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Yumara Vasconcelos

Doutora em Administração pela Universidade


Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Contabilida-
de pela Fundação Visconde de Cairu (FVC). Gra-
duada em Ciências Contábeis pela Universidade
Católica de Salvador (UCSAL).  Escritora. Possui
grande experiência na coordenação acadêmica
de cursos a distância, dirigindo projetos nessa
modalidade.

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Método contábil

Breve histórico da Contabilidade


A Pré-História representa o período que antecedeu a escrita. Foi uma fase
de grande desafio para o homem, que teve que lidar com obstáculos impos-
tos pela natureza. Podemos afirmar também que foi uma fase de aprendiza-
do, posto que o homem foi desenvolvendo de forma gradativa soluções para
os problemas que surgiam e suas necessidades.

A Pré-História pode ser dividida em três momentos distintos: Paleolítico,


Mesolítico e Neolítico. O Paleolítico, conhecido como Idade da Pedra Lasca-
da, possuía características distintivas, a saber:

 o homem habitava os espaços das cavernas por um tempo determina-


do. A habitação não era fixa, predominando o comportamento nôma-
de e o tempo de permanência no mesmo local dependia da disponibi-
lidade e acesso a alimentos e das condições de sobrevivência. Ou seja,
as reações eram instintivas;

 era comum a disputa por espaço, inclusive contra animais selvagens;

 o homem sobrevivia da caça, coleta de frutos, raízes e pesca;

 os instrumentos de trabalho eram produzidos com pedaços de ossos e


pedras, de forma muito rudimentar;

 a linguagem era pouco desenvolvida. As pinturas rupestres eram uma


forma de comunicação (arte a serviço da comunicação).

No Período Mesolítico o homem desenvolveu mais intensamente as con-


dições de sobrevivência, facilitadas pelo uso e domínio do fogo. O fogo era
empregado para espantar animais, cozinhar alimentos, iluminar e amenizar
o frio. As atividades da agricultura e criação de animais aprimoraram-se sig-
nificativamente. Em face dos citados avanços a sedentarização tornou-se
mais frequente. Foi nesse período que se deu a divisão do trabalho baseado
no critério “sexo”. O homem se responsabilizava pelo sustento e proteção e a
mulher, pela criação dos filhos e habitação.

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A origem da Contabilidade data o período pré-histórico, especificamente


o Mesolítico (entre 10000 e 5000 a.C.). Antes de o homem desenvolver a es-
crita e o cálculo, o “controle contábil” já era praticado, segundo descobertas
arqueológicas (SCHMIDT, 2000). Esta constatação é condizente com o grau
de desenvolvimento do homem no referido período.
Em pinturas líticas, em gravações em ossos de rena, foram encontrados muitos registros
que identificam o elemento patrimonial (geralmente animais), constituindo-se algumas
de desenhos e de traços identificadores de quantidades e outras apenas de sulcos ou
traços, sem a identificação do objeto. (SÁ, 1997, p. 20)

Segundo o autor, vestígios de registros contábeis foram encontrados, os


quais revelavam a presença do raciocínio contábil já nesta época. Esse pe-
ríodo foi caracterizado pelo aquecimento do clima da terra, colocando fim
ao Período Glacial. Essa modificação climática estimulou o surgimento de
comunidades maiores nas terras do Oriente, próximo às nascentes dos rios
por conta da qualidade da terra. O homem começava a se fixar nas áreas
de interesse. Vale lembrar que a sobrevivência do homem primitivo se dava
pelo cultivo agrícola e criação de animais. “(...) o homem primitivo, ao inven-
tariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar suas
ânforas de bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar de Contabi-
lidade.” (IUDÍCIBUS, 2000, p. 30)

Segundo Schmidt (2000, p. 15):


Em sítios arqueológicos do Oriente Próximo, foram encontrados materiais utilizados por
civilizações pré-históricas que caracterizam um sistema contábil utilizado entre 8000
e 3000 a.C. constituído de pequenas fichas de barro. Essas escavações revelaram fatos
importantes para a Contabilidade, colocando-a como mola propulsora da criação da
escrita e da contagem abstrata.

Em função do maior agrupamento de pessoas surgiu a necessidade de


controle sobre o produto da agricultura e da criação de animais. Apesar de
extremamente simples, os registros satisfaziam as necessidades como locali-
zação de itens, trocas, estoque, dívidas etc.

“Essa nova fase no desenvolvimento do homem na terra, principalmente


nas áreas mais férteis, como a antiga Pérsia e a Mesopotâmia, criou uma ne-
cessidade até então pouco considerada: o controle do produto da agricultu-
ra e da criação de animais.” (SCHMIDT, 2000, p. 15)

Os registros eram feitos em placas de barro, guardadas em artefatos as-


semelhados a caixas, sistema sumeriano para identificar devedores e outras
pessoas. As inscrições externas comunicavam a movimentação dos itens.

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As fichas contábeis antecederam a escrita e a contagem abstrata.

“As mais antigas manifestações do pensamento contábil são as contas


primitivas, ou seja, as que identificavam os objetos (geralmente por figuras)
e a quantidade desses mesmos objetos (geralmente por riscos ou sulcos)
como meios patrimoniais”. (SÁ, 1997, p. 20)

No período Neolítico, o homem conquistou uma maior estabilidade em


face do desenvolvimento ainda maior das técnicas agrícolas e dos instru-
mentos de trabalho (lanças, machados etc.). Segundo Sá (1997), o homem,
já assentado em aldeias e cidades, desenvolvia atividades distintas: constru-
ção, criação e produção de objetos de cerâmica etc. Esse status de desenvol-
vimento social, certamente, ensejou o progresso dos registros.
Da Era Neolítica, mais recente, também muito material foi colhido e estudado, mostrando
como aos poucos o ser humano levou as inscrições para o campo de uma pré-
-racionalização, disciplinando os registros e até já os identificando com os proprietários
dos bens. (SÁ, 1997, p. 22)

Os excedentes agrícolas produzidos criavam reservas para períodos difí-


ceis (secas e inundações), dando espaço, inclusive para as trocas entre comu-
nidades. Era crescente a preocupação com a propriedade.
(...) a preocupação com as propriedades e a riqueza é uma constante no homem da
Antiguidade (como hoje também o é), e o homem teve que ir aperfeiçoando seus
instrumentos de avaliação da situação patrimonial à medida que as atividades foram
desenvolvendo-se em dimensão e em complexidade. A Contabilidade reflete um dos
aspectos dos anseios mais arraigados no homem hedonístico, isto é, põe ordem nos
lugares em que reinava o caos, toma o pulso do empreendimento e compara uma situação
inicial com outra mais avançada no tempo. (IUDÍCIBUS, 2000, p. 30-31)

As fichas de barro utilizadas possuíam formatos variados, as mais simples


eram empregadas nas zonas rurais e as mais complexas nas cidades e ar-
redores dos templos. “Esses pequenos objetos de barro, medindo de 1 a 4
centímetros, espalhados por várias partes na Terra, eram moldados à mão e
endurecidos com calor.” (SCHMIDT, 2000, p. 16). As fichas continham dados
sobre transferência de rebanho e dívidas. Escavações no norte da Babilônia
identificaram 49 fichas de registros.
As escavações revelaram que as 49 fichas perfuradas representavam a garantia de que
o pastor havia recebido o rebanho e tinha uma dívida com o proprietário anterior. Cada
animal do rebanho era representado por uma ficha mantida em um receptáculo. Sempre
que algum animal era transferido para um pastor, ou para outra pastagem, ou mesmo
para tosquia, a forma de registro desse evento era a transferência de ficha correspondente
ao animal para outra caixa. (SCHMIDT, 2000, p. 16)

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As fichas de barro eram muito utilizadas no período compreendido entre


8000 e 3000 a.C., mas como não eram adequadamente armazenadas muitas
não foram preservadas.

(SCHMIDT, 2000, p. 21)


Formato da ficha Pictográfico
Tradução
de barro
1. Animais; cordeiro

cordeiro

vaca

cachorro

2. Alimentos; pão

óleo

doce – mel

cerveja

leite de cabra

3. Têxteis; tecido

peça de vestuário

corda

tapete

4. Recipiente; celeiro

5. Mercadorias; perfume

metal

pulseira – anel

Figura 1- Significado das fichas de barro.

Com o passar do tempo, inclusive, adotou-se o uso de envelopes para


guarda, selos e lacres para melhor preservação do material. A Contabilidade

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atendia às necessidades de memorização e controle. Seu desenvolvimento


caminhava para um nível maior de organização e sistematização.

Para Sá (1997, p. 23) “Tudo indica que foram os desenvolvimentos das so-
ciedades, apoiados nos dos Estados, dos Poderes religiosos e de suas rique-
zas, somados aos das artes de escrever e contar, que influíram, decisivamen-
te, na evolução dos registros contábeis”.

Como se vê, a origem da Contabilidade é tão antiga como a origem do


homo sapiens; na verdade, a noção de conta o é (IUDÍCIBUS, 2000). Na Idade
Média, por conta da racionalidade conquistada na Antiguidade, tudo se en-
caminhava para uma lógica comum de sistematização contábil, culminando
no surgimento do método de partidas dobradas.

Método de partidas dobradas


A sistematização do modus de registro contábil teve origem na Idade
Média. A escrituração contábil, na época, era ensinada nas escolas de Ma-
temática, o que provavelmente alimentou a lógica do registro (SÁ, 1998). A
lógica do registro contábil se baseia na relação de causa e efeito.

Sá (1998, p. 19) explica:

Matematicamente: a = b

Contabilmente: débito = crédito

Logicamente: efeito = causa

O débito representa o efeito e o crédito, a causa. Débito e crédito estão


obrigatoriamente relacionados. Por exemplo: compra de máquinas e equi-
pamentos à vista. A aquisição das máquinas e equipamentos representa
o efeito, portanto, um débito. O pagamento efetuado, o que viabilizou a
compra é a causa, portanto, um crédito.

Débito efeito

Crédito causa

O evento destacado no exemplo mostra que são dois os aspectos a con-


siderar no registro: o efeito e a causa correspondente, o que explica a deno-
minação “partidas dobradas”.

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A partida dobrada se apoia, pois, no princípio da equação, não há dúvida, mas,


logicamente, ela representa a explicação de origem e de efeito do fenômeno patrimonial,
uma igualdade de valor em causa e efeito de um fenômeno ou acontecimento havido
com a riqueza patrimonial. (SÁ, 1998, p. 22)

O autor do método de partidas dobradas não é conhecido. Não se pode


precisar a data de origem dessa invenção. A única certeza é a sua contribui-
ção para a evolução da Contabilidade. Os registros, simples em um primeiro
momento, se tornaram insuficientes em face da complexidade crescente dos
eventos e relações.

O método de partidas dobradas foi uma resposta fundamental à neces-


sidade de registrar os eventos mais abrangentes e complexos. Sá (1998, p.
22) complementa: “Antes, registrava-se só o efeito ou só a causa; portanto,
de maneira simples, ou, então, ambos os aspectos, mas, isoladamente, sem
conexão compulsória.”. Essa conexão obrigatória entre causa e efeito inten-
sificou o controle dos negócios. Existem diferentes hipóteses para o surgi-
mento das partidas dobradas. Alguns estudiosos acreditam que o método
teve origem no Oriente. Outros, afirmam que o método já era utilizado entre
os romanos.
Todas essas conjecturas estão no campo das probabilidades maiores ou menores de
tal conhecimento, mas nenhuma prova efetiva e contundente nos dá segurança para
afirmar que tenha sido este ou aquele fator, ou, quem sabe, ainda, a somatória deles, os
responsáveis pelo nascimento das partidas dobradas. (SÁ, 1998, p. 23)

A evolução do processo contábil se deve à quantidade e diversidade de


eventos a registrar. Com o aprimoramento da técnica do registro surgiram os
livros contábeis: razão e diário. O livro razão mostra a movimentação ocorri-
da em cada conta e o diário, o registro completo, partida e contrapartida do
mesmo.

O primeiro trabalho sobre partidas dobradas foi de Luca Pacioli e data


de 1494, em Veneza. O frei franciscano sistematizou o método de partidas
dobradas.

Sobre a vida de Luca Pacioli pouco se sabe. Acredita-se que nasceu entre
1445 e 1450, em Sansepolcro, na Itália. A Contabilidade, nessa época, era
ensinada como aplicação ou extensão da Matemática. Após a publicação
do trabalho de Pacioli (“Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et pro-
pornalità” – Coleção de Conhecimentos de Aritmética, Geometria, Proporção e
Proporcionalidade), a Contabilidade experimentou grande desenvolvimen-

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to em face da propagação, consolidação e aplicação do sistema de partidas


dobradas. A disseminação do método permitiu um controle maior dos co-
merciantes sobre suas atividades, pois o registro reunia, de modo compacto,
elementos inter-relacionados (origem-aplicação, causa-efeito). A prestação
de contas e o controle foram facilitados. O método viabilizou o conhecimen-
to acerca do estado ou situação do patrimônio.

Como se vê, o método de partidas dobradas foi um marco do desenvolvi-


mento da Contabilidade, tendo sua origem questionada em face da presen-
ça de indícios da existência de método semelhante no Oriente antes de sua
sistematização.

Descrição do método
Segundo o método, o total de débitos sempre será equivalente ao total
de créditos.

De fato, método de partidas dobradas pode ser ilustrado por uma equação
(identidade entre total de débitos e de créditos), o que é reflexo da influência
matemática.

A Contabilidade era ensinada nas escolas de Matemática.

Dito de outra forma: as aplicações correspondem a uma ou mais origens


correspondentes.

Exemplo 1.

Compra de mercadorias para revenda no valor de R$10.000,00, 100% à


vista.

débito estoque de mercadorias efeito aplicação R$10.000,00

crédito caixa ou bancos causa origem R$10.000,00

A aquisição das mercadorias para revenda representa a aplicação ou


efeito, viabilizada pela existência dos recursos em caixa ou bancos, causa ou
origem de recursos.

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Exemplo 2.

Compra de móveis e utensílios por R$5.000,00, 50% à vista.

débito móveis e utensílios efeito aplicação R$5.000,00

crédito (1) caixa ou bancos causa origem R$2.500,00

crédito (2) contas a pagar causa origem R$2.500,00

Como se vê, não há débito sem um ou mais créditos correspondentes,


uma vez que toda aplicação tem uma ou mais origens correspondentes. Esse
é o fundamento do método das partidas dobradas. A conta contábil pode
ser apresentada na forma de “T” (razonete).

Título da conta
Débito Crédito

Demonstração em forma de razonete do exemplo 1.

Estoque
Débito Crédito
R$10.000
Caixa
Débito Crédito
R$10.000

Demonstração em forma de razonete do exemplo 2.

Móveis e utensílios
Débito Crédito
R$5.000
Caixa
Débito Crédito
R$2.500
Contas a pagar
Débito Crédito
R$2.500

O registro contábil deve responder a duas questões: o que foi feito e como
foi feito (qual a origem dos recursos)? Essas perguntas caminham juntas no
momento em que o registro é realizado. As fórmulas de escrituração consis-
tem na forma de registro do fato contábil. Mostram a correlação entre débito
e crédito. São quatro as fórmulas existentes, a saber:

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Quadro 1 – Fórmulas de registro

Yumara Vasconcelos
Fórmula Registro Exemplo
Um débito contra um único
1.ª Fórmula: lançamentos ou crédito. Aquisições a prazo ou à vista.
partidas simples. Pagamento de dívidas.
1D = 1C

Um débito contra créditos di-


2.ª Fórmula: lançamentos ou versos. Aquisições com parcela à
partidas complexas. vista e as demais a prazo.
1D=nC

Reposição de fundo fixo de cai-


xa: crédito da conta “bancos”
contra as contas representa-
tivas das despesas incorridas.
Quitação de despesas diversas
Débitos diversos contra um
3.ª Fórmula: lançamentos ou único crédito. (conta de água, energia elétri-
partidas complexas. ca, aluguel etc.) emitindo-se
nD = 1C um único cheque.
Pagamento dos tributos fe-
derais (feitos por meio de
guias) emitindo-se um único
cheque.

Não é usada na prática por-


4.ª Fórmula: lançamentos ou Débitos diversos contra
que representa vários lança-
partidas complexas. créditos diversos.
mentos de primeira fórmula.

A ideia é identificar no evento o efeito e a causa correspondente, ou seja,


a aplicação e a origem. Se o evento é a compra de determinada máquina a
prazo, o efeito é a aquisição (e inserção da máquina adquirida no patrimônio
da entidade). A forma de pagamento é a causa, esforço que torna possível a
aquisição (origem de recursos).

Breve histórico das correntes


de pensamento contábil
Após a disseminação das partidas dobradas, o que se verificou foi a busca
e o esforço empreendido para compreender e delimitar o objeto de estudos
da Contabilidade. Essa preocupação deu origem às correntes de pensamen-
to. Essas correntes refletem o pensamento da época e os raciocínios organi-
zados sobre a matéria em estudo. Segundo Sá (1997, p. 55):
O período científico foi aquele em que as doutrinas se agigantaram, determinadas não
só em buscar a delimitação de um objeto verdadeiro de estudos para a Contabilidade,

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mas também, especialmente de buscar conhecer a substância gerida pelo ser humano no
sentido da satisfação de suas necessidades materiais. Há, pois, uma inequívoca história
das doutrinas, que se torna objeto de conhecimento específico na formação cultural do
contador.

A mentalidade científica se desenvolvia gradativamente.


As observações levam a raciocínios organizados que geram conceitos, estes produzem
enunciados ou teoremas e estes, ainda, as teorias. Os que criam bases doutrinárias
e teorias, como mestres, passam a ter adeptos e assim se forma uma escola científica,
de pensamentos semelhantes. Quando vários mestres, com suas próprias observações,
partindo de uma teoria principal, formam suas teorias derivadas, em diversos locais,
estabelece-se uma corrente científica de pensamentos semelhantes. (SÁ, 1997, p. 60)

As correntes de pensamento científico formam um conjunto complexo


composto por teorias principais e derivadas. Em geral, o nascedouro dessas
correntes é a observação. O produto dessa observação é a reflexão, o que
enseja o desenvolvimento do raciocínio lógico. A partir da reflexão sobre o
objeto é que são desenvolvidas as teorias principais e derivadas, simultanea-
mente à adesão de novos pensadores. A figura 2 ilustra a maneira como uma
corrente de pensamento pode se formar.

Yumara Vasconcelos
Observações Precursores

Raciocínio

- Conceitos
- Verificações
- Novas observações

Contribuições Adeptos

Teorias derivadas

Corpo teórico

Figura 2 – Surgimento de uma corrente de pensamento.

As correntes de pensamento correspondem à unidade de pontos de vista


frente a uma determinada matéria. Na história das correntes de pensamento
destacam-se as seguintes escolas:

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 Contista;

 Administrativa ou Lombarda;

 Personalista;

 Controlista ou Veneziana;

 Reditualista;

 Aziendalista;

 Patrimonialista.

Escola Contista
Certamente os primeiros livros impressos impulsionaram de forma sig-
nificativa o desenvolvimento do Contismo, primeira escola do pensamento
contábil.
Até o século XVIII, as teorias contábeis vigentes eram praticamente as mesmas
apresentadas pelo livro de Pacioli. As primeiras experiências na busca de uma nova
exposição sistematizada para a Contabilidade ocorreram muito tempo após a publicação
das primeiras obras que trataram das partidas dobradas. (SCHMIDT, 2000, p. 29)

Os primeiros autores focaram seus trabalhos na descrição e apresenta-


ção de exemplos de registro das transações por meio das partidas dobradas.
A ênfase era o processo de escrituração e as técnicas de contabilização. O
Contismo enquanto escola do pensamento contábil estruturou-se a partir
desses trabalhos e abordagens.

Com a transição do feudalismo para o capitalismo, a Europa contou com


uma transformação econômica expressiva, o que demandou maior controle
e o emprego de sistemas sofisticados. Para esses pensadores, a escrituração
contábil subordina-se ao funcionamento das contas. O propósito das contas
era o de registrar os valores a receber e as dívidas. Difundia-se o crédito nas
transações comerciais.

Nesse primeiro momento inexistia distinção entre a Contabilidade en-


quanto ramo do conhecimento e a técnica de escrituração. Contabilidade e
escrituração eram vistas como um conjunto indissociável. A ênfase da Conta-
bilidade era reportar os saldos das contas a pagar e a receber.

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Explicando a origem histórica do “débito” e do “crédito”


A mecânica do “débito” e do “crédito” é explicada por alguns contistas e
considera os elementos denominados proprietários e agentes depositá-
rios. Nessa fase da história contábil, a figura do proprietário ou dono do em-
preendimento era distinta daqueles que gerenciavam os negócios. Os pro-
prietários entregaram seus recursos a pessoas de confiança e competência
para geri-los. Estas pessoas eram denominadas de agentes depositários.
Ao receber, os agentes depositários assumiam a responsabilidade ou o dever
de administrar o que lhes foi entregue. Ao entregar esses recursos, os pro-
prietários se tornavam credores. Por essa razão os ativos são registrados a
débito e as dívidas ou compromissos, a crédito.

Os agentes depositários devem ser debitados pelo que lhes é entregue e


são creditados por tudo que entregam. Assim, quando os proprietários en-
tregavam seus recursos aos gestores, o valor correspondente era debitado.
Por essa razão é que a inserção de ativos é registrada a débito.

Yumara Vasconcelos
Débito Agentes Crédito
Proprietários Credores
Crédito depositários Débito

- Bens agregados
- Ativos sob responsabilidade dos agentes
Figura 3 - Agentes e o mecanismo de débito e crédito.

As contas evidenciam não somente direitos, mas, igualmente, obriga-


ções. Esta é a origem da regra clássica “quem recebe deve; quem entrega
tem a haver”. Essa regra não era abrangente o suficiente, mas atendeu em
um primeiro momento às necessidades da época. Luca Pacioli e Leonardo
Fibonacci foram dois dos grandes nomes dessa escola.

Escola Administrativa ou Lombarda


Esta escola teve origem e motivação nos trabalhos de Francesco Villa. A
Escola Administrativa tem o nome de Lombarda em face do local onde as
manifestações estavam concentradas, no norte da Itália. Os adeptos desta
escola não consideravam a conta contábil como propósito do processo con-
tábil. Eles acreditavam que a escrita contábil era o meio, não o fim. “(...) escri-
ta contábil como a “parte mecânica”, apenas.” (SÁ, 1997, p. 64)

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A riqueza seria, segundo esses estudiosos, o objeto essencial de estudos.


“Não desprezou a importância da adequação dos dados, das avaliações, das
revisões, dos orçamentos, mas colocou tais coisas em seus planos apenas
de apoio, de subsídio para que os entendimentos fossem alcançados.” (SÁ,
1997, p. 64)

A Contabilidade não se limitava ao registro e sua demonstração. Esses


pensadores analisavam a Contabilidade numa perspectiva mais ampla.

Escola Personalista
Os contistas limitavam a abordagem contábil no registro dos fatos – Con-
tabilidade como “ciência das contas”. “O denominado ‘Contismo’, entendo,
particularmente, pertence às concepções de um período pré-científico, a
uma visão ainda modesta, que não tem condições de ser classificada como
uma corrente deveras científica.” (SÁ, 1997, p. 69)

Apesar da contribuição do Contismo, verificou-se uma certa inquietude


científica, promovendo um olhar distinto daquele, apresentando um enfo-
que mais jurídico. Esta escola ficou conhecida como Logismográfica, Jurídi-
co-Personalista ou Toscana. Os personalistas acreditavam que as contas de-
veriam ser constituídas em nome de pessoas, físicas ou jurídicas. Segundo
os teóricos, o dever representava créditos e os haveres, débitos dos titulares
das contas contábeis.

Os personalistas, geralmente, separavam a figura do proprietário da


pessoa do gestor, pois gerenciar a entidade é uma coisa e custodiar os re-
cursos desta é outra bem diferente. A gestão se concretiza pela relação entre
agentes e correspondentes. A figura 4 evidencia a relação entre administra-
dores, proprietários e terceiros.
Yumara Vasconcelos

Proprietários Administração Terceiros

Credores Credores
Figura 4 – Deveres e haveres.

De acordo com Schmidt (2000, p. 63) “A personificação das contas é jus-


tificada pelo fato que qualquer operação administrativa, inerente à gestão
de qualquer entidade, assume relevância jurídica em virtude de crédito e
débito que provoca”.

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Para os estudiosos dessa escola é fundamental reconhecer a substância


jurídica das transações, enfatizando os interesses das partes relacionadas. A
escrituração contábil evidencia direitos e obrigações destas partes. Destaca-
ram-se nesta escola: Francesco Marchi, Giuseppe Cerboni e Giovanni Rossi.

O Personalismo conectou conceitos jurídicos aos administrativos.

Escola Controlista ou Veneziana


A Escola Controlista ficou conhecida como “Escola Veneziana”. Seu prin-
cipal mentor foi Fabio Besta. A maior parte das produções concentrou-se
na cidade de Veneza. “Além de Besta contribuíram para o engrandecimento
dessas escolas vários outros estudiosos, como Vittorio Alfieri, Carlo Ghidiglia,
Francesco de Gobbis, Vincenzo Vianello, Pietro D’Alvise e Benerro Lorusso.”
(SCHMIDT, 2000, p. 73)

Os controlistas tiveram ideias distintas dos contistas e personalistas. Se-


gundo os controlistas, o controle da riqueza administrada constituía objeto
da Contabilidade. Os pensadores desta escola colocavam o controle como
finalidade do processo contábil.

Escola Reditualista
Esta corrente se desenvolveu principalmente na Alemanha. Para os re-
ditualistas o objeto de estudo da Contabilidade é o rédito. De acordo com
Iudícibus e Marion (2001, p. 172) “Rédito. Resultado positivo ou negativo da
variação entre as receitas e despesas da empresa”.

O estudo do lucro era a grande preocupação dos reditualistas. “Na ânsia


de buscar o verdadeiro objeto de estudos da Contabilidade, os reditualistas
tiveram como princípio admitir que o lucro é o que mais preocupa como
objeto de estudo, sendo o fenômeno básico a ser observado, embora com a
relatividade necessária.” (SÁ, 1997, p. 92). O grande expoente dessa escola foi
Eugen Schmalenbach.

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Escola Aziendalista
Segundo os aziendalistas, a azienda representava uma célula social. A
Contabilidade prestava-se ao auxílio na gestão da riqueza, preocupando-
-se com os fatos associados à gestão e não ao registro. Os pensadores desta
escola acreditavam que os fenômenos aziendais seriam o alvo principal dos
estudos contábeis. Gino Zappa foi um dos grandes destaques desta escola.

Escola Patrimonialista
A Escola Patrimonialista reconhece o patrimônio como objeto de estudos
da Contabilidade. A Contabilidade não pode ser reduzida a um levantamen-
to patrimonial. A corrente de estudos teve como destaque o estudioso Vin-
cenzo Masi.

Segundo esta linha de pensamento, a Contabilidade é uma ciência social,


onde os fenômenos patrimoniais são considerados fatos contábeis. (FAVERO
et al, 1997)

O quadro 2 apresenta a ênfase de abordagem de cada corrente de


pensamento.

Quadro 2 – Correntes e ênfases

Yumara Vasconcelos
Escolas Ênfase na abordagem
Contista Mecanismo de registro e movimento das contas
Administrativa Riqueza administrada
Personalização das contas.
Personalista Enfoque jurídico (relações de direitos e obriga-
ções)
Controlista Controle da riqueza administrativa
Reditualista Ênfase no resultado
Aziendalista Fatos associados à gestão aziendal
Reconhece o patrimônio como objeto de estudos
Patrimonialista
da Contabilidade

Iudícibus (2000, p. 31) comenta que “O grau de desenvolvimento das te-


orias contábeis e de suas práticas está diretamente associado, na maioria

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das vezes, ao grau de desenvolvimento comercial, social e institucional das


sociedades, cidades ou nações”. Desta maneira, não é difícil compreender a
razão de cidades como Veneza, Florença, Gênova e Pisa terem sido cenário
do florescer da Contabilidade.

Após a publicação do Tractatus de Computus et Scripturis iniciou-se um


período em que a escola europeia dominou as concepções da época, pro-
movendo grande avanço teórico. Na Itália, apesar desse histórico, verifica-
-se a influência norte-americana, focada na prática profissional. Aliás, grande
parte das elaborações teóricas originou-se em entidades relacionadas a pro-
fissionais da área contábil. (SCHMIDT, 2000)

Ampliando seus conhecimentos

Origem da Contabilidade
(VASCONCELOS, 2009)

A Contabilidade teve origem na Pré-História, antes que o homem desen-


volvesse a escrita e o cálculo. O homem, pressionado por suas necessidades,
criou uma sistemática de registro valendo-se dos recursos e conhecimentos
disponíveis na época.

O zelo pelo patrimônio (na verdade, pelas “utilidades”) já suscitava preo-


cupações, motivadas pela necessidade de sobrevivência. A Pré-História foi
um período de descoberta, adaptação e aprendizado. O homem reconhecia
e explorava seu ambiente, organizando suas impressões para responder aos
desafios impostos e sobreviver – fase do empirismo primitivo.

Com o aquecimento da terra, verificado no Período Mesolítico, o homem


mudou gradativamente sua condição de nômade para sedentário, assentan-
do-se em locais que viabilizavam sua sobrevivência, que se dava às custas da
coleta de frutos, pesca e caça. Por essa razão o homem privilegiava as áreas
próximas às nascentes. Na medida que reconhecia suas necessidades e o am-
biente, criava soluções práticas para atendê-las.

Apesar de primitiva, a civilização já contava com a indústria de instru-


mentos. O homem primitivo fabricava os artefatos utilizados na caça, pesca
e coleta. A crescente complexidade das relações ensejou a necessidade de
controle, por meio das inscrições (memória contábil).

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O excedente coletado era guardado (noção de estoque) ou trocado por


outras utilidades. O homem aprimorava a comunicação e as relações sociais.
Sá (1998, p. 17) ressalta que “A qualidade e a quantidade das reservas de utili-
dades, quer de caça, quer de colheitas, foram elementos que o homem notou
como algo distinto, como conquista de seu trabalho”. O autor ainda explica
que “Essa observação empírica produziu, também, a ideia originária de coisa
que se pode dispor para obter-se utilidade, como meio apto para suprir ne-
cessidades, ou seja, o ‘patrimônio’.” (SÁ, 1998, p. 18)

A riqueza era evidenciada por meio da arte, como evidencia as inscrições


nas paredes das grutas e pedaços de ossos. Os registros eram extremamente
simples: o desenho do animal ou coisa correspondia à natureza da utilidade
(item do patrimônio) e os riscos representavam a quantidade. O homem pri-
mitivo evidenciava nas contas qualidade e quantidade, sendo a qualidade a
natureza do bem conquistado e guardado.

Conta primitiva

Qualidade (natureza da utilidade) Quantidade (riscos)

Alguns denominam a evidenciação acima de pré-conta. Com o passar do


tempo as inscrições ganharam maior complexidade, forçando o homem a refi-
nar o seu modo de registro, fazendo-o migrar da arte para a técnica. Sá (1998,
p. 19) conta-nos que “há mais de 6.000 anos o comércio já era intenso, o con-
trole religioso sobre o estado já era grande e poderoso, daí derivando grande
quantidade de fatos a registrar, ensejando, também, o desenvolvimento da
escrita contábil”.

O homem registrava o que tinha, gastava e produzia. Desenvolveu pro-


gressivamente noção de “custo” e “orçamento” (como forma de antecipar a
necessidade). Os anos passaram e o modus de registro ganhava refinamen-
to, como extensão da racionalidade conquistada na Antiguidade. “O ‘meu’ e o
‘seu’ deram origem a registros especiais de ‘débito’ (o que alguém tem que me
pagar) e ‘crédito’ (o que eu devo pagar a alguém)”. (SÁ, 1998, p. 19)

Na Idade Média o método contábil foi sistematizado, ganhando rigor


lógico. Segundo Schmidt (2000, p. 25)
Pesquisas sobre a origem das técnicas de escrituração contábil transportam para o
período entre os séculos XII e XIII, no norte da Itália, quando ocorreram as primeiras

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manifestações práticas do uso do sistema de partidas dobradas em empresas. Após


essas primeiras práticas contábeis é que seu uso generalizou-se por toda a Europa.

O autor complementa ainda que “cidades como Florença e Gênova, entre


outros centros comerciais, também desenvolveram o sistema de partidas do-
bradas, independente do sistema veneziano apresentado por Pacioli.” (SCH-
MIDT, 2000, p. 25)

O refinamento do sistema contábil de partidas dobradas teve duas gran-


des motivações:

 o desenvolvimento econômico verificado em Gênova, Veneza e


Florença, que eram os grandes centros comerciais da época;

 o aprimoramento da tecnologia de impressão de livros na Alema-


nha e sua veloz disseminação nesses grandes centros.

Com o advento do renascimento e do capitalismo, novas condições sociais


foram criadas, abrindo espaço para que bens e riquezas fossem acumulados
por mais pessoas, ratificando a importância do método contábil para fins de
controle e gestão.

Atividades de aplicação
1. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso):

(( A Contabilidade teve origem na Antiguidade segundo evidências


obtidas nas escavações.
(( As fichas de barro foram utilizadas até o Período Aziendalista.
(( Foram encontradas em pinturas líticas vestígios indicativos
de registros contábeis: desenhos de elementos patrimoniais
(animais e frutos) acompanhados de traços ou riscos, indicando
quantidade.
(( A Contabilidade nasceu antes que o homem soubesse escrever
ou calcular.
(( Com a publicação do trabalho de Pacioli no Período Mesolítico,
a Contabilidade experimentou grande desenvolvimento.
(( Luca Pacioli, seguramente o autor do método de partidas
dobradas, publicou o primeiro trabalho na área contábil.

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(( O método de partidas dobradas pode ser representado por


uma equação, o que é reflexo da influência matemática. A
Contabilidade era ensinada nas escolas de Matemática.
2. Explique como as correntes de conhecimento se formam.

3. Qual a origem do débito e do crédito?

Gabarito
1. V, F, V, V, F, F, V

2. As correntes nascem da convergência de pontos de vista, ideias e im-


pressões. O ponto de partida é a observação e a reflexão acerca de um
evento ou fenômeno. Com o tempo e disseminação dessas ideias, no-
vos adeptos são agregados e contribuições surgem, tornando aquele
conhecimento mais amplo e sólido. As correntes se formam a partir de
uma rede de conhecimentos e reflexão. Na medida em que o corpo
teórico se fortalece, o conhecimento atravessa fronteiras, ganhando
novas leituras. Assim, as correntes ganham notoriedade.

3. Na fase “contista” a figura do proprietário, ou dono do negócio, era


distinta daqueles que gerenciavam. Os proprietários entregaram seus
recursos a pessoas de confiança e competência para geri-los. Essas
pessoas eram denominadas de agentes depositários. Ao receber, os
agentes depositários assumiam a responsabilidade ou o dever de ad-
ministrar o que lhes foi entregue. Ao entregar esses recursos, os pro-
prietários se tornavam credores. Por essa razão os ativos são registra-
dos a débito e as dívidas ou compromissos, a crédito.

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