co rma agraria a Refo ´ latifúndio Origem do Latim - LATIFUNDIUM. LATUS: “grande propriedade, grande extensão de terras com um único dono, largo, amplo”. FUNDUS: “porção de terra, , propriedade”. Latifúndios são grandes propriedades agrícolas pertencentes a um proprietário, empresa ou família, podendo ser produtivos ou improdutivos. Dados referentes à concentração fundiária são, por si sós, reveladores do processo histórico de exclusão da maioria dos cidadãos do acesso à terra. Os dados do Censo Agropecuário de 2017 indicam que metade dos 5.072.152 estabelecimentos rurais existentes no país tem 10 hectares ou menos e, juntos, estes detêm apenas 2,28% das terras utilizadas para a agropecuária. Enquanto isso, 50.865 propriedades - que correspondem a cerca de 1% do total de estabelecimentos rurais - concentram 47,52% das terras agrícolas. FONTE: Caderno de Conflitos no Campo 2022. Comissão Pastoral da Terra (CPT). FONTE: Caderno de Conflitos no Campo 2022. Comissão Pastoral da Terra (CPT). Colniza - MT (2017) Nove posseiros do Projeto de Assentamento Taquaruçu do Norte foram assassinados por quatro pistoleiros, contratados por um empresário madeireiro, em 19 de abril de 2017. O grupo chegou à comunidade, invadiu os barracos e matou os nove posseiros com tiros de armas calibre 12 e golpes de facão. Algumas das vítimas foram mortas enquanto trabalhavam na terra. De acordo com a perícia houve tortura, pois vários corpos estavam amarrados e duas das vítimas foram degoladas. Pau D'arco - PA (2017) No dia 24 de maio de 2017, dez trabalhadores rurais sem terra (nove homens e uma mulher) foram mortos em uma ação da Polícia Militar (PM) e da Polícia Civil do estado do Pará, supostamente organizada para cumprir mandados de prisão contra ocupantes da Fazenda Santa Lúcia / Acampamento Nova Vida. Eldorado dos Carajás - PA (1996) Maior e mais conhecido massacre registrado na luta pela terra, o caso de Eldorado dos Carajás se refere ao assassinato de dezenove sem-terras mortos pela Polícia Militar do Estado do Pará, no dia 17 de abril de 1996. O massacre ocorreu quando 1500 sem-terra acampados na região realizavam uma marcha obstruindo a BR-155 em protesto contra a demora da reforma agrária no local. Sob o aval do secretário de segurança pública estadual (Paulo Sette Câmara), o coronel responsável pela operação (Mário Colares Pantoja) empreendeu atos de repressão e violência que culminaram nas mortes a queima roupa e por cortes. O MST acredita que para que tenhamos uma sociedade brasileira mais justa e igualitária, é preciso realizar uma ampla Reforma Agrária, de caráter popular, contribuindo para a construção da soberania nacional. Para tanto, é preciso descentralizar o acesso à terra, para que ela cumpra sua função social, garantindo os direitos e a permanência no campo das comunidades que nela vivem e trabalham, sejam estas comunidades camponesas, indígenas, ribeirinhas, seringueiras, geraizeiras e quilombolas, entre outras comunidades tradicionais. Terra Democratizar o acesso à terra e todos os bens da natureza, em nosso território nacional, para o povo brasileiro, garantindo a função social da terra e direitos de demarcação para os povos originários, comunidades tradicionais e trabalhadores(as) do campo. Impedindo a concentração de propriedades e eliminando o latifúndio. Natureza Assegurar e preservar os bens da natureza, as águas, biodiversidade (fauna e flora), minérios e fontes de energia como um bem público, acessível para toda a população, sem que se tornem mercadorias como objetos de apropriação privada. Reflorestar as áreas degradadas com ampla biodiversidade de árvores nativas e frutíferas, assegurando a preservação ambiental. Sementes As sementes são patrimônios da natureza e não pode haver sobre elas propriedade privada e controle econômico que se sobreponha a soberania nacional, em favor da produção e usufruto das sementes e mudas, a fim de preservar, multiplicar e socializar as sementes crioulas, tradicionais ou melhoradas, que contribuam com o campesinato e o fortalecimento da biodiversidade dos biomas regionais. Produção Produzir alimentos com o povo e para o povo, cultivando ambientes sustentáveis com produção saudável, preferencialmente, a partir de técnicas agroecológicas, livres de agrotóxicos e sementes transgênicas. Desenvolver a produção e as relações sociais, garantindo a permanência no campo por meio de formas de trabalho e renda a partir das associações, cooperativas e agroindústrias. Energia Desenvolver de forma cooperada a produção de energia, considerando as especificidades das regiões, municípios e comunidades, com diferentes fontes de recursos renováveis que atendam as necessidades do povo, construindo a soberania energética nacional de forma estratégica e que não ceda às especulações e privatizações do capital financeiro internacional. Educação e Cultura Garantir a população que vive no campo acesso aos bens culturais, bem como, o direito à educação pública de qualidade e gratuita. Desenvolver permanentemente formações de caráter técnico, científico e político a partir de perspectivas críticas da realidade e lugar social. Dominar os meios de comunicação e suas ferramentas em favor da cultura camponesa a partir de suas vozes e memória coletiva, buscando a superação de preconceitos e discriminações, desenvolvendo transformações sociais Direitos sociais O campo deve ser um lugar de bem viver, livre de violências, assegurando que a população rural tenha oportunidades e condições de vida digna, onde os direitos trabalhistas sejam garantidos e as relações de trabalho estejam baseadas na cooperação e combate à alienação de classe, considerando que o acesso à terra, seus bens diversos e frutos devem garantir subsistência e soberania nacional, de forma que esses direitos sejam invioláveis perante o lucro.