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RESUMO
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E-LOCUÇÃO / REVISTA CIENTÍFICA DA FAEX
EDIÇÃO 20 – VOLUME 10 – ISSN 2238-1899
ABSTRACT
The present study aimed to analyze the types and frequency of conflicts between
public servants in a city hall in the northwest region of the state of Rio Grande do Sul.
For this purpose, a quantitative and descriptive research was used. A sample of 164
city officials selected for performing their functions in various departments and sectors
of the City Hall participated. For data collection, the Intragroup Conflicts (ECI) scales
adapted by Martins, Guimarães and Oliveira (2006) and the Conflicts between
Supervisor and Subordinates (ECSS) scales adapted by Martins et al. (2007), applied
during the month of December 2020. From the data analysis it was verified the constant
existence of interpersonal conflicts between the servers, considering that 51.8% stated
that they had already been involved in some type of conflict within your work
environment. The highest incidence of conflicts identified was of the intragroup type,
both conflicts related to tasks and relationships. Faced with the identification of the
existence of functional and dysfunctional conflicts, the need for actions aimed at
mediation and conflict resolution by City Hall managers is highlighted.
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1 INTRODUÇÃO
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2 METODOLOGIA
A região noroeste do estado do Rio Grande do Sul (RS) é composta por vinte
municípios (CGMA, 2015). Possui sua economia pautada na agropecuária,
especialmente na criação de suínos (RIO GRANDE DO SUL, 2015).
O município em que foi realizada a pesquisa é um dos mais populosos da região
(RIO GRANDE DO SUL, 2015), e emprega um quantitativo significativo de servidores
públicos, especialmente na Prefeitura Municipal, foco neste estudo.
De acordo com informações coletadas junto ao Departamento de Recursos
Humanos (DRH), atualmente existem 276 servidores lotados na Prefeitura Municipal,
sendo 26 estagiários. Destes 276 servidores estão distribuídos entre as diversas
secretarias, como: Secretaria de Gestão e Fazenda, Secretaria de Planejamento
Urbano e Habitação, Secretaria de Desenvolvimento Educacional, Secretaria de
Infraestrutura Urbana, Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Procuradoria
Geral do Município, etc. Participaram da pesquisa uma amostra de 164 servidores,
sendo escolhidos por aturem em alguma das secretarias na sede da Prefeitura.
No que tange os aspectos metodológicos utilizou-se de uma abordagem
quantitativa, visto que buscou-se quantificar opiniões e de técnicas estatísticas de
análise (PRODANOV; FREITAS, 2013), e descritiva, pois visou a identificação de
características de uma determinada amostra (PRODANOV; FREITAS, 2013). Assim,
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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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técnicas que podem ser utilizadas para solucionar os conflitos, e que podem auxiliar
frente a processos conflituosos (GARBELINI, 2018).
Diante da existência de conflitos, é essencial a atuação constante de líderes e
gestores, e que estes estejam atentos a perceber o conflito a tempo suficiente para
agir de forma a contribuir para uma melhora contínua da equipe/grupo de trabalho
(SILVA; FERREIRA, 2016). Neste sentido Matos (2014, p. 92) ressaltou que “o
gerente deve prevenir tensões e intervir nas situações para administrar conflitos e
direcionar as energias para os resultados”.
Para Oliveira (2017), primeiramente é necessário conhecer as causas do
conflito, para por seguinte gerar percepções possíveis a respeito da situação. A partir
destes aspectos, pensar as intenções dos envolvidos e estratégias que possam ser
utilizadas para sua resolução. Como resultados para este processo, pela perspectiva
do autor, pode-se auferir em quatro possíveis situações finais: perde-perde; perde-
ganha; ganha-perde e ganha-ganha (OLIVEIRA, 2017). Wagner e Hollenbeck (2020)
mencionaram a barganha e a negociação como principais técnicas na gestão de
conflitos.
Pela percepção de McShane e Glinow (2013) a gestão eficiente de conflitos
dá-se com base no estilo adotado para geri-los, que pode ser por meio da resolução;
imposição; evitá-lo; ceder e/ou negociar. Ainda, a adoção do melhor estilo depende
de situação para situação e conforme a ocasião, sendo a resolução de problemas para
os autores em questão, a melhor opção.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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se identificarem com o cargo que atuam, 15,3% pela remuneração, 11,7% pela
possibilidade de estágio, 7,4% são Cargos de Confiança, sendo indicação política e
2,4% marcaram a opção, outro motivo.
A estabilidade foi elencada como principal motivo para o ingresso no serviço
público nesta pesquisa. Os resultados corroboram com a pesquisa de Diniz, Cruz e
Silva (2012) aplicada nos municípios de Arraial do Cabo, Cabo Frio e São Pedro da
Aldeia do estado do Rio de Janeiro (RJ), com 58 servidores, em que a estabilidade foi
motivo para 50% dos participantes na escolha do cargo público.
Além disso, os servidores foram questionados quanto à pretensão em realizar
outro concurso público, foram obtidas as seguintes respostas: 54,3% pretende realizar
outro concurso público e 45,7% não pretende fazer outro concurso público. Tendo em
vista que a maioria dos servidores tem pretensão em realizar outro concurso público,
conclui-se que estes não estão satisfeitos de algum modo quanto a algum aspecto do
serviço público.
Os conflitos podem ser vislumbrados tanto sob um viés positivo quanto negativo
(LANA et al.,2016). Em uma organização pública não é diferente. No entanto, os
conflitos precisam ser assumidos e geridos, visto que se ignorados colocam em risco
a qualidade e rendimento no trabalho (CARDOSO; ESTRELLA, 2014, QUATRIN,
FABRICIO, 2016).
Foi questionado aos participantes, se os mesmos já haviam se envolvido em
algum conflito no seu ambiente de trabalho, 51,8% responderam que sim e 48,2% que
não. Para aqueles que disseram que já se envolveram em conflitos, foi questionada a
frequência. A maioria respondeu que se envolvia constantemente em pequenos atritos
e que estes ocorriam em média de umas a duas vezes ao ano, dependendo do setor
no qual estavam trabalhando.
Os conflitos intragrupais são aqueles que surgem devido à divergência de
opiniões/ideias em um mesmo grupo e/ou setor (CARVALHAL et al., 2006). Assim,
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buscou-se analisar a frequência e existência desse tipo de conflito, tal como pode ser
verificado no quadro 1 a seguir.
Conflitos Intragrupais 0 1 2 3
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Averiguou-se que
para 17% existe tensão devido aos conflitos existentes, neste sentido ressalta-se a
possibilidade de influência na saúde física e psíquica do servidor. Neste sentido
ressalta-se que a tensão corresponde a um conflito de relacionamento, ou seja, pode
ser considerada disfuncional para o desenvolvimento das atividades profissionais
(ROBBINS, 2005, DEMO, 2010). Quanto a este aspecto, Aguiar e Santos (2017)
identificaram em sua pesquisa que servidores passaram a sofrer depressão e pedir
afastamento devido principalmente à situação provocada pela tensão frente a
processos de mudança.
As divergências de opiniões por vezes direcionam aos conflitos
(MALAKOWSKY; KASSICK, 2014). Pela perspectiva de Malakowsky e Kassick (2014,
p.114), o “conflito é visto como um estimulador, despertando planos de ação, novas
ideias e opiniões. Porém, também pode ser visto como difusor de discussões e
insatisfação perante os colaboradores”.
Referente a quanta discordância de opinião sobre as tarefas há entre os
membros da equipe, 20,1% responderam que não há nenhuma discordância, 62,2%
que há pouca, 14% que há muita discordância e 3,7% que há muitíssima discordância
sobre as tarefas. Assim, auferiu-se que para 17,7% existem conflitos devido a tarefas
devido à discordância de opiniões. Relativo à
diferença de ideias sobre a realização das tarefas existe entre os membros do seu
grupo ou equipe, 23,8% responderam muita e 1,8% muitíssima. Em relação a quanta
diferença de ideias sobre as decisões de trabalho que a equipe enfrenta, 12,2%
responderam que nenhuma, 66,5% responderam que pouca, 20,1% afirmam que há
muita diferença de ideia e 1,2% muitíssima. Os resultados direcionaram para 21,3%
de conflitos devido a diferentes ideias/opiniões.
Ademais, foi questionado sobre quanta diferença de opinião existe em relação
às tarefas e atividades, em que 13,4% afirmaram que não há nenhuma diferença,
67,1% responderam que há pouca, 17,7% responderam que há muita e 1,8% que há
muitíssima. Assim, para 19,5% existe perspectiva de conflitos com base em diferentes
ideias entre a equipe.
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1 Conflito emocional existente entre você e seu chefe 65,9% 26,2% 5,5% 2,4%
2 Raiva existente entre você e seu chefe 83,5% 12,8% 2,4% 1,2%
3 Atrito pessoal existente entre você e seu chefe 80,5% 15,2% 2,4% 1,8%
7 Desacordo de ideias existente entre você e seu chefe 36% 55,5% 7,9% 0,6%
9 Diferença de opinião existente entre você e seu chefe 22% 65% 11,6% 1,2%
Fonte: Dados da Pesquisa (2021).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
FERREIRA, C.A.A.; REIS NETO, M.T. Gestão de conflitos nas organizações: um olhar
para a saúde. Revista Eletrônica Gestão & Saúde. V. 6, n. 3, 2015.
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MARTINS, M.C.F.; ABAD, A.Z.; PEIRÓ, J.M. Conflitos no ambiente de trabalho. In:
SIQUEIRA, M.M.M. (Org). Novas medidas do comportamento organizacional.
Porto Alegre: Artmed, 2014.
MYERS, D.G.; DEWALL, N. Psicologia. SERRA, C.A.; FARIA, L.C.Q. (Trad.). Rio de
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REEVE, J. Motivação e emoção. PONTES, L.A.F. et al. (Trad.). Rio de Janeiro: LTC,
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