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LÍNGUA

PORTUGUESA
Orações Adverbiais x Coordenadas

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
ELIAS SANTANA

Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e


Respectiva Literatura – pela Universidade de
Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição,
na área de concentração “Gramática – Teoria e
Análise”, com enfoque em ensino de gramática.
Foi servidor da Secretaria de Educação do DF,
além de pro­fessor em vários colégios e cursos
preparatórios. Ministra aulas de gramá­
tica,
redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já
publicada. Por essa razão, recebeu Moção de
Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Orações Adverbiais x Coordenadas
Prof. Elias Santana

SUMÁRIO
1. Orações Subordinadas Adverbiais...............................................................8
1.1. A Pontuação nas Orações Subordinadas Adverbiais.................................. 15
1.2. As Orações Subordinadas Adverbiais Reduzidas....................................... 15
2. Orações Coordenadas............................................................................. 16
2.1. Aditivas............................................................................................. 17
2.2. Adversativas...................................................................................... 17
2.3. Alternativas........................................................................................ 20
2.4. Conclusivas........................................................................................ 20
2.5. Explicativas........................................................................................ 20
Resumo.................................................................................................... 25
Questões de Concurso – Lista I................................................................... 26
Gabarito................................................................................................... 43
Gabarito Comentado.................................................................................. 44
Questões de Concurso – Lista II.................................................................. 65
Gabarito................................................................................................... 92
Gabarito Comentado.................................................................................. 93

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Olá, querido(a) aluno(a)! Neste PDF, fecharemos o período composto da língua

portuguesa. Claro que, nas gramáticas, há muito mais acerca do assunto. Todavia,

você não adquiriu este material para aprender tudo, mas para aprender o que cai.

Você se lembra das nossas primeiras conversas? Meu primeiro objetivo não é ensi-

nar a você gramática, mas ensinar a você como resolver questões de gramá-

tica. Eu quero que você se torne uma máquina de destruição em massa de itens e

questões. Eu quero que língua portuguesa deixe de ser seu entrave e passe a ser

seu diferencial.

Sabe por que quis relembrar toda essa conversa inicial? Porque vamos, agora,

falar sobre orações subordinadas adverbiais e orações coordenadas. Eu po-

deria passar o PDF inteiro ensinando como identificar e classificar orações (o que

ensinarei), mas preciso dar prioridade ao que aparece em provas. O assunto deste

módulo é muito importante, mas o seu principal foco será:

• identificação de conjunções;

• semântica oracional.

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Essa é a parte que despenca em provas (em todas as bancas). E, para começar,

já preciso fazer um alerta: se você ainda não leu esta tabela:

Conectivos
CLASSIFICAÇÃO CONECTIVOS EXEMPLOS
e, nem (nem...nem), não só...mas também, Não só fez um péssimo trabalho como
Aditivos
tampouco, tanto...quanto também cobrou caro.
mas, porém, contudo, todavia, no entanto,
Adversativos É um bom livro, todavia custa caro.
entretanto, e
ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, Ou mude seu comportamento ou
Alternativos
seja...seja mude-se daqui!
Logo, pois (deslocado), portanto, por con- Você estudou, portanto será aprovado
Conclusivos
seguinte, assim, então, por isso em um bom concurso!
Não prejudique as pessoas, porque
Explicativos Pois, que, porque, porquanto
você pode ser prejudicado!
�Obs1 Pois, Porque, visto que, como, uma vez que,
A torcida aclamou porque o gol foi
Causais na medida em que, porquanto, haja vista
lindo!
que, já que
Tão (tamanho, tanto, tal)...que, de modo Foi tanto amor que os dois acabaram
Consecutivos
que, de maneira que se casando.
�Obs2 Embora, conquanto, não obstante, ainda que,
mesmo que, se bem que, posto que, por mais Embora você tenha boas intenções, é
Concessivos
que, por pior que, apesar de que, a despeito impossível acreditar em suas palavras.
de, malgrado, em que pese.
Como, mais...(do) que, menos...(do) que,
O enfermeiro foi mais eficiente que o
Comparativos , tão...como, tanto...quanto, tão...quanto,
médico.
assim como
Se, caso, sem que, se não, a não ser que,
Se você demorar, eu não vou te pro-
Condicionais exceto se, a menos que, contanto que,
curar.
salvo se, desde que
Segundo pesquisas, o aquecimento
Conformativos Conforme, consoante, como, segundo
global é um efeito natural.
Para, para que, a fim de que, de modo que, Os policiais trabalham para que a
Finais
de forma que, de sorte que, porque segurança seja mantida.
À proporção que, à medida que, quanto Os homens destroem o planeta à
Proporcionais
mais, ao passo que medida que se desenvolvem
Quando, enquanto, assim que, logo que, desde Enquanto os políticos descansam, os
Temporais
que, até que, mal, depois que, eis que brasileiros trabalham arduamente.

– Parte azul escuro: Conjunções coordenativas.

– Parte azul claro: Conjunções subordinativas adverbiais.

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 Obs. 1: É muito comum em provas que conjunções causais sejam usadas

em orações com semântica explicativa, e vice-versa.

 Obs. 2: Sempre estudar as semânticas causais, consecutivas e concessivas

juntas!

 e : Comparar (adversativas com concessivas; condicionais com tem-

porais)

 Conjunções em negrito: Estudar com atenção! Costumam confundir, por

serem semelhantes.

No PDF anterior, uni as orações subordinadas substantivas às adjetivas, pois

elas possuem algo em comum: o que. Por trás deste também há uma justificati-

va didática: tanto as orações subordinadas adverbiais quanto as coordenadas são

classificadas de acordo com critérios semânticos (o sentido que elas oferecem ao

período), e ambas apresentam conjunções dotadas de sentido. Por esse motivo,

as questões sobre esses dois tipos de oração são muito semelhantes. Veja:

Questão 1    (2013/CESPE/TCE-ES) De acordo com o estudo A Cor dos Homicídios

no Brasil, desenvolvido pelo coordenador da área de estudos da violência da Fa-

culdade Latino-Americana no Rio de Janeiro, de 2001 a 2010, enquanto o índice de

mortalidade entre jovens brancos no país caiu 27,1%.

O termo “enquanto”, que expressa, no texto, circunstância de conformidade, pode-

ria ser substituído, coerentemente, por como.

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Questão 2    (2016/CESPE/TCE-SC) O fenômeno da corrupção, em virtude de sua

complexidade e de seu potencial danoso à sociedade, exige, além de uma atuação

repressiva, também uma ação preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular a

integridade no serviço público, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em

prol do interesse público.

Seria mantida a correção gramatical do texto se o vocábulo “Portanto” fosse subs-

tituído por Por conseguinte.

Errado, certo.

Você notou o quanto a estrutura das duas questões é parecida? Veja que a banca

nem faz questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordinada. Você

precisa saber o sentido da oração e a conjunção adequada. A primeira está errada,

pois “enquanto” é uma conjunção temporal (e não conformativa) e não poderia ser

substituída por “como”. A segunda está certa, pois tanto a conjunção “portanto”

quanto “por conseguinte” possuem valor conclusivo. Se você fez uso da tabela, no-

tou pelas cores que a primeira diz respeito às orações subordinadas adverbiais, ao

passo que a segunda, às coordenadas.

Aqui comparei duas questões do CESPE, mas é assim que cai em praticamente to-

das as bancas. Lógico que nem todas serão fáceis assim – ainda mais com a tabela

na mão –, mas essa é a essência do assunto em provas de concursos.

Além disso, neste PDF, também discutirei como funciona a pontuação nesses dois

grupos oracionais, mas, novamente, vamos retornar ao que vimos em pontuação

do período simples. Você se lembra de que estudamos a pontuação dos adjuntos

adverbiais? O que ocorre com as orações subordinadas adverbiais é semelhante.

Já a pontuação das coordenadas apresenta algumas novidades, mas nada que você

não vá aprender com facilidade. Vamos juntos?

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1. Orações Subordinadas Adverbiais

As orações subordinadas adverbiais se comportam como adjuntos adverbiais

oracionais. Quando desenvolvidas, apresentam conjunções subordinativas

adverbiais. A estrutura do período é

ORAÇÃO PRINCIPAL + ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL ________.

 Obs.: a classificação de uma oração subordinada adverbial está baseada na carga

semântica oferecida por ela ao período.

Existem nove tipos de orações subordinadas adverbiais.

Causais

Expressam uma causa em relação à OP.

Consecutivas

Expressam uma consequência em relação à OP.

Obs.:
 você precisa ter algo em mente: causa e consequência são relações comple-

mentares! Onde há causa, há consequência (e vice-versa). A oração que é

classificada como subordinada adverbial é a que possui a conjunção subor-

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dinativa adverbial (ou a que está reduzida por alguma forma nominal, con-

forme veremos adiante), ao passo que a outra é a oração principal. Não

pense, por favor, que há duas subordinadas ao mesmo tempo!

Concessivas

Expressam uma concessão em relação à OP.

Obs.:
 você sabe o que é uma concessão? Gramaticalmente falando, significa que

algo acontecerá, independentemente de haver uma causa para isso. Na

oração acima, podemos perceber isso. Por uma lógica simples, pensamos

que, se alguém estuda muito, em algum momento, saberá tudo. Mas a

concessão representa essa ruptura da lógica. Por isso, aconselho que você

estude a causa, a consequência (lógicas) e a concessão (ruptura da lógica)

juntas. Assim, é mais fácil entender e memorizar!

Comparativas

Oferecem uma comparação em relação à OP.

 Obs.: notou que há apenas um verbo no período 4? Nas comparativas, o segundo

verbo vem implícito (aquele servidor trabalhou menos do que este traba-

lhou). Além disso, cabe ressaltar que a contração “do” é facultativa!

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Condicionais

Oferecem uma condição em relação à OP.

 Obs.: cuidado para não confundir uma causal com uma condicional. Nas causais,

apresenta-se um fato que gerou outro (como, por exemplo, em ele não

poderá dirigir porque bebeu demais). Em uma condicional, não há ainda

um fato consumado, mas uma situação hipotética.

Conformativas

Oferecem uma conformidade em relação à OP.

Finais

Oferecem uma finalidade em relação à OP.

Proporcionais

Oferecem uma proporção em relação à OP.

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Temporais

Oferecem o tempo em relação à OP.

Questão 3    (2013/CESPE/MPU) Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência

entrou em vigor muito antes do lançamento do primeiro computador pessoal e do

início da histórica revolução imposta pela tecnologia digital. Isso não seria problema

se esse não fosse o caso da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), destinada a

regular um dos universos mais impactados por esta revolução, o das relações tra-

balhistas. A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que está inserida.

Certo.

É uma questão que envolve a análise do texto. Ele fala que o fato de uma legislação

vigorar há 70 anos não seria um problema, mediante uma condição: desde que não

fosse a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).

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Questão 4    (2013/TJDFT) Mesmo com os avanços na área de segurança, os crimes

virtuais, ou cibercrimes, continuam causando muitos problemas financeiros, como

mostrou um estudo feito pela empresa de segurança Norton no ano de 2012.

O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos, caso a expres-

são “Mesmo com os” fosse substituída por A despeito dos.

Certo.

Essa é uma questão que quer avaliar seu conhecimento acerca das conjunções. Pri-

meiramente, é preciso entender que o trecho “mesmo com os avanços na área de

segurança” possui valor concessivo, pois, se considerarmos os critérios lógicos, o

ideal seria que, com avanços na área de segurança, os crimes virtuais diminuíssem.

Logo, notamos a ruptura da lógica. Agora, recorra à tabela: a despeito dos também

possui valor concessivo. Faço uma pergunta: alguma vez na vida você já usou um

a despeito dos? Boa parte das pessoas responderão que não. E essa questão caiu

em uma prova de nível médio. Então, decore as conjunções!

Questão 5    (2013/CESPE/MPU) Essa blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civi-

lização e a humanidade, é a filosofia da miséria; executada, não faria senão inaugu-

rar a organização da miséria.

Não haveria prejuízo para o sentido original nem para a correção gramatical do texto

caso se inserisse quando ou se for imediatamente antes de “executada”.

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Errado.

MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO! Gramaticalmente, quero que você perceba

que tanto quando como se for se encaixam perfeitamente na sentença. O proble-

ma está no sentido. Compare comigo estes dois períodos.

• Se você vier, ganhará um presente.

• Quando você vier, ganhará um presente.

O sentido é bem diferente, né? Na primeira, ir é uma possibilidade. Na segunda, ir

é uma certeza, é só uma questão de tempo. Nesses exemplos simples, é fácil en-

xergar. Mas, em um texto de Ruy Barbosa, isso não é mais tão evidente. Por isso,

saiba: essa troca de conjunções de semânticas diferentes altera o sentido do texto,

mesmo que não prejudique a correção.

Questão 6    (2013/CESPE/TCE-RO) É assim que funciona o Square, sistema de pa-

gamentos em uso nos Estados Unidos da América. Ele, hoje, é uma das maiores

referências em pagamentos por celular. É aceito em 200 mil estabelecimentos, entre

restaurantes, bares, cafés, salões de beleza, spas, lojas e até agências funerárias.

Para usá-lo, o cliente precisa instalar um programa no celular.

Sem prejuízo para o sentido original do texto, o vocábulo “Para” poderia ser corre-

tamente substituído por Caso, se o trecho “usá-lo” fosse, por sua vez, substituído

por o usasse.

Errado.

No trecho original, é possível entender que é preciso instalar um programa no ce-

lular se alguém tiver a finalidade de usar o Square. Caso possui valor condicional.

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Questão 7    (2014/CESPE/SUFRAMA) Com efeito, a habitação em cidades é essen-

cialmente antinatural, associa-se a manifestações do espírito e da vontade, na me-

dida em que esses se opõem à natureza.

Sem prejuízo do sentido original do texto, a expressão “na medida em que” poderia

ser substituída por à medida que.

Errado.

Faça uma visita à tabela de conectivos. “Na medida em que” é uma conjunção cau-

sal, equivalente a porque, pois. “À medida que” possui valor proporcional. Cotidia-

namente, é muito comum ouvir pessoas empregando uma em vez da outra. Tome

muito cuidado!

Questão 8    (2013/CESPE/TJDFT) O problema é que, na transmissão, pode haver

um espião conectado à rede, interessado em bisbilhotar a comunicação para obter

os dados pessoais e, principalmente, o número do cartão de crédito do comprador.

Para evitar a espionagem, as lojas virtuais utilizam a criptografia por meio de um

método conhecido como protocolo de chave pública.

A oração “Para evitar a espionagem” denota a finalidade da utilização do protocolo

de chave pública pelas lojas virtuais.

Certo.

Pelos sentidos do texto, é possível entender que se usa o protocolo de chave públi-

ca (um método de criptografia) com um objetivo, finalidade: evitar a espionagem.

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1.1. A Pontuação nas Orações Subordinadas Adverbiais

Cunha (2008) diz que se emprega a vírgula “para separar orações subordina-

das adverbiais, principalmente quando estão antepostas à principal”. De fato, há

consenso entre os gramáticos quanto à obrigatoriedade da vírgula quando a oração

adverbial está deslocada (conforme vimos nos exemplos 3, 5, 6, 8 e 9). Quando

não estão deslocadas, a vírgula é, para alguns gramáticos, facultativa (os mais

modernos); para outros, obrigatória (os mais antigos). Apesar da polêmica, sugiro

que você acompanhe os modernos. Detalhe importante: consecutivas (como em 2)

e comparativas (como em 4) não costumam receber vírgulas (basta experimentar

para sentir a estranheza).

1.2. As Orações Subordinadas Adverbiais Reduzidas

As orações subordinadas adverbiais podem se reduzir em infinitivo, particípio ou

gerúndio. Nesses casos, nem sempre haverá o auxílio da conjunção para que você

defina a classificação da oração. Sua obrigação será identificar a relação semântica

entre as partes.

• Infinitivo

− De tanto dormir, ele perdeu o ônibus. (causal)

− Aquela cena emocionou a ponto de arrancar lágrimas do público. (conse-

cutiva)

− Apesar de gastar muito, ele consegue economizar. (concessiva)

− Sem comer, você não melhorará. (condicional)

− Ela malha para ficar com a saúde perfeita. (final)

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− Antes de comer, lave as mãos. (temporal)

• Particípio

− Chocado com a notícia, ele começou a gritar. (causal)

− Mesmo vencido, comi o queijo. (concessiva)

− Terminado o jogo, a torcida comemorou. (temporal)

• Gerúndio
− Ela não saiu de casa, temendo um temporal. (causal)
− Mesmo ganhando pouco, conseguiu comprar a casa própria. (concessiva)
− Falando com carinho, ele aceitará. (condicional)
− Fui assaltado, saindo de casa. (temporal)

2. Orações Coordenadas

As orações coordenadas são entendidas como sintaticamente independentes


entre si (por isso, não há mais uma oração principal). Essa independência entre
elas permite, por exemplo, o emprego de ponto-final ou ponto e vírgula entre elas
(o que não ocorre nas subordinadas). As orações coordenadas se conectam exclu-
sivamente por semântica. A estrutura do período é:

ORAÇÃO COORDENADA ASSINDÉTICA + ORAÇÃO COORDENADA SINDÉTICA.

 Obs.: a classificação de uma oração coordenada sindética está baseada na carga


semântica oferecida por ela ao período.

As palavras “sindética” e “assindética” são originárias de síndeto, que quer di-


zer conectivo. Portanto, as assindéticas são as orações desprovidas de conectivos,
ao passo que as sindéticas, não.

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Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas. Vamos a eles:

2.1. Aditivas

Obs.:
 as orações aditivas, via de regra, não podem ser separadas por vírgula. Todavia,
se as orações ligadas por conjunção aditiva apresentarem sujeitos diferentes,
uma vírgula pode ser inserida. Ex.: ele chegou, e ela se jogou no sofá.

2.2. Adversativas

 Obs.: você percebeu a semelhança entre os períodos 3 e 11? Cuidado! Os senti-


dos são parecidos, mas as estruturas gramaticais são diferentes! E isso já
foi assunto de prova!

Questão 9    (2013/CESPE/SEE-AL) Segundo a avaliação do movimento Todos pela


Educação, o PNE a ser aprovado perpassa os pontos principais da educação no país,
mas ainda deixa arestas.
A forma “mas” poderia ser substituída por embora, sem prejuízo para a correção
gramatical e para os sentidos originais do texto.

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Errado.
As conjunções pertencem a estruturas oracionais diferentes. Para que houvesse
correção gramatical, ao trocar o “mas” por embora, seria necessário alterar o verbo,
de “deixa” para deixe.

 Obs.: a conjunção “e” pode ser usada como adversativa! Ex.: ele correu, e não
cansou. Isso também já apareceu em prova.

Questão 10    (2013/CESPE/PRF) Leio que a ciência deu agora mais um passo de-

finitivo. É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da

ciência (é ciência demais), que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos

para que, já que a própria ciência não o faz – o que, aliás, é a mais moderna forma

de objetividade de que dispomos.

Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e

não por deficiência da ciência”, poderia ser substituída por mas.

Certo.

Note que, pela semântica textual, podemos entender que a informação “e não por

deficiência da ciência” é adversa ao fato de o definitivo da ciência ser transitório

(isso ocorre porque existe ciência demais, “que se supera a si mesma a cada dia”.

A conjunção “e”, nesse caso, é adversativa e pode ser substituída por mas.

 Obs.: a conjunção “mas” é adversativa; no entanto, mas também é aditiva. Ex.:

ele ouviu, mas também copiou tudo.

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É preciso ter muito cuidado com o esquema de pontuação das orações adversativas.

Caso 1: com a conjunção “mas”, existem as seguintes possibilidades.

P1: você estuda muito, mas nunca saberá tudo.

P2: você estuda muito; mas nunca saberá tudo.

P3: você estuda muito. Mas nunca saberá tudo.

 Obs.: não é permitida a colocação de uma vírgula após “mas”. Porém, tenha aten-

ção para construções como “você estuda muito, mas, definitivamente, nunca

saberá tudo”, pois a vírgula após “mas” foi empregada para isolar o adjunto

adverbial, e não para separar a conjunção.

Caso 2: com as demais conjunções adversativas:

 Obs.: nos três primeiros casos, a conjunção está em sua posição original. Nos três

últimos, deslocada.

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2.3. Alternativas

Veja que as duas orações apresentam conjunção alternativa. Portanto, as duas

são classificadas como sindéticas. Além disso, nesse tipo de período, o emprego da

vírgula é obrigatório.

2.4. Conclusivas

 Obs.: a pontuação das orações coordenadas conclusivas segue o mesmo esquema

apresentado sobre o caso 2 das orações coordenadas adversativas.

 a conjunção “pois”, quando deslocada, é conclusiva.

2.5. Explicativas

 Obs.: as orações coordenadas explicativas são sempre separadas por vírgula.

Vejamos a diferença entre orações subordinadas adverbiais causais e orações coor-

denadas sindéticas explicativas.

Essa é uma parte do assunto que costuma assustar quem estuda língua portugue-

sa. Antes de traçarmos as diferenças, quero que você tenha duas informações em

mente:

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• essa diferença cai pouco em provas;

• as orações causais e explicativas compartilham praticamente das mesmas

conjunções.

Questão 11    (2013/CESPE/ANS) A fiscalização do cumprimento das garantias de

atendimento é uma forma eficaz de se certificar o beneficiário da assistência por ele

contratada, pois leva as operadoras a ampliarem o credenciamento de prestadores

e a melhorarem o seu relacionamento com o cliente.

Mantêm-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao se

substituir o termo “pois” por qualquer um dos seguintes: já que, uma vez que,

porquanto.

Certo.

A sua missão em uma questão assim não é diferenciar se a conjunção empregada

é causal ou explicativa. Tentar fazer essa descoberta, nessa situação, é perda de

tempo. Quando uma questão vier assim, olhe, simultaneamente, para as conjun-

ções causais e explicativas da tabela. Trate-as como se fosse um grupo só. Tudo

bem?

Mas, na questão que acabei de apresentar, a oração iniciada por “pois” é coor-

denada explicativa. Chegou a hora de entender o porquê.

Veja a estrutura a seguir:

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Eu te faço uma pergunta bem direta: em qual das duas possibilidades você con-

segue perceber que algo aconteceu primeiro, e outra coisa depois? Apenas na pri-

meira! Note que, primeiro, ela estudou com antecedência e, em seguida, foi aprova-

da no concurso. Logo, estudar é a causa. Isso não se nota na segunda possibilidade.

Aliás, se analisarmos em uma lógica temporal, a aprovação veio primeiro, e o ato

de trabalhar naquele órgão é posterior e serve apenas como uma confirmação, uma

explicação para a aprovação dela. Assim, sabemos que a primeira possibilidade

representa uma oração subordinada adverbial causal, ao passo que a segunda é uma

oração coordenada sindética explicativa.

O maior erro que você pode cometer é comparar causa com explicação (e é o

que a maioria faz). Você deve analisar causa com consequência, buscando enten-

der se há um evento que provoca outro. Se não houver, a tendência é que seja uma

explicação.

Serei ainda mais objetivo.

Quando há causa: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta algo que,

temporalmente, aconteceu primeiro e provocou ou deu origem o que está na oração

principal.

Ex.: a rua está interditada, porque as obras começaram hoje cedo.

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Quando há explicação: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta uma

confirmação, um esclarecimento (que, temporalmente, aconteceu depois do que

está na outra oração) ou é usada para justificar uma ordem (verbos no imperativo).

Ex.: as leis brasileiras são frágeis, porque muitos delinquentes estão nas ruas.

Ex.: estude, porque seu futuro depende disso.


Assim, a conjunção apresentada na questão acima introduz uma oração de
natureza explicativa, pois a fiscalização é uma forma eficaz. Isso porque, posterior-
mente, leva as operadoras a ampliarem o credenciamento. Viu como é simples?
Uma informação importante: enquanto as orações subordinadas adverbiais cau-
sais podem ser separadas por vírgula, as orações explicativas devem ser.

A conjunção “pois”
• Já falamos um pouco sobre isso, mas não custa frisar.
• Quando a conjunção “pois” aparece no início da oração, possui valor causal ou
explicativo.

Ex.: trabalhe com seriedade, porque o desemprego está crescendo.

• Quando a conjunção “pois” estiver deslocada dentro da oração, possui valor


conclusivo.

Ex.: está muito frio; vista, pois, um casaco.

Questão 12    (2013/CESPE/SEE-AL) Às vezes, esse profissional é a ponte entre


aqueles que tomam decisões gerenciais e os que executarão tais decisões; muitas
vezes, porém, ele toma decisões e executa tarefas relevantes e decisivas. É, pois,

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nesse momento, verdadeiro assessor, função que exige competências básicas bem
específicas e formação voltada essencialmente para questões educacionais.
O termo “pois” explicita uma relação sintática de conclusão

Certo.

Você percebeu que a conjunção está deslocada? Logo, possui valor conclusivo.

Questão 13    (2013/CESPE/STF) O passado jamais pode ser objeto de escolha: nin-

guém escolhe ter havido o saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere

ao passado, mas ao futuro e ao contingente, pois o passado não pode não ter sido.

Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto, caso o termo portanto

substituísse “pois”.

Errado.

“Portanto” é uma conjunção conclusiva, mas o “pois” que aparece no texto não está

deslocado. Por isso, a substituição é proibida.

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RESUMO

Na verdade, falei do que cai logo no começo do material. De todo modo, lembre-se

de que seu primeiro objetivo não é aprender a classificar orações, uma vez que isso

pouco aparece em provas. Você acabará aprendendo classificação, mas como uma

consequência natural de análises semânticas entre orações e substituições de con-

junções (que é o que é cobrado frequentemente). Fique também atento(a) aos tópi-

cos de pontuação (principalmente nas orações coordenadas, pois o que ocorre com

as subordinadas é semelhante ao que vimos no período simples). Por fim, decore

as conjunções (nunca é demais dizer isso a você).

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QUESTÕES DE CONCURSO – LISTA I


Questão 1    (2016/TRF3) Embora a composição e a dinâmica precisas das rea-

ções emocionais sejam moldadas em cada indivíduo pelo meio e por um desen-

volvimento único, há indícios de que a maioria das reações emocionais, se não

todas, resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanis-

mos biorreguladores com os quais nascemos, visando à sobrevivência. Foi por

isso que Darwin conseguiu catalogar as expressões emocionais de tantas espé-

cies e encontrar consistência nessas expressões, e é por isso que em diferentes

culturas as emoções são tão facilmente reconhecidas. É bem verdade que as

expressões variam, assim como varia a configuração exata dos estímulos que

podem induzir uma emoção. Mas o que causa admiração quando se observa o

mundo do alto é a semelhança, e não a diferença. Aliás, é essa semelhança que

permite que a arte cruze fronteiras. Considerando-se o segundo parágrafo do

texto, é correto afirmar:

a) O segmento assim como pode ser substituído por “conquanto”, sem prejuízo da

correção e do sentido.

b) Sem prejuízo da correção, a expressão do alto pode ser substituída por “a dis-

tância”.

c) A supressão da crase no segmento “visando à sobrevivência”, embora correta

gramaticalmente, acarreta mudança ao sentido original.

d) Caso o verbo “resultar”, originalmente flexionado no singular, seja flexionado no

plural, haverá prejuízo para a correção.

e) Admite transposição para a voz passiva a frase que as expressões variam.

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Questão 2    (2015/MPE-PB)

“O ar da cidade liberta”, diz um provérbio alemão do fim da Idade Média. Depois, no

início do século 20, pensadores como Georg Simmel e Walter Benjamin mostraram

como a grande cidade, lugar da massa, é, paradoxalmente, o lugar da individuali-

dade. Pois, no contexto de comunidades pequenas, a liberdade individual está sem-

pre tolhida pelo olhar e julgamento do vizinho. Já na cidade, ao contrário, o sujeito

é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele mesmo, isto é, ser outro,

aquilo que não se esperaria dele.

Toda a graça da cidade, assim, repousa no fato de que ela existe para dar espaço à

individualidade, não ao individualismo. Lugar da coletividade, ela se funda sobre as

noções de comum e de público. Na cidade, vivemos com uma multidão que não es-

colhemos. A boa convivência com esses outros depende da aceitação da diferença

como algo estruturante. Aqui está o ponto crucial. A aceitação radical da diferença

supõe a empatia, mas não a simpatia nem a recusa. É o que Richard Sennett, em

“Juntos”, define como conversa dialógica. Uma conversa que não supõe concordân-

cia total, mas uma gestão orquestrada de conflitos.

Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo seja o conflito, não a fal-

sa harmonia. Igualmente, o temor da violência urbana, pretensamente protegido

atrás de muros e cercas elétricas, aparentemente não enxerga o quanto acaba

sendo, ele mesmo, produtor de violência, pois a cidade não pode ser segura apenas

para alguns. Sua lição histórica é a de que a defesa do interesse individual não deve

ser antagônica a uma visão solidária da coletividade.


(Adaptado de: WISNIK, Guilherme. Disponível em: http://www1. folha.uol.com.br/ilustrada/)

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Considerando a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, afirma-se

corretamente:

a) O sinal indicativo de crase é facultativo e pode ser inserido no elemento subli-

nhado em: a defesa do interesse individual não deve ser antagônica a uma visão

solidária da coletividade.

b) Sem prejuízo do sentido original, uma vírgula pode ser inserida imediatamente

após “multidão” em: Na cidade, vivemos com uma multidão que não escolhemos.

c) No segmento ...o sujeito é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele

mesmo..., o elemento em destaque pode ser substituído por “conquanto”.

d) O elemento sublinhado em Uma conversa que não supõe concordância total...

introduz uma restrição ao termo imediatamente anterior.

e) O elemento sublinhado em Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo

seja o conflito indica a continuação de uma ideia e pode ser substituído por “então”.

Questão 3    (2016/SEGEP-MA) A oração sublinhada exerce a função de sujeito no

seguinte período:

a) Parece que o mito da tolerância já não se sustenta entre nós.

b) A internet derrubou a crença de que somos tolerantes.

c) As redes sociais deram vazão à intolerância que já se notava nas ruas.

d) Uma vez disseminados, os preconceitos vão revelando nossa intolerância.

e) Quando se acessa uma rede social depara-se com uma onda de intolerância.

Questão 4    (2008/TRT2) Não há dúvida de que leitores, ouvintes e espectadores

seguem suas preferências ao fazer uso dos meios de comunicação: querem se di-

vertir ou se distrair, querem se informar ou tomar parte em debates públicos. (iní-

cio do texto). Considerando o trecho acima, é INCORRETO afirmar:

a) A oração principal do período é Não há dúvida.

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b) A oração subordinada de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas

preferências tem função sintática de objeto indireto.

c) As orações que se seguem aos dois-pontos constituem um conjunto de quatro

orações coordenadas, formando dois grupos de orações de sentido alternativo.

d) A oração ao fazer uso dos meios de comunicação denota noção de tempo, sendo

equivalente a quando fazem uso.

e) O sujeito de querem – verbo repetido nas orações após os dois-pontos – está

anteriormente expresso numa das orações subordinadas do período.

Questão 5    (2017/TRT11)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma

escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco

importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da

vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas

grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro

que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões

tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas deter-

minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento.

Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda

criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um pro-

cesso de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito

mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem mui-

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to a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue

se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que

ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional.

Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente pra-

zer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse necessário.

O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar sentido à

vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito, e não a

premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade, em que

se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade instantânea,

é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência. Por outro

lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.
(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

Está correto o que se afirma em:

a) O segmento sublinhado em ... que não represente os valores em que ela acre-

dita... pode ser substituído por “no qual”.

b) Ambos os elementos sublinhados em ... Freud sabia que as razões que mais

pesam... são pronomes.

c) A frase ... você terá menos chance de errar se escolher por impulso... pode ser

redigida do seguinte modo: “devem haver menos chances de errar na escolha im-

pulsiva”.

d) O elemento sublinhado em ... aqueles que eles seguiram na vida... refere-se a

“ideais”.

e) Na frase Parece um processo de imitação, mas não é: ..., o sinal de dois-pontos

pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula.

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Questão 6    (2015/DPE-RR)

Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que Guimarães Rosa

conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não ficaria chateado comigo se

usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi, só um boi.

Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que

morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia

então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que che-

gara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra pu-

blicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem, mas

onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de colocar

o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um poema pan-

fletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?

Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exata-

mente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria capaz

de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo comple-

tamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão duro e

escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos bêbados e

dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda de opressores e

oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria um boi poema con-

creto no asfalto, para que minha impotência diante dos donos do poder se configurasse

no berro imenso desse boi de literatura, e o meu coração, ou minha índole, ficasse para

sempre marcado por esse poderoso símbolo de resistência. Fez muito sucesso, entre os

colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho caderno com o velho poema.

Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias vezes em outros poemas; e o

meu boi no asfalto ainda me enche de luz, transformado em minha própria estrela.
(Adaptado de: GUERRA, Luiz, “Boi no Asfalto”, Disponível em: www.recantodasletras.com.br.
Acessado em: 29/10/2015)

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Nos segmentos a seguir, a relação estabelecida pelo termo sublinhado está indicada

corretamente em:

a) ... se usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi...

– O pronome retoma o segmento um deles.

b) Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? − O pronome se refere ao seg-

mento no poema.

c) Mas você disse que era um poema panfletário. − A conjunção introduz um com-

plemento do verbo dizer.

d) ... a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi... − A conjunção

introduz uma explicação relativa à oração precedente.

e) ... queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante

dos donos do poder se configurasse... − A locução introduz uma consequência.

Questão 7    (2015/DPE-SP) A penúltima palavra

Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. Minha

chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. Pensamentos e ideias

sempre foram para mim uma espécie de brincadeira, feito peteca que não se deve
deixar cair. Réplicas, tréplicas, quadréplicas... eram só uma forma de manter os

pensamentos e as ideias em movimento.

Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. E se tem gente que perde o

amigo, mas não a piada, eu preferia perder o argumento a perder a amizade. De-

cidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer coisa.

Mesmo que o assunto não seja polêmico, e esteja longe de gerar qualquer tipo de

competitividade desconfortável, procuro reduzir minhas falas a duas ou, no máxi-

mo, três. E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. E se o leitor

discordar, meu silêncio há de lhe dar razão...


(LOUREIRO JR, Eduardo. www.cronicadodia.com.br/2015/09/a-penultima-palavra-eduardo-lou-
-reiro-jr.html)

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O termo que é empregado para estabelecer relação de comparação na seguinte

passagem do texto:

a) Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra.

b) Minha chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante.

c) Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam.

d) Decidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer

coisa.

e) E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa.

Questão 8    (2016/ELETROBRAS) Considere as seguintes passagens do texto:

I – E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi

uma das maiores usinas de energia solar do mundo.

II – Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo

menos.

III – Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora.

IV – IV – As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro.

O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o qual” APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

c) I, II e IV.

d) I e IV.

e) III e IV.

Questão 9    (2016/PGE-MT)

Um estudo publicado por um instituto de pesquisas indica que o debate político nas

redes sociais mobiliza paixões, mas, na prática, resulta em quase nenhum enten-

dimento, porque o ambiente virtual convida ao confronto irracional e à manutenção

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irredutível de opiniões − o que é a negação da política. O estudo evidencia que o

melhor da política, entendida como a atividade por meio da qual se convence o

outro a aderir a determinado ponto de vista, manifesta-se em sua plenitude princi-

palmente no contato pessoal, olho no olho, situação em que os argumentos tendem

a prevalecer aos punhos.

A pesquisa em questão foi feita nos Estados Unidos, mas pode-se presumir que seus

resultados sirvam para o cenário brasileiro. Lá como cá, não é incomum que amigos

rompam relacionamentos em razão da defesa de posições conflitantes.

De acordo com o instituto, 59% dos entrevistados disseram que as interações com

quem sustenta pontos de vista divergentes nas redes sociais costumam ser “es-

tressantes” − porque envolvem linguagem ofensiva e porque, muitas vezes, repre-

sentam a possibilidade de ruptura com pessoas conhecidas − e “frustrantes”.

uma vez que o outro lado não apresenta nenhuma disposição de ceder e não se

extrai da conversa nada que se possa considerar aceitável para reflexão. Para 84%,

as pessoas dizem nas redes sociais coisas que provavelmente não diriam numa dis-

cussão política travada numa conversa pessoal.

Para não perder os amigos por conta das paixões políticas, a maioria dos usuá-

rios das redes sociais diz que quando conhecidos postam comentários políticos dos

quais discordam é melhor ignorá-los a alimentar uma discussão que, no mais das

vezes, resulta em tensão.

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate.

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Logo, não se trata de descartar as redes sociais como lugar para o debate políti-

co, pois é evidente que, especialmente entre os mais jovens, a interação virtual

tornou-se a principal forma de comunicação. No entanto, por ora o que se tem não

pode ser classificado de debate, mas de guerra.


(Adaptado de: A política nas redes sociais. O Estado de São Paulo, p. A3, 6/11/16)

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate.

Considere as afirmações seguintes a respeito da frase em destaque.

I – Sem prejuízo do sentido, o segmento que revelaram maior gosto pelo envol-

vimento político pode ser isolado por vírgulas.

II – A locução que inicia a frase indica restrição ao que se afirmou anterior-

mente.

III – O segmento a internet possibilita a inclusão de novas vozes no debate está

corretamente reescrito do seguinte modo: a inclusão de novas vozes são

possibilitadas no debate pela internet.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II.

c) I e III.

d) II e III.

e) III.

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Questão 10    (2017/TRT11)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma

escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco

importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da

vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas

grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro

que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões

tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas deter-

minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento.

Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda

criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um pro-

cesso de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito

mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem mui-

to a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue

se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que

ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional.

Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente pra-

zer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse necessário.

O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar sentido à

vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito, e não a

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premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade, em que

se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade instantânea,

é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência. Por outro

lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.
(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

Só que o sentido da vida profissional não vem pronto...

Considerado o contexto e fazendo-se as devidas alterações na pontuação da frase

acima, o segmento sublinhado pode ser substituído por:

a) Porém

b) Embora

c) Porquanto

d) Já que

e) Mesmo que

Questão 11    (2017/TRT24) Percebe-se uma relação de causa e efeito, nessa or-

dem, entre as orações na seguinte passagem do texto:

a) Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não for re-

gistrado e postado, não aconteceu.

b) Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de uma etiqueta

que equilibre a convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade.

c) Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar

nada para ninguém.

d) Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e

famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos presen-

ciais ou interações reais.

e) Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de pertencer à es-

fera privada.

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Questão 12    (2017/TRT11)

Muito antes das discussões atuais sobre as mudanças climáticas, os cataclismos

naturais despertam interesse no homem. Os desastres são um capítulo trágico da

história da humanidade desde tempos longínquos. Supostas inundações catastrófi-

cas aparecem em relatos de várias culturas ao longo dos tempos, desde os antigos

mesopotâmicos e gregos até os maias e os vikings.

Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido de zonas habi-

tadas sujeitas a terremotos, o Brasil não figura entre os países mais suscetíveis a

desastres naturais. Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e

dos solavancos da geologia deve ser relativizada. Aqui, cerca de 85% dos desastres

são causados por três tipos de ocorrências: inundações bruscas, deslizamentos de

terra e secas prolongadas. Esses fenômenos são relativamente recorrentes em zo-

nas tropicais, e seus efeitos podem ser atenuados por políticas públicas de redução

de danos.

Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e dos solavancos da

geologia deve ser relativizada.

Considerado o contexto, o elemento sublinhado na frase acima introduz uma

a) ressalva.

b) consequência.

c) causa.

d) explicação.

e) condição.

Questão 13    (2017/TRT11) A escolha profissional tem muito a ver com o campo de

ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissio-

nalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita.

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Consideradas as relações de sentido, as duas frases acima podem ser articuladas

em um único período, fazendo-se as devidas alterações na pontuação e entre mi-

núscula e maiúscula, com o uso, no início, de:

a) Apesar de

b) Na medida em que

c) Em contrapartida

d) Conquanto

e) Em detrimento de

Questão 14    (2017/TRE-SP) Eles são grandes porque o artista moderno quer nos

envolver com o seu trabalho...

Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação da frase

acima, mantém-se o sentido original fazendo-se uso da conjunção:

a) a despeito de

b) conquanto

c) em conformidade com

d) de maneira que

e) uma vez que

Questão 15    (2017/TRE-SP) Levado ao pé da letra, o resgate puramente historio-

gráfico das contribuições da Antiguidade pode parecer folclórico diante do conhe-

cimento atual. Mas, mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão está

presente na forma como o pensamento governa os hábitos intelectuais da civiliza-

ção atual.

... mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão...

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A conjunção da frase acima apresenta sentido

a) consecutivo.

b) causal.

c) concessivo.

d) temporal.

e) condicional.

Questão 16    (2016/PGE-MT) ... são artes legítimas porque sujeitas a normas téc-

nicas conscientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas de valor

decorativo incontestável...

O vocábulo sublinhado equivale a

a) por conseguinte

b) porquanto

c) quiçá

d) de sorte que

e) conquanto

Questão 17    (2016/TRT20) Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de

“mudar o mundo” não soa tão inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos,

acessíveis e extremamente fáceis de transportar e de compartilhar com outras

pessoas. (1º parágrafo).

Mantendo-se a correção e a lógica, e fazendo-se as alterações necessárias na pon-

tuação entre minúsculas e maiúsculas, as frases acima podem ser articuladas em

um único período mediante o uso de, após “inalcançável”:

a) uma vez que

b) conquanto

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c) de maneira que

d) a tal ponto que

e) caso

Questão 18    (2016/METRÔ-SP) Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi conde-

nado à castração química, em 1952.

Na frase acima, a conjunção grifada apresenta sentido

a) consecutivo.

b) condicional.

c) concessivo.

d) temporal.

e) causal.

Questão 19    (2016/TRT14) Atente para esta sequência de frases que compõem um

período do texto:

I – o ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta,

II – o narrador sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve,

III – a narrativa os une como num caloroso laço de vozes e de palavras.

Não se altera o sentido do período acima introduzindo-se as frases II e III, respec-

tivamente, com as seguintes expressões:

a) uma vez que − ainda que

b) ao passo que − por conseguinte

c) desde que − mesmo que

d) conquanto − porquanto

e) portanto – entretanto

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Questão 20    (2015/DPE-SP) Apesar de seu sucesso mundial, primeiro nos Estados

Unidos na década de 1940 e depois da Segunda Guerra Mundial na Europa Ociden-

tal, em seu país natal quase não se conhece ou se lê a obra de Kafka.

Preservando o sentido e a coesão textual, a expressão Apesar de, no contexto,

poder ser corretamente substituída por:

a) A partir de

b) Em virtude de

c) Consoante a

d) Com vistas a

e) A despeito de

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GABARITO
1. b 8. b 15. c

2. d 9. b 16. e

3. a 10. a 17. a

4. b 11. b 18. c

5. e 12. a 19. b

6. c 13. b 20. e

7. b 14. d

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GABARITO COMENTADO

Questão 1    (2016/TRF3) Embora a composição e a dinâmica precisas das reações

emocionais sejam moldadas em cada indivíduo pelo meio e por um desenvolvi-

mento único, há indícios de que a maioria das reações emocionais, se não todas,

resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanismos bior-

reguladores com os quais nascemos, visando à sobrevivência. Foi por isso que Da-

rwin conseguiu catalogar as expressões emocionais de tantas espécies e encontrar

consistência nessas expressões, e é por isso que em diferentes culturas as emoções

são tão facilmente reconhecidas. É bem verdade que as expressões variam, assim

como varia a configuração exata dos estímulos que podem induzir uma emoção.

Mas o que causa admiração quando se observa o mundo do alto é a semelhança, e

não a diferença. Aliás, é essa semelhança que permite que a arte cruze fronteiras.

Considerando-se o segundo parágrafo do texto, é correto afirmar:

a) O segmento assim como pode ser substituído por “conquanto”, sem prejuízo da

correção e do sentido.

b) Sem prejuízo da correção, a expressão do alto pode ser substituída por “a dis-

tância”.

c) A supressão da crase no segmento “visando à sobrevivência”, embora correta

gramaticalmente, acarreta mudança ao sentido original.

d) Caso o verbo “resultar”, originalmente flexionado no singular, seja flexionado no

plural, haverá prejuízo para a correção.

e) Admite transposição para a voz passiva a frase que as expressões variam.

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Letra b.

A letra a está errada, pois “conquanto” possui valor concessivo, e não comparativo;

a b é correta, pois a locução “a distância”, sem determinante, deve vir sem crase;

a c está errada, pois, para muitos gramáticos, o verbo “visar” pode ser VTD ou VTI

com o sentido de desejar; a d está errada, pois, como o núcleo do sujeito é partiti-

vo, permite-se a concordância com “reações emocionais”; a e está errada, porque

o verbo é intransitivo.

Questão 2    (2015/MPE-PB)

“O ar da cidade liberta”, diz um provérbio alemão do fim da Idade Média. Depois, no

início do século 20, pensadores como Georg Simmel e Walter Benjamin mostraram

como a grande cidade, lugar da massa, é, paradoxalmente, o lugar da individuali-

dade. Pois, no contexto de comunidades pequenas, a liberdade individual está sem-

pre tolhida pelo olhar e julgamento do vizinho. Já na cidade, ao contrário, o sujeito

é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele mesmo, isto é, ser outro,

aquilo que não se esperaria dele.

Toda a graça da cidade, assim, repousa no fato de que ela existe para dar espaço à

individualidade, não ao individualismo. Lugar da coletividade, ela se funda sobre as

noções de comum e de público. Na cidade, vivemos com uma multidão que não es-

colhemos. A boa convivência com esses outros depende da aceitação da diferença

como algo estruturante. Aqui está o ponto crucial. A aceitação radical da diferença

supõe a empatia, mas não a simpatia nem a recusa. É o que Richard Sennett, em

“Juntos”, define como conversa dialógica. Uma conversa que não supõe concordân-

cia total, mas uma gestão orquestrada de conflitos.

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Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo seja o conflito, não a fal-

sa harmonia. Igualmente, o temor da violência urbana, pretensamente protegido

atrás de muros e cercas elétricas, aparentemente não enxerga o quanto acaba

sendo, ele mesmo, produtor de violência, pois a cidade não pode ser segura apenas

para alguns. Sua lição histórica é a de que a defesa do interesse individual não deve

ser antagônica a uma visão solidária da coletividade.


(Adaptado de: WISNIK, Guilherme. Disponível em: http://www1. folha.uol.com.br/ilustrada/)

Considerando a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, afirma-se

corretamente:

a) O sinal indicativo de crase é facultativo e pode ser inserido no elemento subli-

nhado em: a defesa do interesse individual não deve ser antagônica a uma visão

solidária da coletividade.

b) Sem prejuízo do sentido original, uma vírgula pode ser inserida imediatamente

após “multidão” em: Na cidade, vivemos com uma multidão que não escolhemos.

c) No segmento ...o sujeito é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele

mesmo..., o elemento em destaque pode ser substituído por “conquanto”.

d) O elemento sublinhado em Uma conversa que não supõe concordância total...

introduz uma restrição ao termo imediatamente anterior.

e) O elemento sublinhado em Daí que o atributo essencial de um espaço público

vivo seja o conflito indica a continuação de uma ideia e pode ser substituído por

“então”.

Letra d.

A letra a está errada, pois “uma visão” não admite artigo; a b está errada, porque

a vírgula alteraria o sentido (de restritivo para explicativo); a c está errada, porque

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“por isso” é conclusivo, ao passo que “conquanto” é concessivo; a d está certa, pois

a oração “que não supõe concordância total” é subordinada adjetiva restritiva em

relação a “conversa”; a e está errada, pois “então” não indica continuação, mas

conclusão.

Questão 3    (2016/SEGEP-MA) A oração sublinhada exerce a função de sujeito no

seguinte período:

a) Parece que o mito da tolerância já não se sustenta entre nós.

b) A internet derrubou a crença de que somos tolerantes.

c) As redes sociais deram vazão à intolerância que já se notava nas ruas.

d) Uma vez disseminados, os preconceitos vão revelando nossa intolerância.

e) Quando se acessa uma rede social depara-se com uma onda de intolerância.

Letra a.

Pergunte ao verbo: o que parece? A resposta será “que o mito da tolerância já não

se sustenta entre nós”, que desempenha a função de sujeito. Na letra b, a oração

destacada é subordinada substantiva completiva nominal; na c, adjetiva restritiva;

na d, adverbial causal; na e, adverbial temporal.

Questão 4    (2008/TRT2) Não há dúvida de que leitores, ouvintes e espectadores

seguem suas preferências ao fazer uso dos meios de comunicação: querem se di-

vertir ou se distrair, querem se informar ou tomar parte em debates públicos. (iní-

cio do texto). Considerando o trecho acima, é INCORRETO afirmar:

a) A oração principal do período é Não há dúvida.

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b) A oração subordinada de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas

preferências tem função sintática de objeto indireto.

c) As orações que se seguem aos dois-pontos constituem um conjunto de quatro

orações coordenadas, formando dois grupos de orações de sentido alternativo.

d) A oração ao fazer uso dos meios de comunicação denota noção de tempo, sendo

equivalente a quando fazem uso.

e) O sujeito de querem – verbo repetido nas orações após os dois-pontos – está

anteriormente expresso numa das orações subordinadas do período.

Letra b.

A oração “de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas preferências” é

subordinada substantiva completiva nominal. As demais afirmativas estão corretas.

Questão 5    (2017/TRT11)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma

escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco

importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da

vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas

grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro

que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões

tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas deter-

minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento.

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Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda

criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um pro-

cesso de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito

mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem mui-

to a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue

se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que

ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional.

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Está correto o que se afirma em:

a) O segmento sublinhado em ... que não represente os valores em que ela acre-

dita... pode ser substituído por “no qual”.

b) Ambos os elementos sublinhados em ... Freud sabia que as razões que mais

pesam... são pronomes.

c) A frase ... você terá menos chance de errar se escolher por impulso... pode ser

redigida do seguinte modo: “devem haver menos chances de errar na escolha im-

pulsiva”.

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d) O elemento sublinhado em ... aqueles que eles seguiram na vida... refere-se a

“ideais”.

e) Na frase Parece um processo de imitação, mas não é: ..., o sinal de dois-pontos

pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula.

Letra e.

A letra a está errada, pois a correta substituição será “nos quais”; a b está errada,

pois o primeiro “que” é conjunção integrante; a c está errada, pois, como a locução

“devem haver” é impessoal, o verbo auxiliar deve ficar no singular; a d está errada,

pois “aqueles” retoma “caminhos”; a e está correta, pois, após os dois-pontos, a

informação serve como justificativa do que se disse anteriormente.

Questão 6    (2015/DPE-RR)

Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que Guimarães Rosa

conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não ficaria chateado comigo se

usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi, só um boi.

Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que

morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia

então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que che-

gara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra pu-

blicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem, mas

onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de colocar

o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um poema pan-

fletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?

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Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exata-

mente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria capaz

de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo comple-

tamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão duro e

escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos bêbados e

dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda de opressores e

oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria um boi poema con-

creto no asfalto, para que minha impotência diante dos donos do poder se configurasse

no berro imenso desse boi de literatura, e o meu coração, ou minha índole, ficasse para

sempre marcado por esse poderoso símbolo de resistência. Fez muito sucesso, entre os

colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho caderno com o velho poema.

Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias vezes em outros poemas; e o

meu boi no asfalto ainda me enche de luz, transformado em minha própria estrela.
(Adaptado de: GUERRA, Luiz, “Boi no Asfalto”, Disponível em: www.recantodasletras.com.br.
Acessado em: 29/10/2015)

Nos segmentos a seguir, a relação estabelecida pelo termo sublinhado está indicada

corretamente em:
a) ... se usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi...

– O pronome retoma o segmento um deles.

b) Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? − O pronome se refere ao seg-

mento no poema.

c) Mas você disse que era um poema panfletário. − A conjunção introduz um com-

plemento do verbo dizer.

d) ... a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi... − A conjunção

introduz uma explicação relativa à oração precedente.

e) ... queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante

dos donos do poder se configurasse... − A locução introduz uma consequência.

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Letra c.

A letra a está errada, pois o pronome retoma “poema cabuloso”; a b está errada,

pois “onde” não é pronome relativo, mas interrogativo; a d está errada, pois “que”

é uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada substantiva

objetiva direta; a e está errada, pois “para que” introduz finalidade.

Questão 7    (2015/DPE-SP) A penúltima palavra

Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. Minha

chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. Pensamentos e ideias

sempre foram para mim uma espécie de brincadeira, feito peteca que não se deve

deixar cair. Réplicas, tréplicas, quadréplicas... eram só uma forma de manter os

pensamentos e as ideias em movimento.

Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. E se tem gente que perde o

amigo, mas não a piada, eu preferia perder o argumento a perder a amizade. De-

cidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer coisa.

Mesmo que o assunto não seja polêmico, e esteja longe de gerar qualquer tipo de

competitividade desconfortável, procuro reduzir minhas falas a duas ou, no máxi-

mo, três. E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. E se o leitor

discordar, meu silêncio há de lhe dar razão...


(LOUREIRO JR, Eduardo. www.cronicadodia.com.br/2015/09/a-penultima-palavra-eduardo-lou-
-reiro-jr.html)

O termo que é empregado para estabelecer relação de comparação na seguinte

passagem do texto:

a) Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra.

b) Minha chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante.

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c) Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam.

d) Decidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer

coisa.

e) E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa.

Letra b.

Apenas na letra b há uma comparação entre as características da “chatice argu-

mentativa”. Na letra a, há um pronome relativo; na c, conjunção integrante; na d,

pronome relativo; na e, “para que” é usado para indicar finalidade.

Questão 8    (2016/ELETROBRAS) Considere as seguintes passagens do texto:

I – E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi

uma das maiores usinas de energia solar do mundo.

II – Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo

menos.

III – Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora.

IV – As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro.

O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o qual” APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

c) I, II e IV.

d) I e IV.

e) III e IV.

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Letra b.

Apenas em II e III o “que” é um pronome relativo em referência a um termo mas-

culino e singular. Na I, “que” introduz uma consequência; na IV, “para que” denota

finalidade.

Questão 9    (2016/PGE-MT)

Um estudo publicado por um instituto de pesquisas indica que o debate político nas

redes sociais mobiliza paixões, mas, na prática, resulta em quase nenhum enten-

dimento, porque o ambiente virtual convida ao confronto irracional e à manutenção

irredutível de opiniões − o que é a negação da política. O estudo evidencia que o

melhor da política, entendida como a atividade por meio da qual se convence o

outro a aderir a determinado ponto de vista, manifesta-se em sua plenitude princi-

palmente no contato pessoal, olho no olho, situação em que os argumentos tendem

a prevalecer aos punhos.

A pesquisa em questão foi feita nos Estados Unidos, mas pode-se presumir que seus

resultados sirvam para o cenário brasileiro. Lá como cá, não é incomum que amigos

rompam relacionamentos em razão da defesa de posições conflitantes.

De acordo com o instituto, 59% dos entrevistados disseram que as interações com

quem sustenta pontos de vista divergentes nas redes sociais costumam ser “es-

tressantes” − porque envolvem linguagem ofensiva e porque, muitas vezes, repre-

sentam a possibilidade de ruptura com pessoas conhecidas − e “frustrantes”.

uma vez que o outro lado não apresenta nenhuma disposição de ceder e não se

extrai da conversa nada que se possa considerar aceitável para reflexão. Para 84%,

as pessoas dizem nas redes sociais coisas que provavelmente não diriam numa dis-

cussão política travada numa conversa pessoal.

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Para não perder os amigos por conta das paixões políticas, a maioria dos usuá-

rios das redes sociais diz que quando conhecidos postam comentários políticos dos

quais discordam é melhor ignorá-los a alimentar uma discussão que, no mais das

vezes, resulta em tensão.

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate.

Logo, não se trata de descartar as redes sociais como lugar para o debate políti-

co, pois é evidente que, especialmente entre os mais jovens, a interação virtual

tornou-se a principal forma de comunicação. No entanto, por ora o que se tem não

pode ser classificado de debate, mas de guerra.

(Adaptado de: A política nas redes sociais. O Estado de São Paulo, p. A3, 6/11/16)

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate.

Considere as afirmações seguintes a respeito da frase em destaque.

I – Sem prejuízo do sentido, o segmento que revelaram maior gosto pelo envol-

vimento político pode ser isolado por vírgulas.

II – A locução que inicia a frase indica restrição ao que se afirmou anteriormente.

III – O segmento a internet possibilita a inclusão de novas vozes no debate está

corretamente reescrito do seguinte modo: a inclusão de novas vozes são

possibilitadas no debate pela internet.

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Está correto o que se afirma APENAS em


a) I e II.
b) II.
c) I e III.
d) II e III.
e) III.

Letra b.
A I está errada, pois isolar a oração adjetiva com vírgulas significa alterar o sentido
de restritivo para explicativo; a II está certa, pois “não obstante” foi usado com
valor adversativo, para indicar algo contrário ao esperado; a III está errada, pois a
inclusão... é possibilitada.

Questão 10    (2017/TRT11)


Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma
escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco
importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da
vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.
A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas
grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro que
Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões tomadas
de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso das esco-
lhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas determinam não
só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com a profissão,
como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento. Isso se decide
na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda criança leva na

bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um processo de imitação,

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mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito mais os desejos não
realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida. Junto com as identi-
ficações formam-se os ideais. A escolha profissional tem muito a ver com o campo
de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissio-
nalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita.
Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional.
Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente pra-
zer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse necessário.
O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar sentido à
vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito, e não a
premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade, em que
se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade instantânea,
é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência. Por outro
lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.
(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

Só que o sentido da vida profissional não vem pronto...


Considerado o contexto e fazendo-se as devidas alterações na pontuação da frase
acima, o segmento sublinhado pode ser substituído por:
a) Porém
b) Embora
c) Porquanto
d) Já que
e) Mesmo que

Letra a.

“Só que”, no texto, apresenta valor adversativo.

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Questão 11    (2017/TRT24) Percebe-se uma relação de causa e efeito, nessa or-

dem, entre as orações na seguinte passagem do texto:

a) Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não for re-

gistrado e postado, não aconteceu.

b) Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de uma etiqueta

que equilibre a convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade.

c) Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar

nada para ninguém.

d) Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e

famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos presen-

ciais ou interações reais.

e) Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de pertencer à es-

fera privada.

Letra b.

A causa: tudo é muito novo; a consequência: ainda engatinhamos. Na a, há con-

dição; na c, adição; na d, uma conjunção integrante; na e, uma conjunção adver-

sativa.

Questão 12    (2017/TRT11)

Muito antes das discussões atuais sobre as mudanças climáticas, os cataclismos

naturais despertam interesse no homem. Os desastres são um capítulo trágico da

história da humanidade desde tempos longínquos. Supostas inundações catastrófi-

cas aparecem em relatos de várias culturas ao longo dos tempos, desde os antigos

mesopotâmicos e gregos até os maias e os vikings.

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Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido de zonas habi-

tadas sujeitas a terremotos, o Brasil não figura entre os países mais suscetíveis a

desastres naturais. Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e

dos solavancos da geologia deve ser relativizada. Aqui, cerca de 85% dos desastres

são causados por três tipos de ocorrências: inundações bruscas, deslizamentos de

terra e secas prolongadas. Esses fenômenos são relativamente recorrentes em zo-

nas tropicais, e seus efeitos podem ser atenuados por políticas públicas de redução

de danos.

Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e dos solavancos da

geologia deve ser relativizada.

Considerado o contexto, o elemento sublinhado na frase acima introduz uma

a) ressalva.

b) consequência.

c) causa.

d) explicação.

e) condição.

Letra a.

A conjunção adversativa “contudo” introduz uma informação aditiva, que funciona

como uma ressalva não esperada pela cadeia semântica do texto.

Questão 13    (2017/TRT11) A escolha profissional tem muito a ver com o campo de

ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissio-

nalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita.

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Consideradas as relações de sentido, as duas frases acima podem ser articuladas

em um único período, fazendo-se as devidas alterações na pontuação e entre mi-

núscula e maiúscula, com o uso, no início, de:

a) Apesar de

b) Na medida em que

c) Em contrapartida

d) Conquanto

e) Em detrimento de

Letra b.

Primeiramente, é preciso perceber que o fato de alguém dificilmente conseguir se

entregar profissionalmente a uma prática que não representa os valores em que ela

acredita expressa a causa de a escolha profissional ter mais ligação com o campo

de ideais. Por ser causa, a articulação deve ser feita por uma conjunção causal.

Questão 14    (2017/TRE-SP) Eles são grandes porque o artista moderno quer nos

envolver com o seu trabalho...

Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação da frase

acima, mantém-se o sentido original fazendo-se uso da conjunção:

a) a despeito de

b) conquanto

c) em conformidade com

d) de maneira que

e) uma vez que

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Letra d.

Primeiramente, perceba que ser grande é uma consequência e que a informação

posterior é uma causa. Inverter a relação de subordinação significa transformar a

oração principal em subordinada. Mas, para que isso ocorra com a manutenção do

sentido, a oração subordinada deve ser consecutiva. Por isso, emprega-se “de ma-

neira que”, que é uma conjunção com esse valor semântico.

Questão 15    (2017/TRE-SP) Levado ao pé da letra, o resgate puramente historio-

gráfico das contribuições da Antiguidade pode parecer folclórico diante do conhe-

cimento atual. Mas, mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão está

presente na forma como o pensamento governa os hábitos intelectuais da civiliza-

ção atual.

... mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão...

A conjunção da frase acima apresenta sentido

a) consecutivo.

b) causal.

c) concessivo.

d) temporal.

e) condicional.

Letra c.

“Mesmo que” é uma conjunção de valor concessivo.

Questão 16    (2016/PGE-MT) ... são artes legítimas porque sujeitas a normas téc-

nicas conscientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas de valor

decorativo incontestável...

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O vocábulo sublinhado equivale a

a) por conseguinte

b) porquanto

c) quiçá

d) de sorte que

e) conquanto

Letra e.

Tanto “embora” quanto “conquanto” expressam valor concessivo.

Questão 17    (2016/TRT20) Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de

“mudar o mundo” não soa tão inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos,

acessíveis e extremamente fáceis de transportar e de compartilhar com outras

pessoas. (1º parágrafo).

Mantendo-se a correção e a lógica, e fazendo-se as alterações necessárias na pon-

tuação entre minúsculas e maiúsculas, as frases acima podem ser articuladas em

um único período mediante o uso de, após “inalcançável”:

a) uma vez que

b) conquanto

c) de maneira que

d) a tal ponto que

e) caso

Letra a.

O fato de os folhetos de cordel serem baratos é a causa que faz com que o clichê

não soe tão inalcançável. Por isso, a opção correta é uma vez que.

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Questão 18    (2016/METRÔ-SP) Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi conde-

nado à castração química, em 1952.

Na frase acima, a conjunção grifada apresenta sentido

a) consecutivo.

b) condicional.

c) concessivo.

d) temporal.

e) causal.

Letra c.

“Mesmo vivendo na avançada Inglaterra” é uma oração subordinada adverbial con-

cessiva reduzida de gerúndio.

Questão 19    (2016/TRT14) Atente para esta sequência de frases que compõem um

período do texto:

I – o ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta,

II – o narrador sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve,

III – a narrativa os une como num caloroso laço de vozes e de palavras.

Não se altera o sentido do período acima introduzindo-se as frases II e III, respec-

tivamente, com as seguintes expressões:

a) uma vez que − ainda que

b) ao passo que − por conseguinte

c) desde que − mesmo que

d) conquanto − porquanto

e) portanto – entretanto

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Letra b.

Entre a I e a II, há uma relação de proporção (o narrador se interessa à medida

que se sente valorizado); a III conclui o que ocorre em I e II (conclui-se que essa

proporção só aumenta porque a narrativa une ouvinte e narrador).

Questão 20    (2015/DPE-SP) Apesar de seu sucesso mundial, primeiro nos Estados

Unidos na década de 1940 e depois da Segunda Guerra Mundial na Europa Ociden-

tal, em seu país natal quase não se conhece ou se lê a obra de Kafka.

Preservando o sentido e a coesão textual, a expressão Apesar de, no contexto,

poder ser corretamente substituída por:

a) A partir de

b) Em virtude de

c) Consoante a

d) Com vistas a

e) A despeito de

Letra e.

Tanto “apesar de” quanto “a despeito de” servem para introduzir ideias concessivas.

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QUESTÕES DE CONCURSO – LISTA II

Questão 1    (CESPE/TJ-PR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) Cada uma das opções a

seguir apresenta uma proposta de reescrita que altera a pontuação do seguinte

trecho do texto 1A2-I: “Não existe ética individual, existe ética de um grupo, de

uma sociedade, de uma nação.” (ℓ. 11 e 12). Assinale a opção em que a proposta

apresentada mantém a correção e os sentidos originais do texto.

a) Não existe ética, individual; existe ética, de um grupo, de uma sociedade, de

uma nação.

b) Não existe ética individual. Existe ética de um grupo, de uma sociedade, de uma

nação.

c) Não existe ética individual, existe: ética de um grupo de uma sociedade de uma

nação.

d) Não existe ética individual. Existe ética: de um grupo de uma sociedade, de uma

nação.

e) Não existe: ética individual, existe: ética de um grupo; de uma sociedade; de

uma nação.

Questão 2    (CESPE/MPC-PA/ANALISTA MINISTERIAL CONTROLE EXTERNO CO-

NHECIMENTOS GERAIS/2019) No texto CG2A1-I, seriam preservados a correção

gramatical e os sentidos do trecho “Um exemplo da extensão do problema está na

declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),

segundo a qual 1,4 milhão de crianças, de quatro diferentes países da África — Ni-

géria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, corre risco iminente de morrer de fome”

(ℓ.38 a 42) se

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a) os travessões fossem substituídos por parênteses.

b) uma vírgula fosse empregada logo após “problema”.

c) o segmento “segundo a qual” fosse isolado entre vírgulas.

d) a vírgula empregada logo após “crianças” fosse suprimida.

e) o travessão logo após “África” fosse substituído por dois-pontos.

Questão 3    (CESPE/MPC-PA/CONHECIMENTOS GERAIS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2019)

Texto CG3A3-II

1 Nascido em 1902, nos Estados Unidos da América,

Theodore Schultz foi o primeiro acadêmico que efetivamente

sistematizou a relação existente entre aumento de investimentos

4 em educação e aumento de produtividade e salários

no setor agrícola — e, claro, na economia como um todo.

Em seus estudos, o economista comparou a situação

7 de desequilíbrio entre países pobres, cuja capacidade de

produção agrícola é baixa, e países ricos, de alta capacidade

produtiva. Nessa análise, percebeu-se que os países

10 desenvolvidos possuíam muito mais dinheiro investido no

chamado capital humano, mais especificamente em educação.

Notavelmente, educação traz desenvolvimento

13 econômico e social, além de gerar, em um contexto micro,

habilidades para o indivíduo que possam ser aproveitadas

tanto por ele quanto por outros ao seu redor — fato já

16 conhecido por Schultz. Contudo, o pesquisador foi além

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e sistematizou a influência da educação sobre a riqueza

de uma nação. Ele analisou a economia norte-americana

19 e percebeu que a maior parte do crescimento econômico

do país estava associada ao capital humano, materializado

em investimentos em educação, e não no capital físico.

22 Ainda nesse estudo, Schultz analisou os custos

da educação. Além do óbvio custo material (professores,

infraestrutura e material escolar), há outros custos que

25 envolvem, principalmente, tempo: pessoas que trabalhariam

passam a estudar — não produzindo, nem ganhando salários.

Assim, Schultz concluiu que há custos para as pessoas (

28 deixar de ganhar dinheiro com trabalho para estudar)

e eventualmente para o governo (pagar a educação das

pessoas sem que elas produzam).

31 Seu trabalho o levou à conclusão de que países

que investem mais em educação tendem a ser mais ricos.

Segundo ele, mesmo que isso tenha um custo, quanto mais

34 se investir na capacitação das pessoas, mais produtiva e rica

uma nação será, de modo que os efeitos tendem a ser mais

positivos que negativos.


Internet: <http://g1.globo.com> (com adaptações).

A correção gramatical e os sentidos originais do segundo parágrafo do texto CG3A-

3-II seriam mantidos caso

a) a vírgula empregada logo após “análise” (ℓ.9)fosse suprimida.

b) o ponto final empregado na linha 9 fosse substituído por vírgula, com a devida

alteração de maiúscula e minúscula no início do período subsequente.

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c) uma vírgula fosse inserida logo após “percebeu-se” (ℓ.9)

d) uma vírgula fosse introduzida logo após “desenvolvidos” (ℓ.10).

e) as vírgulas empregadas logo após “pobres” (ℓ.7) e “ricos” (ℓ.8) fossem suprimi-

das.

Questão 4    (CESPE/MPC-PA/CONHECIMENTOS GERAIS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2019)

Texto CG3A3-1

1 O dito popular que defende a prevenção como melhor

remédio tem tanta afinidade com o dia a dia da Administração

Pública que, ouso afirmar, poderia ser tido como princípio

4 implícito de nosso ordenamento constitucional.

Em outros termos, quando se trata da coisa pública

o “errar é humano” não vale, não pode valer. E não porque

7 o ser humano não possa errar, mas porque, direta ou

indiretamente, o erro custa muito caro para a sociedade.

O contrato superfaturado, a obra mal feita ou

10 inacabada e o serviço mal prestado constituem enorme

desrespeito ao contribuinte. Além de causar grande

prejuízo a toda coletividade, acaba sendo também os

grandes responsáveis pelo sentimento de ausência do Estado.

Diversas são as demandas da sociedade e o

administrador, preso às limitações de um orçamento,

14 ao eleger um determinado investimento como prioridade,

naturalmente relega outros. Por isso, “cautela” e “planejamento”

devem ser as palavras de ordem para o gasto público, sob

17 todos os enfoques, especialmente nas contratações.

A matemática é simples: quantos gestores, no

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exercício de suas administrações conseguiram ressarcir

22 os prejuízos de contratos considerados irregulares pelos

tribunais de Contas, por superfaturamento, deficiência

na execução ou qualquer outra ilegalidade? A prática mostra

25 que, uma vez executado e pago o serviço “Inês é morta”,

não se recupera todo o dinheiro público gasto irregularmente.

Ao contrário, o dispêndio público só aumenta: são abertos

28 procedimentos de apuração interna de responsabilidades,

inquéritos civis, ações civis públicas,enfim, movimenta-se

ainda mais a máquina pública, e pouco, muito pouco,

31 é recuperado.

Dimas Ramalho. É melhor prevenir que remediar


Internet < https://www.tce.sp.gov.br/>(com adaptações)

A correção gramatical do segundo parágrafo do texto CG3A3-I seria mantida caso

a) a vírgula empregada logo após “vale” (ℓ.6) fosse suprimida.

b) o ponto final empregado logo após “valer” (ℓ.6) fosse substituído por ponto e

vírgula, com a devida alteração de maiúscula e minúscula no período subsequente.

c) a vírgula empregada logo após “errar” (ℓ.7) fosse suprimida.

d) a vírgula empregada logo após “indiretamente” (ℓ.8)fosse substituída por tra-

vessão.

e) a vírgula empregada logo após “pública” (ℓ. 5)fosse suprimida.

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Questão 5    (CESPE/PGM CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019)

1 A jurisdição constitucional na contemporaneidade apresen-

ta-se como uma consequência praticamente natural do Estado de

direito. É ela que garante que a Constituição ganhará efetividade

4 e que seu projeto não será cotidianamente rasurado por medidas

de exceção desenhadas atabalhoadamente. Mais do que isso, a

jurisdição é a garantia do projeto constitucional, quando os outros

7 poderes buscam redefinir os rumos durante a caminhada.

Nesses termos, a jurisdição constitucional também se apre-

senta como medida democrática. Por meio dela, as bases que

10 estruturaram democraticamente o Estado são conservadas, im-

pedindo que o calor dos fatos mude a interpretação constitucional

ou procure fugir de sua incidência sempre que os acontecimentos

13 alegarem certa urgência.

Ademais, é a garantia hodierna de que os ventos da mu-

dança não farão despencar os edifícios que sustentam as bases

16 constitucionais, independentemente das maiorias momentâne-

as e dos clamores populares.


Emerson Ademir Borges de Oliveira. Jurisdição constitucio-
nal: entre a guarda da Constituição e o ativismo judicial.
In: Revista Jurídica da Presidência. Brasília, v. 20, n.º 121,
jun.-set./2018, p. 468-94 (com adaptações).

A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “constitucional” (ℓ.6) preju-

dicaria a correção gramatical do texto.

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Questão 6    (CESPE/PGM CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019)

1 Nunca os litígios estruturais estiveram tão em voga no

Brasil. Uma confluência de fatores contribui para tanto. Entre eles,

é possível mencionar o avanço na conscientização da luta pela

4 implementação de direitos — decorrente tanto da amplitude do

texto constitucional de 1988 quanto das inovações tecnológicas

de comunicação que estendem sua divulgação —, o crescimento 7

expressivo do número de profissionais do direito dispostos a litigar

essa espécie de causas e o deslocamento do eixo de poder em fa-

vor do Poder Judiciário. Garantida sua autonomia, era

10 previsível que o Poder Judiciário, elevado ao papel de guardião

do texto constitucional, expandisse sua atuação para searas antes

inauditas.

13 Curiosamente, essa é uma revolução silenciosa, pelo

menos do ponto de vista prático: ressalvados casos específicos,

boa parte dos operadores envolvidos em um processo relativo a

16 um litígio estrutural sequer percebe, conscientemente, sua po-

sição. A teoria brasileira sobre o assunto, desenvolvida pelos estu-

diosos, apesar de existente, ainda não se pode dizer disseminada.


E. V. D. Lima. Litígios estruturais: decisão e implementação
de mudanças socialmente relevantes pela via processual.
In: Marco Félix

Os dois-pontos empregados na linha 14 poderiam ser substituídos pelo termo por-

quanto entre vírgulas, sem alteração da correção gramatical e dos sentidos do texto.

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Questão 7    (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2019)

1 A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele

no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia em que

morremos. Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou

4 transcendê-lo. Esse contrato configura nossa comida, nossos

empregos e nossos sonhos; ele decide onde moramos, quem ama-

mos e como morremos.

7 À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato

extremamente complicado, por isso poucos tentam compreender

no que exatamente se inscreveram. É como se você tivesse

10 baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contra-

to com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada

nele, passa imediatamente para a última página, tica em

13 “concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade, de fato,

é um contrato surpreendentemente simples. O contrato interno

pode ser resumido em uma única frase: humanos concordam em

abrir mão de significado em troca de poder.


Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do
amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com
adaptações).

A vírgula empregada na linha 2 tem a finalidade de demarcar uma relação de opo-

sição entre as orações “Todos nós aderimos a ele no dia em que nascemos” (ℓ. 1 e

2) e “e ele regula nossa vida até o dia em que morremos” (ℓ. 2 e 3).

Questão 8    (CESPE/IPHAN/TÉCNICO I ÁREA 2/2018)

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1 A construção da ideia de patrimônio cultural se deu

no bojo de dois processos históricos muito importantes

para o Ocidente: a constituição dos Estados-nações

4 europeus e a instituição da história como um campo

específico de conhecimento. Não é difícil entender essa

relação íntima entre eles. Para unificar populações,

7 culturas, territórios, foi preciso elaborar a própria ideia de

nação, que se fundamenta em alguns elementos

estruturantes: um conjunto de pessoas que partilha uma

10 cultura, uma língua, uma origem comum, uma única

identidade. Nesse contexto, a história foi um poderoso

elemento de legitimação dessa ideia de nação, pois era

13 preciso buscar suas origens no passado, evidenciando a

continuidade, o caráter e a força do povo que a constituía.

A concepção do passado como “herança da nação”

16 está dada como fundamento mesmo da possibilidade de

futuro — e, nesse sentido, é necessário preservá-lo,

garantir a existência de seus vestígios e sinais, para

19 usufruto das gerações que virão. O Estado, como poder

legítimo instituído, que zela pelo bem da coletividade,

torna-se o principal agente nesse processo de guarda da

22 memória. Com isso, voltamos à ideia de patrimônio: tudo

aquilo que “restou” do passado, que constitui vestígio das

experiências vividas e do potencial de criação de um povo,

25 pode vir a se tornar patrimônio da nação.


Mônia Silvestrin. Tratando de conceitos. In: Instituto do Patrimônio
Histórico e
Artístico Nacional. Patrimônio imaterial: fortalecendo o Sistema
Nacional. Brasília:
IPHAN, 2014, p. 21-2 (com adaptações)

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O sinal de dois-pontos na linha 9 e o travessão na linha 17 foram empregados com


a mesma finalidade: introduzir uma enumeração que fornece detalhes acerca do
conceito de “nação” explorado no texto.

Questão 9    (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL BLO-

CO I/2019)

Texto 1A1-I

1 O direito tributário brasileiro depara-se com

grandes desafios, principalmente em tempos de globalização

e interdependência dos sistemas econômicos. Entre esses

4 pontos de atenção, destacam-se três. O primeiro é a guerra

fiscal ocasionada pelo ICMS. O principal tributo em vigor,

atualmente, é estadual, o que faz contribuintes e advogados

7 se debruçarem sobre vinte e sete diferentes legislações

no país para entendê-lo. Isso se tornou um atentado contra

o princípio de simplificação, contribuindo para o incremento

10 de uma guerra fiscal entre os estados, que buscam alterar

regras para conceder benefícios e isenções, a fim de atrair e

facilitar a instalação de novas empresas. É, portanto, um dos

13 instrumentos mais utilizados na disputa por investimentos,

gerando, com isso, consequências negativas do ponto

de vista tanto econômico quanto fiscal.

16 A competitividade gerada pela interdependência

estadual é outro ponto. Na década de 60, a adoção do imposto

sobre valor agregado (IVA) trouxe um avanço importante

19 para a tributação indireta, permitindo a internacionalização

das trocas de mercadorias com a facilitação da equivalência

dos impostos sobre consumo e tributação, e diminuindo as

22 diferenças entre países. O ICMS, adotado no país, é o único

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caso no mundo de imposto que, embora se pareça com

o IVA, não é administrado pelo governo federal — o que

25 dá aos estados total autonomia para administrar, cobrar

e gastar os recursos dele originados. A competência estadual

do ICMS gera ainda dificuldades na relação entre as vinte

28 e sete unidades da Federação, dada a coexistência dos

princípios de origem e destino nas transações comerciais

interestaduais, que gera a já comentada guerra fiscal.

31 A harmonização com os outros sistemas tributários é

outro desafio que deve ser enfrentado. É preciso integrar-se aos

países do MERCOSUL, além de promover a aproximação

34 aos padrões tributários de um mundo globalizado e

desenvolvido, principalmente quando se trata de Europa.

Só assim o país recuperará o poder da economia e poderá

37 utilizar essa recuperação como condição para intensificar

a integração com outros países e para participar mais

ativamente da globalização.
André Pereira. Os desafios do direito tributário brasileiro.
In: DCI – Diário Comércio, Indústria e Serviços. 2/
mar./2017. Internet: <www.dci.com.br> (com adaptações).

No texto 1A1-I, o emprego de vírgulas para isolar as expressões “adotado no país”

(ℓ.22) e “embora se pareça com o IVA” (ℓ. 23 e 24) é

a) facultativo em ambas as expressões.

b) obrigatório apenas na primeira expressão.

c) apenas uma escolha estilística do autor.

d) justificado por regras distintas de pontuação.

e) necessário devido ao deslocamento dessas expressões dentro do período.

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Questão 10    (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2018)

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A vírgula logo após “país” (ℓ.21) é de emprego facultativo, ou seja, ela poderia ser

suprimida sem prejuízo para a correção do texto.

Questão 11    (CESPE/BNB/ESPECIALISTA TÉCNICO ANALISTA DE SISTEMA/2018)

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1 Sentado na salinha da rua de São Bernardo, Chico

Bento conversava com Conceição e a avó sobre o futuro, o seu

incerto futuro que a perversidade de uma seca entregara aos

4 azares da estrada e à promiscuidade miserável dum

abarracamento de flagelados.

Tristemente contou toda a fome sofrida e as

7 consequentes misérias.

A morte de Josias, afilhado do compadre Luís

Bezerra, delegado do Acarape, que lhes tinha valido num dia

10 bem desgraçado! — a morte do Josias, naquela velha casa de

farinha, deitado junto de uma trave de aviamento, com a

barriga tão inchada como a de alguns paroaras quando já estão

13 para morrer...

E aquele caso da cabra, em que — Deus me perdoe!

— pela primeira vez tinha botado a mão em cima do alheio...

16 E se saíra tão mal, e o homem o tinha posto até de

sem-vergonha, e ele tão morto, tão sem coragem, que o que fez

foi ficar agachado, aguentando a desgraça...

19 Os olhos da moça se enchiam de água, e

comovidamente dona Inácia levantou os óculos, passando o

lenço pelas pálpebras.

22 O vaqueiro continuou a falar, no mesmo jeito

encolhido, estirando apenas, uma vez ou outra, o braço

mirrado, para vergastar o ar numa imagem de miséria mais

25 aguda, ou de desespero mais pungente...

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Depois era a fuga do Pedro, e aquela noite na estrada

em que a mulher, estirada no chão, com o Duquinha de banda,

28 todo o tempo arquejou, variando, sem sentidos, como quem está para

morrer.

E ele de cócoras, junto dela, com os dois outros

31 meninos agarrados nas pernas, não teve forças nem de se

mexer, de caçar um recurso, nem de, ao menos, tentar descobrir

um rancho...

34 Agora, felizmente, estavam menos mal. O de que

carecia era arranjar trabalho; porque a comadre Conceição bem

via que o que davam no Campo mal chegava para os meninos.

37 Conceição concordou:

— Eu sei, eu sei, é uma miséria! Mas você assim,

compadre, tão fraco, lá aguenta um serviço bruto, pesado, que

40 é só o que há para retirante?!

Ele alargou os braços, tristemente:

— A natureza da gente é que nem borracha... Havendo

precisão, que jeito? Dá pra tudo...


Rachel de Queiroz. O quinze. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012
(com adaptações).

A vírgula empregada imediatamente após “água” (ℓ.19) é obrigatória, visto que

tem a finalidade de introduzir uma justificativa para o que foi dito anteriormente

no período.

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Questão 12    (CESPE/BNB/ESPECIALISTA TÉCNICO ANALISTA DE SISTEMA/2018)

1 Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho

Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro,

que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me,

4 sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou

recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser

que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como

7 eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto

bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos

no bolso.

10 — Continue, disse eu acordando.

— Já acabei, murmurou ele.

— São muito bonitos.

13 Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso,

mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte

entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me

16 Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos

reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou.

Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da

19 cidade, e eles, por graça, chamam-me assim.


Machado de Assis. Dom Casmurro. Internet: <www.dominiopublico.
gov.br> (com adaptações).

A vírgula empregada na linha 15 indica a existência de uma relação de oposição

entre as ideias dos trechos “No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios”

(ℓ.14 e 15) e “e acabou alcunhando-me Dom Casmurro” (ℓ.15 e 16).

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Questão 13    (CESPE/MPU/TÉCNICO DO MPU ADMINISTRAÇÃO/2018)

1 Se a cultura, no que tange a valores e visões de

mundo, é fundamental para nossa constituição enquanto

indivíduos (servindo-nos como parâmetro para nosso

4 comportamento moral, por exemplo), limitarmo-nos a ela,

desconhecendo ou depreciando as demais culturas de povos ou

grupos dos quais não fazemos parte, pode nos levar a uma

7 visão estreita das dimensões da vida humana. O etnocentrismo,

dessa forma, representa uma visão de mundo que toma a

cultura do outro (alheia ao observador) como algo menor, sem

10 valor, errado, primitivo. Ou seja, a visão etnocêntrica

desconsidera a lógica de funcionamento de outra cultura, o que

faz o indivíduo limitar-se à visão que possui como referência

13 cultural. A herança cultural que recebemos de nossos pais e

antepassados contribui para isso, pois nos condiciona ao

mesmo tempo em que nos educa.

16 Tomar conhecimento do outro sem aceitar sua lógica

de pensamento e seus hábitos acaba por gerar uma visão

etnocêntrica e preconceituosa, o que pode até mesmo se

19 desdobrar em conflitos diretos. O etnocentrismo está,

certamente, entre as principais causas da intolerância

internacional e da xenofobia. Basta pensarmos nas relações

22 entre norte-americanos e latinos imigrantes, entre franceses

e os povos vindos do norte do continente africano que buscam

residência em países estrangeiros, apenas como exemplos.

25 A visão etnocêntrica caminha na contramão do processo de

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integração global decorrente da modernização dos meios de

comunicação como a Internet, pois é sinônimo de estranheza e

28 de falta de tolerância.

Internet: <https://brasilescola.uol.com.br> (com adaptações).

Na linha 4, a correção do texto seria prejudicada caso a vírgula empregada logo

após o parêntese fosse substituída por ponto e vírgula.

Questão 14    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2018)

1 — A polícia parisiense — disse ele — é extremamente

hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes,

engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos

4 conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo

especial. Assim, quando o delegado G... nos contou,

pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas

7 pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara

uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou

o seu trabalho.

10 — Até o ponto a que chegou o seu trabalho? —

perguntei.

— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas

13 não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas, mas

realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse

depositada dentro do raio de suas investigações, esses rapazes,

16 sem dúvida, a teriam encontrado.

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Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo

aquilo com a máxima seriedade.

19 — As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas

em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em

serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo

22 conjunto de recursos altamente engenhosos é, para o delegado,

uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à

força todos os seus planos. Mas, no caso em apreço, cometeu

25 uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiado

superficial. (...) E, se o delegado e toda a sua corte têm

cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação

28 inexata, ou melhor, a uma não apreciação da inteligência

daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas

as suas próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache

31 escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios

teriam empregado para escondê-la. Estão certos apenas num

ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente

34 a da massa; mas, quando a astúcia do malfeitor é diferente da

deles, o malfeitor, naturalmente, os engana. Isso sempre

acontece quando a astúcia deste último está acima da deles e,

37 muito frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu

sistema de investigação; na melhor das hipóteses, quando são

instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa

40 extraordinária, ampliam ou exageram os seus modos de agir

habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus princípios.

(...) Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao

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43 afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro

do raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras

palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos

46 princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão

inteiramente fora de dúvida. Este funcionário, porém, se

enganou por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside na

49 suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu

renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são

idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma non

52 distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas.

— Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei

que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas

55 letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o

cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.

— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as

58 coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como

mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria,

assim, à mercê do delegado.

61 — Você me surpreende — respondi — com essas

opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.

Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias

64 amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é há

muito considerada como a razão par excellence.


Edgar Allan Poe. A carta roubada.
In: Histórias extraordinárias. Victor Civita, 1981. Tradução de Brenno

Silveira e outros.

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A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “algum” (ℓ.59) manteria a

correção gramatical do texto.

Questão 15    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2018)

Feitas as devidas alterações de maiúsculas e minúsculas, o ponto e vírgula em-

pregado logo após “bem” (ℓ.58) poderia ser corretamente substituído por ponto

final.

Questão 16    (CESPE/IPHAN/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SU-

PERIOR/2018)

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Seria mantida a correção gramatical do texto caso a vírgula empregada logo após

“viver” (ℓ.10) fosse substituída por ponto e vírgula.

Questão 17    (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL BLO-

CO I/2019)

Texto 1A3-I

1 A política tributária não se restringe ao objetivo

de abastecer os cofres públicos, mas tem também objetivos

econômicos e sociais. Se fosse aumentada a tributação

4 sobre um produto considerado nocivo para o consumidor ou

para a sociedade, o seu consumo poderia ser desestimulado.

Caso a intenção fosse promover uma melhor distribuição

de renda, o Estado poderia reduzir tributos incidentes sobre

os produtos mais consumidos pela população de renda mais

9 baixa e elevar os tributos sobre a renda da classe mais alta.

Por outro lado, se o Estado reduzisse a tributação

de determinado setor da economia, os custos desse setor

diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus

13 produtos e poderia gerar um crescimento das vendas.

de determinado setor da economia, os custos desse setor

diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus

16 produtos e poderia gerar um crescimento das vendas.

Outro efeito viável dessa política seria o aumento do lucro

das empresas, favorecendo-se, assim, a elevação dos seus

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investimentos — e, consequentemente, da produção —

20 e o surgimento de novas empresas, o que provavelmente

resultaria no crescimento da produção, bem como no

acirramento da concorrência, com possíveis reflexos sobre

os preços. Em qualquer um desses cenários, o setor seria

estimulado.
Internet: <https://politicaspublicas.almg.gov.br> (com adaptações).

No texto 1A3-I, a oração “se o Estado reduzisse a tributação de determinado setor

da economia” (ℓ. 10 e 11) apresenta, no período em que se insere, noção de

a) concessão, uma vez que representa uma exceção às regras de tributação do país.

b) explicação, uma vez que esclarece uma ação que diminuiria os custos do refe-

rido setor.

c) proporcionalidade, uma vez que os custos do referido setor diminuiriam à me-

dida que se diminuísse a tributação.

d) tempo, uma vez que a diminuição dos custos do referido setor ocorreria somen-

te após a redução da tributação sobre ele.

e) condição, uma vez que a diminuição dos custos do referido setor dependeria da

redução da tributação sobre ele.

Questão 18    (CESPE/MPE-PI/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL SU-

PERIOR/2018)

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1 Escrita, secreta e submetida, para construir as suas

provas, a regras rigorosas, a investigação penal é uma

máquina que pode produzir a verdade na ausência do réu.

4 E, por isso mesmo, esse procedimento tende necessariamente

para a confissão, embora em direito estrito não a exija.

Por duas razões: em primeiro lugar, porque constitui uma

7 prova tão forte que não há necessidade de acrescentar outras,

nem de entrar na difícil e duvidosa combinatória dos indícios;

a confissão, desde que seja devidamente feita, quase

10 exime o acusador de fornecer outras provas (em todo o caso,

as mais difíceis); em segundo, a única maneira para

que esse procedimento perca toda a sua autoridade unívoca

13 e para que se torne uma vitória efetivamente obtida sobre

o acusado, a única maneira para que a verdade exerça todo

o seu poder, é que o criminoso assuma o seu próprio

16 crime e assine aquilo que foi sábia e obscuramente

construído pela investigação.

No interior do crime reconstituído por escrito,

19 o criminoso confesso desempenha o papel de verdade viva.

Ato do sujeito criminoso, responsável e falante, a confissão

21 é a peça complementar de uma investigação escrita e secreta.

Daí a importância que todo processo de tipo inquisitorial

atribui à confissão.

24 Por um lado, tenta-se fazê-la entrar no cálculo gera

das provas, como se fosse apenas mais uma: não é a evidentia

rei; tal como a mais forte das provas, não pode por si só

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27 implicar a condenação e tem de ser acompanhada por indícios

anexos e presunções, pois já houve acusados que se declararam

culpados de crimes que não cometeram; se não tiver em sua

30 posse mais do que a confissão regular do culpado, o juiz deverá

então fazer investigações complementares. Mas, por outro lado,

a confissão triunfa sobre quaisquer outras provas. Até certo

33 ponto, transcende-as; elemento no cálculo da verdade, a

confissão é também o ato pelo qual o réu aceita a acusação e

reconhece os seus bons fundamentos; transforma uma

investigação feita sem a sua participação em uma afirmação

voluntária.

Michel Foucault. Vigiar e punir – nascimento da prisão.


Trad. Pedro Elói Duarte. Ed. 70: 2013 (com adaptações)..

O trecho “que não há (...) indícios” (ℓ. 7 e 8) exprime uma noção de consequência.

Questão 19    (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA PROVA 1/2018)


1 Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois

princípios que se combatem de morte e regulam diversamente as

atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos

4 tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades

rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância,

na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores

7 e os povos lavradores9(...) Existe uma ética do trabalho, como

existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo

trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente

10 ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais

e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro − audácia,

imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade,

vagabundagem
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concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por 89 de 126

outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma


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e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro − audácia,

imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade,

13 vagabundagem −, tudo, enfim, quanto se relacione com a

concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por

outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma

16 recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; tanto

as energias que visam estabilidade, à paz, à segurança

pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido proveito

19 material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para

eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o

ideal do trabalhador. Entre esses dois tipos não há, em verdade,

tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical.


(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1948, p. 36-39)

O trecho “tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical” (ℓ.22)

exprime uma relação de proporcionalidade entre “uma oposição absoluta” e “uma

incompreensão radical”.

Questão 20    (CESPE/EMAP/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2018)

1 É curioso notar que a ideia de porto está presente

nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades.

Isso porque uma das características das primeiras estruturas

4 urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a

presença do porto.

As primeiras cidades, no sentido moderno,

7 surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C.,

na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios

Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos


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por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto
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e as células dos futuros palácios reais; uma espécie


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na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios

Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos

10 urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada

por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto

e as células dos futuros palácios reais; uma espécie

13 de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências

e instalações para criação de animais e plantio; e o porto

fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era

16 utilizado como local de instalação dos estrangeiros,

cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade.

Não se trata, portanto, de uma criação aleatória

19 apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece

como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional

que marcou o contexto do surgimento das cidades e da

22 escrita. O comportamento fundamental dessa mudança

localiza-se no aumento das possibilidades do agir humano,

na diversificação dos papéis sociais e na abertura para

25 o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau

de complexidade da sociedade.
Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a
modernização dos portos
e as relações de trabalho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p
17-8 (com adaptações)

A palavra “portanto” (ℓ.18) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de con-

clusão.

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GABARITO
1. b 8. E 15. C

2. a 9. d 16. C

3. a 10. E 17. e

4. b 11. E 18. C

5. E 12. E 19. E

6. C 13. C 20. C

7. E 14. C

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (CESPE/TJ-PR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) Cada uma das opções a
seguir apresenta uma proposta de reescrita que altera a pontuação do seguinte
trecho do texto 1A2-I: “Não existe ética individual, existe ética de um grupo, de

uma sociedade, de uma nação.” (ℓ. 11 e 12). Assinale a opção em que a proposta
apresentada mantém a correção e os sentidos originais do texto.
a) Não existe ética, individual; existe ética, de um grupo, de uma sociedade, de
uma nação.
b) Não existe ética individual. Existe ética de um grupo, de uma sociedade, de uma
nação.
c) Não existe ética individual, existe: ética de um grupo de uma sociedade de uma
nação.
d) Não existe ética individual. Existe ética: de um grupo de uma sociedade, de uma
nação.
e) Não existe: ética individual, existe: ética de um grupo; de uma sociedade; de
uma nação.

Letra b.
Você precisa acionar o seu conhecimento acerca das orações coordenadas para
entender esta questão. Veja que, no trecho original, após “individual”, a segunda
oração possui ideia de oposição, adversidade (que faz farte das coordenações),
apesar de não estar com conjunção; por isso, é possível haver a separação com
ponto final. O resto da pontuação está idêntico.

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Questão 2    (CESPE/MPC-PA/ANALISTA MINISTERIAL CONTROLE EXTERNO CO-

NHECIMENTOS GERAIS/2019) No texto CG2A1-I, seriam preservados a correção

gramatical e os sentidos do trecho “Um exemplo da extensão do problema está na

declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),

segundo a qual 1,4 milhão de crianças, de quatro diferentes países da África — Ni-

géria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, corre risco iminente de morrer de fome”

(ℓ.38 a 42) se

a) os travessões fossem substituídos por parênteses.

b) uma vírgula fosse empregada logo após “problema”.

c) o segmento “segundo a qual” fosse isolado entre vírgulas.

d) a vírgula empregada logo após “crianças” fosse suprimida.

e) o travessão logo após “África” fosse substituído por dois-pontos.

Letra a.

A alternativa certa indica que os travessões, responsáveis por intercalar um aposto

enumerativo, poderiam ser substituídos por parênteses – o que é realmente pos-

sível.

b) Errada. A vírgula separaria o sujeito do verbo.

c) Errada. Não se pode separar o pronome relativo do resto da oração adjetiva.

d) Errada. Iria desfazer a intercalação e manter uma vírgula entre o sujeito e o

verbo.

e) Errada. Não é possível, pois o trecho após o primeiro travessão não termina em

ponto final.

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Questão 3    (CESPE/MPC-PA/CONHECIMENTOS GERAIS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2019)

Texto CG3A3-II

1 Nascido em 1902, nos Estados Unidos da América,

Theodore Schultz foi o primeiro acadêmico que efetivamente

sistematizou a relação existente entre aumento de investimentos

4 em educação e aumento de produtividade e salários

no setor agrícola — e, claro, na economia como um todo.

Em seus estudos, o economista comparou a situação

7 de desequilíbrio entre países pobres, cuja capacidade de

produção agrícola é baixa, e países ricos, de alta capacidade

produtiva. Nessa análise, percebeu-se que os países

10 desenvolvidos possuíam muito mais dinheiro investido no

chamado capital humano, mais especificamente em educação.

Notavelmente, educação traz desenvolvimento

13 econômico e social, além de gerar, em um contexto micro,

habilidades para o indivíduo que possam ser aproveitadas

tanto por ele quanto por outros ao seu redor — fato já

16 conhecido por Schultz. Contudo, o pesquisador foi além

e sistematizou a influência da educação sobre a riqueza

de uma nação. Ele analisou a economia norte-americana

19 e percebeu que a maior parte do crescimento econômico

do país estava associada ao capital humano, materializado

em investimentos em educação, e não no capital físico.

22 Ainda nesse estudo, Schultz analisou os custos

da educação. Além do óbvio custo material (professores,

infraestrutura e material escolar), há outros custos que

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25 envolvem, principalmente, tempo: pessoas que trabalhariam

passam a estudar — não produzindo, nem ganhando salários.

Assim, Schultz concluiu que há custos para as pessoas (

28 deixar de ganhar dinheiro com trabalho para estudar)

e eventualmente para o governo (pagar a educação das

pessoas sem que elas produzam).

31 Seu trabalho o levou à conclusão de que países

que investem mais em educação tendem a ser mais ricos.

Segundo ele, mesmo que isso tenha um custo, quanto mais

34 se investir na capacitação das pessoas, mais produtiva e rica

uma nação será, de modo que os efeitos tendem a ser mais

positivos que negativos.


Internet: <http://g1.globo.com> (com adaptações).

A correção gramatical e os sentidos originais do segundo parágrafo do texto CG3A-

3-II seriam mantidos caso

a) a vírgula empregada logo após “análise” (ℓ.9) fosse suprimida.

b) o ponto final empregado na linha 9 fosse substituído por vírgula, com a devida

alteração de maiúscula e minúscula no início do período subsequente.

c) uma vírgula fosse inserida logo após “percebeu-se” (ℓ.9)

d) uma vírgula fosse introduzida logo após “desenvolvidos” (ℓ.10).

e) as vírgulas empregadas logo após “pobres” (ℓ.7) e “ricos” (ℓ.8) fossem supri-

midas.

Letra a.

Como “nessa análise” é um adjunto adverbial curto, a omissão da vírgula não pre-

judica a correção gramatical.

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b) Errada. Com essa alteração, haveria dúvida em relação à referência oracional

de “nessa análise”.

c) Errada. A vírgula separaria a sujeito do verbo.

d) Errada. A vírgula separaria o sujeito do verbo.

e) Errada. Por se tratar de uma oração adjetiva, haveria mudança de sentido.

Questão 4    (CESPE/MPC-PA/CONHECIMENTOS GERAIS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2019)

Texto CG3A3-1

1 O dito popular que defende a prevenção como melhor

remédio tem tanta afinidade com o dia a dia da Administração

Pública que, ouso afirmar, poderia ser tido como princípio

4 implícito de nosso ordenamento constitucional.

Em outros termos, quando se trata da coisa pública

o “errar é humano” não vale, não pode valer. E não porque

7 o ser humano não possa errar, mas porque, direta ou

indiretamente, o erro custa muito caro para a sociedade.

O contrato superfaturado, a obra mal feita ou

10 inacabada e o serviço mal prestado constituem enorme

desrespeito ao contribuinte. Além de causar grande

prejuízo a toda coletividade, acaba sendo também os

grandes responsáveis pelo sentimento de ausência do Estado.

Diversas são as demandas da sociedade e o

administrador, preso às limitações de um orçamento,

14 ao eleger um determinado investimento como prioridade,

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naturalmente relega outros. Por isso, “cautela” e “planejamento”

devem ser as palavras de ordem para o gasto público, sob

17 todos os enfoques, especialmente nas contratações.

A matemática é simples: quantos gestores, no

exercício de suas administrações conseguiram ressarcir

22 os prejuízos de contratos considerados irregulares pelos

tribunais de Contas, por superfaturamento, deficiência

na execução ou qualquer outra ilegalidade? A prática mostra

25 que, uma vez executado e pago o serviço “Inês é morta”,

não se recupera todo o dinheiro público gasto irregularmente.

Ao contrário, o dispêndio público só aumenta: são abertos

28 procedimentos de apuração interna de responsabilidades,

inquéritos civis, ações civis públicas,enfim, movimenta-se

ainda mais a máquina pública, e pouco, muito pouco,

31 é recuperado.

Dimas Ramalho. É melhor prevenir que remediar


Internet < https://www.tce.sp.gov.br/>(com adaptações)

A correção gramatical do segundo parágrafo do texto CG3A3-I seria mantida caso

a) a vírgula empregada logo após “vale” (ℓ.6) fosse suprimida.

b) o ponto final empregado logo após “valer” (ℓ.6) fosse substituído por ponto e

vírgula, com a devida alteração de maiúscula e minúscula no período subsequente.

c) a vírgula empregada logo após “errar” (ℓ.7) fosse suprimida.

d) a vírgula empregada logo após “indiretamente” (ℓ.8) fosse substituída por

travessão.

e) a vírgula empregada logo após “pública” (ℓ.5) fosse suprimida.

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Letra b.

Como a oração iniciada por “e” é adversativa, poderia ser usado ponto final ou pon-

to e vírgula.

a) Errada. São duas orações coordenadas assindéticas. A vírgula é necessária.

c) Errada. A oração adversativa precisa ser separada por pontuação.

d) Errada. Antes dessa vírgula, há outra, responsável por produzir a intercalação

do adjunto adverbial.

e) Errada. Como a oração subordinada adverbial temporal está deslocada, a vír-

gula é obrigatória.

Questão 5    (CESPE/PGM CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019)

1 A jurisdição constitucional na contemporaneidade apresen-

ta-se como uma consequência praticamente natural do Estado de

direito. É ela que garante que a Constituição ganhará efetividade

4 e que seu projeto não será cotidianamente rasurado por medidas

de exceção desenhadas atabalhoadamente. Mais do que isso, a

jurisdição é a garantia do projeto constitucional, quando os outros

7 poderes buscam redefinir os rumos durante a caminhada.

Nesses termos, a jurisdição constitucional também se apre-

senta como medida democrática. Por meio dela, as bases que

10 estruturaram democraticamente o Estado são conservadas, im-

pedindo que o calor dos fatos mude a interpretação constitucional

ou procure fugir de sua incidência sempre que os acontecimentos

13 alegarem certa urgência.

Ademais, é a garantia hodierna de que os ventos da mu-

dança não farão despencar os edifícios que sustentam as bases

16 constitucionais, independentemente das maiorias momentâne-

as e dos clamores populares.


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Emerson Ademir Borges de Oliveira. Jurisdição constitucio-
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
nal: entre a guarda da Constituição e o ativismo judicial.
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In: Revista Jurídica da Presidência. Brasília, v. 20, n.º 121,
jun.-set./2018, p. 468-94 (com adaptações).
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16 constitucionais, independentemente das maiorias momentâne-

as e dos clamores populares.


Emerson Ademir Borges de Oliveira. Jurisdição constitucio-
nal: entre a guarda da Constituição e o ativismo judicial.
In: Revista Jurídica da Presidência. Brasília, v. 20, n.º 121,
jun.-set./2018, p. 468-94 (com adaptações).

A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “constitucional” (ℓ.6) preju-

dicaria a correção gramatical do texto.

Errado.

É o contrário da letra “e”, da questão anterior. Aqui, a oração subordinada adverbial

temporal não está deslocada. Por isso, o emprego de vírgula é facultativo.

Questão 6    (CESPE/PGM CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019)

1 Nunca os litígios estruturais estiveram tão em voga no

Brasil. Uma confluência de fatores contribui para tanto. Entre eles,

é possível mencionar o avanço na conscientização da luta pela

4 implementação de direitos — decorrente tanto da amplitude do

texto constitucional de 1988 quanto das inovações tecnológicas

de comunicação que estendem sua divulgação —, o crescimento 7

expressivo do número de profissionais do direito dispostos a litigar

essa espécie de causas e o deslocamento do eixo de poder em fa-

vor do Poder Judiciário. Garantida sua autonomia, era

10 previsível que o Poder Judiciário, elevado ao papel de guardião

do texto constitucional, expandisse sua atuação para searas antes

inauditas.

13 Curiosamente, essa é uma revolução silenciosa, pelo

menos do ponto de vista prático: ressalvados casos específicos,

boa parte dos operadores envolvidos em um processo relativo a


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16 um litígio estrutural sequer percebe, conscientemente, sua po-
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sição. A teoria brasileira sobre o assunto, desenvolvida pelos estu-
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13 Curiosamente, essa é uma revolução silenciosa, pelo

menos do ponto de vista prático: ressalvados casos específicos,

boa parte dos operadores envolvidos em um processo relativo a

16 um litígio estrutural sequer percebe, conscientemente, sua po-

sição. A teoria brasileira sobre o assunto, desenvolvida pelos estu-

diosos, apesar de existente, ainda não se pode dizer disseminada.


E. V. D. Lima. Litígios estruturais: decisão e implementação
de mudanças socialmente relevantes pela via processual.
In: Marco Félix
Jobim e Sérgio Cruz Arenhart (Org.). Processos estruturais.
1.ª ed. Salvador: Editora Juspodivm, v. 1, 2017, p. 369-422
(com adaptações).

Os dois-pontos empregados na linha 14 poderiam ser substituídos pelo termo por-

quanto entre vírgulas, sem alteração da correção gramatical e dos sentidos do

texto.

Certo.

Você precisa ter em mente duas informações:

• no texto, os dois-pontos indicam uma explicação;

• porquanto é uma conjunção do tipo causal ou explicativa.

Com a alteração, o valor semântico do texto original é mantido, e a pontuação su-

gerida está correta.

Questão 7    (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2019)

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1 A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele

no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia em que

morremos. Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou

4 transcendê-lo. Esse contrato configura nossa comida, nossos

empregos e nossos sonhos; ele decide onde moramos, quem ama-

mos e como morremos.

7 À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato

extremamente complicado, por isso poucos tentam compreender

no que exatamente se inscreveram. É como se você tivesse

10 baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contra-

to com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada

nele, passa imediatamente para a última página, tica em

13 “concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade, de fato,

é um contrato surpreendentemente simples. O contrato interno

pode ser resumido em uma única frase: humanos concordam em

abrir mão de significado em troca de poder.


Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do
amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com
adaptações).

A vírgula empregada na linha 2 tem a finalidade de demarcar uma relação de opo-

sição entre as orações “Todos nós aderimos a ele no dia em que nascemos” (ℓ. 1 e

2) e “e ele regula nossa vida até o dia em que morremos” (ℓ. 2 e 3).

Errado.

Na verdade, a vírgula a separação de orações aditivas com sujeitos diferentes. De-

talhe: para o Cespe, em provas objetivas, essa vírgula é facultativa.

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Questão 8    (CESPE/IPHAN/TÉCNICO I ÁREA 2/2018)

1 A construção da ideia de patrimônio cultural se deu

no bojo de dois processos históricos muito importantes

para o Ocidente: a constituição dos Estados-nações

4 europeus e a instituição da história como um campo

específico de conhecimento. Não é difícil entender essa

relação íntima entre eles. Para unificar populações,

7 culturas, territórios, foi preciso elaborar a própria ideia de

nação, que se fundamenta em alguns elementos

estruturantes: um conjunto de pessoas que partilha uma

10 cultura, uma língua, uma origem comum, uma única

identidade. Nesse contexto, a história foi um poderoso

elemento de legitimação dessa ideia de nação, pois era

13 preciso buscar suas origens no passado, evidenciando a

continuidade, o caráter e a força do povo que a constituía.

A concepção do passado como “herança da nação”

16 está dada como fundamento mesmo da possibilidade de

futuro — e, nesse sentido, é necessário preservá-lo,

garantir a existência de seus vestígios e sinais, para

19 usufruto das gerações que virão. O Estado, como poder

legítimo instituído, que zela pelo bem da coletividade,

torna-se o principal agente nesse processo de guarda da

22 memória. Com isso, voltamos à ideia de patrimônio: tudo

aquilo que “restou” do passado, que constitui vestígio das

experiências vividas e do potencial de criação de um povo,

25 pode vir a se tornar patrimônio da nação.


Mônia Silvestrin. Tratando de conceitos. In: Instituto do Patrimônio
Histórico e
Artístico Nacional. Patrimônio imaterial: fortalecendo o Sistema
Nacional. Brasília:
IPHAN, 2014, p. 21-2 (com adaptações)

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O sinal de dois-pontos na linha 9 e o travessão na linha 17 foram empregados com

a mesma finalidade: introduzir uma enumeração que fornece detalhes acerca do

conceito de “nação” explorado no texto.

Errado.

No primeiro caso, os dois-pontos introduzem uma explicação acerca de “elementos

estruturantes”. No segundo caso, o travessão separa orações adjetivas dotadas de

sujeitos diferentes.

Questão 9    (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL BLO-

CO I/2019)

Texto 1A1-I

1 O direito tributário brasileiro depara-se com

grandes desafios, principalmente em tempos de globalização

e interdependência dos sistemas econômicos. Entre esses

4 pontos de atenção, destacam-se três. O primeiro é a guerra

fiscal ocasionada pelo ICMS. O principal tributo em vigor,

atualmente, é estadual, o que faz contribuintes e advogados

7 se debruçarem sobre vinte e sete diferentes legislações

no país para entendê-lo. Isso se tornou um atentado contra

o princípio de simplificação, contribuindo para o incremento

10 de uma guerra fiscal entre os estados, que buscam alterar

regras para conceder benefícios e isenções, a fim de atrair e

facilitar a instalação de novas empresas. É, portanto, um dos

13 instrumentos mais utilizados na disputa por investimentos,

gerando, com isso, consequências negativas do ponto

de vista tanto econômico quanto fiscal.

16 A competitividade gerada pela interdependência

estadual é outro ponto. Na década de 60, a adoção do imposto


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19 para a tributação indireta, permitindo a internacionalização
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16 A competitividade gerada pela interdependência

estadual é outro ponto. Na década de 60, a adoção do imposto

sobre valor agregado (IVA) trouxe um avanço importante

19 para a tributação indireta, permitindo a internacionalização

das trocas de mercadorias com a facilitação da equivalência

dos impostos sobre consumo e tributação, e diminuindo as

22 diferenças entre países. O ICMS, adotado no país, é o único

caso no mundo de imposto que, embora se pareça com

o IVA, não é administrado pelo governo federal — o que

25 dá aos estados total autonomia para administrar, cobrar

e gastar os recursos dele originados. A competência estadual

do ICMS gera ainda dificuldades na relação entre as vinte

28 e sete unidades da Federação, dada a coexistência dos

princípios de origem e destino nas transações comerciais

interestaduais, que gera a já comentada guerra fiscal.

31 A harmonização com os outros sistemas tributários é

outro desafio que deve ser enfrentado. É preciso integrar-se aos

países do MERCOSUL, além de promover a aproximação

34 aos padrões tributários de um mundo globalizado e

desenvolvido, principalmente quando se trata de Europa.

Só assim o país recuperará o poder da economia e poderá

37 utilizar essa recuperação como condição para intensificar

a integração com outros países e para participar mais

ativamente da globalização.
André Pereira. Os desafios do direito tributário brasileiro.
In: DCI – Diário Comércio, Indústria e Serviços. 2/
mar./2017. Internet: <www.dci.com.br> (com adaptações).

No texto 1A1-I, o emprego de vírgulas para isolar as expressões “adotado no país”

(ℓ.22) e “embora se pareça com o IVA” (ℓ. 23 e 24) é

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a) facultativo em ambas as expressões.

b) obrigatório apenas na primeira expressão.

c) apenas uma escolha estilística do autor.

d) justificado por regras distintas de pontuação.

e) necessário devido ao deslocamento dessas expressões dentro do período.

Letra d.

No primeiro caso, as vírgulas foram empregadas para isolar uma oração subordi-

nada adjetiva explicativa reduzida de particípio. No segundo, isolar uma oração

subordinada adverbial concessiva.

Questão 10    (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2018)

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A vírgula logo após “país” (ℓ.21) é de emprego facultativo, ou seja, ela poderia ser

suprimida sem prejuízo para a correção do texto.

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Errado.

Por se tratar de uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo des-

locada, o uso de vírgula é obrigatório.

Questão 11    (CESPE/BNB/ESPECIALISTA TÉCNICO ANALISTA DE SISTEMA/2018)

1 Sentado na salinha da rua de São Bernardo, Chico

Bento conversava com Conceição e a avó sobre o futuro, o seu

incerto futuro que a perversidade de uma seca entregara aos

4 azares da estrada e à promiscuidade miserável dum

abarracamento de flagelados.

Tristemente contou toda a fome sofrida e as

7 consequentes misérias.

A morte de Josias, afilhado do compadre Luís

Bezerra, delegado do Acarape, que lhes tinha valido num dia

10 bem desgraçado! — a morte do Josias, naquela velha casa de

farinha, deitado junto de uma trave de aviamento, com a

barriga tão inchada como a de alguns paroaras quando já estão

13 para morrer...

E aquele caso da cabra, em que — Deus me perdoe!

— pela primeira vez tinha botado a mão em cima do alheio...

16 E se saíra tão mal, e o homem o tinha posto até de

sem-vergonha, e ele tão morto, tão sem coragem, que o que fez

foi ficar agachado, aguentando a desgraça...

19 Os olhos da moça se enchiam de água, e

comovidamente dona Inácia levantou os óculos, passando o

lenço pelas pálpebras.

22 O vaqueiro continuou a falar, no mesmo jeito

encolhido, estirando apenas, uma vez ou outra, o braço

mirrado,
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25 aguda, ou de desespero mais pungente... 108 de 126
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22 O vaqueiro continuou a falar, no mesmo jeito

encolhido, estirando apenas, uma vez ou outra, o braço

mirrado, para vergastar o ar numa imagem de miséria mais

25 aguda, ou de desespero mais pungente...

Depois era a fuga do Pedro, e aquela noite na estrada

em que a mulher, estirada no chão, com o Duquinha de banda,

28 todo o tempo arquejou, variando, sem sentidos, como quem está para

morrer.

E ele de cócoras, junto dela, com os dois outros

31 meninos agarrados nas pernas, não teve forças nem de se

mexer, de caçar um recurso, nem de, ao menos, tentar descobrir

um rancho...

34 Agora, felizmente, estavam menos mal. O de que

carecia era arranjar trabalho; porque a comadre Conceição bem

via que o que davam no Campo mal chegava para os meninos.

37 Conceição concordou:

— Eu sei, eu sei, é uma miséria! Mas você assim,

compadre, tão fraco, lá aguenta um serviço bruto, pesado, que

40 é só o que há para retirante?!

Ele alargou os braços, tristemente:

— A natureza da gente é que nem borracha... Havendo

precisão, que jeito? Dá pra tudo...


Rachel de Queiroz. O quinze. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012
(com adaptações).

A vírgula empregada imediatamente após “água” (ℓ.19) é obrigatória, visto que

tem a finalidade de introduzir uma justificativa para o que foi dito anteriormente

no período.

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Errado.

Falei disso em uma questão anteriormente apresentada: a vírgula entre orações

aditivas com sujeitos diferentes é facultativa.

Questão 12    (CESPE/BNB/ESPECIALISTA TÉCNICO ANALISTA DE SISTEMA/2018)

1 Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho

Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro,

que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me,

4 sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou

recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser

que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como

7 eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto

bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos

no bolso.

10 — Continue, disse eu acordando.

— Já acabei, murmurou ele.

— São muito bonitos.

13 Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso,

mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte

entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me

16 Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos

reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou.

Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da

19 cidade, e eles, por graça, chamam-me assim.


Machado de Assis. Dom Casmurro. Internet: <www.dominiopublico.
gov.br> (com adaptações).

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A vírgula empregada na linha 15 indica a existência de uma relação de oposição

entre as ideias dos trechos “No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios”

(ℓ.14 e 15) e “e acabou alcunhando-me Dom Casmurro” (ℓ.15 e 16).

Errado.

Na verdade, o emprego dessa vírgula está errado, porque são orações aditivas com

sujeitos idênticos. Pela tradição gramatical, ela deveria ser eliminada.

Questão 13    (CESPE/MPU/TÉCNICO DO MPU ADMINISTRAÇÃO/2018)

1 Se a cultura, no que tange a valores e visões de

mundo, é fundamental para nossa constituição enquanto

indivíduos (servindo-nos como parâmetro para nosso

4 comportamento moral, por exemplo), limitarmo-nos a ela,

desconhecendo ou depreciando as demais culturas de povos ou

grupos dos quais não fazemos parte, pode nos levar a uma

7 visão estreita das dimensões da vida humana. O etnocentrismo,

dessa forma, representa uma visão de mundo que toma a

cultura do outro (alheia ao observador) como algo menor, sem

10 valor, errado, primitivo. Ou seja, a visão etnocêntrica

desconsidera a lógica de funcionamento de outra cultura, o que

faz o indivíduo limitar-se à visão que possui como referência

13 cultural. A herança cultural que recebemos de nossos pais e

antepassados contribui para isso, pois nos condiciona ao

mesmo tempo em que nos educa.

16 Tomar conhecimento do outro sem aceitar sua lógica

de pensamento e seus hábitos acaba por gerar uma visão

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etnocêntrica e preconceituosa, o que pode até mesmo se

19 desdobrar em conflitos diretos. O etnocentrismo está,

certamente, entre as principais causas da intolerância

internacional e da xenofobia. Basta pensarmos nas relações

22 entre norte-americanos e latinos imigrantes, entre franceses

e os povos vindos do norte do continente africano que buscam

residência em países estrangeiros, apenas como exemplos.

25 A visão etnocêntrica caminha na contramão do processo de

integração global decorrente da modernização dos meios de

comunicação como a Internet, pois é sinônimo de estranheza e

28 de falta de tolerância.

Internet: <https://brasilescola.uol.com.br> (com adaptações).

Na linha 4, a correção do texto seria prejudicada caso a vírgula empregada logo

após o parêntese fosse substituída por ponto e vírgula.

Certo.

A vírgula indicada na questão é responsável por isolar uma oração subordinada ad-

verbial condicional deslocada. A separação deve ser feita por vírgula, e não ponto

e vírgula.

Questão 14    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2018)

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1 — A polícia parisiense — disse ele — é extremamente

hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes,

engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos

4 conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo

especial. Assim, quando o delegado G... nos contou,

pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas

7 pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara

uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou

o seu trabalho.

10 — Até o ponto a que chegou o seu trabalho? —

perguntei.

— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas

13 não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas, mas

realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse

depositada dentro do raio de suas investigações, esses rapazes,

16 sem dúvida, a teriam encontrado.

Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo

aquilo com a máxima seriedade.

19 — As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas

em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em

serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo

22 conjunto de recursos altamente engenhosos é, para o delegado,

uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à

força todos os seus planos. Mas, no caso em apreço, cometeu

25 uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiado

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superficial. (...) E, se o delegado e toda a sua corte têm

cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação

28 inexata, ou melhor, a uma não apreciação da inteligência

daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas

as suas próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache

31 escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios

teriam empregado para escondê-la. Estão certos apenas num

ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente

34 a da massa; mas, quando a astúcia do malfeitor é diferente da

deles, o malfeitor, naturalmente, os engana. Isso sempre

acontece quando a astúcia deste último está acima da deles e,

37 muito frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu

sistema de investigação; na melhor das hipóteses, quando são

instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa

40 extraordinária, ampliam ou exageram os seus modos de agir

habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus princípios.

(...) Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao

43 afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro

do raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras

palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos

46 princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão

inteiramente fora de dúvida. Este funcionário, porém, se

enganou por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside na

49 suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu

renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são

idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma non

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52 distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas.

— Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei

que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas

55 letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o

cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.

— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as

58 coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como

mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria,

assim, à mercê do delegado.

61 — Você me surpreende — respondi — com essas

opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.

Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias

64 amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é há

muito considerada como a razão par excellence.


Edgar Allan Poe. A carta roubada.
In: Histórias extraordinárias. Victor Civita, 1981. Tradução de Brenno

Silveira e outros.

A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “algum” (ℓ.59) manteria a

correção gramatical do texto.

Certo.

São orações aditivas com sujeitos idênticos. Portanto, a supressão da vírgula deve

acontecer.

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Questão 15    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2018)

Feitas as devidas alterações de maiúsculas e minúsculas, o ponto e vírgula empre-

gado logo após “bem” (ℓ.58) poderia ser corretamente substituído por ponto final.

Certo.

São orações coordenadas assindéticas. É  possível separá-las com ponto final ou

ponto e vírgula.

Questão 16    (CESPE/IPHAN/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL SUPE-

RIOR/2018)

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Seria mantida a correção gramatical do texto caso a vírgula empregada logo após

“viver” (ℓ.10) fosse substituída por ponto e vírgula.

Certo.

É semelhante à questão anterior. São duas orações coordenadas assindéticas.

Questão 17    (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL BLO-

CO I/2019)

Texto 1A3-I

1 A política tributária não se restringe ao objetivo

de abastecer os cofres públicos, mas tem também objetivos

econômicos e sociais. Se fosse aumentada a tributação

4 sobre um produto considerado nocivo para o consumidor ou

para a sociedade, o seu consumo poderia ser desestimulado.

Caso a intenção fosse promover uma melhor distribuição

de renda, o Estado poderia reduzir tributos incidentes sobre

os produtos mais consumidos pela população de renda mais

9 baixa e elevar os tributos sobre a renda da classe mais alta.

Por outro lado, se o Estado reduzisse a tributação

de determinado setor da economia, os custos desse setor

diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus

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13 produtos e poderia gerar um crescimento das vendas.

de determinado setor da economia, os custos desse setor

diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus

16 produtos e poderia gerar um crescimento das vendas.

Outro efeito viável dessa política seria o aumento do lucro

das empresas, favorecendo-se, assim, a elevação dos seus

investimentos — e, consequentemente, da produção —

20 e o surgimento de novas empresas, o que provavelmente

resultaria no crescimento da produção, bem como no

acirramento da concorrência, com possíveis reflexos sobre

os preços. Em qualquer um desses cenários, o setor seria

estimulado.
Internet: <https://politicaspublicas.almg.gov.br> (com adaptações).

No texto 1A3-I, a oração “se o Estado reduzisse a tributação de determinado setor

da economia” (ℓ. 10 e 11) apresenta, no período em que se insere, noção de

a) concessão, uma vez que representa uma exceção às regras de tributação do país.

b) explicação, uma vez que esclarece uma ação que diminuiria os custos do refe-

rido setor.

c) proporcionalidade, uma vez que os custos do referido setor diminuiriam à me-

dida que se diminuísse a tributação.

d) tempo, uma vez que a diminuição dos custos do referido setor ocorreria somen-

te após a redução da tributação sobre ele.

e) condição, uma vez que a diminuição dos custos do referido setor dependeria da

redução da tributação sobre ele.

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Letra e.

Primeiramente, note a conjunção empregada (“se”) seguida de um verbo no pre-

térito imperfeito do subjuntivo, indicando incerteza. Além disso, analise o sentido

do texto descrito no item.

Questão 18    (CESPE/MPE-PI/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL SU-

PERIOR/2018)

1 Escrita, secreta e submetida, para construir as suas

provas, a regras rigorosas, a investigação penal é uma

máquina que pode produzir a verdade na ausência do réu.

4 E, por isso mesmo, esse procedimento tende necessariamente

para a confissão, embora em direito estrito não a exija.

Por duas razões: em primeiro lugar, porque constitui uma

7 prova tão forte que não há necessidade de acrescentar outras,

nem de entrar na difícil e duvidosa combinatória dos indícios;

a confissão, desde que seja devidamente feita, quase

10 exime o acusador de fornecer outras provas (em todo o caso,

as mais difíceis); em segundo, a única maneira para

que esse procedimento perca toda a sua autoridade unívoca

13 e para que se torne uma vitória efetivamente obtida sobre

o acusado, a única maneira para que a verdade exerça todo

o seu poder, é que o criminoso assuma o seu próprio

16 crime e assine aquilo que foi sábia e obscuramente

construído pela investigação.

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No interior do crime reconstituído por escrito,

19 o criminoso confesso desempenha o papel de verdade viva.

Ato do sujeito criminoso, responsável e falante, a confissão

21 é a peça complementar de uma investigação escrita e secreta.

Daí a importância que todo processo de tipo inquisitorial

atribui à confissão.

24 Por um lado, tenta-se fazê-la entrar no cálculo gera

das provas, como se fosse apenas mais uma: não é a evidentia

rei; tal como a mais forte das provas, não pode por si só

27 implicar a condenação e tem de ser acompanhada por indícios

anexos e presunções, pois já houve acusados que se declararam

culpados de crimes que não cometeram; se não tiver em sua

30 posse mais do que a confissão regular do culpado, o juiz deverá

então fazer investigações complementares. Mas, por outro lado,

a confissão triunfa sobre quaisquer outras provas. Até certo

33 ponto, transcende-as; elemento no cálculo da verdade, a

confissão é também o ato pelo qual o réu aceita a acusação e

reconhece os seus bons fundamentos; transforma uma

investigação feita sem a sua participação em uma afirmação

voluntária.

Michel Foucault. Vigiar e punir – nascimento da prisão.


Trad. Pedro Elói Duarte. Ed. 70: 2013 (com adaptações)..

O trecho “que não há (...) indícios” (ℓ. 7 e 8) exprime uma noção de consequência.

Certo.

Veja, no texto, que ocorre o emprego de “tão forte...que não há necessidade...”.

Essa correlação indica uma ideia consecutiva.

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Questão 19    (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA PROVA 1/2018)


1 Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois

princípios que se combatem de morte e regulam diversamente as

atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos

4 tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades

rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância,

na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores

7 e os povos lavradores9(...) Existe uma ética do trabalho, como

existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo

trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente

10 ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais

e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro − audácia,

imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade,

13 vagabundagem −, tudo, enfim, quanto se relacione com a

concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por

outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma

16 recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; tanto

as energias que visam estabilidade, à paz, à segurança

pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido proveito

19 material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para

eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o

ideal do trabalhador. Entre esses dois tipos não há, em verdade,

tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical.


(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1948, p. 36-39)

O trecho “tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical” (ℓ.22)

exprime uma relação de proporcionalidade entre “uma oposição absoluta” e “uma

incompreensão radical”.

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Errado.

Ao usar “tanto...como”, a intenção do texto é expressar uma ideia aditiva, e não

proporcional.

Questão 20    (CESPE/EMAP/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2018)

1 É curioso notar que a ideia de porto está presente

nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades.

Isso porque uma das características das primeiras estruturas

4 urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a

presença do porto.

As primeiras cidades, no sentido moderno,

7 surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C.,

na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios

Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos

10 urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada

por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto

e as células dos futuros palácios reais; uma espécie

13 de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências

e instalações para criação de animais e plantio; e o porto

fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era

16 utilizado como local de instalação dos estrangeiros,

cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade.

Não se trata, portanto, de uma criação aleatória

19 apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece

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como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional

que marcou o contexto do surgimento das cidades e da

22 escrita. O comportamento fundamental dessa mudança

localiza-se no aumento das possibilidades do agir humano,

na diversificação dos papéis sociais e na abertura para

25 o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau

de complexidade da sociedade.
Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a
modernização dos portos
e as relações de trabalho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p
17-8 (com adaptações)

A palavra “portanto” (ℓ.18) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de con-

clusão.

Certo.

Pela tabela de conectivos, é fácil resolver essa questão. “Portanto” é uma conjun-

ção conclusiva.

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