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Volume II
DOI 10.11606/9788572051835
São Paulo
ECA - USP
2017
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É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada
a fonte e autoria, proibindo qualquer uso para fins comerciais.
Catalogação na Publicação
Serviço de Biblioteca e Documentação
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
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Carolina Bassi de Moura é pesquisadora em direção de arte, cenografia e trajes de cena. É
professora do Centro de Letras e Artes (CLA) da UNIRIO. É mestre e doutora em artes cênicas
pela Escola de Comunicações e Artes da USP – investigou no mestrado a construção plástica
do personagem no cinema (a partir da obra de Federico Fellini) e, no doutorado, o papel da
direção e da direção de arte no audiovisual (a partir da obra de Luiz Fernando Carvalho). Diretora
de arte, figurinista e cenógrafa em teatro e cinema, interessa-se pela construção poética da
imagem.
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O termo, transcriação, é de autoria do poeta Haroldo de Campos e se refere à transposição
de uma obra, que é de um gênero, a outro, efetuando um processo que respeita as
particularidades de linguagem da primeira e da segunda obra, sendo esta o resultado de uma
segunda criação.
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Introdução
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A segunda parte estará publicada nos anais do XXI Encontro Anual da Socine (Sociedade
Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual) a serem destacados na página:
http://www.socine.org/publicacoes/anais/
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O diretor estava em fase de finalização da minissérie quando foi recrutado para dirigir a novela
do horário nobre, Velho Chico (escrita por Benedito Rui Barbosa), o que o obrigou a pausar o
processo e colocá-la no ar apenas no início de 2017
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Desde seu retorno à TV Globo, em 2001, dirigiu sete minisséries – de Os Maias a Dois Irmãos
– e duas recentes novelas – Meu pedacinho de chão, 2015, e Velho Chico, 2016.
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Pelo trabalho realizado em Dois Irmãos, o diretor foi premiado em abril como “Artista do ano”
pela revista Bravo!, comemorando também os 15 anos de lançamento de seu longa metragem,
Lavoura Arcaica, e os 10 anos de exibição da minissérie, A Pedra do Reino.
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Processo criativo
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Ruffini conclui que “a pereživanie de Stanislavski [substantivo usado por ele expressando o
conceito] é a concretização da mente dilatada do ator.” (idem. p. 62)
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Segundo Ruffini, no dicionário, a definição desta palavra é “sentir fortemente”. (idem. p. 63)
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O conceito já foi explicado por mim em minha tese de doutorado e exemplificado com a fala
da figurinista Beth Filipecki, responsável pelos trajes de cena do longa metragem Lavoura
Arcaica (2001) e das minisséries Os Maias (2001), Capitu (2008) e Afinal, o que querem as
mulheres? (2010), deste mesmo diretor. Trata-se de roupas que são usadas pelos atores na
fase de ensaio e são fornecidas pela figurinista, por vezes aceitando sugestões dos próprios
atores. Nesta fase elas são testadas, e vão sendo alteradas em sua composição até chegarem
em um ponto satisfatório. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-14072015-
121751/publico/CAROLINABASSIDEMOURA.pdf>.
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Figuras 7 e 8 – Rânia em cena com Zana, usando a mesma blusa com que
a vemos na foto do ensaio.
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No início do século XX, o encenador russo Konstantin Stanislavski (1863-1938) já se dedicara
ao tema em seu trabalho com os atores e registrara isso em anotações as quais, mais tarde,
foram publicadas em todo o mundo.
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Grupo de teatro sediado em Campinas.
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Luis Otávio Burnier (1956-1995), ator e diretor, ligação à antropologia teatral, um dos
fundadores do Grupo LUME (Laboratório Unicamp de Movimento e Expressão).
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Disponível em: http://gshow.globo.com/Estilo/noticia/figurino-de-dois-irmaos-indica-
passagem-de-tempo-e-de-comportamento-dos-personagens.ghtml Acesso em: 31 mar 2017.
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Fotogramas da minissérie.
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As fotos foram feitas por mim durante o evento Ocupação Literária que aconteceu no Instituto
Europeu de Design, no Rio de Janeiro, em dezembro de 2016, para celebrar a obra de Milton
Hatoum e a realização da minissérie, lançada em 9 de janeiro de 2017, pela TV Globo.
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Sugiro a leitura de Do espiritual na arte, de Wassily Kandinski, para conhecimento das
potencialidades psicofísicas das cores. Segundo este autor, o azul possui a qualidade da
introspecção, oferecendo a quem o observa uma qualidade de movimento concêntrico, isto é,
para dentro.
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Demonstrando essa ligação, o mestre Antenor Laval embora use calça e ternos claros de linho,
usa um longo lenço vermelho no pescoço. Este adereço poderia também ligá-lo ao partido
comunista e ideais desta natureza, pois há nele um forte engajamento político,
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Ainda segundo Kandinsky, a potencia psicofísica do verde é de não-movimento, trata-se de
uma cor “estática”, por ser resultante (em termos de pigmento) da mistura do azul (concêntrico)
com o amarelo (excêntrico).
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Considerações finais
É possível ver, de fato, a importância de um trabalho processual,
que zele por todas as etapas da criação. A falta de tempo é um
dos maiores entraves para a falta de qualidade artística na
televisão, e em todos os outros meios de criação, podendo-se
considerar o cinema e até mesmo o teatro. A costumeira “correria”
da produção se deve a fatores comerciais e orçamentários, e tende
a promover modus operandis que não dão importância à pesquisa
(referencial, experimental ou de campo), mas há que se lutar
contra isso.
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Kandinsky aponta o vermelho como sendo a cor mais enérgica entre todas, cujo movimento
interno é mais vibrante.
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Quem vai contra esta ordem na própria TV, em nome do que acredita,
não subestima a sensibilidade do espectador. O diretor,
despreocupado em alcançar altos níveis de audiência, dedicou-se
a contar histórias que considera necessárias, respeitando o modo
como acredita que devam ser contadas. Seu enorme apreço pelo
universo da literatura trouxe ao conhecimento de muitos – por
meio desse veículo de massa – alguns dos nossos melhores
escritores, e tem incentivado, dessa forma, a prática da leitura32.
Referências:
BARBA, E., SAVARESE, N. A arte secreta do ator – um dicionário de
antropologia teatral. São Paulo: Realizações Editora, 2012.
CADERNO. Entrevista com Luiz Fernando Carvalho. Disponível em:
http://app.cadernosglobo.com.br/ Acesso em 31 mar 2017.
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As vendas do romance Dois Irmãos aumentaram em cerca de 500%, desde o anúncio de sua
transcriação para a TV, segundo relato da própria editora (Companhia das Letras).
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