de nós
novamente.
— Vai fechar minha loja? — Ela fala em deboche. Nicolas fica
com aquele olhar de ódio que tanto temia.
— Fuad Bin quer uma quarta esposa. — Ela engole seco e fica
apavorada. — Sabe que posso convencer seu pai que o casamento
será ótimo para nossos hotéis em Dubai e Fuad ficou muito
interessado em você na última visita. Ele não ficouincomodado com
o vexame que você deu e falou que mulheres como você tem como
moldar com castigos e disciplinas. Que ele te faria uma ótima
esposa honrada, obediente e fiel.
— Ele tem idade para ser meu pai e tem famade ser cruel com
suas três esposas. — Ela fala apavorada e Nicolas sorrir.
— Boatos dos fofoqueiro
s. — Nicolas responde com
indiferença. — Mas se pensar em se levantar contra Agnes, você vai
descobrir na própria pele que os boatos podem ser verdadeiros. —
Ele solta o braço de Alessandra que sai pálida. — Vamos para casa!
Essas pessoas por mais que se mostrem boas, não são. Somos
ruins, perversos e maldosos, vemos e tiramos vantagem de tudo e
de todos. Não somos como você, nenhum de nós. Não se engane.
— Estamos no carro. Nick está calado durante a viagem e muito
pensativo.
— Obrigada por me defender, tirando Hanna há muito tempo
que luto sozinha. — Ele me olha e sorrir. Aproximo os nossos rostos
e o beijo. Nick me puxa para seu colo e beija meu pescoço. Vejo
quando sua mão vai até um botão e sobe uma proteção, nos
isolando de seu motorista.
— Agora você vai descobrir por que escolhi esse vestido. —
Ele desce a alça, coloca meu seio na boca chupando forte, seguro
seus cabelos e empurro meu corpo para frente em aprovação.
Suas mãos levantam meu vestido, ele me coloca deitada no
banco e retira a minha calcinha lentamente, e guarda no bolso.
Desce o rosto entre minhas pernas, mas antes me olha e posso ver
seu desejo. Sinto quando ele lembre meu clitóris e suga forte. Me
controlo para não gritar com o prazer intenso e sinto quando ele
entra com dois dedos. Ele me tortura com os dedos e a boca até
que chego ao auge do prazer, estou respirando pesadamente. Ele
se senta no banco, me puxa para seu colo e me beija. Sinto meu
gosto em seus lábios. — Estamos chegando em casa, essa noite vai
ser muito prazerosa para nós dois. — Voltamos a nos beijar até que
o carro para, ele ajusta meu vestido e abaixa um pouco o vidro. —
Obrigado Alonso, bom descanso. — Ele volta a subir o vidro e
algum tempo depois saímos do carro.
♥
Acordo e olho para lado. Nick está dormindo de costas, fico
admirando seus músculos e sorrio. Seu cabelo está bagunçado e a
noite foi maravilhosa, me aconchego mais a ele e durmo.
Domingo à noite volto para meu apartamento, arrumo meu
uniforme para trabalhar no dia seguinte. Pego meu caderno de
anotações e vejo o material que tenho que comprar. Coloco a folha
no bolso do macacão e sorrio.
— A vida está sendo boa, estou apaixonada e feliz.Tenho meu
trabalho. Tudo está perfeito. — Sorrio e coloco tudo na cadeira. Vou
ao banheiro e antes de deitar-se, mandei uma mensagem para Nick
que responde rapidamente. Fico sorrindo e durmo.
Acordo antes do celular despertar e tomo um banho. Coloco o
uniformee façoum café.Confiroa lista no bolso do uniformee pego
os documentos, e a chave da van. Saio e vou para o trabalho.
Faço as entregas na cidade vizinha e por volta das quatro da
tarde acaba o expediente. Saio do shopping onde fiz as últimas
entregas de bolo e vou nas lojas de peças. Tenho que entregar
alguns serviços e amanhã conserto o aquecedor da senhora
Mercedes. Olho para céu limpo da tarde, mas está uma leve brisa
fria. Fico observando as pessoas andando e algumas com crianças,
e sonho com o dia que terei meus filhos.
Vou andando distraída cantando baixo uma canção que toca
nos fonesde ouvindo, olho para céu e sinto uma pancada na perna,
e sou levantada do chão. Foi muito rápido e sinto o impacto quando
caio e tudo fica somente escuridão.
NICOLAS MARINO
Em duas semanas Agnes vai fazer vinte e três anos. Vou fazer
meu pedido de casamento, sei que ela vai aceitar e pretendo
realizar nosso casamento em no máximo três meses.
Levanto e olho para a cidade sorrindo. Nicolas Marino
sorrindo? O que uma pequena operária está fazendo com o temido
homem de negócios? Está virando minha cabeça. Meu telefonetoca
me tirando dos pensamentos.
— Alô. — Falo aflito.
— Bom dia. Senhor Nicolas?
— Sim.
— Falo do hospital municipal, a Senhorita Agnes sofreu um
acidente e o seu número estava como contato de emergência.
— Ela está bem?
— Não podemos dar informaçõespelo telefone,são normas do
hospital.
— Tudo bem, me passa o endereço. Estou indo. — Anoto o
endereço e chamo o motorista. Chego afoito no hospital e vou até à
recepção. Uma atendente me olha sem interesse. — Minha
namorada está nesse hospital, sofreu acidente. Seu nome e Agnes
Petrovic. — Ela olha para a tela do computador e digita.
— O médico vem falar com o senhor. — Fico andando de um
lado para outro até que meu telefone toca em sinal de mensagens.
Pego do bolso e quando desbloqueio a tela, fico paralisado olhando
as mensagens.
O que é isso? Olho todas as fotos. Como ela pode fazer isso?
— Acompanhante de Agnes Petrovic? — Vou até o médico
meio perdido — Senhorita Agnes não sofreu nenhuma fratura.
Apenas alguns arranhões pela queda e um hematoma onde a roda
da moto bateu em sua perna, quando o motorista derrapou e caiu.
Fizemos todos os exames, ela está bem. Agora iremos fazer uma
ultra para confirmar se está tudo bem com o bebê.
— Bebê?
— Ela também não sabia da gravidez, está com
aproximadamente seis semanas. Queremos ter certeza de que o
feto esteja bem para dar alta. — Paro de escutar o que o médico
está falando. Ela tomava medicação, mas dizem que os métodos
anticoncepcionais não são cem por cento infalível,mas essa criança
não pode ser minha. Nunca fizermosnada sem proteção do remédio
ou preservativos. Ela estava com Gregory antes do voltar para mim.
Foi isso! Eu nunca lhe perguntei com medo da resposta, mas Agnes
estava sozinha, perdida e triste. Aquele desgraçado a seduziu. — O
senhor pode vê-la. — O médico fala me tirando dos pensamentos.
Vou seguindo sem saber o rumo.
Ele abre a porta e vejo Agnes com o olhar perdido. Com as
mãos na barriga, ela me olha e sorrir. Entro sério no quarto.
— Nick. Um bebê! — Fala mesmo assustada, mas sorrindo. E
fico olhando sério para ela. — Nick?
— Gregory já sabe que vai ser pai? — Ela me olha espantada.
— O quê?
— Esse filho é dele! — Aponto para sua barriga. — Você devia
ter me falado que ficou com ele, teríamos feito um exame antes de
ficarmos juntos.
— Eu não fiquei com Gregory! — Sorrio sem vontade.
— Agora vai dizer que esse filho é meu? Acha que acredito
nisso? Você ficou mais de seis meses nessa cidade, sozinha, triste
e com medo. Encontrou um amigo, um amante para esquecer o
canalha que eu fui. Eu nunca iria te recriminar por isso. Não sou
arcaico em pedir castidade, pois antes não tínhamos um
relacionamento, mas por que você não me falou? Por quê? Agora
pensa que vou acreditar que esse filho é meu? Eu sempre usei
preservativos, Agnes. Sempre! — Ela chora muito. — Adeus! —Não
espero resposta ou mentiras. Como queria que esse filho fosse
meu, mas nunca admiti traição.
Saio do hospital furioso. Se encontrá-lo, sou capaz de matá-lo
e deixar essa criança sem um pai. Ela devia ter me falado que teve
um envolvimento com Gregory. Estávamos separados, ela estava
sozinha e desprotegida. Ele deve ser aquele tipo de homem
carinhoso, eu teria entendido, mas o desgraçado me mandou uma
foto dos dois juntos em uma boate e a outra eles estão se beijando.
Não sou hipócrita de acreditar que uma mulher com a beleza
de Agnes não iria ter um relacionamento enquanto não estávamos
juntos. Entro no carro.
— Vamos para casa. — Fechei o vidro de ligação entre o
motorista e o passageiro, e fico olhando para o nada. Um filho de
outro homem, não posso aceitar isso. Peguei o celular e ligo para
meu advogado. — Dr. Charles, preciso de documento de uma
pensão em nome de Agnes Petrovic. Sim. O da loja ela não assinou
a documentação, preciso que o senhor a contate. Ainda tem as joias
e roupas. Quero que tudo seja entregue para ela o mais rápido
possível. Obrigado.
Chego em casa e vou direto para o escritório. Depois de um
tempo, escuto uma batida na porta e Glória entra como um furacão.
— O que deu na sua cabeça? Deixar Agnes sozinha naquele
hospital!
— Ela ligou para reclamar? — Ela estreita os olhos.
— O hospital me ligou e liguei para Hanna. O que você tem na
cabeça? — Glória grita e isso me dá raiva.
— Ela está grávida dele. — Grito de volta.
— Grávida?
— Esperando o filho do maldito do Gregory. — Joguei tudo da
mesa no chão em um acesso de fúria. Começo a socar a mesa.
— É seu filho! Ela não esteve com Gregory. — Glória a defende
e isso me dá mais ódio.
— Você sempre defende a pobre operária órfã e trabalhadora,
do monstro Marino que está destruindo a sua vida! — Pego uma
garrafa e jogo na parede. Glória está parada me olhando séria. —
Ele me fez assim, eu sou o que ele queria para que minha mãe não
sofresse. Eu só queria ter uma vida organizada, não preciso de
amor. Não acredito nessa bobeira. Teria meu herdeiro, mas não!
Agnes sai daquele maldito subúrbio e vira a porra da minha vida de
cabeça para baixo. Tentar fazer meu coração de pedra querer bater
e depois enfia a faca nele com essa traição. Eu daria tudo a ela,
tudo no mundo. — Fico respirando cansado enquanto Glória me
olha. Vejo James na porta com um olhar preocupado. Eles e
Raphaelo são minha família, tudo que me resta.
— Ela não queria dinheiro, filho. Quando você vai aprender
isso? Ela quer amor!
— Isso eu nunca sentir por nenhuma mulher! Por que seria
diferentecom ela? — Respiro cansado. — Vou para a Grécia, vocês
podem ficar aqui. Preciso falar com Raphaelo.
— Não vou abandonar Agnes. — Glória fala triste.
— Por isso vou embora. Não posso te privar de ter contato com
o filho deles. Eu que estou sobrando aqui, não posso viver com essa
traição. Não de minha Agnes.
— Sabe que não vamos te abandonar. — Vou até Glória e a
abraço. — Filho, sei que você está errado e espero que você
descubra rápido. Antes de perder a mulher que te ama e seu filho
para o outro, que só está esperando uma oportunidade para tê-la
para si.
No dia seguinte vou para a Grécia administrar as minhas
empresas daquela região, e deixo Raphaelo com as empresas da
Inglaterra. Não quero mais viver nesse país. Fui para o hotel que é
administrado por Júnior, filho de Glória e James.
Cara Val,
Serei íntimo ao lhe chamar de Val, pois você foi minha
defensora contra as ideias poucos diplomáticas de minha criadora
(que ela não leia isso).
Sou lhe grato por todas as horas que você leu, organizou e me
defendeu das loucuras e decisões, no momento de raiva que ela
tinha por minha pessoa.
Não consigo entender essa mulher, mas lhe dou créditos.
Afinal, fiquei um tempo sem falar e sim, estava zangado. Até que
resolvi contar minha história e você estava presente nas
madrugadas dizendo: “Mulher, quero mais do Nicolas”. Isso me fez
falar constantemente para que minha história fosse escrita.
Muito obrigado por suas madrugadas comigo, por lutar e
acreditar que o grande Nicolas Marino tem um coração. Que
encontraria a rendição e que iria amar e ser amado.
Preciso terminar esse e-mail, pois Paolo e a pequena Liz não
param de gritar “papai” e estão me enlouquecendo.
Muito obrigado.
Do seu eterno “Bichinho de goiaba”.
Nicolas Marino.
Agradeço a Deus por colocar em minha vida pessoas que
considero especiais.
Agradeço a meu marido e a minha irmã Maria Angélica, pelo
apoio nas horas difíceis.
Agradeço a Valdirene Silva. Minha sister, minha anjinha, Beta e
revisora, que mais uma vez segurou na minha mão e disse: “Mulher
você consegue”. Que ficou nas madrugadas relendo os capítulos,
trocando ideias e quando leu Nicolas pela primeira vez falou:
“Mulher, não pode ser um conto! Tem história para um livro”. E
assim nasceu a história de Nicolas. Agradeço por sua paciência por
todas às vezes que tive que refazer os capítulos e ela lia com
dedicação me puxando as orelhas quando necessário.
Agradeço a Amanda Monteiro. Minha sister, pelas lindas capas,
arte em geral que ela faz com dedicação e carinho. Pela
diagramação e revisão. Por sempre fazer de boa vontade e de
coração a cada ideia nova de arte que tenho.
Agradeço a Kamila Cardoso. Minha sister por ler, perguntar e
me ajudar com seus questionamentos no momento certo.
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Romances da Edith Teófilo
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Edith Teófilo
SINOPSE:
Anne bastarda de nascimento. Sem direito a reconhecimento, a
amor, carinho e a uma família. Luta para mudar sua vida.
Allan homem simples e justo. Um fazendeiro que luta para dar
uma vida melhor para seus filhos longe das humilhações que são
infligidos devido aos atos impensados de sua falecida esposa.
Duas pessoas machucadas pela vida.
Duas almas procurando paz e consolo.
Quando uma brincadeira acaba sendo a única salvação para
um deles a vida fica boa para os dois.
SINOPSE:
Tic...tac...tic..tac
Quanto tempo nós temos?
Não sabemos, mas o amor verdadeiro é eterno...
Um amor além da vida, além do tempo, além do homem.
Um amor para sempre...
Não importa quanto tempo passe, mas Anna e Louis vão se
encontrar novamente para viver seu grande amor.
SINOPSE:
Samir, o sheik da Tribo do Sul tinha uma solução para a guerra
que parecia não ter fim com o Norte.
Um casamento. Só assim ele teria a paz e sua amada Zaira,
mas a vida resolveu lhe pregar uma peça. Na noite de núpcias, ele
descobre que a noiva era a meia irmã de sua adorada e pela
tradição, ela não poderia ser devolvida.
Como ele poderia resolver essa situação sem uma iminente
guerra?
Eleonora vai a um chá da tarde com seu pai, o líderda Tribo do
Norte e acorda bêbada na cama de um homem que não conhece.
E agora? O que fazer?
Dois corações que não se conhecem.
SINOPSE: