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PHAEOPHYCEAE

Características gerais

 Grupo muito homogêneo que envolve as algas mais


complexas;

 Não existem formas unicelulares, coloniais ou


filamentosas sem ramificação  talo varia de
milimetros a muitos metros (Kelps).
Características gerais

Apresentam de 900 a 2000 espécies  noção de


espécie complexa

Alternância heteromórfica

Grande plasticidade fenotípica

Intercompatibilidade (híbridos)

São indivíduos morfologicamente semelhantes que se


ESPÉCIE cruzam e produzem indivíduos férteis
Características gerais

 Substância de reserva  Laminarina, manitol e


lipídeos;

 Clorofila a e c, α e β carotenos e várias xantofilas


(principalmente fucoxantina e violaxantina  dão a
cor parda);
Características gerais

 Parede celular  celulose, alginatos (interesse


econômico) e fucanos sulfatados;

Esporos e gametas flagelados heterocontes e


dispostos lateralmente
Caracteres derivados próprios

 Órgãos reprodutores particulares  uniloculares


(meiose) e pluriloculares (mitose);

 Dentro das Ochrophyta, são as únicas que


possuem plasmodesmas.
Habitat

 Hábitat predominantemente marinho  4-5 gêneros


de água doce;

 Hábito bentônico ou planctônico (raro)


 Em mares de águas frias  maior diversidade e
variedade de tipos morfológicos.
Habitat

Ocorrem desde a zona supralitoral até a infralitoral


Na zona mesolitoral e na parte superior da zona
infralitoral (35 a 40m de profundidade)  mais
abundantes;

 No infralitoral (em grande profundidade)  em


águas tropicais claras
Morfologia do talo

 ESTRUTURA:

- Filamentoso ramificado (ereto ou heterótrico)

- Pseudoparenquimatoso;

- Parenquimatoso (divididas em várias regiões e


apresentando vários tipos de células  pigmentos e
reserva).
Morfologia do talo

Parenquimatoso Pseudoparenquimatoso
Morfologia do talo

CRESCIMENTO:

Divisão:

- Apical
Difuso
- Intercalar
Local preciso

Tricotálico (Desmarestiales e Cutleriales)


Morfologia do talo
Morfologia do talo

 FIXAÇÃO:

- Sistema prostrado  talo


heterótrico (talo com parte
prostrada e parte ereta);

- Apressório  estrutura parenquimatosa que envolve o


substrato
Morfologia do talo

 FORMAÇÃO DO ESTIPE:

- Estruturas longas e flexíveis entre o apressório e a


lâmina celular;

- Funções:

Resistência aos movimentos d’água;

Elevação das partes fotossintetizantes na coluna


d’água
Morfologia do talo

Lâmina

Zona meristemática

Estipe
Apressório
Morfologia do talo

 FLUTUADORES OU AEROCISTOS  bolsas de ar


encontradas em algumas espécies.
Reprodução

 Ocorrem reprodução vegetativa (fragmentação),


espórica e gamética;

Verifica-se isogamia, anisogamia e oogamia;

Gerações isomórficas ou heteromórficas;


Reprodução

ISOGENERATAE:
-Ciclo de vida com alternância de geração isomórfica
Ex. Ectocarpales, Sphaceralariales e Dictyotales.
• HETEROGENERATAE:
-Alternância de geração heteromórfica
(esporófito maior que o gametófito)
Ex: Laminariales e Dictyosiphonales
• CYCLOSPORAE:
-Sem alternância de geração
Ex. Fucales.
Reprodução

 Ciclos biológicos afetados por:

- Fotoperíodo;

- Temperatura;
- Disponibilidade de nutrientes;
- Salinidade da água.
Reprodução

 ÓRGÃO PLURILOCULAR:

- Ocorre no gametófito (produz gametas) como no


esporófito (gerando o ciclo neutro);

- Produz as estruturas de reprodução através de mitose.


Reprodução

 ÓRGÃO UNILOCULAR:

- Ocorre apenas no esporófito (produz a alternância de


geração);

- Produz as estruturas de reprodução através de meiose.


Reprodução

Órgão plurilocular
Órgão unilocular
Reprodução

 CONCEPTÁCULOS  Cavidade
do talo onde se encontram as
estruturas de reprodução  o
conjunto encontra-se inserido nos
receptáculos (presentes só nas
Fucales).
Reprodução
Gameta
E! (n)
Gametófito Órgão Zigoto
(n) plurilocular (2n)
Gameta
(n)
E!

E! Esporos R! Órgão Esporófito


(n) Unilocular (2n)

https://youtu.be/KFCFPaxjnsk

Órgão E! Esporos
https://youtu.be/vI7cAUTNkuA plurilocular neutros (2n)
Importância biológica e econômica

 Importantes produtores primários;

 Alimentação  Laminaria spp. (kombu), Undaria


pinnatifida (wakame)

 Fertilizantes  importante fonte de potássio;

Fonte de Iodo  utilizado pelos chineses há mais de


1500 anos.
Importância biológica e econômica

 Alginato  agente geleificante, estabilizante e


emulsificante. Importante na indústria de sorvetes, tintas
e cervejas (permite a formação da espuma), como aditivos
em vernizes, óleos, graxas, isolantes elétricos,
detergentes, na indústria petroquímica (papelaria,
impressão de tecidos, papelaria, tratamento de água)

Na medicina  fucanos sulfatados  anticoagulante,


tônicos, estimulantes e remineralizantes.
RHODOPHYTA
Características gerais

 700 gêneros e mais de 10000 espécies descritas 


grande número de sinônimos  4000 - 6000 espécies
efetivas.

 Apresentam um tamanho médio (de alguns milímetros


a dezenas de centímetros)  raros unicelulares e quase
sempre apresentam talos filamentosos.

 Formam um grupo homogêneo e bem definido.


Características gerais

Cloroplasto com duas membranas com ficobilissomos


comparáveis as cianobactérias  ficobilinas dão a cor
característica e permitem colonização em águas mais
profundas (até 268m, com 0,05% de intensidade
luminosa).
Características gerais

Substância de reserva  amido das florídeas


(semelhante ao glicogênio)  armazenado no citoplasma.

Não possuem flagelos, inclusive nos gametas 


ausência de centríolos;
Caracteres derivados próprios

 Sinapse (pit-connection)  abertura na parede


celular de duas células vizinhas

- Mitose  divisão incompleta  orifício  rolha


sináptica (proteínas e polissacarídeos ácidos)

- Sinapse primária  entre duas células do mesmo


filamento

- Sinapse secundária  entre células de filamentos


diferentes.
Citologia

 Plastídeos  um ou vários, parietais ou centrais,


providos ou não de pirenóides.

 Tilacóides  isolados, eqüidistantes e, muitas vezes,


dispostos na periferia do plastídeo.

 Pigmentos  Clorofila a e d (em algumas espécies),


ficobilinas, α e β-caroteno e algumas xantofilas
(Zeaxantina, Luteína e Violaxantina).
Citologia
 Células muitas vezes multinucleadas:
- Várias causas  divisão apenas do núcleo, fusão
celular ou sinapses secundárias

- Parasitismo e sinapses secundárias  transferência


de núcleos para o hospedeiro  controlar e reconduzir a
fisiologia do hospedeiro a seu favor.
 Inclusões citoplasmáticas:
- de natureza fenólica  iridescência.
- de natureza protéica  reserva nitrogenada.
Citologia
Citologia

 Parede celular:
- Componente interno rígido (microfibrilas de celulose);

- Camada externa mucilaginosa (polímero de galactose


sulfatada – ágar ou carragenano)  confere a
flexibilidade e textura escorregadia as algas  dificulta
a colonização de outros organismos e facilita a absorção
de luz;
Citologia

- Depósito de carbonato de cálcio (em algumas


algas)  função incerta

- Armazenamento de CO2 da água para a fotossíntese


- Resistência a choques mecânicos.
Habitat

 Habitat predominantemente marinho  100 espécies


de água doce.

 Hábito bentônico ou planctônico (raro), podendo ser


também epífita ou endofítica, parasita ou hemiparasita
de outras algas.

 Distribuição predominantemente tropical.


Morfologia do talo

 Estrutura:

- Unicelular

- Filamentosos (uniaxial, multiaxial e heterotríquias).

 Crescimento:

- Apical - Difuso; - Terminal;


- Intercalar
Morfologia do talo

Unicelular

sp.
Morfologia do talo

Filamentosa
uniaxial

sp.
Morfologia do talo
Filamentosa multiaxial

sp. sp.
Reprodução

 Reprodução assexuada:

- Formação de propágulos;

- Diversos tipos de esporos  monósporos (um só


esporo por esporocisto).

- Propágulos e monósporos liberados na água do mar


 condições favoráveis  fixação no substrato 
mitoses sucessivas  indivíduo.
Reprodução

 Reprodução sexuada:

- Problemas  indivíduos fixos e ausência de gametas


flagelados.

- Conseqüências  fecundação casual e rara formação


de zigotos  baixa diversidade genética da progênie 
colapso populacional.
Reprodução
 Soluções  alternância de geração (ciclo diplobionte)
e meiose espórica.

- Avanço evolutivo posterior  geração diplóide


carposporofítica (ciclo trifásico).

- Direção da fecundação:

Gametófito Masculino  espermatângios  espermácio


(sem parede)  Gametófito

Gametófito Feminino  Tricógine (germinação do


espermácio)  oosfera (dentro do carpogônio)  zigoto.
Reprodução

- Destino do zigoto:

Ciclo diplobionte – zigoto  carpósporo 


esporófito  gametófito

Ciclo trifásico – zigoto (mitoses sucessivas) 


filamento gonimoblasto (indivíduo carposporofítico) 
carposporângio  carpósporos diplóide  tetrasporófito
 tetrasporângio  meiose  tetrásporos  gametófito
Reprodução

 Casos especiais  Ciclos bifásicos (sem formação


do tetrasporófito)

- Meiose zigótica

- Meiose carposporófita
Reprodução

CICLO DIPLONTE

Gameta
Gametófito E! (n) Zigoto
(n) (2n)
Gameta
(n)

Esporos Esporófito
Carpósporo
E! (n) R! (2n) E!
Reprodução

CICLO BIFÁSICO

Gameta
Gametófito E! (n) Zigoto
(n) (2n)
Gameta
(n)
E!

Carpósporos Carposporófito
E! (n) R! (2n)
Reprodução

CICLO BIFÁSICO

Gameta
Gametófito E! (n) Zigoto
(n) (2n)
Gameta
(n)
R!

Carpósporos Carposporófito
E! (n) E! (n)
Reprodução

CICLO TRIFÁSICO
Gameta
E! (n) Zigoto
Gametófito
(n) (2n)
Gameta
(n) E!

Carposporófito
E! Ciclo trifásico (2n)

E!

Terásporos R! Tetrasporófito E! Carpósporos


(n) (2n) (2n)
Reprodução
Importância biológica e econômica

 Importantes produtores primários;

 Alimentação  Porphyra (nori)

 Fertilizantes  adubo calcário;

 Utilizadas na constituição de próteses ósseas


(coralináceas);

 Papel de cimentação indispensável à formação e


sobrevivência dos recifes de coral;
Importância biológica e econômica

 Galactanos sulfatados (importância econômica):

- Carragenano  Geleificantes e espessantes de


sobremesas lácteas, em carnes, geléias e em cosméticos.
Importância biológica e econômica

- Agar  Formam géis muito resistentes,


termoreversíveis  laboratórios.

Geleificante (exceto no leite), espessante e emulsificador,


usados na indústria farmacêutica (remédios) e
agroalimentar (coberturas e glacês de bolos, doces
geleificados).
CHLOROPHYTA
Características gerais

 Semelhanças entre algas verdes e briófitas e as


plantas vasculares:

- São os únicos grupos de organismos que contêm


clorofila a e b

- Armazenam amido no interior dos plastos


- Apresentam paredes celulares rígidas (celulose,
hemicelulose e substâncias pécticas)
Características gerais

- Estrutura microscópica das células reprodutivas


flageladas em algumas algas verdes assemelha-se à dos
anterozóides das plantas;

- Além de dados moleculares que apontam fortes


evidências de que esses 3 grupos de organismos
constituem um clado de plantas verdes (viridófitas)
Características gerais

Sub-reino Viridiplantae  com duas linhagens:


Chlorophyta: inclui somente algas

Streptophyta: inclui algas e Embriófitas

Algas verdes: 16.000 spp.; Embriófitas: > 300.000


spp.

 São organismos cosmopolitas;


Características gerais

Grupo de algas mais grandemente estudadas por:

 Sua ampla distribuição;

 Suas relações com os vegetais superiores;

 Facilidade com que muitas espécies têm de serem


cultivadas em laboratório.
Caracteres derivados próprios

 Plastídio envolto por duas membranas, contendo as


clorofilas a e b;

 Amido intraplastidial, como substância de reserva;

 Nas células flageladas, há a presença de uma


estrutura estrelada, na zona de transição dos flagelos
(“peça em H”), observável em seção transversal.
Outras características

 Cloroplasto com formas (importância taxonômica) e


número variáveis.

 Tilacóides agrupados de 2 a 6 (podendo formar os


grana)  depende da disponibilidade de nutrientes;
pirenóides associados ou não.
Outras características

Clorofila a e b (predominância  maior dependência


de luz), α e β-carotenos e algumas xantofilas
(principalmente Neoxantina  relacionada ao
Fotossistema II).

Substância de reserva  amido e lipídeos.


Outras características

Parede celular:
- Muitas apresentam ornamentações (importância
taxonômica).

- Estrutura fibrilar  Celulose (maioria), xilose


(Caulerpa spp.), manose (Acetabularia spp.),
carbonato de cálcio (Halimeda spp.  podem
participar na formação dos recifes de corais) ou nua
(apenas pectina).

- Matriz não-fibrilar  hemicelulose.


Outras características
 Núcleo  um a vários
 Divisão celular  dois tipos:
- Ficoplasto  perpendicular ao fuso mitótico que
desaparece após divisão  característico das
Chlorophyta;

- Fragmoplasto  paralelo ao fuso mitótico que


persiste após divisão  característico das
Streptophyta;
Chlorophyceae – fuso
mitótico não persistente

Carofíceas - fuso mitótico


é persistente
Habitat

 Marinho, água doce (predominância), solo


(Trentepohlia spp.), ambientes hipersalinos, de altas
temperaturas e até na neve (Chlamydomonas spp.).

 Hábito  Bentônico, perifítico, planctônico e


endossimbionte.
Morfologia do talo

Morfologia muito variada:

- Unicelulares  móveis ou imóveis;

Chlamydomonas sp. Closterium sp. Chlorella sp.


Morfologia do talo

- Unicelulares  móveis ou imóveis;

Micrasterias sp. Monoraphidium sp.


Morfologia do talo

- Coloniais  móveis ou imóveis, podendo ser cenóbicos;

Gonium sp. Pandorina sp.


Morfologia do talo

- Coloniais  móveis ou imóveis, podendo ser cenóbicos;

Pediastrum sp. Platydorina sp.


Morfologia do talo

- Coloniais  móveis ou imóveis, podendo ser cenóbicos;

Volvox sp.

Scenedesmus sp.
Morfologia do talo

- Filamentosos  com ou sem ramificação;

Oedogonium sp.
Cladophora sp.
Morfologia do talo
- Filamentosos  com ou sem ramificação;

Spirogyra sp.
Morfologia do talo

- Cenocíticos;

Caulerpa sp. Codium sp.


Morfologia do talo
- Cenocíticos;

Bryopsis sp.

Halimeda sp.
Morfologia do talo

- Parenquimatosos  com dois (Monostroma) ou três


(Ulva) planos.

Monostroma sp. Ulva sp.


Morfologia do talo

- Parenquimatosos  Em Charales  crescimento


apical e corpo dividido em nó e internó

Chara sp.
Reprodução

 Reprodução assexuada com a produção de esporos


(móveis ou não), bem como por fragmentação;

 Reprodução sexuada mais variada entre todos os


organismos fotossintetizantes  todas as formas de
gametas e ciclos de vida:
Reprodução

 Destaque: Formação de células estéreis de proteção


ao redor dos gametângios (Charales).

Oogônio

Anterídeo
Afinidades

 Coleochaetales e Charales estão mais próxima


filogeneticamente às briófitas e às plantas vasculares:

- São oogâmicas e seus anterozóides são


ultraestruturalmente similares aos das briófitas;

- Possuem células vegetativas uninucleadas contendo um


grande cloroplasto com um pirenóide, semelhante ao
que ocorre nas briófitas;

- Zigotos permanecem presos ao talo parental;


Afinidades

- As Charales exibem crescimento apical , além de


estarem diferenciados em regiões nodais e internodais;

- Zigotos são envoltos por uma parede grossa que


apresentam esporopolenina. A esporopolenina é um dos
componentes dos esporos e pólen das plantas;

- Análises genéticas indicam que Charales são as


parentes vivas mais próximas das primeiras plantas.
Importância biológica e econômica

 Importantes produtores primários, principalmente


em ambientes de água doce.

 Várias clorófitas (p.e. Chlorella spp.) apresentam


crescimento rápido e alta tolerância às condições de
cultivo  produzidas para alimentar organismos
aquáticos.

 Extração de carotenóides (Dunaliella spp.) 


corantes naturais.
Importância biológica e econômica

 Alimentação no Oriente (Enteromorpha sp. e


Monostroma sp.  movimentam milhões de dólares ao
ano).

 Algumas clorófitas microscópicas podem formar


florações em ambientes aquáticos, mas não produzem
ficotoxinas.

 São bons bioindicadores ambientais.


Importância biológica e econômica

 Algumas clorófitas multicelulares (Ulva sp.,


Enteromorpha sp. e Cladophora sp.) são resistentes à
poluição  apresenta dominância em locais rasos sob
forte impacto antrópico.

 Algumas clorófitas multicelulares (p.e. Caulerpa


taxifolia) podem se tornar invasores  interferem na
flora e fauna locais.
RHODOPHYTA
CHLOROPHYTA

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