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EEMTI Dragão do Mar

professora jessica rebouças

ncent ra ção d e terr


co rma agraria a
Refo ´
latifúndio
Origem do Latim - LATIFUNDIUM.
LATUS: “grande propriedade, grande
extensão de terras com um único dono,
largo, amplo”.
FUNDUS: “porção de terra, ,
propriedade”.
Latifúndios são grandes propriedades
agrícolas pertencentes a um proprietário,
empresa ou família, podendo ser
produtivos ou improdutivos.
Dados referentes à concentração fundiária são,
por si sós, reveladores do processo histórico de
exclusão da maioria dos cidadãos do acesso à
terra. Os dados do Censo Agropecuário de 2017
indicam que metade dos 5.072.152
estabelecimentos rurais existentes no país tem
10 hectares ou menos e, juntos, estes detêm
apenas 2,28% das terras utilizadas para a
agropecuária. Enquanto isso, 50.865
propriedades - que correspondem a cerca de 1%
do total de estabelecimentos rurais - concentram
47,52% das terras agrícolas.
FONTE: Caderno de Conflitos no Campo 2022.
Comissão Pastoral da Terra (CPT).
FONTE: Caderno de Conflitos no Campo 2022.
Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Colniza - MT
(2017)
Nove posseiros do Projeto de
Assentamento Taquaruçu do Norte
foram assassinados por quatro
pistoleiros, contratados por um
empresário madeireiro, em 19 de
abril de 2017. O grupo chegou à
comunidade, invadiu os barracos e
matou os nove posseiros com tiros
de armas calibre 12 e golpes de
facão. Algumas das vítimas foram
mortas enquanto trabalhavam na
terra. De acordo com a perícia
houve tortura, pois vários corpos
estavam amarrados e duas das
vítimas foram degoladas.
Pau D'arco - PA
(2017)
No dia 24 de maio de 2017, dez
trabalhadores rurais sem terra (nove
homens e uma mulher) foram mortos
em uma ação da Polícia Militar (PM)
e da Polícia Civil do estado do Pará,
supostamente organizada para
cumprir mandados de prisão contra
ocupantes da Fazenda Santa Lúcia /
Acampamento Nova Vida.
Eldorado dos
Carajás - PA (1996)
Maior e mais conhecido massacre
registrado na luta pela terra, o caso de
Eldorado dos Carajás se refere ao
assassinato de dezenove sem-terras
mortos pela Polícia Militar do Estado do
Pará, no dia 17 de abril de 1996. O
massacre ocorreu quando 1500 sem-terra
acampados na região realizavam uma
marcha obstruindo a BR-155 em protesto
contra a demora da reforma agrária no
local. Sob o aval do secretário de
segurança pública estadual (Paulo Sette
Câmara), o coronel responsável pela
operação (Mário Colares Pantoja)
empreendeu atos de repressão e violência
que culminaram nas mortes a queima
roupa e por cortes.
O MST acredita que para que tenhamos uma sociedade
brasileira mais justa e igualitária, é preciso realizar uma ampla
Reforma Agrária, de caráter popular, contribuindo para a
construção da soberania nacional. Para tanto, é preciso
descentralizar o acesso à terra, para que ela cumpra sua função
social, garantindo os direitos e a permanência no campo das
comunidades que nela vivem e trabalham, sejam estas
comunidades camponesas, indígenas, ribeirinhas, seringueiras,
geraizeiras e quilombolas, entre outras comunidades
tradicionais.
Terra
Democratizar o acesso à terra e
todos os bens da natureza, em
nosso território nacional, para o
povo brasileiro, garantindo a
função social da terra e direitos de
demarcação para os povos
originários, comunidades
tradicionais e trabalhadores(as) do
campo. Impedindo a concentração
de propriedades e eliminando o
latifúndio.
Natureza
Assegurar e preservar os bens
da natureza, as águas,
biodiversidade (fauna e flora),
minérios e fontes de energia
como um bem público, acessível
para toda a população, sem que
se tornem mercadorias como
objetos de apropriação privada.
Reflorestar as áreas degradadas
com ampla biodiversidade de
árvores nativas e frutíferas,
assegurando a preservação
ambiental.
Sementes
As sementes são patrimônios da
natureza e não pode haver sobre elas
propriedade privada e controle
econômico que se sobreponha a
soberania nacional, em favor da
produção e usufruto das sementes e
mudas, a fim de preservar, multiplicar e
socializar as sementes crioulas,
tradicionais ou melhoradas, que
contribuam com o campesinato e o
fortalecimento da biodiversidade dos
biomas regionais.
Produção
Produzir alimentos com o povo e
para o povo, cultivando ambientes
sustentáveis com produção
saudável, preferencialmente, a partir
de técnicas agroecológicas, livres
de agrotóxicos e sementes
transgênicas. Desenvolver a
produção e as relações sociais,
garantindo a permanência no
campo por meio de formas de
trabalho e renda a partir das
associações, cooperativas e
agroindústrias.
Energia
Desenvolver de forma cooperada a
produção de energia, considerando as
especificidades das regiões, municípios
e comunidades, com diferentes fontes de
recursos renováveis que atendam as
necessidades do povo, construindo a
soberania energética nacional de forma
estratégica e que não ceda às
especulações e privatizações do capital
financeiro internacional.
Educação e Cultura
Garantir a população que vive no campo
acesso aos bens culturais, bem como, o
direito à educação pública de qualidade e
gratuita. Desenvolver permanentemente
formações de caráter técnico, científico e
político a partir de perspectivas críticas da
realidade e lugar social. Dominar os meios
de comunicação e suas ferramentas em
favor da cultura camponesa a partir de
suas vozes e memória coletiva, buscando
a superação de preconceitos e
discriminações, desenvolvendo
transformações sociais
Direitos sociais
O campo deve ser um lugar de bem viver, livre
de violências, assegurando que a população
rural tenha oportunidades e condições de vida
digna, onde os direitos trabalhistas sejam
garantidos e as relações de trabalho estejam
baseadas na cooperação e combate à
alienação de classe, considerando que o
acesso à terra, seus bens diversos e frutos
devem garantir subsistência e soberania
nacional, de forma que esses direitos sejam
invioláveis perante o lucro.

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