INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO

GRANDE DO NORTE
CAMPUS CANGUARETAMA
DIRETORIA ACADÊMICA
COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO/HABILITAÇÃO
EM CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

EDUCAÇÃO DO CAMPO
Prof. (a): Clarissa Souza de Andrade

ALUNA
Ivoneide Tomaz da Silva – Matr. 20191197100012

ANALISE CRÍTICA DA MÚSICA “REIS DO AGRONÉGOCIO” – Chico César

Na manhã do dia 16/04, “o cantor e compositor Chico César participou da

sessão em homenagem ao Dia do Índio, no plenário da Câmara dos
Deputados. Com sua canção, ele criticou o agronegócio, o desmatamento e o
uso indiscriminado de agrotóxicos.
“Reis do Agronegócio”, canção de Chico César, com letra de Carlos Rennó,
traz na essência da música a indignação de um povo que não aceita tamanha
falta de consciência contra os agricultores e os povos do campo que em nome
do poder e lucro desmatam nossas florestas, destroem o lugar daqueles que
são os verdadeiros guerreiros da nossa nação, que há década colocam a
comida nas nossas mesa e alimentos saudáveis livres de veneno que fazem
tanto mal ao ser humano.

Nesse trecho da música:

“Seu avião derrama chuva de veneno

Na plantação e causa a náusea violenta
E a intoxicação “né” adultos e pequenos
Na mãe que contamina o filho que amamenta,
Provoca aborto e suicídio o inseticida
Mas na mansão o fato não sensibiliza
Vocês já não estão nem aí co’aquelas vidas[...]

Traz bem marcante a ganância dos donos da terra que destroem florestas,
cerrados, matas virgens, nascentes para a plantação de seus produtos
transgênicos, contaminam o solo plantações de soja, milho, fala do uso
desordenado de pesticidas e agrotóxicos e oferecem comida cheias de veneno
que sabemos que são a causa de diversas doenças que matam.
 Todos são iguais perante a lei, porém alguns têm emprego e muitos
encontram-se na situação de desempregado. As propriedades estão cercadas e nem sempre
cumprem com função social, em termos de geração de emprego e produção agrícola para o
mercado interno.
São grandes áreas de plantação mecanizada para a exportação, atividade econômica relevante
para a economia brasileira.
A principal contradição que marca e demarca os trabalhadores é a riqueza.
Um país que não é pobre, porém possui uma infinidade de pobres. [...] (SOUZA Maria Antônia,
Livro Educação do Campo 2ª Edição, p.75, Editora Vozes).

Infelizmente vivemos em um país rico, porém com muitas desigualdades

sociais que marcam o decorrer da nossa história. Onde os povos ainda são
escravizados e muitas vezes não ganham ao menos o necessário à sua
sobrevivência e de suas famílias. Mas enquanto isso, os parlamentares estão
em suas mansões totalmente alheios e despreocupados com essa triste
realidade dos povos do campo. Só se preocupam com seu próprio umbigo,
seus bens materiais, o egoísmo deles é notório à população brasileira menos
favorecida, que é menosprezada por aqueles que foram eleitos por estes a
quem deveriam prezar e defender seus direitos, que está na constituição, mas
que no dia a dia não vemos essa realidade na sua efetivação.

As forças e os interesses dominantes do latifúndio no Brasil

perpetuam-se ao longo da história e parecem consolidar-se com a agroindústria – na colônia
com a cana de açúcar – e atualmente com o agronegócio, o embate é cada vez mais acirrado
em decorrência das desigualdades[...] (TEXTO DIREITO Á TERRA E Á EDUCAÇÃO: Trajetória
Política dos Sujeitos e dos Movimentos Sociais do Campo no Brasil, AZEVEDO Márcio
Adriano, QUEIROZ Maria Aparecida e SOUZA Antônio Lisboa Leitão).

Precisamos urgente de mudanças para o bem do nosso povo, que clama por
justiça e igualdade social e que seus direitos sejam respeitados na sua
totalidade.

Podemos levantar a questão educacional que toda essa situação

reflete, como o fenômeno de esvaziamento do campo que é a principal causa do fechamento
das escolas, consequência essa pelo avanço do agronegócio, que tem expandido a
monocultura e a concentração da terra, fragilizando a agricultura familiar camponesa e
desestruturando a sua organização.
O subsídio financiador para o agronegócio é muito maior, fortalecendo a produção de grãos, o
uso abusivo de pesticidas, o uso de maquinaria pesada e a especulação sobre as pequenas
propriedades. [...] (Boletim da articulação Paranaense por uma Educação no Campo, número 1,
Julho de 2015)

Além das questões de desmatamento e destruição, má alimentação oferecida

por esses produtos transgênicos, que eles mesmo nem querem consumir pois
são conhecedores o mal que fazem, mas fecham os olhos pois acham que
pobre merece essa alimentação. Um verdadeiro absurdo suas mentalidades
egoístas e hipócritas, pois além de não gerarem emprego como pregam as
suas campanhas, retiram as escolas e o direito desse povo a estudar no seu
próprio habitar a que estão acostumados, que não é apenas um território, mas
o se lugar onde suas raízes estão firmadas.
 Conclusão

Ao ouvir Chico César cantando esta música com um tom de tamanha

indignação, de ver esta letra que grita tantas verdades, é inevitável a tristeza ao
ver tanta desumanidade, tanto mal que o ser humano provoca a nossa mãe
terra e consequentemente ao seu próximo.
Nosso Brasil precisa urgente de representantes que verdadeiramente queiram
construir uma nação igualitária de direitos.
Por fim esta música nos convida a uma reflexão muito profunda, a tomar
atitudes mesmo, não apenas lamentar, mas lutar pelo nosso planeta e contra
tudo e todos que querem nos submeter a uma vida miserável e dependente
destes tipos de produtos transgênicos.
Somos mais, somos brasileiros, somos gente, somos capazes, seremos
resistência sempre que os nossos direitos forem violados.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 (SOUZA Maria Antônia, Livro Educação do Campo 2ª Edição, p.75,

Editora Vozes).
 (Boletim da articulação Paranaense por uma Educação no Campo,
número 1, Julho de 2015)
 TEXTO DIREITO Á TERRA E Á EDUCAÇÃO: Trajetória Política dos
Sujeitos e dos Movimentos Sociais do Campo no Brasil, AZEVEDO
Márcio Adriano, QUEIROZ Maria Aparecida e SOUZA Antônio Lisboa
Leitão).