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BACHARELADO EM DIREITO
GUARABIRA
2022
ELEOCLARA CAMELO; ILGNNER LIRA; JADY GOMES; LUCAS
PAULO; NATAN MARREIRO
Trabalho Acadêmico
apresentado à escola de ensino
superior do agreste paraibano,
como parte principal para
obtenção da nota do segundo
estágio na matéria de
antropologia jurídica.
GUARABIRA
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 4
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................................................ 9
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 10
4
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, por volta do ano 1500, segundo dados da Funai (Fundação Nacional
do Índio), podia-se encontrar por volta de 3 milhões de índios, os quais eram divididos
em mais de 1.000 grupos. Ao decorrer do tempo o processo da perda de espaço aos
nativos iniciou-se com o desmatamento do pau-brasil, o surgimento das Capitanias
Hereditárias, adjunto de expedições como a de Gaspar de Lemos e a de Cristovão
Jacques e também o surgimento das capitais do Brasil e todo o cenário de
desenvolvimento econômico e estrutural que havia por trás desses fatos, levando em
consideração as agressões cometidas contra os povos nativo em busca desse
desenvolvimento. Logo, ao prolongar dos séculos, o povo nativo brasileiro acabou
perdendo ainda mais espaço por consequência de lutas, omissão e morosidade em
processos de regularização das terras, não podendo abster-se também das invasões
ilegais para extração e exploração ilegais de recursos naturais.
Ademais, o segundo critério pode ser citado pela importância das terras que
são necessárias às atividades produtivas dos nativos como a caça, pesca, coleta,
agricultura, fabricação de adornos e utensílios, tendo em vista que essas práticas
fazem parte culturalmente da vida dos povos aborígenes e que delas vem a sua
subsistência. Não obstante, um outro aspecto a ser considerado é o de preservação
dos recursos necessários ao seu bem estar. Nesse sentido, o instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) trabalha em razão de preservar os sagrados
locais indígenas (Patrimônio Material), assim como os ritos, culturas e tradições, pois
preservação destes está intrinsecamente ligada ao seu bem-estar, além de ser um
compromisso ético-político-afetivo, que auxilia para a construção de uma sociedade
integrada. O bem-estar é necessário também para criação de um vínculo afetivo com
o povo indígena.
de sua cultura. O texto menciona a União como a parte responsável por demarcar as
terras de direito originário desses povos, não obstante, tratar pelo zelo de seus bens.
Todavia o poder executivo não colabore com a luta dos povos nativos, o
judiciário vem fazendo importantes intervenções com o objetivo de amenizar essa
sensação de abandono por parte dos órgãos governamentais, assegurando a
comunidade indígena os seus direitos. Como por exemplo, pode-se citar uma recente
decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a qual explicita a possibilidade de o
poder judiciário decidir sobre a demarcação das terras indígenas, em detrimento a
competência original para tanto, que é pertencente ao poder executivo, com isso, no
fato que ensejou essa decisão, foi levada em consideração a morosidade das
agências responsáveis pela demarcação, fato que foi levado ao poder judiciário para
que se desse solução em tempo hábil, tendo em vista que a demora de oito anos
proporcionou ao grupo indígena que ocupava aquela área sérias consequências e
conflitos com outros agentes que tinham interesses na área de habitação desse grupo.
Desse modo, a 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, em decisão unânime,
manteu a disposição judicial, a qual obrigara a Funai (Fundação Nacional do Índio) a
destinar e demarcar áreas no estado de Alagoas a tribo Fulkaxó.
Tendo em vista que esses conflitos não tendem a cessar, a demora de oito
anos da Funai levou as instâncias ordinárias a determinar a conclusão do
processo administrativo em quatro meses a partir da sentença, além da
aquisição e da demarcação das terras em um ano após o trânsito em julgado.
5 CONCLUSÃO
Diante das exposições, fica claro como a luta pelas terras indígenas é um
problema grave e que merece uma solução em tempo hábil, porquanto tanta
morosidade e falta de assistência para a garantia a esse direito representam uma
ofensa a dignidade dos povos indígenas brasileiros, as leis são claras quanto as
maneiras de se efetivar suas disposições, mas é necessário uma atenção especial
quanto aos responsáveis pela administração dos órgãos e recursos que são precisos
para entregar aos índios as terras que lhe são devidas.
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REFERÊNCIAS
APARECIDA, T. (22 de 07 de 2019). Vídeo: Arquivo A mostra documentário sobre a
Realidade Indígena. Fonte: a12: https://www.a12.com/tv/programas/arquivo-
a/arquivo-a-tv-aparecida-exibe-documentario-inedito-sobre-a-realidade-
indigena
Vital, D. (04 de 05 de 2022). Por questão de sobrevivência, juiz pode mandar Funai
demarcar terras, diz STJ. Fonte: Consultor Jurídico:
11
https://www.conjur.com.br/2022-mai-04/juiz-mandar-funai-demarcar-terras-
indigenas-
stj#:~:text=Por%20quest%C3%A3o%20de%20sobreviv%C3%AAncia%2C%2
0juiz,Funai%20demarcar%20terras%2C%20diz%20STJ&text=A%20in%C3%
A9rcia%20injustific%C3%A1vel%20do%20governo,fundam