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MATEUS ANDRADE

Elivelton Felix Rosa - eliveltonfelix@msn.com - CPF: 282.212.468-08


Elivelton Felix Rosa - eliveltonfelix@msn.com - CPF: 282.212.468-08
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
ÉTICA
Lei Seca Esquematizada
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
Decreto n° 1.171, de 1994........................................................................................................................................0707
Decreto n° 6.029, de 2007........................................................................................................................................1010

REGIME JURÍDICO ÚNICO


Lei Seca Esquematizada
Lei n° 8.112, de 11 de novembro de 1990 e alterações...........................................................................................1717
O Servidor Público como Agente de Desenvolvimento Social..................................................................................5555
Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público.........................................................................................................5555

DIREITO A DMINISTRA TIV O


Administração Pública..................................................................................................................................................5959
Poderes da Administração.................................................................................................................................... 67
Agentes Públicos.........................................................................................................................................................70
70
Atos Administrativos – Aspectos Gerais....................................................................................................................77 77
Contratos da Administração Pública (Lei n° 8666/93).......................................................................................... 83
Licitações e Contratos Administrativos (Lei n° 8.666/93)..................................................................................... 88
93
Serviços Públicos.........................................................................................................................................................93
Bens Públicos........................................................................................................................................................ 95
Limitações do Estado ao Direito de Propriedade.........................................................................................................98 98
Controle da Administração Pública..........................................................................................................................101 101
Responsabilidade Civil do Estado................................................................................................................................104 104
Lei Seca Esquematizada
Lei n° 8.429 de 2 de Junho de 1992 e as alterações da Lei n° 14.230 de 26 de Outubro de 2021............................105 105
Lei n° 9.784, de 29 de Janeiro de 1999 (Lei do Processo Administrativo).................................................................120 120

DIREITO CONSTITUCIONA L
Direitos e Garantias Fundamentais
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos............................................................................................................133 133 133
156
Dos Direitos Sociais......................................................................................................................................................156
156
Da Nacionalidade.........................................................................................................................................................160
160 160
Da Organização do Estado
Da Administração Pública.............................................................................................................................................163163
Lei Seca Esquematizada
Direitos e Garantias Fundamentais
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos..............................................................................................................172 172
Dos Direitos Sociais........................................................................................................................................................177
177
Da Nacionalidade...........................................................................................................................................................178
178
Dos Direitos Políticos.....................................................................................................................................................179
179
Da Organização do Estado
Da Administração Pública...............................................................................................................................................181
181

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SEGURIDA DE SOCIA L
Seguridade Social
Conceituação.........................................................................................................................................................191
191
Princípios e Objetivos............................................................................................................................................191
191
Saúde, Assistência e Previdência Social.................................................................................................................194 194
Financiamento da Seguridade Social – Normas Constitucionais...........................................................................204 204
Regime Geral de Previdência Social
Legislação Previdenciária......................................................................................................................................229
229
Organização da Previdência Social........................................................................................................................234 234
204
Planos de Benefícios da Previdência Social...........................................................................................................237 237
Filiação e Inscrição de Segurados e Dependentes.................................................................................................258 258
Regras Gerais Aplicáveis aos Benefícios................................................................................................................262 262
Período de Carência..............................................................................................................................................264
264
Benefícios em Espécie...........................................................................................................................................272
272
Benefícios dos Dependentes.................................................................................................................................294 294
Serviços da Previdência Social..............................................................................................................................300 300
Justificação Administrativa...................................................................................................................................303303
Acumulação de Benefícios....................................................................................................................................303 303
O Bem Jurídico Tutelado.......................................................................................................................................307307
Apropriação e Sonegação de Contribuição Previdenciária...................................................................................308 308
Estelionato contra o INSS.....................................................................................................................................310310
Crimes contra a Fé Pública em Detrimento ao INSS.............................................................................................311 311
Crimes contra a Administração Pública em Detrimento ao INSS..........................................................................311 311
Constituição Prévia e Definitiva da Publicação Previdenciária no Âmbito Administrativo...................................312 312
Lei Seca Esquematizada
Lei 8.212, de 1991 e Lei 8.213, de 1991, e alterações.......................................................................................... 314314
Decreto n° 3.048, de 1999, e alterções.................................................................................................................314 314
Lei Orgânica da Assistência Social /(LOAS)............................................................................................................344 344

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ÉTICA

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Ética

Decreto n° 1.171: Código de Ética VII- SALVO OS CASOS DE SEGURANÇA


Profissional do Servidor Público Ci- NACIONAL, INVESTIGAÇÕES POLICIAIS
vil do Poder Executivo Federal OU INTERESSE SUPERIOR DO ESTADO E
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, A SEREM
PRESERVADOS EM PROCESSO PREVIA-
CAPÍTULO I MENTE DECLARADO SIGILOSO, NOS
Seção I TERMOS DA LEI, A PUBLICIDADE DE
Das Regras Deontológicas QUALQUER ATO ADMINISTRATIVO
CONSTITUI REQUISITO DE EFICÁCIA E
MORALIDADE, ensejando sua omissão
I- A DIGNIDADE, O DECORO, O ZELO, A comprometimento ético contra o bem co-
EFICÁCIA E A CONSCIÊNCIA DOS PRIN- mum, imputável a quem a negar
CÍPIOS MORAIS SÃO PRIMADOS MAIO-
VIII- TODA PESSOA TEM DIREITO À VER-
RES QUE DEVEM NORTEAR O SERVIDOR
DADE. O servidor não pode omiti-la ou fal-
PÚBLICO, seja no exercício do cargo ou fun-
seá-la, ainda que contrária aos interesses da
ção, ou fora dele, já que refletirá o exercício
própria pessoa interessada ou da Adminis-
da vocação do próprio poder estatal. Seus
tração Pública. Nenhum Estado pode crescer
atos, comportamentos e atitudes serão dire-
ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do
cionados para a preservação da honra e da
hábito do erro, da opressão ou da mentira,
tradição dos serviços públicos
que sempre aniquilam até mesmo a digni-
II- O SERVIDOR PÚBLICO NÃO PODERÁ dade humana quanto mais a de uma Nação
JAMAIS DESPREZAR O ELEMENTO ÉTICO
IX- A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o
DE SUA CONDUTA. Assim, não terá que de-
tempo dedicados ao serviço público caracte-
cidir somente entre o legal e o ilegal, o justo
rizam o esforço pela disciplina. TRATAR
e o injusto, o conveniente e o inconveniente,
MAL UMA PESSOA QUE PAGA SEUS TRI-
o oportuno e o inoportuno, mas principal-
BUTOS DIRETA OU INDIRETAMENTE
mente entre o honesto e o desonesto, con-
SIGNIFICA CAUSAR-LHE DANO MORAL.
soante as regras contidas no art. 37, ca-
Da mesma forma, causar dano a qualquer
put, e § 4°, da Constituição Federal
bem pertencente ao patrimônio público, de-
III- A moralidade da Administração Pública teriorando-o, por descuido ou má vontade,
não se limita à distinção entre o bem e o mal, não constitui apenas uma ofensa ao equipa-
devendo ser ACRESCIDA DA IDÉIA DE mento e às instalações ou ao Estado, mas a
QUE O FIM É SEMPRE O BEM COMUM. O todos os homens de boa vontade que dedi-
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, caram sua inteligência, seu tempo, suas es-
na conduta do servidor público, é que poderá peranças e seus esforços para construí-los
consolidar a moralidade do ato administra-
X- Deixar o servidor público qualquer pessoa
tivo
à espera de solução que compete ao setor
VI- A remuneração do servidor público é cus- em que exerça suas funções, permitindo a
teada pelos tributos pagos direta ou indire- formação de longas filas, ou qualquer outra
tamente por todos, até por ele próprio, e por espécie de atraso na prestação do serviço,
isso se exige, como contrapartida, que a mo- não caracteriza apenas atitude contra a ética
ralidade administrativa se integre no Direito, ou ato de desumanidade, mas principal-
como elemento indissociável de sua aplica- mente grave dano moral aos usuários dos
ção e de sua finalidade, erigindo-se, como serviços públicos
conseqüência, em fator de legalidade
XI- O servidor deve prestar toda a sua aten-
V- O trabalho desenvolvido pelo servidor pú- ção às ordens legais de seus superiores, ve-
blico perante a comunidade deve ser enten- lando atentamente por seu cumprimento, e,
dido como acréscimo ao seu próprio bem-es- assim, evitando a conduta negligente. Os re-
tar, já que, como cidadão, integrante da so- petidos erros, o descaso e o acúmulo de des-
ciedade, o êxito desse trabalho pode ser con- vios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir
siderado como seu maior patrimônio e caracterizam até mesmo imprudência no
VI- A função pública deve ser tida como desempenho da função pública
exercício profissional e, portanto, se integra XII- TODA AUSÊNCIA INJUSTIFICADA
na vida particular de cada servidor público. DO SERVIDOR DE SEU LOCAL DE TRABA-
Assim, os FATOS E ATOS VERIFICADOS LHO É FATOR DE DESMORALIZAÇÃO DO
NA CONDUTA DO DIA-A-DIA EM SUA SERVIÇO PÚBLICO, O QUE QUASE SEM-
VIDA PRIVADA PODERÃO ACRESCER OU PRE CONDUZ À DESORDEM NAS RELA-
DIMINUIR O SEU BOM CONCEITO NA ÇÕES HUMANAS.
VIDA FUNCIONAL

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Ética

XIII- O servidor que trabalha em harmonia i) resistir a todas as pressões de superiores


com a estrutura organizacional, respeitando hierárquicos, de contratantes, interessados e
seus colegas e cada concidadão, colabora e outros que visem obter quaisquer favores,
de todos pode receber colaboração, pois sua benesses ou vantagens indevidas em decor-
atividade pública é a grande oportunidade rência de ações imorais, ilegais ou aéticas e
para o crescimento e o engrandecimento da denunciá-las
Nação j) ZELAR, NO EXERCÍCIO DO DIREITO DE
GREVE, pelas exigências específicas da de-
Seção II fesa da vida e da segurança coletiva
Dos Principais Deveres do Servidor l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na cer-
Público teza de que sua ausência provoca danos ao
trabalho ordenado, refletindo negativamente
em todo o sistema
XIV - São DEVERES FUNDAMENTAIS
do servidor público: m) comunicar imediatamente a seus superi-
ores todo e qualquer ato ou fato contrário ao
interesse público, exigindo as providências
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do
cabíveis
cargo, função ou emprego público de que
seja titular n) manter limpo e em perfeita ordem o local
de trabalho, seguindo os métodos mais ade-
b) exercer suas atribuições com RAPIDEZ,
quados à sua organização e distribuição
PERFEIÇÃO E RENDIMENTO, pondo fim ou
procurando prioritariamente resolver situa- o) participar dos movimentos e estudos que
ções procrastinatórias, principalmente di- se relacionem com a melhoria do exercício
ante de filas ou de qualquer outra espécie de de suas funções, tendo por escopo a realiza-
atraso na prestação dos serviços pelo setor ção do bem comum
em que exerça suas atribuições, com o fim p) apresentar-se ao trabalho com vestimen-
de evitar dano moral ao usuário tas adequadas ao exercício da função
c) ser probo, reto, leal e justo, demons- q) manter-se atualizado com as instruções,
trando toda a integridade do seu caráter, es- as normas de serviço e a legislação pertinen-
colhendo sempre, QUANDO ESTIVER DI- tes ao órgão onde exerce suas funções
ANTE DE DUAS OPÇÕES, A MELHOR E A r) cumprir, de acordo com as normas do ser-
MAIS VANTAJOSA PARA O BEM COMUM viço e as instruções superiores, as tarefas de
d) JAMAIS RETARDAR QUALQUER PRES- seu cargo ou função, tanto quanto possível,
TAÇÃO DE CONTAS, condição essencial da com critério, segurança e rapidez, mantendo
gestão dos bens, direitos e serviços da cole- tudo sempre em boa ordem
tividade a seu cargo s) facilitar a fiscalização de todos atos ou ser-
e) tratar cuidadosamente os usuários dos viços por quem de direito
serviços aperfeiçoando o processo de comu- t) exercer com estrita moderação as prerro-
nicação e contato com o público gativas funcionais que lhe sejam atribuídas,
f) ter consciência de que seu trabalho é re- ABSTENDO-SE DE FAZÊ-LO CONTRARIA-
gido por princípios éticos que se materiali- MENTE AOS LEGÍTIMOS INTERESSES
zam na adequada prestação dos serviços pú- DOS USUÁRIOS DO SERVIÇO PÚBLICO E
blicos DOS JURISDICIONADOS ADMINISTRA-
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade TIVOS
e atenção, respeitando a capacidade e as li- u) ABSTER-SE, DE FORMA ABSOLUTA, DE
mitações individuais de todos os usuários do EXERCER SUA FUNÇÃO, PODER OU AU-
serviço público, SEM QUALQUER ESPÉCIE TORIDADE COM FINALIDADE ESTRA-
DE PRECONCEITO OU DISTINÇÃO DE NHA AO INTERESSE PÚBLICO, MESMO
RAÇA, SEXO, NACIONALIDADE, COR, QUE OBSERVANDO AS FORMALIDADES
IDADE, RELIGIÃO, CUNHO POLÍTICO E LEGAIS E NÃO COMETENDO QUALQUER
POSIÇÃO SOCIAL, ABSTENDO-SE, VIOLAÇÃO EXPRESSA À LEI
DESSA FORMA, DE CAUSAR-LHES DANO v) divulgar e informar a todos os integrantes
MORAL da sua classe sobre a existência deste Código
h) ter respeito à hierarquia, porém sem ne- de Ética, estimulando o seu integral cumpri-
nhum temor de representar contra qualquer mento
comprometimento indevido da estrutura em
que se funda o Poder Estatal

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Ética

Seção III o) dar o seu concurso a qualquer instituição


Das Vedações ao Servidor Público que ATENTE CONTRA A MORAL, A HO-
NESTIDADE OU A DIGNIDADE DA PES-
SOA HUMANA
XV - É VEDADO ao servidor público:
p) EXERCER ATIVIDADE PROFISSIONAL
AÉTICA ou ligar o seu nome a empreendi-
a) o uso do cargo ou função, facilidades,
mentos de cunho duvidoso
amizades, tempo, posição e influências, para
OBTER QUALQUER FAVORECIMENTO,
para si ou para outrem
b) PREJUDICAR DELIBERADAMENTE A CAPÍTULO II
REPUTAÇÃO de outros servidores ou de ci- DAS COMISSÕES DE ÉTICA
dadãos que deles dependam
c) ser, em função de seu espírito de solidari- XVI- Em TODOS OS ÓRGÃOS E ENTIDA-
edade, CONIVENTE COM ERRO OU IN- DES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FE-
FRAÇÃO A ESTE Código de Ética ou ao Có- DERAL DIRETA, INDIRETA AUTÁRQUICA
digo de Ética de sua profissão E FUNDACIONAL, OU EM QUALQUER ÓR-
d) usar de artifícios para PROCRASTINAR GÃO OU ENTIDADE QUE EXERÇA ATRI-
OU DIFICULTAR O EXERCÍCIO REGULAR BUIÇÕES DELEGADAS PELO PODER PÚ-
DE DIREITO por qualquer pessoa, cau- BLICO, DEVERÁ SER CRIADA UMA CO-
sando-lhe dano moral ou material MISSÃO DE ÉTICA, encarregada de orien-
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e ci- tar e aconselhar sobre a ética profissional do
entíficos ao seu alcance ou do seu conheci- servidor, no tratamento com as pessoas e
mento PARA ATENDIMENTO DO SEU com o patrimônio público, competindo-lhe
MISTER conhecer concretamente de imputação ou de
procedimento susceptível de censura
f) permitir que perseguições, simpatias, an-
tipatias, caprichos, paixões ou interesses de XVIII-À Comissão de Ética incumbe fornecer,
ordem pessoal INTERFIRAM NO TRATO aos organismos encarregados da execução
COM O PÚBLICO, com os jurisdicionados do quadro de carreira dos servidores, os re-
administrativos ou com colegas hierarquica- gistros sobre sua conduta ética, para o efeito
mente superiores ou inferiores de instruir e fundamentar promoções e para
todos os demais procedimentos próprios da
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou re-
carreira do servidor público
ceber qualquer tipo de ajuda financeira, gra-
tificação, prêmio, comissão, doação ou van- XXII- A PENA APLICÁVEL AO SERVIDOR
tagem de qualquer espécie, para si, familia- PÚBLICO PELA COMISSÃO DE ÉTICA É A
res ou qualquer pessoa, PARA O CUMPRI- DE CENSURA e sua fundamentação cons-
MENTO DA SUA MISSÃO OU PARA IN- tará do respectivo parecer, assinado por to-
FLUENCIAR OUTRO SERVIDOR PARA O dos os seus integrantes, com ciência do fal-
MESMO FIM toso
h) ALTERAR OU DETURPAR o teor de do- XXIV- Para fins de apuração do comprometi-
cumentos que deva encaminhar para provi- mento ético, entende-se por SERVIDOR
dências PÚBLICO TODO AQUELE QUE, POR
FORÇA DE LEI, CONTRATO OU DE QUAL-
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que
QUER ATO JURÍDICO, PRESTE SERVI-
necessite do atendimento em serviços públi-
ÇOS DE NATUREZA PERMANENTE, TEM-
cos
PORÁRIA OU EXCEPCIONAL, AINDA QUE
j) desviar servidor público para atendimento SEM RETRIBUIÇÃO FINANCEIRA, DESDE
a INTERESSE PARTICULAR QUE LIGADO DIRETA OU INDIRETA-
l) retirar da repartição pública, SEM ESTAR MENTE A QUALQUER ÓRGÃO DO PODER
LEGALMENTE AUTORIZADO, qualquer do- ESTATAL, COMO AS AUTARQUIAS, AS
cumento, livro ou bem pertencente ao patri- FUNDAÇÕES PÚBLICAS, AS ENTIDADES
mônio público PARAESTATAIS, AS EMPRESAS PÚBLI-
m) fazer uso de INFORMAÇÕES PRIVILE- CAS E AS SOCIEDADES DE ECONOMIA
GIADAS OBTIDAS NO ÂMBITO INTERNO MISTA, OU EM QUALQUER SETOR ONDE
DE SEU SERVIÇO, em benefício próprio, de PREVALEÇA O INTERESSE DO ESTADO
parentes, de amigos ou de terceiros
n) apresentar-se EMBRIAGADO no serviço
ou fora dele habitualmente

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Ética

Decreto n° 6.029, de 1° DE § 3o Os mandatos dos PRIMEIROS


FEVEREIRO DE 2007 MEMBROS SERÃO DE 1, 2 E 3 ANOS, ESTA-
BELECIDOS NO DECRETO DE DESIGNA-
ÇÃO.
Art. 1o Fica instituído o Sistema de Gestão da Art. 4o À CEP compete:
Ética do Poder Executivo Federal com a finali-
dade de promover atividades que dispõem so-
I- atuar como instância consultiva do Presi-
bre a conduta ética no âmbito do Executivo Fe-
dente da República e Ministros de Estado em
deral, competindo-lhe:
matéria de ética pública
II- administrar a aplicação do Código de Con-
I- integrar os órgãos, programas e ações re-
duta da Alta Administração Federal, devendo:
lacionadas com a ética pública
a) submeter ao Presidente da República
II- contribuir para a implementação de polí- medidas para seu aprimoramento;
ticas públicas tendo a transparência e o b) dirimir dúvidas a respeito de interpre-
acesso à informação como instrumentos fun- tação de suas normas, deliberando so-
damentais para o exercício de gestão da bre casos omissos;
ética pública c) apurar, mediante denúncia, ou de ofí-
III- promover, com apoio dos segmentos per- cio, condutas em desacordo com as
tinentes, a compatibilização e interação de normas nele previstas, quando prati-
normas, procedimentos técnicos e de gestão cadas pelas autoridades a ele subme-
relativos à ética pública tidas;
IV- articular ações com vistas a estabelecer III- dirimir dúvidas de interpretação sobre as
e efetivar procedimentos de incentivo e in- normas do Código de Ética Profissional do
cremento ao desempenho institucional na Servidor Público Civil do Poder Executivo Fe-
gestão da ética pública do Estado brasileiro deral de que trata o Decreto no 1.171, de
1994
Art. 2o Integram o Sistema de Gestão da Ética IV- coordenar, avaliar e supervisionar o Sis-
do Poder Executivo Federal: tema de Gestão da Ética Pública do Poder
Executivo Federal;
I- a Comissão de Ética Pública - CEP, institu- V- aprovar o seu regimento interno
ída pelo Decreto de 26 de maio de 1999 VI- escolher o seu Presidente
II- as Comissões de Ética de que trata o De-
creto no 1.171, de 22 de junho de 1994 Parágrafo único. A CEP contará com uma
III- as demais Comissões de Ética e equiva- Secretaria-Executiva, vinculada à Casa Civil da
lentes nas entidades e órgãos do Poder Exe- Presidência da República, à qual competirá prestar
cutivo Federal o apoio técnico e administrativo aos trabalhos da
Comissão.
Art. 3o A CEP SERÁ INTEGRADA POR 7
BRASILEIROS que preencham os requisitos Art. 5º CADA COMISSÃO DE ÉTICA DE
de IDONEIDADE MORAL, REPUTAÇÃO ILI- QUE TRATA O DECRETO NO 1171, DE 1994,
BADA E NOTÓRIA EXPERIÊNCIA EM ADMI- SERÁ INTEGRADA POR 3 MEMBROS TITULA-
NISTRAÇÃO PÚBLICA, DESIGNADOS PELO RES E 3 SUPLENTES, escolhidos entre servidores
PRESIDENTE DA REPÚBLICA, PARA MAN- e empregados do seu quadro permanente, e de-
DATOS DE 3 ANOS, NÃO COINCIDENTES, signados pelo dirigente máximo da respectiva en-
PERMITIDA UMA ÚNICA RECONDUÇÃO. tidade ou órgão, PARA MANDATOS NÃO COIN-
CIDENTES DE 3 ANOS.
§ 1o A ATUAÇÃO NO ÂMBITO DA CEP
NÃO ENSEJA QUALQUER REMUNERAÇÃO Art. 6o É dever do titular de entidade ou
para seus membros e os trabalhos nela desen- órgão da Administração Pública Federal, direta
volvidos são considerados prestação de rele- e indireta:
vante serviço público.

§ 2o O PRESIDENTE TERÁ O VOTO DE


QUALIDADE nas deliberações da Comissão.

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Ética

I- assegurar as condições de trabalho para que Art. 8o Compete às instâncias superiores


as Comissões de Ética cumpram suas funções, dos órgãos e entidades do Poder Executivo Fe-
inclusive para que do exercício das atribuições deral, abrangendo a administração direta e in-
de seus integrantes não lhes resulte qualquer direta:
prejuízo ou dano
II- conduzir em seu âmbito a avaliação da I- observar e fazer observar as normas de
gestão da ética conforme processo coorde- ética e disciplina
nado pela Comissão de Ética Pública II- constituir Comissão de Ética
III- garantir os recursos humanos, materiais
Art. 7o Compete às Comissões de Ética de e financeiros para que a Comissão cumpra
que tratam os incisos II e III do art. 2o: com suas atribuições
IV- atender com prioridade às solicitações da
I- atuar como instância consultiva de diri- CEP
gentes e servidores no âmbito de seu res-
pectivo órgão ou entidade Art. 9o Fica constituída a Rede de Ética do
II- aplicar o Código de Ética Profissional do Poder Executivo Federal, integrada pelos repre-
Servidor Público Civil do Poder Executivo Fe- sentantes das Comissões de Ética de que tra-
deral, aprovado pelo Decreto 1.171, de tam os incisos I, II e III do art. 2o, com o obje-
1994, devendo: tivo de promover a cooperação técnica e a ava-
a) submeter à Comissão de Ética Pública liação em gestão da ética.
propostas para seu aperfeiçoamento
b) dirimir dúvidas a respeito da interpre- Parágrafo único. Os integrantes da
tação de suas normas e deliberar sobre Rede de Ética se reunirão sob a coordenação da
casos omissos Comissão de Ética Pública, pelo menos 1 vez
c) apurar, mediante denúncia ou de ofí- por ano, em fórum específico, para avaliar o
cio, conduta em desacordo com as programa e as ações para a promoção da ética
normas éticas pertinentes na administração pública.
d) recomendar, acompanhar e avaliar,
no âmbito do órgão ou entidade a que Art. 10. Os trabalhos da CEP e das de-
estiver vinculada, o desenvolvimento mais Comissões de Ética devem ser desenvol-
de ações objetivando a disseminação, vidos com celeridade e observância dos seguin-
capacitação e treinamento sobre as tes princípios:
normas de ética e disciplina
III- representar a respectiva entidade ou ór- I- PROTEÇÃO À HONRA E À IMAGEM da
gão na Rede de Ética do Poder Executivo Fe- pessoa investigada
deral a que se refere o art. 9o II- PROTEÇÃO À IDENTIDADE DO DE-
IV- supervisionar a observância do Código de NUNCIANTE, que deverá ser mantida sob
Conduta da Alta Administração Federal e co- reserva, se este assim o desejar
municar à CEP situações que possam confi- III- INDEPENDÊNCIA E IMPARCIALI-
gurar descumprimento de suas normas DADE DOS SEUS MEMBROS na apuração
dos fatos, com as garantias asseguradas
§ 1o Cada Comissão de Ética contará com neste Decreto
uma Secretaria-Executiva, vinculada adminis-
trativamente à instância máxima da entidade Art. 11. QUALQUER CIDADÃO,
ou órgão, para cumprir plano de trabalho por AGENTE PÚBLICO, PESSOA JURÍDICA DE
ela aprovado e prover o apoio técnico e mate- DIREITO PRIVADO, ASSOCIAÇÃO OU EN-
rial necessário ao cumprimento das suas atri- TIDADE DE CLASSE PODERÁ PROVOCAR A
buições. ATUAÇÃO DA CEP OU DE COMISSÃO DE
ÉTICA, visando à apuração de infração ética
§ 2o As Secretarias-Executivas das Co- imputada a agente público, órgão ou setor es-
missões de Ética serão chefiadas por servidor pecífico de ente estatal.
ou empregado do quadro permanente da enti-
dade ou órgão, ocupante de cargo de direção CONCEITO DE AGENTE PÚBLICO
compatível com sua estrutura, alocado sem au-
Parágrafo único. Entende-se POR AGENTE
mento de despesas.
PÚBLICO, PARA OS FINS DESTE DE-
CRETO, TODO AQUELE QUE, POR FORÇA
DE LEI, CONTRATO OU QUALQUER ATO

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Elivelton Felix Rosa - eliveltonfelix@msn.com - CPF: 282.212.468-08
Ética

JURÍDICO, PRESTE SERVIÇOS DE NATU- I- encaminhamento de sugestão de exonera-


REZA PERMANENTE, TEMPORÁRIA, EX- ção de cargo ou função de confiança à auto-
CEPCIONAL OU EVENTUAL, AINDA QUE ridade hierarquicamente superior ou devolu-
SEM RETRIBUIÇÃO FINANCEIRA, A ÓR- ção ao órgão de origem, conforme o caso
GÃO OU ENTIDADE DA ADMINISTRAÇÃO II- encaminhamento, conforme o caso, para
PÚBLICA FEDERAL, DIRETA E INDI- a Controladoria-Geral da União ou unidade
RETA. específica do Sistema de Correição do Poder
Executivo Federal de que trata o Decreto n o
Art. 12. O PROCESSO DE APURAÇÃO 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame
DE PRÁTICA DE ATO EM DESRESPEITO AO de eventuais transgressões disciplinares
PRECEITUADO NO CÓDIGO DE CONDUTA III- recomendação de abertura de procedi-
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL E NO mento administrativo, se a gravidade da
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO conduta assim o exigir
SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXE-
CUTIVO FEDERAL SERÁ INSTAURADO, DE Art. 13. SERÁ MANTIDO COM A CHAN-
OFÍCIO OU EM RAZÃO DE DENÚNCIA fun- CELA DE “RESERVADO”, ATÉ QUE ESTEJA
damentada, respeitando-se, sempre, as garan- CONCLUÍDO, QUALQUER PROCEDIMENTO
tias do contraditório e da ampla defesa, pela INSTAURADO PARA APURAÇÃO DE PRÁ-
Comissão de Ética Pública ou Comissões de TICA EM DESRESPEITO ÀS NORMAS ÉTI-
Ética de que tratam o incisos II e III do art. 2º, CAS.
conforme o caso, QUE NOTIFICARÁ O IN-
VESTIGADO PARA MANIFESTAR-SE, POR § 1o CONCLUÍDA A INVESTIGAÇÃO E
ESCRITO, NO PRAZO DE 10 DIAS. APÓS A DELIBERAÇÃO da CEP ou da Comis-
são de Ética do órgão ou entidade, os AUTOS
§ 1o O investigado poderá produzir DO PROCEDIMENTO DEIXARÃO DE SER
PROVA DOCUMENTAL necessária à sua de- RESERVADOS.
fesa.
§ 2o Na hipótese de os autos estarem ins-
§ 2o As Comissões de Ética poderão re- truídos com documento acobertado por sigilo
quisitar os documentos que entenderem neces- legal, o acesso a esse tipo de documento so-
sários à instrução probatória e, também, pro- mente será permitido a quem detiver igual di-
mover diligências e solicitar parecer de especi- reito perante o órgão ou entidade originaria-
alista. mente encarregado da sua guarda.
§ 3o Na hipótese de serem juntados aos § 3o Para resguardar o sigilo de documen-
autos da investigação, após a manifestação re- tos que assim devam ser mantidos, as Comis-
ferida no caput deste artigo, novos elementos sões de Ética, depois de concluído o processo
de prova, O INVESTIGADO SERÁ NOTIFI- de investigação, providenciarão para que tais
CADO PARA NOVA MANIFESTAÇÃO, NO documentos sejam desentranhados dos autos,
PRAZO DE 10 DIAS. lacrados e acautelados.
§ 4o Concluída a instrução processual, as Art. 14. A QUALQUER PESSOA QUE ES-
Comissões de Ética proferirão decisão conclu- TEJA SENDO INVESTIGADA É ASSEGURADO
siva e fundamentada. O DIREITO DE SABER O QUE LHE ESTÁ
SENDO IMPUTADO, de conhecer o teor da acu-
§ 5o Se a conclusão for pela existência de sação e de ter vista dos autos, no recinto das Co-
falta ética, além das providências previstas no missões de Ética, MESMO QUE AINDA NÃO TE-
Código de Conduta da Alta Administração Federal NHA SIDO NOTIFICADA DA EXISTÊNCIA DO
e no Código de Ética Profissional do Servidor Pú- PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO.
blico Civil do Poder Executivo Federal, as Comis-
sões de Ética tomarão as seguintes providências, Parágrafo único. O direito assegurado
no que couber: neste artigo inclui o de obter cópia dos autos e
de certidão do seu teor.

Art. 15. Todo ato de posse, investidura


em função pública ou celebração de contrato de
trabalho, dos agentes públicos referidos no pa-
rágrafo único do art. 11, deverá ser acompa-
nhado da prestação de compromisso solene de

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Ética

acatamento e observância das regras estabele- 2o são considerados relevantes e têm priori-
cidas pelo Código de Conduta da Alta Adminis- dade sobre as atribuições próprias dos cargos
tração Federal, pelo Código de Ética Profissional dos seus membros, quando estes não atuarem
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fe- com exclusividade na Comissão.
deral e pelo Código de Ética do órgão ou enti-
dade, conforme o caso. Art. 20. OS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL DA-
Parágrafo único . A posse em cargo ou RÃO TRATAMENTO PRIORITÁRIO ÀS SO-
função pública que submeta a autoridade às LICITAÇÕES DE DOCUMENTOS NECESSÁ-
normas do Código de Conduta da Alta Adminis- RIOS À INSTRUÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
tração Federal deve ser precedida de consulta DE INVESTIGAÇÃO INSTAURADOS PELAS
da autoridade à Comissão de Ética Pú- COMISSÕES DE ÉTICA.
blica acerca de situação que possa suscitar con-
flito de interesses. § 1o Na hipótese de haver inobservância
do dever funcional previsto no caput, a Comis-
Art. 16. AS COMISSÕES DE ÉTICA são de Ética adotará as providências previstas
NÃO PODERÃO ESCUSAR-SE DE PROFERIR no inciso III do § 5o do art. 12.
DECISÃO SOBRE MATÉRIA DE SUA COMPE-
TÊNCIA ALEGANDO OMISSÃO do Código de § 2o AS AUTORIDADES COMPETENTES
Conduta da Alta Administração Federal, do Có- NÃO PODERÃO ALEGAR SIGILO PARA DEI-
digo de Ética Profissional do Servidor Público XAR DE PRESTAR INFORMAÇÃO SOLICI-
Civil do Poder Executivo Federal ou do Código TADA PELAS COMISSÕES DE ÉTICA.
de Ética do órgão ou entidade, que, se exis-
tente, será SUPRIDA PELA ANALOGIA E IN- Art. 21. A INFRAÇÃO DE NATUREZA
VOCAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA LEGALI- ÉTICA COMETIDA POR MEMBRO DE CO-
DADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, MISSÃO DE ÉTICA de que tratam os incisos II
PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA. e III do art. 2o SERÁ APURADA PELA COMIS-
SÃO DE ÉTICA PÚBLICA.
§ 1o Havendo dúvida quanto à legalidade,
a Comissão de Ética competente deverá ouvir Art. 22. A COMISSÃO DE ÉTICA PÚ-
previamente a área jurídica do órgão ou enti- BLICA MANTERÁ BANCO DE DADOS DE
dade. SANÇÕES APLICADAS PELAS COMISSÕES
DE ÉTICA de que tratam os incisos II e III do
§ 2o Cumpre à CEP responder a consultas art. 2o e de suas próprias sanções, PARA FINS
sobre aspectos éticos que lhe forem dirigidas DE CONSULTA PELOS ÓRGÃOS OU ENTI-
pelas demais Comissões de Ética e pelos órgãos DADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FE-
e entidades que integram o Executivo Federal, DERAL, EM CASOS DE NOMEAÇÃO PARA
bem como pelos cidadãos e servidores que ve- CARGO EM COMISSÃO OU DE ALTA RELE-
nham a ser indicados para ocupar cargo ou fun- VÂNCIA PÚBLICA.
ção abrangida pelo Código de Conduta da Alta
Administração Federal. Parágrafo único. O banco de dados refe-
rido neste artigo engloba as sanções aplicadas
Art. 17. As Comissões de Ética, sempre a qualquer dos agentes públicos mencionados
que constatarem a possível ocorrência de ilíci- no parágrafo único do art. 11 deste Decreto.
tos penais, civis, de improbidade administrativa
ou de infração disciplinar, encaminharão cópia Art. 23. Os representantes das Comis-
dos autos às autoridades competentes para sões de Ética de que tratam os incisos II e III
apuração de tais fatos, sem prejuízo das medi- do art. 2o atuarão como elementos de ligação
das de sua competência. com a CEP, que disporá em Resolução própria
sobre as atividades que deverão desenvolver
Art. 18. As decisões das Comissões de para o cumprimento desse mister.
Ética, na análise de qualquer fato ou ato sub-
metido à sua apreciação ou por ela levantado, Art. 24. As normas do Código de Conduta
serão resumidas em ementa e, com a omissão da Alta Administração Federal, do Código de
dos nomes dos investigados, divulgadas no sí- Ética Profissional do Servidor Público Civil do
tio do próprio órgão, bem como remetidas à Co- Poder Executivo Federal e do Código de Ética
missão de Ética Pública. do órgão ou entidade APLICAM-SE, NO QUE
COUBER, ÀS AUTORIDADES E AGENTES
Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de PÚBLICOS NELES REFERIDOS, MESMO
Ética de que tratam os incisos II e III do art. QUANDO EM GOZO DE LICENÇA.

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Ética

Art. 25. Ficam revogados os inci-


sos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XXV do Código
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto
no 1.171, de 22 de junho de 1994, os arts.
2o e 3o do Decreto de 26 de maio de 1999, que
cria a Comissão de Ética Pública, e os Decretos
de 30 de agosto de 2000 e de 18 de maio de
2001, que dispõem sobre a Comissão de Ética
Pública.

Art. 26. Este Decreto entra em vigor na


data da sua publicação

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Regime Jur ídico Único dos Ser v idor es

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Regime Jur ídico Único

I- a nacionalidade brasileira;
LEI Nº 8.112 DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
DISPÕE SOBRE REGIME JURÍDICO DOS II- o gozo dos direitos políticos;
SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO, DAS III- a quitação com as obrigações militares e
AUTARQUIAS E DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS eleitorais;
FEDERAIS. IV- o nível de escolaridade exigido para o
exercício do cargo;
Título I V- a idade mínima de 18 anos;
Capítulo Único VI- aptidão física e mental.
Das Disposições Preliminares
§ 1o As atribuições do cargo podem jus-
Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico tificar a exigência de outros requisitos estabe-
dos Servidores Públicos Civis da União, das au- lecidos em lei.
tarquias, inclusive as em regime especial, e das
fundações públicas federais. § 2o ÀS PESSOAS PORTADORAS DE
DEFICIÊNCIA é assegurado o direito de se
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, SERVI- inscrever em concurso público para provimento
DOR É A PESSOA LEGALMENTE INVESTIDA de cargo cujas atribuições sejam compatíveis
EM CARGO PÚBLICO. com a deficiência de que são portadoras; PARA
TAIS PESSOAS SERÃO RESERVADAS ATÉ
Art. 3o CARGO PÚBLICO É O CON- 20% (VINTE POR CENTO) DAS VAGAS
JUNTO DE ATRIBUIÇÕES E RESPONSABI- OFERECIDAS NO CONCURSO.
LIDADES PREVISTAS NA ESTRUTURA OR-
GANIZACIONAL QUE DEVEM SER COMETI- § 3o As universidades e instituições de
DAS A UM SERVIDOR. pesquisa científica e tecnológica federais pode-
rão prover seus cargos com professores, técni-
Parágrafo único. Os cargos públicos, cos e cientistas ESTRANGEIROS, de acordo
ACESSÍVEIS A TODOS OS BRASILEIROS, com as normas e os procedimentos desta Lei.
são criados por lei, com DENOMINAÇÃO PRÓ-
PRIA E VENCIMENTO PAGO PELOS COFRES Art. 6o O provimento dos cargos públicos
PÚBLICOS, para provimento em caráter efe- far-se-á mediante ato da autoridade compe-
tivo ou em comissão. tente de cada Poder.

Art. 4o É PROIBIDA A PRESTAÇÃO DE Art. 7o A INVESTIDURA em cargo pú-


SERVIÇOS GRATUITOS, SALVO OS CASOS blico ocorrerá com a POSSE.
PREVISTOS EM LEI.
Art. 8o São formas de provimento de
Título II cargo público:
Do Provimento, Vacância, Remo-
I- nomeação;
ção, Redistribuição e Substituição
II- promoção;
III-readaptação;
Capítulo I
IV- reversão;
Do Provimento
V- aproveitamento;
VI- reintegração;
Seção I VII- recondução.
Disposições Gerais
Seção II
Art. 5o São REQUISITOS BÁSICOS
PARA INVESTIDURA em cargo público: Da Nomeação

Art. 9o A nomeação far-se-á:

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Regime Jur ídico Único

I- em caráter EFETIVO, quando se tratar de Seção IV


cargo isolado de provimento efetivo ou de Da Posse e do Exercício
carreira
II- em COMISSÃO, inclusive na condição de Art. 13. A POSSE DAR-SE-Á PELA AS-
interino, para cargos de confiança vagos SINATURA DO RESPECTIVO TERMO, no
qual deverão constar as atribuições, os deve-
Parágrafo único. O servidor ocupante res, as responsabilidades e os direitos inerentes
de cargo em comissão ou de natureza especial ao cargo ocupado, QUE NÃO PODERÃO SER
poderá ser nomeado para ter exercício, interi- ALTERADOS UNILATERALMENTE, POR
namente, em outro cargo de confiança, sem QUALQUER DAS PARTES, ressalvados os atos
prejuízo das atribuições do que atualmente de ofício previstos em lei.
ocupa, hipótese em que DEVERÁ OPTAR
PELA REMUNERAÇÃO DE UM DELES DU- § 1o A POSSE OCORRERÁ NO PRAZO
RANTE O PERÍODO DA INTERINIDADE. DE 30 DIAS CONTADOS DA PUBLICAÇÃO
DO ATO DE PROVIMENTO.
Art. 10. A nomeação para cargo de car-
reira ou cargo isolado de provimento efetivo § 2o Em se tratando de servidor, que es-
DEPENDE DE PRÉVIA HABILITAÇÃO EM teja na data de publicação do ato de provi-
CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS OU DE mento, em licença prevista nos incisos I, III e
PROVAS E TÍTULOS, obedecidos a ordem de V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos in-
classificação e o prazo de sua validade. cisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e
"f", IX e X do art. 102, o prazo será contado do
Parágrafo único. Os demais requisitos término do impedimento.
para o ingresso e o desenvolvimento do servi-
dor na carreira, mediante promoção, serão es- § 3o A posse poderá dar-se mediante
tabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do PROCURAÇÃO ESPECÍFICA.
sistema de carreira na Administração Pública
Federal e seus regulamentos. § 4o SÓ HAVERÁ POSSE NOS CASOS
DE PROVIMENTO DE CARGO POR NOMEA-
Seção III ÇÃO.
Do Concurso Público
§ 5o NO ATO DA POSSE, o servidor
Art. 11. O concurso será de provas ou de apresentará declaração de bens e valores que
provas e títulos, podendo ser realizado em duas constituem seu patrimônio e declaração quanto
etapas, conforme dispuserem a lei e o regula- ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou
mento do respectivo plano de carreira, condici- função pública.
onada a inscrição do candidato ao pagamento
do valor fixado no edital, quando indispensável § 6o SERÁ TORNADO SEM EFEITO O
ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de ATO DE PROVIMENTO SE A POSSE NÃO
isenção nele expressamente previstas. OCORRER NO PRAZO previsto no § 1o deste
artigo.
Art. 12. O concurso público TERÁ VALI-
DADE DE ATÉ 2 ANOS, PODENDO SER Art. 14. A posse em cargo público DE-
PRORROGADO UMA ÚNICA VEZ, POR PENDERÁ DE PRÉVIA INSPEÇÃO MÉDICA
IGUAL PERÍODO. OFICIAL.

§ 1o O prazo de validade do concurso e Parágrafo único. Só poderá ser empos-


as condições de sua realização serão fixados sado aquele que for julgado apto física e men-
em edital, que será publicado no Diário Oficial talmente para o exercício do cargo.
da União e em jornal diário de grande circula-
ção. Art. 15. Exercício é o efetivo desempe-
nho das atribuições do cargo público ou da fun-
§ 2o NÃO SE ABRIRÁ NOVO CON- ção de confiança.
CURSO ENQUANTO HOUVER CANDIDATO
APROVADO EM CONCURSO ANTERIOR § 1o É de 15 DIAS O PRAZO PARA O
COM PRAZO DE VALIDADE NÃO EXPI- SERVIDOR EMPOSSADO EM CARGO PÚ-
RADO. BLICO ENTRAR EM EXERCÍCIO, CONTADOS

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Regime Jur ídico Único

DA DATA DA POSSE. Art. 19. Os servidores cumprirão jor-


nada de trabalho fixada em razão das atribui-
§ 2o O SERVIDOR SERÁ EXONERADO ções pertinentes aos respectivos cargos, res-
DO CARGO OU SERÁ TORNADO SEM peitada a duração máxima do trabalho semanal
EFEITO O ATO DE SUA DESIGNAÇÃO PARA de quarenta horas e observados os limites mí-
FUNÇÃO DE CONFIANÇA, SE NÃO ENTRAR nimo e máximo de seis horas e oito horas diá-
EM EXERCÍCIO NOS PRAZOS PREVISTOS rias, respectivamente.
neste artigo, observado o disposto no art.
18. § 1o O ocupante de cargo em comissão
ou função de confiança submete-se a regime de
§ 3o À autoridade competente do órgão integral dedicação ao serviço, observado o dis-
ou entidade para onde for nomeado ou desig- posto no art. 120, podendo ser convocado sem-
nado o servidor compete dar-lhe exercício. pre que houver interesse da Administra-
ção.
§ 4o O início do exercício de função de
confiança coincidirá com a data de publicação § 2o O disposto neste artigo não se aplica
do ato de designação, salvo quando o servidor a duração de trabalho estabelecida em leis es-
estiver em licença ou afastado por qualquer ou- peciais.
tro motivo legal, hipótese em que recairá no
primeiro dia útil após o término do impedi- Art. 20. Ao entrar em exercício, o servi-
mento, que não poderá exceder a trinta dias da dor nomeado para cargo de provimento efetivo
publicação. ficará sujeito a ESTÁGIO PROBATÓRIO POR
PERÍODO DE 24 MESES, durante o qual a sua
Art. 16. O início, a suspensão, a inter- aptidão e capacidade serão objeto de avaliação
rupção e o reinício do exercício serão registra- para o desempenho do cargo, observados os
dos no assentamento individual do servidor. seguinte fatores:

Parágrafo único. Ao entrar em exercí- I- assiduidade


cio, o servidor apresentará ao órgão compe- II- disciplina
tente os elementos necessários ao seu assen-
III- capacidade de iniciativa
tamento individual.
IV- produtividade
Art. 17. A PROMOÇÃO NÃO INTER- V- responsabilidade
ROMPE O TEMPO DE EXERCÍCIO, que é con-
tado no novo posicionamento na carreira a par- § 1o 4 MESES ANTES DE FINDO O PE-
tir da data de publicação do ato que promover RÍODO DO ESTÁGIO PROBATÓRIO, SERÁ
o servidor. SUBMETIDA À HOMOLOGAÇÃO DA AUTO-
RIDADE COMPETENTE A AVALIAÇÃO DO
Art. 18. O servidor que deva ter exercí- DESEMPENHO DO SERVIDOR, REALIZADA
cio em outro município em razão de ter sido re- POR COMISSÃO CONSTITUÍDA PARA ESSA
movido, redistribuído, requisitado, cedido ou FINALIDADE, de acordo com o que dispuser a
posto em exercício provisório TERÁ, NO MÍ- lei ou o regulamento da respectiva carreira ou
NIMO, 10 E, NO MÁXIMO, 30 DIAS DE cargo, sem prejuízo da continuidade de apura-
PRAZO, CONTADOS DA PUBLICAÇÃO DO ção dos fatores enumerados nos incisos I a V
ATO, PARA A RETOMADA DO EFETIVO DE- do caput deste artigo.
SEMPENHO das atribuições do cargo, incluído
nesse prazo o tempo necessário para o deslo- § 2o O SERVIDOR NÃO APROVADO
camento para a nova sede. NO ESTÁGIO PROBATÓRIO SERÁ EXONE-
RADO OU, SE ESTÁVEL, RECONDUZIDO AO
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar- CARGO ANTERIORMENTE OCUPADO, obser-
se em licença ou afastado legalmente, o prazo vado o disposto no parágrafo único do art. 29.
a que se refere este artigo será contado a partir
do término do impedimento. § 3o O SERVIDOR EM ESTÁGIO PRO-
BATÓRIO PODERÁ EXERCER QUAISQUER
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃO
prazos estabelecidos no caput. OU FUNÇÕES DE DIREÇÃO, CHEFIA OU AS-
SESSORAMENTO NO ÓRGÃO OU ENTIDADE
DE LOTAÇÃO, e somente poderá ser cedido a
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Regime Jur ídico Único

outro órgão ou entidade para ocupar cargos de CIA DE CARGO VAGO, O SERVIDOR EXER-
Natureza Especial, cargos de provimento em CERÁ SUAS ATRIBUIÇÕES COMO
comissão do Grupo-Direção e Assessoramento EXCEDENTE, ATÉ A OCORRÊNCIA DE
Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equi- VAGA.
valentes.
Seção VIII
§ 4o Ao servidor em estágio probatório Da Reversão
somente poderão ser concedidas as licenças e
os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos Art. 25. REVERSÃO É O RETORNO À
I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento ATIVIDADE DE SERVIDOR APOSENTADO:
para participar de curso de formação decor-
rente de aprovação em concurso para outro
I- POR INVALIDEZ, quando JUNTA MÉ-
cargo na Administração Pública Federal.
DICA OFICIAL DECLARAR INSUBSIS-
TENTES OS MOTIVOS DA APOSENTADO-
§ 5o O estágio probatório ficará suspenso
RIA;
durante as licenças e os afastamentos previstos
nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim na II- no INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO,
hipótese de participação em curso de formação, desde que:
e será retomado a partir do término do impedi- a) tenha solicitado a reversão;
mento. b) a aposentadoria tenha sido voluntá-
ria;
Seção V c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos
Da Estabilidade cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago;
Art. 21. O servidor habilitado em con-
curso público e empossado em cargo de provi-
mento efetivo ADQUIRIRÁ ESTABILIDADE § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo
NO SERVIÇO PÚBLICO AO COMPLETAR 2 ou no cargo resultante de sua transforma-
(DOIS) ANOS DE EFETIVO EXERCÍCIO. ção.

Art. 22. O servidor estável SÓ PER- § 2o O tempo em que o servidor estiver


DERÁ O CARGO EM VIRTUDE DE SENTENÇA em exercício SERÁ CONSIDERADO PARA
JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO OU CONCESSÃO DA APOSENTADORIA.
DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCI-
PLINAR NO QUAL LHE SEJA ASSEGURADA § 3o No caso do inciso I (por invalidez),
AMPLA DEFESA. encontrando-se provido o cargo, o servidor
EXERCERÁ SUAS ATRIBUIÇÕES COMO EX-
Seção VII CEDENTE, ATÉ A OCORRÊNCIA DE
Da Readaptação VAGA.

Art. 24. READAPTAÇÃO é a investidura § 4o O servidor que retornar à atividade


do servidor em cargo de atribuições e RES- por interesse da administração perceberá, em
PONSABILIDADES COMPATÍVEIS COM A substituição aos proventos da aposentadoria, a
LIMITAÇÃO QUE TENHA SOFRIDO EM SUA remuneração do cargo que voltar a exercer, in-
CAPACIDADE FÍSICA OU MENTAL VERIFI- clusive com as vantagens de natureza pessoal
CADA EM INSPEÇÃO MÉDICA. que percebia anteriormente à aposentado-
ria.
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço
público, o readaptando será aposentado. § 5o O servidor de que trata o inciso II
(no interesse da Administração) somente terá
§ 2o A readaptação será efetivada em os proventos calculados com base nas regras
cargo de atribuições afins, RESPEITADA A atuais se permanecer pelo menos cinco anos no
HABILITAÇÃO EXIGIDA, NÍVEL DE ESCO- cargo.
LARIDADE E EQUIVALÊNCIA DE VENCI-
MENTOS E, NA HIPÓTESE DE INEXISTÊN- § 6o O Poder Executivo regulamentará o
disposto neste artigo.

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Regime Jur ídico Único

Art. 27. NÃO PODERÁ REVERTER O Administração Pública Federal.


APOSENTADO QUE JÁ TIVER COMPLETADO
70 ANOS DE IDADE. Parágrafo único. Na hipótese prevista
no § 3o do art. 37, o servidor posto em dispo-
Seção IX nibilidade poderá ser mantido sob responsabili-
Da Reintegração dade do órgão central do Sistema de Pessoal
Civil da Administração Federal - SIPEC, até o
seu adequado aproveitamento em outro órgão
Art. 28. A REINTEGRAÇÃO É A REIN- ou entidade.
VESTIDURA do servidor estável no cargo an-
teriormente ocupado, ou no cargo resultante de Art. 32. SERÁ TORNADO SEM EFEITO
sua transformação, quando INVALIDADA A O APROVEITAMENTO E CASSADA A DISPO-
SUA DEMISSÃO POR DECISÃO ADMINIS- NIBILIDADE SE O SERVIDOR NÃO ENTRAR
TRATIVA OU JUDICIAL, COM RESSARCI- EM EXERCÍCIO NO PRAZO LEGAL, SALVO
MENTO DE TODAS AS VANTAGENS. DOENÇA COMPROVADA POR JUNTA MÉ-
DICA OFICIAL.
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido ex-
tinto, o servidor ficará em disponibilidade, ob-
servado o disposto nos arts. 30 e 31.
Capítulo II
Da Vacância
§ 2o ENCONTRANDO-SE PROVIDO O
CARGO, O SEU EVENTUAL OCUPANTE SERÁ Art. 33. A vacância do cargo público de-
RECONDUZIDO AO CARGO DE ORIGEM, correrá de:
SEM DIREITO À INDENIZAÇÃO OU APRO-
VEITADO EM OUTRO CARGO, OU, AINDA, I- exoneração
POSTO EM DISPONIBILIDADE. II- demissão
III-promoção
Seção X
IV- readaptação
Da Recondução
VII- aposentadoria
VIII- posse em outro cargo inacumulável
Art. 29. RECONDUÇÃO É O RETORNO
DO SERVIDOR ESTÁVEL AO CARGO ANTE- IX- falecimento
RIORMENTE OCUPADO e decorrerá de:
Art. 34. A EXONERAÇÃO DE CARGO
I- inabilitação em estágio probatório relativo EFETIVO DAR-SE-Á A PEDIDO DO SERVI-
a outro cargo DOR, OU DE OFÍCIO.
II- reintegração do anterior ocupante
Parágrafo único. A exoneração de ofí-
cio dar-se-á:
Parágrafo único. Encontrando-se provido o
I- quando NÃO SATISFEITAS AS CONDI-
cargo de origem, o servidor será aproveitado
ÇÕES DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
em outro, observado o disposto no art. 30.
II- quando, tendo tomado posse, o servidor
NÃO ENTRAR EM EXERCÍCIO no prazo es-
Seção XI
tabelecido
Da Disponibilidade e do Aproveita-
mento Art. 35. A exoneração de cargo em co-
missão e a dispensa de função de confiança
Art. 30. O retorno à atividade de servi- dar-se-á:
dor em disponibilidade far-se-á mediante apro-
veitamento obrigatório em cargo de atribuições I- a juízo da autoridade competente
e vencimentos compatíveis com o anterior-
II- a pedido do próprio servidor.
mente ocupado.

Art. 31. O órgão Central do Sistema de


Pessoal Civil determinará o imediato aproveita-
mento de servidor em disponibilidade em vaga
que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da

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Regime Jur ídico Único

Capítulo III I- interesse da administração


Da Remoção e da Redistribuição II- equivalência de vencimentos
III- manutenção da essência das atribuições
Seção I do cargo
Da Remoção IV- vinculação entre os graus de responsabi-
lidade e complexidade das atividades
Art. 36. REMOÇÃO é o deslocamento do V- mesmo nível de escolaridade, especiali-
servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do dade ou habilitação profissional
MESMO QUADRO, COM OU SEM MUDANÇA VI- compatibilidade entre as atribuições do
DE SEDE. cargo e as finalidades institucionais do órgão
ou entidade
Parágrafo único. Para fins do disposto
neste artigo, entende-se por modalidades de § 1o A redistribuição ocorrerá ex offi-
remoção: cio para ajustamento de lotação e da força de
trabalho às necessidades dos serviços, inclu-
I- DE OFÍCIO, NO INTERESSE DA ADMI- sive nos casos de reorganização, extinção ou
NISTRAÇÃO; criação de órgão ou entidade.
II- A PEDIDO, A CRITÉRIO DA ADMINIS-
TRAÇÃO; § 2o A redistribuição de cargos efetivos
III- a pedido, para outra localidade, INDEPEN- vagos se dará mediante ato conjunto entre o
DENTEMENTE DO INTERESSE DA ADMI- órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades
NISTRAÇÃO: da Administração Pública Federal envolvi-
a) para acompanhar cônjuge ou compa- dos.
nheiro, também servidor público civil
ou militar, de qualquer dos Poderes da § 3o Nos casos de reorganização ou ex-
União, dos Estados, do Distrito Federal tinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou
e dos Municípios, QUE FOI DESLO- declarada sua desnecessidade no órgão ou en-
CADO NO INTERESSE DA ADMINIS- tidade, o servidor estável que não for redistri-
TRAÇÃO;
buído será colocado em disponibilidade, até seu
aproveitamento na forma dos arts. 30 e
b) por motivo de saúde do servidor, côn-
31.
juge, companheiro ou dependente que
viva às suas expensas e conste do seu
assentamento funcional, CONDICIO- § 4o O servidor que não for redistribuído
NADA À COMPROVAÇÃO POR ou colocado em disponibilidade poderá ser
JUNTA MÉDICA OFICIAL; mantido sob responsabilidade do órgão central
do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro
c) em virtude de processo seletivo promo- órgão ou entidade, até seu adequado aprovei-
vido, na hipótese em que o número de tamento.
interessados for superior ao número de
vagas, de acordo com normas preesta- Capítulo IV
belecidas pelo órgão ou entidade em
Da Substituição
que aqueles estejam lotados

Art. 38. Os servidores investidos em


Seção II cargo ou função de direção ou chefia e os ocu-
Da Redistribuição pantes de cargo de Natureza Especial terão
substitutos indicados no regimento interno ou,
Art. 37. REDISTRIBUIÇÃO É O DES- no caso de omissão, previamente designados
LOCAMENTO DE CARGO de provimento efe- pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.
tivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro ge-
ral de pessoal, PARA OUTRO ÓRGÃO OU EN- § 1o O SUBSTITUTO ASSUMIRÁ AU-
TIDADE DO MESMO PODER, com prévia TOMÁTICA E CUMULATIVAMENTE, SEM
apreciação do órgão central do SIPEC, observa- PREJUÍZO DO CARGO QUE OCUPA, o exer-
dos os seguintes preceitos: cício do cargo ou função de direção ou chefia e
os de Natureza Especial, nos afastamentos, im-
pedimentos legais ou regulamentares do titular
e na vacância do cargo, HIPÓTESES EM QUE
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DEVERÁ OPTAR PELA REMUNERAÇÃO DE Art. 42. NENHUM SERVIDOR PODERÁ


UM DELES DURANTE O RESPECTIVO PERÍ- PERCEBER, MENSALMENTE, A TÍTULO DE
ODO. REMUNERAÇÃO, IMPORTÂNCIA SUPERIOR
À SOMA DOS VALORES PERCEBIDOS COMO
§ 2o O substituto fará jus à retribuição REMUNERAÇÃO, EM ESPÉCIE, A QUAL-
pelo exercício do cargo ou função de direção ou QUER TÍTULO, NO ÂMBITO DOS RESPECTI-
chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos VOS PODERES, PELOS MINISTROS DE ES-
casos dos afastamentos ou impedimentos le- TADO, POR MEMBROS DO CONGRESSO NA-
gais do titular, superiores a trinta dias conse- CIONAL E MINISTROS DO SUPREMO TRI-
cutivos, paga na proporção dos dias de efetiva BUNAL FEDERAL.
substituição, que excederem o referido perí-
odo. Parágrafo único. Excluem-se do teto de
remuneração as vantagens previstas nos inci-
Art. 39. O disposto no artigo anterior sos II a VII do art. 61.
aplica-se aos titulares de unidades administra-
tivas organizadas em nível de assessoria. Art. 44. O servidor perderá:

Título III I- a remuneração do dia em que faltar ao


Dos Direitos e Vantagens serviço, SEM MOTIVO JUSTIFICADO
II- a parcela de remuneração diária, propor-
Capítulo I cional aos atrasos, ausências justificadas,
ressalvadas as concessões de que trata o art.
Do Vencimento e da Remuneração 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese
de compensação de horário, até o mês sub-
Art. 40. Vencimento é a retribuição pe- seqüente ao da ocorrência, a ser estabele-
cuniária pelo exercício de cargo público, com cida pela chefia imediata
valor fixado em lei.
Parágrafo único. AS FALTAS JUSTI-
Art. 41. REMUNERAÇÃO É O VENCI- FICADAS DECORRENTES DE CASO FOR-
MENTO DO CARGO EFETIVO, ACRESCIDO TUITO OU DE FORÇA MAIOR poderão ser
DAS VANTAGENS PECUNIÁRIAS PERMA- compensadas a critério da chefia imediata,
NENTES estabelecidas em lei. sendo assim consideradas como EFETIVO
EXERCÍCIO.
§ 1o A remuneração do servidor investido
em função ou cargo em comissão será paga na Art. 45. Salvo por imposição legal, ou
forma prevista no art. 62. mandado judicial, nenhum desconto incidirá so-
bre a remuneração ou provento.
§ 2o O servidor investido em cargo em
comissão de órgão ou entidade diversa da de § 1o MEDIANTE AUTORIZAÇÃO DO
sua lotação receberá a remuneração de acordo SERVIDOR, PODERÁ HAVER CONSIGNA-
com o estabelecido no § 1o do art. 93. ÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO EM FAVOR
DE TERCEIROS, a critério da administração e
§ 3o O VENCIMENTO DO CARGO EFE- com reposição de custos, na forma definida em
TIVO, ACRESCIDO DAS VANTAGENS DE regulamento.
CARÁTER PERMANENTE, É IRREDUTÍVEL.
§ 4o É assegurada a isonomia de venci- § 2o O total de consignações facultativas
mentos para cargos de atribuições iguais ou as- de que trata o § 1o não excederá a 35% da re-
semelhadas do mesmo Poder, ou entre servi- muneração mensal, sendo 5%reservados ex-
dores dos três Poderes, RESSALVADAS AS clusivamente para:
VANTAGENS DE CARÁTER INDIVIDUAL E
AS RELATIVAS À NATUREZA OU AO LOCAL
I- a amortização de despesas contraídas por
DE TRABALHO.
meio de cartão de crédito
§ 5o NENHUM SERVIDOR RECEBERÁ II- a utilização com a finalidade de saque por
REMUNERAÇÃO INFERIOR AO SALÁRIO meio do cartão de crédito
MÍNIMO.
Art. 46. As reposições e indenizações ao
erário, atualizadas até 30 de junho de 1994,
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serão previamente comunicadas ao servidor Art. 50. AS VANTAGENS PECUNIÁ-


ativo, aposentado ou ao pensionista, para pa- RIAS NÃO SERÃO COMPU-ADAS, NEM
gamento, no prazo máximo de trinta dias, po- ACUMULADAS, PARA EFEITO DE
dendo ser parceladas, a pedido do interessado. CONCESSÃO DE QUAISQUER OUTROS
ACRÉSCIMOS PECUNIÁRIOS ULTERIORES,
§ 1o O valor de cada parcela NÃO PO- sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
DERÁ SER INFERIOR AO CORRESPON-
DENTE A 10% DA REMUNERAÇÃO, PRO- Seção I
VENTO OU PENSÃO. Das Indenizações
§ 2o Quando o pagamento indevido hou-
ver ocorrido no mês anterior ao do processa- Art. 51. Constituem indenizações ao ser-
mento da folha, a reposição será feita imedia- vidor:
tamente, em uma única parcela.
I- ajuda de custo
§ 3o Na hipótese de valores recebidos em II- diárias
decorrência de cumprimento a decisão liminar, III- transporte
a tutela antecipada ou a sentença que venha a IV- auxílio-moradia
ser revogada ou rescindida, serão eles atuali-
zados até a data da reposição.
Art. 52. Os valores das indenizações es-
tabelecidas nos incisos I a III do art. 51, assim
Art. 47. O SERVIDOR EM DÉBITO
como as condições para a sua concessão, serão
COM O ERÁRIO, QUE FOR DEMITIDO, EXO-
estabelecidos em regulamento.
NERADO OU QUE TIVER SUA APOSENTA-
DORIA OU DISPONIBILIDADE CASSADA,
TERÁ O PRAZO DE 60 DIAS PARA QUITAR Subseção I
O DÉBITO. Da Ajuda de Custo

Parágrafo único. A não quitação do dé- Art. 53. A ajuda de custo destina-se a
bito no prazo previsto implicará sua inscrição compensar as despesas de instalação do servi-
em dívida ativa. dor que, no interesse do serviço, passar a ter
exercício em nova sede, com mudança de do-
Art. 48. O VENCIMENTO, A REMUNE- micílio em caráter permanente, VEDADO O
RAÇÃO E O PROVENTO NÃO SERÃO OB- DUPLO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO, A
JETO DE ARRESTO, SEQÜESTRO OU PE- QUALQUER TEMPO, NO CASO DE O CÔN-
NHORA, EXCETO NOS CASOS DE PRESTA- JUGE OU COMPANHEIRO QUE DETENHA
ÇÃO DE ALIMENTOS RESULTANTE DE DE- TAMBÉM A CONDIÇÃO DE SERVIDOR, VIER
CISÃO JUDICIAL. A TER EXERCÍCIO NA MESMA SEDE.

Capítulo II § 1o Correm por conta da administração


Das Vantagens as despesas de transporte do servidor e de sua
família, compreendendo passagem, bagagem e
bens pessoais.
Art. 49. Além do vencimento, poderão
ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
§ 2o À família do servidor que falecer na
nova sede são assegurados ajuda de custo e
I- indenizações transporte para a localidade de origem, DEN-
II- gratificações TRO DO PRAZO DE 1 ANO, CONTADO DO
III- adicionais ÓBITO.

§ 1o As INDENIZAÇÕES NÃO SE IN- § 3o Não será concedida ajuda de custo


CORPORAM AO VENCIMENTO OU PRO- nas hipóteses de remoção previstas nos incisos
VENTO para qualquer efeito. II e III do parágrafo único do art. 36.

§ 2o As GRATIFICAÇÕES E OS ADICI- Art. 54. A ajuda de custo é calculada so-


ONAIS INCORPORAM-SE AO VENCIMENTO bre a remuneração do servidor, conforme se
OU PROVENTO, nos casos e condições indica- dispuser em regulamento, NÃO PODENDO
dos em lei.
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EXCEDER A IMPORTÂNCIA CORRESPON- SES LIMÍTROFES, cuja jurisdição e compe-


DENTE A 3 MESES. tência dos órgãos, entidades e servidores bra-
sileiros considera-se estendida, salvo se houver
Art. 55. NÃO SERÁ CONCEDIDA pernoite fora da sede, hipóteses em que as di-
AJUDA DE CUSTO AO SERVIDOR QUE SE árias pagas serão sempre as fixadas para os
AFASTAR DO CARGO, OU REASSUMI-LO, afastamentos dentro do território nacio-
EM VIRTUDE DE MANDATO ELETIVO. nal.

Art. 56. Será concedida ajuda de custo Art. 59. O servidor que receber diárias e
àquele que, não sendo servidor da União, for não se afastar da sede, por qualquer motivo,
nomeado para cargo em comissão, com mu- fica obrigado a RESTITUÍ-LAS INTEGRAL-
dança de domicílio. MENTE, NO PRAZO DE 5 DIAS.

Parágrafo único. No afastamento pre- Parágrafo único. Na hipótese de o ser-


visto no inciso I do art. 93, a ajuda de custo vidor retornar à sede em prazo menor do que o
será paga pelo órgão cessionário, quando cabí- previsto para o seu afastamento, restituirá as
vel. diárias recebidas em excesso, no prazo previsto
no caput.
Art. 57. O SERVIDOR FICARÁ OBRI-
GADO A RESTITUIR A AJUDA DE CUSTO Subseção III
QUANDO, INJUSTIFICADAMENTE, NÃO SE Da Indenização de Transporte
APRESENTAR NA NOVA SEDE NO PRAZO
DE 30 DIAS.
Art. 60. Conceder-se-á indenização de
transporte ao servidor que REALIZAR DESPE-
Subseção II SAS COM A UTILIZAÇÃO DE MEIO PRÓ-
Das Diárias PRIO DE LOCOMOÇÃO PARA A EXECUÇÃO
DE SERVIÇOS EXTERNOS, POR FORÇA DAS
Art. 58. O servidor que, a serviço, afas- ATRIBUIÇÕES PRÓPRIAS DO CARGO, con-
tar-se da sede EM CARÁTER EVENTUAL OU forme se dispuser em regulamento.
TRANSITÓRIO para outro ponto do território
nacional ou para o exterior, fará jus a passa-
gens e diárias destinadas a indenizar as parce- Subseção IV
las de despesas extraordinária com pousada, Do Auxílio-Moradia
alimentação e locomoção urbana, conforme
dispuser em regulamento.
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste
§ 1 A diária será concedida por dia de
o no ressarcimento das despesas comprovada-
afastamento, sendo DEVIDA PELA METADE mente realizadas pelo servidor com ALUGUEL
QUANDO O DESLOCAMENTO NÃO EXIGIR DE MORADIA OU COM MEIO DE HOSPEDA-
PERNOITE FORA DA SEDE, ou quando a GEM ADMINISTRADO POR EMPRESA HO-
União custear, por meio diverso, as despesas TELEIRA, no PRAZO DE 1 MÊS APÓS A
extraordinárias cobertas por diárias. COMPROVAÇÃO DA DESPESA PELO SER-
VIDOR.
§ 2o Nos casos em que o DESLOCA-
MENTO DA SEDE CONSTITUIR EXIGÊNCIA Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-mora-
PERMANENTE DO CARGO, O SERVIDOR dia ao servidor se atendidos os seguintes requi-
NÃO FARÁ JUS A DIÁRIAS. sitos:

§ 3o Também NÃO FARÁ JUS A DIÁ- I- NÃO EXISTA IMÓVEL FUNCIONAL dis-
RIAS O SERVIDOR QUE SE DESLOCAR ponível para uso pelo servidor
DENTRO DA MESMA REGIÃO METROPOLI- II- o cônjuge ou companheiro do servidor
TANA, AGLOMERAÇÃO URBANA OU MI- NÃO OCUPE IMÓVEL FUNCIONAL
CRORREGIÃO, CONSTITUÍDAS POR MUNI- III- o servidor ou seu cônjuge ou compa-
CÍPIOS LIMÍTROFES E REGULARMENTE nheiro NÃO SEJA OU TENHA SIDO PRO-
INSTITUÍDAS, OU EM ÁREAS DE CON- PRIETÁRIO, PROMITENTE COMPRADOR,
TROLE INTEGRADO MANTIDAS COM PAÍ- CESSIONÁRIO OU PROMITENTE CESSI-
ONÁRIO DE IMÓVEL no Município aonde

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for exercer o cargo, incluída a hipótese de


lote edificado sem averbação de construção, Seção II
nos doze meses que antecederem a sua no- Das Gratificações e Adicionais
meação
IV- NENHUMA OUTRA PESSOA QUE RE- Art. 61. Além do vencimento e das van-
SIDA COM O SERVIDOR RECEBA AUXÍ- tagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos
LIO-MORADIA servidores as seguintes retribuições, gratifica-
V- o servidor TENHA SE MUDADO DO LO- ções e adicionais:
CAL DE RESIDÊNCIA PARA OCUPAR
CARGO EM COMISSÃO OU FUNÇÃO DE I- retribuição pelo exercício de função de di-
CONFIANÇA DO GRUPO-DIREÇÃO E AS- reção, chefia e assessoramento
SESSORAMENTO SUPERIORES - DAS, ní-
II- gratificação natalina
veis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Minis-
tro de Estado ou equivalentes IV- adicional pelo exercício de atividades in-
salubres, perigosas ou penosas
VI- o Município no qual assuma o cargo em
comissão ou função de confiança não se en- V- adicional pela prestação de serviço extra-
quadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em ordinário
relação ao local de residência ou domicílio do VI- adicional noturno
servidor VII- adicional de férias
VII- o servidor não tenha sido domiciliado ou VIII- outros, relativos ao local ou à natureza
tenha residido no Município, NOS ÚLTIMOS do trabalho
12 MESES, aonde for exercer o cargo em IX- gratificação por encargo de curso ou con-
comissão ou função de confiança, desconsi- curso
derando-se prazo inferior a sessenta dias
dentro desse período
VIII- o deslocamento NÃO TENHA SIDO Subseção I
POR FORÇA DE ALTERAÇÃO DE LOTA-
ÇÃO OU NOMEAÇÃO PARA CARGO EFE-
Da Retribuição pelo Exercício de
TIVO Função de Direção, Chefia e Asses-
IX- o deslocamento tenha ocorrido após 30 soramento
de junho de 2006
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, efetivo investido em função de direção, chefia
não será considerado o prazo no qual o servidor ou assessoramento, cargo de provimento em
estava ocupando outro cargo em comissão re- comissão ou de Natureza Especial é devida re-
lacionado no inciso V. tribuição pelo seu exercício.

Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-mo- Parágrafo único. Lei específica estabele-
radia É LIMITADO A 25% DO VALOR DO cerá a remuneração dos cargos em comissão de
CARGO em comissão, função comissionada ou que trata o inciso II do art. 9o.
cargo de Ministro de Estado ocupado.
Art. 62-A. Fica transformada em Vanta-
§ 1 O valor do auxílio-moradia NÃO PO-
o gem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI
DERÁ SUPERAR 25% DA REMUNERAÇÃO a incorporação da retribuição pelo exercício de
DE MINISTRO DE ESTADO. função de direção, chefia ou assessoramento,
cargo de provimento em comissão ou de Natu-
§ 2o Independentemente do valor do reza Especial a que se referem os arts. 3º e 10
cargo em comissão ou função comissionada, da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art.
fica garantido a todos os que preencherem os 3o da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998.
requisitos o ressarcimento até o valor de R$
1.800,00. Parágrafo único. A VPNI de que trata
o caput deste artigo somente estará sujeita às
Art. 60-E. No caso de falecimento, exo- revisões gerais de remuneração dos servidores
neração, colocação de imóvel funcional à dispo- públicos federais.
sição do servidor ou aquisição de imóvel, O AU-
XÍLIO-MORADIA CONTINUARÁ SENDO
PAGO POR 1 MÊS.
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gestação e a lactação, das operações e locais


previstos neste artigo, exercendo suas ativida-
Subseção II des em local salubre e em serviço não penoso
Da Gratificação Natalina e não perigoso.

Art. 70. Na concessão dos adicionais de


Art. 63. A gratificação natalina corres- atividades penosas, de insalubridade e de peri-
ponde a 1/12 DA REMUNERAÇÃO A QUE O culosidade, serão observadas as situações es-
SERVIDOR FIZER JUS NO MÊS DE DEZEM- tabelecidas em legislação específica.
BRO, POR MÊS DE EXERCÍCIO NO RESPEC-
TIVO ANO. Art. 71. O adicional de atividade penosa
será devido aos servidores em exercício em zo-
Parágrafo único. A fração igual ou supe- nas de fronteira ou em localidades cujas condi-
rior a 15 será considerada como mês integral. ções de vida o justifiquem, nos termos, condi-
ções e limites fixados em regulamento.
Art. 64. A GRATIFICAÇÃO SERÁ PAGA
ATÉ O DIA 20 (VINTE) DO MÊS DE DEZEM- Art. 72. Os locais de trabalho e os servi-
BRO DE CADA ANO. dores que operam com Raios X ou substâncias
radioativas serão mantidos sob controle perma-
Art. 65. O SERVIDOR EXONERADO nente, de modo que as doses de radiação ioni-
PERCEBERÁ SUA GRATIFICAÇÃO NATA- zante não ultrapassem o nível máximo previsto
LINA, PROPORCIONALMENTE aos meses de na legislação própria.
exercício, calculada sobre a remuneração do
mês da exoneração. Parágrafo único. Os servidores a que
se refere este artigo SERÃO SUBMETIDOS A
Art. 66. A gratificação natalina NÃO EXAMES MÉDICOS A CADA 6 MESES.
SERÁ CONSIDERADA PARA CÁLCULO DE
QUALQUER VANTAGEM PECUNIÁRIA.
Subseção V
Subseção IV Do Adicional por Serviço
Dos Adicionais de Insalubridade, Extraordinário
Periculosidade ou Atividades
Art. 73. O serviço extraordinário será re-
Penosas munerado com acréscimo de 50% EM RELA-
ÇÃO À HORA NORMAL DE TRABALHO.
Art. 68. Os servidores que trabalhem
com habitualidade em locais insalubres ou em Art. 74. Somente será permitido serviço
contato permanente com substâncias tóxicas, extraordinário para atender a SITUAÇÕES EX-
radioativas ou com risco de vida, fazem jus a CEPCIONAIS E TEMPORÁRIAS, respeitado o
um adicional sobre o vencimento do cargo efe- LIMITE MÁXIMO DE 2 HORAS POR JOR-
tivo. NADA.

§ 1o O SERVIDOR QUE FIZER JUS AOS Subseção VI


ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E DE PE-
RICULOSIDADE DEVERÁ OPTAR POR UM
Do Adicional Noturno
DELES.
Art. 75. O serviço noturno, prestado em
§ 2 O direito ao adicional de insalubri-
o horário compreendido entre 22 HORAS DE UM
dade ou periculosidade CESSA COM A ELIMI- DIA E 5 HORAS do dia seguinte, terá o VA-
NAÇÃO DAS CONDIÇÕES OU DOS RISCOS LOR-HORA ACRESCIDO DE 25%, COMPU-
QUE DERAM CAUSA A SUA CONCESSÃO. TANDO-SE CADA HORA COMO 52 MINUTOS
E 30 SEGUNDOS.
Art. 69. Haverá permanente controle da
atividade de servidores em operações ou locais Parágrafo único. Em se tratando de
considerados penosos, insalubres ou perigosos. serviço extraordinário, o acréscimo de que trata
este artigo incidirá sobre a remuneração pre-
Parágrafo único. A servidora gestante vista no art. 73.
ou lactante será afastada, enquanto durar a

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II- a retribuição não poderá ser superior ao


Subseção VII equivalente a 120 horas de trabalho anuais,
Do Adicional de Férias ressalvada situação de excepcionalidade, de-
vidamente justificada e previamente apro-
Art. 76. INDEPENDENTEMENTE DE vada pela autoridade máxima do órgão ou
SOLICITAÇÃO, será pago ao servidor, por entidade, que poderá autorizar o acréscimo
ocasião das férias, um adicional correspon- de até 120 horas de trabalho anuais
dente a 1/3 DA REMUNERAÇÃO DO PERÍ- III- o valor máximo da hora trabalhada cor-
ODO DAS FÉRIAS. responderá aos seguintes percentuais, inci-
dentes sobre o maior vencimento básico da
Parágrafo único. No caso de o servidor administração pública federal:
exercer função de direção, chefia ou assessora- a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos
mento, ou ocupar cargo em comissão, A RES- por cento), em se tratando de ativi-
PECTIVA VANTAGEM SERÁ CONSIDERADA dades previstas nos incisos I e II do
NO CÁLCULO DO ADICIONAL DE QUE caput deste artigo;
TRATA ESTE ARTIGO. b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por
cento), em se tratando de atividade
Subseção VIII prevista nos incisos III e IV do caput
deste artigo;
Da Gratificação por Encargo de
Curso ou Concurso
§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso
ou Concurso somente será paga se as ativida-
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de des referidas nos incisos do caput deste artigo
Curso ou Concurso é devida ao servidor que, forem exercidas sem prejuízo das atribuições
EM CARÁTER EVENTUAL: do cargo de que o servidor for titular, devendo
ser objeto de compensação de carga horária
I- atuar como instrutor em curso de forma- quando desempenhadas durante a jornada de
ção, de desenvolvimento ou de treinamento trabalho, na forma do § 4o do art. 98 desta
regularmente instituído no âmbito da admi- Lei.
nistração pública federal
II- participar de banca examinadora ou de § 3o A GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO
comissão para exames orais, para análise DE CURSO OU CONCURSO NÃO SE INCOR-
curricular, para correção de provas discursi- PORA AO VENCIMENTO OU SALÁRIO DO
vas, para elaboração de questões de provas SERVIDOR PARA QUALQUER EFEITO E
ou para julgamento de recursos intentados NÃO PODERÁ SER UTILIZADA COMO BASE
por candidatos DE CÁLCULO PARA QUAISQUER OUTRAS
III- participar da logística de preparação e de VANTAGENS, INCLUSIVE PARA FINS DE
realização de concurso público envolvendo CÁLCULO DOS PROVENTOS DA APOSENTA-
atividades de planejamento, coordenação, DORIA E DAS PENSÕES.
supervisão, execução e avaliação de resul-
tado, quando tais atividades não estiverem Capítulo III
incluídas entre as suas atribuições perma- Das Férias
nentes
IV- participar da aplicação, fiscalizar ou ava- Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias
liar provas de exame vestibular ou de con- de férias, QUE PODEM SER ACUMULADAS,
curso público ou supervisionar essas ativida- ATÉ O MÁXIMO DE 2 PERÍODOS, NO CASO
des DE NECESSIDADE DO SERVIÇO, ressalvadas
as hipóteses em que haja legislação especí-
§ 1o Os critérios de concessão e os limites fica.
da gratificação de que trata este artigo serão
fixados em regulamento, observados os se- § 1o Para o primeiro período aquisitivo de
guintes parâmetros: férias SERÃO EXIGIDOS 12 MESES DE
EXERCÍCIO.
I- o valor da gratificação será calculado em
horas, observadas a natureza e a complexi- § 2o É VEDADO LEVAR À CONTA DE
dade da atividade exercida FÉRIAS QUALQUER FALTA AO SERVIÇO.

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§ 3o As férias poderão ser PARCELADAS Capítulo IV


EM ATÉ 3 ETAPAS, DESDE QUE ASSIM RE- Das Licenças
QUERIDAS PELO SERVIDOR, E NO INTE-
RESSE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Seção I
Art. 78. O PAGAMENTO DA REMUNE- Disposições Gerais
RAÇÃO DAS FÉRIAS SERÁ EFETUADO ATÉ
2 DIAS ANTES DO INÍCIO DO RESPECTIVO Art. 81. Conceder-se-á ao servidor li-
PERÍODO, observando-se o disposto no cença:
§ 1o deste artigo.

§ 3o O servidor exonerado do cargo efe- I- por motivo de doença em pessoa da famí-


tivo, ou em comissão, perceberá indenização lia
relativa ao período das férias a que tiver direito
II- por motivo de afastamento do cônjuge ou
e ao incompleto, na proporção de 1/12 avos por
companheiro
mês de efetivo exercício, ou fração superior a
14 dias. III- para o serviço militar
IV- para atividade política
§ 4o A indenização será calculada com V- para capacitação
base na remuneração do mês em que for publi- VI- para tratar de interesses particulares
cado o ato exoneratório.
VII- para desempenho de mandato classista
§ 5o Em caso de parcelamento, o servi-
dor receberá o valor adicional previsto no inciso § 1o A licença prevista no inciso I do
XVII do art. 7o da Constituição Federal quando caput deste artigo (motivo de doença em pes-
da utilização do primeiro período. soa da família) bem como cada uma de suas
prorrogações serão precedidas de exame por
Art. 79. O servidor que opera direta e perícia médica oficial, observado o disposto no
permanentemente com Raios X ou substâncias art. 204 desta Lei.
radioativas gozará 20 dias consecutivos de fé-
rias, por semestre de atividade profissional, § 3o É VEDADO O EXERCÍCIO DE ATI-
proibida em qualquer hipótese a acumulação. VIDADE REMUNERADA DURANTE O PERÍ-
ODO DA LICENÇA PREVISTA NO INCISO I
Art. 80. AS FÉRIAS SOMENTE PODE- DESTE ARTIGO (MOTIVO DE DOENÇA EM
RÃO SER INTERROMPIDAS POR MOTIVO PESSOA DA FAMÍLIA).
DE CALAMIDADE PÚBLICA, COMOÇÃO IN-
TERNA, CONVOCAÇÃO PARA JÚRI, SER- Art. 82. A LICENÇA CONCEDIDA DEN-
VIÇO MILITAR OU ELEITORAL, OU POR NE- TRO DE 60 DIAS DO TÉRMINO DE OUTRA
CESSIDADE DO SERVIÇO DECLARADA DA MESMA ESPÉCIE SERÁ CONSIDERADA
PELA AUTORIDADE MÁXIMA DO ÓRGÃO COMO PRORROGAÇÃO.
OU ENTIDADE.

Parágrafo único. O restante do período Seção II


interrompido será gozado de uma só vez, ob- Da Licença por Motivo de Doença
servado o disposto no art. 77. em Pessoa da Família

Art. 83. Poderá ser concedida licença ao


servidor por motivo de doença do cônjuge ou
companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto
ou madrasta e enteado, ou dependente que
viva a suas expensas e conste do seu assenta-
mento funcional, mediante comprovação por
perícia médica oficial.

§ 1o A LICENÇA SOMENTE SERÁ DE-


FERIDA SE A ASSISTÊNCIA DIRETA DO
SERVIDOR FOR INDISPENSÁVEL E NÃO

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PUDER SER PRESTADA SIMULTANEA- Seção IV


MENTE COM O EXERCÍCIO DO CARGO ou Da Licença para o Serviço Militar
mediante compensação de horário, na forma do
disposto no inciso II do art. 44. Art. 85. Ao servidor convocado para o
serviço militar será concedida licença, na forma
§ 2o A licença de que trata o caput, inclu- e condições previstas na legislação específica.
ídas as prorrogações, PODERÁ SER CONCE- Parágrafo único. Concluído o serviço mili-
DIDA A CADA PERÍODO DE 12 MESES NAS tar, O SERVIDOR TERÁ ATÉ 30 DIAS SEM
SEGUINTES CONDIÇÕES: REMUNERAÇÃO PARA REASSUMIR O
EXERCÍCIO DO CARGO.
I- POR ATÉ 60 DIAS, consecutivos ou não,
MANTIDA A REMUNERAÇÃO do servidor Seção V
II- POR ATÉ 90 DIAS, consecutivos ou não, Da Licença para Atividade Política
SEM REMUNERAÇÃO
Art. 86. O servidor terá direito a licença,
§ 3o O início do interstício de 12 meses
SEM REMUNERAÇÃO, durante o período que
será contado a partir da data do deferimento da
mediar entre a sua escolha em convenção par-
primeira licença concedida.
tidária, como candidato a cargo eletivo, e a vés-
pera do registro de sua candidatura perante a
§ 4o A soma das licenças remuneradas e
Justiça Eleitoral.
das licenças não remuneradas, incluídas as res-
pectivas prorrogações, concedidas em um
§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo
mesmo período de 12 meses, observado o dis-
na localidade onde desempenha suas funções e
posto no § 3o, não poderá ultrapassar os limites
que exerça cargo de direção, chefia, assessora-
estabelecidos nos incisos I e II do § 2o.
mento, arrecadação ou fiscalização, dele será
afastado, a partir do dia imediato ao do registro
Seção III de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral,
Da Licença por Motivo de Afasta- até o décimo dia seguinte ao do
mento do Cônjuge pleito.

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao § 2o A partir do REGISTRO DA CANDI-


servidor para acompanhar cônjuge ou compa- DATURA E ATÉ O 10° DIA SEGUINTE AO DA
nheiro que foi deslocado para outro ponto do ELEIÇÃO, o servidor fará jus à LICENÇA, AS-
território nacional, para o exterior ou para o SEGURADOS OS VENCIMENTOS DO CARGO
exercício de mandato eletivo dos Poderes Exe- EFETIVO, SOMENTE PELO PERÍODO DE 3
cutivo e Legislativo. MESES.

§ 1o A LICENÇA SERÁ POR PRAZO IN- Seção VI


DETERMINADO E SEM REMUNERAÇÃO. Da Licença para Capacitação

§ 2o No deslocamento de servidor cujo Art. 87. APÓS CADA QÜINQÜÊNIO de


cônjuge ou companheiro também seja servidor efetivo exercício, o servidor poderá, no inte-
público, civil ou militar, de qualquer dos Pode- resse da Administração, afastar-se do exercício
res da União, dos Estados, do Distrito Federal e do cargo efetivo, COM A RESPECTIVA REMU-
dos Municípios, poderá haver exercício provisó- NERAÇÃO, por ATÉ 3 MESES, PARA PARTI-
rio em órgão ou entidade da Administração Fe- CIPAR DE CURSO DE CAPACITAÇÃO PRO-
deral direta, autárquica ou fundacional, desde FISSIONAL
que para o exercício de atividade compatível
com o seu cargo. Parágrafo único. Os PERÍODOS DE
LICENÇA DE QUE TRATA O CAPUT NÃO
SÃO ACUMULÁVEIS.

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Seção VII Capítulo V


Da Licença para Tratar de Interes- Dos Afastamentos
ses Particulares
Seção I
Art. 91. A critério da Administração, po- Do Afastamento para Servir a Ou-
derão ser concedidas ao servidor ocupante de tro Órgão ou Entidade
cargo efetivo, DESDE QUE NÃO ESTEJA EM
ESTÁGIO PROBATÓRIO, licenças para o trato
de assuntos particulares PELO PRAZO DE ATÉ Art. 93. O servidor poderá ser cedido
3 ANOS CONSECUTIVOS, SEM REMUNERA- para ter exercício em outro órgão ou entidade
ÇÃO. dos Poderes da União, dos Estados, ou do Dis-
trito Federal e dos Municípios, nas seguintes hi-
Parágrafo único. A licença PODERÁ póteses:
SER INTERROMPIDA, A QUALQUER
TEMPO, A PEDIDO DO SERVIDOR OU NO I- para exercício de cargo em comissão ou
INTERESSE DO SERVIÇO. função de confiança
II- em casos previstos em leis específicas
Seção VIII
Da Licença para o Desempenho de § 1o Na hipótese do inciso I, sendo a ces-
Mandato Classista são para órgãos ou entidades dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios, O ÔNUS DA
REMUNERAÇÃO SERÁ DO ÓRGÃO OU ENTI-
Art. 92. É assegurado ao servidor o di- DADE CESSIONÁRIA, MANTIDO O ÔNUS
reito à licença SEM REMUNERAÇÃO para o de- PARA O CEDENTE NOS DEMAIS CASOS.
sempenho de mandato em confederação, fede-
ração, associação de classe de âmbito nacional, § 2º Na hipótese de o servidor cedido a
sindicato representativo da categoria ou enti- empresa pública ou sociedade de economia
dade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para mista, nos termos das respectivas normas, op-
participar de gerência ou administração em so- tar pela remuneração do cargo efetivo ou pela
ciedade cooperativa constituída por servidores remuneração do cargo efetivo acrescida de per-
públicos para prestar serviços a seus membros, centual da retribuição do cargo em comissão, a
observado o disposto na alínea c do inciso VIII entidade cessionária efetuará o reembolso das
do art. 102 desta Lei, conforme disposto em re- despesas realizadas pelo órgão ou entidade de
gulamento e observados os seguintes limi- origem.
tes:
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria
I- para entidades com até 5.000 associados, publicada no Diário Oficial da
2 servidores União.
II- para entidades com 5.001 a 30.000 asso-
ciados, 4 servidores § 4o Mediante autorização expressa do
III- para entidades com mais de 30.000 as- Presidente da República, o servidor do Poder
sociados, 8 servidores Executivo poderá ter exercício em outro órgão
da Administração Federal direta que não tenha
§ 1o Somente poderão ser licenciados os quadro próprio de pessoal, para fim determi-
servidores eleitos para cargos de direção ou de nado e a prazo certo.
representação nas referidas entidades, desde
que cadastradas no órgão competente. § 5º Aplica-se à União, em se tratando de
empregado ou servidor por ela requisitado, as
§ 2o A LICENÇA TERÁ DURAÇÃO disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo.
IGUAL À DO MANDATO, PODENDO SER RE-
NOVADA, NO CASO DE REELEIÇÃO. § 6º As cessões de empregados de em-
presa pública ou de sociedade de economia
mista, que receba recursos de Tesouro Nacional
para o custeio total ou parcial da sua folha de
pagamento de pessoal, independem das dispo-
sições contidas nos incisos I e II e §§ 1º e

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2º deste artigo, ficando o exercício do empre- MISSÃO OFICIAL, SEM AUTORIZAÇÃO


gado cedido condicionado a autorização especí- DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
fica do Ministério do Planejamento, Orçamento PRESIDENTE DOS ÓRGÃOS DO PODER
e Gestão, exceto nos casos de ocupação de LEGISLATIVO E PRESIDENTE DO SU-
cargo em comissão ou função gratificada. PREMO TRIBUNAL FEDERAL.

§ 7° O Ministério do Planejamento, Orça- § 1o A AUSÊNCIA NÃO EXCEDERÁ A 4


mento e Gestão, com a finalidade de promover ANOS, e finda a missão ou estudo, somente
a composição da força de trabalho dos órgãos decorrido igual período, será permitida nova
e entidades da Administração Pública Federal, ausência.
poderá determinar a lotação ou o exercício de
empregado ou servidor, independentemente da § 2o Ao servidor beneficiado pelo dis-
observância do constante no inciso I e nos §§ posto neste artigo NÃO SERÁ CONCEDIDA
1º e 2º deste artigo. EXONERAÇÃO OU LICENÇA PARA TRATAR
DE INTERESSE PARTICULAR ANTES DE DE-
Seção II CORRIDO PERÍODO IGUAL AO DO AFASTA-
Do Afastamento para Exercício de MENTO, RESSALVADA A HIPÓTESE DE
RESSARCIMENTO DA DESPESA HAVIDA
Mandato Eletivo COM SEU AFASTAMENTO.
Art. 94. Ao servidor investido em man- § 3o O disposto neste artigo NÃO SE
dato eletivo aplicam-se as seguintes disposi- APLICA AOS SERVIDORES DA CARREIRA
ções: DIPLOMÁTICA.

I- tratando-se de MANDATO FEDERAL, ES- § 4o As hipóteses, condições e formas


TADUAL OU DISTRITAL, FICARÁ AFAS- para a autorização de que trata este artigo, in-
TADO DO CARGO clusive no que se refere à remuneração do ser-
II- investido no mandato de PREFEITO, SERÁ vidor, serão disciplinadas em regula-
AFASTADO DO CARGO, SENDO-LHE FA- mento.
CULTADO OPTAR PELA SUA REMUNERA-
ÇÃO Art. 96. O afastamento de servidor para
III- investido no MANDATO DE VEREADOR: servir em organismo internacional de que o
a) HAVENDO COMPATIBILIDADE DE Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á
HORÁRIO, perceberá as vantagens de COM PERDA TOTAL DA REMUNERAÇÃO.
seu cargo, SEM PREJUÍZO DA REMU-
NERAÇÃO DO CARGO ELETIVO;
Seção IV
b) NÃO HAVENDO COMPATIBILIDADE Do Afastamento para
DE HORÁRIO, SERÁ AFASTADO DO Participação em Programa de
CARGO, SENDO-LHE FACULTADO
Pós-Graduação Stricto
OPTAR PELA SUA REMUNERAÇÃO
Sensu no País
§ 1o No caso de afastamento do cargo, o
servidor contribuirá para a seguridade social Art. 96-A. O servidor poderá, NO INTE-
como se em exercício estivesse. RESSE DA ADMINISTRAÇÃO, E DESDE QUE
A PARTICIPAÇÃO NÃO POSSA OCORRER
§ 2o O servidor investido em mandato SIMULTANEAMENTE COM O EXERCÍCIO DO
eletivo ou classista NÃO PODERÁ SER REMO- CARGO OU MEDIANTE COMPENSAÇÃO DE
VIDO OU REDISTRIBUÍDO DE OFÍCIO HORÁRIO, afastar-se do exercício do cargo
PARA LOCALIDADE DIVERSA DAQUELA efetivo, COM A RESPECTIVA REMUNERA-
ONDE EXERCE O MANDATO. ÇÃO, para participar em programa de pós-gra-
duação stricto sensu em instituição de ensino
superior no País.
Seção III
Do Afastamento para Estudo ou § 1o Ato do dirigente máximo do órgão
Missão no Exterior ou entidade definirá, em conformidade com a
legislação vigente, os programas de capacita-
Art. 95. O SERVIDOR NÃO PODERÁ ção e os critérios para participação em progra-
AUSENTAR-SE DO PAÍS PARA ESTUDO OU mas de pós-graduação no País, com ou sem
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afastamento do servidor, que serão avaliados Capítulo VI


por um comitê constituído para este fim. Das Concessões
§ 2o Os afastamentos para realização de
programas de mestrado e doutorado somente Art. 97. SEM QUALQUER PREJUÍZO,
SERÃO CONCEDIDOS AOS SERVIDORES poderá o servidor ausentar-se do serviço:
TITULARES DE CARGOS EFETIVOS NO RES-
PECTIVO ÓRGÃO OU ENTIDADE HÁ PELO I- POR 1 DIA, para doação de sangue
MENOS 3 ANOS PARA MESTRADO E 4 ANOS II- pelo período comprovadamente necessá-
PARA DOUTORADO, INCLUÍDO O PERÍODO rio para alistamento ou recadastramento
DE ESTÁGIO PROBATÓRIO, que NÃO TE- eleitoral, limitado, em qualquer caso, A 2
NHAM SE AFASTADO POR LICENÇA PARA DIAS
TRATAR DE ASSUNTOS PARTICULARES III- por 8 DIAS CONSECUTIVOS em razão
PARA GOZO DE LICENÇA CAPACITAÇÃO de:
OU COM FUNDAMENTO NESTE ARTIGO a) casamento;
NOS 2 ANOS ANTERIORES À DATA DA SO- b) falecimento do cônjuge, compa-
LICITAÇÃO DE AFASTAMENTO. nheiro, pais, madrasta ou padrasto,
filhos, enteados, menor sob guarda
§ 3o Os afastamentos para realização de ou tutela e irmãos.
programas de PÓS-DOUTORADO SOMENTE
SERÃO CONCEDIDOS AOS SERVIDORES Art. 98. Será concedido horário especial
TITULARES DE CARGOS EFETIVO NO RES- ao servidor estudante, quando comprovada a
PECTIVO ÓRGÃO OU ENTIDADE HÁ PELO incompatibilidade entre o horário escolar e o da
MENOS 4 ANOS, INCLUÍDO O PERÍODO DE repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
ESTÁGIO PROBATÓRIO, e que não tenham
se afastado por licença para tratar de assuntos § 1o Para efeito do disposto neste artigo,
particulares ou com fundamento neste artigo, será exigida a compensação de horário no ór-
nos 4 anos anteriores à data da solicitação de gão ou entidade que tiver exercício, respeitada
afastamento. a duração semanal do trabalho.

§ 4o Os servidores beneficiados pelos § 2o Também será concedido horário es-


afastamentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste pecial ao servidor portador de deficiência,
artigo TERÃO QUE PERMANECER NO EXER- quando comprovada a necessidade por junta
CÍCIO DE SUAS FUNÇÕES APÓS O SEU RE- médica oficial, independentemente de compen-
TORNO POR UM PERÍODO IGUAL AO DO sação de horário.
AFASTAMENTO CONCEDIDO.
§ 3o As disposições constantes do §
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar 2 são extensivas ao servidor que tenha côn-
o
exoneração do cargo ou aposentadoria, antes juge, filho ou dependente com deficiên-
de cumprido o período de permanência previsto cia.
no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão
ou entidade, na forma do art. 47 da Lei § 4o Será igualmente concedido horário
no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gas- especial, vinculado à compensação de horário a
tos com seu aperfeiçoamento. ser efetivada no prazo de até 1 ano, ao servidor
que desempenhe atividade prevista nos incisos
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título I e II do caput do art. 76-A desta
ou grau que justificou seu afastamento no pe- Lei.
ríodo previsto, aplica-se o disposto no §
5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada Art. 99. Ao servidor estudante que mu-
de força maior ou de caso fortuito, a critério do dar de sede no interesse da administração é as-
dirigente máximo do órgão ou enti- segurada, na localidade da nova residência ou
dade. na mais próxima, matrícula em instituição de
ensino congênere, em qualquer época, INDE-
§ 7o Aplica-se à participação em pro- PENDENTEMENTE DE VAGA.
grama de pós-graduação no Exterior, autori-
zado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto Parágrafo único. O disposto neste ar-
nos §§ 1o a 6o deste artigo. tigo estende-se ao cônjuge ou companheiro,
aos filhos, ou enteados do servidor que vivam
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na sua companhia, bem como aos menores sob d) por motivo de acidente em serviço ou
sua guarda, com autorização judicial. doença profissional;
e) para capacitação, conforme dispuser
Capítulo VII o regulamento;
Do Tempo de Serviço f) por convocação para o serviço mili-
tar;
Art. 100. É contado para todos os efeitos IX- deslocamento para a nova sede de que
o tempo de serviço público federal, INCLU- trata o art. 18
SIVE O PRESTADO ÀS FORÇAS ARMADAS. X- participação em competição desportiva
nacional ou convocação para integrar repre-
Art. 101. A apuração do tempo de ser- sentação desportiva nacional, no País ou no
viço será feita em dias, que serão convertidos exterior, conforme disposto em lei específica
em anos, considerado o ano como de trezentos XI- afastamento para servir em organismo
e sessenta e cinco dias. internacional de que o Brasil participe ou
com o qual coopere
Art. 102. Além das ausências ao serviço
previstas no art. 97, SÃO CONSIDERADOS
Art. 103. Contar-se-á APENAS PARA
COMO DE EFETIVO EXERCÍCIO OS AFAS-
EFEITO DE APOSENTADORIA E DISPONI-
TAMENTOS EM VIRTUDE DE:
BILIDADE:

I- férias
I- o tempo de serviço público prestado aos
II- exercício de cargo em comissão ou equi- Estados, Municípios e Distrito Federal
valente, em órgão ou entidade dos Poderes
II- a licença para tratamento de saúde de
da União, dos Estados, Municípios e Distrito
pessoal da família do servidor, com remune-
Federal
ração, que exceder a 30 DIAS EM PERÍ-
III- exercício de cargo ou função de governo ODO DE 12 MESES
ou administração, em qualquer parte do ter-
III- a licença para atividade política, no caso
ritório nacional, por nomeação do Presidente
do art. 86, § 2o
da República
IV- o tempo correspondente ao desempenho
IV- participação em programa de treina-
de mandato eletivo federal, estadual, muni-
mento regularmente instituído ou em pro-
cipal ou distrital, anterior ao ingresso no ser-
grama de pós-graduação stricto sensu no
viço público federal
País, conforme dispuser o regulamento
V- o tempo de serviço em atividade privada,
V- desempenho de mandato eletivo federal,
vinculada à Previdência Social
estadual, municipal ou do Distrito Federal,
exceto para promoção por merecimento VI- o tempo de serviço relativo a tiro de
guerra
VI- júri e outros serviços obrigatórios por lei
VII- o tempo de licença para tratamento da
VII- missão ou estudo no exterior, quando
própria saúde que exceder o prazo a que se
autorizado o afastamento, conforme dispu-
refere a alínea "b" do inciso VIII do art. 102
ser o regulamento
VIII- licença:
§ 1o O tempo em que o servidor esteve
a) à gestante, à adotante e à paterni-
aposentado será contado apenas para nova
dade;
aposentadoria.
b) para tratamento da própria saúde,
até o limite de vinte e quatro meses,
§ 2o SERÁ CONTADO EM DOBRO O
cumulativo ao longo do tempo de ser-
TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO ÀS FOR-
viço público prestado à União, em
ÇAS ARMADAS EM OPERAÇÕES DE
cargo de provimento efetivo;
GUERRA.
c) para o desempenho de mandato clas-
sista ou participação de gerência ou
§ 3o É VEDADA A CONTAGEM CUMU-
administração em sociedade coope-
LATIVA DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO
rativa constituída por servidores para
CONCOMITANTEMENTE EM MAIS DE UM
prestar serviços a seus membros, ex-
CARGO OU FUNÇÃO DE ÓRGÃO OU ENTI-
ceto para efeito de promoção por me-
DADES DOS PODERES DA UNIÃO, ESTADO,
recimento;

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DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIO, AUTAR- Parágrafo único. Em caso de provi-


QUIA, FUNDAÇÃO PÚBLICA, SOCIEDADE mento do pedido de reconsideração ou do re-
DE ECONOMIA MISTA E EMPRESA PÚ- curso, os efeitos da decisão retroagirão à data
BLICA. do ato impugnado.
Art. 110. O direito de requerer pres-
Capítulo VIII creve:
Do Direito de Petição
I- EM 5 ANOS, QUANTO AOS ATOS DE
DEMISSÃO E DE CASSAÇÃO DE APOSEN-
Art. 104. É assegurado ao servidor o di-
TADORIA OU DISPONIBILIDADE, OU
reito de requerer aos Poderes Públicos, em de-
QUE AFETEM INTERESSE PATRIMONIAL
fesa de direito ou interesse legítimo.
E CRÉDITOS resultantes das relações de
trabalho
Art. 105. O requerimento será dirigido à
autoridade competente para decidi-lo e enca- II- em 120 DIAS, NOS DEMAIS CASOS,
minhado por intermédio daquela a que estiver salvo quando outro prazo for fixado em lei.
imediatamente subordinado o requerente.
Parágrafo único. O prazo de prescrição
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração será contado da data da publicação do ato im-
à autoridade que houver expedido o ato ou pro- pugnado ou da data da ciência pelo interes-
ferido a primeira decisão, NÃO PODENDO SER sado, quando o ato não for publicado.
RENOVADO.
Art. 111. O PEDIDO DE RECONSIDE-
Parágrafo único. O requerimento e o RAÇÃO E O RECURSO, QUANDO CABÍVEIS,
pedido de reconsideração de que tratam os ar- INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO.
tigos anteriores deverão ser DESPACHADOS
NO PRAZO DE 5 DIAS E DECIDIDOS DEN- Art. 112. A PRESCRIÇÃO É DE ORDEM
TRO DE 30 DIAS. PÚBLICA, NÃO PODENDO SER RELEVADA
PELA ADMINISTRAÇÃO.
Art. 107. CABERÁ RECURSO:
Art. 113. Para o exercício do direito de
I- do indeferimento do pedido de reconside- petição, é assegurada vista do processo ou do-
ração cumento, na repartição, ao servidor ou a pro-
curador por ele constituído.
II- das decisões sobre os recursos sucessiva-
mente interpostos
Art. 114. A ADMINISTRAÇÃO DE-
VERÁ REVER SEUS ATOS, A QUALQUER
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade TEMPO, QUANDO EIVADOS DE ILEGALI-
imediatamente superior à que tiver expedido o DADE.
ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente,
em escala ascendente, às demais autoridades. Art. 115. SÃO FATAIS E IMPRORRO-
GÁVEIS OS PRAZOS estabelecidos neste Ca-
§ 2o O recurso será encaminhado por in- pítulo, SALVO MOTIVO DE FORÇA MAIOR.
termédio da autoridade a que estiver imediata-
mente subordinado o requerente.
Título IV
Art. 108. O PRAZO PARA INTERPOSI- Do Regime Disciplinar
ÇÃO DE PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO OU
DE RECURSO É DE 30 DIAS, A CONTAR DA Capítulo I
PUBLICAÇÃO OU DA CIÊNCIA, PELO INTE- Dos Deveres
RESSADO, DA DECISÃO RECORRIDA.
Art. 116. São deveres do servidor:
Art. 109. O RECURSO PODERÁ SER
RECEBIDO COM EFEITO SUSPENSIVO, A
I- exercer com zelo e dedicação as atribui-
JUÍZO DA AUTORIDADE COMPETENTE.
ções do cargo
II- ser leal às instituições a que servir
III- observar as normas legais e regulamen-
tares
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IV- cumprir as ordens superiores, EXCETO VI- cometer a pessoa estranha à repartição,
QUANDO MANIFESTAMENTE ILEGAIS fora dos casos previstos em lei, o desempe-
V- atender com presteza: nho de atribuição que seja de sua responsa-
a) ao público em geral, prestando as in- bilidade ou de seu subordinado
formações requeridas, ressalvadas as VII- coagir ou aliciar subordinados no sen-
protegidas por sigilo; tido de filiarem-se a associação profissional
b) à expedição de certidões requeridas ou sindical, ou a partido político
para defesa de direito ou esclareci- VIII- manter sob sua chefia imediata, em
mento de situações de interesse pes- cargo ou função de confiança, cônjuge, com-
soal; panheiro ou parente ATÉ O 2° GRAU CIVIL
c) às requisições para a defesa da Fa-
IX- valer-se do cargo para lograr proveito
zenda Pública.
pessoal ou de outrem, em detrimento da dig-
VI- levar as irregularidades de que tiver ci- nidade da função pública
ência em razão do cargo ao conhecimento da
X- participar de gerência ou administração
autoridade superior ou, quando houver sus-
de sociedade privada, personificada ou não
peita de envolvimento desta, ao conheci-
personificada, exercer o comércio, exceto na
mento de outra autoridade competente para
qualidade de acionista, cotista ou comandi-
apuração
tário
VII- zelar pela economia do material e a con-
XI- atuar, como procurador ou intermediá-
servação do patrimônio público
rio, junto a repartições públicas, salvo
VIII- guardar sigilo sobre assunto da repar- quando se tratar de benefícios previdenciá-
tição rios ou assistenciais de parentes ATÉ O 2°
IX- manter conduta compatível com a mora- GRAU, e de cônjuge ou companheiro
lidade administrativa XII- receber propina, comissão, presente ou
X- ser assíduo e pontual ao serviço vantagem de qualquer espécie, em razão de
XI- tratar com urbanidade as pessoas suas atribuições
XII- representar contra ilegalidade, omissão XIII- aceitar comissão, emprego ou pensão
ou abuso de poder de estado estrangeiro
XIV- praticar usura sob qualquer de suas for-
Parágrafo único. A representação de mas
que trata o inciso XII será encaminhada pela XV- proceder de forma desidiosa
via hierárquica e apreciada pela autoridade su- XVI- utilizar pessoal ou recursos materiais da
perior àquela contra a qual é formulada, asse- repartição em serviços OU ATIVIDADES
gurando-se ao representando ampla defesa. PARTICULARES
XVII- cometer a outro servidor atribuições
Capítulo II estranhas ao cargo que ocupa, EXCETO EM
Das Proibições SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA E TRANSI-
TÓRIAS
Art. 117. Ao servidor é proibido: XVIII- exercer quaisquer atividades que se-
jam incompatíveis com o exercício do cargo
I- ausentar-se do serviço durante o expedi- ou função e com o horário de trabalho
ente, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO XIX- recusar-se a atualizar seus dados ca-
CHEFE IMEDIATO dastrais quando solicitado
II- retirar, SEM PRÉVIA ANUÊNCIA DA
AUTORIDADE COMPETENTE, qualquer do- Parágrafo único. A vedação de que
cumento ou objeto da repartição trata o inciso X do caput deste artigo não se
III- recusar fé a documentos públicos aplica nos seguintes casos:
IV- opor resistência injustificada ao anda-
mento de documento e processo ou execu- I- participação nos conselhos de administra-
ção de serviço ção e fiscal de empresas ou entidades em
V- promover manifestação de apreço ou de- que a União detenha, direta ou indireta-
sapreço no recinto da repartição mente, participação no capital social ou em
sociedade cooperativa constituída para pres-
tar serviços a seus membros

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II- gozo de licença para o trato de interesses COM O EXERCÍCIO DE UM DELES, DECLA-
particulares, na forma do art. 91 desta Lei, RADA PELAS AUTORIDADES MÁXIMAS
observada a legislação sobre conflito de in- DOS ÓRGÃOS OU ENTIDADES ENVOLVI-
teresses DOS.

Capítulo III Capítulo IV


Da Acumulação Das Responsabilidades

Art. 118. Ressalvados os casos previstos Art. 121. O servidor responde civil, pe-
na Constituição, É VEDADA A ACUMULAÇÃO nal e administrativamente pelo exercício irre-
REMUNERADA DE CARGOS PÚBLICOS. gular de suas atribuições.

§ 1o A PROIBIÇÃO DE ACUMULAR ES- Art. 122. A RESPONSABILIDADE CI-


TENDE-SE A CARGOS, EMPREGOS E FUN- VIL DECORRE DE ATO OMISSIVO OU CO-
ÇÕES EM AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES PÚ- MISSIVO, DOLOSO OU CULPOSO, QUE RE-
BLICAS, EMPRESAS PÚBLICAS, SOCIEDA- SULTE EM PREJUÍZO AO ERÁRIO OU A
DES DE ECONOMIA MISTA DA UNIÃO, DO TERCEIROS.
DISTRITO FEDERAL, DOS ESTADOS, DOS
TERRITÓRIOS E DOS MUNICÍPIOS. § 1o A indenização de prejuízo dolosa-
mente causado ao erário somente será liqui-
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que dada na forma prevista no art. 46, na falta de
lícita, FICA CONDICIONADA À COMPROVA- outros bens que assegurem a execução do dé-
ÇÃO DA COMPATIBILIDADE DE HORÁ- bito pela via judicial.
RIOS.
§ 2o Tratando-se de dano causado a ter-
§ 3o Considera-se acumulação proibida a ceiros, responderá o servidor perante a Fa-
percepção de vencimento de cargo ou emprego zenda Pública, EM AÇÃO REGRESSIVA.
público efetivo com proventos da inatividade,
SALVO QUANDO OS CARGOS DE QUE DE- § 3o A obrigação de reparar o dano ES-
CORRAM ESSAS REMUNERAÇÕES FOREM TENDE-SE AOS SUCESSORES E CONTRA
ACUMULÁVEIS NA ATIVIDADE. ELES SERÁ EXECUTADA, ATÉ O LIMITE DO
VALOR DA HERANÇA RECEBIDA.
Art. 119. O servidor não poderá exercer
mais de um cargo em comissão, exceto no caso Art. 123. A responsabilidade penal
previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser abrange os crimes e contravenções imputadas
remunerado pela participação em órgão de de- ao servidor, nessa qualidade.
liberação coletiva.
Art. 124. A responsabilidade civil-admi-
Parágrafo único. O disposto neste ar- nistrativa resulta de ato omissivo ou comissivo
tigo não se aplica à remuneração devida pela praticado no desempenho do cargo ou função.
participação em conselhos de administração e
fiscal das empresas públicas e sociedades de Art. 125. AS SANÇÕES CIVIS, PE-
economia mista, suas subsidiárias e controla- NAIS E ADMINISTRATIVAS PODERÃO CU-
das, bem como quaisquer empresas ou entida- MULAR-SE, SENDO INDEPENDENTES EN-
des em que a União, direta ou indiretamente, TRE SI.
detenha participação no capital social, obser-
vado o que, a respeito, dispuser legislação es- Art. 126. A RESPONSABILIDADE AD-
pecífica. MINISTRATIVA DO SERVIDOR SERÁ AFAS-
TADA NO CASO DE ABSOLVIÇÃO CRIMI-
Art. 120. O SERVIDOR VINCULADO NAL QUE NEGUE A EXISTÊNCIA DO FATO
AO REGIME DESTA LEI, QUE ACUMULAR OU SUA AUTORIA.
LICITAMENTE DOIS CARGOS EFETIVOS,
QUANDO INVESTIDO EM CARGO DE PRO- Art. 126-A. NENHUM SERVIDOR PO-
VIMENTO EM COMISSÃO, FICARÁ AFAS- DERÁ SER RESPONSABILIZADO CIVIL, PE-
TADO DE AMBOS OS CARGOS EFETIVOS, NAL OU ADMINISTRATIVAMENTE POR
SALVO NA HIPÓTESE EM QUE HOUVER DAR CIÊNCIA À AUTORIDADE SUPERIOR
COMPATIBILIDADE DE HORÁRIO E LOCAL
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OU, QUANDO HOUVER SUSPEITA DE EN- cessando os efeitos da penalidade


VOLVIMENTO DESTA, A OUTRA AUTORI- uma vez cumprida a determinação.
DADE COMPETENTE PARA APURAÇÃO DE
INFORMAÇÃO CONCERNENTE À PRÁTICA § 2o Quando houver conveniência para o
DE CRIMES OU IMPROBIDADE DE QUE TE- serviço, A PENALIDADE DE SUSPENSÃO
NHA CONHECIMENTO, AINDA QUE EM DE- PODERÁ SER CONVERTIDA EM MULTA, NA
CORRÊNCIA DO EXERCÍCIO DE CARGO, BASE DE 50% POR DIA DE VENCIMENTO
EMPREGO OU FUNÇÃO PÚBLICA. OU REMUNERAÇÃO, FICANDO O SERVI-
DOR OBRIGADO A PERMANECER EM SER-
Capítulo V VIÇO.
Das Penalidades
Art. 131. As penalidades de ADVER-
TÊNCIA E DE SUSPENSÃO TERÃO SEUS RE-
Art. 127. São penalidades disciplinares: GISTROS CANCELADOS, após O DECURSO
DE 3 E 5 ANOS DE EFETIVO EXERCÍCIO,
I- advertência RESPECTIVAMENTE, SE O SERVIDOR NÃO
II- suspensão HOUVER, NESSE PERÍODO, PRATICADO
III-demissão NOVA INFRAÇÃO DISCIPLINAR.
IV- cassação de aposentadoria ou disponibi-
lidade Parágrafo único. O CANCELAMENTO
DA PENALIDADE NÃO SURTIRÁ EFEITOS
V- destituição de cargo em comissão
RETROATIVOS.
VI- destituição de função comissionada
Art. 132. A DEMISSÃO será aplicada
Art. 128. Na aplicação das penalidades nos seguintes casos:
serão consideradas A NATUREZA E A GRAVI-
DADE DA INFRAÇÃO COMETIDA, OS DA- I- crime contra a administração pública
NOS QUE DELA PROVIEREM PARA O SER-
II- abandono de cargo
VIÇO PÚBLICO, AS CIRCUNSTÂNCIAS
AGRAVANTES OU ATENUANTES E OS AN- III- inassiduidade habitual
TECEDENTES FUNCIONAIS. IV- improbidade administrativa
V- incontinência pública e conduta escanda-
Parágrafo único. O ato de imposição da losa, na repartição
penalidade mencionará SEMPRE O FUNDA- VI- insubordinação grave em serviço
MENTO LEGAL E A CAUSA DA SANÇÃO DIS- VII- ofensa física, em serviço, a servidor ou
CIPLINAR. a particular, SALVO EM LEGÍTIMA DEFESA
PRÓPRIA OU DE OUTREM
Art. 129. A advertência será aplicada
VIII- aplicação irregular de dinheiros públi-
por escrito, nos casos de violação de proibição
cos
constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e
de inobservância de dever funcional previsto IX- revelação de segredo do qual se apro-
em lei, regulamentação ou norma interna, que priou em razão do cargo
não justifique imposição de penalidade mais X- lesão aos cofres públicos e dilapidação do
grave. patrimônio nacional
XI- corrupção
Art. 130. A SUSPENSÃO SERÁ APLI- XII- acumulação ilegal de cargos, empregos
CADA EM CASO DE REINCIDÊNCIA DAS ou funções públicas
FALTAS PUNIDAS COM ADVERTÊNCIA E DE
XIII- transgressão dos incisos IX a XVI do
VIOLAÇÃO DAS DEMAIS PROIBIÇÕES QUE
art. 117.
NÃO TIPIFIQUEM INFRAÇÃO SUJEITA A
PENALIDADE DE DEMISSÃO, NÃO PO-
DENDO EXCEDER DE 90 DIAS. Art. 133. Detectada a qualquer TEMPO
A ACUMULAÇÃO ILEGAL DE CARGOS, EM-
§ 1o Será punido com SUSPENSÃO DE PREGOS OU FUNÇÕES PÚBLICAS, a autori-
ATÉ 15 DIAS O SERVIDOR que, INJUSTIFI- dade a que se refere o art. 143 notificará o ser-
CADAMENTE, RECUSAR-SE A SER SUBME- vidor, por intermédio de sua chefia imediata,
TIDO A INSPEÇÃO MÉDICA DETERMINADA PARA APRESENTAR OPÇÃO NO PRAZO IM-
PELA AUTORIDADE COMPETENTE, PRORROGÁVEL DE 10 DIAS, CONTADOS

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DA DATA DA CIÊNCIA E, NA HIPÓTESE DE CARGO.


OMISSÃO, ADOTARÁ PROCEDIMENTO SU-
MÁRIO PARA A SUA APURAÇÃO E REGULA- § 6o CARACTERIZADA A ACUMULA-
RIZAÇÃO IMEDIATA, cujo processo adminis- ÇÃO ILEGAL E PROVADA A MÁ-FÉ, APLI-
trativo disciplinar se desenvolverá nas seguin- CAR-SE-Á A PENA DE DEMISSÃO, DESTI-
tes fases: TUIÇÃO OU CASSAÇÃO DE APOSENTADO-
RIA OU DISPONIBILIDADE EM RELAÇÃO
I- instauração, com a publicação do ato que AOS CARGOS, EMPREGOS OU FUNÇÕES
constituir a comissão, a ser composta por PÚBLICAS EM REGIME DE ACUMULAÇÃO
dois servidores estáveis, e simultaneamente ILEGAL, hipótese em que os órgãos ou entida-
indicar a autoria e a materialidade da trans- des de vinculação serão comunicados.
gressão objeto da apuração
II- instrução sumária, que compreende indi- § 7o O PRAZO PARA A CONCLUSÃO
ciação, defesa e relatório DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCI-
PLINAR SUBMETIDO AO RITO SUMÁRIO
III- julgamento
NÃO EXCEDERÁ 30 DIAS, contados da data
de publicação do ato que constituir a comissão,
§ 1o A indicação da autoria de que trata ADMITIDA A SUA PRORROGAÇÃO POR ATÉ
o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do 15 DIAS, QUANDO AS CIRCUNSTÂNCIAS O
servidor, e a materialidade pela descrição dos EXIGIREM.
cargos, empregos ou funções públicas em situ-
ação de acumulação ilegal, dos órgãos ou enti- § 8o O procedimento sumário rege-se
dades de vinculação, das datas de ingresso, do pelas disposições deste artigo, observando-se,
horário de trabalho e do correspondente regime no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as
jurídico. disposições dos Títulos IV e V desta
Lei.
§ 2o A comissão lavrará, até três dias
após a publicação do ato que a constituiu, Art. 134. SERÁ CASSADA A APOSEN-
termo de indiciação em que serão transcritas as TADORIA OU A DISPONIBILIDADE DO
informações de que trata o parágrafo anterior, INATIVO QUE HOUVER PRATICADO, NA
bem como promoverá a citação pessoal do ser- ATIVIDADE, FALTA PUNÍVEL COM A DE-
vidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia MISSÃO.
imediata, para, no prazo de cinco dias, apre-
sentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista Art. 135. A DESTITUIÇÃO DE CARGO
do processo na repartição, observado o dis- EM COMISSÃO EXERCIDO POR NÃO OCU-
posto nos arts. 163 e 164. PANTE DE CARGO EFETIVO SERÁ APLI-
CADA NOS CASOS DE INFRAÇÃO SUJEITA
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão ÀS PENALIDADES DE SUSPENSÃO E DE DE-
elaborará relatório conclusivo quanto à inocên- MISSÃO.
cia ou à responsabilidade do servidor, em que
resumirá as peças principais dos autos, opinará Parágrafo único. Constatada a hipótese
sobre a licitude da acumulação em exame, in- de que trata este artigo, a exoneração efetuada
dicará o respectivo dispositivo legal e remeterá nos termos do art. 35 será convertida em des-
o processo à autoridade instauradora, para jul- tituição de cargo em comissão.
gamento.
Art. 136. A demissão ou a destituição de
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do cargo em comissão, nos casos dos incisos IV,
recebimento do processo, a autoridade julga- VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibili-
dora proferirá a sua decisão, aplicando-se, dade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem
quando for o caso, o disposto no § 3o do art. prejuízo da ação penal cabível.
167.
Art. 137. A demissão ou a destituição de
§ 5o A OPÇÃO PELO SERVIDOR ATÉ O cargo em comissão, por infringência do art.
ÚLTIMO DIA DE PRAZO PARA DEFESA 117, incisos IX e XI, INCOMPATIBILIZA O
CONFIGURARÁ SUA BOA-FÉ, HIPÓTESE EM EX-SERVIDOR PARA NOVA INVESTIDURA
QUE SE CONVERTERÁ AUTOMATICAMENTE EM CARGO PÚBLICO FEDERAL, PELO
EM PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO OUTRO PRAZO DE 5 ANOS.

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Parágrafo único. Não poderá retornar da República, quando se tratar de demissão


ao serviço público federal o servidor que for de- e cassação de aposentadoria ou disponibili-
mitido ou destituído do cargo em comissão por dade de servidor vinculado ao respectivo Po-
infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e der, órgão, ou entidade
XI.
II- pelas autoridades administrativas de hie-
rarquia imediatamente inferior àquelas men-
Art. 138. CONFIGURA ABANDONO DE
cionadas no inciso anterior quando se tra-
CARGO A AUSÊNCIA INTENCIONAL DO
tar de suspensão superior a 30 (trinta) dias
SERVIDOR AO SERVIÇO POR MAIS DE 30
DIAS CONSECUTIVOS. III- pelo chefe da repartição e outras autori-
dades na forma dos respectivos regimentos
Art. 139. Entende-se por INASSIDUI- ou regulamentos, nos casos de advertência
DADE HABITUAL A FALTA AO SERVIÇO, ou de suspensão de até 30 (trinta) dias
SEM CAUSA JUSTIFICADA, POR 60 DIAS, IV- pela autoridade que houver feito a nome-
INTERPOLADAMENTE, DURANTE O PERÍ- ação, quando se tratar de destituição de
ODO DE 12 MESES. cargo em comissão

ABANDONO DE INASSIDUIDADE Art. 142. A AÇÃO DISCIPLINAR


CARGO HABITUAL PRESCREVERÁ:
Mais de 30 dias 60 dias, interpola-
consecutivos damente, durante I- EM 5 ANOS, quanto às infrações puníveis
12 meses com DEMISSÃO, CASSAÇÃO DE APOSEN-
TADORIA OU DISPONIBILIDADE E DES-
Art. 140. Na apuração de abandono de TITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO
cargo ou inassiduidade habitual, também será II- EM 2 ANOS, quanto à SUSPENSÃO
adotado o procedimento sumário a que se re- III- EM 180 DIAS, quanto à ADVERTÊN-
fere o art. 133, observando-se especialmente CIA
que:
§ 1o O prazo de prescrição COMEÇA A
I- a indicação da materialidade dar-se-á: CORRER DA DATA EM QUE O FATO SE TOR-
a) na hipótese de abandono de cargo, NOU CONHECIDO.
pela indicação precisa do período de
ausência intencional do servidor ao § 2o Os prazos de prescrição previstos na
serviço superior a trinta dias lei penal aplicam-se às infrações disciplinares
b) no caso de inassiduidade habitual, capituladas também como crime.
pela indicação dos dias de falta ao
serviço sem causa justificada, por pe- § 3o A ABERTURA DE SINDICÂNCIA
ríodo igual ou superior a sessenta OU A INSTAURAÇÃO DE PROCESSO DISCI-
dias interpoladamente, durante o pe- PLINAR INTERROMPE A PRESCRIÇÃO, ATÉ
ríodo de doze meses A DECISÃO FINAL PROFERIDA POR AUTO-
II- após a apresentação da defesa a comis- RIDADE COMPETENTE.
são elaborará relatório conclusivo quanto à
inocência ou à responsabilidade do servidor, § 4o Interrompido o curso da prescrição,
em que resumirá as peças principais dos au- o prazo começará a correr a partir do dia em
tos, indicará o respectivo dispositivo legal, que cessar a interrupção.
opinará, na hipótese de abandono de cargo,
sobre a intencionalidade da ausência ao ser- Título V
viço superior a trinta dias e remeterá o pro- Do Processo Administrativo
cesso à autoridade instauradora para julga-
Disciplinar
mento

Art. 141. As penalidades disciplinares Capítulo I


serão aplicadas: Disposições Gerais

I- pelo Presidente da República, pelos Presi- Art. 143. A autoridade que tiver ciência
dentes das Casas do Poder Legislativo e dos de irregularidade no serviço público É OBRI-
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral GADA A PROMOVER A SUA APURAÇÃO
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IMEDIATA, mediante sindicância ou processo Capítulo II


administrativo disciplinar, assegurada ao acu- Do Afastamento Preventivo
sado ampla defesa.

§ 3o A apuração de que trata o caput, por Art. 147. Como medida cautelar e a fim
solicitação da autoridade a que se refere, po- de que o servidor não venha a influir na apura-
derá ser promovida por autoridade de órgão ou ção da irregularidade, a AUTORIDADE INS-
entidade diverso daquele em que tenha ocor- TAURADORA DO PROCESSO DISCIPLINAR
rido a irregularidade, mediante competência PODERÁ DETERMINAR O SEU AFASTA-
específica para tal finalidade, delegada em ca- MENTO DO EXERCÍCIO DO CARGO, PELO
ráter permanente ou temporário pelo Presi- PRAZO DE ATÉ 60 DIAS, SEM PREJUÍZO DA
dente da República, pelos presidentes das Ca- REMUNERAÇÃO.
sas do Poder Legislativo e dos Tribunais Fede-
rais e pelo Procurador-Geral da República, no Parágrafo único. O AFASTAMENTO
âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, PODERÁ SER PRORROGADO POR IGUAL
preservadas as competências para o julga- PRAZO, FINDO O QUAL CESSARÃO OS
mento que se seguir à apuração. SEUS EFEITOS, AINDA QUE NÃO CONCLU-
ÍDO O PROCESSO.
Art. 144. As denúncias sobre irregulari-
dades serão objeto de apuração, desde que Capítulo III
contenham a identificação e o endereço do de- Do Processo Disciplinar
nunciante e sejam formuladas por escrito, con-
firmada a autenticidade. Art. 148. O processo disciplinar é o ins-
trumento destinado a apurar responsabilidade
Parágrafo único. Quando o fato nar- de servidor por infração praticada no exercício
rado não configurar evidente infração discipli- de suas atribuições, ou que tenha relação com
nar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, as atribuições do cargo em que se encontre in-
por falta de objeto. vestido.

Art. 145. Da SINDICÂNCIA PODERÁ Art. 149. O processo disciplinar SERÁ


RESULTAR: CONDUZIDO POR COMISSÃO COMPOSTA
DE 3 SERVIDORES ESTÁVEIS DESIGNA-
I- arquivamento do processo DOS PELA AUTORIDADE COMPETENTE, ob-
II- aplicação de penalidade de advertência servado o disposto no § 3o do art. 143, que in-
ou suspensão de ATÉ 30 DIAS dicará, dentre eles, o SEU PRESIDENTE, QUE
III- instauração de processo disciplinar DEVERÁ SER OCUPANTE DE CARGO EFE-
TIVO SUPERIOR OU DE MESMO NÍVEL, OU
TER NÍVEL DE ESCOLARIDADE IGUAL OU
Parágrafo único. O PRAZO PARA
SUPERIOR AO DO INDICIADO.
CONCLUSÃO DA SINDICÂNCIA NÃO EXCE-
DERÁ 30 DIAS, PODENDO SER PRORRO-
§ 1o A Comissão terá como secretário
GADO POR IGUAL PERÍODO, A CRITÉRIO
servidor designado pelo seu presidente, po-
DA AUTORIDADE SUPERIOR.
dendo a indicação recair em um de seus mem-
bros.
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado
pelo servidor ENSEJAR A IMPOSIÇÃO DE PE-
§ 2O NÃO PODERÁ PARTICIPAR DE
NALIDADE DE SUSPENSÃO POR MAIS DE
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA OU DE IN-
30 DIAS, DE DEMISSÃO, CASSAÇÃO DE
QUÉRITO, CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU
APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE,
PARENTE DO ACUSADO, CONSANGÜÍNEO
OU DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMIS-
OU AFIM, EM LINHA RETA OU COLATERAL,
SÃO, SERÁ OBRIGATÓRIA A INSTAURA-
ATÉ O 3° GRAU.
ÇÃO DE PROCESSO DISCIPLINAR.
Art. 150. A Comissão exercerá suas ati-
vidades com independência e imparcialidade,
assegurado o sigilo necessário à elucidação do
fato ou exigido pelo interesse da administração.

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Parágrafo único. As REUNIÕES E AS Art. 155. Na fase do inquérito, a


AUDIÊNCIAS DAS COMISSÕES TERÃO CA- comissão promoverá a tomada de
RÁTER RESERVADO. depoimentos, acareações, investigações e dili-
gências cabíveis, objetivando a coleta de prova,
Art. 151. O processo disciplinar se de- recorrendo, quando necessário, a técnicos e
senvolve nas seguintes fases: peritos, de modo a permitir a completa elucida-
ção dos fatos.
I- instauração, com a publicação do ato que
constituir a comissão Art. 156. É assegurado ao servidor o di-
II- inquérito administrativo, que compre- reito de acompanhar o processo pessoalmente
ende instrução, defesa e relatório ou por intermédio de procurador, arrolar e rein-
quirir testemunhas, produzir provas e contra-
III- julgamento
provas e formular quesitos, quando se tratar de
prova pericial.
Art. 152. O prazo para A CONCLUSÃO
DO PROCESSO DISCIPLINAR NÃO EXCE- § 1o O presidente da comissão poderá
DERÁ 60 DIAS, contados da data de publica- denegar pedidos considerados impertinentes,
ção do ato que constituir a comissão, ADMI- meramente protelatórios, ou de nenhum inte-
TIDA A SUA PRORROGAÇÃO POR IGUAL resse para o esclarecimento dos fatos.
PRAZO, QUANDO AS CIRCUNSTÂNCIAS O
EXIGIREM. § 2o Será indeferido o pedido de prova
pericial, quando a comprovação do fato inde-
§ 1o Sempre que necessário, a comissão pender de conhecimento especial de perito.
dedicará tempo integral aos seus trabalhos, fi-
cando seus membros dispensados do ponto, Art. 157. As testemunhas serão intima-
até a entrega do relatório final. das a depor mediante mandado expedido pelo
presidente da comissão, devendo a segunda
§ 2o As reuniões da comissão serão re- via, com o ciente do interessado, ser anexado
gistradas em atas que deverão detalhar as de- aos autos.
liberações adotadas.
Parágrafo único. Se a testemunha for
PROCESSO PROCESSO servidor público, a expedição do mandado será
SUMÁRIO DISCIPLINAR imediatamente comunicada ao chefe da repar-
Conclusão: 30 Conclusão: 60 tição onde serve, com a indicação do dia e hora
dias, prorrogável dias, prorrogável marcados para inquirição.
por mais 15 por mais 60
Art. 158. O depoimento será prestado
oralmente e reduzido a termo, NÃO SENDO
Seção I
LÍCITO À TESTEMUNHA TRAZÊ-LO POR ES-
Do Inquérito CRITO.

Art. 153. O inquérito administrativo § 1o As testemunhas SERÃO INQUIRI-


obedecerá ao princípio do contraditório, asse- DAS SEPARADAMENTE.
gurada ao acusado ampla defesa, com a utili-
zação dos meios e recursos admitidos em di- § 2o Na hipótese de depoimentos contra-
reito. ditórios ou que se infirmem, proceder-se-á à
acareação entre os depoentes.
Art. 154. Os autos da sindicância inte-
grarão o processo disciplinar, como peça infor- Art. 159. Concluída a inquirição das tes-
mativa da instrução. temunhas, a comissão promoverá o interroga-
tório do acusado, observados os procedimentos
Parágrafo único. Na hipótese de o rela- previstos nos arts. 157 e 158.
tório da sindicância concluir que a infração está
capitulada como ilícito penal, a autoridade com- § 1o NO CASO DE MAIS DE UM ACU-
petente encaminhará cópia dos autos ao Minis- SADO, CADA UM DELES SERÁ OUVIDO SE-
tério Público, independentemente da imediata PARADAMENTE, E SEMPRE QUE DIVERGI-
instauração do processo disciplinar.

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REM EM SUAS DECLARAÇÕES SOBRE FA- domicílio conhecido, para apresentar defesa.
TOS OU CIRCUNSTÂNCIAS, SERÁ PROMO-
VIDA A ACAREAÇÃO ENTRE ELES. Parágrafo único. Na hipótese deste ar-
tigo, o prazo para defesa será de 15 dias a par-
§ 2o O PROCURADOR DO ACUSADO tir da última publicação do edital.
PODERÁ ASSISTIR AO INTERROGATÓRIO,
BEM COMO À INQUIRIÇÃO DAS TESTEMU- Art. 164. Considerar-se-á revel o indici-
NHAS, sendo-lhe vedado interferir nas ado que, regularmente citado, não apresentar
perguntas e respostas, facultando-se-lhe, defesa no prazo legal.
porém, reinquiri-las, por intermédio do presi-
dente da comissão. § 1o A revelia será declarada, por termo,
nos autos do processo e devolverá o prazo para
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a a defesa.
sanidade mental do acusado, a comissão pro-
porá à autoridade competente que ele seja sub- § 2o Para defender o indiciado revel,
metido a exame por junta médica oficial, da a autoridade instauradora do processo de-
qual participe pelo menos um médico psiquia- signará um servidor como defensor dativo,
tra. que deverá ser ocupante de cargo efetivo
superior ou de mesmo nível, ou ter nível
Parágrafo único. O incidente de sani- de escolaridade igual ou superior ao do in-
dade mental será processado em auto apartado diciado.
e apenso ao processo principal, após a expedi-
ção do laudo pericial. Art. 165. Apreciada a defesa, a comis-
são elaborará relatório minucioso, onde resu-
Art. 161. Tipificada a infração discipli- mirá as peças principais dos autos e mencio-
nar, será formulada a indiciação do servidor, nará as provas em que se baseou para formar
com a especificação dos fatos a ele imputados a sua convicção.
e das respectivas provas.
§ 1o O relatório será sempre conclusivo
§ 1 O indiciado será citado por mandado
o
quanto à inocência ou à responsabilidade do
expedido pelo presidente da comissão para servidor.
apresentar DEFESA ESCRITA, NO PRAZO DE
10 DIAS, assegurando-se-lhe vista do pro- § 2o Reconhecida a responsabilidade do
cesso na repartição. servidor, a comissão indicará o dispositivo legal
ou regulamentar transgredido, bem como as
§ 2o Havendo DOIS OU MAIS INDICI- circunstâncias agravantes ou atenuantes.
ADOS, O PRAZO SERÁ COMUM E DE 20
DIAS. Art. 166. O processo disciplinar, com o
relatório da comissão, será remetido à autori-
§ 3o O PRAZO DE DEFESA PODERÁ dade que determinou a sua instauração, para
SER PRORROGADO PELO DOBRO, para dili- julgamento.
gências reputadas indispensáveis.
Seção II
§ 4o No caso de recusa do indiciado em Do Julgamento
apor o ciente na cópia da citação, o prazo para
defesa contar-se-á da data declarada, em
termo próprio, pelo membro da comissão que Art. 167. No PRAZO DE 20 DIAS, CON-
fez a citação, com a assinatura de 2 testemu- TADOS DO RECEBIMENTO DO PROCESSO,
nhas. A AUTORIDADE JULGADORA PROFERIRÁ A
SUA DECISÃO.
Art. 162. O indiciado que mudar de resi-
dência fica obrigado a comunicar à comissão o § 1o Se a penalidade a ser aplicada exce-
lugar onde poderá ser encontrado. der a alçada da autoridade instauradora do pro-
cesso, este será encaminhado à autoridade
Art. 163. Achando-se o indiciado em lu- competente, que decidirá em igual prazo.
gar incerto e não sabido, será citado por edital,
publicado no Diário Oficial da União e em jornal
de grande circulação na localidade do último
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§ 2o HAVENDO MAIS DE UM INDICI- Art. 172. O servidor que responder


ADO E DIVERSIDADE DE SANÇÕES, O JUL- a processo disciplinar só poderá ser exonerado
GAMENTO CABERÁ À AUTORIDADE COM- a pedido, ou aposentado volun-tariamente,
PETENTE PARA A IMPOSIÇÃO DA PENA após a conclusão do processo e o
MAIS GRAVE. cumprimento da penalidade, acaso aplicada.

§ 3o Se a penalidade prevista for a de- Parágrafo único. Ocorrida a exonera-


missão ou cassação de aposentadoria ou dispo- ção de que trata o parágrafo único, inciso I do
nibilidade, o julgamento caberá às autoridades art. 34, o ato será convertido em demissão, se
de que trata o inciso I do art. 141. for o caso.

§ 4o Reconhecida pela comissão a ino- Art. 173. Serão assegurados transporte


cência do servidor, a autoridade instauradora e diárias:
do processo determinará o seu arquivamento,
SALVO SE FLAGRANTEMENTE CONTRÁRIA I- ao servidor convocado para prestar de-
À PROVA DOS AUTOS. poimento fora da sede de sua repartição, na
condição de testemunha, denunciado ou in-
Art. 168. O julgamento acatará o relató- diciado
rio da comissão, SALVO QUANDO CONTRÁ- II- aos membros da comissão e ao secretá-
RIO ÀS PROVAS DOS AUTOS. rio, quando obrigados a se deslocarem da
sede dos trabalhos para a realização de mis-
Parágrafo único. QUANDO O RELA- são essencial ao esclarecimento dos fatos
TÓRIO DA COMISSÃO CONTRARIAR AS
PROVAS DOS AUTOS, A AUTORIDADE JUL-
GADORA PODERÁ, MOTIVADAMENTE, Seção III
AGRAVAR A PENALIDADE PROPOSTA, Da Revisão do Processo
ABRANDÁ-LA OU ISENTAR O SERVIDOR
DE RESPONSABILIDADE. Art. 174. O processo disciplinar PO-
DERÁ SER REVISTO, A QUALQUER TEMPO,
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício A PEDIDO OU DE OFÍCIO, QUANDO SE
insanável, a autoridade que determinou a ins- ADUZIREM FATOS NOVOS OU CIRCUNS-
tauração do processo ou outra de hierarquia su- TÂNCIAS SUSCETÍVEIS DE JUSTIFICAR A
perior declarará a sua nulidade, total ou parcial, INOCÊNCIA DO PUNIDO OU A INADEQUA-
e ordenará, no mesmo ato, a constituição de ÇÃO DA PENALIDADE APLICADA.
outra comissão para instauração de novo pro-
cesso. § 1o Em caso de falecimento, ausência
ou desaparecimento do servidor, qualquer pes-
§ 1o O JULGAMENTO FORA DO PRAZO soa da família poderá requerer a revisão do
LEGAL NÃO IMPLICA NULIDADE DO PRO- processo.
CESSO.
§ 2o No caso de incapacidade mental do
§ 2o A autoridade julgadora que der servidor, a revisão será requerida pelo respec-
causa à prescrição de que trata o art. 142, § 2o, tivo curador.
será responsabilizada na forma do Capítulo IV
do Título IV. Art. 175. No PROCESSO REVISIONAL,
O ÔNUS DA PROVA CABE AO REQUERENTE.
Art. 170. Extinta a punibilidade pela
prescrição, a autoridade julgadora determinará Art. 176. A SIMPLES ALEGAÇÃO DE
o registro do fato nos assentamentos individu- INJUSTIÇA DA PENALIDADE NÃO CONSTI-
ais do servidor. TUI FUNDAMENTO PARA A REVISÃO, QUE
REQUER ELEMENTOS NOVOS, AINDA NÃO
Art. 171. Quando a infração estiver ca- APRECIADOS NO PROCESSO ORIGINÁRIO.
pitulada como crime, o processo disciplinar será
remetido ao Ministério Público para instauração Art. 177. O requerimento de revisão do
da ação penal, ficando trasladado na reparti- processo será dirigido ao Ministro de Estado ou
ção. autoridade equivalente, que, se autorizar a re-
visão, encaminhará o pedido ao dirigente do ór-
gão ou entidade onde se originou o processo
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disciplinar. neamente, ocupante de cargo ou emprego efe-


tivo na administração pública direta, autárquica
Parágrafo único. Deferida a petição, a e fundacional NÃO TERÁ DIREITO AOS BE-
autoridade competente providenciará a consti- NEFÍCIOS DO PLANO DE SEGURIDADE SO-
tuição de comissão, na forma do art. 149. CIAL, COM EXCEÇÃO DA ASSISTÊNCIA À
SAÚDE.
Art. 178. A revisão correrá em apenso
ao processo originário. § 2o O SERVIDOR AFASTADO OU LI-
CENCIADO DO CARGO EFETIVO, SEM DI-
Parágrafo único. Na petição inicial, o re- REITO À REMUNERAÇÃO, inclusive para ser-
querente pedirá dia e hora para a produção de vir em organismo oficial internacional do qual o
provas e inquirição das testemunhas que arro- Brasil seja membro efetivo ou com o qual coo-
lar. pere, ainda que contribua para regime de pre-
vidência social no exterior, TERÁ SUSPENSO
Art. 179. A COMISSÃO REVISORA O SEU VÍNCULO COM O REGIME DO PLANO
TERÁ 60 DIAS PARA A CONCLUSÃO DOS DE SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR
TRABALHOS. PÚBLICO ENQUANTO DURAR O AFASTA-
MENTO OU A LICENÇA, não lhes assistindo,
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da neste período, os benefícios do mencionado re-
comissão revisora, no que couber, as normas e gime de previdência.
procedimentos próprios da comissão do pro-
cesso disciplinar. § 3o SERÁ ASSEGURADA AO SERVI-
DOR LICENCIADO OU AFASTADO SEM RE-
Art. 181. O julgamento caberá à autori- MUNERAÇÃO A MANUTENÇÃO DA VINCU-
dade que aplicou a penalidade, nos termos do LAÇÃO AO REGIME DO PLANO DE SEGURI-
art. 141. DADE SOCIAL DO SERVIDOR PÚBLICO,
MEDIANTE O RECOLHIMENTO MENSAL DA
Parágrafo único. O PRAZO PARA JUL- RESPECTIVA CONTRIBUIÇÃo, no mesmo
GAMENTO SERÁ DE 20 DIAS, contados do percentual devido pelos servidores em ativi-
recebimento do processo, no curso do qual a dade, incidente sobre a remuneração total do
autoridade julgadora poderá determinar dili- cargo a que faz jus no exercício de suas atribui-
gências. ções, computando-se, para esse efeito, inclu-
sive, as vantagens pessoais.
Art. 182. Julgada procedente a revisão,
será declarada sem efeito a penalidade apli- § 4o O recolhimento de que trata o §
cada, restabelecendo-se todos os direitos do 3 deve ser efetuado até o segundo dia útil após
o

servidor, exceto em relação à destituição do a data do pagamento das remunerações dos


cargo em comissão, que será convertida em servidores públicos, aplicando-se os procedi-
exoneração. mentos de cobrança e execução dos tributos fe-
derais quando não recolhidas na data de venci-
Parágrafo único. DA REVISÃO DO mento.
PROCESSO NÃO PODERÁ RESULTAR AGRA-
VAMENTO DE PENALIDADE. Art. 184. O Plano de Seguridade Social
visa a dar cobertura aos riscos a que estão su-
jeitos o servidor e sua família, e compreende
Título VI um conjunto de benefícios e ações que aten-
Da Seguridade Social do Servidor dam às seguintes finalidades:

I- garantir meios de subsistência nos even-


Capítulo I tos de doença, invalidez, velhice, acidente
Disposições Gerais em serviço, inatividade, falecimento e reclu-
são
Art. 183. A União manterá Plano de Se- II- proteção à maternidade, à adoção e à pa-
guridade Social para o servidor e sua família. ternidade
III- assistência à saúde
§ 1o O SERVIDOR OCUPANTE DE
CARGO EM COMISSÃO que não seja, simulta-

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Parágrafo único. Os benefícios serão a) aos 35 anos de serviço, se homem, e


concedidos nos termos e condições definidos aos 30 se mulher, com proventos in-
em regulamento, observadas as disposições tegrais;
desta Lei. b) aos 30 anos de efetivo exercício em
funções de magistério se professor, e
Art. 185. Os benefícios do Plano de Se- 25 se professora, com proventos in-
guridade Social do servidor compreendem: tegrais;
c) aos 30 anos de serviço, se homem, e
I- quanto ao servidor: aos 25 se mulher, com proventos
a) aposentadoria; proporcionais a esse tempo;
b) auxílio-natalidade; d) aos 65 anos de idade, se homem, e
c) salário-família; aos 60 se mulher, com proventos
d) licença para tratamento de saúde; proporcionais ao tempo de serviço.
e) licença à gestante, à adotante e li-
cença-paternidade; § 1o Consideram-se doenças graves,
f) licença por acidente em serviço; contagiosas ou incuráveis, a que se refere o in-
g) assistência à saúde; ciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação
h) garantia de condições individuais e mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
ambientais de trabalho satisfatórias. cegueira posterior ao ingresso no serviço pú-
II- quanto ao dependente: blico, hanseníase, cardiopatia grave, doença de
a) pensão vitalícia e temporária; Parkinson, paralisia irreversível e incapaci-
b) auxílio-funeral; tante, espondiloartrose anquilosante, nefropa-
c) auxílio-relcusão; tia grave, estados avançados do mal de Paget
d) assistência à saúde. (osteíte deformante), Síndrome de Imunodefi-
ciência Adquirida - AIDS, e outras que a lei in-
§ 1o As aposentadorias e pensões serão dicar, com base na medicina especializada.
concedidas e mantidas pelos órgãos ou entida-
des aos quais se encontram vinculados os ser- § 2o Nos casos de exercício de atividades
vidores, observado o disposto nos arts. 189 e consideradas insalubres ou perigosas, bem
224. como nas hipóteses previstas no art. 71, a apo-
sentadoria de que trata o inciso III, "a" e "c",
§ 2o O recebimento indevido de benefí- observará o disposto em lei específica.
cios havidos por fraude, dolo ou má-fé, impli-
cará devolução ao erário do total auferido, sem § 3o Na hipótese do inciso I o servidor
prejuízo da ação penal cabível. será submetido à junta médica oficial, que ates-
tará a invalidez quando caracterizada a incapa-
Capítulo II cidade para o desempenho das atribuições do
Dos Benefícios cargo ou a impossibilidade de se aplicar o dis-
posto no art. 24.

Seção I Art. 187. A APOSENTADORIA COM-


Da Aposentadoria PULSÓRIA SERÁ AUTOMÁTICA, e declarada
por ato, com vigência a partir do dia imediato
Art. 186. O servidor será aposentado: àquele em que o servidor atingir a idade-limite
de permanência no serviço ativo.
I- POR INVALIDEZ PERMANENTE, sendo
Art. 188. A aposentadoria voluntária ou
os proventos integrais quando decorrente de
acidente em serviço, moléstia profissional ou por invalidez vigorará a partir da data da publi-
cação do respectivo ato.
doença grave, contagiosa ou incurável, es-
pecificada em lei, e proporcionais nos demais
§ 1o A APOSENTADORIA POR INVA-
casos
LIDEZ SERÁ PRECEDIDA DE LICENÇA
II- COMPULSORIAMENTE, aos 60 anos de PARA TRATAMENTO DE SAÚDE, POR PERÍ-
idade, com proventos proporcionais ao ODO NÃO EXCEDENTE A 24 MESES.
tempo de serviço
III- VOLUNTARIAMENTE: § 2o Expirado o período de licença e não
estando em condições de reassumir o cargo ou
de ser readaptado, o servidor será aposentado.
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§ 3o O lapso de tempo compreendido en-


tre o término da licença e a publicação do ato Seção II
da aposentadoria será considerado como de Do Auxílio-Natalidade
prorrogação da licença.

§ 4o Para os fins do disposto no § Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à


1 deste artigo, serão consideradas apenas as
o servidora por motivo de nascimento de filho,
licenças motivadas pela enfermidade enseja- em quantia equivalente ao menor vencimento
dora da invalidez ou doenças correlaciona- do serviço público, INCLUSIVE NO CASO DE
das. NATIMORTO.

§ 5o A critério da Administração, o servi- § 1o Na hipótese de parto múltiplo, o VA-


dor em licença para tratamento de saúde ou LOR SERÁ ACRESCIDO DE 50%, POR NAS-
aposentado por invalidez poderá ser convocado CITURO.
a qualquer momento, para avaliação das con-
dições que ensejaram o afastamento ou a apo- § 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou
sentadoria. companheiro servidor público, quando a partu-
riente não for servidora.
Art. 189. O provento da aposentadoria
será calculado com observância do disposto no Seção III
§ 3o do art. 41, e revisto na mesma data e pro- Do Salário-Família
porção, sempre que se modificar a remunera-
ção dos servidores em atividade. Art. 197. O salário-família é devido ao
servidor ativo ou ao inativo, por dependente
Parágrafo único. São estendidos aos econômico.
inativos quaisquer benefícios ou vantagens
posteriormente concedidas aos servidores em Parágrafo único. Consideram-se de-
atividade, inclusive quando decorrentes de pendentes econômicos para efeito de percep-
transformação ou reclassificação do cargo ou ção do salário-família:
função em que se deu a aposentadoria.
I- o cônjuge ou companheiro e os filhos, in-
Art. 190. O servidor aposentado com clusive os enteados até 21 (vinte e um) anos
provento proporcional ao tempo de serviço se de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e
acometido de qualquer das moléstias especifi- quatro) anos ou, se inválido, de qualquer
cadas no § 1o do art. 186 desta Lei e, por esse idade;
motivo, for considerado inválido por junta mé- II- o menor de 21 (vinte e um) anos que,
dica oficial passará a perceber provento inte- mediante autorização judicial, viver na com-
gral, calculado com base no fundamento legal panhia e às expensas do servidor, ou do ina-
de concessão da aposentadoria. tivo;
III- a mãe e o pai sem economia própria
Art. 191. Quando proporcional ao tempo
de serviço, O PROVENTO NÃO SERÁ INFE-
RIOR A 1/3 DA REMUNERAÇÃO DA ATIVI- Art. 198. NÃO SE CONFIGURA A DE-
DADE. PENDÊNCIA ECONÔMICA QUANDO O BE-
NEFICIÁRIO DO SALÁRIO-FAMÍLIA PER-
Art. 194. Ao SERVIDOR APOSEN- CEBER RENDIMENTO DO TRABALHO OU DE
TADO SERÁ PAGA A GRATIFICAÇÃO NATA- QUALQUER OUTRA FONTE, INCLUSIVE
LINA, ATÉ O DIA 20 DO MÊS DE DEZEM- PENSÃO OU PROVENTO DA APOSENTADO-
BRO, em valor equivalente ao respectivo pro- RIA, EM VALOR IGUAL OU SUPERIOR AO
vento, deduzido o adiantamento recebido. SALÁRIO-MÍNIMO.

Art. 195. Ao ex-combatente que tenha Art. 199. Quando o pai e mãe forem ser-
efetivamente participado de operações bélicas, vidores públicos e viverem em comum, o salá-
durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos rio-família será pago a um deles; quando sepa-
da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, rados, será pago a um e outro, de acordo com
será concedida aposentadoria com provento in- a distribuição dos dependentes.
tegral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço
efetivo.
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Parágrafo único. AO PAI E À MÃE dentistas, nas hipóteses em que


EQUIPARAM-SE O PADRASTO, A MA- abranger o campo de atuação da odon-
DRASTA e, na falta destes, os representantes tologia.
legais dos incapazes. Art. 204. A LICENÇA PARA TRATA-
MENTO DE SAÚDE INFERIOR A 15 DIAS,
Art. 200. O SALÁRIO-FAMÍLIA NÃO DENTRO DE 1 ANO, PODERÁ SER DISPEN-
ESTÁ SUJEITO A QUALQUER TRIBUTO, SADA DE PERÍCIA OFICIAL, NA FORMA DE-
NEM SERVIRÁ DE BASE PARA QUALQUER FINIDA EM REGULAMENTO.
CONTRIBUIÇÃO, INCLUSIVE PARA A PRE-
VIDÊNCIA SOCIAL. Art. 205. O atestado e o laudo da junta
médica não se referirão ao nome ou natureza
Art. 201. O AFASTAMENTO DO da doença, salvo quando se tratar de lesões
CARGO EFETIVO, SEM REMUNERAÇÃO, produzidas por acidente em serviço, doença
NÃO ACARRETA A SUSPENSÃO DO PAGA- profissional ou qualquer das doenças especifi-
MENTO DO SALÁRIO-FAMÍLIA. cadas no art. 186, § 1o.

Seção IV Art. 206. O servidor que apresentar in-


Da Licença para Tratamento de dícios de lesões orgânicas ou funcionais será
submetido a inspeção médica.
Saúde
Parágrafo único. Para os fins do dis-
Art. 202. Será concedida ao servidor li- posto no caput, a União e suas entidades au-
cença para tratamento de saúde, a pedido ou tárquicas e fundacionais poderão:
de ofício, com base em perícia médica, sem
prejuízo da remuneração a que fizer jus. I- prestar os exames médicos periódicos di-
retamente pelo órgão ou entidade à qual se
Art. 203. A licença de que trata o art. encontra vinculado o servidor
202 desta Lei será concedida com base em pe-
II- celebrar convênio ou instrumento de co-
rícia oficial.
operação ou parceria com os órgãos e enti-
dades da administração direta, suas autar-
§ 1o Sempre que necessário, a inspeção
quias e fundações
médica será realizada na residência do servidor
ou no estabelecimento hospitalar onde se en- III- celebrar convênios com operadoras de
contrar internado. plano de assistência à saúde, organizadas na
modalidade de autogestão, que possuam au-
§ 2o Inexistindo médico no órgão ou en- torização de funcionamento do órgão regula-
tidade no local onde se encontra ou tenha exer- dor, na forma do art. 230
cício em caráter permanente o servidor, e não IV- prestar os exames médicos periódicos
se configurando as hipóteses previstas nos pa- mediante contrato administrativo, obser-
rágrafos do art. 230, será aceito atestado pas- vado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de ju-
sado por médico particular. nho de 1993, e demais normas pertinentes

§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o ates-


tado somente produzirá efeitos depois de re-
Seção V
cepcionado pela unidade de recursos humanos
do órgão ou entidade. Da Licença à Gestante, à Adotante
e da Licença-Paternidade
§ 4o A LICENÇA QUE EXCEDER O
PRAZO DE 120 DIAS NO PERÍODO DE 12 Art. 207. Será concedida licença à SER-
MESES A CONTAR DO PRIMEIRO DIA DE VIDORA GESTANTE POR 120 DIAS CONSE-
AFASTAMENTO SERÁ CONCEDIDA MEDI- CUTIVOS, SEM PREJUÍZO DA REMUNERA-
ANTE AVALIAÇÃO POR JUNTA MÉDICA ÇÃO.
OFICIAL.
§ 1o A licença poderá ter início no pri-
§ 5o A perícia oficial para concessão da meiro dia do nono mês de gestação, salvo an-
licença de que trata o caput deste artigo, bem tecipação por prescrição médica.
como nos demais casos de perícia oficial pre-
vistos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-

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§ 2o No caso de nascimento prematuro, Art. 213. O SERVIDOR ACIDENTADO


a licença terá início a partir do parto. EM SERVIÇO QUE NECESSITE DE TRATA-
MENTO ESPECIALIZADO PODERÁ SER
§ 3o NO CASO DE NATIMORTO, DE- TRATADO EM INSTITUIÇÃO PRIVADA, À
CORRIDOS 30 DIAS DO EVENTO, A SERVI- CONTA DE RECURSOS PÚBLICOS.
DORA SERÁ SUBMETIDA A EXAME MÉ-
DICO, E SE JULGADA APTA, REASSUMIRÁ Parágrafo único. O tratamento reco-
O EXERCÍCIO. mendado por junta médica oficial constitui me-
dida de exceção e somente será admissível
§ 4o NO CASO DE ABORTO ATESTADO quando inexistirem meios e recursos adequa-
POR MÉDICO OFICIAL, A SERVIDORA dos em instituição pública.
TERÁ DIREITO A 30 DIAS DE REPOUSO RE-
MUNERADO. Art. 214. A PROVA DO ACIDENTE
SERÁ FEITA NO PRAZO DE 10 DIAS, PROR-
Art. 208. Pelo NASCIMENTO OU ADO- ROGÁVEL quando as circunstâncias o exigi-
ÇÃO DE FILHOS, O SERVIDOR TERÁ DI- rem.
REITO À LICENÇA-PATERNIDADE DE 5
DIAS CONSECUTIVOS. Seção VII
Art. 209. Para amamentar o próprio fi-
Da Pensão
lho, até a idade de seis meses, a servidora lac-
tante terá direito, durante a jornada de traba- Art. 215. Por morte do servidor, os seus
lho, a uma hora de descanso, que poderá ser dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à
parcelada em dois períodos de meia hora. pensão por morte, observados os limites esta-
belecidos no inciso XI do caput do art. 37 da
Art. 210. À servidora que adotar ou ob- Constituição Federal e no art. 2º da Lei nº
tiver guarda judicial DE CRIANÇA ATÉ 1 ANO 10.887, de 18 de junho de 2004.
DE IDADE, serão CONCEDIDOS 90 DIAS DE
LICENÇA REMUNERADA. Art. 217. São BENEFICIÁRIOS DAS
PENSÕES:
Parágrafo único. No caso de adoção ou
guarda judicial de criança COM MAIS DE 1 I- o cônjuge
ANO DE IDADE, o prazo de que trata este ar- II- o cônjuge divorciado ou separado judici-
tigo SERÁ DE 30 DIAS. almente ou de fato, com percepção de pen-
são alimentícia estabelecida judicialmente
Seção VI III- o companheiro ou companheira que
Da Licença por Acidente em comprove união estável como entidade fami-
Serviço liar
IV- o filho de qualquer condição que atenda
Art. 211. Será licenciado, COM REMU- a um dos seguintes requisitos:
NERAÇÃO INTEGRAL, o servidor acidentado a) seja menor de 21 anos;
em serviço. b) seja inválido;
c) tenha deficiência grave;
Art. 212. Configura acidente em serviço d) tenha deficiência intelectual ou men-
o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, tal;
que se relacione, mediata ou imediatamente, V- a mãe e o pai que comprovem dependên-
com as atribuições do cargo exercido. cia econômica do servidor
VI- o irmão de qualquer condição que com-
Parágrafo único. Equipara-se ao aci- prove dependência econômica do servidor e
dente em serviço o dano: atenda a um dos requisitos previstos no in-
ciso IV
I- decorrente de agressão sofrida e não pro-
vocada pelo servidor no exercício do cargo § 1o A concessão de pensão aos benefici-
II- sofrido no percurso da residência para o ários de que tratam os incisos I a IV do ca-
trabalho e vice-versa put exclui os beneficiários referidos nos incisos
V e VI.

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§ 2o A concessão de pensão aos benefici- ação, ressalvada a existência de decisão judi-


ários de que trata o inciso V do caput exclui o cial em contrário.
beneficiário referido no inciso VI.
§ 4º Julgada improcedente a ação pre-
§ 3o O enteado e o menor tutelado equi- vista no § 2º ou § 3º deste artigo, o valor retido
param-se a filho mediante declaração do servi- será corrigido pelos índices legais de reajusta-
dor e desde que comprovada dependência eco- mento e será pago de forma proporcional aos
nômica, na forma estabelecida em regula- demais dependentes, de acordo com as suas
mento. cotas e o tempo de duração de seus benefí-
cios.
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vá-
rios titulares à pensão, o seu valor será distri- § 5º Em qualquer hipótese, fica assegu-
buído em partes iguais entre os beneficiários rada ao órgão concessor da pensão por morte
habilitados. a cobrança dos valores indevidamente pagos
em função de nova habilitação.
Art. 219. A pensão por morte será de-
vida ao conjunto dos dependentes do segurado Art. 220. PERDE O DIREITO À PEN-
que falecer, aposentado ou não, a contar da SÃO POR MORTE:
data:
I- após o trânsito em julgado, o beneficiário
I- DO ÓBITO, quando requerida EM ATÉ condenado pela prática de crime de que te-
180 DIAS APÓS O ÓBITO, para os filhos nha dolosamente resultado a morte do ser-
menores de 16 (dezesseis) anos, ou EM ATÉ vidor
90 DIAS APÓS O ÓBITO, para os demais II- o cônjuge, o companheiro ou a compa-
dependentes nheira se comprovada, a qualquer tempo, si-
II- DO REQUERIMENTO, quando requerida mulação ou fraude no casamento ou na
após o prazo previsto no inciso I do ca- união estável, ou a formalização desses com
put deste artigo o fim exclusivo de constituir benefício previ-
III- DA DECISÃO JUDICIAL, na hipótese denciário, apuradas em processo judicial no
de morte presumida qual será assegurado o direito ao contraditó-
rio e à ampla defesa
§ 1º A concessão da pensão por morte
não será protelada pela falta de habilitação de Art. 221. Será concedida pensão provi-
outro possível dependente e a habilitação pos- sória por morte presumida do servidor, nos se-
terior que importe em exclusão ou inclusão de guintes casos:
dependente só produzirá efeito a partir da data
da publicação da portaria de concessão da pen- I- declaração de ausência, pela autoridade
são ao dependente habilitado. judiciária competente
II- desaparecimento em desabamento, inun-
§ 2º Ajuizada a ação judicial para reco- dação, incêndio ou acidente não caracteri-
nhecimento da condição de dependente, este zado como em serviço
poderá requerer a sua habilitação provisória ao III- desaparecimento no desempenho das
benefício de pensão por morte, exclusivamente atribuições do cargo ou em missão de segu-
para fins de rateio dos valores com outros de- rança
pendentes, vedado o pagamento da respectiva
cota até o trânsito em julgado da respectiva
Parágrafo único. A pensão provisória
ação, ressalvada a existência de decisão judi-
será transformada em vitalícia ou temporária,
cial em contrário.
conforme o caso, decorridos 5 anos de sua vi-
gência, ressalvado o eventual reaparecimento
§ 3º Nas ações em que for parte o ente
do servidor, hipótese em que o benefício será
público responsável pela concessão da pensão
automaticamente cancelado.
por morte, este poderá proceder de ofício à ha-
bilitação excepcional da referida pensão, ape-
Art. 222. ACARRETA PERDA DA QUA-
nas para efeitos de rateio, descontando-se os
LIDADE DE BENEFICIÁRIO:
valores referentes a esta habilitação das de-
mais cotas, vedado o pagamento da respectiva
cota até o trânsito em julgado da respectiva

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I- o seu falecimento; de qualquer natureza ou de doença profissional


II- a anulação do casamento, quando a deci- ou do trabalho, independentemente do recolhi-
são ocorrer após a concessão da pensão ao mento de 18 (dezoito) contribuições mensais
cônjuge ou da comprovação de 2 (dois) anos de casa-
mento ou de união estável.
III- a cessação da invalidez, em se tratando
de beneficiário inválido, ou o afastamento da
§ 3o Após o transcurso de pelo menos 3
deficiência, em se tratando de beneficiário
anos e desde que nesse período se verifique o
com deficiência, respeitados os períodos mí-
incremento mínimo de um ano inteiro na média
nimos decorrentes da aplicação das alí-
nacional única, para ambos os sexos, corres-
neas a e b do inciso VII do caput deste ar-
pondente à expectativa de sobrevida da popu-
tigo
lação brasileira ao nascer, poderão ser fixadas,
IV- o implemento da idade de 21 (vinte e em números inteiros, novas idades para os fins
um) anos, pelo filho ou irmão previstos na alínea “b” do inciso VII do caput,
V- a acumulação de pensão na forma do art. em ato do Ministro de Estado do Planejamento,
225 Orçamento e Gestão, limitado o acréscimo na
VI- a renúncia expressa comparação com as idades anteriores ao refe-
VII- em relação aos beneficiários de que tra- rido incremento.
tam os incisos I a III do caput do art. 217:
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o § 4o O tempo de contribuição a Regime
óbito ocorrer sem que o servidor te- Próprio de Previdência Social (RPPS) ou ao Re-
nha vertido 18 (dezoito) contribui- gime Geral de Previdência Social (RGPS) será
ções mensais ou se o casamento ou a considerado na contagem das 18 (dezoito) con-
união estável tiverem sido iniciados tribuições mensais referidas nas alíneas “a” e
em menos de 2 (dois) anos antes do “b” do inciso VII do caput.
óbito do servidor;
b) o decurso dos seguintes períodos, es- § 5º Na hipótese de o servidor falecido
tabelecidos de acordo com a idade do estar, na data de seu falecimento, obrigado por
pensionista na data de óbito do servi- determinação judicial a pagar alimentos tem-
dor, depois de vertidas 18 (dezoito) porários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-
contribuições mensais e pelo menos 2 companheira, a pensão por morte será devida
(dois) anos após o início do casa- pelo prazo remanescente na data do óbito, caso
mento ou da união estável: não incida outra hipótese de cancelamento an-
1) 3 (três) anos, com menos de 21 terior do benefício.
(vinte e um) anos de idade
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e § 6º O beneficiário que não atender à
26 (vinte e seis) anos de idade convocação de que trata o § 1º deste artigo
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) terá o benefício suspenso, observado o disposto
e 29 (vinte e nove) anos de idade nos incisos I e II do caput do art. 95 da Lei nº
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 13.146, de 6 de julho de 2015.
40 (quarenta) anos de idade
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e § 7º O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RE-
um) e 43 (quarenta e três) anos de MUNERADA, INCLUSIVE NA CONDIÇÃO DE
idade MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL, NÃO
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) IMPEDE A CONCESSÃO OU MANUTENÇÃO
ou mais anos de idade DA COTA DA PENSÃO DE DEPENDENTE
COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL OU ME-
TAL OU COM DEFICIÊNCIA GRAVE.
§ 1o A critério da administração, o bene-
ficiário de pensão cuja preservação seja moti-
§ 8º No ato de requerimento de benefí-
vada por invalidez, por incapacidade ou por de-
cios previdenciários, não será exigida apresen-
ficiência poderá ser convocado A QUALQUER
tação de termo de curatela de titular ou de be-
MOMENTO para avaliação das referidas condi-
neficiário com deficiência, observados os pro-
ções.
cedimentos a serem estabelecidos em regula-
mento.
§ 2o Serão aplicados, conforme o caso, a
regra contida no inciso III ou os prazos previs-
tos na alínea “b” do inciso VII, ambos do ca-
put, se o óbito do servidor decorrer de acidente
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Art. 223. POR MORTE OU PERDA DA I- 2/3 DA REMUNERAÇÃO, quando afas-


QUALIDADE DE BENEFICIÁRIO, A RESPEC- tado por motivo de prisão, EM FLAGRANTE
TIVA COTA REVERTERÁ PARA OS COBENE- OU PREVENTIVA, determinada pela autori-
FICIÁRIOS. dade competente, enquanto perdurar a pri-
são
Art. 224. As pensões serão automatica-
II- METADE DA REMUNERAÇÃO, durante
mente atualizadas na mesma data e na mesma
o afastamento, em virtude de condenação,
proporção dos reajustes dos vencimentos dos
por SENTENÇA DEFINITIVA, A PENA QUE
servidores, aplicando-se o disposto no pará-
NÃO DETERMINE A PERDA DE CARGO
grafo único do art. 189.

Art. 225. Ressalvado o direito de opção, § 1o Nos casos previstos no inciso I deste
É VEDADA A PERCEPÇÃO CUMULATIVA DE artigo, O SERVIDOR TERÁ DIREITO À INTE-
PENSÃO DEIXADA POR MAIS DE UM CÔN- GRALIZAÇÃO DA REMUNERAÇÃO, DESDE
JUGE OU COMPANHEIRO OU COMPA- QUE ABSOLVIDO.
NHEIRA E DE MAIS DE 2 PENSÕES.
§ 2o O pagamento do auxílio-reclusão
cessará a partir do dia imediato àquele em que
o servidor for posto em liberdade, ainda que
Seção VIII
condicional.
Do Auxílio-Funeral
§ 3o Ressalvado o disposto neste artigo,
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à fa- o auxílio-reclusão será devido, nas mesmas
mília do servidor falecido na atividade ou apo- condições da pensão por morte, aos dependen-
sentado, EM VALOR EQUIVALENTE A UM tes do segurado recolhido à prisão.
MÊS DA REMUNERAÇÃO OU PROVENTO.
Capítulo III
§ 1o No caso de acumulação legal de car-
Da Assistência à Saúde
gos, o auxílio será PAGO SOMENTE EM RA-
ZÃO DO CARGO DE MAIOR REMUNERAÇÃO.
Art. 230. A assistência à saúde do servi-
§ 3 O auxílio será PAGO NO PRAZO DE
o dor, ativo ou inativo, e de sua família compre-
48 HORAS, POR MEIO DE PROCEDIMENTO ende assistência médica, hospitalar, odontoló-
SUMARÍSSIMO, À PESSOA DA FAMÍLIA gica, psicológica e farmacêutica, terá como di-
QUE HOUVER CUSTEADO O FUNERAL. retriz básica o implemento de ações preventi-
vas voltadas para a promoção da saúde e será
Art. 227. Se o funeral for custeado por prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS,
terceiro, este será indenizado, observado o dis- diretamente pelo órgão ou entidade ao qual es-
posto no artigo anterior. tiver vinculado o servidor, ou mediante convê-
nio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio,
Art. 228. Em caso de falecimento de ser- mediante ressarcimento parcial do valor des-
vidor em serviço fora do local de trabalho, in- pendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus
clusive no exterior, as despesas de transporte dependentes ou pensionistas com planos ou
do corpo correrão à conta de recursos da União, seguros privados de assistência à saúde, na
autarquia ou fundação pública. forma estabelecida em regulamento.

§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei


Seção IX
em que seja exigida perícia, avaliação ou ins-
Do Auxílio-Reclusão peção médica, na ausência de médico ou junta
médica oficial, para a sua realização o órgão ou
Art. 229. À família do servidor ativo é entidade celebrará, preferencialmente, convê-
devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valo- nio com unidades de atendimento do sistema
res: público de saúde, entidades sem fins lucrativos
declaradas de utilidade pública, ou com o Insti-
tuto Nacional do Seguro Social - INSS.

§ 2o Na impossibilidade, devidamente
justificada, da aplicação do disposto no pará-
grafo anterior, o órgão ou entidade promoverá
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Regime Jur ídico Único

a contratação da prestação de serviços por pes- I- prêmios pela apresentação de idéias, in-
soa jurídica, que constituirá junta médica espe- ventos ou trabalhos que favoreçam o au-
cificamente para esses fins, indicando os no- mento de produtividade e a redução dos cus-
mes e especialidades dos seus integrantes, com tos operacionais
a comprovação de suas habilitações e de que II- concessão de medalhas, diplomas de
não estejam respondendo a processo discipli- honra ao mérito, condecoração e elogio
nar junto à entidade fiscalizadora da profis-
são.
Art. 238. OS PRAZOS PREVISTOS
NESTA LEI SERÃO CONTADOS EM DIAS
§ 3 Para os fins do disposto no ca-
o
CORRIDOS, EXCLUINDO-SE O DIA DO CO-
put deste artigo, ficam a União e suas entida-
MEÇO E INCLUINDO-SE O DO VENCI-
des autárquicas e fundacionais autorizadas a:
MENTO, FICANDO PRORROGADO, PARA O
PRIMEIRO DIA ÚTIL SEGUINTE, O PRAZO
I- celebrar convênios exclusivamente para VENCIDO EM DIA EM QUE NÃO HAJA EXPE-
a prestação de serviços de assistência à sa- DIENTE.
úde para os seus servidores ou empregados
ativos, aposentados, pensionistas, bem Art. 239. POR MOTIVO DE CRENÇA
como para seus respectivos grupos familia- RELIGIOSA OU DE CONVICÇÃO FILOSÓ-
res definidos, com entidades de autogestão FICA OU POLÍTICA, O SERVIDOR NÃO PO-
por elas patrocinadas por meio de instru- DERÁ SER PRIVADO DE QUAISQUER DOS
mentos jurídicos efetivamente celebrados e SEUS DIREITOS, SOFRER DISCRIMINA-
publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que ÇÃO EM SUA VIDA FUNCIONAL, NEM EXI-
possuam autorização de funcionamento do MIR-SE DO CUMPRIMENTO DE SEUS DEVE-
órgão regulador, sendo certo que os convê- RES.
nios celebrados depois dessa data somente
poderão sê-lo na forma da regulamentação Art. 240. AO SERVIDOR PÚBLICO CI-
específica sobre patrocínio de autogestões, a VIL É ASSEGURADO, NOS TERMOS DA
ser publicada pelo mesmo órgão regulador, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, O DIREITO À LI-
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vi- VRE ASSOCIAÇÃO SINDICAL e os seguintes
gência desta Lei, normas essas também apli- direitos, entre outros, dela decorrentes:
cáveis aos convênios existentes até 12 de fe-
vereiro de 2006 a) de ser representado pelo sindicato, IN-
II- contratar, mediante licitação, na forma CLUSIVE COMO SUBSTITUTO PROCES-
da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, SUAL;
operadoras de planos e seguros privados de
assistência à saúde que possuam autoriza- b) de inamovibilidade do dirigente sindi-
ção de funcionamento do órgão regulador cal, até um ano após o final do mandato, EX-
CETO SE A PEDIDO;
§ 5o O valor do ressarcimento fica limi-
tado ao total despendido pelo servidor ou pen- c) de descontar em folha, sem ônus para
sionista civil com plano ou seguro privado de a entidade sindical a que for filiado, o valor das
assistência à saúde. mensalidades e contribuições definidas em as-
sembleia geral da categoria.
Título VIII
Capítulo Único Art. 241. Consideram-se da família do
servidor, além do cônjuge e filhos, QUAIS-
Das Disposições Gerais QUER PESSOAS QUE VIVAM ÀS SUAS EX-
PENSAS E CONSTEM DO SEU ASSENTA-
Art. 236. O Dia do Servidor Público será MENTO INDIVIDUAL.
comemorado a vinte e oito de outubro.
Parágrafo único. Equipara-se ao côn-
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âm- juge a companheira ou companheiro, que com-
bito dos Poderes Executivo, Legislativo e Judi- prove união estável como entidade familiar.
ciário, os seguintes incentivos funcionais,
ALÉM DAQUELES JÁ PREVISTOS NOS RES-
PECTIVOS PLANOS DE CARREIRA:

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Regime Jur ídico Único

Art. 242. Para os fins desta Lei, consi- pelo art. 19 do Ato das Disposições
dera-se sede o município onde a repartição es- Constitucionais Transitórias, poderão, no
tiver instalada e onde o servidor tiver exercício, interesse da Administração e conforme cri-
em caráter permanente. térios estabelecidos em regulamento, ser exo-
nerados mediante indenização de um mês de
Título IX remuneração por ano de efetivo exercício no
Capítulo Único serviço público federal.
Das Disposições Transitórias e § 8o Para fins de incidência do imposto
Finais de renda na fonte e na declaração de rendimen-
tos, serão considerados como indenizações
Art. 243. Ficam submetidos ao regime isentas os pagamentos efetuados a título de in-
jurídico instituído por esta Lei, na qualidade de denização prevista no parágrafo ante-
servidores públicos, os servidores dos Poderes rior.
da União, dos ex-Territórios, das autarquias,
inclusive as em regime especial, e das funda- § 9o Os cargos vagos em decorrência da
ções públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28 aplicação do disposto no § 7o poderão ser ex-
de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários tintos pelo Poder Executivo quando considera-
Públicos Civis da União, ou pela Consolidação dos desnecessários.
das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-
Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os Art. 244. Os adicionais por tempo de
contratados por prazo determinado, cujos con- serviço, já concedidos aos servidores abrangi-
tratos não poderão ser prorrogados após o ven- dos por esta Lei, ficam transformados em anuê-
cimento do prazo de prorrogação. nio.

§ 1o Os empregos ocupados pelos servi- Art. 245. A licença especial disciplinada


dores incluídos no regime instituído por esta Lei pelo art. 116 da Lei nº 1.711, de 1952, ou por
ficam transformados em cargos, na data de sua outro diploma legal, fica transformada em li-
publicação. cença-prêmio por assiduidade, na forma pre-
vista nos arts. 87 a 90.
§ 2o As funções de confiança exercidas
por pessoas não integrantes de tabela perma- Art. 247. Para efeito do disposto no Tí-
nente do órgão ou entidade onde têm exercício tulo VI desta Lei, haverá ajuste de contas com
ficam transformadas em cargos em comissão, a Previdência Social, correspondente ao perí-
e mantidas enquanto não for implantado o odo de contribuição por parte dos servidores
plano de cargos dos órgãos ou entidades na celetistas abrangidos pelo art. 243.
forma da lei.
Art. 248. As pensões estatutárias, con-
§ 3o As Funções de Assessoramento Su- cedidas até a vigência desta Lei, passam a ser
perior - FAS, exercidas por servidor integrante mantidas pelo órgão ou entidade de origem do
de quadro ou tabela de pessoal, ficam extintas servidor.
na data da vigência desta Lei.
Art. 249. Até a edição da lei prevista no
§ 5o O regime jurídico desta Lei é exten- § 1o do art. 231, os servidores abrangidos por
sivo aos serventuários da Justiça, remunerados esta Lei contribuirão na forma e nos percentu-
com recursos da União, no que couber. ais atualmente estabelecidos para o servidor ci-
vil da União conforme regulamento próprio.
§ 6o Os empregos dos servidores estran-
geiros com estabilidade no serviço público, en- Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito
quanto não adquirirem a nacionalidade brasi- ou vier a satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as
leira, passarão a integrar tabela em extinção, condições necessárias para a aposentadoria
do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo nos termos do inciso II do art. 184 do antigo
dos direitos inerentes aos planos de carreira Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da
aos quais se encontrem vinculados os empre- União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro de 1952,
gos. aposentar-se-á com a vantagem prevista na-
quele dispositivo.
§ 7o Os servidores públicos de que trata Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data
o caput deste artigo, não amparados de sua publicação, com efeitos financeiros a
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Regime Jur ídico Único

partir do primeiro dia do mês subsequente. prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS,
diretamente pelo órgão ou entidade ao qual es-
Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº tiver vinculado o servidor, ou mediante convê-
1.711, de 28 de outubro de 1952, e respectiva nio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio,
legislação complementar, bem como as demais mediante ressarcimento parcial do valor des-
disposições em contrário. pendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus
dependentes ou pensionistas com planos ou
seguros privados de assistência à saúde, na
SERVIDOR PÚBLICO COMO forma estabelecida em regulamento.
AGENTE DE DESENVOLVIMENTO Nesse sentido, as pessoas jurídicas de direito
público e os órgaõs públicos devem zelar pela
SOCIAL saúde de seus servidores, dando incentivos
para a realização de atividades físicas, ou até
Desenvolvimento social é o aumento da quali- mesmo oferecendo oficinas de ginástica labo-
dade de vida da população de determinado ral, campanhas de saúde, convênios de saúde,
país. Ou seja, redução dos níveis de pobreza, autorização para que os servidores tenham pla-
marginalização e desigualdade social, com o nos de saúde particulares e oferecer ajuda para
respectivo avanço dos serviços públicos. custear parcela dessa despesa, dentre outras
É nesse aspecto que a figura do servidor público medidas que sirvam para aumentar a qualidade
aparece com grande destaque, pois é ele o de vida no serviço público.
agente responsável pela prestação do serviço Alguns órgãos públicos realizam convênios para
público para a população. Caso consiga cumprir saúde e lazer do servidor público, como por
adequadamente sua função, a percepção do exemplo: os ajustes com o SESC, que oferece
aumento da qualidade de vida ocorrerá. cursos de natação, hidroginástica, futebol,
Em outros termos, existem áreas econômicas odontologia e várias outras atividades que au-
que a iniciativa privada não tem interesse de xiliarão o servidor a se manter mais tempo no
atuar, pois não há retorno financeiro imediato, serviço público com menor chance de apresen-
não há perspectiva de lucro. Então, o Estado tar graves problemas de saúde.
possui papel de garantir o desenvolvimento Além disso, a Lei n° 8.112 possui vários artigos
desses setores que não geram interesse na ini- que cuidam da saúde do servidor, dentre eles:
ciativa privada, a partir da prestação de servi- o servidor pode se afastar para cuidar da sua
ços públicos. Referidos serviços serão presta- saúde, conforme autoriza o art. 102, VIII, até
dos pelos servidores públicos, por isso que o limite de 24 meses. Os benefícios do plano de
sempre ao agir de forma adequada, coerente e seguridade social do servidor compreende a li-
ética, ele está sendo agente de desenvolvi- cença para tratamento de saúde, conforme
mento social do seu país. enuncia o art. 184. Nos termos do art. 202,
Por fim, a própria Constituição Federal, em seu será concedida ao servidor licença para trata-
art. 3°, enuncia que são objetivos do Estado mento de saúde, a pedido ou de ofício, com
Brasileiro garantir o desenvolvimento nacional, base em perícia médica, sem prejuízo da remu-
erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir neração a que fizer jus.
as desigualdades. Demonstrando claramente Sendo assim, é possível concluir que cabe aos
que cabe àqueles que são a “voz do Estado”, ou órgãos públicos zelar pela saúde e qualidade de
seja, aos servidores públicos, buscarem cum- vida dos seus servidores, possuindo vários
prir os objetivos que estão previstos nesse ar- meios de atingir esses objetivos, conforme de-
tigo da Constituição Federal, tornando-se im- monstram os instrumento trazidos pela Lei n°
portante agente de desenvolvimento social. 8.112.

SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO


SERVIÇO PÚBLICO

A assistência à saúde do servidor está prevista


no art. 230, da Lei n° 8.112, nos seguintes ter-
mos: Art. 230. A assistência à saúde do servi-
dor, ativo ou inativo, e de sua família compre-
ende assistência médica, hospitalar, odontoló-
gica, psicológica e farmacêutica, terá como di-
retriz básica o implemento de ações preventi-
vas voltadas para a promoção da saúde e será
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Dir eit o A dminist r at iv o

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Dir eit o A dminist r at iv o

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Dir eit o A dminist r at iv o

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pessoa jurídica de direito público sobe-


DIREITO ADMINISTRATIVO rana e de acordo com o Código de Civil
Brasileiro, em seu artigo 41, trata-se da
pessoa jurídica de Direito Público Interno
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. (art. 41 do Código Civil).
O Estado é constituído de três ele-
1.1. ESTADO: NOÇÕES mentos originários e indissociáveis: Povo,
GERAIS. Território e Governo soberano. Povo é o
componente humano do Estado; Territó-
De acordo com o Barão Montes- rio, a sua base física; Governo soberano,
quieu (nobre pensador Francês), a von- o elemento condutor do Estado, que de-
tade estatal apresenta-se e se manifesta tém e exerce o poder absoluto de autode-
através dos denominados Poderes de Es- terminação e auto-organização emanado
tado. Os Poderes de Estado, na tripartição do Povo. Não há nem pode haver Estado
de Montesquieu, até hoje adotada nos Es- independente sem Soberania, isto é, sem
tados de Direito, são o Legislativo, o Exe- esse poder absoluto, indivisível e incon-
cutivo e o Judiciário, independentes e trastável de organizar-se e de conduzir-
harmônicos entre si e com suas funções se segundo a vontade livre de seu Povo e
indelegáveis (CF, art. 2º). de fazer cumprir as suas decisões inclu-
O Estado Brasileiro é um Estado sive pela força, se necessário.
Federal, onde sua organização política era
dual, abrangendo unicamente a União
(detentora da Soberania) e os Estados- 1.2. ADMINISTRAÇÃO
membros ou Províncias. Atualmente, a PÚBLICA BRASILEIRA.
nossa Federação compreende a União, os
Estados-membros, o Distrito Federal e os Administração Pública é o conjunto
Municípios, que também são entidades de órgãos instituídos para a realização
estatais, com autonomia política reconhe- dos objetivos do Governo. Numa visão
cida pela Constituição da República (art. ampla, a Administração é, pois, todo o
18), embora em menor grau que a dos aparelhamento do Estado preordenado à
Estados-membros (art. 25). realização de seus serviços, visando à sa-
De acordo com art. 18 da Consti- tisfação das necessidades coletivas. A Ad-
tuição da República, nossa Federação, é ministração pratica atos de execução,
formada pelas seguintes entidades esta- com maior ou menor autonomia funcio-
tais: a União, os Estados-membros, os nal, segundo a competência do órgão e de
Municípios e o Distrito Federal. seus agentes. São os chamados atos ad-
Governo é o direcionamento polí- ministrativos.
tico dos negócios públicos. Ora se identi- O Governo e a Administração,
fica com os Poderes e órgãos supremos como criações abstratas das normas jurí-
do Estado, ora se apresenta nas funções dicas, atuam por intermédio de suas en-
originárias desses Poderes e órgãos como tidades (pessoas jurídicas), de seus ór-
manifestação da Soberania. A constante, gãos (centros de decisão) e de seus agen-
porém, do Governo é a sua expressão po- tes (pessoas físicas investidas em cargos
lítica de comando, de iniciativa, de fixação e funções).
de objetivos do Estado e de manutenção
da ordem jurídica vigente. O Governo
atua mediante atos de Soberania ou, pe- 1.3. DIREITO
los menos, de autonomia política na con-
dução dos negócios públicos.
ADMINISTRATIVO.
A definição da palavra Estado varia
segundo o enfoque em que é considerada. É o ramo do Direito Público que
Sociologicamente falando, trata-se da tem por objetivo o estudo da Administra-
porção de terra que possui um poder de ção Pública, ou ainda, o conjunto harmô-
mando inicial; sob o viés político, é comu- nico de princípios jurídicos que regem os
nidade de pessoas fixada sobre um terri- órgãos, os agentes e as atividades públi-
tório, com poder de agir, de ordenar e de cas tendentes a realizar concreta, direta
coagir; sob o enfoque constitucional, é e imediatamente os fins desejados pelo
Estado.

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Dir eit o A dminist r at iv o

Em se tratando de Leis, especifica-


mente, deve-se citar como exemplo, a Lei
1.3.1. FONTES DO DIREITO 8112/90 que dispõe acerca do regime ju-
ADMINISTRATIVO rídico dos servidores civis da União ou a
Lei 8666/93, que dispõe acerca do pro-
cesso licitatório. Na realidade, para facili-
1.3.1 CONSIDERAÇÕES tar a compreensão, deve-se entender que
INICIAIS constitui fonte do direito, todas as normas
expedidas pela ou para a Administração
As fontes do Direito Administrativo Pública, desde a Constituição Federal até
são as responsáveis diretas pela criação, os regulamentos.
elaboração e aperfeiçoamento de toda ci-
ência administrativista, produzindo, apri- 1.3.1.3. A DOUTRINA
morando e até justificando, suas Leis,
normas internas e decisões judiciais. Em Quando estudiosos do Direito pu-
se tratando do Direto Administrativo pro- blicam seus estudos, pesquisas ou suas
priamente dito, é importante ressaltar, interpretações jurídicas acerca de deter-
dentre outras, quatro principais espécies minado ponto da Lei, isso quer dizer, que
de fontes jurídicas: a Lei, a doutrina, a ju- foi publicada uma doutrina acerca da-
risprudência e os costumes. quele tema. Doutrina é a interpretação
dada pelos operadores do Direito acerca
1.3.1.2. AS LEIS de determinada questão jurídica.
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL Desta forma, não se engane, a
doutrina, não se presta somente a inter-
A lei, considerada em seu sentido pretar a Lei, mas também a todas as ou-
amplo, representa importante fonte do tras questões relacionadas ao Direito, tais
Direito e, em se tratando do Direito Ad- como sua origem, seus princípios, objeti-
ministrativo especificamente, representa vos e sua evolução. Existe certa divergên-
a sua principal fonte jurídica. Tal como cia jurídica, quanto ao fato da doutrina re-
ocorre aos demais ramos do Direito, a presentar uma fonte do Direito.
Constituição Federal é a principal fonte do Para estes autores, entender que
Direito Administrativo. doutrina representa uma fonte do Direito
É na Constituição Federal que se significa em afronta direta ao princípio da
encontram todos os fundamentos e prin- Legalidade. Todavia, para a maior parte
cípios jurídicos que irão servir de base dos autores, a doutrina constitui uma
para a criação das outras normas jurídi- fonte do Direito, não havendo qualquer
cas. Por exemplo, os artigos 37 e 38, am- empecilho neste sentido.
bos da Constituição Federal, trazem as Inclusive, não se pode olvidar que
disposições gerais concernentes aos prin- a doutrina é constantemente utilizada
cípios e normas que devem ser seguidos quando da realização dos julgamentos
por toda a Administração Pública. pelos Tribunais.
A Constituição Federal também
dispõe acerca de outras questões relacio- 1.3.3.4. JURISPRUDÊNCIA
nadas ao Direito Administrativo, como por
exemplo, os Servidores Públicos que é Quando uma decisão judicial é
tratado em seus artigos 39 até 41. proferida de forma reiterada, pode-se
considerar que foi formada uma jurispru-
AS OUTRAS LEIS dência naquele sentido, ou seja, jurispru-
dência, nada mais é que uma reunião de
Todavia não somente a Constitui- várias decisões judiciais, acerca determi-
ção Federal constitui uma fonte jurídica nada matéria. Uma jurisprudência se cris-
para o Direito Administrativo. As Leis, os taliza, ou seja, se pacifica, quando deter-
regulamentos, as instruções normativas, minada matéria é julgada sempre no
as resoluções e até mesmos as portarias mesmo sentido.
expedidas pela Administração Pública, A jurisprudência é uma importante
também, figuram como fontes jurídicas fonte do Direito, em se tratando de Di-
para o Direito Administrativo. reito Administrativo. As decisões proferi-
das pelo Superior Tribunal de Justiça em
60

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Dir eit o A dminist r at iv o

questões relacionadas ao Direito Adminis- apenas nas decisões contenciosas, orde-


trativo é um bom exemplo de jurispru- nando, assim, o próprio Direito Adminis-
dência do Direito Administrativo. trativo.
d) tanto a Constituição Federal como a lei
1.3.3.5. OS COSTUMES em sentido estrito constituem fontes pri-
márias do Direito Administrativo.
Os costumes, também, represen- e) tendo em vista a relevância jurídica da
tam importante fonte do direito. Surgem jurisprudência, ela sempre obriga a Admi-
através de comportamentos, atos ou con- nistração Pública.
dutas praticadas reiteradamente que com
o passar do tempo começam a integrar o 03. (FCC - TCE-CE - Analista de Con-
cotidiano das pessoas. Em se tratando do trole Externo - Auditoria de Obras Pú-
direito Administrativo especificamente, é blicas) No Brasil, o Direito Administrativo
importante ressaltar a questão da "prá- é ramo do Direito que tem como caracte-
tica administrativa" como importante rística, no que diz respeito a suas fontes,
fonte do Direito Administrativo.
É que ante a ausência de norma a) a codificação em nível federal, em res-
legal específica para a solução de deter- peito ao princípio da estrita legalidade.
minado "caso", o administrador público b) o papel da jurisprudência como cria-
decide por sempre solucionar esta ques- dora de normas aplicáveis à Administra-
tão, desempenhando determinado proce- ção e integradora de lacunas legais.
dimento. Desta forma, como o passar do c) a pluralidade de leis em níveis federal,
tempo, a "solução" dada pelo administra- estadual e municipal e o papel precípuo
dor público e sua aplicação reiterada, po- da doutrina na unificação da respectiva
derá se tornar "praxe" em toda Adminis- interpretação.
tração Pública, sendo assim, aplicada na d) o papel integrativo da analogia, dos
resolução de todas as questões seme- costumes e dos princípios gerais do di-
lhantes. reito, mesmo em caráter praeter legem
ou contra legem.
01. (Prova: FGV - 2013 - FBN - Assis- e) a prevalência de normas de caráter ad-
tente Administrativo) Administração ministrativo, como decretos, portarias e
Pública é o conjunto harmônico de princí- resoluções, ainda que em face da aplica-
pios jurídicos que regem os órgãos, os ção da lei formal.
agentes tendentes a realizar concreta, di-
reta e imediatamente os fins desejados 04. (Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão:
pelo Estado. Assinale a afirmativa que in- TRF - 1ª REGIÃO Prova: Analista Ju-
dica os dois sentidos em que se divide o diciário - Oficial de Justiça Avaliador
conceito de Administração Pública. Federal) Tendo como referência a dou-
trina jurídica majoritária, julgue o item a
a) Objetivo e funcional. seguir, a respeito de conceitos, princípios
b) Material e funcional. e classificações do direito administrativo.
c) Objetivo e subjetivo. O conceito de administração pública, em
d) Orgânico e subjetivo. seu aspecto orgânico, designa a própria
função administrativa que é exercida pelo
02. (FCC - TRE-PE - Analista Judiciá- Poder Executivo. ( )
rio - Área Judiciária) No que concerne
às fontes do Direito Administrativo, é cor- 05. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão:
reto afirmar que: MI Prova: Analista Técnico – Admi-
nistrativo) Os conceitos de governo e
a) o costume não é considerado fonte do administração não se equiparam; o pri-
Direito Administrativo. meiro refere-se a uma atividade essenci-
b) uma das características da jurispru- almente política, ao passo que o segundo,
dência é o seu universalismo, ou seja, en- a uma atividade eminentemente técnica.
quanto a doutrina tende a nacionalizar- ( )
se, a jurisprudência tende a universalizar-
se. Gabarito: 01(c), 02(d), 03(c), 4(e), 5(c)
c) embora não influa na elaboração das
leis, a doutrina exerce papel fundamental
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Dir eit o A dminist r at iv o

São cinco os princípios da Adminis-


1.4. PRINCÍPIOS DA tração Pública previstos no Artigo 37, ca-
ADMINISTRAÇÃO put, da Constituição Federal. Além destes
princípios, há os previstos em legislações
PÚBLICA. esparsas e os definidos pelos doutrinado-
res.
Devido à organização do Estado, e
pelo fato deste assumir funções primordi-
a) Legalidade – a Administração pública
ais à coletividade, no interesse desta, fez- só pode fazer o que a lei determina (po-
se necessário criar e aperfeiçoar um sis- der-dever).
tema jurídico que fosse capaz de regrar e
viabilizar a execução de tais funções, bus- b) Moralidade – a atuação do agente
cando atingir da melhor maneira possível público deve obedecer a padrões éticos e
o interesse público visado. justos de honestidade e decência.
Face à natureza desses interesses,
são conferidos à Administração direitos e c) Impessoalidade ou Finalidade – o
obrigações que não se estendem aos par- mérito pela prática de um ato pertence à
ticulares. Logo, a Administração encon-
Administração e não às autoridades que
tra-se numa posição de superioridade em
as executam.
relação a estes.
A Administração Pública, na maio- d) Publicidade – os atos praticados pela
ria de suas relações, possui um regime ju- Administração Pública devem ser divulga-
rídico diferenciado. Para que possa exer- dos, para conhecimento do público e iní-
cer, de forma eficaz, as funções a ela de- cio dos efeitos.
terminadas, o interesse público está so-
breposto a interesses particulares. Tal re-
e) Eficiência – de acordo com tal princí-
gime denomina-se Regime Jurídico Admi- pio, o particular tem direito a mais servi-
nistrativo ou Regime Jurídico de Direito ços públicos, em menos tempo, com mais
Público.
qualidade e com menos custos para o Es-
Os princípios da Administração Pú-
tado (introduzido na CF pela EC 19/98 –
blica são regras que surgem como parâ- Reforma Administrativa).
metros para a interpretação das demais
normas jurídicas. Têm a função de ofere-
Existem outros princípios
cer coerência e harmonia para o ordena- previstos em outras leis e os definidos pe-
mento jurídico. Quando houver mais de los pensadores, sendo eles:
uma norma, deve-se seguir aquela que
mais se compatibiliza com os princípios
f) Princípio da Motivação - é a obriga-
previstos na Constituição Federal, ou ção dirigida ao administrador de motivar
seja, interpreta-se, sempre, consoante os a maioria dos atos que edita. Sem a de-
ditames da Constituição.
vida motivação não há o devido processo
Os princípios básicos que a Admi- legal, pois a fundamentação surge como
nistração deverá seguir estão dispostos meio interpretativo da decisão que levou
no art. 37, caput, da CF/88. O disposto no
à prática do ato impugnado, sendo verda-
referido artigo constitucional é rol mera-
deiro meio de viabilização do controle da
mente exemplificativo; desta forma, exis- legalidade dos atos da Administração.
tem outros princípios que poderão ser in-
vocados pela Administração.
g) Princípio da Continuidade dos Ser-
viços Públicos - Pelo princípio da conti-
Com relação à sua abrangência, os nuidade dos serviços públicos, o Estado é
princípios básicos da Administração al- obrigado (em regra) a não suspender a
cançam a Administração Pública direta e prestação dos serviços públicos.
indireta de quaisquer dos poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e h) Princípio da Suprema
dos Municípios (art. 37 da CF/88), pos- cia do Interesse Público sobre o Pri-
suindo, portanto, amplo alcance. vado - a Administração, para buscar de
maneira eficaz os interesses públicos, se
coloca em um patamar de superioridade
em relação aos particulares. Sempre que
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houver conflito entre um interesse indivi- Ocorrerá a chamada desconcen-


dual e um interesse público deve prevale- tração quando as pessoas políticas
cer o interesse público. São as prerroga- (União, estados membros, Distrito Fede-
tivas conferidas à Administração Pública, ral e municípios) ou entidades (Por exem-
porque esta atua por conta de tal inte- plo: autarquias) da Administração, encar-
resse. regada de executar um ou mais serviços,
distribui competências, no âmbito de sua
i) Princípio da Indisponibilidade - própria estrutura, a fim de tornar mais
Para que a Administração alcance o bem ágil e eficiente a prestação dos serviços.
comum, se utiliza do princípio da supre- Na desconcentração existirá ape-
macia, somado ao princípio da indisponi- nas uma pessoa jurídica (entidade ou
bilidade, pois, tal busca é irrenunciável, pessoa política), isto é, a desconcentra-
por não haver faculdade de atuação ou ção sempre se opera no âmbito interno de
não do Poder Público, mas sim dever de uma mesma pessoa jurídica, constituindo
atuação. uma simples distribuição interna de com-
petências.
j) Princípio da Razoabilidade - O Prin- Ocorre desconcentração, por
cípio da Razoabilidade determina que na exemplo, no âmbito da Administração Di-
autuação administrativa, o agente público reta Federal, quando a União distribui as
aja de acordo com os padrões de conduta atribuições decorrentes de suas compe-
de um homem médio. Tal princípio afasta tências entre diversos órgãos de sua pró-
a prática de condutas bizarras por parte pria estrutura, como os ministérios (Mi-
do administrador. nistério da Educação, Ministério dos
Transportes etc.); ou quando uma autar-
l) Princípio da Proporcionalidade – O quia, por exemplo, uma universidade pú-
Princípio da Proporcionalidade determina blica, estabelece uma divisão interna de
que na autuação administrativa, os meios funções, criando, na sua própria estru-
utilizados pelos agentes públicos sejam tura, diversos departamentos (Departa-
proporcionais aos fins pretendidos. Tal mento de Graduação, Departamento de
princípio sugere a limitação de direitos in- Pós-Graduação, Departamento de Direito,
dividuais, com a consequente proibição Departamento de Filosofia, Departa-
do excesso praticado pelo agente público. mento de Economia etc.).
Como se vê, a desconcentração,
mera técnica administrativa de distribui-
1.5. ORGANIZAÇÃO DA ção interna de funções, ocorre tanto na
ADMINISTRAÇÃO prestação de serviços pela Administração
Direta, quanto pela Indireta.
PÚBLICA. É muito mais comum falar-se em
desconcentração na Administração Direta
a) Estrutura Vertical – Divide-se em pelo simples fato de as pessoas que cons-
Administração Federal, Estadual, Munici- tituem as Administrações Diretas (União,
pal e do Distrito Federal, sendo que, não estados, Distrito Federal e municípios)
uma há uma gradação de autoridade (hi- possuírem um conjunto de competências
erarquia) entre os níveis. mais amplo e uma estrutura sobrema-
neira mais complexa do que os de qual-
b) Estrutura Horizontal – Compreende quer entidade das Administrações Indire-
a Administração Direta (órgãos públicos) tas.
e Indireta (entidades públicas - Decreto De qualquer forma, temos descon-
Lei 200/67). centração tanto em um município que se
divide internamente em órgãos, cada qual
1.5.1. DESCONCENTRAÇÃO E com atribuições definidas, como em uma
DESCENTRALIZACÃO sociedade de economia mista de um es-
ADMINISTRATIVA. tado, um banco estadual, por exemplo,
que organiza sua estrutura interna em su-
perintendências, departamentos ou se-
A desconcentração é uma téc- ções, com atribuições próprias e distintas,
nica administrativa, e é utilizada em toda a fim de melhor desempenhar suas fun-
a Administração Pública. ções institucionais.
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Ocorre a chamada descentraliza- 1.5.2.1. CLASSIFICAÇÃO DOS


ção administrativa quando o Estado ÓRGÃOS PÚBLICOS.
(União, DF, estados ou municípios) de-
sempenha algumas de suas funções por
meio de outras pessoas jurídicas.
Quanto à posição Estatal:
A descentralização pressupõe duas
pessoas jurídicas distintas: o Estado e a a) Órgãos Independentes: se originam
entidade que executará o serviço, por ter da previsão constitucional. São os repre-
recebido do Estado essa atribuição. A sentativos dos 3 Poderes (Poder Execu-
descentralização administrativa acarreta tivo, Legislativo e Judiciário).
a especialização na prestação do serviço
descentralizado, o que é desejável em  Não tem qualquer subordinação
termos de técnica administrativa. hierárquica;
Por esse motivo, já em 1967, ao  Suas funções são políticas, judici-
disciplinar a denominada “Reforma Admi- ais e legislativas;
nistrativa Federal”, o Decreto-Lei nº 200,  Seus agentes são denominados
em seu art. 6º, inciso III, elegeu a “des- Agentes Políticos;
centralização administrativa” como um  Exemplos: Congresso Nacional,
dos princípios fundamentais da Adminis- Câmara de Deputados, Senado Fe-
tração Federal. deral, etc.
A doutrina aponta duas formas
mediante as quais o Estado pode efetivar b) Órgãos Autônomos: são os localiza-
a chamada descentralização administra- dos na cúpula da Administração, imedia-
tiva: outorga e delegação. tamente abaixo dos órgãos independen-
A descentralização será efetivada tes e diretamente subordinados aos seus
por meio de outorga quando o Estado chefes;
cria uma entidade e a ela transfere, me-
diante previsão em lei, determinado ser-  Têm ampla autonomia administra-
viço público. tiva, financeira e técnica;
A outorga normalmente é confe-  São órgãos diretivos, de planeja-
rida por prazo indeterminado. É o que mento, coordenação e controle;
ocorre relativamente às entidades da Ad-  Seus agentes são denominados
ministração Indireta prestadoras de ser- Agentes Políticos nomeados em
viços públicos: o Estado descentraliza a comissão;
prestação dos serviços, outorgando-os a  Exemplos: Ministérios, Secretaria
outras entidades (autarquias, empresas de Planejamento, etc.
públicas, sociedades de economia mista e
fundações públicas), que são criadas para c) Órgãos Superiores: são os que de-
o fim de prestá-los. têm poder de direção, controle, decisão e
comando, subordinando-se a um órgão
mais elevado.
1.5.2. ADMINISTRAÇÃO
DIRETA.  Não gozam de autonomia adminis-
trativa nem financeira;
De acordo com o artigo 4o, inciso  Liberdade restringida ao planeja-
I, Dec. Lei 200/67, é representada pelos mento e soluções técnicas, dentro
órgãos responsáveis pela chefia do Exec- de sua esfera de competência;
utivo e aqueles que lhes auxiliam direta-  Responsabilidade pela execução e
mente. não pela decisão política;
No patamar Federal é composto  Exemplos: Gabinetes, Coordena-
pela Presidência da República e Ministé- dorias, Secretarias Gerais, etc.
rios; no Estadual e no Distrito Federal,
pelo Governador e pelas Secretarias; em d) Órgãos Subalternos: são os órgãos
nível Municipal, pela Prefeitura e pelas subordinados hierarquicamente a outro
Secretarias. órgão superior; realizam tarefas de ro-
tina administrativa.

 Reduzido poder de decisão;

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 É predominantemente órgão de (MMA). É uma entidade responsável pela


execução; execução da Política Nacional do Meio
 Exemplos: Repartições, Seções Ambiente (PNMA) e desenvolve diversas
de Expediente, etc. atividades para a preservação e
conservação do patrimônio natural,
Quanto à Estrutura: exercendo o controle e a fiscalização
sobre o uso dos recursos naturais (água,
a) Órgãos Simples: refere-se a um só flora, fauna, solo, etc). Também cabe a
centro de competência. Exemplos: Posto ele realizar estudos ambientais e
Fiscal, Agência da Secretaria da Receita conceder licenças ambientais para
Federal, etc. empreendimentos de impacto nacional.
O CADE (Conselho Administrativo
b) Órgãos Compostos: representam de Defesa Econômica) é uma autarquia
vários centros de competência (outros ór- federal brasileira que tem como objetivo
gãos menores na estrutura). A atividade orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abu-
é desconcentrada, do órgão central para sos do poder econômico. Tem o papel de
os demais órgãos subalternos. Exem- julgar sobre matéria concorrencial os pro-
plos: Delegacia da Receita Federal, Ins- cessos encaminhados pela Secretaria de
petoria Fiscal, etc. Direito Econômico do Ministério da Justiça
e a Secretaria de Acompanhamento Eco-
Quanto à Atuação Funcional: nômico do Ministério da Fazenda, desem-
penhando os papéis preventivo, repres-
a) Singular: são os que decidem através sivo e educativo, dentro do mercado bra-
de um único agente. Exemplos: os Minis- sileiro.
térios, as Coordenadorias, as Seccionais,
etc. O Banco Central é uma autarquia
de regime especial. Por força do art. 21
b) Colegiado: decidem por manifestação da CF/88, a competência para emissão de
conjunta da maioria de seus membros. moedas é da União por meio do Banco
Exemplos: Tribunais, Legislativo, Conse- Central. Também o Banco Central tem por
lho de Contribuintes, etc. finalidade fiscalizar as atividades desen-
volvidas pelas instituições financeiras.

1.5.3. ADMINISTRAÇÃO
INDIRETA.

Entidades dotadas de personali-


dade jurídica própria, previstas no artigo
4o, inciso II, do Decreto Lei 200/67. São
as:

a) Autarquias – a expressão au-


tarquia surgiu do grego autos, que signi-
fica “próprio” e arquia, que é sinônimo de
“poder, comando”. São pessoas jurídicas
de direito público criadas por lei para a
execução de serviços públicos, contando
com capital exclusivamente público, ou
seja, as autarquias são regidas integral-
mente por regras de direito público, po-
dendo, tão-somente, serem prestadoras
de serviços públicos (ex.: IBAMA, CADE,
INSS etc.).
O IBAMA (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) é uma autarquia federal
vinculada ao Ministério do Meio Ambiente

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dotadas de personalidade de direito pri-


Observações: vado (autorizadas por lei), serão regidas
por regras de direito público e direito pri-
 Têm autonomia, não sendo subordina- vado.
das àquele que as criou, são apenas Tanto uma quanto outra são com-
vigiadas (supervisão ministerial), po- postas por patrimônio personalizado. No
dendo escolher como administrar seu caso da fundação pública, é destacado
patrimônio e receitas;
pela Administração direta, que é o insti-
 Criadas e extintas por lei específica
(art. 37, XIX da CF/88);
tuidor para definir a finalidade pública.
 São dotadas das mesmas prerrogati- Como exemplo de fundações, temos: FU-
vas da Administração Direta. Na área NASA (Fundação Nacional de Saúde);
tributária (art. 150, § 2.º, da CF/88). IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico Es-
Na área processual, art. 188 do CPC; tatístico); Universidade de Brasília; FU-
 Seus bens são imprescritíveis (inusu- NAI (Fundação Nacional do Índio);
capíveis), impenhoráveis e inaliená-
veis; c) Empresas Públicas – Pessoas Jurídi-
 A prescrição contra elas é de cinco
cas de direito privado, com capital intei-
anos;
 O regime de pessoal é o mesmo que
ramente público, sendo a criação autori-
se aplica aos servidores da Adminis- zada por lei para exploração de ativida-
tração direta (Lei 8.112/90); des econômicas ou para a prestação de
 Temos também, as Autarquias sob o serviços públicos. Como exemplo de fun-
regime especial: as Agências Regu- dações, temos: CEF (Caixa Econômica Fe-
ladoras (ANATEL, ANEEL, ANTT etc.) e deral); ECT (Empresa Brasileira de Cor-
as Agências Executivas (ABIN e INME- reios e Telégrafos) etc.
TRO). As primeiras (Agências Regula-
doras) são autarquias que foram cria-
das para regular as atividades desem- Observações:
penhadas pelos particulares e certos
setores do mercado, fiscalizando e  Podem adotar qualquer modelo
controlando tais atividades. Já as societário admitido em direito;
Agências Executivas, são “títulos de  São sempre de direito privado;
qualidade conferidos às autarquias ou  100% do capital pertencem à Ad-
fundações que celebrem contrato de
ministração Pública;
gestão com o Órgão da Administração
 Autorizadas por lei;
Pública Direta a que se acham vincu-
ladas, para a melhoria da eficiência e  Seu pessoal é composto por “em-
redução de custos”. pregados públicos” ou “agentes
temporários”, sendo regidos pela
CLT;
 Estão obrigadas a realizar licitação
b) Fundações Públicas – são
para suas atividades “meio”, e dis-
pessoas jurídicas (regidas por regras de
pensadas para as atividades
Direito Público ou de Direito Privado) sem
“fins”;
fins lucrativos, criadas ou autorizadas por
 De acordo com o art. 109, I, da CF,
lei para um fim específico de interesse
as ações nas quais sejam partes,
público, como educação, cultura e
serão processadas e julgadas na
pesquisa. As fundações públicas possuem
Justiça Federal, ressalvado, a
autonomia administrativa, patrimônio
competência da Justiça do Traba-
próprio, e funcionamento custeado. As
lho.
fundações poderão ser tanto de direito
público quanto de direito privado.
Essa definição serve para qualquer d) Sociedades de Economia Mista
fundação, inclusive àquelas que não inte- – Pessoas Jurídicas de direito privado,
gram a Administração indireta. No caso sendo a criação autorizada por lei para
das fundações que integram a Adminis- exploração de atividades econômicas ou
tração indireta, quando forem dotadas de para a prestação de serviços públicos,
personalidade de direito público (criadas com a maioria do capital votante perten-
por lei), serão regidas integralmente por cente à Administração Pública, sob a
regras de Direito Público. Quando forem forma de sociedade anônima.

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1.6.3. CONTRATO DE GESTÃO


ENTRE O PODER PÚBLICO E
Observações: AS “ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS”.
 Seu pessoal é composto por “em-
pregados públicos” ou “agentes
Existe a possibilidade de celebração de
temporários”, sendo regidos pela
um contrato de gestão do Poder Público
CLT;
com entidades privadas sem fins lucrati-
 Autorizadas por lei;
vos que exercem atividade de interesse
 São sempre de direito privado;
público. Contrato de gestão, neste caso,
 Necessariamente constituídas sob
seria um ajuste entre o Estado e a enti-
a forma de S.A. (incisos I e II do
dade qualificada como organização so-
art. 5º do Decreto-Lei 200/67);
cial, com o intuito de formar uma parce-
 Estão obrigadas a realizar licitação
ria entre as partes para fomento e exe-
para suas atividades “meio”, e dis-
cução de atividades de ensino, pesquisa
pensadas para as atividades
científica, desenvolvimento tecnológico,
“fins”;
cultura, saúde e preservação do meio
 As ações nas quais sejam partes,
ambiente, conforme se apreende da Lei
serão processadas e julgadas na
nº 9.637/98 (art. 1º e art. 5º).
Justiça Estadual, ressalvado, a
competência da Justiça do Traba-
Nesta hipótese de contrato, tam-
lho.
bém serão fixadas metas a serem alcan-
çadas pela organização social que rece-
1.6. ENTIDADES berá, em contrapartida, uma série de
PARAESTATAIS. benefícios do Estado como verbas orça-
mentárias e servidores públicos traba-
lhando em suas atividades, mas sendo
1.6.1 CONCEITO.
pagos pelos cofres públicos.
São pessoas jurídicas de direito
Observe-se que o contrato de
privado que colaboram com o Estado, de-
gestão, “quando celebrado com entida-
sempenhando atividades de interesse pú-
des da Administração Indireta, tem por
blico e não lucrativas e à qual o Poder Pú-
objetivo ampliar a sua autonomia; po-
blico dispensa especial proteção, cum-
rém, quando celebrado com organiza-
prindo ser destacado, que não integram a
ções sociais, restringe a sua autonomia,
estrutura da Administração Pública.
pois, embora entidades privadas, terão
que sujeitar-se a exigências contidas no
1.6.2. COMPOSIÇÃO. contrato de gestão”

• Serviços sociais autônomos;


• Organizações sociais;
2. PODERES DA
• Organizações da sociedade ci-
vil de interesse público; ADMINISTRAÇÃO.
• Entidades de apoio (funda-
ções, associações, cooperati-
vas). 2.1. CARACTERÍSTICAS.

Os poderes da Administração
constituem meios conferidos à Admi-
nistração pelo sistema jurídico, para
que possa alcançar sua finalidade
única, ou seja, o interesse público. Os
poderes da Administração são prerro-
gativas decorrentes do Princípio da Su-
premacia do interesse público sobre o
interesse particular.
Na utilização desses poderes, se o
agente público exceder os limites de suas
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atribuições ou se desviar das finalidades de execução) ou prover situações não


administrativas, incorrerá em abuso de disciplinadas em lei (regulamento au-
poder e será responsabilizado. O abuso tônomo ou independente).
de poder divide-se em duas espécies: ex-
cesso de poder e desvio de finalidade. 2.2.3. PODER DISCIPLINAR.

2.2. PODERES DA O exercício do poder disciplinar


ADMINISTRAÇÃO EM permite que a Administração Pública apli-
ESPÉCIE. que penalidade aos seus agentes pela
prática de infrações funcionais, decorren-
tes inclusive da responsabilidade por atos
2.2.1. PODER HIERÁRQUICO. de improbidade (Lei nº 8.429, de 1992) e
por danos causados a terceiros (§ 6º art.
O poder hierárquico tem como es- 37 da CF). A apuração de infração funcio-
copo a organização da Administração nal é ato vinculado, sob pena de ficar ca-
Púbica. Tal poder assume importante racterizada a condescendência criminosa
papel na Administração, sob dois enfo- (art. 320 Código Penal).
ques, conforme se vê a seguir: A aplicação da penalidade é ato
A) Aspecto Interno: o agente pú- discricionário que deve ser motivado pe-
blico deve cumprir e fazer cumprir as las razões de fato e de direito, bem como
atribuições legais do cargo com efici- consubstanciado em várias circunstân-
ência. cias, tais como: natureza e gravidade da
B) Aspecto Externo: o ato admi- infração, causas atenuantes e agravan-
nistrativo elaborado pelo agente deve tes, antecedentes e danos causados (Lei
ser avaliado. nº 8.112, de 1990 e Lei nº 9.784, de
1999).
2.2.2. PODER O poder disciplinar está limitado
REGULAMENTAR. pelas cláusulas pétreas do devido pro-
cesso legal, do contraditório, da ampla
O poder regulamentar é atribuído defesa (inc. LIV e inc. LV art. 5º CF).
privativamente aos Chefes do Poder Exe-
cutivo para editar decretos de execução 2.2.4. PODER VINCULADO.
ao fiel cumprimento à lei (inc. IV art. 84
Constituição Federal). Poder vinculado é aquele em que o
Em regra, não tem cabimento, as- administrador se encontra inteiramente
sim, a existência de decreto autônomo preso ao enunciado da lei que estabelece
para disciplinar matéria não prevista em previamente um único comportamento
lei, em conformidade com o entendi- possível a ser adotado em situações con-
mento majoritário. Excepcionalmente, cretas, não existindo um espaço para ju-
pode haver decreto autônomo dispondo ízo de conveniência e oportunidade.
sobre organização e funcionamento da Há ausência de juízo de valores,
administração federal, quando não impli- pois a lei estabelece um único comporta-
car aumento de despesa nem criação ou mento. Ex: Aposentadoria por atingi-
extinção de órgãos públicos, bem como mento do limite máximo de idade.
sobre extinção de funções ou cargos pú- Quando o servidor completar 70 anos, o
blicos, quando vagos (inc. VI art. 84 administrador tem que aposentá-lo, pois
Constituição Federal). a lei prevê esse único comportamento.
Os decretos autônomos diferem-
se dos decretos de execução, pois es- 2.2.5. PODER
tes visam garantir a fiel execução de DISCRICIONÁRIO.
lei ou de ato normativo já editados. Re-
gulamento é o ato administrativo geral Poder discricionário é aquele em
e normativo expedido privativamente que o administrador se encontra preso
pelo Chefe do Executivo (federal, esta- (não inteiramente) ao enunciado da lei
dual ou municipal), por meio de de- que não estabelece previamente um
creto, com o fim de explicar o modo e único comportamento possível a ser ado-
forma de execução da lei (regulamento tado em situações concretas, existindo

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um espaço para juízo de conveniência e • Polícia judiciária: efetua a apu-


oportunidade. ração de infrações penais e sua
Há, portanto, um juízo de valores. autoria; sua competência é de ór-
Ex: Pedido de porte de arma junto à Ad- gãos determinados, a exemplo das
ministração. O administrador poderá con- polícias civis e da polícia federal, e
ceder ou não dependendo da situação em é considerada como órgão auxiliar
concreto. do Poder Judiciário.
A diferença entre o poder vincu-
lado e o poder discricionário reside no • Polícia de manutenção da or-
grau de liberdade legalmente conferido ao dem pública (polícia osten-
administrador. siva): tem caráter eminente-
Tanto o ato vinculado quanto o ato mente preventivo e ostensivo,
discricionário só poderão ser apreciados além de ser da competência de ór-
pelo Judiciário no tocante à sua legali- gãos militares (em regra).
dade.
2.3. ABUSO DE PODER.
2.2.6. PODER DE POLÍCIA.
O uso (normal) de poder é a uti-
É o poder conferido à Administra- lização adequada à lei, pelos agentes pú-
ção Pública para condicionar, restringir, blicos, das prerrogativas (vantagens ou
frear o exercício de direitos e atividades privilégios em razão da função) que lhe
dos particulares em nome dos interesses são dadas pelo ordenamento jurídico. Já
da coletividade, sendo que, tal poder in- o abuso de poder surge quando essas
forma e possibilita a atuação eficaz da Ad- prerrogativas são empregadas em de-
ministração Pública na busca do interesse sacordo com a lei, fora dos limites de
público, aplicável, desta forma, por meio competência do agente ou com desvio da
de atos gerais ou individuais, puramente finalidade a ser atingida, de interesse pú-
normativos ou ainda de efeitos concretos. blico. A cada uma dessas duas hipóteses
corresponde um tipo de abuso de poder:
• Ato geral é aquele ato que não
tem um destinatário específico, a) Excesso de Poder – Ocorre quando
normalmente de cunho normativo, o agente, “embora competente
a exemplo do ato que proíbe a para praticar o ato, vai além do
venda de bebidas alcoólicas a me- permitido e exorbita no uso de
nores, aplicável a todos os estabe- suas faculdades administrativas.
lecimentos comerciais. Excede, portanto, a sua com-
petência legal e, com isso, invalida
• Ato individual é aquele que tem o ato”.
um destinatário específico, por
exemplo, a autuação de determi- B) Desvio de Poder (ou desvio de fi-
nado estabelecimento comercial nalidade) – Surge nas situações
por qualquer motivo, por razões em que o agente pratica o ato
de segurança. visando a um fim diferente
daquele previsto na lei. O exemplo
Faz-se necessária a diferenciação clássico de abuso de poder é a de-
entre polícia administrativa, polícia judici- sapropriação que, apesar de feita
ária e polícia de manutenção da ordem em nome do interesse público, na
pública: verdade, tem sido imposta para
prejudicar um inimigo ou mesmo
• Polícia administrativa: incide para beneficiar a própria autori-
sobre bens, direitos, interesses e dade expropriante.
atividades da população, difunde-
se por toda a Administração e visa
garantir todos os interesses expli-
citados em sua definição legal,
constante do Código Tributário Na-
cional.

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3. AGENTES PÚBLICOS. ser preenchido por agente contra-


tado para desempenhá-lo sob o
Tal expressão abrange todas as regime celetista;
pessoas que se encontram dentro da Ad-  Função Pública: O conceito de
ministração, podendo citar, como exem- função pública é obtido de maneira
plo, desde os parlamentares e magistra- residual. Trata-se do conjunto de
dos, verdadeiros agentes políticos; os atribuições estatais às quais não
servidores da Administração, assim con- corresponde um cargo nem um
siderados os agentes administrativos; até emprego.
os jurados, mesários na eleição, denomi-
nados agentes honoríficos, entre outros. c) Os agentes honoríficos: são
cidadãos convocados, designados ou no-
a) Os agentes políticos: são meados, para prestar, transitoriamente,
os componentes do Governo em seus serviços ao Estado, sem vínculo emprega-
primeiros escalões, desempenhando tício ou estatutário e geralmente sem re-
funções estabelecidas na Constituição muneração. Exemplos: mesários, jura-
e em Leis Especiais. dos, comissários de menores. Durante o
São agentes políticos os Chefes do desempenho da “função pública”, sujei-
Executivo e seus auxiliares imediatos, tam-se à disciplina e hierarquia, podendo
os membros do Legislativo, do Judiciá- receber “pro labore” e contar o período de
rio, do Ministério Público, do Tribunal trabalho como serviço público.
de Contas, os Representantes Diplo-
máticos e as demais autoridades que d) Os agentes delegados: são
atuem com independência funcional no particulares que recebem a incumbên-
desempenho de suas atribuições. cia da realização de determinada ativi-
dade, obra ou serviço público e o rea-
b) Os agentes administrati- lizam em nome próprio, por sua conta
vos: são aqueles que se vinculam ao e risco, mas segundo as normas do Es-
Poder Público por relações profissio- tado e sob a permanente fiscalização
nais, sujeitos à hierarquia funcional e do delegante. São os casos de conces-
ao regime jurídico único (Lei 8112/90) são e permissão, por exemplo. Res-
ou CLT. Tal categoria de agentes públi- pondem objetivamente pelo dano cau-
cos é composta por três espécies de sado e são considerados “autoridades”
agentes: para fins de mandado de segurança.

 Servidor público: é o agente que e) Os agentes credenciados:


titulariza um cargo, sob regime es- são os que recebem a incumbência da
tatutário; Administração para representá-la em
 Empregado público: é o agente determinado ato ou praticar certa ati-
que titulariza um emprego público, vidade específica, mediante remunera-
sob regime celetista; ção do Poder Público credenciante.
 Servidor temporário: é aquele
contratado diante de uma situação f) Gestor de negócios: Agem
de excepcional interesse público nessa qualidade os particulares que
(artigo 37, inciso IX, da Constitui- assumem uma função pública em ra-
ção Federal). zão de uma situação excepcional.

Seguindo tal classificação, faz-se g) Servidor Militar: é todo


necessário definir as expressões: cargo, agente público que está sujeito a um
emprego e função: regime militar.

 Cargo: É a mais simples unidade 3.1. PROVIMENTO DE


de poderes e deveres estatais a CARGOS.
serem expressos por um agente
com vínculo estatutário; Provimento, “é o ato pelo qual se
 Emprego público: É o núcleo de efetua o preenchimento do cargo público,
encargo de trabalho permanente a com a designação de seu titular”. Pode
ser:
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Provimento originário ou ini- - Reversão: Trata-sedo re-


cial: quando o agente não possui vincu- torno ao serviço do servidor apo-
lação anterior com o Cargo Público. Dá-se sentado, sendo que só poderá ser
pela nomeação (art. 9º da Lei realizada em duas hipóteses (art.
81122/90). 25 da Lei 8112/90):

Fases: a) quando o servidor havia se


 Concurso. aposentado por invalidez, e
 Provimento do cargo pela junta médica oficial declarar
nomeação. insubsistentes os motivos da
 Posse: ato que confere as aposentadoria;
prerrogativas do cargo.
 Exercício: início efetivo das b) no interesse da admin-
atribuições. istração, desde que o servidor,
estável quando na atividade, tenha
Provimento derivado: pres- solicitado a reversão da aposenta-
supõe a existência de um vínculo com a doria voluntária nos cinco anos pos-
Administração. Subdivide-se em: teriores a aposentação e haja cargo
vago;
- Provimento derivado
horizontal: ocorre de um cargo - Reintegração: é o retorno
para outro sem ascensão na car- ao serviço do servidor afastado por
reira. Trata-se da readaptação. decisão considerada ilegal. A deter-
Ocorre quando o servidor, estável minação para que reassuma o cargo
ou não, havendo sofrido uma lim- pode efetivar-se por decisão judicial
itação física ou mental em suas ou administrativa, em sede recur-
habilidades, torna-se inapto ao ex- sal, acarretando ao servidor direito
ercício do cargo que ocupa, mas, à integral indenização por todos os
por não ser caso de invalidez per- prejuízos sofridos pela decisão ilegal
manente, pode ainda exercer (art. 28 da Lei 8.112/90 e § 2º do
outro cargo para o qual a limitação art. 41 da CF/88);
sofrida não o inabilita (art. 24 da
Lei 81122/90); - Recondução: é o direito
do servidor estável de retorno ao
- Provimento derivado seu cargo de origem, no primeiro
vertical: o provimento se dá com caso, em virtude da reintegração ao
ascensão na carreira. Trata-se da serviço do antigo ocupante do cargo
promoção, quando o servidor as- e, no segundo por haver sido re-
sume outro cargo, dentro da provado em estágio probatório de
mesma carreira, com aumento de outro cargo para qual pedira vacân-
vencimentos em razão do maior cia (art. 29 da Lei 81122/90);
grau de complexibilidade das no-
vas funções. Como exemplo, po- - Aproveitamento: consiste
demos citar o professor, que passa na designação do servidor colocado
de assistente para mestre, doutor, em disponibilidade, por ter sido seu
titular e livre docente (art. 33, III cargo extinto, para outro posto, se
da Lei 81122/90); possível idêntico, ou em outro com
vencimentos e atribuições sem-
- Provimento derivado elhantes (arts. 30 e 31 da Lei
por reingresso: nosso or- 81122/90 e § 3º do art. 41 da
denamento jurídico contempla CF/88).
quatro formas de provimento
derivado por reingresso, sendo
elas: reversão, reintegração,
recondução e aproveitamento:

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3.2. REGIME JURÍDICO DO • Secretários estaduais;


SERVIDOR PÚBLICO. • Secretários municipais.

Os demais são remunerados por


O “caput” do art. 39 da Carta Federal, vencimento.
originariamente estabelecia a abrigatori- A Lei n. 8.112/90 define, nos arti-
edade de adoção, por parte de cada ente gos 40 e 41, vencimento e remuneração.
da Federação, de um só regime jurídico Essa definição envolve o vencimento mais
aplicável a todos os servidores integran- as vantagens pecuniárias conferidas ao
tes de suas Administrações Direta, autár- servidor por força de lei. O vencimento é
quica e fundacional (e também tornava a retribuição pecuniária pelo exercício do
obrigatória a instituição de planos de car- cargo, em valor fixado em lei.
reira para esses servidores). Vantagens são acréscimos finan-
Ocorre que, a EC n° 19/1998 alte- ceiros ao vencimento do servidor, estabe-
rou o caput do art. 39 da Carta Magna lecidos por lei a título precário ou perma-
com o fito de eliminar a obrigatoriedade nente.
de adoção, pelas pessoas políticas, de um O art. 48 proíbe a incidência de ar-
regime jurídico unificado para seus agen- resto, sequestro ou penhora, exceto nos
tes atuantes na Administração Direta, au- casos de prestação de alimentos resul-
tarquias e fundações públicas (eliminou, tante de decisão judicial sobre o venci-
também a referência expressa à obriga- mento, a remuneração e o provento (re-
toriedade de instituição de planos de car- muneração dos aposentados).
reira). Simplesmente, passou a ser possí-
vel a existência de agentes públicos sujei-
tos a mais de um regime jurídico na Ad-
ministração Direta, autarquias e nas fun-
dações públicas de cada ente da Federa-
3.2.1.2. INDENIZAÇÕES.
ção.
Vale ressaltar, que a modificação Trata-se de ressarcimento de des-
do “caput” do art. 39 da CF/88, teve sua pesas, não representando acréscimo por-
eficácia suspensa, pelo STF, a partir de que o servidor recebe o que gastou.
agosto de 2007, sob o fundamento de in- Espécies:
constitucionalidade formal (na tramitação
da emenda, a Câmara dos Deputados não 1) Ajuda de custo (art. 53): é a
observou o processo legislativo estabele- indenização que o servidor re-
cido no art. 60, parágrafo 2° da CF/88, cebe como compensação pelos
especificamente quanto ao caput do art. gastos que efetuou para exer-
39, que não foi submetido a dois turnos). cer atividade em outro local, no
O regime jurídico dos servidores públicos interesse da Administração,
civis é disciplinado pela Lei n. 8.112/90. sendo que, se o servidor pedir
A seguir, analisaremos alguns pontos re- para mudar de sede, arcará
levantes. com os custos;

3.2.1. VANTAGENS 2) Diária (art. 58): cabe quando


o servidor se desloca tempora-
(ESPÉCIES). riamente para exercer suas ati-
vidades, mas mantém a sua
3.2.1.1. SISTEMA sede;
REMUNERATÓRIO.
3) Transporte (art. 60): com-
Os servidores que recebem subsí- pensação da despesa com
dios são os que constam do art. 39, § 4.º, transporte próprio para o exer-
da Constituição Federal, quais sejam: cício de atividades externas;

• Membros de poder; 4) Auxílio moradia (art. 60-A):


• Detentores de mandado ele- O auxílio-moradia consiste no
tivo; ressarcimento das despesas
• Ministros de Estado; comprovadamente realizadas
pelo servidor com aluguel de
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moradia ou com meio de hos- 3.2.1.5. LICENÇAS.


pedagem administrado por
empresa hoteleira, no prazo de Vantagem de natureza não-pecuniária
um mês após a comprovação prevista em lei, pela qual a Administra-
da despesa pelo servidor. ção autoriza o afastamento do servidor
das suas atividades, sem qualquer tipo
de penalização.
3.2.1.3. GRATIFICAÇÕES.
1) Para tratar de doença em
Vantagens de natureza financeira, pessoa da família:
compreensivas de três espécies de acrés- O fato gerador vem previsto no
cimos: art. 83, em que o servidor deve demons-
trar que seu auxílio é imprescindível e que
1) Pelo exercício de função de não consegue acumulá-lo com o exercício
direção, chefia, assessora- de suas atividades.
mento, cargo de provi-
mento em comissão ou de
natureza especial (art. 62); 2) Por motivo de afastamento
do cônjuge:
2) A gratificação natalina, cor- Previsto no art. 84, quando o servidor
respondente a 1/12 (um precisar acompanhar o cônjuge deslo-
doze avos) da remuneração cado para outro ponto do território na-
a que o servidor fizer jus no cional ou exterior, ou para o exercício
mês de dezembro, por mês de mandato eletivo dos Poderes Legis-
de exercício no respectivo lativo e Executivo.
ano (art. 63);

3) Por encargo de curso ou 3) Para o serviço militar:


concurso (art. 76-A). Ao servidor convocado para o ser-
viço militar será concedida licença, sendo
que, concluído tal serviço, o servidor terá
3.2.1.4. ADICIONAIS. até 30 (trinta) dias sem remuneração
para reassumir o exercício do cargo (art.
São de muitos variados tipos, 85 da Lei), valendo ser destacado, que tal
sendo eles: licença é por prazo indeterminado.

1) Pelo exercício de atividades 4) Para exercer atividades


insalubres, penosas ou pe- políticas:
rigosas (art. 68); O servidor terá direito à licença,
sem remuneração, durante o período que
2) Por serviço extraordinário, mediar entre a sua escolha em convenção
episódico e limitados a partidária, como candidato a cargo ele-
duas horas além da jornada tivo, e a véspera do registro de sua can-
normal (art. 73); didatura perante a Justiça Eleitoral (art.
86).
3) Por trabalho noturno reali-
zado entre as 22h e 5h (art.
75); 5) Para capacitação:
Após cada qüinqüênio de efetivo
4) De férias, devido por oca- exercício, o servidor poderá, no interesse
sião de férias remuneradas da Administração, afastar-se do exercício
pelo servidor (art. 76). do cargo efetivo, com a respectiva remu-
neração, por até três meses, para partici-
par de curso de capacitação profissional
(art. 87).

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9) Para participação em pro-


6) Licença para tratar de as- grama de pós-graduação stricto
suntos particulares: sensu no País (Art. 96-A).
O servidor não pode estar em es-
tágio probatório. Possui prazo máximo de Existem mais 4 afastamentos que
3 anos e a remuneração fica prejudicada a lei denominou “concessões”, sendo
(art. 91). eles:

7) Licença para o exercício de 1) Para doar sangue, por 1 dia


mandato classista: (art. 97, I);
Haverá prejuízo da remuneração e
durará o tempo do mandato, podendo ser 2) Para alistar-se como eleitor,
prorrogada, no caso de reeleição, por por 2 dias (art. 97, II);
uma única vez (art. 92).
3) Por motivo de casamento
“gala”, por 8 dias (art. 97, III, “a”);
3.2.1.6. AFASTAMENTOS E
CONCESSÕES. 4) Por falecimento de cônjuge,
companheiro, pais, padrasto, ma-
Os afastamentos, também são di- drasta, filhos, enteados, menor sob
reitos de ausência do serviço, cabíveis por guarda ou tutela e irmãos, também
determinadas razões: por 8 dias (art. 97, III, “b”).

1) Para servir outro órgão ou Vale ressaltar, que há dois casos


entidade, por tempo indeterminado de afastamento que não considerados di-
(art. 93, c/c art. 102, II e III); reitos ou vantagens, pois são compulsó-
rios e não visam proteger um interesse ou
2) Para exercício de mandato desejo do servidor, sendo eles:
eletivo, durante o prazo de sua dura-
ção (art. 94 c/c 102, V); 1) Afastamento preventivo:
ocorre sem prejuízo da remuneração,
3) Para estudo ou missão no consistente em providência cautelar, de-
Exterior, quando autorizado, pelo terminável por autoridade instrutora de
prazo máximo de quatro anos (art. 95 processo disciplinar, por um prazo de até
e § 1º, c/c art. 102, VII); 60 dias, prorrogável por igual período,
afim de que o servidor não venha a influir
4) Para participar de programa na apuração da irregularidade (art. 147);
de treinamento regularmente institu-
ído (art. 102, IV); 2) Afastamento do servidor
candidato a cargo eletivo na locali-
5) Para júri ou outroserviços dade onde desempenhe suas fun-
obrigatórios por lei (art. 102, VI); ções, caso exerça cargo de direção,
chefia, assessoramento, ou fiscaliza-
6) Por deslocamento para uma ção (art. 86, § 1º).
nova sede, remoção, redistribuição,
requisição ou cessão, por um período 3.2.1.7. FÉRIAS.
de 30 dias (art. 18, c/c art. 102, IX);
O servidor fará jus a trinta dias de
7) Para participar de competi- férias, que podem ser acumuladas, até o
ção desportiva nacional ou para inte- máximo de dois períodos, no caso de ne-
grar representação desportiva nacio- cessidade do serviço, ressalvadas as hi-
nal, segundo o estabelecido em legis- póteses em que haja legislação especí-
lação específica (art. 102, X); fica. (art. 77 da Lei 8112/90). Para o pri-
meiro período aquisitivo de férias serão
8) Para servir em organismo exigidos 12 (doze) meses de exercício (§
internacional do qual o Brasil parti- 1º).
cipe ou coopere (art. 102, XI);
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É vedado levar à conta de férias


qualquer falta ao serviço (§ 2º). As férias 3.2.4. REMOÇÃO.
poderão ser parceladas em até três eta-
pas, desde que assim requeridas pelo ser- Remoção (art. 36 da Lei 8112 de
vidor, e no interesse da administração pú- 1990) é o deslocamento do servidor, a
blica (§ 3º). pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo
quadro, com ou sem mudança de sede.
O servidor que opera direta e per-
manentemente com Raios X ou substân- Entende-se por modalidades de
cias radioativas gozará 20 (vinte) dias remoção:
consecutivos de férias, por semestre de
atividade profissional, proibida em qual- a) De ofício, no interesse da Adminis-
quer hipótese a acumulação (art. 79 da tração;
Lei 8112/90).
b) A pedido, a critério da Administra-
As férias somente poderão ser in- ção;
terrompidas por motivo de calamidade
pública, comoção interna, convocação c) A pedido, para outra localidade,
para júri, serviço militar ou eleitoral, ou independentemente do interesse
por necessidade do serviço declarada pela da Administração, sendo que tal
autoridade máxima do órgão ou entidade hipótese, só é permitida em al-
(art. 80 da Lei 8112/90). guns casos, como por exemplo:

3.2.2. VACÂNCIA DOS • Para acompanhar cônjuge


CARGOS PÚBLICOS. ou companheiro, também
servidor público civil ou mi-
O art. 33 da Lei n. 8.112/90 dispõe litar, de qualquer dos Pode-
sobre as hipóteses de vacância do cargo res da União, dos Estados,
público, que pode ocorrer pela saída do do Distrito Federal e dos
servidor da Administração: Municípios, que foi deslo-
cado no interesse da Admi-
•Demissão (sanção); nistração (art. 36, III, “a”);
•Exoneração.
O cargo pode vagar também pela 3.2.5. RESPONSABILIDADE
saída do servidor de um cargo para outro: DOS AGENTES PÚBLICOS.
• Promoção: provimento deri-
vado vertical; O servidor responde civil, penal e
• Readaptação (art. 24): provi- administrativamente pelo exercício irre-
mento derivado horizontal; gular de suas atribuições. Tomando como
• Aposentadoria; base a Lei 8112/90, podemos estabelecer
• Posse em outro cargo as seguintes regras:
inacumulável;
• Falecimento. • A responsabilidade penal abrange
os crimes e contravenções impu-
3.2.3. LOTAÇÃO DOS CARGOS tadas ao servidor, nesta quali-
E “REDISTRIBUIÇÃO”. dade;
• A responsabilidade civil-adminis-
Todos os cargos existentes encon- trativa resulta de ato omissivo ou
tram-se “lotados” em algum quadro. Qua- comissivo praticado no desempe-
dro é o conjunto de cargos isolados e de nho de cargo ou função;
carreira. O número total dos cargos de • As sanções civis, penais e adminis-
cada quadro é o que se denomina “lota- trativas poderão cumular-se,
ção”. A modificação da lotação de um sendo independentes entre si;
quadro, pela passagem de cargo nele in- • A responsabilidade administrativa
cluso para outro quadro, se designa, con- do servidor será afastada no caso
forme a Lei 8112, “redistribuição” (art. de absolvição criminal que negue
37). existência do fato ou sua autoria.

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3.2.7.2. FORMAS DE
3.2.6. PENALIDADES. APURAÇÃO DAS PRÁTICAS
INFRACIONAIS.
As penas estão previstas no art.
127 da Lei. A relação é exaustiva, so- a) Sindicância:
mente podendo ser ampliado por outra Meio sumário de apuração de
lei, nunca pelo administrador: infrações que possam ser apenadas
• Advertência; somente com advertência ou suspen-
• Suspensão; são por até 30 dias (art. 145, inc. II).
• Demissão; Da sindicância podem resultar três
• Cassação de aposentadoria ou situações:
disponibilidade;
• Destituição de cargos em co- • Arquivamento do processo por
missão; não ter sido apurada nenhuma
• Destituição de função comissi- irregularidade ao término da
onada. sindicância;
A aplicação da pena deve vir • Aplicação da advertência ou
acompanhada das razões que a origi- suspensão de até 30 dias;
naram. Trata-se da motivação que • Instauração de processo ad-
consiste em mencionar o dispositivo le- ministrativo disciplinar, caso
gal e relacionar os fatos que concreta- seja apurado mais do que se
mente levaram à aplicação daquele imaginava.
dispositivo de lei.
A pena deve ser proporcional à O prazo de duração de uma sin-
infração. O art. 128 do Estatuto do dicância é de 30 dias, prorrogável uma
Servidor traz os elementos que o ad- vez por igual período.
ministrador deve levar em considera-
ção quando da aplicação da pena: b) Processo disciplinar.
• Natureza da infração come- É o meio para apurar-se qualquer
tida; tipo de infração cometida pelo servidor no
• Sua gravidade; exercício das suas atribuições, inclusive
• Prejuízos que gerou; as infrações que poderiam ser objeto de
• Atenuantes e agravantes do sindicância (art. 146).
caso concreto; O prazo de duração do processo
• Antecedentes funcionais. disciplinar é de 60 dias, prorrogável se
necessário (art. 152).
3.2.7. MEIOS DE APURAÇÃO As provas do processo de sindicân-
DAS INFRAÇÕES. cia poderão ser aproveitadas no processo
disciplinar.
3.2.7.1. PRINCÍPIOS. Pode-se produzir novas provas
dentro do processo administrativo disci-
Nenhuma pena poderá ser apli- plinar, desde que sejam pertinentes.
cada senão por sindicância ou processo Fases do processo disciplinar:
administrativo disciplinar, assegu-
rando-se o contraditório e a ampla de- 1.ª Fase – Abertura ou instau-
fesa. ração: dá-se por portaria que deve
O art. 5.º, inc. LV, da Constituição conter:
Federal garante o contraditório e a am- • os fundamentos, as razões
pla defesa em processo judicial ou ad- que deram ensejo à sua
ministrativo, não mencionando a sindi- abertura;
cância, mas a esta se estende porque • os servidores estáveis que
dela pode resultar a aplicação de uma irão compor a comissão
pena. processante (art. 149).
Não bastasse esse fundamento, a
Lei n. 8.112/90, em seu art. 143, as- 2.ª Fase – Inquérito administra-
segura ao acusado a ampla defesa. tivo: é a fase de instrução.
Se o processo disciplinar foi

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antecedido de sindicância podem ser O Direito Civil faz distinção entre


aproveitadas as provas já ato e fato; o primeiro é imputável ao ho-
produzidas. mem; o segundo decorre de aconteci-
Serão produzidas novas provas mentos naturais, que dependem do ho-
se necessário e será apresentada mem ou que dele dependem apenas indi-
defesa. retamente.
Quando o fato corresponde à des-
crição a descrição contida na norma legal,
3.ª Fase – Julgamento. ele é chamado de fato jurídico e produz
Não é feito pela comissão julga- efeitos no mundo do direito. Quando o
dora, que apenas dirige o processo (art. fato descrito na norma legal produz efei-
167). Proferirá a decisão final uma das tos no mundo do direito administrativo,
pessoas relacionadas no art. 141, depen- como ocorre com a morte de um servidor,
dendo da natureza da infração cometida. que produz a vacância de seu cargo; com
Para a aplicação da pena devem ser leva- o decurso de tempo que produz a prescri-
das em conta as regras do art. 128. ção administrativa.
O julgamento deve ser fundamen- Se o fato não produz qualquer
tado. A motivação envolve a menção do efeito jurídico no Direito Administrativo,
dispositivo legal e os fatos que levaram à ele é chamado de fato da administração.
sua aplicação. (P. ex: Servidor cai da escada no Ministé-
rio da Fazenda e rapidamente se levanta,
3.2.7.3. PEDIDO DE REVISÃO. sendo uma ocorrência dentro da Adminis-
tração, mas sem repercussões jurídicas).
A lei permite o pedido de revisão,
disciplinado nos arts. 174 e ss.
Não há prazo para se ingressar 4.2. ATOS ADMINISTRATIVOS
com o pedido, podendo ser feito a qual- – APESCTOS GERAIS.
quer tempo.
• Hipóteses que viabilizam o pe- 4.2.1. DEFINIÇÃO.
dido de revisão:
− Fato novo que influencie Ato administrativo é espécie de ato
sobre a decisão anterior jurídico, é ato infralegal. É toda manifes-
(não existente ou não co- tação lícita e unilateral de vontade da Ad-
nhecido); ministração ou de quem lhe faça as vezes,
− Inadequação da penalidade que agindo nesta qualidade tenha por fim
aplicada. imediato adquirir, transferir, modificar ou
extinguir direitos e obrigações.
Pode-se solicitar a produção de Os atos administrativos podem ser
novas provas, de forma a demonstrar praticados pelo Estado ou por alguém que
o equívoco da decisão anterior. esteja em nome dele. Logo, pode-se con-
O pedido pode ser proposto cluir que os atos administrativos não são
pelo servidor ou sua família. definidos pela condição da pessoa que os
P: É possível o agravamento da realiza. Tais atos são regidos pelo Direito
decisão anterior? Público.
R: Não, pois o art. 182, parágrafo
único, proíbe.
4.2.2. PERFEIÇÃO, VALIDADE
E EFICÁCIA.
4. ATOS ADMINISTRATIVOS.
4.2.2.1. ATO
4.1. FATOS ADMINISTRATI- ADMINISTRATIVO PERFEITO.
VOS E FATOS DA ADMINIS-
TRAÇÃO. É o ato concluído, acabado, que
completou o ciclo necessário à sua forma-
ção.

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4.2.2.2. ATO
ADMINISTRATIVO VÁLIDO. 4.2.4. ATRIBUTOS DO ATO
ADMINISTRATIVO.
É o ato praticado de acordo com as
normas superiores que devem regê-lo. Atributos são prerrogativas que
existem por conta dos interesses que a
Administração representa, são as quali-
4.2.2.3. ATO dades que permitem diferenciar os atos
administrativos dos outros atos jurídicos.
ADMINISTRATIVO EFICAZ.
4.2.4.1. PRESUNÇÃO DE
É aquele ato que está apto a pro-
duzir os seus efeitos. As causas que po-
LEGITIMIDADE.
dem determinar a ineficácia do ato admi-
nistrativo são três: É a presunção de que os atos ad-
• A subordinação do ato a uma ministrativos devem ser considerados vá-
condição suspensiva, ou seja, o lidos até que se demonstre o contrário, a
ato estará subordinado a um bem da continuidade da prestação dos
fato futuro e incerto. Enquanto serviços públicos. Isso não quer dizer que
o fato não acontecer, o ato será não se possa contrariar os atos adminis-
ineficaz; trativos, o ônus da prova é que passa a
ser de quem alega.
• A subordinação do ato a um
termo inicial, ou seja, o ato es- 4.2.4.2. IMPERATIVIDADE.
tará subordinado a um fato fu-
turo e certo. Enquanto o fato Poder que os atos administrativos
não acontecer, o ato será inefi- possuem de gerar unilateralmente obri-
caz; gações aos administrados, independente
da concordância destes. É a prerrogativa
• A subordinação dos efeitos do que a Administração possui para impor,
ato à prática de outro ato jurí- exigir determinado comportamento de
dico. terceiros.

4.2.3. REQUISITOS.
4.2.4.3. EXIGIBILIDADE OU
São as condições necessárias para COERCIBILIDADE.
a existência válida do ato. Nem todos os
autores usam a denominação “requisi- É o poder que possuem os atos ad-
tos”; podem ser chamados elementos, ministrativos de serem exigidos quanto ao
pressupostos, etc. seu cumprimento sob ameaça de sanção.
Do ponto de vista da doutrina tra- A imperatividade e a exigibilidade, em re-
dicional, os requisitos dos atos adminis- gra, nascem no mesmo momento. Excep-
trativos são cinco: cionalmente o legislador poderá diferen-
• Competência: agente capaz; ciar o momento temporal do nascimento
• Objeto lícito, certo, possível e da imperatividade e o da exigibilidade. No
mora; entanto, a imperatividade é pressuposto
• Motivo: este requisito integra lógico da exigibilidade, ou seja, não se po-
os requisitos dos atos adminis- derá exigir obrigação que não tenha sido
trativos tendo em vista a de- criada.
fesa de interesses coletivos;
• Finalidade: o ato administrativo 4.2.4.4. AUTO-
somente visa a uma finalidade, EXECUTORIEDADE.
que é a pública; se o ato prati-
cado não tiver essa finalidade, É o poder que possuem os atos ad-
ocorrerá abuso de poder; ministrativos de serem executados mate-
• Forma: somente a prevista em
lei.

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rialmente pela própria administração in- jurídica particular. Ex.: Decretos


dependentemente de recurso ao Poder de desapropriação; atos de nome-
Judiciário. ação; de exoneração, etc.
A auto-executoriedade é um atri-
buto de alguns atos administrativos, ou
seja, não existe em todos os atos (p. ex: 4.2.5.2. QUANTO AO SEU
procedimento tributário, desapropriação ALCANCE:
etc.). Poderá ocorrer em dois casos:
• Quando a lei expressamente  Internos - São atos administrati-
prever; vos destinados a produzir efeitos
• Quando estiver tacitamente no âmbito das repartições públi-
prevista em lei (nesse caso cas, destinados ao pessoal in-
deverá haver a soma dos re- terno, como portarias, instruções
quisitos de situação de urgên- ministeriais, etc., destinados aos
cia e inexistência de meio ju- seus servidores. Podem ser
dicial idôneo capaz de, a mesmo assim, gerais ou especiais,
tempo, evitar a lesão). normativos, ordenatórios, puniti-
vos, etc., conforme exigência do
4.2.4.5. TIPICIDADE. serviço.

É o atributo pelo qual o ato admi-  Externos ou de efeitos exter-


nistrativo deve corresponder a figuras de- nos - São todos aqueles que al-
finidas previamente pela lei como aptas a cançam os administrados, os con-
produzir determinados resultados. Para tratantes e, em certos casos, até
cada finalidade que a Administração pre- mesmo os próprios servidores,
tende alcançar existe um ato definido em provendo sobre seus direitos, obri-
lei. gações, negócios ou conduta pe-
Trata-se de decorrência do princí- rante a Administração. Tais atos
pio da legalidade, que afasta a possibili- só entram em vigor após sua pu-
dade de a Administração praticar atos blicação em órgão oficial (diário
inominados; estes são possíveis para os oficial) dado seu interesse público.
particulares, como decorrência do princí-
pio da autonomia da vontade.
4.2.5.3. QUANTO AO SEU
4.2.5. CLASSIFICAÇÃO DOS OBJETO:
ATOS ADMINISTRATIVOS.  De império ou atos de autori-
dade - São todos aqueles atos que
4.2.5.1. QUANTO AOS SEUS a Administração pratica usando de
DESTINATÁRIOS. sua supremacia sobre o adminis-
trado ou sobre o servidor, im-
 Atos gerais ou regulamentado- pondo-lhes atendimento obrigató-
res - São os atos administrativos rio. É o que ocorre nas desapropri-
expedidos sem destinatários de- ações, nas interdições de ativi-
terminados, com finalidade nor- dade e nas ordens estatutárias.
mativa, alcançando todos os sujei- Podem ser gerais ou individuais,
tos que se encontrem na mesma internos ou externos, mas sempre
situação de fato em relação aos unilaterais, expressando a von-
seus preceitos. São os regulamen- tade onipotente do Estado.
tos, instruções normativas, circu-
lares, ordens de serviços, etc.  Atos de gestão - São os que a
Administração pratica sem usar de
 Atos individuais ou especiais - sua supremacia sobre os destina-
São, ao contrário, todos aqueles tários, tal como ocorre nos atos
que se dirigem a determinados puramente de administração dos
destinatários (um ou mais sujeitos bens e serviços públicos e nos atos
certos), criando-lhes uma situação negociais com os particulares,
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como, por exemplo, as alienações, poder da Administração em pra-


oneração ou aquisição de bens, ticá-lo nas condições que julgar
etc., antecedidos por autorizações conveniente: abrir um concurso
legislativas, licitações, etc. público escolhendo o número de
vagas, pavimentar uma estrada,
 Atos de expediente - São os que etc.
se destinam a dar andamento aos
processos e papéis que tramitam 4.2.5.5. QUANTO À NATUREZA:
pelas repartições públicas, prepa-
rando-os para a decisão de mérito  Simples - O que resulta da mani-
a ser proferida pela autoridade festação de vontade de um único
competente. São atos de rotina in- órgão, unipessoal ou colegiado.
terna, sem caráter vinculante e
sem forma especial, praticados  Complexos - São os atos que se
geralmente por servidores subal- formam pela conjugação de von-
ternos. tades de mais de um órgão admi-
nistrativo. Em outras palavras são
4.2.5.4. QUANTO AO SEU aqueles que, realizados por um ór-
REGRAMENTO: gão, requerem, para a sua vali-
dade - e não para a formação da
 Vinculados ou regrados - São vontade - a aprovação de outro ór-
aqueles para os quais a lei estabe- gão; os que dependem de parece-
lece os requisitos e condições de res de órgãos consultivos, precei-
sua realização, limitando a liber- tuados em lei; os que se compõem
dade do administrador que fica de atos elementares, como seja
adstrita aos pressupostos do ato uma concorrência pública, cuja
legal para validade da atividade decisão pelo Ministério ou Secreta-
administrativa. Desviando-se dos ria de Estado requer uma série de
requisitos das normas legais ou atos elementares precedentes e
regulamentares, fica comprome- autônomos, aos quais, essa deci-
tida a ação administrativa, vici- são está de certa forma vinculada.
ando-se a eficácia do ato praticado  Compostos - Que resulta da von-
que, assim, toma-se passível de tade única de um órgão, mas de-
anulação Ex.: cobrar impostos, pende da verificação por parte de
conceder isenção ou anistia, entre outro, para se tornar exeqüível.
outros. Ex.: autorização que depende de
visto de uma autoridade superior.
 Discricionários - São aqueles
atos que a Administração pode 4.2.5.6. QUANTO AO FIM:
praticar escolhendo livremente o
seu conteúdo, o seu destinatário,  Declaratórios de direito - São
a sua conveniência, a sua oportu- os atos que declaram a legalidade
nidade e o modo da sua realiza- de uma situação já existente e de
ção. A rigor, a discricionariedade conseqüência irremovíveis diante
não se manifesta no ato em si, do Direito.
mas no poder que Administração  Constitutivos de direito - São os
tem de praticá-lo quando e nas atos que dão estabilidade jurídica
condições que repute mais conve- a um fato até então de resultados
nientes ao interesse público. Não aleatórios.
se confunde com ato arbitrário.
Discrição é liberdade de ação den- 4.2.6. ESPÉCIES DE ATOS
tro dos limites legais; arbítrio é ADMINISTRATIVOS.
ação que excede à lei e por isto,
contrária a ela. O ato discricioná- • Atos normativos: São aque-
rio, quando permitido pelo direito, les que contêm um comando
é legal e válido; o ato arbitrário, geral do Poder Executivo vi-
porém, é sempre ilegítimo e invá- sando à correta aplicação da
lido. Manifesta-se em função do
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lei. São atos infralegais que en- 4.2.7. FORMAS DE EXTINÇÃO


contram fundamento no poder DOS ATOS
normativo (art. 84, IV da CF).
Ex: Decretos; Regulamentos;
ADMINISTRATIVOS.
Portarias e etc.
São formas de extinção dos atos
• Atos ordinatórios: São aque- administrativos: a anulação, a revogação,
les que visam a disciplinar o a cassação, a caducidade e a
funcionamento da Administra- contraposição.
ção e a conduta de seus agen-
tes no desempenho de suas
atribuições. Encontra funda- I – ANULAÇÃO.
mento no Poder Hierárquico.
Ex: Ordens, Circulares, Avisos, a) Definição:
Portarias, Ordens de serviço e
Ofícios. Todo ato administrativo para ser
válido deve conter os seus cinco elemen-
• Atos negociais: São aqueles tos ou requisitos de validade (competên-
que contêm uma declaração de cia, finalidade, forma, motivo e objeto)
vontade da Administração vi- isentos de vícios (defeitos). Caso um des-
sando concretizar negócios ju- ses elementos apresente-se em desa-
rídicos, conferindo certa facul- cordo com a lei, o ato será nulo. O pres-
dade ao particular nas condi- suposto da anulação é que o ato possua
ções impostas por ela. É dife- um vício de legalidade em algum de seus
rente dos negócios jurídicos, requisitos de formação. Com isso, pode-
pois é ato unilateral. mos defini-la como sendo o desfazimento
de um ato por motivo de ilegalidade. A
• Atos enunciativos: São anulação decorre do controle de legali-
aqueles que contêm a certifica- dade dos atos administrativos.
ção de um fato ou emissão de
opinião da Administração sobre b) Quem pode ANULAR ato adminis-
determinado assunto sem se trativo?
vincular ao seu enunciado. Ex:
Certidões, Atestados, Parece- A anulação de um ato que conte-
res e o apostilamento de direi- nha vício de legalidade pode ocorrer tanto
tos (atos declaratórios de uma pelo Poder Judiciário (controle externo)
situação anterior criada por quanto pela própria Administração Pú-
lei). blica (controle interno).

• Atos punitivos: São aqueles Como exemplo, podemos citar:


que contêm uma sanção im- ato administrativo expedido pelo Poder
posta pela Administração Legislativo poderá ser anulado tanto pelo
àqueles que infringirem dispo- próprio Poder Legislativo (Administração
sições legais. Encontra funda- Pública) quanto pelo Poder Judiciário.
mento no Poder Disciplinar. Ex:
Interdição de estabelecimento A invalidação por via judicial de-
comercial em vista de irregula- penderá, sempre, de provocação do inte-
ridade; Aplicação de multas e ressado. Já a via administrativa poderá
etc. resultar do Poder de Autotutela do Es-
tado, que deve extingui-lo, muito embora
proveniente da manifestação de vontade
de um de seus agentes, contenha vício de
legalidade.

c) Efeitos da Anulação:

Uma vez que o ato administrativo


ofende a lei, é lógico afirmarmos que a

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Direito Administrativo

invalidação opera efeitos ex-tunc, retroa-


gindo à origem do ato, ou seja, fulmina o A revogação opera efeitos ex-nunc
que já ocorreu, no sentido de que se ne- (proativos), ou seja, a partir de sua vi-
gam hoje os efeitos de ontem. gência. O ato de revogação não retroagirá
os seus efeitos, pois o ato revogado era
II – REVOGAÇÃO. perfeitamente válido, até o momento em
que se tornou inoportuno e inconveniente
a) Definição: à Administração Pública.

Ocorre no momento em que um d) Atos Irrevogáveis


ato válido, legítimo e perfeito torna-se in-
conveniente e inoportuno ao interesse O Poder Discricionário dado à Ad-
público. O ato não possuía qualquer vício ministração Pública de revogar seus atos
de formação, porém, não atende mais aos administrativos, por questões lógicas não
pressupostos de conveniência e oportuni- é ilimitado. Alguns atos são insuscetíveis
dade. de revogação, ou seja, são atos ditos ir-
revogáveis.
É importante ressaltarmos que o
conceito de revogação guarda estreita re- Assim temos:
lação com o de ato discricionário, visto
ser o Poder Discricionário da Administra- • Os atos consumados, que já exau-
ção o fundamento de tal instituto. Além riram seus efeitos;
disso, os atos vinculados são classifica- • Os atos vinculados, pois nesse o
dos, pelos grandes autores, como atos ir- administrador não tem escolha na
revogáveis, visto que neles a lei não dei- prática do ato;
xou opção ao administrador, no que tange • Os atos que geram direitos adqui-
à valoração da conveniência e da oportu- ridos os atos que integram um
nidade. Sendo assim, concluímos que a procedimento administrativo;
revogação decorre do controle de mé- • Os atos administrativos declarató-
rito dos atos administrativos. rios ou enunciativos (certidões,
pareceres, atestados)
b) Quem pode REVOGAR ato adminis-
trativo? III - CASSAÇÃO.

Por depender de uma avaliação Na verdade a cassação e a anula-


quanto ao momento em que o ato tor- ção de um ato administrativo possuem
nou-se inoportuno e inconveniente, a re- efeitos bem semelhantes. A diferença bá-
vogação caberá à autoridade administra- sica é que na anulação o defeito no ato
tiva no exercício de suas funções. ocorreu em sua formação, ou seja, na
origem do ato, em um de seus requisitos
Seria inadmissível imaginar que o de validade; já na cassação, o vício ocorre
Poder Judiciário pudesse revogar ato ad- na execução do ato. Trata-se da extinção
ministrativo, pois tal competência de- do ato porque o destinatário descumpriu
pende da experiência/ vivência do admi- condições que deveriam permanecer
nistrador público que decidirá quanto à atendidas a fim de poder continuar des-
oportunidade e conveniência da prática frutando da situação jurídica. Como
do ato. Porém, é importante reforçarmos exemplo, temos a cassação de uma li-
que, atipicamente, o Poder Judiciário cença, concedida pelo Poder Público, sob
também emite atos administrativos Determinadas condições, devido ao des-
(quando exerce a função administrativa). cumprimento de tais condições pelo par-
Nesse caso, caberá ao Poder Judiciário re- ticular beneficiário de tal ato. É impor-
vogar os seus próprios atos administrati- tante observarmos que a cassação possui
vos. Como exemplo, podemos citar: ato caráter punitivo (decorre do descumpri-
administrativo expedido pelo Poder Legis- mento de um ato).
lativo poderá ser revogado, apenas, pelo
próprio Poder Legislativo.

c) Efeitos da Revogação:
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IV – CADUCIDADE. existe como tal (p. ex: um decreto assi-


nado pelo Presidente da República, mas
A caducidade origina-se com uma não publicado. Tem a aparência de ato,
legislação superveniente que acarreta a mas não é, visto a falta da publicação). O
perda de efeitos jurídicos da antiga norma ato inexistente não traz conseqüências
que respaldava a prática daquele ato. jurídicas e não produz efeitos nem obri-
gações.
A retirada funda-se no advento de
nova legislação que impede a permanên- Ato administrativo nulo: é um
cia da situação anteriormente consentida. ato que tem um vício que não pode ser
Ocorre, por exemplo, quando há retirada convalidado, ou seja, o ato existe, mas
de permissão de uso de um bem público, possui um vício que não pode ser corri-
decorrente de uma nova lei editada que gido posteriormente. Não há operação ju-
proíbe tal uso privativo por particulares. rídica que possa sanar o vício. Esse ato
Assim, podemos afirmar que tal permis- pode gerar efeitos.
são caducou.
Ato administrativo anulável: é
V – CONTRAPOSIÇÃO. aquele ato que tem um vício que pode ser
sanado, ou seja, é um ato que pode ser
Também chamada por alguns au- convalidado. O vício poderá ser corrigido,
tores de derrubada. Quando um ato deixa posteriormente, por uma operação jurí-
de ser válido em virtude da emissão de dica. Esse ato também poderá gerar efei-
outro ato que gerou efeitos opostos ao tos.
seu, dizemos que ocorreu a contraposi-
ção. São atos que possuem efeitos con- Ato administrativo irregular:
trapostos e por isso não podem existir ao chamado por alguns autores de mera-
mesmo tempo. mente irregular, é o ato que, embora por-
tando um vício, não traz prejuízo a nin-
guém, ou seja, o vício é de tal natureza
VI – CUMPRIMENTO que não traz conseqüências nem perdas
(EXAURIMENTO) DE SEUS jurídicas para ninguém. Não há nulidade
EFEITOS. quando não há prejuízo. Não há necessi-
dade de se corrigir o vício, visto esse não
Ocorre quando o ato administra- trazer conseqüências.
tivo alcança os efeitos almejados. Como
exemplo, podemos citar o ato que libera
o servidor para gozar férias, isto é, partir 4. CONTRATOS DA
do momento que referido servidor goza ADMINISTRAÇÃO
suas férias, o ato é extinto, visto que
cumpriu seus efeitos.
PÚBLICA (LEI 8666/93).

No dia-a-dia da atuação adminis-


VII – RENÚNCIA. trativa, o Poder Público costuma celebrar
contratos com terceiros, de modo a poder
Ocorre quando o beneficiário do desempenhar suas atividades institucio-
ato renuncia os seus efeitos. nais. Esses ajustes são chamados de con-
tratos da administração.

4.2.8. CATEGORIAS DE O gênero “contratos da Administração”


INVALIDADE DO ATO possui duas espécies:
ADMINISTRATIVO.
a) Contratos Administrativos: neste
Existem quatro categorias de atos caso, o Estado age com todas suas prer-
administrativos inválidos: rogativas, típicas do regime jurídico ad-
ministrativo, impondo aos particulares
Ato administrativo inexistente: cláusulas com sujeições não encontradas
é aquele que possui uma aparência de ato nos contratos comuns. Podemos então,
administrativo, mas efetivamente não conceituar os contratos administrativos

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como “os ajustes que a Administração Pú- de cláusulas exorbitantes, certas sujei-
blica, nessa qualidade celebra com pes- ções não encontradas em contratos co-
soas físicas ou jurídicas, públicas ou pri- muns, justificada pela supremacia do in-
vadas, para a consecução de fins públi- teresse público sobre o interesse privado.
cos, segundo o regime de Direito Público”.
- NATUREZA INTUITO PERSONAE
c) Contratos de direito privado DOS CONTRATOS ADMINISTRATI-
da Administração: são ajus- VOS: os contratos administrativos são
tes em que o Estado não se celebrados, em regra, após a realização
comporta como ente público, de licitação. No procedimento, existe uma
despindo-se de seus privilé- fase cuja função é somente de analisar a
gios, aparecendo nestes con- qualificação do sujeito que deseja contra-
tratos como se particular tar com o Poder Público (fase da habilita-
fosse, submetendo-se às nor- ção). Terminada a licitação, o contrato
mas de Direito Privado (como administrativo deve ser celebrado com
exemplo, podemos citar os aquele que foi avaliado e escolhido pelo
contratos de locação em que o procedimento. Não é possível, portanto,
Poder Público seja locatário). repassar o contrato a outra pessoa que
Vale ser destacado, que não tenha se sujeitado a tal qualificação.
mesmo nos contratos de di-
reito privado da Administra- 5.2. TEORIA DA IMPREVISÃO.
ção, o Poder Público nunca se
afastará totalmente do regime A Teoria da Imprevisão estabelece
jurídico de direito público, que eventos novos, não previstos e im-
como exemplo, podemos citar previsíveis pelas partes, que causem re-
o Princípio da Legalidade e a li- flexos na execução ou no equilíbrio eco-
citação, que continuarão a ser nômico-financeiro do contrato, autorizam
respeitados. a sua revisão. A utilização dessa teoria
restabelecerá o equilíbrio entre o encargo
5.1. CARACTERÍSTICAS DOS e a retribuição, tornando o contrato justo
CONTRATOS para as partes.
ADMINISTRATIVOS. O art. 65, inc. II, “d”, da Lei n.
8.666/93 dispõe sobre a cláusula rebus
- PRESENÇA DE CLÁUSULAS EXORBI- sic stantibus, que vigora nos contratos
TANTES: tais cláusulas conferem certos privados e tem a finalidade de evitar a ru-
privilégios à Administração e, recebem ína do contratado. Os contratos regidos
este nome porque são as cláusulas con- pela lei em estudo poderão ser alterados,
tratuais que saem da órbita (exorbitam) por acordo das partes, para restabelecer
do Direito Comum (o Civil, normalmente) a relação pactuada inicialmente tendo por
para entrar na órbita do Direito Adminis- objetivo a manutenção do equilíbrio eco-
trativo, conferindo ao Poder Público privi- nômico-financeiro na hipótese de ocor-
légios inimagináveis em contratos civis. rência de fatos imprevisíveis – ou previsí-
veis com conseqüências incalculáveis, ou
Tais cláusulas estão previstas em ainda, em caso de força maior, caso for-
grande parte, no artigo 58, I a V, da Lei tuito ou fato do príncipe, configurando
de Licitações e Contratos. Como exemplo álea econômica extraordinária e extra-
das cláusulas exorbitantes, podemos citar contratual.
a possibilidade que a Administração tem,
de alterar unilateralmente o contrato; 5.2.1 REQUISITOS.
rescindir unilateralmente o contrato; apli-
car sanções etc. Para a aplicação da Teoria da Im-
previsão, é necessária a ocorrência de:
- PRESENÇA DO PODER PÚBLICO • Fatos supervenientes;
AGINDO COM SUAS PRERROGATI- • Fatos imprevisíveis, ou previsí-
VAS: Utilizando suas prerrogativas, o Po- veis de conseqüências incalcu-
der Público impõe ao particular, por meio láveis.

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5.2.2. HIPÓTESES. necessária. A determinação do Poder Pú-


blico, no fato da administração, não é ge-
Autorizam a aplicação da Teoria da Im- ral – é isso que o diferencia do fato do
previsão, desde que preenchidos os re- príncipe.
quisitos anteriores:
• O caso fortuito; 5.2.2.3. OBSERVAÇÕES.
• A força maior; Circunstâncias, situações impre-
• O fato do príncipe; vistas e imprevisíveis, são aquelas que já
• O fato da administração. existiam antes de o contrato ser cele-
brado, mas que as partes desconheciam,
5.2.2.1. CASO FORTUITO E porque foram omissas em sondar as pos-
sibilidades de execução do pactuado;
FORÇA MAIOR. exemplo: o contrato visa a construção em
terreno arenoso e descobre-se que esse é
Caso fortuito é o evento da natu- rochoso, fazendo-se necessária a explo-
reza. Exemplo: contrato para construir são do perímetro.
uma escola; choveu além do previsível, o
prazo do contrato não pode ser cumprido. 5.3. EXTINÇÃO.
Força maior consiste no ato humano.
Exemplo: o contratado se compromete a Extinção do contrato é a cessação
construir uma obra, mas seus funcioná- do vínculo entre a Administração e o con-
rios entram em greve. tratado. Poderá ocorrer de forma normal,
Tanto o caso fortuito como a força pelo cumprimento integral de suas cláu-
maior são hipóteses que autorizam a apli- sulas ou término do prazo de duração, ou
cação da Teoria da Imprevisão, pois ou de forma anormal, pela anulação, que de-
criam para o contratado um desequilíbrio corre de alguma nulidade no contrato, ou
econômico-financeiro ou impedem a exe- pela rescisão.
cução do contrato.
5.3.1. RESCISÃO.
5.2.2.2. FATO DO PRÍNCIPE E
FATO DA ADMINISTRAÇÃO. • Administrativa: promovida
unilateralmente pelo Poder Pú-
Fato do príncipe e fato da adminis- blico, por razões de interesse
tração são os fatos produzidos pelo Poder público ou por falta do contra-
Público que possibilitam a aplicação da tado (art. 78 da Lei n.
Teoria da Imprevisão. 8.666/93).
O fato do príncipe incide sobre to- • Consensual ou amigável: le-
dos os contratos, demandando alteração vada a efeito por acordo entre
das cláusulas iniciais. Ocorrerá quando as partes, desde que haja con-
um fato geral, por determinações esta- veniência para a Administra-
tais, positivas ou negativas, imprevisí- ção (art. 79 da Lei n.
veis, onerar substancialmente a execução 8.666/93).
do contrato. Exemplo: o aumento de um • Rescisão judicial: decretada
tributo tem repercussão em todos os con- pelo Judiciário por iniciativa do
tratos do Poder Público com particulares particular, art. 79, inc. III.
nos quais incida aquele tributo. Verifica-
se o fato do príncipe quando uma deter-
minação geral do Poder Público afeta o 5.4. ESPÉCIES.
cumprimento do contrato de maneira
substancial. Destacamos a seguir, em síntese,
O fato da administração é a ati- as principais modalidades de contratos
tude, omissiva ou comissiva, adotada administrativos, diante de várias existen-
pelo Poder Público que incide direta e es- tes, ou seja, aquelas que fazem parte do
pecificamente sobre um contrato indivi- cotidiano da Administração Pública com
dualizado. Exemplo: construção de uma maior freqüência, nas esferas da União,
escola em local habitado, sem que o Po- dos estados e dos municípios.
der Público providencie a desapropriação

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Destacam-se na doutrina domi- como toda aquisição remunerada de bens


nante e pelo uso, dentre outros, como os para fornecimento de uma só vez ou par-
principais contratos administrativos: celadamente.

a) Contrato de colaboração: d) Contrato de serviço:

Trata-se do contrato que atribui ao Contrato de serviço é o ajuste que


particular, sem a contra partida de qual- tem por finalidade a prestação, pelo con-
quer vantagem, a obrigação de executar tratado, de uma determinada atividade
algo em favor do Poder Público, o qual ao Poder Público. Tendo em vista que, in
possui interesse prevalente no ajuste. casu, o interesse prevalente é o da Admi-
nistração, diz-se que tal ajuste é um con-
Por exemplo: no contrato de cola- trato de colaboração e são classificados
boração, o particular contratado pela Ad- como:
ministração obriga-se a prestar determi-
nado serviço ou a realizar uma obra. Ou I) Comuns: aqueles que não depen-
seja, o contrato de colaboração é um ins- dem de habilitação especial de seu exe-
trumento do qual se vale a Administração cutor, de modo que não são privativos de
Pública para contratação, com o particu- uma determinada categoria profissional;
lar, de obras, serviços ou fornecimento.
II) Profissionais: aqueles que de-
A teoria desses chamados contra- mandam de seu executor habilitação es-
tos de colaboração é fruto de construção pecífica, traduzida na necessidade de re-
doutrinária moderna desenvolvida no Di- gistro profissional ou conclusão de curso
reito Administrativo, segundo a qual a co- técnico ou universitário.
laboração entre o particular e a Adminis-
tração decorre da necessidade de ser São modalidades de serviços profissi-
dada ao contrato administrativo maior onais:
flexibilidade, sem o que a Administração
não realizaria os seus fins. I) Generalizados: aqueles que muito
embora demandem habilitação específica
b) Contrato de atribuição: de seu executor, não exigem para o seu
exercício conhecimentos técnicos inco-
Cuida-se de expressão utilizada muns aos demais profissionais da área;
para designar o ajuste no qual é deferida
ao particular determinada vantagem pes- II) Especializados: aqueles que exi-
soal, haja vista que é dele o interesse que gem a utilização de conhecimentos técni-
prevalece. No contrato de atribuição, a cos e científicos incomuns. Ex.: os servi-
Administração confere ao particular de- ços constantes do rol do art. 13 da Lei n.
terminadas vantagens ou direitos, como, 8.666/93.
por exemplo, o uso especial de bem pú-
blico. Destaca-se que a Lei n. 8.666/93,
considera como de notória especialização
c) Contrato de fornecimento: o profissional ou empresa cujo conceito
no campo de sua especialidade, decor-
Trata-se de um contrato de com- rente de desempenho anterior, estudos,
pra e venda que prevê a aquisição de coi- experiências, publicações, organização,
sas móveis, como por exemplo: material aparelhamento, equipe técnica, ou de ou-
hospitalar, material escolar, equipamen- tros requisitos relacionados com suas ati-
tos, gêneros alimentícios, necessárias à vidades, permita inferir que o seu traba-
realização e à manutenção dos serviços lho é essencial e indiscutivelmente o mais
da Administração Pública. O contrato de adequado à plena satisfação do objeto do
fornecimento é classificado como ajuste contrato (art. 25, § 1º).
de colaboração.

O contrato de fornecimento é de-


nominado pela Lei nº 8.666/93, em seu
art. 6º, III, de “contrato de compra”,
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e) Contrato de gerenciamento: Os efeitos decorrentes da celebra-


ção de contrato de gestão com entidade
É o ajuste através do qual a Admi- privada e com a administração indireta
nistração transfere ao contratado o con- são diferentes no seguinte:
trole, a condução, o gerenciamento de um
dado empreendimento, resguardando, no I) No contrato de gestão celebrado
entanto, para si, o poder de decisão. com entidade privada incumbirá ao Poder
Cuida-se, assim, da atividade de media- Público o dever de fixar metas a serem
ção, a qual representa um serviço técnico alcançadas pela contratada, diante da
profissional especializado, comum em concessão de benefícios;
obras de grande porte como, por exem-
plo, nas hidroelétricas. II) No contrato de gestão cele-
brado com a Administração Indireta ha-
verá subordinação às metas estipuladas e
f) Contrato de obra pública: liberação do controle da entidade estatal
que a instituiu.
Trata-se do contrato no qual figura
como objeto a construção, reforma ou Destaca-se que as organizações
ampliação de uma determinada obra pú- sociais vinculam-se contratualmente à
blica. Sua celebração, em regra, requer a Administração por meio de contratos de
realização de prévio procedimento licita- gestão (Lei n. 9.637/98).
tório. O contrato de obra pública não ne-
cessita de autorização legislativa. h) Contrato de concessão:

Os contratos de obra pública no O nosso ordenamento jurídico


que concerne ao seu regime de execução prevê as seguintes espécies concessão,
podem ser de empreitada ou tarefa. mediante contrato:

g) Contrato de gestão: I) Concessão de obra pública;

Por contrato de gestão deve se en- II) Concessão de serviço público;


tender o ajuste celebrado pelo Poder Pú-
blico em parceria com o contratado, que III) Concessão de uso de bem público.
pode ser uma dada entidade privada ou
mesmo um ente da própria Administração A questão sobre a natureza jurí-
indireta, constituindo desse modo um dica dos contratos de concessão admite
verdadeiro acordo operacional, por meio controvérsias, uma vez que as correntes
do qual o contratante torna-se destinatá- doutrinárias divergem ao entender que
rio de uma série de benefícios previstos pode ser um ato unilateral do Poder Pú-
em lei. blico; ou dois atos unilaterais; ou ainda,
um emanado do Poder Público e outro do
A Constituição Federal prevê a particular.
existência do contrato de gestão con-
forme o disposto no art. 37, § 8º, defi- Como também um contrato regu-
nindo que a autonomia gerencial, orça- lado pelo direito privado, pelo direito pú-
mentária e financeira dos órgãos e enti- blico ou por ambos. Atualmente prevalece
dades da administração direta e indireta o entendimento de que as concessões
poderá ser ampliada mediante contrato, a possuem natureza jurídica de contratos
ser firmado entre seus administradores e administrativos regidos pelo direito pú-
o poder público, que tenha por objeto a blico.
fixação de metas de desempenho para o
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor A concessão de obra pública,
sobre: I - o prazo de duração do contrato; dentro do contexto, cuida do ajuste por
II - os controles e critérios de avaliação meio do qual o Poder Público transfere ao
de desempenho, direitos, obrigações e particular, através de remuneração indi-
responsabilidade dos dirigentes; III- a re- reta e por um prazo determinado, a exe-
muneração do pessoal. cução de uma determinada obra pública,

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objetivando que esta seja realizada por administrativo que se destina a selecionar
conta e risco do contratado. a proposta mais vantajosa para a Admi-
Assim, a remuneração indireta sig- nistração.
nifica a contra prestação paga pelos be-
neficiários ou usuários da obra em razão 6.2. OBJETIVOS.
dos serviços dela advindos, tal como se
verifica nas praças de pedágio instaladas Os objetivos da licitação são, basi-
em determinadas rodovias. camente, dois:

A celebração do contrato de con- a) Garantir a observância do Princípio


cessão de obra pública, por imposição le- Constitucional da Isonomia (ao
gal deve ser precedida da realização de permitir que todos os interessados
procedimento licitatório, na modalidade tenham a mesma oportunidade de
de concorrência e de prévia autorização contratar com o Poder Público);
legislativa. b) Selecionar a proposta mais vanta-
josa para a Administração Pública.
Já a concessão de serviço pú-
blico trata-se de contrato através do qual 6.3. DISCIPLINA LEGAL.
o Poder Público transfere ao particular a
execução de serviços a ela atribuídos. Ob- Compete exclusivamente à União
jetiva-se, assim, que o particular preste legislar sobre normas gerais de licitação e
tal serviço em seu nome, assumindo os contratação, em todas as modalidades,
riscos inerentes ao negócio. Para tanto, para as administrações públicas diretas,
receberá remuneração paga pelo usuário. autárquicas e fundacionais da União, Es-
tados, Distrito Federal e Municípios (art.
37, XXI da CF/88) e para as empresas pú-
6. LICITAÇÕES E CONTRATOS blicas e sociedades de economia mista
ADMINISTRATIVOS (LEI (art. 173, § 1º, III, da CF/88).
8.666/93)
A lei com as normas gerais já foi
elaborada: é a Lei 8.666/93, chama-se
6.1. LITICITAÇÃO. “Lei das Licitações e Contratos”.
É o procedimento administrativo,
exigido por lei, para que o Poder Público
6.4. OBRIGATORIEDADE.
possa comprar, vender ou locar bens ou,
ainda, realizar obras e adquirir serviços, Submetem-se ao dever de licitar
segundo condições previamente estipula- todos os Poderes da União, dos Estados,
das, visando selecionar a melhor pro- do Distrito Federal e dos Municípios. Além
posta, ou o melhor candidato, conciliando dos órgãos da Administração Direta, tam-
os recursos orçamentários existentes à bém se sujeitam à licitação as autarquias,
promoção do interesse público. É um ato as fundações públicas, as empresas públi-
administrativo Formal (o procedimento cas, as sociedades de economia mista e
administrativo da Licitação) demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União, Estados, Dis-
No âmbito do Direito Privado, se trito Federal e Municípios (art. 1º da Lei
um particular resolve, por exemplo, reali- 8.666/93).
zar uma obra, ele poderá escolher livre-
mente o construtor e o material a ser apli- 6.5. CONTRATAÇÃO DIRETA
cado na construção. Ainda que queira op- SEM LICITAÇÃO.
tar pela forma mais onerosa de construir,
trata-se de escolha de particular, que so- Como prevê a própria Constituição
mente a ele diz respeito. Com a Adminis- (art. 37, XXI), nem sempre as contrata-
tração pública, as coisas são diferentes. ções se fazem por meio de licitação. Às
Isso porque o agente público não é o pro- vezes a lei permite que ela não seja rea-
prietário dos recursos sob sua responsa- lizada, quando então se estará diante da
bilidade, mas mero administrador deles. chamada “contratação direta sem licita-
A licitação, portanto, é um procedimento ção”.
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caso concreto, se é conveniente ou não


A contratação direta pode se dar efetuá-la. Trata-se, portanto, de uma de-
de duas maneiras: por dispensa de licita- cisão discricionária.
ção (que possui duas espécies, licitação
dispensada e licitação dispensável) ou por As hipóteses (taxativas) de licita-
inexigibilidade de licitação. ção dispensável estão previstas no ex-
tenso rol do artigo 24 da Lei de Licitações.
Um bom exemplo está no inciso III: nos
6.5.1. DISPENSA DE casos de guerra ou de grave perturbação
LICITAÇÃO. de ordem, ainda que seja possível realizar
uma licitação, pode ser que a situação re-
comende que a Administração opte por
a) LICITAÇÃO DISPENSADA. não efetuá-la, adotando o procedimento
mais simples e rápido da dispensa, de
A licitação dispensada poderia ser modo a melhor atender o interesse pú-
denominada “licitação já dispensada pela blico.
lei”. Aqui, o legislador já escolheu de ma-
neira expressa as situações que darão
causa ao afastamento da licitação, obri- 6.5.2. INEXIGILIBILIDADE DE
gando o administrador, em tais hipóteses,
a não realizar o certame licitatório.
LICITAÇÃO.

Por exemplo, temos o caso de ali- A inexigibilidade de licitação surge


enação de bens imóveis, a licitação é con- nos casos em que a licitação não poderia
siderada “dispensada”, conforme o art. ser efetuada diante de inviabilidade de
17, I da Lei 8.666/93: competição.
“Art. 17. A alienação de bens da Admi-
nistração Pública, subordinada à existên- A licitação existe para permitir que
cia de interesse público devidamente jus- todos os interessados compitam e para
tificado, será precedida de avaliação e escolher, com base na competição, a me-
obedecerá às seguintes normas: lhor proposta para a Administração. Caso
essa competição não seja viável, não será
I - quando imóveis, dependerá de possível exigir (será inexigível) do Poder
autorização legislativa para órgãos da ad- Público que ele realize a licitação. O artigo
ministração direta e entidades autárqui- 25 da Lei 8.666/93 diz que será inexigível
cas e fundacionais, e, para todos, inclu- a licitação quando houver a inviabilidade
sive as entidades paraestatais, dependerá de competição, em especial:
de avaliação prévia e de licitação na mo-
dalidade de concorrência, dispensada I - para aquisição de materiais, equipa-
esta nos seguintes casos: mentos, ou gêneros que só possam ser
fornecidos por produtor, empresa ou re-
... b) doação, permitida exclusiva- presentante comercial exclusivo, vedada
mente para outro órgão ou entidade da a preferência de marca, devendo a com-
administração pública, de qualquer esfera provação de exclusividade ser feita atra-
de governo... vés de atestado fornecido pelo órgão de
registro do comércio do local em que se
realizaria a licitação ou a obra ou o ser-
b) LICITAÇÃO DISPENSÁVEL. viço, pelo Sindicato, Federação ou Confe-
deração Patronal, ou, ainda, pelas entida-
Essa outra espécie de dispensa de des equivalentes;
licitação, apesar de ter a denominação II - para a contratação de serviços técni-
parecida com “licitação dispensada”, com cos enumerados no artigo 13 desta Lei,
ela não se confunde. Na licitação dispen- de natureza singular, com profissionais ou
sável, o legislador faculta ao administra- empresas de notória especialização, ve-
dor público não realizar a licitação diante dada a inexigibilidade para serviços de
de certas situações descritas na Lei. Em publicidade e divulgação;
tais casos, até seria possível realizar a li- III - para contratação de profissional de
citação, mas a lei confere ao administra- qualquer setor artístico, diretamente ou
dor a possibilidade de escolher, diante do através de empresário exclusivo, desde
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que consagrado pela crítica especializada propostas. É utilizada nas licitações de


ou pela opinião pública. médio vulto e possui como maior caracte-
rística a exigência de cadastramento dos
6.6. MODALIDADES DE licitantes (art. 22, § 4º).
LICITAÇÃO.
c) CONVITE.
A lei 8.666/93 prevê como moda-
lidades de licitação a concorrência, a to- É a modalidade de licitação entre
mada de preços, o convite, o concurso e interessados do ramo pertinente ao seu
o leilão. A esse rol, deve-se acrescentar o objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
pregão, modalidade disciplinada pela Lei convidados em número mínimo de três
10.520/02. pela unidade administrativa, a qual afi-
xará, em local apropriado, cópia do ins-
a) CONCORRÊNCIA. trumento convocatório e o estenderá aos
demais cadastrados na correspondente
É a modalidade mais complexa de especialidade que manifestarem seu inte-
licitação, realizada entre quaisquer inte- resse com antecedência de até 24 horas
ressados que, na fase inicial de habilita- da apresentação das propostas (art. 22, §
ção preliminar, comprovem possuir os re- 3º).
quisitos mínimos de qualificação exigidos
no edital para execução de seu objeto O convite é a mais simples das
(art. 22, § 1º). modalidades licitatórias, utilizada nas
contratações de pequeno valor. Nele, a lei
sequer exige publicação do instrumento
Ela é utilizada nos seguintes convocatório (a carta convite), apenas
casos: determina que ele seja afixado em local
apropriado (normalmente, no quadro de
• Obras e serviços de engenharia de avisos da repartição).
mais de 1 milhão e 500 mil reais;
• Compras e serviços que não sejam d) LEILÃO.
de engenharia de mais de 650 mil
reais; É a modalidade de licitação entre
• Compra e alienação de bens imó- quaisquer interessados para a venda de
veis, qualquer que seja seu valor, bens imóveis inservíveis para a Adminis-
ressalvado o disposto no artigo 19, tração ou de produtos legalmente apre-
que admite concorrência ou leilão endidos ou penhorados, ou alienação de
para alienação de bens adquiridos bens imóveis prevista no artigo 19 da Lei
em procedimentos judiciais ou das Licitações, a quem oferecer o maior
mediante dação em pagamento lance, igual ou superior ao valor da avali-
(art. 23, § 3º); ação (art. 22, § 5º).
• Concessões de direito real de uso
(art. 23, § 3º); O leilão pode ser cometido por lei-
• Licitações internacionais (art. 23, loeiro oficial ou a servidor designado pela
§ 3º); Administração, procedendo-se na forma
• Alienação de bens móveis cujo va- da legislação pertinente, e deve ter seu
lor seja superior ao previsto no edital amplamente divulgado, principal-
art. 23, II, “b” (art. 17, § 6º); mente no Município em que se reali-
• Registro de preços (art. 15, § 3º, zará.(art. 53).
I);
e) CONCURSO.
b) TOMADA DE PREÇOS.
É a modalidade licitação entre
É a modalidade licitação entre in- quaisquer interessados para escolha de
teressados devidamente cadastrados ou trabalho técnico, científico ou artístico,
que atenderem a todas as condições exi- mediante a instituição de prêmio ou re-
gidas para cadastramento até o terceiro muneração aos vencedores, conforme cri-
dia anterior à data do recebimento das térios constantes de edital publicado na

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imprensa oficial com antecedência mí- 6.7.1. PRINCÍPIO DA


nima de 45 dias (art. 22, § 4º). LEGALIDADE.
Esse concurso não é o mesmo que A atividade é totalmente vincu-
fazem os candidatos a cargos e empregos lada, no procedimento licitatório, significa
na Administração Pública. O concurso que assim, a ausência de liberdade para a au-
trata a Lei de Licitações corresponde às toridade administrativa. A lei define as
competições em busca de um prêmio ou condições da atuação dos Agentes Admi-
remuneração ao vencedor (como o con- nistrativos, estabelecendo a ordenação
curso para o projeto de um novo museu). dos atos a serem praticados e impondo
Seu julgamento será feito por uma comis- condições excludentes de escolhas pesso-
são especial integrada por pessoas de re- ais ou subjetivas. Seria inviável subordi-
putação ilibada e reconhecido conheci- nar o procedimento licitatório integral-
mento na matéria em exame, servidores mente ao conteúdo de lei. Isso acarretaria
públicos ou não (art. 51, § 5º). a necessidade de cada licitação depender
de edição de uma lei que a disciplinasse.
f) PREGÃO. A estrita e absoluta legalidade tornaria in-
viável o aperfeiçoamento da contratação
É a modalidade de licitação para administrativa.
aquisição de bens e serviços comuns,
qualquer que seja o valor estimado da A lei ressalva a liberdade para a
contratação. Bens e serviços comuns são Administração definir as condições da
aqueles cujos padrões de desempenho e contratação administrativa. Mas, simulta-
qualidade possam ser objetivamente de- neamente, estrutura o procedimento lici-
finidos por edital, por meio de especifica- tatório de modo a restringir a discriciona-
ções usuais de mercado. Na prática, cor- riedade e determinadas fases ou momen-
respondem aos bens e serviços cujas es- tos específicos.
pecificações sejam padronizadas, sem
necessidade de maior definição especí- 6.7.2. PRINCÍPIO DA
fica, facilmente reconhecida pelos forne-
cedores, com base na experiência de
IMPESSOALIDADE.
mercado. No caso de folhas de papel para
copiadoras, por exemplo, basta indicar Está totalmente relacionado a ou-
seu tamanho e destino para que o forne- tros dois princípios, o da isonomia e do
cedor identifique o produto desejado. O julgamento objetivo: todos os licitantes
pregão é disciplinado pela Lei 10.520/02 devem ser tratados igualmente em ter-
e pode ser realizado tanto na forma pre- mos de direitos e obrigações, devendo a
sencial (com os participantes e leiloeiros Administração em suas decisões, pautar-
presentes na sessão) como na forma ele- se por critérios objetivos sem levar em
trônica (em que a sessão é feita pela In- consideração as condições pessoais do li-
ternet). citante ou as vantagens por ele ofereci-
das, salvo as expressamente previstas na
lei ou no instrumento convocatório.
6.7. PRINCÍPIOS DA
LICITAÇÃO. 6.7.3. PRINCÍPIO DA
Dispõe o artigo 3º da Lei 8.666 de
IGUALDADE.
21/06/93, que as licitações serão proces-
sadas e julgadas na conformidade dos se- Este princípio prevê o dever de se
guintes princípios: da legalidade, da im- dar oportunidade de disputar o certame,
pessoalidade, da moralidade, da igual- quaisquer interessados que, desejando
dade, da publicidade, da probidade admi- dele participar, podem oferecer as indis-
nistrativa, da vinculação ao instrumento pensáveis condições de garantia. É o que
convocatório, do julgamento objetivo e prevê o já referido artigo 37, XXI do texto
dos que lhe são correlatos. constitucional. Não obstante o parágrafo
1º do artigo 3º da Lei 8.666/93 proíbe
que o ato do certame admita, preveja, in-
clua ou tolere cláusulas ou condições ca-
pazes de frustrar ou restringir o caráter
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competitivo do procedimento licitatório e fiscalização de sua conduta. Sendo ilimi-


veda o estabelecimento de preferências tadas as condições de fiscalização, haverá
ou distinções em razão da naturalidade, maior garantia de que os atos serão cor-
sede ou domicílio dos licitantes, bem retos.
como entre empresas brasileiras ou es-
trangeiras ou de quaisquer outras cir- É a transparência, em prol não
cunstâncias impertinentes ou irrelevantes apenas dos disputantes, mas de qualquer
para o objeto do contrato. cidadão. A Lei 8.666/93, no § 3º do artigo
3º, estatui que “a licitação não será sigi-
Prevê o § 2º do mesmo artigo 3º, losa, sendo públicos e acessíveis ao pú-
que no caso de empate, confere preferên- blico, os atos de seu procedimento, salvo,
cia, sucessivamente, aos bens e serviços: quanto ao conteúdo das propostas até a
I - produzidos ou prestados por empresas respectiva abertura." O artigo 4º, tam-
brasileiras de capital nacional; II - produ- bém menciona o direito de qualquer cida-
zidos no país; III - produzidos ou presta- dão acompanhar o desenvolvimento do
dos por empresas brasileiras. certame.

6.7.6. DO PRINCÍPIO DA
6.7.4. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO
MORALIDADE. INSTRUMENTO
No caso deste princípio, exigirá da CONVOCATÓRIO.
Administração comportamento não ape-
nas lícito, mas também consoante com a Pelo artigo 41, da Lei n.º
moral, os bons costumes, as regras de 8.666/93, o edital é a lei interna da Lici-
boa administração, os princípios de jus- tação e, como tal, vincula ao seus termos,
tiça e equidade, enfim as idéias comum tanto aos licitantes, quanto a Administra-
de honestidade. ção que o expediu. Tal vinculação ao edi-
tal é princípio básico de toda Licitação.
A Lei n.º 8.666/93 faz referência à Nem se compreenderia, que a Adminis-
moralidade e à probidade, provavel- tração fixasse no edital a forma e o modo
mente, porque a primeira, embora pre- de participação dos licitantes e no decor-
vista na Constituição, ainda constitui um rer do procedimento ou na realização do
conceito vago, indeterminado, que julgamento se afastasse do estabelecido,
abrange uma esfera de comportamentos ou admitisse documentação e proposta
ainda não absorvidos pelo direito, en- em desacordo com o solicitado.
quanto a probidade, ou melhor, dizendo a
improbidade administrativa, já tem con- As regras do certame, durante
tornos bem mais definidos no direito po- todo o procedimento são inalteráveis A
sitivo, tendo em vista o artigo 37, § 4º da Administração deverá invalidá-lo e reabri-
Constituição Federal estabelece sanções lo em novos moldes, caso verifique, sua
para os servidores que nela incidem. inviabilidade no decorrer da Licitação.

6.7.5. PRINCÍPIO DA De outra banda, revelando-se, fa-


PUBLICIDADE. lho ou inadequado aos propósitos da Ad-
ministração, o edital ou convite poderá
Duas funções exercem o princípio ser corrigido a tempo, através de adita-
da publicidade. Primeiro é a objetiva, no mento ou expedição de um novo, sempre
qual permiti o amplo acesso dos interes- com republicação e reabertura de prazo,
sados ao certame. Refere-se, nesse as- desde que a alteração, afete a elaboração
pecto, à universidade de participação no das propostas.
processo licitatório. Depois, a publicidade
orienta-se a facultar a verificação da re- 6.7.7. DO PRINCÍPIO DO
gularidade dos atos praticados. Parte-se JULGAMENTO OBJETIVO.
do pressuposto de que as pessoas tanto
mais se preocuparão em seguir a lei e a No momento da análise e julga-
moral, quanto maior for a possibilidade de mento das propostas, a comissão julga-
dora deve decidir a licitação não sob o
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influxo do subjetivismo, de sentimentos,  Serviços individuais (uti sin-


impressões ou propósitos pessoais. guli): São os que têm usuários
determinados e utilização particu-
Deve-se reconhecer que objetivi- lar e mensurável para cada desti-
dade absoluta, só se pode garantir previ- natário. Exemplos: Serviços de te-
amente nos certames decididos unica- lefonia, água e energia elétrica do-
mente pelo preço. Quando entra em miciliares.
causa qualidade, técnica, rendimento –  Serviços gerais (uti universi):
muitas vezes indispensáveis para a aferi- São os prestados à coletividade,
ção das propostas – nem sempre será sem usuários determinados, como
possível atingir-se o ideal da objetividade os serviços de calçamento de ruas
extrema, pois quando os bens ou serviços e de saneamento.
são fortemente aparentados nestes atri-
butos, a primazia de um ou de outro de- 7.3. PRINCÍPIO DA
pendem de apreciações irredutíveis a um CONTINUIDADE DA
plano excludente de opiniões pessoais.
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO
7. SERVIÇOS PÚBLICOS. PÚBLICO.
7.1. DEFINIÇÃO. Em se tratando de serviço público,
o princípio mais importante é o da conti-
Serviços públicos são aqueles ser- nuidade de sua prestação. Num contrato
viços prestados pela Administração, ou administrativo, quando o particular des-
por quem lhe faça às vezes, mediante re- cumpre suas obrigações, há rescisão con-
gras previamente estipuladas por ela para tratual. Se for a Administração, entre-
a preservação do interesse público. tanto, que descumpre suas obrigações, o
particular não pode rescindir o contrato,
A titularidade da prestação de um tendo em vista o princípio da continui-
serviço público sempre será da Adminis- dade da prestação.
tração Pública, somente podendo ser Essa é a chamada “cláusula exor-
transferido a um particular a execução do bitante”, que visa dar à Administração Pú-
serviço público. As regras serão sempre blica uma prerrogativa que não existe
fixadas unilateralmente pela Administra- para o particular, colocando-a em uma
ção, independentemente de quem esteja posição superior em razão da supremacia
executando o serviço público. do interesse público.

7.2. CLASSIFICAÇÃO. 7.4. FORMAS DE PRESTAÇÃO.


Serviços públicos propriamente di- A prestação pode ser centrali-
tos e serviços de utilidade pública: zada quando a própria Administração Pú-
blica executa os serviços, ou descentra-
 Serviços públicos propria- lizada quando a Administração Pública
mente ditos (ou indelegáveis): passa a execução para terceiros. Esses
São os prestados diretamente pelo terceiros podem estar dentro ou fora da
Estado, diante de sua importância Administração Direta, isto é, tais serviços
e essencialidade (serviços de de- podem ser repassados a autarquias, fun-
fesa nacional, de polícia etc). dações, empresas estatais, empresas pri-
 Serviços de utilidade pública: vadas ou particulares individualmente. A
São os não tão essenciais, mas transferência do serviço pode se dar por
sim úteis à sociedade, que podem outorga ou por delegação. Na outorga,
ser prestados pela Administração o Estado cria uma entidade e a ela trans-
Pública ou delegados a terceiros fere, por lei, determinado serviço. Na de-
(serviços de energia elétrica, tele- legação, o Poder Público transfere a exe-
fonia). cução do serviço, para que o delegado o
preste por sua conta e risco, sob controle
Serviços individuais (uti singuli) e estatal.
serviços gerais (uti universi):

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7.5. ART. 175 DA mediante ação judicial especi-


CONSTITUIÇÃO FEDERAL. almente intentada para esse
fim).
O referido artigo dispõe que a • Anulação;
prestação dos serviços públicos é de titu- • Falência ou extinção da em-
laridade da Administração Pública, po- presa concessionária e faleci-
dendo ser centralizada ou descentrali- mento ou incapacidade do ti-
zada. Sempre que a prestação do serviço tular, no caso de empresa in-
público for descentralizada, por meio de dividual.
concessão ou permissão, deverá ser pre-
cedida de licitação. As duas figuras, con-
cessão ou permissão surgem como ins- 7.7. PERMISSÃO DE SERVIÇO
trumentos que viabilizam a descentraliza- PÚBLICO.
ção dos serviços públicos, atribuindo-os
para terceiros, são reguladas pela Lei n. É a delegação a título precário,
8.987/95. mediante licitação feita pelo poder conce-
dente à pessoa física ou jurídica que de-
7.6. CONCESSÃO DE SERVIÇO monstrem capacidade de desempenho
PÚBLICO. por sua conta e risco, sendo que tal per-
missão será formalizada através de um
É a delegação da prestação do ser- contrato de adesão.
viço público feita pelo poder concedente,
mediante licitação na modalidade concor- Vale destacar, que de acordo com
rência, à pessoa jurídica ou consórcio de o artigo 40, parágrafo único, da Lei
empresas que demonstrem capacidade 8.987/95 (Lei de concessões e permis-
de desempenho por sua conta e risco, sões), aplicam-se às permissões, as mes-
com prazo determinado. Essa capacidade mas regras das concessões.
de desempenho é averiguada na fase de
habilitação da licitação. Qualquer prejuízo 7.8. AUTORIZAÇÃO.
causado a terceiros, no caso de conces-
são, será de responsabilidade do conces- É uma medida de poder de polícia
sionário – que responde de forma objetiva que libera alguma conduta privada, cujo
(art. 37, § 6.º, da CF/88) tendo em vista exercício dependa de manifestação de
a atividade estatal desenvolvida, respon- concordância pela Administração. Ela
dendo a Administração Direta subsidiari- surge nos casos em que o serviço não é
amente. propriamente público, mas sim de inte-
resse privado do particular. Exemplo: o
7.6.1. EXTINÇÃO DA serviço de interligação de empresas por
CONCESSÃO: cabos de fibras ópticas, que, apesar de
ser um serviço de telecomunicações (art.
• Advento do termo contratual; 21, XI, CF/88) não seria direcionado ao
• Encampação (Retomada do público, mas sim as próprias empresas.
serviço pelo poder concedente
durante o prazo de concessão, 7.9. PARCERIAS PÚBLICO-
por motivo de interesse pú- PRIVADAS (PPPS – LEI
blico, mediante lei autoriza- 11.079/04).
tiva específica e após prévio
pagamento da indenização); Tais parcerias são uma novidade
• Caducidade (Inexecução total no Direito Brasileiro, constituem uma
ou parcial do contrato); nova maneira de se realizar concessões
• Rescisão (Poderá ser reque- de serviços públicos, trazendo como prin-
rida pela iniciativa da conces- cipal característica, a participação do Po-
sionária, no caso de descum- der Público como parceiro financiador da
primento das normas contra- empresa concessionária.
tuais pelo poder concedente,

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Com o seu surgimento, passaram condições legais exigidas para a presta-


a existir três tipos de concessão: a con- ção do serviço. Assim, o serviço público
cessão comum (já estudada anterior- deve ser prestado com a mesma quali-
mente), a concessão patrocinada e a dade para todos e em todos os lugares
concessão administrativa, sendo que onde tenha sido implementado.
estas duas últimas consistem em formas
de PPPs. e) Princípio da Eficiência.
Introduzido na CF pela EC 19/98 –
 Concessão patrocinada: É a Reforma Administrativa – não basta a ins-
concessão de serviços públicos ou talação de um serviço público, o mesmo
obras públicas em que a remune- deve atender as necessidades para as
ração da empresa concessionária quais foi criado.
virá não apenas das tarifas cobra-
das dos usuários, mas também de
um patrocínio pago pelo Poder Pú- 8 - BENS PÚBLICOS
blico.
 Concessão Administrativa: É o Bens públicos são todos aqueles
contrato de prestação de serviços pertencentes ao patrimônio da União,
públicos em que a remuneração da dos Estados, dos Municípios e do Dis-
empresa concessionária será paga trito Federal, suas autarquias e funda-
unicamente pelo Poder Público. ções públicas, sejam móveis, imóveis
ou semoventes (art. 65 do CC).
7.10. PRINCÍPIOS DOS
SERVIÇOS PÚBLICOS. 8.1. CLASSIFICAÇÃO.
8.2. QUANTO À DESTINAÇÃO.
a) Princípio da Continuidade da Pres-
tação do Serviço Público (ou Perma- a) Bens de uso comum: são os destina-
nência). dos ao uso da coletividade como um todo.
Devido a sua indispensabilidade ou Geralmente são de utilização gratuita,
grande utilidade à vida em sociedade, os como, por exemplo, ruas, praças, par-
serviços públicos, uma vez instalados, de- ques, estradas, mares; a exceção à gra-
vem ser prestados de forma contínua, tuidade é o pedágio cobrado nas estra-
sem interrupções. das.

b) Princípio da Mutabilidade do Re- b) Bens de uso especial: são aqueles


gime Jurídico. destinados a atividades especiais relacio-
Tal princípio autoriza que o Poder nadas a um serviço ou a estabelecimentos
Público altere unilateralmente o contrato públicos, como teatros, escolas, museus,
de concessão para ajustá-lo às novas ne- quartéis, prédios de academia de polícia,
cessidades advindas do interesse público. aeroportos, cemitérios, entre outros.

c) Princípio da Modicidade. c) Bens dominiais ou dominicais: não


Tal princípio impõe sejam os servi- possuem destinação específica, como por
ços públicos prestados mediante taxas ou exemplo, as terras devolutas (áreas per-
tarifas justas, pagas pelos usuários para tencentes ao Poder Público não destina-
remunerar os benefícios recebidos e per- das a fins administrativos específicos).
mitir o seu melhoramento ou expansão.
Assim, os serviços públicos não devem Os bens de uso comum e os de uso
ser prestados com lucros ou prejuízos, especial formam o conjunto de bens do
mas mediante retribuição que viabilize domínio público, submetendo-se ao re-
seus interesses. gime jurídico de direito público.
Os bens dominicais compõem o
d) Princípio da Igualdade dos usuá- chamado patrimônio disponível do Estado
rios (ou generalidade). – este exerce os direitos de proprietário,
Impede que se façam restrições o que não acontece com as categorias an-
em razão das características pessoais dos teriores. Submetem-se ao regime jurídico
usuários, quando estes satisfaçam as

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de direito público, mas não em sua totali- mento dos precatórios deve ocor-
dade. rer em até 10 anos, ressalvados os
créditos alimentares e de pequeno
valor.
8.3. REGIME JURÍDICO.
Créditos alimentares e de pequeno
valor ficam fora da relação geral, for-
8.3.1. INALIENABILIDADE. mando uma lista à parte. Os créditos se-
rão fixados pelas pessoas políticas res-
Em regra, os bens públicos não po- pectivas.
dem ser alienados, pois são bens fora do
comércio. A alienação se verifica quando Precatório é o título emitido a par-
surge o interesse público. Requisitos: tir do trânsito em julgado de uma sen-
tença que legitima os credores da Admi-
 Interesse público caracterizado; nistração Pública. Devem ser apresenta-
 Desafetação (uso comum e espe- dos até 1.º de julho de cada ano para que
cial); entrem no orçamento do ano seguinte.
 Avaliação prévia;
 Licitação (concorrência ou leilão,
O não-pagamento dos títulos en-
art. 17 da Lei n. 8.666/93); seja crime de responsabilidade, em face
 Imóvel (autorização legislativa).
do Governador e do Prefeito, e interven-
Afetar é atribuir a um bem público ção federal.
uma finalidade específica. Desafetar é
retirar do bem a finalidade que possuía.
8.3.3. IMPRESCRITIBILIDADE.
Precisam ser desafetados os bens
de uso comum e os especiais, os domini- Imprescritibilidade é a impossibili-
ais não precisam. dade dos bens públicos serem adquiridos
por usucapião – Súmula n. º 340 do Su-
A avaliação prévia do bem é ne- premo Tribunal Federal, consolidada pe-
cessária para evitar que o bem público los artigos 183, § 3. º, e 191, parágrafo
seja alienado a preço fora de mercado. A único da Constituição Federal.
Lei n. 4.767/65 (que rege a Ação Popular)
relaciona hipóteses de lesão a bens públi- 8.4. USO DOS BENS
cos, e o baixo valor da alienação é um de- PÚBLICOS.
les.
Quem pode estabelecer regras
8.3.2. IMPENHORABILIDADE. quanto ao uso de bens públicos é o seu
titular.
Os bens públicos não podem ser
dados em garantia para o cumprimento 8.5. OBRIGAÇÕES DOS
das obrigações contraídas pelo Poder Pú- TITULARES.
blico.
A principal obrigação dos titulares
Os débitos deverão ser saldados é a de conservar o bem, segundo os arti-
na forma do art. 100 da Constituição Fe- gos 23, I, e 144, § 8.º, ambos da Consti-
deral, alterado pela Emenda Constitucio- tuição Federal.
nal n. 30/2000. As modificações efetua-
das foram:
8.6. INSTRUMENTOS PARA A
 Acrescentou o § 5.º ao art. 100 TRANSFERÊNCIA DO USO.
o responsável pela quebra da or-
dem cronológica de pagamento Para a transferência de uso de
dos precatórios incorre em crime bens podem ser usados os seguintes ins-
de responsabilidade; trumentos:
 Inseriu o art. 78 às Disposições
Transitórias, dispondo que o paga-

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 Autorização de uso: é um ato precário porque possui prazo certo


administrativo unilateral, discrici- e determinado. Para que a cessão
onário e precário, pelo qual a Ad- de uso seja efetuada exige-se au-
ministração, no interesse do parti- torização legislativa.
cular, transfere o uso do bem pú-
blico para terceiros por prazo de 8.7. FORMAS DE AQUISIÇÃO
curtíssima duração, com dispensa DE BENS PÚBLICOS.
de licitação. Exemplos: transporte
de carga inflamável pelas ruas do As formas de aquisição de bens
município, fechamento de rua para públicos são:
comemorações.  Desapropriação;
 Confisco;
 Permissão de uso: é um ato ad-  Doação;
ministrativo unilateral, discricio-  Dação;
nário e precário, pelo qual a Admi-  Compra (precedida de licitação).
nistração, no interesse da coletivi-
dade, transfere o uso de um bem
público para terceiros, mediante
8.8. BENS DA UNIÃO (ART. 20
licitação (quando houver mais de DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL).
um interessado). Não há prazo
certo e determinado. São exem- Segundo o art. 20 da Constituição
plos de permissão de uso: insta- Federal são os seguintes os bens da
lação de bancas de jornal, coloca- União:
ção de mesas e cadeiras em calça-  Mar territorial: é a faixa de 12
das, instalação de boxes em mer- milhas contadas do litoral onde o
cados municipais, barracas em fei- Estado exerce poderes de sobera-
ras livres. A doutrina admite a nia (inc. VI);
possibilidade de permissão de uso  Zona contígua: é a faixa entre 12
qualificada – aquela que, pos- e 24 milhas onde o Estado exerce
suindo prazo certo e determinado, fiscalização;
retira o caráter de precariedade.  Zona exclusiva: é a faixa de 200
milhas onde o Estado exerce di-
 Concessão de uso: é um con- reito exclusivo de exploração dos
trato administrativo pelo qual recursos naturais;
transfere-se o uso de um bem pú-  Plataforma continental: é o
blico para terceiros, para uma fi- prolongamento natural das terras
nalidade específica, mediante con- continentais por debaixo da água;
dições previamente estabelecidas.  Riquezas do subsolo: compõem
O contrato possui prazo certo e o patrimônio da União (incs. IX e
determinado e a precariedade de- X);
saparece. Exemplos: instalação de  Terras ocupadas pelos índios
restaurante em aeroporto, lancho- (inc. XI; o art. 231, § 2.º, permite
nete em parques. Trata-se de um o direito de usufruto exclusivo).
ato bilateral; se a Administração
rescindir o contrato antes do tér- 8.9. BENS DO PATRIMÔNIO
mino, caberá a ela indenizar. NACIONAL (ART. 225, § 4.º, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL).
 Concessão de direito real de
uso (variante da concessão de Os bens do Patrimônio Nacional
uso): incide sobre bens públicos (art. 225, § 4.º, da CF) são:
não-edificados, para urbanização,  Floresta Amazônica;
edificação, industrialização.  Serra do Mar;
 Pantanal;
 Cessão de uso: é um contrato  Zona Costeira;
administrativo, em que o uso de  Mata Atlântica.
um bem público é transferido de
um órgão para outro, dentro da
própria Administração. É ato não
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9. LIMITAÇÕES DO 9.1.3. FUNÇÃO SOCIAL.


ESTADO AO DIREITO DE
PROPRIEDADE. A propriedade, embora protegida
pela Constituição Federal, deverá satis-
fazer às necessidades da sociedade.
9.1. CONCEITO. A Constituição Federal define o
9.1.1. PERFIL que seja função social:
CONSTITUCIONAL.
• Propriedade urbana – art. 182, §
A Constituição Federal asseg 2.º, da CF: a propriedade urbana
ura o direito à propriedade, conforme dis- cumpre sua função social quando
posto no art. 5.º. É um direito individual, atende às exigências fundamen-
sendo, portanto, cláusula pétrea. tais de ordenação da cidade ex-
• Art. 5.º, inc. XXII: é garantido pressas no plano diretor – plano
o direito à propriedade. diretor (art. 182, § 1.º, da CF) é o
• Art. 5.º, inc. XXIII: a proprie- documento legal que estipulará as
dade atenderá a sua função regras para o desenvolvimento or-
social. denado de uma sociedade, de uma
Em seu art. 170, a Constituição cidade. O plano diretor deverá
Federal estabelece que “a ordem econô- conter: demarcação de zona de
mica, fundada na valorização do trabalho proibição de construção; zona de
humano e na livre iniciativa, tem por fim indústria; zona de residência;
assegurar a todos existência digna, con- zona comercial; zona de tomba-
forme os ditames da justiça social, obser- mento e outras situações.
vados os seguintes princípios:
II – propriedade privada; ...” • Propriedade rural – art. 186 da
O direito à propriedade tem limi- Constituição Federal: a função so-
tes, sendo condicionado ao bem-estar da cial é cumprida quando a proprie-
sociedade e devendo ser respeitado como dade rural atende, simultanea-
direito fundamental e como direito da ati- mente e segundo critérios e graus
vidade econômica. Com efeito, de acordo de exigência estabelecidos em lei,
com a doutrina civilista de vanguarda, o aos seguintes requisitos:
direito de propriedade tem hoje, de - Aproveitamento racional e
acordo com o perfil impresso pela Consti- adequado da propriedade
tuição vigente, natureza jurídica de Di- (caráter subjetivo);
reito de Ordenação Social. - Utilização adequada dos
recursos naturais disponí-
9.1.2. DEFINIÇÃO. veis e preservação do
meio ambiente (caráter
subjetivo);
O art.1.228 do Código Civil es- - Observância das disposi-
tabelece que o proprietário tem a fac- ções que regulam as rela-
uldade de usar, gozar, usufruir e dispor ções de trabalho (caráter
da coisa, e o direito de reavê-la do poder subjetivo);
de quem quer que injustamente a possua - Exploração que favoreça o
ou detenha. bem-estar dos proprietá-
O referido artigo abrange a pro- rios e também dos traba-
priedade de bens materiais e de bens lhadores.
imateriais. Bens imateriais (como o
direito intelectual, que está disposto na Para propiciar o bem-estar so-
Lei n. 9.610/98) é matéria que, nos dias cial, o Estado poderá intervir tanto na
de hoje, não está mais disciplinada pelo propriedade privada quanto nas ativi-
Código Civil. dades econômicas das empresas. O
que se exige é que tal intervenção res-
peite os limites constitucionais que
amparam o interesse público e garan-
tem os direitos individuais.

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Se a propriedade estiver cum- direito de uso, diante da hipótese de


prindo a sua função social, conforme iminente perigo público (exemplos:
disposto na Constituição Federal, a inundação, incêndio, sonegação de gê-
única possibilidade de intervenção é neros de primeira necessidade, conflito
com base na supremacia do interesse armado, comoção intestina).
público sobre o particular, ou seja, por
necessidade ou utilidade pública, ou É disciplinada pelo art. 5.º, inc.
por interesse social; nesse caso, con- XXV, da Constituição Federal: no caso
forme disposto no art. 5.º, inc. XXIV, de iminente perigo público, a autori-
da Constituição Federal, mediante pré- dade competente poderá usar de pro-
via e justa indenização em dinheiro. priedade particular, assegurada ao
proprietário indenização ulterior, se
Se não estiver sendo cumprida houver dano.
a função social da propriedade, o pro-
prietário sofre uma penalidade – perda O iminente perigo público, dis-
da propriedade – e faz jus a uma inde- posto no artigo em estudo, não está
nização; porém, essa não será prévia, caracterizando o perigo em si, mas sim
não será justa, nem em dinheiro (art. o perigo em via de acontecer.
182, § 4.º, inc. III, da CF).
Só comportará indenização caso
Sendo o imóvel rural, deverá exista dano decorrente da utilização
obedecer ao disposto no art. 184 da por parte da Administração Pública.
Constituição Federal.
9.1.4.2. OCUPAÇÃO
Assim, a desapropriação poderá TEMPORÁRIA.
ocorrer, esteja ou não a propriedade
cumprindo a sua função social: no pri- Ocupação temporária é a utiliza-
meiro caso, por necessidade ou utili- ção transitória, remunerada ou gra-
dade pública, ou por interesse social; tuita, de bens particulares pelo Poder
no segundo como penalidade. Em am- Público, para a execução de obras, ser-
bas ocorrerá a indenização, caso con- viços ou atividades públicas ou de in-
trário ocorreria confisco, o que é proi- teresse público. Essa prerrogativa es-
bido pela nossa Constituição Federal, tatal pode ser transferida a concessio-
salvo na hipótese de expropriação de nários e empreiteiros, desde que auto-
glebas utilizadas para a plantação e rizados pela Administração.
cultivo de plantas psicotrópicas (art.
243 da CF). Tanto a ocupação temporária
como a requisição são modalidades de
9.1.4. MEIOS DE intervenção quanto ao uso. A diferença
INTERVENÇÃO NA básica entre ambas está em que, para
PROPRIEDADE. a requisição, é necessário o iminente
perigo público, enquanto para a ocupa-
Por ser o Direito de propriedade ção temporária, que, via de regra,
considerado verdadeira cláusula pé- ocorre em imóvel não-edificado, não é
trea, núcleo intangível da Constituição necessário o iminente perigo público,
Federal, as modalidades de interven- bastando o interesse público.
ção na propriedade privada só podem
estar previstas no texto constitucional, A ocupação gera indenização, caso
e são: A requisição; a ocupação tem- exista prejuízo decorrente do uso do
porária; a limitação administrativa; a bem pela Administração Pública.
servidão e o tombamento, a seguir de-
finidas.

9.1.4.1. REQUISIÇÃO.

Requisição é meio de intervenção


na propriedade, que traz restrições ao

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9.1.4.3. LIMITAÇÃO elétrica – imóveis particulares onera-


ADMINISTRATIVA. dos como serventia pública.

Limitação é toda imposição geral, A servidão é onerosa porque


gratuita, unilateral e de ordem pública, impõe dever concreto ao proprietário,
condicionadora do exercício de direitos apresentando restrição apenas a ele.
ou de atividades particulares, às exi- O proprietário submetido à servi-
gências do bem-estar social. Assim, dão administrativa terá direito à inde-
por exemplo, para a construção de um nização correspondente ao prejuízo
prédio, será necessário respeitar de- causado ao imóvel. Não havendo pre-
terminada altura, em obediência à lei juízo que decorra do uso da proprie-
de zoneamento. São preceitos de or- dade pelo Poder Público, nada há a in-
dem pública, por isso impostos de denizar.
forma unilateral e imperativa. Deve-
rão, contudo, corresponder às justas 9.1.4.5. TOMBAMENTO.
exigências do interesse público.
O tombamento é o meio de inter-
As limitações administrativas venção na propriedade que faz restri-
tanto podem constituir matéria priva- ções quanto ao uso, justificando-se
tiva de lei – quando envolverem as- nas hipóteses de proteção ao patrimô-
sunto que somente podem ser tratado nio artístico, cultural e científico, de
por meio desta espécie legislativa – coisas ou locais que devam ser preser-
quanto ser impostas por regulamento vados (art. 216, § 1.º, da CF).
(cuja forma é o decreto regulamentar),
quando consistirem em especificação Não é meio de transferência da
de matéria já constante em lei. Poderá propriedade. Essa permanece no domí-
também a Administração recorrer a nio e posse de seu proprietário; porém,
provimentos de urgência para estabe- as coisas tombadas não poderão ser
lecer limitações ao uso da propriedade. demolidas, destruídas ou modificadas,
sem a autorização do Instituto Brasi-
As limitações administrativas ao leiro do Patrimônio Cultural (IBPC).
uso da propriedade podem gerar obri-
gações e direitos subjetivos entre os Tombar significa registrar, inven-
vizinhos, obrigando a observância das tariar, inscrever nos arquivos da Admi-
limitações por parte dos que cons- nistração Pública. Interessante obser-
troem sob imposições administrativas. var que a origem da palavra tomba-
mento remonta ao Direito português,
O direito subjetivo entre vizinhos, pois os registros eram realizados nos
nas limitações administrativas, é as- livros da Torre do Tombo.
sunto que vem causando profundas di-
vergências nos tribunais. Há julgados São efeitos do tombamento:
que negam ação ao vizinho para exigir • Obrigação do proprietário de
de seu confinante o atendimento das conservar o bem;
limitações. • Obrigação de aceitar a fiscali-
zação do Poder Público;
9.1.4.4. SERVIDÃO. • Os proprietários vizinhos fi-
cam proibidos de realizar
A servidão é meio de intervenção qualquer obra, construção,
na propriedade particular, que estabe- que retire a visibilidade do
lece restrição quanto ao uso, por inter- bem tombado;
médio de imposição específica, con-
creta e onerosa, visando possibilitar a • Direito à indenização pelo proprietário, no
realização de obras e serviços públi- caso de despesas extraordinárias tendo
cos; por exemplo: obrigação, imposta em vista a conservação do bem, nos ca-
a determinada propriedade privada, de sos de interdição do uso do bem tom-
suportar a passagem de fios de energia bado, ou de prejuízo à sua normal utiliza-
ção.

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• Fiscalização hierárquica: é
aquele exercido pelos órgãos su-
10. CONTROLE DA periores sobre os órgãos inferiores
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. da mesma Administração, visando
coordenar, orientar e corrigir suas
atividades e agentes;
10.1. CLASSIFICAÇÃO. • Recursos administrativos: são
os meios pelos quais se estimula a
• Interno ou externo – Depende Administração Pública a reexami-
da posição do órgão controlador: nar o ato por ela praticado.
se o controle pertencer à própria
estrutura do órgão controlador,
será interno; se for alheio a esta 10.4. CONTROLE
estrutura, será externo.
LEGISLATIVO.
• De legalidade ou de mérito –
Analisa a compatibilidade da atua- O controle legislativo sobre os ou-
ção administrativa com o ordena- tros poderes do Estado se restringe ao
mento jurídico (legalidade) ou que vem previsto e delimitado na
quanto a sua conveniência e opor- Constituição Federal, pois significa
tunidade (mérito). uma exceção à regra da separação e
independência entre eles.
• Prévio, concomitante ou poste-
rior – Depende do momento em Tal controle poderá ser político ou
que é feito. Será prévio, se ocorrer financeiro.
antes da eficácia do ato; concomi-
tante, se ocorrer durante a reali- • Controle Político: Pode abranger
zação do ato e será posterior, se aspectos de legalidade ou de mé-
ocorrer após a edição do ato. rito. São exemplos a autorização
dada pelo Congresso Nacional ao
• Legislativo, judicial e adminis- presidente a se ausentar do país,
trativo – Depende de quem quando a ausência exceder a 15
exerce o controle: o Poder Legisla- dias (art. 49, III CF/88) e o poder
tivo, o Poder Judiciário ou a pró- de apurar irregularidades por meio
pria Administração Pública. das CPIs (Comissões Parlamenta-
res de Inquérito), que têm pode-
10.2. CONCEITO. res de investigação próprios das
O controle da Administração Pú- autoridades judiciais, sendo suas
blica é “o conjunto de mecanismos ju- conclusões, se for o caso, encami-
rídicos e administrativos por meio dos nhadas a Ministério Público, para
quais se exerce o poder de fiscalização que promova a responsabilidade
e de revisão da atividade administra- civil ou criminal dos infratores
tiva em qualquer das esferas de Po- (art. 58, § 3º , CF/88).
der”.
• Controle Financeiro: Cuida da
10.3. CONTROLE fiscalização financeira, orçamen-
ADMINSTRATIVO. tária, operacional e patrimonial da
União, dos Estados, do Distrito Fe-
“É o poder de fiscalização e corre- deral, dos Municípios e das entida-
ção que a Administração Pública des da Administração Direta e In-
exerce sobre sua própria atuação, sob direta, quanto à legalidade, legiti-
os aspectos de legalidade e mérito, por midade, economicidade, aplicação
iniciativa própria ou mediante provoca- das subvenções e renúncia de re-
ção”. ceitas (arts. 70, caput, e 75 da
Em regra, tal controle pode ser CF/88).
exercido por meio da fiscalização hie-
rárquica ou em razão da apresentação De acordo com a Constituição,
de recursos administrativos. prestará contas toda pessoa física ou

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jurídica, pública ou privada, que utilize,


arrecade, guarde, gerencie ou admi-
nistre dinheiros, bens e valores públi-
cos ou pelos quais a União responda ou
que, em nome desta, assuma obriga-
ções de natureza pecuniária (artigo 70,
parágrafo único da CF/88), sendo que
tal fiscalização é exercida pelo Con-
gresso Nacional, mediante controle ex-
terno (com o auxílio do Tribunal de
Contas da União), e pelo sistema de
controle interno de cada poder.

Em relação aos atos que fiscaliza,


o controle financeiro verifica sua lega-
lidade, sua legitimidade (ex.: se a des-
pesa atendeu à ordem de prioridade
estabelecida pelo Plano Plurianual),
sua economicidade (respeito à relação
custo-benefício na aplicação da des-
pesa pública), a fidelidade funcional
dos agentes públicos responsáveis por
bens e valores públicos e os resultados
de cumprimento de metas e progra-
mas de trabalho.

10.5. CONTROLE JUDICIÁRIO


(OU JUDICIAL, OU AINDA
JURISDICIONAL).

De acordo com a Constituição Fe-


deral, “a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário nenhuma lesão ou ame-
aça a direito” (art. 5º, XXXV da CF/88).
Desta forma, tal regra permite ao Poder
Judiciário analisar todos os atos da Admi-
nistração, quando provocado por meio de
ações judiciais, como o mandado de se-
gurança. Vale destacar, que tal controle
deve ater-se à verificação de conformi-
dade do ato com a norma legal (legali-
dade), não lhe cabendo analisar o mérito
(oportunidade e conveniência) dos atos
da Administração Pública.

Observações:
a) Não há necessidade de prévio esgota-
mento da instância administrativa (con-
tencioso administrativo), em decorrência
do princípio da inafastabilidade de apreci-
ação do Poder Judiciário (artigo 5o, inciso
XXXV, da CF);
b) Caso o Poder Judiciário anule o ato ad-
ministrativo, a Administração poderá so-
frer obrigações de fazer, de deixar de fa-
zer, de pagar e ainda de indenizar.

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10.6. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS.

REMÉDIOS CONCEITO. CONSIDERAÇÕES.


CONSTITUCIO-
NAIS.
Sempre que alguém sofrer (HC Repressivo) Pode sem impetrado
HABEAS CORPUS. ou se achar ameaçado de sofrer (HC Preven- pela própria pessoa, por
Art. 5, LXVIII DA tivo) violência ou coação em sua LIBERDADE menor ou por estran-
CF/88. DE LOCOMOÇÃO, por ilegalidade ou abuso de geiro.
poder.

Para assegurar o conhecimento de informa-


ções relativas à pessoa do impetrante, cons-
A propositura da ação é
HABEAS DATA. tante de registro ou banco de dados de enti-
gratuita e é uma ação
Art. 5, LXXII DA dades governamentais ou de caráter público
personalíssima
CF/88. e serve também para retificação de dados,
quando NÃO se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo.

Líquido e Certo: o direito


Para proteger direito líquido e certo não am- não desperta dúvidas, está
MANDADO DE SE-
parado por HC ou HD, quando o responsável isento de obscuridades e
GURANÇA.
pela ilegalidade ou abuso de poder for autori- qualquer pessoa física ou
Art. 5, LXIX DA
dade pública ou agente de pessoa jurídica no jurídica pode impetrar,
CF/88.
exercício de atribuições do Poder Público. mas somente através de
advogado.

Legitimidade para impe-


trar MS Coletivo: Organi-
zação Sindical, entidade de
classe ou associa legal-
mente constituída a pelo
Instrumento que visa proteger direito líquido menos 1 ano, assim como
MANDADO DE SE-
e certo de uma coletividade, quando o res- partidos políticos com re-
GURANÇA
ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder presentação no Congresso
COLETIVO.
for autoridade pública ou agente de pessoa Nacional.
Art. 5, LXX DA
jurídica no exercício de atribuições do Poder Objetivos: defesa do inte-
CF/88.
Público. resse dos seus membros
ou associados.

Sempre que a falta de norma regulamenta-


MANDADO DE IN- Qualquer pessoa (física
dora que torne inviável o exercício dos direi-
JUNÇÃO. ou jurídica) pode impe-
tos e liberdades constitucionais e das prerro-
Art. 5, LXXI DA trar, sempre através de
gativas inerentes à nacionalidade, à sobera-
CF/88. advogado.
nia e à cidadania.
Visa a anulação ou à declaração de nulidade A propositura cabe a
AÇÃO POPULAR.
de atos lesivos ao: Patrimônio Público, à mo- qualquer cidadão (brasi-
Art. 5, LXXIII DA
ralidade Administrativa, ao Meio Ambiente, ao leiro) no exercício de
CF/88.
Patrimônio Histórico e Cultural. seus direitos políticos.
DIREITO DE PETI- Objetivo: Defender direito ou noticiar ilegali-
Qualquer pessoa pode
ÇÃO. dade ou abuso de autoridade pública.
propor, brasileira ou es-
Art. 5, XXXIV, “a”
trangeira
DA CF/88.

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11. RESPONSABILIDADE CIVIL (um terremoto, por exemplo). Vale res-


DO ESTADO. saltar, que se com a força maior ocorrer
uma omissão do Estado em realizar al-
gum serviço, como nos casos de enchen-
11.1. CONCEITO. tes, que poderiam ter sido evitadas com
a limpeza de rios, haverá responsabili-
A responsabilidade civil do Estado dade do Estado.
corresponde à “obrigação de reparar da-
nos causados a terceiros em decorrência c) Força maior: será uma exclu-
de comportamentos omissivos ou comis- dente quando definida como um aconte-
sivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilí- cimento humano e irresistível à vontade
citos, imputáveis aos agentes públicos”. das partes (um movimento grevista, por
exemplo).
A Constituição Federal adotou a
teoria da responsabilidade objetiva, como 11.3. TEORIAS.
se verifica da leitura do artigo 37, pará-
grafo 6º: “As pessoas jurídicas de direito a) Teoria da Irresponsabilidade Ad-
público e as de direito privado prestado- ministrativa: era adotada no período do
ras de serviço público responderão pelos Absolutismo, onde o Estado era absoluto.
danos que seus agentes, nessa qualidade, Dizia-se que “O Rei nunca erra” e, sendo
causarem a terceiros, assegurado o di- assim, se o indivíduo sofresse um dano
reito de regresso contra o responsável no causado por um agente do rei, não seria
caso de dolo ou culpa”. indenizado.

Nossa Corte Maior, vem enten- b) Teoria da Responsabilidade Civil


dendo que a responsabilidade civil das Comum: ganhou grande relevo no perí-
pessoas jurídicas de direito privado, pres- odo do Individualismo, onde o Estado era
tadoras de serviço público, será objetiva equiparado a um indivíduo, ou seja, res-
apenas em relação aos usuários e não ponderia subjetivamente pelos danos que
usuários do serviço. causasse (como reponde um particular).

São três os pressupostos para a c) Teoria da Culpa Administrativa:


responsabilidade objetiva do Estado: leva em conta a falta de serviço,
• O fato Administrativo; que compreende a inexistência do ser-
• O dano; viço, o mau funcionamento do serviço ou
• O nexo causal entre o fato administrativo o seu retardamento. Para que haja a res-
e o dano. ponsabilização do Estado, exige-se da ví-
tima a efetiva comprovação da falta do
serviço.
11.2. EXCLUDENTES DA
RESPONSABILIDADE. d) Teoria do Risco Administrativo:
é a adotada no direito brasileiro
São causas que excluem a respon- (em regra); por ela, exige-se que a vítima
sabilidade civil do Estado: comprove, tão somente:
A existência de um fato administrativo;
a) Culpa do lesado: quando for exclusiva, A existência de dano;
afasta a responsabilidade do Estado; se a O nexo causal entre o fato administrativo
vítima tiver contribuído para o dano, mas e o dano;
não for a única causadora do prejuízo, ha-
vendo também participação atribuída ao e) Teoria do Risco Integral: a teo-
Estado, a culpa da vítima será conside- ria do risco integral é aquela em que o le-
rada apenas para diminuir a responsabili- sado, para que seja indenizado, necessita
dade do Estado, e não para afastá-la; apenas comprovar o fato e dano, não ne-
cessitando a comprovação do nexo causal
b) Caso fortuito: será uma excludente entre fato e dano.

quando definida como um acontecimento


natural e irresistível à vontade das partes
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Direito Administrativo

LEI SECA ESQUEMATIZADA § 7º - Independentemente de integrar a admi-


nistração indireta, estão sujeitos às sanções
desta Lei os atos de improbidade praticados
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE contra o PATRIMÔNIO DE ENTIDADE PRI-
1992 VADA PARA CUJA CRIAÇÃO OU CUSTEIO O
ERÁRIO HAJA CONCORRIDO OU CON-
CAPÍTULO I CORRA NO SEU PATRIMÔNIO OU RECEITA
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ATUAL, LIMITADO O RESSARCIMENTO DE
PREJUÍZOS, NESSE CASO, À REPERCUS-
SÃO DO ILÍCITO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO
Art. 1º - O sistema de responsabilização por DOS COFRES PÚBLICOS.
atos de improbidade administrativa tutelará a
probidade na organização do Estado e no exer- § 8º - NÃO CONFIGURA IMPROBIDADE a
cício de suas funções, como forma de assegurar ação ou omissão decorrente de DIVERGÊNCIA
a integridade do patrimônio público e social, INTERPRETATIVA DA LEI, BASEADA EM
nos termos desta Lei. JURISPRUDÊNCIA, AINDA QUE NÃO PACI-
FICADA, mesmo que não venha a ser posteri-
Parágrafo único - (Revogado). ormente prevalecente nas decisões dos órgãos
de controle ou dos tribunais do Poder Judiciá-
§ 1º - Consideram-se atos de improbidade ad- rio.
ministrativa as CONDUTAS DOLOSAS tipifica-
das nos Arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados
tipos previstos em leis especiais. NÃO SÃO ATOS DE IMPROBIDADE

§ 2º - Considera-se dolo a VONTADE LIVRE E Mero exercício da função, sem dolo de


CONSCIENTE DE ALCANÇAR O RESULTADO causar dano
ILÍCITO tipificado nos Arts. 9º, 10 e 11 desta Mera divergência interpretativa da lei
Lei, NÃO BASTANDO A VOLUNTARIEDADE
DO AGENTE.
Mera perda patrimonial, sem dolo de cau-
§ 3º - O MERO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO ou sar dano
desempenho de competências públicas, SEM Mera nomeação ou indicação política por
COMPROVAÇÃO DE ATO DOLOSO COM FIM detentor de mandato eletivo
ILÍCITO, AFASTA A RESPONSABILIDADE
por ato de improbidade administrativa.
Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, consideram-
§ 4º - Aplicam-se ao sistema da improbidade se agente público o agente político, o servidor
disciplinado nesta Lei os PRINCÍPIOS CONS- público e todo aquele que exerce, AINDA QUE
TITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRA- TRANSITORIAMENTE OU SEM REMUNERA-
TIVO SANCIONADOR. ÇÃO, por eleição, nomeação, designação, con-
tratação ou qualquer outra forma de investi-
§ 5º - Os atos de improbidade violam a probi- dura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
dade na organização do Estado e no exercício função nas entidades referidas no art. 1º desta
de suas funções e a integridade do patrimônio Lei.
público e social dos Poderes EXECUTIVO, LE-
GISLATIVO E JUDICIÁRIO, bem como da Parágrafo único - No que se refere a recursos
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA, NO de origem pública, sujeita-se às sanções pre-
ÂMBITO DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS vistas nesta Lei o particular, pessoa física ou
MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL. jurídica, que celebra com a administração pú-
blica convênio, contrato de repasse, contrato
§ 6º - Estão sujeitos às sanções desta Lei os de gestão, termo de parceria, termo de coope-
atos de improbidade praticados contra o patri- ração ou ajuste administrativo equivalente.
mônio de ENTIDADE PRIVADA QUE RECEBA
SUBVENÇÃO, BENEFÍCIO OU INCENTIVO, Art. 3º - As disposições desta Lei são aplicá-
FISCAL OU CREDITÍCIO, DE ENTES PÚBLI- veis, no que couber, àquele que, MESMO NÃO
COS OU GOVERNAMENTAIS, previstos no § SENDO AGENTE PÚBLICO, INDUZA OU
5º deste artigo. CONCORRA DOLOSAMENTE PARA A PRÁ-
TICA DO ATO DE IMPROBIDADE.

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§ 1º - OS SÓCIOS, OS COTISTAS, OS DIRE- CETO NO CASO DE SIMULAÇÃO OU DE EVI-


TORES E OS COLABORADORES DE PESSOA DENTE INTUITO DE FRAUDE, DEVIDA-
JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO NÃO RES- MENTE COMPROVADOS.
PONDEM PELO ATO DE IMPROBIDADE QUE
VENHA A SER IMPUTADO À PESSOA JURÍ- SUCESSOR SUCESSORA EM CASO
DICA, SALVO SE, COMPROVADAMENTE, HERDEIRO DE FUSÃO/INCORPO-
HOUVER PARTICIPAÇÃO E BENEFÍCIOS RAÇÃO
DIRETOS, CASO EM QUE RESPONDERÃO Responde apenas Responde no limite do
NOS LIMITES DA SUA PARTICIPAÇÃO. no limite do patrimônio transferido,
Patrimônio salvo
§ 2º - As sanções desta Lei NÃO SE APLICA- transferido fraude ou simulação
RÃO À PESSOA JURÍDICA, CASO O ATO DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA SEJA
TAMBÉM SANCIONADO COMO ATO LESIVO CAPÍTULO II
À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DE QUE
DOS ATOS DE IMPROBIDADE AD-
TRATA A LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE
2013. MINISTRATIVA

Art. 4º - (Revogado pela Lei nº 14.230, de SEÇÃO I


2021). DOS ATOS DE IMPROBIDADE AD-
MINISTRATIVA QUE IMPORTAM
Art. 5º - (Revogado pela Lei nº 14.230, de
2021). ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Art. 6º - (Revogado pela Lei nº 14.230, de Art. 9º - Constitui ato de improbidade adminis-
2021). trativa importando em enriquecimento ilícito
AUFERIR, MEDIANTE A PRÁTICA DE ATO
Art. 7º - Se houver indícios de ato de improbi- DOLOSO, QUALQUER TIPO DE VANTAGEM
dade, a autoridade que conhecer dos fatos re- PATRIMONIAL INDEVIDA em razão do exer-
presentará ao Ministério Público competente, cício de CARGO, DE MANDATO, DE FUNÇÃO,
para as providências necessárias. DE EMPREGO OU DE ATIVIDADE NAS EN-
TIDADES REFERIDAS NO ART. 1º DESTA
Parágrafo único - (Revogado). LEI, e notadamente:

Art. 8º - O SUCESSOR OU O HERDEIRO da- I- Receber, para si ou para outrem, dinheiro,


quele que causar dano ao erário ou que se en- bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra van-
riquecer ilicitamente estão sujeitos APENAS À tagem econômica,
OBRIGAÇÃO DE REPARÁ-LO ATÉ O LIMITE direta ou indireta, a título de comissão, percen-
DO VALOR DA HERANÇA OU DO PATRIMÔ- tagem, gratificação ou presente de quem tenha
NIO TRANSFERIDO. interesse,
direto ou indireto, que possa ser atingido ou
Art. 8º-A - A responsabilidade sucessória de amparado por ação ou omissão decorrente das
que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também atribuições do
na hipótese de ALTERAÇÃO CONTRATUAL, agente público;
DE TRANSFORMAÇÃO, DE INCORPORA-
II- Perceber vantagem econômica, direta ou in-
ÇÃO, DE FUSÃO OU DE CISÃO SOCIETÁ-
direta, para facilitar a aquisição, permuta ou lo-
RIA.
cação de bem
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços
Parágrafo único - Nas hipóteses de fusão e de
pelas entidades referidas no art. 1° por preço
incorporação, a RESPONSABILIDADE DA
superior ao
SUCESSORA SERÁ RESTRITA À OBRIGA-
valor de mercado;
ÇÃO DE REPARAÇÃO INTEGRAL DO DANO
CAUSADO, ATÉ O LIMITE DO PATRIMÔNIO III- Perceber vantagem econômica, direta ou
TRANSFERIDO, NÃO LHE SENDO APLICÁ- indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
VEIS AS DEMAIS SANÇÕES previstas nesta locação de bem
Lei decorrentes de atos e de fatos ocorridos an- público ou o fornecimento de serviço por ente
tes da data da fusão ou da incorporação, EX- estatal por preço inferior ao valor de mercado;

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Direito Administrativo

IV-Utilizar, em obra ou serviço particular, qual- patrimonial das entidades mencionadas no art.
quer bem móvel, de propriedade ou à disposi- 1° desta lei;
ção de qualquer XII- Usar, em proveito próprio, bens, rendas,
Das entidades referidas no art. 1º desta Lei, verbas ou valores integrantes do acervo patri-
bem como o trabalho de servidores, de empre- monial das
gados ou de entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
terceiros contratados por essas entidades.
V- Receber vantagem econômica de qualquer SEÇÃO II
natureza, direta ou indireta, para tolerar a ex-
ploração ou a DOS ATOS DE IMPROBIDADE
prática de jogos de azar, de lenocínio, de nar- ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM
cotráfico, de contrabando, de usura ou de qual- PREJUÍZO AO ERÁRIO
quer outra
atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal Art. 10 - Constitui ato de improbidade admi-
vantagem; nistrativa que causa lesão ao erário qualquer
VI- Receber vantagem econômica de qualquer AÇÃO OU OMISSÃO DOLOSA, QUE ENSEJE,
natureza, direta ou indireta, para fazer decla- EFETIVA E COMPROVADAMENTE, PERDA
ração falsa sobre PATRIMONIAL, DESVIO, APROPRIAÇÃO,
qualquer dado técnico que envolva obras públi- MALBARATAMENTO OU DILAPIDAÇÃO
cas ou qualquer outro serviço ou sobre quanti- DOS BENS OU HAVERES DAS ENTIDADES
dade, peso, REFERIDAS NO ART. 1º DESTA LEI, e nota-
medida, qualidade ou característica de merca- damente:
dorias ou bens fornecidos a qualquer das enti-
dades referidas
no art. 1º desta Lei I- Facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para
a indevida incorporação ao patrimônio particular,
VII- Adquirir, para si ou para outrem, no exer- de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas,
cício de mandato, de cargo, de emprego ou de de verbas ou de valores integrantes do acervo pa-
função pública, e trimonial das entidades referidas no art. 1º desta
em razão deles, bens de qualquer natureza, Lei;
decorrentes dos atos descritos no caput deste
artigo, cujo valor II- Permitir ou concorrer para que pessoa física ou
seja desproporcional à evolução do patrimônio jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou va-
ou à renda do agente público, assegurada a de- lores integrantes do acervo patrimonial das enti-
monstração dades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a ob-
pelo agente da licitude da origem dessa evolu- servância das formalidades legais ou regulamen-
ção; tares aplicáveis à espécie;
VIII- Aceitar emprego, comissão ou exercer III- Doar à pessoa física ou jurídica bem como ao
atividade de consultoria ou assessoramento ente despersonalizado, ainda que de fins educati-
para pessoa física ou vos ou assistências, bens, rendas, verbas ou va-
jurídica que tenha interesse suscetível de ser lores do patrimônio de qualquer das entidades
atingido ou amparado por ação ou omissão de- mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância
corrente das das formalidades legais e regulamentares aplicá-
atribuições do agente público, durante a ativi- veis à espécie;
dade; IV- Permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
IX- Perceber vantagem econômica para inter- locação de bem integrante do patrimônio de qual-
mediar a liberação ou aplicação de verba pú- quer das entidades referidas no art. 1º desta lei,
blica de qualquer ou ainda a prestação de serviço por parte delas,
natureza; por preço inferior ao de mercado;
X- Receber vantagem econômica de qualquer V- Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou lo-
natureza, direta ou indiretamente, para omitir cação de bem ou serviço por preço superior ao de
ato de ofício, mercado;
providência ou declaração a que esteja obri- VI- Realizar operação financeira sem observância
gado; das normas legais e regulamentares ou aceitar
XI- Incorporar, por qualquer forma, ao seu pa- garantia insuficiente ou inidônea;
trimônio bens, rendas, verbas ou valores inte-
grantes do acervo
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Dir eit o A dminist r at iv o

VII- Conceder benefício administrativo ou fis-


cal sem a observância das formalidades legais XVIII- Celebrar parcerias da administração
ou regulamentares aplicáveis à espécie; pública com entidades privadas sem a obser-
vância das formalidades legais ou regulamen-
VIII- Frustrar a licitude de processo licitatório
tares aplicáveis à espécie;
ou de processo seletivo para celebração de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, XIX- Agir para a configuração de ilícito na ce-
ou dispensá-los indevidamente, acarretando lebração, na fiscalização e na análise das
perda patrimonial efetiva; prestações de contas de parcerias firmadas
pela administração pública com entidades pri-
IX- Ordenar ou permitir a realização de des-
vadas;
pesas não autorizadas em lei ou regulamento;
XX- Liberar recursos de parcerias firmadas
X- Agir ilicitamente na arrecadação de tributo
pela administração pública com entidades pri-
ou de renda, bem como no que diz respeito à
vadas sem a estrita observância das normas
conservação do patrimônio público;
pertinentes ou influir de qualquer forma para
XI- Liberar verba pública sem a estrita obser- a sua aplicação irregular;
vância das normas pertinentes ou influir de
XXI- Revogado
qualquer forma para a sua aplicação irregu-
lar; XXII- Conceder, aplicar ou manter benefício
financeiro ou tributário contrário ao que dis-
XII- Permitir, facilitar ou concorrer para que
põem o caput e o § 1º. 8º-A da Lei Comple-
terceiro se enriqueça ilicitamente;
mentar nº 116, de 31 de julho de 2003;
XIII- Permitir que se utilize, em obra ou ser- Lei Complementar 116: O Imposto sobre ser-
viço particular, veículos, máquinas, equipa- viços (ISS) não terá alíquota mínima inferior
mentos ou material de qualquer natureza, de a 2% e não poderá haver isenção, incentivo
propriedade ou à disposição de qualquer das ou benefício que resulte em carga tributária
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, inferior a essa.
bem como o trabalho de servidor público, em-
pregados ou terceiros contratados por essas
entidades; § 1º - Nos casos em que a INOBSERVÂNCIA
XIV- Celebrar contrato ou outro instrumento DE FORMALIDADES LEGAIS OU REGULA-
que tenha por objeto a prestação de serviços MENTARES NÃO IMPLICAR PERDA PATRI-
públicos por meio da gestão associada sem MONIAL EFETIVA, NÃO OCORRERÁ IMPO-
observar as formalidades previstas na lei;
SIÇÃO DE RESSARCIMENTO, vedado o enri-
XV- Celebrar contrato de rateio de consórcio quecimento sem causa das entidades referidas
público sem suficiente e prévia dotação orça- no art. 1º desta Lei.
mentária, ou sem observar as formalidades
previstas na lei;
XVI- Facilitar ou concorrer, por qualquer § 2º - A MERA PERDA PATRIMONIAL decor-
forma, para a incorporação, ao patrimônio rente da atividade econômica NÃO ACARRE-
particular de pessoa física ou jurídica, de TARÁ IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA,
bens, rendas, verbas ou valores públicos SALVO SE COMPROVADO ATO DOLOSO pra-
transferidos pela administração pública a en- ticado com essa finalidade.
tidades privadas mediante celebração de par-
cerias, sem a observância das formalidades Art. 10º - (Revogado pela Lei nº 14.230, de
legais ou regulamentares aplicáveis à espé- 2021)
cie;
XVII- Permitir ou concorrer para que pessoa SEÇÃO III
física ou jurídica privada utilize bens, rendas, DOS ATOS DE IMPROBIDADE
verbas ou valores públicos transferidos pela ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM
administração pública a entidade privada me- CONTRA OS PRINCÍPIOS DA
diante celebração de parcerias, sem a obser-
vância das formalidades legais ou regulamen-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
tares aplicáveis à espécie;
Art. 11 - Constitui ato de improbidade admi-
nistrativa que atenta contra os princípios da ad-
ministração pública a AÇÃO OU OMISSÃO
DOLOSA QUE VIOLE OS DEVERES DE HO-
NESTIDADE, DE IMPARCIALIDADE E DE
108

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Direito Administrativo

LEGALIDADE, caracterizada por uma das se-


guintes condutas: XXII- Conceder, aplicar ou manter benefício
financeiro ou tributário contrário ao que dis-
I- Revogado; põem o caput e o § 1º. 8º-A da Lei Comple-
II- Revogado; mentar nº 116, de 31 de julho de 2003;
III- Revelar fato ou circunstância de que tem Lei Complementar 116: O Imposto sobre
ciência em razão das atribuições e que deva serviços (ISS) não terá alíquota mínima in-
permanecer em segredo, propiciando bene- ferior a 2% e não poderá
ficiamento por informação privilegiada ou haver isenção, incentivo ou benefício que re-
colocando em risco a segurança da socie- sulte em carga tributária inferior a essa.
dade e do Estado;
IV- negar publicidade aos atos oficiais, ex- § 1º - Nos termos da Convenção das
ceto em razão de sua imprescindibilidade Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada
para a segurança da sociedade e do Estado pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de
ou de outras hipóteses instituídas em lei 2006, SOMENTE HAVERÁ IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA, na aplicação deste artigo,
V- frustrar, em ofensa à imparcialidade, o
quando for comprovado na conduta funcional
caráter concorrencial de concurso público,
do agente PÚBLICO O FIM DE OBTER PRO-
de chamamento ou de procedimento licita-
VEITO OU BENEFÍCIO INDEVIDO PARA SI
tório, com vistas à obtenção de benefício
OU PARA OUTRA PESSOA OU ENTIDADE.
próprio, direto ou indireto, ou de terceiros;
VI- deixar de prestar contas quando esteja § 2º - Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo
obrigado a fazê-lo, desde que disponha das a quaisquer atos de improbidade administrativa
condições para isso, com vistas a ocultar ir- tipificados nesta Lei e em leis especiais e a
regularidades quaisquer outros tipos especiais de improbi-
VII- revelar ou permitir que chegue ao co- dade administrativa instituídos por lei.
nhecimento de terceiro, antes da respectiva
divulgação oficial, teor de medida política ou § 3º - O enquadramento de conduta funcional
econômica capaz de afetar o preço de mer- na categoria de que trata este artigo pressupõe
cadoria, bem ou serviço a DEMONSTRAÇÃO OBJETIVA DA PRÁTICA
DE ILEGALIDADE NO EXERCÍCIO DA FUN-
VIII- descumprir as normas relativas à ce- ÇÃO PÚBLICA, COM A INDICAÇÃO DAS
lebração, fiscalização e aprovação de contas NORMAS CONSTITUCIONAIS, LEGAIS OU
de parcerias firmadas pela administração INFRALEGAIS VIOLADAS.
pública com entidades privadas
§ 4º - Os atos de improbidade de que trata este
IX- Revogado
artigo EXIGEM LESIVIDADE RELEVANTE AO
X- Revogado BEM JURÍDICO TUTELADO para serem pas-
XI- nomear cônjuge, companheiro ou pa- síveis de sancionamento e INDEPENDEM DO
rente em linha reta, colateral ou por afini- RECONHECIMENTO DA PRODUÇÃO DE DA-
dade, até o terceiro grau, inclusive, da au- NOS AO ERÁRIO E DE ENRIQUECIMENTO
toridade nomeante ou de servidor da mesma ILÍCITO DOS AGENTES PÚBLICOS.
pessoa jurídica investido em cargo de dire-
ção, chefia ou assessoramento, para o exer- § 5º - NÃO SE CONFIGURARÁ IMPROBI-
cício de cargo em comissão ou de confiança DADE A MERA NOMEAÇÃO OU INDICAÇÃO
ou, ainda, de função gratificada na adminis- POLÍTICA POR PARTE DOS DETENTORES
tração pública direta e indireta em qualquer DE MANDATOS ELETIVOS, sendo necessária
dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- a aferição de dolo com finalidade ilícita por
trito Federal e dos Municípios, compreendido parte do agente.
o ajuste mediante designações recíprocas

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VERBOS USADOS EM CADA UM DOS ATOS DE IM- II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos
PROBIDADE bens ou valores acrescidos ilicitamente ao pa-
ENRIQUECIMENTO LESÃO AO VIOLAÇÃO trimônio, se concorrer esta circunstância, perda
ILÍCITO ERÁRIO AOS PRINCÍ- da função pública, suspensão dos direitos polí-
PIOS
ticos até 12 (doze) anos, pagamento de multa
RECEBER, FACILITAR, REVELAR,
PERCEBER, PERMITIR, NEGAR,
civil equivalente ao valor do dano e proibição
UTILIZAR, DOAR, DEIXAR, de contratar com o poder público ou de receber
ADQUIRIR, REALIZAR, DESCUM- benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
ACEITAR, CONCEDER, PRIR, direta ou indiretamente, ainda que por intermé-
INCORPORAR, ORDENAR, NOMEAR,
USAR. AGIR, PRATICAR.
dio de pessoa jurídica da qual seja sócio majo-
LIBERAR, ritário, pelo prazo não superior a 12 (doze)
CELEBRAR, anos;
FRUSTAR (é
usado só 1
vez no caso LESÃO AO ERÁRIO
do art. 11: Perda de bens ou valores
frustrar o ca-
ráter concor- Perda da função pública
rencial de
concurso
Suspensão dos direitos políticos- até 12
público e lici- anos
tação) Multa civil- valor do dano
Proibição de contratar com poder pú-
blico- não superior a 12 anos
CAPÍTULO III
DAS PENAS III - na hipótese do art. 11 desta Lei, paga-
mento de multa civil de até 24 (vinte e quatro)
Art. 12 - Independentemente do ressarci- vezes o valor da remuneração percebida pelo
mento integral do dano patrimonial, se efetivo, agente e proibição de contratar com o poder
e das sanções penais comuns e de responsabi- público ou de receber benefícios ou incentivos
lidade, civis e administrativas previstas na le- fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
gislação específica, está o responsável pelo ato ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
de improbidade sujeito às seguintes comina- qual seja sócio majoritário, pelo prazo não su-
ções, que podem ser aplicadas ISOLADA OU perior a 4 (quatro) anos;
CUMULATIVAMENTE, DE ACORDO COM A
GRAVIDADE DO FATO: ATENTAM CONTRA PRINCÍ-
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos PIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
bens ou valores acrescidos ilicitamente ao pa-
Multa civil- até 24 vezes o valor da re-
trimônio, perda da função pública, suspensão
muneração recebida pelo agente
dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pa-
gamento de multa civil equivalente ao valor do Proibição de contratar com poder pú-
acréscimo patrimonial e proibição de contratar blico- não superior a 4 anos
com o poder público ou de receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in- § 1º - A sanção de perda da FUNÇÃO PÚ-
diretamente, ainda que por intermédio de pes- BLICA ATINGE APENAS O VÍNCULO DE
soa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo MESMA QUALIDADE E NATUREZA QUE O
prazo não superior a 14 (catorze) anos; AGENTE PÚBLICO OU POLÍTICO DETINHA
COM O PODER PÚBLICO NA ÉPOCA DO CO-
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO METIMENTO DA INFRAÇÃO, podendo o ma-
gistrado, na hipótese de enriquecimento ilícito
Perda de bens ou valores
e EM CARÁTER EXCEPCIONAL, ESTENDÊ-
Perda da função pública LA AOS DEMAIS VÍNCULOS, consideradas as
Suspensão dos direitos políticos- até 14 circunstâncias do caso e a gravidade da infra-
anos ção.
Multa civil- valor do acréscimo patrimo-
nial § 2º - A MULTA PODE SER AUMENTADA ATÉ
O DOBRO, se o juiz considerar que, em virtude
Proibição de contratar com poder pú-
da SITUAÇÃO ECONÔMICA DO RÉU, o valor
blico- não superior a 14 anos

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Direito Administrativo

calculado na forma dos incisos I, II e III do ca- § 10 - Para efeitos de contagem do prazo da
put deste artigo é ineficaz para reprovação e sanção de suspensão dos direitos políticos,
prevenção do ato de improbidade. computar-se-á retroativamente o intervalo de
tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em
§ 3º - Na responsabilização da pessoa jurídica, julgado da sentença condenatória.
DEVERÃO SER CONSIDERADOS OS EFEI-
TOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DAS SAN- CAPÍTULO IV
ÇÕES, DE MODO A VIABILIZAR A MANU- DA DECLARAÇÃO DE BENS
TENÇÃO DE SUAS ATIVIDADES.

§ 4º - EM CARÁTER EXCEPCIONAL e por mo- Art. 13 - A POSSE E O EXERCÍCIO de agente


tivos relevantes devidamente justificados, A público ficam condicionados à apresentação de
SANÇÃO DE PROIBIÇÃO DE CONTRATA- DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA E
ÇÃO COM O PODER PÚBLICO PODE EXTRA- PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA,
POLAR O ENTE PÚBLICO LESADO PELO que tenha sido apresentada à Secretaria Espe-
ATO DE IMPROBIDADE, observados os im- cial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser
pactos econômicos e sociais das sanções, de arquivada no serviço de pessoal competente.
forma a preservar a função social da pessoa ju-
rídica, conforme disposto no § 3º deste artigo. § 1º - (Revogado).

§ 5º - No caso de atos de MENOR OFENSA § 2º - A declaração de bens a que se refere


AOS BENS JURÍDICOS TUTELADOS POR o caput deste artigo será ATUALIZADA ANU-
ESTA LEI, A SANÇÃO LIMITAR-SE-Á À ALMENTE e na DATA EM QUE O AGENTE PÚ-
APLICAÇÃO DE MULTA, SEM PREJUÍZO DO BLICO DEIXAR O EXERCÍCIO do mandato,
RESSARCIMENTO DO DANO E DA PERDA do cargo, do emprego ou da função.
DOS VALORES OBTIDOS, quando for o caso,
nos termos do caput deste artigo. § 3º - Será apenado com a PENA DE DEMIS-
SÃO, sem prejuízo de outras sanções cabíveis,
§ 6º - Se ocorrer lesão ao patrimônio público, o agente público que se RECUSAR A PRESTAR
a reparação do dano a que se refere esta Lei A DECLARAÇÃO dos bens a que se refere
DEVERÁ DEDUZIR O RESSARCIMENTO o caput deste artigo dentro do prazo determi-
OCORRIDO NAS INSTÂNCIAS CRIMINAL, nado OU QUE PRESTAR DECLARAÇÃO
CIVIL E ADMINISTRATIVA que tiver por ob- FALSA.
jeto os mesmos fatos.
§ 4º - (Revogado).
§ 7º - As sanções aplicadas a pessoas jurídicas
com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º CAPÍTULO V
de agosto de 2013, deverão observar o princí- DO PROCEDIMENTO ADMINISTRA-
pio constitucional do non bis in idem. TIVO E DO PROCESSO JUDICIAL

Non bis in idem: O mesmo fato não pode Art. 14 - Qualquer pessoa poderá representar
ser punido duas vezes. Foi punido pela Lei n° à autoridade administrativa competente para
12.846, não pode ser punido pelo mesmo que seja instaurada investigação destinada a
fato nos termos da Lei n° 8.429. apurar a prática de ato de improbidade.

§ 8º - A sanção de proibição de contratação § 1º - A representação, que será escrita ou re-


com o poder público deverá constar do Cadas- duzida a termo e assinada, conterá a qualifica-
tro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspen- ção do representante, as informações sobre o
sas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º fato e sua autoria e a indicação das provas de
de agosto de 2013, observadas as limitações que tenha conhecimento.
territoriais contidas em decisão judicial, con-
forme disposto no § 4º deste artigo. § 2º - A autoridade administrativa rejeitará a
representação, em despacho fundamentado, se
§ 9º - As sanções previstas neste artigo SO- esta não contiver as formalidades estabelecidas
MENTE PODERÃO SER EXECUTADAS APÓS no § 1º deste artigo. A REJEIÇÃO NÃO IM-
O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA PEDE A REPRESENTAÇÃO AO MINISTÉRIO
CONDENATÓRIA. PÚBLICO, nos termos do art. 22 desta lei.

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§ 3º - Atendidos os requisitos da representa- respectivos elementos de instrução, APÓS A


ção, a autoridade determinará a imediata apu- OITIVA DO RÉU EM 5 (CINCO) DIAS.
ração dos fatos, observada a legislação que re-
gula o processo administrativo disciplinar apli- § 4º - A indisponibilidade de bens PODERÁ
cável ao agente. SER DECRETADA SEM A OITIVA PRÉVIA
DO RÉU, sempre que o CONTRADITÓRIO
Art. 15 - A COMISSÃO PROCESSANTE DARÁ PRÉVIO PUDER COMPROVADAMENTE
CONHECIMENTO AO MINISTÉRIO PÚ- FRUSTRAR A EFETIVIDADE DA MEDIDA ou
BLICO E AO TRIBUNAL OU CONSELHO DE houver outras circunstâncias que recomendem
CONTAS da EXISTÊNCIA DE PROCEDI- a proteção liminar, NÃO PODENDO A URGÊN-
MENTO ADMINISTRATIVO para apurar a CIA SER PRESUMIDA.
prática de ato de improbidade.
§ 5º - Se houver mais de um réu na ação, a
Parágrafo único - O Ministério Público ou Tri- SOMATÓRIA DOS VALORES DECLARADOS
bunal ou Conselho de Contas PODERÁ, a re- INDISPONÍVEIS NÃO PODERÁ SUPERAR O
querimento, designar representante para MONTANTE INDICADO NA PETIÇÃO INI-
acompanhar o procedimento administrativo. CIAL COMO DANO AO ERÁRIO OU COMO
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO.
Art. 16 - Na ação por improbidade administra-
tiva poderá ser formulado, EM CARÁTER AN- § 6º - O valor da indisponibilidade considerará
TECEDENTE OU INCIDENTE, PEDIDO DE a estimativa de dano indicada na petição inicial,
INDISPONIBILIDADE DE BENS DOS RÉUS, PERMITIDA A SUA SUBSTITUIÇÃO POR
a fim de GARANTIR A INTEGRAL RECOMPO- CAUÇÃO IDÔNEA, POR FIANÇA BANCÁRIA
SIÇÃO DO ERÁRIO OU DO ACRÉSCIMO PA- OU POR SEGURO-GARANTIA JUDICIAL, a
TRIMONIAL resultante de enriquecimento ilí- requerimento do réu, bem como a sua reade-
cito. quação durante a instrução do processo.

§ 1º - (Revogado). § 7º - A indisponibilidade de bens de terceiro


DEPENDERÁ DA DEMONSTRAÇÃO DA SUA
§ 1º - A O pedido de indisponibilidade de bens EFETIVA CONCORRÊNCIA PARA OS ATOS
a que se refere o caput deste artigo poderá ser ILÍCITOS APURADOS OU, QUANDO SE
formulado INDEPENDENTEMENTE DA RE- TRATAR DE PESSOA JURÍDICA, DA INS-
PRESENTAÇÃO de que trata o art. 7º desta TAURAÇÃO DE INCIDENTE DE DESCONSI-
Lei. DERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA,
a ser processado na forma da lei processual.
Art. 7º - Se houver indícios de ato de im-
probidade, a autoridade que conhecer dos § 8º - Aplica-se à indisponibilidade de bens re-
fatos representará ao gida por esta Lei, no que for cabível, o regime
Ministério Público competente, para as pro- da tutela provisória de urgência da Lei nº
vidências necessárias. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil).
§ 2º - Quando for o caso, o pedido de indispo-
§ 9º - Da DECISÃO QUE DEFERIR OU INDE-
nibilidade de bens a que se refere o caput deste
FERIR A MEDIDA relativa à indisponibilidade
artigo INCLUIRÁ A INVESTIGAÇÃO, O
de bens CABERÁ AGRAVO DE INSTRU-
EXAME E O BLOQUEIO DE BENS, CONTAS
MENTO, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de
BANCÁRIAS E APLICAÇÕES FINANCEIRAS
março de 2015 (Código de Processo Civil).
MANTIDAS PELO INDICIADO NO EXTE-
RIOR, nos termos da lei e dos tratados inter-
§ 10 - A indisponibilidade recairá sobre BENS
nacionais.
QUE ASSEGUREM EXCLUSIVAMENTE O IN-
TEGRAL RESSARCIMENTO DO DANO AO
§ 3º - O pedido de indisponibilidade de bens a
ERÁRIO, SEM INCIDIR SOBRE OS VALO-
que se refere o caput deste artigo apenas será
RES A SEREM EVENTUALMENTE APLICA-
deferido mediante a DEMONSTRAÇÃO NO
DOS A TÍTULO DE MULTA CIVIL OU SOBRE
CASO CONCRETO DE PERIGO DE DANO IR-
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL DECORRENTE
REPARÁVEL OU DE RISCO AO RESULTADO
DE ATIVIDADE LÍCITA.
ÚTIL DO PROCESSO, desde que o juiz se con-
vença da probabilidade da ocorrência dos atos
descritos na petição inicial com fundamento nos
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§ 11 - A ordem de indisponibilidade de bens § 5º - A propositura da ação a que se refere


deverá PRIORIZAR: o caput deste artigo PREVENIRÁ A COMPE-
TÊNCIA do juízo para todas as ações posteri-
Veículos de via terrestre; ormente intentadas que possuam a MESMA
CAUSA DE PEDIR OU O MESMO OBJETO.
Bens imóveis;
§ 6º - A petição inicial observará o seguinte:
Bens móveis em geral;
Semoventes; I- Deverá individualizar a conduta do réu e
apontar os elementos probatórios mínimos
Navios e aeronaves; que demonstrem a
Ações e quotas de sociedades simples e em- ocorrência das hipóteses dos arts. 9º, 10 e
presárias; 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossi-
bilidade devidamente fundamentada;
Pedras e metais preciosos;
II- Será instruída com documentos ou justi-
Bloqueio de contas bancárias, de forma a ga-
ficação que contenham indícios suficientes
rantir a subsistência do acusado e a
da veracidade dos
manutenção da atividade empresária ao
fatos e do dolo imputado ou com razões fun-
longo do processo.
damentadas da impossibilidade de apresen-
tação de qualquer
§ 12 - O juiz, ao apreciar o pedido de indispo- dessas provas, observada a legislação vi-
nibilidade de bens do réu a que se refere o ca- gente, inclusive as disposições constantes do
put deste artigo, observará OS EFEITOS PRÁ- art. 77 e 80 do Código
TICOS DA DECISÃO, VEDADA A ADOÇÃO de Processo Civil.
DE MEDIDA CAPAZ DE ACARRETAR PREJU-
ÍZO À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLI-
§ 6º-A - O Ministério Público poderá requerer
COS.
as tutelas provisórias adequadas e necessárias,
nos termos dos arts. 294 a 310 da Lei nº
§ 13 - É VEDADA a decretação de indisponibi-
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
lidade da quantia DE ATÉ 40 (QUARENTA)
Processo Civil
SALÁRIOS MÍNIMOS DEPOSITADOS EM
CADERNETA DE POUPANÇA, EM OUTRAS
§ 6º-B - A petição inicial será rejeitada nos ca-
APLICAÇÕES FINANCEIRAS OU EM CON-
sos do art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de
TRACORRENTE.
março de 2015 (Código de Processo Civil), bem
como quando não preenchidos os requisitos a
§ 14 - É VEDADA A DECRETAÇÃO DE IN-
que se referem os incisos I e II do § 6º deste
DISPONIBILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA do
artigo, ou ainda quando manifestamente ine-
réu, SALVO se comprovado que o IMÓVEL
xistente o ato de improbidade imputado.
SEJA FRUTO DE VANTAGEM PATRIMONIAL
INDEVIDA, conforme descrito no art. 9º desta
§ 7º - Se a petição inicial estiver em devida
Lei.
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a
citação dos requeridos para que a CONTESTEM
Art. 17 - A ação para a aplicação das sanções
NO PRAZO COMUM DE 30 (TRINTA) DIAS,
de que trata esta Lei SERÁ PROPOSTA PELO
iniciado o prazo na forma do art. 231 da Lei nº
MINISTÉRIO PÚBLICO e seguirá o procedi-
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
mento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16
Processo Civil).
de março de 2015 (Código de Processo Civil),
salvo o disposto nesta Lei.
§ 8º - (Revogado).
§ 9º - (Revogado).
§ 1º - (Revogado).
§ 2º - (Revogado).
§ 9º-A - Da decisão que REJEITAR QUES-
§ 3º - (Revogado).
TÕES PRELIMINARES suscitadas pelo réu em
§ 4º - (Revogado).
sua contestação CABERÁ AGRAVO DE INS-
TRUMENTO.
§ 4º-A - A ação a que se refere o caput deste
artigo deverá ser proposta perante o FORO DO
§ 10 - (Revogado).
LOCAL ONDE OCORRER O DANO OU DA
PESSOA JURÍDICA PREJUDICADA.

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§ 10-A - Havendo a possibilidade de SOLUÇÃO caso queira, intervir no processo.


CONSENSUAL, poderão as partes requerer ao
juiz a INTERRUPÇÃO DO PRAZO PARA A § 15 - Se a imputação envolver a desconside-
CONTESTAÇÃO, por PRAZO NÃO SUPERIOR ração de pessoa jurídica, serão observadas as-
A 90 (NOVENTA) DIAS. regras previstas nos arts.
133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº 13.105, de
§ 10-B - Oferecida a contestação e, se for o 16 de março de 2015 (Código de Processo Ci-
caso, ouvido o autor, o juiz: vil).

I-Procederá ao julgamento conforme o es- § 16 - A qualquer momento, se o magistrado


tado do processo, observada a eventual ine- identificar a existência de ilegalidades ou de ir-
xistência manifesta regularidades administrativas a serem sanadas
do ato de improbidade; sem que estejam presentes todos os requisitos
para a imposição das sanções aos agentes in-
II- Poderá desmembrar o litisconsórcio, com
cluídos no polo passivo da demanda, PODERÁ,
vistas a otimizar a instrução processual.
EM DECISÃO MOTIVADA, CONVERTER A
AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRA-
§ 10-C - Após a réplica do Ministério Público, o TIVA EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA, regulada
juiz proferirá decisão na qual indicará com pre- pela Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
cisão a tipificação do ato de improbidade admi-
nistrativa imputável ao réu, SENDO-LHE VE- § 17 - Da decisão que converter a ação de im-
DADO MODIFICAR O FATO PRINCIPAL E A probidade em ação civil pública CABERÁ
CAPITULAÇÃO LEGAL APRESENTADA PELO AGRAVO DE INSTRUMENTO.
AUTOR.
§ 18 - Ao réu será assegurado o direito de ser
§ 10-D - Para cada ato de improbidade admi- interrogado sobre os fatos de que trata a ação,
nistrativa, deverá necessariamente ser INDI- e a sua RECUSA OU O SEU SILÊNCIO NÃO
CADO APENAS UM TIPO dentre aqueles pre- IMPLICARÃO CONFISSÃO.
vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei.
§ 19 - NÃO SE APLICAM na ação de improbi-
Artigo 9 Artigo 10 Artigo 11 dade administrativa:
Enriqueci- Lesão ao Violação aos
mento ilícito erário princípios I- A PRESUNÇÃO DE VERACIDADE dos fa-
tos alegados pelo autor EM CASO DE REVE-
§ 10-E - Proferida a decisão referida no § 10- LIA;
C deste artigo, as partes serão intimadas a es- II- A imposição de ônus ao réu, na forma dos
pecificar as provas que pretendem produzir. §§ 1º e 2º do art. 373 do Código de Processo
Civil;
§ 10-F - SERÁ NULA A DECISÃO de mérito III- O ajuizamento de MAIS DE UMA AÇÃO
total ou parcial da ação de improbidade admi- de improbidade administrativa PELO
nistrativa que: MESMO FATO,
competindo ao Conselho Nacional do Minis-
I- Condenar o requerido POR TIPO DI- tério Público dirimir conflitos de atribuições
VERSO daquele definido na petição inicial; entre membros
II- Condenar o requerido SEM A PRODU- de Ministérios Públicos distintos;
ÇÃO DAS PROVAS por ele tempestiva- IV- O REEXAME OBRIGATÓRIO da sen-
mente especificadas. tença de IMPROCEDÊNCIA OU DE EXTIN-
ÇÃO SEM
§ 11 - Em qualquer momento do processo, ve- RESOLUÇÃO DE MÉRITO.
rificada a inexistência do ato de improbidade, o
juiz julgará a demanda improcedente. § 20 - A ASSESSORIA JURÍDICA que emitiu
o parecer atestando a legalidade prévia dos
§ 12 - (Revogado). atos administrativos praticados pelo adminis-
§ 13 - (Revogado). trador público FICARÁ OBRIGADA A DE-
FENDÊ-LO JUDICIALMENTE, caso este ve-
§ 14 - Sem prejuízo da citação dos réus, a pes- nha a responder ação por improbidade admi-
soa jurídica interessada será intimada para, nistrativa, até que a decisão transite em
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julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º - Para fins de apuração do valor do dano
a ser ressarcido, deverá ser realizada a OI-
§ 21 - Das decisões interlocutórias caberá TIVA DO TRIBUNAL DE CONTAS COMPE-
agravo de instrumento, inclusive da decisão TENTE, que se manifestará, com indicação dos
que rejeitar questões preliminares susci- parâmetros utilizados, no PRAZO DE 90 (NO-
tadas pelo réu em sua contesta- VENTA) DIAS.
ção. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º - O acordo a que se refere o caput deste
Art. 17-A - (VETADO): artigo poderá ser celebrado:
I - (VETADO);
II - (VETADO); No curso da investigação de apuração do ilí-
III - (VETADO). cito;
§ 1º - (VETADO).
No curso da ação de improbidade;
§ 2º - (VETADO).
§ 3º - (VETADO). No momento de execução da sentença con-
§ 4º - (VETADO). denatória.
§ 5º - (VETADO).
§ 5º - As negociações para a celebração do
Art. 17-B - O Ministério Público poderá, con- acordo a que se refere o caput deste artigo
forme as circunstâncias do caso concreto, CE- ocorrerão entre o MINISTÉRIO PÚBLICO, DE
LEBRAR ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO UM LADO, E, DE OUTRO, O INVESTIGADO
CIVIL, desde que dele advenham, ao menos, OU DEMANDADO E O SEU DEFENSOR.
os seguintes resultados:
§ 6º - O acordo a que se refere o caput deste
I- O integral ressarcimento do dano; artigo poderá contemplar a adoção de mecanis-
mos e procedimentos internos de integridade,
II-A reversão à pessoa jurídica lesada da
de auditoria e de incentivo à denúncia de irre-
vantagem indevida obtida, ainda que ori-
gularidades e a aplicação efetiva de códigos de
unda de agentes privados.
ética e de conduta no âmbito da pessoa jurí-
dica, se for o caso, bem como de outras medi-
§ 1º - A celebração do acordo a que se refere das em favor do interesse público e de boas
o caput deste artigo dependerá, CUMULATI- práticas administrativas.
VAMENTE:
§ 7º - Em caso DE DESCUMPRIMENTO DO
I- Da oitiva do ente federativo lesado, em ACORDO a que se refere o caput deste artigo,
momento anterior ou posterior à propositura o investigado ou o demandado ficará IMPE-
da ação; DIDO DE CELEBRAR NOVO ACORDO pelo
II- De aprovação, no prazo de até 60 (ses- PRAZO DE 5 (CINCO) ANOS, CONTADO DO
senta) dias, pelo órgão do Ministério Público CONHECIMENTO PELO MINISTÉRIO PÚ-
competente para BLICO DO EFETIVO DESCUMPRIMENTO.
apreciar as promoções de arquivamento de
inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento Art. 17-C - A sentença proferida nos processos
da ação; a que se refere esta Lei deverá, além de obser-
var o disposto no art. 489 da Lei nº 13.105, de
III- De homologação judicial, independente-
16 de março de 2015 (Código de Processo Ci-
mente de o acordo ocorrer antes ou depois
vil):
do ajuizamento da
ação de improbidade administrativa. I- Indicar de modo preciso os fundamentos
que demonstram os elementos a que se re-
ferem os arts. 9º, 10 e
§ 2º - Em qualquer caso, a celebração do
11 desta Lei, que não podem ser presumi-
acordo a que se refere o caput deste artigo
dos;
considerará a:
II- Considerar as consequências práticas da
Personalidade do agente;
decisão, sempre que decidir com base em
A natureza, as circunstâncias, a gravidade e valores jurídicos
a repercussão social do ato de improbidade; abstratos;
As vantagens, para o interesse público, da
rápida solução do caso.

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III- Considerar os obstáculos e as dificulda- Parágrafo único - Ressalvado o disposto


des reais do gestor e as exigências das polí- nesta Lei, o controle de legalidade de políticas
ticas públicas a seu públicas e a responsabilidade de agentes públi-
cargo, sem prejuízo dos direitos dos admi- cos, inclusive políticos, entes públicos e gover-
nistrados e das circunstâncias práticas que namentais, por danos ao meio ambiente, ao
houverem imposto, consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
limitado ou condicionado a ação do agente; estético, histórico, turístico e paisagístico, a
qualquer outro interesse difuso ou coletivo, à
IV- Considerar, para a aplicação das san-
ordem econômica, à ordem urbanística, à honra
ções, de forma isolada ou cumulativa:
e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou re-
Os princípios da proporcionalidade e razoa-
ligiosos e ao patrimônio público e social subme-
bilidade
tem-se aos termos da Lei nº 7.347, de 24 de
a natureza, a gravidade e o impacto da in-
julho de 1985. (Lei de Ação Civil Pública)
fração cometida
a extensão do dano causado
Art. 18 - A sentença que julgar procedente a
o proveito patrimonial obtido pelo agente
ação fundada em ENRIQUECIMENTO ILÍ-
as circunstâncias agravantes ou atenuantes
CITO E LESÃO AO ERÁRIO CONDENARÁ AO
a atuação do agente em minorar os prejuízos
RESSARCIMENTO DOS DANOS E À PERDA
e as consequências advindas de sua conduta
OU À REVERSÃO DOS BENS E VALORES
omissiva ou comissiva
ILICITAMENTE ADQUIRIDOS, conforme o
os antecedentes do agente
caso, em FAVOR DA PESSOA JURÍDICA
V- Considerar na aplicação das sanções a do- PREJUDICADA PELO ILÍCITO.
simetria das sanções relativas ao mesmo
fato já aplicadas ao § 1º - Se houver necessidade de liquidação do
agente; dano, a pessoa jurídica prejudicada procederá
VI- Considerar, na fixação das penas relati- a essa determinação e ao ulterior procedimento
vamente ao terceiro, quando for o caso, a para cumprimento da sentença referente ao
sua atuação específica, ressarcimento do patrimônio público ou à perda
não admitida a sua responsabilização por ou à reversão dos bens.
ações ou omissões para as quais não tiver
concorrido ou das quais § 2º - Caso a pessoa jurídica prejudicada não
não tiver obtido vantagens patrimoniais in- adote as providências a que se refere o § 1º
devidas. deste artigo no PRAZO DE 6 (SEIS) MESES,
contado do trânsito em julgado da sentença de
§ 1º - A ILEGALIDADE SEM A PRESENÇA DE procedência da ação, CABERÁ AO MINISTÉ-
DOLO QUE A QUALIFIQUE NÃO CONFI- RIO PÚBLICO PROCEDER À RESPECTIVA
GURA ATO DE IMPROBIDADE. LIQUIDAÇÃO DO DANO E AO CUMPRI-
MENTO DA SENTENÇA referente ao ressarci-
§ 2º - Na hipótese de litisconsórcio passivo, a mento do patrimônio público ou à perda ou à
condenação ocorrerá no limite da participação reversão dos bens, sem prejuízo de eventual
e dos benefícios diretos, VEDADA QUALQUER responsabilização pela omissão verificada.
SOLIDARIEDADE.
§ 3º - Para fins de apuração do valor do res-
§ 3º - NÃO HAVERÁ REMESSA NECESSÁRIA sarcimento, deverão ser DESCONTADOS OS
NAS SENTENÇAS de que trata esta Lei. SERVIÇOS EFETIVAMENTE PRESTADOS.
§ 4º - O juiz poderá autorizar o PARCELA-
Art. 17-D - A ação por improbidade adminis- MENTO, EM ATÉ 48 (QUARENTA E OITO)
trativa é REPRESSIVA, DE CARÁTER SANCI- PARCELAS MENSAIS corrigidas monetaria-
ONATÓRIO, destinada à aplicação de sanções mente, do débito resultante de condenação
de caráter pessoal previstas nesta Lei, e NÃO pela prática de improbidade administrativa se o
CONSTITUI AÇÃO CIVIL, VEDADO SEU réu demonstrar INCAPACIDADE FINAN-
AJUIZAMENTO PARA O CONTROLE DE LE- CEIRA DE SALDÁ-LO DE IMEDIATO.
GALIDADE DE POLÍTICAS PÚBLICAS E
PARA A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚ- Art. 18-A - A requerimento do réu, na fase de
BLICO E SOCIAL, DO MEIO AMBIENTE E DE cumprimento da sentença, o juiz unificará
OUTROS INTERESSES DIFUSOS, COLETI- eventuais sanções aplicadas com outras já im-
VOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. postas em outros processos, tendo em vista a

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eventual continuidade de ilícito ou a prática de I- Da efetiva ocorrência de dano ao patrimô-


diversas ilicitudes, observado o seguinte: nio público, salvo quanto à pena de ressarci-
mento e lesão ao Erário;
I- No caso de continuidade de ilícito, o juiz II- Da aprovação ou rejeição das contas pelo
promoverá a maior sanção aplicada, AU- órgão de controle interno ou Tribunal de
MENTADA DE 1/3, ou a Contas.
soma das penas, o que for mais benéfico ao
réu;
§ 1º - Os atos do órgão de controle interno ou
II- No caso de prática de novos atos ilícitos externo serão considerados pelo juiz quando ti-
pelo mesmo sujeito, o juiz SOMARÁ AS verem servido de fundamento para a conduta
SANÇÕES. do agente público.

Parágrafo único - As sanções de SUSPEN- § 2º - As provas produzidas perante os órgãos


SÃO DE DIREITOS POLÍTICOS E DE PROI- de controle e as correspondentes decisões de-
BIÇÃO DE CONTRATAR ou de receber incen- verão ser consideradas na formação da convic-
tivos fiscais ou creditícios do PODER PÚBLICO ção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do
observarão o LIMITE MÁXIMO DE 20 dolo na conduta do agente.
(VINTE) ANOS.
§ 3º - As sentenças civis e penais produzirão
CAPÍTULO VI efeitos em relação à ação de improbidade
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS quando concluírem pela INEXISTÊNCIA DA
CONDUTA OU PELA NEGATIVA DA AUTO-
RIA.
Art. 19 - Constitui CRIME A REPRESENTA-
ÇÃO por ato de improbidade contra agente pú- § 4º - A ABSOLVIÇÃO CRIMINAL em ação
blico ou terceiro beneficiário, QUANDO O AU- que discuta os mesmos fatos, confirmada por
TOR DA DENÚNCIA O SABE INOCENTE. decisão colegiada, IMPEDE O TRÂMITE DA
Pena: DETENÇÃO de seis a dez meses E AÇÃO DA QUAL TRATA ESTA Lei, HAVENDO
MULTA. COMUNICAÇÃO COM TODOS OS FUNDA-
MENTOS DE ABSOLVIÇÃO previstos no art.
Parágrafo único - Além da sanção penal, o 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro
denunciante está sujeito a INDENIZAR O DE- de 1941 (Código de Processo Penal).
NUNCIADO PELOS DANOS MATERIAIS,
MORAIS OU À IMAGEM QUE HOUVER PRO- § 5º - Sanções eventualmente aplicadas em
VOCADO. outras esferas deverão ser compensadas com
as sanções aplicadas nos termos desta Lei.
Art. 20 - A PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA E
A SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS Art. 22 - Para apurar qualquer ilícito previsto
SÓ SE EFETIVAM COM O TRÂNSITO EM nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a re-
JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. querimento de autoridade administrativa ou
mediante representação formulada de acordo
§ 1º - A AUTORIDADE JUDICIAL COMPE- com o disposto no art. 14 desta Lei, PODERÁ
TENTE PODERÁ DETERMINAR O AFASTA- INSTAURAR INQUÉRITO CIVIL OU PROCE-
MENTO DO AGENTE PÚBLICO do exercício do DIMENTO INVESTIGATIVO ASSEMELHADO
cargo, do emprego ou da função, SEM PREJU- E REQUISITAR A INSTAURAÇÃO DE IN-
ÍZO DA REMUNERAÇÃO, quando a medida for QUÉRITO POLICIAL.
necessária à instrução processual ou para evi-
tar a iminente prática de novos ilícitos. Parágrafo único - Na apuração dos ilícitos
previstos nesta Lei, será garantido ao investi-
§ 2º - O afastamento previsto no § 1º deste gado a oportunidade de manifestação por es-
artigo SERÁ DE ATÉ 90 (NOVENTA) DIAS, crito e de juntada de documentos que compro-
PRORROGÁVEIS UMA ÚNICA VEZ POR vem suas alegações e auxiliem na elucidação
IGUAL PRAZO, mediante decisão motivada. dos fatos.
Art. 21 - A aplicação das sanções previstas
nesta lei INDEPENDE:

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CAPÍTULO VII condenatório ou que reforma acórdãos de


DA PRESCRIÇÃO improcedência;
V- pela publicação de decisão ou acórdão do
Art. 23 - A ação para a aplicação das sanções Supremo Tribunal Federal que confirma
previstas nesta Lei PRESCREVE EM 8 (OITO) acórdão condenatório
ANOS, CONTADOS A PARTIR DA OCOR- ou que reforma acórdão de improcedência.
RÊNCIA DO FATO OU, NO CASO DE INFRA-
ÇÕES PERMANENTES, DO DIA EM QUE CES- § 5º - Interrompida a prescrição, O PRAZO
SOU A PERMANÊNCIA. RECOMEÇA A CORRER DO DIA DA INTER-
RUPÇÃO, PELA METADE do prazo previsto
I - (revogado); no caput deste artigo.
II - (revogado);
III - (revogado); § 6º - A suspensão e a interrupção da prescri-
ção produzem efeitos relativamente a TODOS
§ 1º - A INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO CI- OS QUE CONCORRERAM PARA A PRÁTICA
VIL OU DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DO ATO DE IMPROBIDADE.
PARA APURAÇÃO DOS ILÍCITOS referidos
nesta Lei SUSPENDE O CURSO DO PRAZO § 7º - Nos atos de improbidade conexos que
PRESCRICIONAL por, NO MÁXIMO, 180 sejam objeto do mesmo processo, A SUSPEN-
(CENTO E OITENTA) DIAS CORRIDOS, RE- SÃO E A INTERRUPÇÃO RELATIVAS A
COMEÇANDO A CORRER APÓS A SUA CON- QUALQUER DELES ESTENDEM-SE AOS DE-
CLUSÃO OU, CASO NÃO CONCLUÍDO O MAIS.
PROCESSO, ESGOTADO O PRAZO DE SUS-
PENSÃO. § 8º - O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o
Ministério Público, deverá, de ofício ou a reque-
§ 2º - O INQUÉRITO CIVIL para apuração do rimento da parte interessada, reconhecer a
ato de improbidade SERÁ CONCLUÍDO NO prescrição intercorrente da pretensão sancio-
PRAZO DE 365 (TREZENTOS E SESSENTA E nadora e decretá-la de imediato, caso, entre os
CINCO) DIAS CORRIDOS, PRORROGÁVEL marcos interruptivos referidos no § 4º, trans-
UMA ÚNICA VEZ POR IGUAL PERÍODO, me- corra o prazo previsto no § 5º deste artigo.
diante ato fundamentado submetido à revisão
da instância competente do órgão ministerial, Art. 23-A - É DEVER DO PODER PÚBLICO
conforme dispuser a respectiva lei orgânica. OFERECER CONTÍNUA CAPACITAÇÃO AOS
AGENTES PÚBLICOS E POLÍTICOS que
§ 3º - Encerrado o prazo previsto no § 2º deste atuem com prevenção ou repressão de atos de
artigo, a AÇÃO DEVERÁ SER PROPOSTA NO improbidade administrativa.
PRAZO DE 30 (TRINTA) DIAS, SE NÃO FOR
CASO DE ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO Art. 23-B - Nas ações e nos acordos regidos
CIVIL. por esta Lei, NÃO HAVERÁ ADIANTAMENTO
DE CUSTAS, DE PREPARO, DE EMOLUMEN-
§ 4º - O PRAZO DA PRESCRIÇÃO referido TOS, DE HONORÁRIOS PERICIAIS E DE
no caput deste artigo INTERROMPE-SE: QUAISQUER OUTRAS DESPESAS.

I- Pelo ajuizamento da ação de improbidade § 1º - No caso de procedência da ação, as cus-


administrativa; tas e as demais despesas processuais serão pa-
II- Pela publicação da sentença condenató- gas ao final.
ria;
§ 2º - HAVERÁ CONDENAÇÃO EM HONORÁ-
III- Pela publicação de decisão ou acórdão RIOS SUCUMBENCIAIS EM CASO DE IM-
de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional PROCEDÊNCIA DA AÇÃO DE IMPROBI-
Federal que confirma DADE SE COMPROVADA MÁ-FÉ.
Sentença condenatória ou que reforma sen-
tença de improcedência; Art. 23-C - Atos que ensejem enriquecimento
IV- Pela publicação de decisão ou acórdão do ilícito, perda patrimonial, desvio, apropriação,
Superior Tribunal de Justiça que confirma malbaratamento ou dilapidação de recursos pú-
acórdão

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Direito Administrativo

blicos dos partidos políticos, ou de suas funda-


ções, serão responsabilizados nos termos
da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.

CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24 - Esta lei entra em vigor na data de sua


publicação.

Art. 25 - Ficam revogadas as Leis n° 3.164, de


1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezem-
bro de 1958 e demais disposições em contrário.

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Dir eit o A dminist r at iv o

LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO VI- adequação entre meios e fins, VEDADA


DE 1999 A IMPOSIÇÃO de obrigações, restrições e
sanções
em medida superior àquelas estritamente
CAPÍTULO I necessárias ao ATENDIMENTO DO INTE-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS RESSE
PÚBLICO;
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas so- VII- indicação dos pressupostos de fato e de
bre o processo administrativo no âmbito da Ad- direito que determinarem a decisão;
ministração Federal direta e indireta, visando, VIII- observância das formalidades essenci-
em especial, à proteção dos direitos dos admi- ais à garantia dos direitos dos administra-
nistrados e ao melhor cumprimento dos fins da dos;
Administração.
IX- adoção de formas simples, suficientes
§ 1o Os preceitos desta Lei TAMBÉM SE APLI-
para propiciar adequado grau de certeza, se-
CAM AOS ÓRGÃOS DOS PODERES LEGIS-
gurança e
LATIVO E JUDICIÁRIO da União, quando no
respeito aos direitos dos administrados;
desempenho de função administrativa.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: X- garantia dos direitos à comunicação, à
apresentação de alegações finais, à produ-
ção de provas
I- ÓRGÃO - a unidade de atuação INTE-
e à interposição de recursos, nos processos
GRANTE DA ESTRUTURA DA ADMINIS-
de que possam resultar sanções e nas situa-
TRAÇÃO DIRETA E DA ESTRUTURA DA
ções de
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA;
litígio;
II- ENTIDADE- a unidade de atuação DO-
XI- PROIBIÇÃO DE COBRANÇA DE DES-
TADA DE PERSONALIDADE JURÍDICA;
PESAS PROCESSUAIS, ressalvadas as pre-
III- AUTORIDADE - o servidor ou agente vistas em
público dotado de PODER DE DECISÃO. lei;
XII- impulsão, de ofício, do processo admi-
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, nistrativo, SEM PREJUÍZO DA ATUAÇÃO
dentre outros, aos princípios da LEGALIDADE, DOS
FINALIDADE, MOTIVAÇÃO, RAZOABILI- INTERESSADOS;
DADE, PROPORCIONALIDADE, MORALI-
XIII- interpretação da norma administrativa
DADE, AMPLA DEFESA, CONTRADITÓRIO,
da forma que melhor garanta o atendimento
SEGURANÇA JURÍDICA, INTERESSE PÚ-
do fim
BLICO E EFICIÊNCIA.
público a que se dirige, VEDADA APLICA-
ÇÃO RETROATIVA DE NOVA INTERPRE-
Parágrafo único. Nos processos administrati-
TAÇÃO;
vos serão observados, entre outros, os critérios
de:
I- atuação conforme a lei e o Direito; CAPÍTULO II
II- atendimento a fins de interesse geral, DOS DIREITOS DOS
VEDADA A RENÚNCIA TOTAL OU PAR- ADMINISTRADOS
CIAL DE
PODERES OU COMPETÊNCIAS, salvo au- Art. 3o O administrado tem os seguintes direi-
torização em lei; tos perante a Administração, sem prejuízo de
III- objetividade no atendimento do inte- outros que lhe sejam assegurados:
resse público, VEDADA A PROMOÇÃO
PESSOAL DE I- ser tratado com respeito pelas autoridades
AGENTES OU AUTORIDADES; e servidores, que deverão facilitar o exercício
IV- atuação segundo padrões éticos de pro- de
bidade, decoro e boa-fé; seus direitos e o cumprimento de suas obri-
V- divulgação oficial dos atos administrati- gações;
vos, ressalvadas as hipóteses de sigilo pre- II- ter ciência da tramitação dos processos
vistas na administrativos em que tenha a condição de
Constituição; interessado, ter vista dos autos, obter cópias
de documentos neles contidos e conhecer as

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decisões proferidas; dronizados para assuntos que importem pre-


III- formular alegações e apresentar docu- tensões equivalentes.
mentos antes da decisão, os quais serão ob-
jeto de Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade
consideração pelo órgão competente; de interessados tiverem conteúdo e fundamen-
tos idênticos, poderão ser formulados em um
IV- fazer-se assistir, FACULTATIVAMENTE,
único requerimento, salvo preceito legal em
POR ADVOGADO, SALVO QUANDO
contrário.
OBRIGATÓRIA a representação, por força
de lei.
CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS
CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
Art. 9o São legitimados como interessados no
processo administrativo:
Art. 4o São deveres do administrado perante a
Administração, sem prejuízo de outros previs-
I- pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem
tos em ato normativo:
como titulares de direitos ou interesses
I- expor os fatos conforme a verdade; individuais ou no exercício do direito de re-
II- proceder com lealdade, urbanidade e presentação;
boa-fé; II- aqueles que, sem terem iniciado o pro-
III- não agir de modo temerário; cesso, têm direitos ou interesses que possam
IV- prestar as informações que lhe forem so- ser
licitadas e colaborar para o esclarecimento afetados pela decisão a ser adotada;
dos fatos. III- as ORGANIZAÇÕES E ASSOCIAÇÕES
representativas, no tocante a direitos e inte-
CAPÍTULO IV resses
COLETIVOS;
DO INÍCIO DO PROCESSO
IV- as PESSOAS OU AS ASSOCIAÇÕES le-
galmente constituídas quanto a direitos ou
Art. 5o O processo administrativo pode INI-
interesses
CIAR-SE DE OFÍCIO OU A PEDIDO DE IN-
DIFUSOS.
TERESSADO.
Art. 6o O requerimento inicial do interessado,
SALVO CASOS EM QUE FOR ADMITIDA SO- Art. 10. São capazes, para fins de processo ad-
LICITAÇÃO ORAL, deve ser FORMULADO ministrativo, os maiores de dezoito anos, res-
POR ESCRITO e conter os seguintes dados: salvada previsão especial em ato normativo
próprio.
I- órgão ou autoridade administrativa a que
se dirige; CAPÍTULO VI
II- identificação do interessado ou de quem DA COMPETÊNCIA
o represente;
III- domicílio do requerente ou local para re- Art. 11. A COMPETÊNCIA É IRRENUNCIÁ-
cebimento de comunicações; VEL e se exerce pelos órgãos administrativos a
que foi atribuída como própria, SALVO OS CA-
IV- formulação do pedido, com exposição
SOS DE DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO LEGAL-
dos fatos e de seus fundamentos;
MENTE ADMITIDOS.
V- data e assinatura do requerente ou de seu
representante. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular
poderão, se não houver impedimento legal, de-
Parágrafo único. É VEDADA À ADMINIS- legar parte da sua competência a outros órgãos
TRAÇÃO A RECUSA IMOTIVADA DE RECE- ou titulares, AINDA QUE ESTES NÃO LHE SE-
BIMENTO DE DOCUMENTOS, devendo o ser- JAM HIERARQUICAMENTE SUBORDINA-
vidor orientar o interessado quanto ao supri- DOS, quando for CONVENIENTE, EM RAZÃO
mento de eventuais falhas. DE CIRCUNSTÂNCIAS DE ÍNDOLE TÉC-
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas NICA, SOCIAL, ECONÔMICA, JURÍDICA OU
deverão elaborar modelos ou formulários pa- TERRITORIAL.

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Parágrafo único. O disposto no caput deste ar- CAPÍTULO VII


tigo aplica-se à delegação de competência dos DOS IMPEDIMENTOS E DA
órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
SUSPEIÇÃO
Art. 13. NÃO PODEM SER OBJETO DE DE-
LEGAÇÃO: Art. 18. É impedido de atuar em processo ad-
ministrativo o servidor ou autoridade que:
VEDAÇÕES I- tenha interesse direto ou indireto na ma-
I- a edição de ATOS DE CARÁTER NORMA- téria;
TIVO; II- tenha participado ou venha a participar
II- a DECISÃO DE RECURSOS administra- como perito, testemunha ou representante,
tivos; ou
se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge,
III- as matérias de COMPETÊNCIA EXCLU-
companheiro ou parente e afins até o
SIVA do órgão ou autoridade.
terceiro grau;
III- esteja litigando judicial ou administrati-
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação
vamente com o interessado ou respectivo
deverão ser publicados no meio oficial.
cônjuge ou companheiro.
§ 1o O ato de delegação especificará as maté-
rias e poderes transferidos, os limites da atua- Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer
ção do delegado, a duração e os objetivos da em impedimento deve comunicar o fato à auto-
delegação e o recurso cabível, podendo conter ridade competente, abstendo-se de atuar.
ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ATO DE DELEGAÇÃO É REVOGÁVEL Parágrafo único. A OMISSÃO DO DEVER DE
A QUALQUER TEMPO pela autoridade dele- COMUNICAR O IMPEDIMENTO CONSTITUI
gante. FALTA GRAVE, PARA EFEITOS DISCIPLI-
§ 3o As decisões adotadas por delegação de- NARES.
vem mencionar explicitamente esta qualidade e
considerar-se-ão editadas pelo delegado. Art. 20. Pode ser argüida a SUSPEIÇÃO de
Art. 15. Será permitida, em CARÁTER EX- autoridade ou servidor que tenha AMIZADE
CEPCIONAL E POR MOTIVOS RELEVANTES ÍNTIMA OU INIMIZADE NOTÓRIA COM AL-
DEVIDAMENTE JUSTIFICADOS, A AVOCA- GUM DOS INTERESSADOS OU COM OS RES-
ÇÃO TEMPORÁRIA DE COMPETÊNCIA PECTIVOS CÔNJUGES, COMPANHEIROS,
ATRIBUÍDA A ÓRGÃO HIERARQUICA- PARENTES E AFINS ATÉ O 3° GRAU.
MENTE INFERIOR.
Art. 21. O indeferimento de alegação de sus-
DELE-
peição poderá ser objeto de recurso, SEM
GAÇÃO AVOCAÇÃO
EFEITO SUSPENSIVO.
Órgão Só pode
inferior ou não avocar de órgão
CAPÍTULO VIII
inferior
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS
Por circunstâncias de Motivos re-
índole técnica, social, levantes justifi- ATOS DO PROCESSO
econômica, jurídica cados
ou territorial. Art. 22. Os atos do processo administrativo
NÃO DEPENDEM DE FORMA DETERMINADA
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas SENÃO QUANDO A LEI EXPRESSAMENTE A
divulgarão publicamente os locais das respecti- EXIGIR.
vas sedes e, quando conveniente, a unidade
fundacional competente em matéria de inte- § 1o Os atos do processo devem ser produzidos
resse especial. por escrito, em vernáculo, com a data e o local
de sua realização e a assinatura da autoridade
Art. 17. Inexistindo competência legal especí- responsável.
fica, o processo administrativo deverá ser inici-
ado perante a autoridade de MENOR GRAU § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento
HIERÁRQUICO PARA DECIDIR. de firma somente será exigido quando houver
dúvida de autenticidade.

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§ 3o A autenticação de documentos exigidos § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência


em cópia poderá ser feita pelo órgão adminis- no processo, por via postal com aviso de rece-
trativo. bimento, por telegrama ou outro meio que as-
segure a certeza da ciência do interessado.
§ 4o O processo deverá ter suas páginas nume- § 4o No caso de interessados indeterminados,
radas seqüencialmente e rubricadas. desconhecidos ou com domicílio indefinido, a
intimação deve ser efetuada por meio de publi-
Art. 23. Os atos do processo devem REALI- cação oficial.
ZAR-SE EM DIAS ÚTEIS, no horário normal § 5o As intimações serão nulas quando feitas
de funcionamento da repartição na qual trami- sem observância das prescrições legais, mas o
tar o processo. comparecimento do administrado supre sua
Parágrafo único. Serão concluídos depois do falta ou irregularidade.
horário normal os atos já iniciados, cujo adia-
mento prejudique o curso regular do procedi- Art. 27. O DESATENDIMENTO DA INTIMA-
mento ou cause dano ao interessado ou à Ad- ÇÃO NÃO IMPORTA O RECONHECIMENTO
ministração. DA VERDADE DOS FATOS, NEM A RENÚN-
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os CIA A DIREITO PELO ADMINISTRADO.
atos do órgão ou autoridade responsável pelo
processo e dos administrados que dele partici- Parágrafo único. No prosseguimento do pro-
pem devem ser praticados NO PRAZO DE 5 cesso, será garantido direito de ampla defesa
DIAS, SALVO MOTIVO DE FORÇA MAIOR. ao interessado.
Parágrafo único. O prazo previsto neste ar-
tigo PODE SER DILATADO ATÉ O DOBRO, Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos
MEDIANTE COMPROVADA JUSTIFICAÇÃO. do processo que resultem para o interessado
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se em imposição de deveres, ônus, sanções ou
preferencialmente na sede do órgão, cientifi- restrição ao exercício de direitos e atividades e
cando-se o interessado se outro for o local de os atos de outra natureza, de seu interesse.
realização.

CAPÍTULO IX CAPÍTULO X
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS DA INSTRUÇÃO

Art. 26. O órgão competente perante o qual Art. 29. As atividades de instrução destinadas
tramita o processo administrativo determinará a averiguar e comprovar os dados necessários
a intimação do interessado para ciência de de- à tomada de decisão REALIZAM-SE DE OFÍ-
cisão ou a efetivação de diligências. CIO OU MEDIANTE IMPULSÃO DO ÓRGÃO
§ 1o A intimação deverá conter: RESPONSÁVEL PELO PROCESSO, SEM PRE-
JUÍZO DO DIREITO DOS INTERESSADOS
I- identificação do intimado e nome do órgão DE PROPOR ATUAÇÕES PROBATÓRIAS.
ou entidade administrativa
II- finalidade da intimação § 1o O órgão competente para a instrução fará
constar dos autos os dados necessários à deci-
III- data, hora e local em que deve compa-
são do processo.
recer
IV- se o intimado deve comparecer pessoal- § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação
mente, ou fazer-se representar dos interessados devem realizar-se do modo
V- informação da continuidade do processo menos oneroso para estes.
independentemente do seu comparecimento
VI- indicação dos fatos e fundamentos legais Art. 30. São INADMISSÍVEIS NO PRO-
pertinentes CESSO ADMINISTRATIVO AS PROVAS OB-
TIDAS POR MEIOS ILÍCITOS.
§ 2o A intimação observará a ANTECEDÊNCIA
MÍNIMA DE 3 DIAS ÚTEIS QUANTO À DATA Art. 31. Quando a matéria do processo envol-
DE COMPARECIMENTO. ver ASSUNTO DE INTERESSE GERAL, o ór-
gão competente poderá, mediante despacho
motivado, abrir período de CONSULTA PÚ-

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BLICA PARA MANIFESTAÇÃO DE TERCEI- perícias, bem como aduzir alegações referentes
ROS, ANTES DA DECISÃO DO PEDIDO, SE à matéria objeto do processo.
NÃO HOUVER PREJUÍZO PARA A PARTE
INTERESSADA. § 1o Os elementos probatórios deverão ser con-
siderados na motivação do relatório e da deci-
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto são.
de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que
pessoas físicas ou jurídicas possam examinar § 2o SOMENTE PODERÃO SER RECUSADAS,
os autos, fixando-se prazo para oferecimento MEDIANTE DECISÃO FUNDAMENTADA, AS
de alegações escritas. PROVAS PROPOSTAS PELOS INTERESSA-
DOS QUANDO SEJAM ILÍCITAS, IMPERTI-
§ 2o O comparecimento à consulta pública não NENTES, DESNECESSÁRIAS OU PROTELA-
confere, por si, a condição de interessado do TÓRIAS.
processo, mas confere o direito de obter da Ad-
ministração resposta fundamentada, que po- Art. 39. Quando for necessária a prestação de
derá ser comum a todas as alegações substan- informações ou a apresentação de provas pelos
cialmente iguais. interessados ou terceiros, serão expedidas inti-
mações para esse fim, mencionando-se data,
Art. 32. ANTES DA TOMADA DE DECISÃO, prazo, forma e condições de atendimento.
a juízo da autoridade, diante da relevância da
questão, poderá ser realizada audiência pública Parágrafo único. Não sendo atendida a inti-
para debates sobre a matéria do processo. mação, poderá o órgão competente, se enten-
der relevante a matéria, suprir de ofício a omis-
Art. 33. Os órgãos e entidades administrati- são, não se eximindo de proferir a decisão.
vas, em matéria relevante, poderão estabele-
cer outros meios de participação de administra- Art. 40. Quando dados, atuações ou documen-
dos, diretamente ou por meio de organizações tos solicitados ao interessado forem necessá-
e associações legalmente reconhecidas. rios à apreciação de pedido formulado, o não
atendimento no prazo fixado pela Administra-
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência ção para a respectiva apresentação implicará
pública e de outros meios de participação de arquivamento do processo.
administrados deverão ser apresentados com a
indicação do procedimento adotado. Art. 41. Os interessados serão intimados de
prova ou diligência ordenada, COM ANTECE-
Art. 35. Quando necessária à instrução do pro- DÊNCIA MÍNIMA DE 3 DIAS ÚTEIS, menci-
cesso, a audiência de outros órgãos ou entida- onando-se data, hora e local de realização.
des administrativas poderá ser realizada em Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ou-
reunião conjunta, com a participação de titula- vido um órgão consultivo, O PARECER DE-
res ou representantes dos órgãos competentes, VERÁ SER EMITIDO NO PRAZO MÁXIMO DE
lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos 15 DIAS, SALVO NORMA ESPECIAL OU
autos. COMPROVADA NECESSIDADE DE MAIOR
PRAZO.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos
que tenha alegado, sem prejuízo do dever atri- § 1o SE UM PARECER OBRIGATÓRIO E VIN-
buído ao órgão competente para a instrução e CULANTE DEIXAR DE SER EMITIDO NO
do disposto no art. 37 desta Lei. PRAZO FIXADO, O PROCESSO NÃO TERÁ
SEGUIMENTO ATÉ A RESPECTIVA APRE-
Art. 37. Quando o interessado declarar que fa- SENTAÇÃO, RESPONSABILIZANDO-SE
tos e dados estão registrados em documentos QUEM DER CAUSA AO ATRASO.
existentes na própria Administração responsá-
vel pelo processo ou em outro órgão adminis- § 2o SE UM PARECER OBRIGATÓRIO E NÃO
trativo, o órgão competente para a instrução VINCULANTE DEIXAR DE SER EMITIDO NO
proverá, de ofício, à obtenção dos documentos PRAZO FIXADO, O PROCESSO PODERÁ TER
ou das respectivas cópias. PROSSEGUIMENTO E SER DECIDIDO COM
SUA DISPENSA, SEM PREJUÍZO DA RES-
Art. 38. O interessado poderá, na fase instru- PONSABILIDADE DE QUEM SE OMITIU NO
tória e antes da tomada da decisão, juntar do- ATENDIMENTO.
cumentos e pareceres, requerer diligências e
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PARECER PARECER NÃO CAPÍTULO XI-A


VINCULANTE E VINCULANTE E DA DECISÃO COORDENADA
OBRIGATÓRIO OBRIGATÓRIO
Processo não Processo segue, Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública
segue sem o mesmo sem o parecer federal, as decisões administrativas que exijam
parecer a participação de 3 ou mais setores, órgãos ou
entidades poderão ser tomadas mediante deci-
Art. 43. Quando por disposição de ato norma- são coordenada, sempre que:
tivo devam ser previamente obtidos laudos téc- I - for justificável pela relevância da matéria;
nicos de órgãos administrativos e estes não e
cumprirem o encargo no prazo assinalado, o ór- II - houver discordância que prejudique a cele-
gão responsável pela instrução deverá solicitar ridade do processo administrativo decisório.
laudo técnico de outro órgão dotado de qualifi-
cação e capacidade técnica equivalentes. § 1º Para os fins desta Lei, considera-se DECI-
SÃO COORDENADA A INSTÂNCIA DE NA-
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado TUREZA INTERINSTITUCIONAL OU INTER-
terá o direito de MANIFESTAR-SE NO PRAZO SETORIAL QUE ATUA DE FORMA COMPAR-
MÁXIMO DE 10 DIAS, SALVO SE OUTRO TILHADA COM A FINALIDADE DE SIMPLI-
PRAZO FOR LEGALMENTE FIXADO. FICAR O PROCESSO ADMINISTRATIVO
MEDIANTE PARTICIPAÇÃO CONCOMI-
Art. 45. EM CASO DE RISCO IMINENTE, A TANTE DE TODAS AS AUTORIDADES E
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PODERÁ MOTI- AGENTES decisórios e dos responsáveis pela
VADAMENTE ADOTAR PROVIDÊNCIAS instrução técnico-jurídica, observada a natu-
ACAUTELADORAS SEM A PRÉVIA MANI- reza do objeto e a compatibilidade do procedi-
FESTAÇÃO DO INTERESSADO. mento e de sua formalização com a legislação
pertinente.
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do
processo e a obter certidões ou cópias repro- § 4º A decisão coordenada não exclui a respon-
gráficas dos dados e documentos que o inte- sabilidade originária de cada órgão ou autori-
gram, ressalvados os dados e documentos de dade envolvida.
terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à
privacidade, à honra e à imagem. § 5º A decisão coordenada obedecerá aos prin-
cípios da legalidade, da eficiência e da transpa-
Art. 47. O órgão de instrução que não for com- rência, com utilização, sempre que necessário,
petente para emitir a decisão final elaborará re- da simplificação do procedimento e da concen-
latório indicando o pedido inicial, o conteúdo tração das instâncias decisórias.
das fases do procedimento e formulará pro-
posta de decisão, objetivamente justificada, § 6º NÃO SE APLICA A DECISÃO COORDE-
encaminhando o processo à autoridade compe- NADA AOS PROCESSOS ADMINISTRATI-
tente. VOS:

CAPÍTULO XI I- de licitação;
DO DEVER DE DECIDIR II- relacionados ao poder sancionador;
III- em que estejam envolvidas autoridades
Art. 48. A Administração tem o dever de expli- de Poderes distintos.
citamente emitir decisão nos processos admi-
nistrativos e sobre solicitações ou reclamações, Art. 49-B. Poderão habilitar-se a participar da
em matéria de sua competência. decisão coordenada, na qualidade de ouvintes,
os interessados de que trata o art. 9º desta
Art. 49. CONCLUÍDA A INSTRUÇÃO DE Lei.
PROCESSO ADMINISTRATIVO, A ADMI-
NISTRAÇÃO TEM O PRAZO DE ATÉ 30 DIAS Parágrafo único. A participação na reunião,
PARA DECIDIR, SALVO PRORROGAÇÃO que poderá incluir direito a voz, será deferida
POR IGUAL PERÍODO EXPRESSAMENTE por DECISÃO IRRECORRÍVEL DA AUTORI-
MOTIVADA. DADE RESPONSÁVEL PELA CONVOCAÇÃO
DA DECISÃO COORDENADA.
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Dir eit o A dminist r at iv o

artigo, os dados identificadores da decisão co-


Art. 49-D. Os participantes da decisão coorde- ordenada e o órgão e o local em que se encon-
nada deverão ser intimados na forma do art. 26 tra a ata em seu inteiro teor, para conheci-
desta Lei. mento dos interessados.

Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante


é responsável pela elaboração de documento CAPÍTULO XII
específico sobre o tema atinente à respectiva DA MOTIVAÇÃO
competência, a fim de subsidiar os trabalhos e
integrar o processo da decisão coordenada.
Parágrafo único. O documento previsto no ca- Art. 50. OS ATOS ADMINISTRATIVOS DE-
put deste artigo abordará a questão objeto da VERÃO SER MOTIVADOS, com indicação dos
decisão coordenada e eventuais preceden- fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
tes. I- neguem, limitem ou afetem direitos ou in-
teresses;
Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do ob- II- imponham ou agravem deveres, encar-
jeto da decisão coordenada deverá ser mani- gos ou sanções;
festado durante as reuniões, de forma funda- III- decidam processos administrativos de
mentada, acompanhado das propostas de solu- concurso ou seleção pública;
ção e de alteração necessárias para a resolução IV- dispensem ou declarem a inexigibilidade
da questão. de processo licitatório;
V- decidam recursos administrativos;
Parágrafo único. NÃO PODERÁ SER AR-
GUIDA MATÉRIA ESTRANHA AO OBJETO VI- decorram de reexame de ofício;
DA CONVOCAÇÃO. VII- deixem de aplicar jurisprudência fir-
mada sobre a questão ou discrepem de pa-
Art. 49-G. A conclusão dos trabalhos da deci- receres,
são coordenada será consolidada em ata, que laudos, propostas e relatórios oficiais;
conterá as seguintes informações: VIII- importem anulação, revogação, sus-
pensão ou convalidação de ato administra-
I- relato sobre os itens da pauta; tivo;

§ 1o A MOTIVAÇÃO DEVE SER EXPLÍCITA,


II- síntese dos fundamentos aduzidos;
CLARA E CONGRUENTE, podendo consistir
III- síntese das teses pertinentes ao objeto em declaração de concordância com fundamen-
da convocação; tos de anteriores pareceres, informações, deci-
IV- registro das orientações, das diretrizes, sões ou propostas, que, neste caso, serão parte
das soluções ou das propostas de atos integrante do ato.
governamentais relativos ao objeto da con-
vocação; § 2o Na solução de vários assuntos da mesma
V- posicionamento dos participantes para natureza, PODE SER UTILIZADO MEIO ME-
subsidiar futura atuação governamental em CÂNICO QUE REPRODUZA OS FUNDAMEN-
matéria TOS DAS DECISÕES, DESDE QUE NÃO PRE-
idêntica ou similar; JUDIQUE DIREITO OU GARANTIA DOS IN-
VI- decisão de cada órgão ou entidade rela- TERESSADOS.
tiva à matéria sujeita à sua competência.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos cole-
giados e comissões ou de decisões orais cons-
§ 1º Até a assinatura da ata, poderá ser com-
tará da respectiva ata ou de termo escrito.
plementada a fundamentação da decisão da
autoridade ou do agente a respeito de matéria
de competência do órgão ou da entidade repre-
sentada.

§ 3º A ata será publicada por extrato no Diário


Oficial da União, do qual deverão constar, além
do registro referido no inciso IV do caput deste

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Direito Administrativo

CAPÍTULO XIII que importe impugnação à validade do ato.


DA DESISTÊNCIA E OUTROS
Art. 55. EM DECISÃO NA QUAL SE EVIDEN-
CASOS DE EXTINÇÃO DO CIE NÃO ACARRETAREM LESÃO AO INTE-
PROCESSO RESSE PÚBLICO NEM PREJUÍZO A TERCEI-
ROS, OS ATOS QUE APRESENTAREM DE-
Art. 51. O interessado poderá, MEDIANTE FEITOS SANÁVEIS PODERÃO SER CONVA-
MANIFESTAÇÃO ESCRITA, DESISTIR TO- LIDADOS PELA PRÓPRIA ADMINISTRA-
TAL OU PARCIALMENTE DO PEDIDO FOR- ÇÃO.
MULADO OU, AINDA, RENUNCIAR A DI-
REITOS DISPONÍVEIS. CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E
§ 1o Havendo vários interessados, a DESIS-
TÊNCIA OU RENÚNCIA ATINGE SOMENTE
DA REVISÃO
QUEM A TENHA FORMULADO.
Art. 56. Das decisões administrativas cabe re-
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, curso, em face de razões de legalidade e de mé-
conforme o caso, NÃO PREJUDICA O PROS- rito.
SEGUIMENTO DO PROCESSO, SE A ADMI-
NISTRAÇÃO CONSIDERAR QUE O INTE- § 1o O RECURSO SERÁ DIRIGIDO À AUTO-
RESSE PÚBLICO ASSIM O EXIGE. RIDADE QUE PROFERIU A DECISÃO, a qual,
se não a RECONSIDERAR NO PRAZO DE 5
Art. 52. O órgão competente poderá declarar DIAS, O ENCAMINHARÁ À AUTORIDADE
extinto o processo quando exaurida sua finali- SUPERIOR.
dade ou o objeto da decisão se tornar impossí-
vel, inútil ou prejudicado por fato superveni- § 2o Salvo exigência legal, a INTERPOSIÇÃO
ente. DE RECURSO ADMINISTRATIVO INDE-
PENDE DE CAUÇÃO.
CAPÍTULO XIV
§ 3o SE O RECORRENTE ALEGAR QUE A DE-
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CISÃO ADMINISTRATIVA CONTRARIA
CONVALIDAÇÃO ENUNCIADO DA SÚMULA VINCULANTE,
CABERÁ À AUTORIDADE PROLATORA DA
Art. 53. A Administração DEVE ANULAR seus DECISÃO IMPUGNADA, SE NÃO A RECON-
próprios atos, quando EIVADOS DE VÍCIO DE SIDERAR, EXPLICITAR, ANTES DE ENCA-
LEGALIDADE, e PODE REVOGÁ-LOS POR MINHAR O RECURSO À AUTORIDADE SU-
MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTU- PERIOR, AS RAZÕES DA APLICABILIDADE
NIDADE, respeitados os direitos adquiridos. OU INAPLICABILIDADE DA SÚMULA, CON-
FORME O CASO.
DEVE ANULAR PODE REVOGAR
Ilegalidade Conveniência e Art. 57. O recurso administrativo TRAMITARÁ
oportunidade NO MÁXIMO POR 3 INSTÂNCIAS ADMI-
NISTRATIVAS, SALVO DISPOSIÇÃO LEGAL
DIVERSA.
Art. 54. O direito da Administração de anular
os atos administrativos de que decorram EFEI-
Art. 58. Têm legitimidade para interpor re-
TOS FAVORÁVEIS PARA OS DESTINATÁ-
curso administrativo:
RIOS DECAI EM 5 ANOS, contados da DATA
EM QUE FORAM PRATICADOS, SALVO
COMPROVADA MÁ-FÉ. I- os titulares de direitos e interesses que fo-
rem parte no processo;
§ 1o No caso de EFEITOS PATRIMONIAIS II- aqueles cujos direitos ou interesses forem
CONTÍNUOS, O PRAZO DE DECADÊNCIA indiretamente afetados pela decisão recor-
CONTAR-SE-Á DA PERCEPÇÃO DO PRI- rida;
MEIRO PAGAMENTO. III- as organizações e associações represen-
tativas, no tocante a direitos e interesses co-
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular letivos;
qualquer medida de autoridade administrativa

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Dir eit o A dminist r at iv o

IV- os cidadãos ou associações, quanto a di- § 2o O NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO


reitos ou interesses difusos. NÃO IMPEDE A ADMINISTRAÇÃO DE RE-
VER DE OFÍCIO O ATO ILEGAL, DESDE QUE
Art. 59. SALVO DISPOSIÇÃO LEGAL ESPE- NÃO OCORRIDA PRECLUSÃO ADMINIS-
CÍFICA, é DE 10 DIAS O PRAZO PARA IN- TRATIVA.
TERPOSIÇÃO DE RECURSO ADMINISTRA-
TIVO, CONTADO A PARTIR DA CIÊNCIA OU Art. 64. O ÓRGÃO COMPETENTE PARA DE-
DIVULGAÇÃO OFICIAL DA DECISÃO RE- CIDIR O RECURSO PODERÁ CONFIRMAR,
CORRIDA. MODIFICAR, ANULAR OU REVOGAR, TO-
TAL OU PARCIALMENTE, A DECISÃO RE-
§ 1o QUANDO A LEI NÃO FIXAR PRAZO DI- CORRIDA, SE A MATÉRIA FOR DE SUA
FERENTE, O RECURSO ADMINISTRATIVO COMPETÊNCIA.
DEVERÁ SER DECIDIDO NO PRAZO MÁ-
XIMO DE 30 DIAS, A PARTIR DO RECEBI- Parágrafo único. Se da aplicação do disposto
MENTO DOS AUTOS PELO ÓRGÃO COMPE- neste artigo puder DECORRER GRAVAME À
TENTE. SITUAÇÃO DO RECORRENTE, ESTE DEVERÁ
SER CIENTIFICADO PARA QUE FORMULE
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior SUAS ALEGAÇÕES ANTES DA DECISÃO.
PODERÁ SER PRORROGADO POR IGUAL
PERÍODO, ANTE JUSTIFICATIVA EXPLÍ- Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de
CITA. enunciado da súmula vinculante, o órgão com-
petente para decidir o recurso explicitará as ra-
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de re- zões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da sú-
querimento no qual o recorrente deverá expor mula, conforme o caso.
os fundamentos do pedido de reexame, po-
dendo juntar os documentos que julgar conve- Art. 64-B. ACOLHIDA PELO SUPREMO TRI-
nientes. BUNAL FEDERAL A RECLAMAÇÃO FUN-
DADA EM VIOLAÇÃO DE ENUNCIADO DA
Art. 61. SALVO DISPOSIÇÃO LEGAL EM SÚMULA VINCULANTE, DAR-SE-Á CIÊNCIA
CONTRÁRIO, o RECURSO NÃO TEM EFEITO À AUTORIDADE PROLATORA E AO ÓRGÃO
SUSPENSIVO. COMPETENTE PARA O JULGAMENTO DO
RECURSO, QUE DEVERÃO ADEQUAR AS FU-
Parágrafo único. HAVENDO JUSTO RECEIO TURAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS EM
DE PREJUÍZO DE DIFÍCIL OU INCERTA RE- CASOS SEMELHANTES, SOB PENA DE RES-
PARAÇÃO DECORRENTE DA EXECUÇÃO, A PONSABILIZAÇÃO PESSOAL NAS ESFERAS
AUTORIDADE RECORRIDA OU A IMEDIA- CÍVEL, ADMINISTRATIVA E PENAL.
TAMENTE SUPERIOR PODERÁ, DE OFÍCIO
OU A PEDIDO, DAR EFEITO SUSPENSIVO Art. 65. Os processos administrativos de que
AO RECURSO. RESULTEM SANÇÕES PODERÃO SER RE-
VISTOS, A QUALQUER TEMPO, A PEDIDO
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão compe- OU DE OFÍCIO, QUANDO SURGIREM FATOS
tente para dele conhecer deverá intimar os de- NOVOS OU CIRCUNSTÂNCIAS RELEVAN-
mais interessados para que, no prazo de cinco TES SUSCETÍVEIS DE JUSTIFICAR A INA-
dias úteis, apresentem alegações. DEQUAÇÃO DA SANÇÃO APLICADA.

Art. 63. O RECURSO NÃO SERÁ CONHE- Parágrafo único. Da REVISÃO DO PRO-
CIDO QUANDO INTERPOSTO: CESSO NÃO PODERÁ RESULTAR AGRAVA-
MENTO DA SANÇÃO.
I- fora do prazo;
CAPÍTULO XVI
II- perante órgão incompetente; (§1° será
indicada ao recorrente a autoridade compe- DOS PRAZOS
tente, sendo-lhe devolvido o prazo para re-
curso) Art. 66. Os prazos começam a correr a partir
III- por quem não seja legitimado; da data da cientificação oficial, EXCLUINDO-
SE DA CONTAGEM O DIA DO COMEÇO E IN-
IV- após exaurida a esfera administrativa.
CLUINDO-SE O DO VENCIMENTO.

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Direito Administrativo

§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o pri-


meiro dia útil seguinte se o vencimento cair em § 1o A pessoa interessada na obtenção do be-
dia em que não houver expediente ou este for nefício, juntando prova de sua condição, deverá
encerrado antes da hora normal. requerê-lo à autoridade administrativa compe-
tente, que determinará as providências a serem
§ 2o Os prazos expressos em dias CONTAM- cumpridas.
SE DE MODO CONTÍNUO. § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos con- identificação própria que evidencie o regime de
tam-se de data a data. Se no mês do venci- tramitação prioritária.
mento não houver o dia equivalente àquele do
início do prazo, tem-se como termo o último dia Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua
do mês. publicação.

Art. 67. SALVO MOTIVO DE FORÇA MAIOR


DEVIDAMENTE COMPROVADO, OS PRAZOS
PROCESSUAIS NÃO SE SUSPENDEM.

CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por au-


toridade competente, terão natureza pecuniária
ou consistirão em obrigação de fazer ou de não
fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 69. Os processos administrativos específi-


cos continuarão a reger-se por lei própria, apli-
cando-se-lhes apenas subsidiariamente os pre-
ceitos desta Lei.

Art. 69-A. Terão PRIORIDADE NA TRAMI-


TAÇÃO, EM QUALQUER ÓRGÃO OU INS-
TÂNCIA, os procedimentos administrativos em
que figure como parte ou interessado:

I- pessoa com idade igual ou superior a 60


anos;
II- pessoa portadora de deficiência, física ou
mental;
III- pessoa portadora de tuberculose ativa,
esclerose múltipla, neoplasia maligna,
hanseníase, paralisia irreversível e incapaci-
tante, cardiopatia grave, doença de Parkin-
son,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia
grave, hepatopatia grave, estados avança-
dos da
doença de Paget (osteíte deformante), con-
taminação por radiação, síndrome de
imunodeficiência adquirida, ou outra doença
grave, com base em conclusão da medicina
especializada, mesmo que a doença tenha
sido contraída após o início do processo.

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Dir eit o A dminist r at iv o

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Dir eit o Constit ucional

Constituição Federal. Título II 2008, na votação do Decreto Legisla-


tivo 186, que acabou culminando na
(Dos Direitos e Garantias
promulgação da Convenção sobre
Fundamentais). os Direitos das Pessoas com Defi-
ciência com força constitucional,
Capítulo I (Dos Direitos e Deveres segundo o Decreto 6.949/2009. Como
Individuais e Coletivos) reflexo do reconhecimento de status
de constituição à Convenção, a Procu-
radora Geral da República Deborah
Macedo Duprat de Britto Pereira ajui-
1.1. TEORIA GERAL zou, em 2009, a ADPF 182, cujos pe-
1) Os direitos e garantias fundamentais es- didos são para que se reconheça que:
tão formalmente alocados nos artigos 5° a) o art. 20, § 2º, da Lei nº 8.742/93
a 17 da CF. não foi recepcionado pela Convenção
dos Direitos da Pessoa com Deficiên-
2) Denominam-se direitos fundamentais os cia, que foi aprovada pelo Decreto Le-
direitos humanos que são positiva- gislativo nº 186/2008, de acordo com
dos nas constituições. o procedimento previsto no art. 5º,
§ 3º, da Constituição Federal, inte-
3) A doutrina classifica os direitos humanos grando, portanto, o bloco de cons-
e os fundamentais em gerações ou di- titucionalidade brasileiro; b) o
mensões de direitos. Os direitos civis conceito estabelecido no art. 1° da
e políticos seriam os de primeira gera- Convenção sobre os Direitos da Pes-
ção ou dimensão, caracterizados pelo va- soa com Deficiência, é de uso impera-
lor liberdade. Já os direitos econômi- tivo no direito interno brasileiro,
cos, sociais e culturais seriam os de se- sendo imediatamente aplicável no
gunda geração ou dimensão, caracteriza- que tange aos critérios para conces-
dos pelo valor igualdade. Por fim, os di- são dos benefícios de prestação con-
reitos de solidariedade ou fraterni- tinuada disciplinados pela Lei nº
dade seriam os de terceira geração ou di- 8.742/93.
mensão, caracterizados pelo valor solida-
riedade ou fraternidade. Estes direitos • Sem prejuízo da supremacia da Cons-
formariam, assim, um conjunto indivisível tituição sobre os tratados e conven-
de direitos fundamentais, entre os quais ções internacionais, a norma conven-
não há qualquer relação hierárquica. cional internacional em vigor e aplicá-
vel no Brasil e que disponha acerca de
4) O §2º do artigo 5º, da CF, instituiu cláu- direitos humanos, não tendo sido ob-
sula de expansividade do catálogo de jeto de processo legislativo que a
direitos fundamentais no Brasil, ao dispor equiparasse a emenda constitucional
que os direitos e garantias expressos (art. 5°, § 3°, da CF, nos termos da
nesta Constituição não excluem outros EC 45/04), tem força jurídico-norma-
decorrentes do regime e dos princípios tiva suficiente para restringir a eficá-
por ela adotados, ou dos tratados inter- cia e indiretamente obstar a aplicabi-
nacionais em que a República Federativa lidade da norma constitucional para-
do Brasil seja parte. digma, gozando de status suprale-
gal. Tal posição foi firmada no RE
5) Os tratados e convenções internacionais 466.343, julgado em 2008 e relatado
sobre direitos humanos que forem apro- pelo Ministro Cezar Peluso.
vados, em cada Casa do Congresso Naci-
onal, em dois turnos, por três quintos dos • A proteção dos direitos fundamentais
votos dos respectivos membros, serão não desconsidera o princípio da supre-
equivalentes às emendas constituci- macia da constituição, entretanto, a
onais, nos termos do art. 5°, § 3°, da CF, norma convencional internacional so-
incluído pela EC 45/04. bre direitos humanos tem aptidão
para afetar a eficácia ou a aplicabili-
• Essa nova sistemática de incorpora- dade da norma constitucional interna.
ção de tratados (art. 5°, § 3°, da CF) No bojo do RE 466.343, ficou consig-
foi aplicada pela primeira vez em nado que “Desde a adesão do Brasil,
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sem qualquer reserva, ao Pacto Inter- direitos fundamen­tais (AC 2.032-


nacional dos Direitos Civis e Políticos QO/SP, relatada pelo Ministro Celso de
(art. 11) e à Convenção Americana Mello e julgada em 2008).
sobre Direitos Humanos – Pacto de
San José da Costa Rica (art. 7º, 7), 2) O caput do art. 5° da CF enuncia que “to-
ambos no ano de 1992, não há mais dos são iguais perante a lei, sem distinção
base legal para prisão civil do deposi- de qualquer natureza”. Segundo posição
tário infiel, pois o caráter especial des- doutrinária pacífica, trata-se do reconhe-
ses diplomas internacionais sobre di- cimento da igualdade formal (perante
reitos humanos lhes reserva lugar es- a lei). Entretanto, implícita ao texto cons-
pecífico no ordenamento jurídico, es- titucional também existe a igualdade
tando abaixo da Constituição, porém material (na lei), que significa conferir
acima da legislação interna. O status tratamento desigual, para igualar. A
normativo supralegal dos tratados in- igualdade material leva em consideração
ternacionais de direitos humanos os sujeitos e valores envolvidos e busca
subscritos pelo Brasil, dessa forma, equilibrar as relações de fato.
torna inaplicável a legislação in-
fraconstitucional com ele confli- 3) Igualdade e política de cotas: o Plená-
tante, seja ela anterior ou posterior rio do STF julgou improcedente pedido
ao ato de adesão. Assim ocorreu com formulado em arguição de descumpri-
o art. 1.287 do CC de 1916 e com o mento de preceito fundamental ajuizada,
DL 911/1969, assim como em relação pelo Partido Democratas – DEM, contra
ao art. 652 do Novo CC (Lei atos da Universidade de Brasília – UnB, do
10.406/2002).” Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
da Universidade de Brasília – Cepe e do
6) Nas hipóteses de grave violação de di- Centro de Promoção de Eventos da Uni-
reitos humanos, o Procurador Geral da versidade de Brasília – Cespe, os quais
República, com a finalidade de assegurar instituíram sistema de reserva de 20% de
o cumprimento de obrigações decorrentes vagas no processo de seleção para in-
de tratados internacionais de direitos hu- gresso de estudantes, com base em crité-
manos dos quais o Brasil seja parte, po- rio étnico-racial. Preliminarmente, admi-
derá suscitar, perante o Superior Tribu- tiu-se o cabimento da ação, por inexistir
nal de Justiça, em qualquer fase do in- outro meio hábil para sanar a lesividade
quérito ou pro­cesso, incidente de deslo- questionada. Apontou-se entendimento
camento de competência para a Justiça da Corte no sentido de que a subsidiarie-
Federal. Trata-se do disposto no § 5° do dade da via eleita deveria ser confrontada
art. 109 da CF. com a existência, ou não, de instrumen-
tos processuais alternativos capazes de
1.2. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS oferecer provimento judicial com eficácia
E COLETIVOS ampla, irrestrita e imediata para solucio-
nar o caso. Articulou-se que, diante da
1) Direitos e deveres individuais e cole- natureza infralegal dos atos impugnados,
tivos a ação direta de inconstitucionalidade não
• Os direitos e deveres individuais e co- seria medida idônea para o enfrenta-
letivos estão concentrados no art. 5° mento da controvérsia, tampouco qual-
da CF. quer das ações que comporiam o sistema
de jurisdição constitucional abstrata. De
• Apesar do caput do artigo 5° garanti- igual modo, repeliu-se alegada conexão
los apenas a brasileiros e estrangeiros ante eventual identidade de causa de pe-
residentes no Brasil, a doutrina e o STF dir entre esta ADPF e a ADI 2197/RJ.
os estendem também para estran- Ocorre que as ações de índole abstrata
geiros em trânsito e pessoas jurí- não tratariam de fatos concretos, razão
dicas (HC 94.016, julgado em 2008 e pela qual nelas não se deveria, como re-
relatado pelo Ministro Celso de Mello). gra, cogitar de conexão, dependência ou
prevenção relativamente a outros proces-
• Segundo entendimento pacífico do Su- sos ou julgadores. Ademais, avaliou-se
premo Tribunal Federal, as pessoas que o tema relativo às ações afirmativas
jurídicas também são titulares de inserir-se-ia entre os clássicos do controle
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de constitucionalidade, e seria conveni- dignidade da pessoa humana, da liber-


ente que a controvérsia fosse definitiva- dade, da autodeterminação, da igual-
mente resolvida pelo STF, para colocar dade, do pluralismo, da intimidade, da
fim a polêmica que já se arrastaria, sem não discriminação e da busca da felici-
solução, por várias décadas nas diversas dade) – reconhece assistir, a qualquer
instâncias jurisdicionais do país. No mé- pessoa, o direito fundamental à orien-
rito, explicitou-se a abrangência da maté- tação sexual, havendo proclamado, por
ria. Nesse sentido, comentou-se, inicial- isso mesmo, a plena legitimidade ético-
mente, sobre o princípio constitucional da jurídica da união homoafetiva como enti-
igualdade, examinado em seu duplo as- dade familiar, atribuindo-lhe, em conse-
pecto: formal e material. Rememorou-se quência, verdadeiro estatuto de cidada-
o art. 5º, caput, da CF, segundo o qual ao nia, em ordem a permitir que se ex-
Estado não seria dado fazer qualquer dis- traiam, em favor de parceiros homosse-
tinção entre aqueles que se encontrariam xuais, relevantes consequências no plano
sob seu abrigo. Frisou-se, entretanto, que do Direito, notadamente no campo previ-
o legislador constituinte não se restringira denciário, e, também, na esfera das rela-
apenas a proclamar solenemente a igual- ções sociais e familiares. A extensão, às
dade de todos diante da lei. Ele teria bus- uniões homoafetivas, do mesmo re-
cado emprestar a máxima concreção a gime jurídico aplicável à união está-
esse importante postulado, para assegu- vel entre pessoas de gênero distinto
rar a igualdade material a todos os brasi- justifica-se e legitima-se pela direta
leiros e estrangeiros que viveriam no incidência, dentre outros, dos princí-
país, consideradas as diferenças existen- pios constitucionais da igualdade, da
tes por motivos naturais, culturais, liberdade, da dignidade, da segu-
econômicos, sociais ou até mesmo aci- rança jurídica e do postulado consti-
dentais. Além disso, atentaria especial- tucional implícito que consagra o di-
mente para a desequiparação entre os reito à busca da felicidade, os quais
distintos grupos sociais. Asseverou-se configuram, numa estrita dimensão
que, para efetivar a igualdade mate- que privilegia o sentido de inclusão
rial, o Estado poderia lançar mão de decorrente da própria CR (art. 1º, III,
políticas de cunho universalista – a e art. 3º, IV), fundamentos autônomos
abranger número indeterminado de e suficientes aptos a conferir suporte le-
indivíduos – mediante ações de natu- gitimador à qualificação das conjugalida-
reza estrutural; ou de ações afirmati- des entre pessoas do mesmo sexo como
vas – a atingir grupos sociais deter- espécie do gênero entidade familiar. (...)
minados – por meio da atribuição de O postulado da dignidade da pessoa hu-
certas vantagens, por tempo limi- mana, que representa – considerada a
tado, para permitir a suplantação de centralidade desse princípio essencial
desigualdades ocasionadas por situ- (CF, art. 1º, III) – significativo vetor in-
ações históricas particulares. Certifi- terpretativo, verdadeiro valor-fonte que
cou-se que a adoção de políticas que conforma e inspira todo o ordenamento
levariam ao afastamento de perspec- constitucional vigente em nosso País, tra-
tiva meramente formal do princípio duz, de modo expressivo, um dos funda-
da isonomia integraria o cerne do mentos em que se assenta, entre nós, a
conceito de democracia. Anotou-se a ordem republicana e democrática consa-
superação de concepção estratificada da grada pelo sistema de direito constitucio-
igualdade, outrora definida apenas como nal positivo. (...) O princípio constituci-
direito, sem que se cogitasse convertê-lo onal da busca da felicidade, que de-
em possibilidade. (ADPF 186, julgada em corre, por implicitude, do núcleo de que
2012 e relatada pelo Ministro Ricardo Le- se irradia o postulado da dignidade da
wandowski). pessoa humana, assume papel de ex-
tremo relevo no processo de afirmação,
4) Igualdade, família, orientação sexual gozo e expansão dos direitos fundamen-
e união homoafetiva: “Reconhecimento tais, qualificando-se, em função de sua
e qualificação da união homoafetiva como própria teleologia, como fator de neutra-
entidade familiar. O STF – apoiando-se lização de práticas ou de omissões lesivas
em valiosa hermenêutica construtiva e in- cuja ocorrência possa comprometer, afe-
vocando princípios essenciais (como os da tar ou, até mesmo, esterilizar direitos e
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Dir eit o Const it ucional

franquias individuais. Assiste, por isso 5) Direito à vida e pesquisas com célu-
mesmo, a todos, sem qualquer exclusão, las-tronco: o Plenário do STF, no julga-
o direito à busca da felicidade, verdadeiro mento da ADI 3.510, declarou a constitu-
postulado constitucional implícito, que se cionalidade do art. 5º da Lei de Biossegu-
qualifica como expressão de uma ideia- rança (Lei 11.105/2005), por entender
força que deriva do princípio da essencial que as pesquisas com células-tronco em-
dignidade da pessoa humana.” (RE brionárias não violam o direito à vida ou
477.554-AgR, julgado em 2011 e relatado o princípio da dignidade da pessoa hu-
pelo Ministro Celso de Mello). mana. “O Magno Texto Federal não dis-
põe sobre o início da vida humana ou o
• “O caput do art. 226 confere à família, preciso instante em que ela começa. Não
base da sociedade, especial proteção faz de todo e qualquer estádio da vida hu-
do Estado. Ênfase constitucional à ins- mana um autonomizado bem jurídico,
tituição da família. Família em seu co- mas da vida que já é própria de uma con-
loquial ou proverbial significado de nú- creta pessoa, porque nativiva (teoria ‘na-
cleo doméstico, pouco importando se talista’, em contraposição às teorias ‘con-
formal ou informalmente constituída, cepcionista’ ou da ‘personalidade condici-
ou se integrada por casais heteroafeti- onal’). E, quando se reporta a ‘direitos da
vos ou por pares homoafetivos. A pessoa humana’ e até a ‘direitos e garan-
Constituição de 1988, ao utilizar-se da tias individuais’ como cláusula pétrea,
expressão ‘família’, não limita sua for- está falando de direitos e garantias do in-
mação a casais heteroafetivos nem a divíduo-pessoa, que se faz destinatário
formalidade cartorária, celebração civil dos direitos fundamentais ‘à vida, à liber-
ou liturgia religiosa. Família como ins- dade, à igualdade, à segurança e à pro-
tituição privada que, voluntariamente priedade’, entre outros direitos e garan-
constituída entre pessoas adultas, tias igualmente distinguidos com o timbre
mantém com o Estado e a sociedade da fundamentalidade (como direito à sa-
civil uma necessária relação tricotô- úde e ao planejamento familiar). Mutismo
mica. Núcleo familiar que é o principal constitucional hermeneuticamente signi-
lócus institucional de concreção dos di- ficante de transpasse de poder normativo
reitos fundamentais que a própria para a legislação ordinária. A potenciali-
Constituição designa por ‘intimidade e dade de algo para se tornar pessoa hu-
vida privada’ (inciso X do art. 5º). Iso- mana já é meritória o bastante para aco-
nomia entre casais heteroafetivos bertá-la, infraconstitucionalmente, contra
e pares homoafetivos que somente tentativas levianas ou frívolas de obstar
ganha plenitude de sentido se de- sua natural continuidade fisiológica. Mas
sembocar no igual direito subje- as três realidades não se confundem: o
tivo à formação de uma autonomi- embrião é o embrião, o feto é o feto e a
zada família. Família como figura pessoa humana é a pessoa humana.
central ou continente, de que tudo o Donde não existir pessoa humana embri-
mais é conteúdo. Imperiosidade da in- onária, mas embrião de pessoa humana.
terpretação não reducionista do con- O embrião referido na Lei de Biossegu-
ceito de família como instituição que rança (in vitro apenas) não é uma vida a
também se forma por vias distintas do caminho de outra vida virginalmente
casamento civil. Avanço da CF de 1988 nova, porquanto lhe faltam possibilidades
no plano dos costumes. Caminhada na de ganhar as primeiras terminações ner-
direção do pluralismo como categoria vosas, sem as quais o ser humano não
sócio-político-cultural. Competência do tem factibilidade como projeto de vida
STF para manter, interpretativamente, autônoma e irrepetível. O Direito infra-
o Texto Magno na posse do seu funda- constitucional protege por modo variado
mental atributo da coerência, o que cada etapa do desenvolvimento biológico
passa pela eliminação de preconceito do ser humano. Os momentos da vida hu-
quanto à orientação sexual das pes- mana anteriores ao nascimento devem
soas.” (ADI 4.277 e ADPF 132, julga- ser objeto de proteção pelo direito co-
das em 2011 e relatadas pelo Ministro mum. O embrião pré-implanto é um bem
Ayres Britto). a ser protegido, mas não uma pessoa no
sentido biográfico a que se refere a Cons-
tituição.” (ADI 3.510, julgada em 2008 e
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relatada pelo Ministro Ayres Britto). demonstrar, de modo inequívoco, a au-


sência de atividade elétrica cerebral ou
6) Direito à vida e antecipação terapêu- metabólica cerebral ou, ainda, a inexis-
tica do parto de anencéfalos: “Na ini- tência de perfusão sanguínea cerebral.
cial, pede-se a declaração de inconstitu- Não foi por outra razão que o CFM, medi-
cionalidade, com eficácia para todos e ante a Resolução 1.752/2004, consignou
efeito vinculante, da interpretação dos serem os anencéfalos natimortos cere-
arts. 124, 126 e 128, I e II, do CP (DL brais. O anencéfalo jamais se tornará
2.848/1940) que impeça a antecipação uma pessoa. Em síntese, não se cuida de
terapêutica do parto na hipótese de gra- vida em potencial, mas de morte segura.
videz de feto anencéfalo, previamente di- O fato de respirar e ter batimento cardí-
agnosticada por profissional habilitado. aco não altera essa conclusão, até por-
Pretende-se o reconhecimento do direito que, como acentuado pelo dr. Thomaz
da gestante de submeter-se ao citado Rafael Gollop [42], a respiração e o bati-
procedimento sem estar compelida a mento cardíaco não excluem o diagnós-
apresentar autorização judicial ou qual- tico de morte cerebral [43]. (...) No céle-
quer outra forma de permissão do Es- bre caso de Marcela – suposta portadora
tado. Destaco a alusão feita pela própria de anencefalia que teria sobrevivido por
arguente ao fato de não se postular a um ano, oito meses e doze dias –, o di-
proclamação de inconstitucionalidade agnóstico estava equivocado, consoante
abstrata dos tipos penais, o que os reti- informaram renomados especialistas.
raria do sistema jurídico. Busca-se tão Não se tratava de anencefalia no sentido
somente que os referidos enunciados se- corriqueiramente utilizado pela literatura
jam interpretados conforme a Constitui- médica, mas de meroencefalia. Vale di-
ção. Dessa maneira, mostra-se inteira- zer: o feto possuía partes do cérebro –
mente despropositado veicular que o Su- cerebelo e pedaço do lóbulo temporal –
premo examinará, neste caso, a descri- que viabilizavam, embora precariamente,
minalização do aborto, especialmente a vida extrauterina. Daí não se poder
porque, consoante se observará, existe qualificá-lo, em sentido técnico, como
distinção entre aborto e antecipação te- feto anencéfalo, o qual jamais será do-
rapêutica do parto. Apesar de alguns au- tado de tais estruturas. (...) Cumpre re-
tores utilizarem expressões ‘aborto eugê- chaçar a assertiva de que a interrupção
nico ou eugenésico’ ou ‘antecipação eu- da gestação do feto anencéfalo consubs-
gênica da gestação’, afasto-as, conside- tancia aborto eugênico, aqui entendido
rado o indiscutível viés ideológico e polí- no sentido negativo em referência a prá-
tico impregnado na palavra eugenia. ticas nazistas. O anencéfalo é um nati-
Inescapável é o confronto entre, de um morto. Não há vida em potencial. Logo
lado, os interesses legítimos da mulher não se pode cogitar de aborto eugênico,
em ver respeitada sua dignidade e, de o qual pressupõe a vida extrauterina de
outro, os interesses de parte da socie- seres que discrepem de padrões imoral-
dade que deseja proteger todos os que a mente eleitos. Nesta arguição de des-
integram – sejam os que nasceram, se- cumprimento de preceito fundamental,
jam os que estejam para nascer – inde- não se trata de feto ou criança com lábio
pendentemente da condição física ou vi- leporino, ausência de membros, pés tor-
abilidade de sobrevivência. O tema en- tos, sexo dúbio, Síndrome de Down, ex-
volve a dignidade humana, o usufruto da trofia de bexiga, cardiopatias congênitas,
vida, a liberdade, a autodeterminação, a comunicação interauricular ou inversões
saúde e o reconhecimento pleno de direi- viscerais, enfim, não se trata de feto por-
tos individuais, especificamente, os direi- tador de deficiência grave que permita
tos sexuais e reprodutivos de milhares de sobrevida extrauterina. Cuida-se tão so-
mulheres. No caso, não há colisão real mente de anencefalia. (...) De fato, a
entre direitos fundamentais, apenas con- anencefalia mostra-se incompatível com
flito aparente. (...) Conforme a Resolução a vida extrauterina, ao passo que a defi-
1.480, de 8-8-1997, do Conselho Federal ciência não. (...) Anencefalia e vida são
de Medicina (CFM), os exames comple- termos antitéticos. Conforme demons-
mentares a serem observados para a trado, o feto anencéfalo não tem poten-
constatação de morte encefálica deverão cialidade de vida. Trata-se, na expressão

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adotada pelo CFM e por abalizados espe- fisiológica’. Ora, inexistindo potenciali-
cialistas, de um natimorto cerebral. Por dade para tornar-se pessoa humana, não
ser absolutamente inviável, o anencéfalo surge justificativa para a tutela jurídico-
não tem a expectativa nem é ou será ti- penal, com maior razão quando eventual
tular do direito à vida, motivo pelo qual tutela esbarra em direitos fundamentais
aludi, no início do voto, a um conflito ape- da mulher, como se verá adiante. Enfim,
nas aparente entre direitos fundamen- cumpre tomar de empréstimo o conceito
tais. Em rigor, no outro lado da balança, jurídico de morte cerebral previsto na Lei
em contraposição aos direitos da mulher, 9.434/1997[72], para concluir ser de
não se encontra o direito à vida ou à dig- todo impróprio falar em direito à vida in-
nidade humana de quem está por vir, trauterina ou extrauterina do anencéfalo,
justamente porque não há ninguém por o qual é um natimorto cerebral. (...)
vir, não há viabilidade de vida. Aborto é Constata-se a existência de dados mere-
crime contra a vida. Tutela-se a vida em cedores de confiança que apontam riscos
potencial. No caso do anencéfalo, repito, físicos maiores à gestante portadora de
não existe vida possível. (...) É de conhe- feto anencéfalo do que os verificados na
cimento corrente que, nas décadas de gravidez comum. Sob o aspecto psíquico,
trinta e quarenta, a medicina não possuía parece incontroverso – impor a continui-
os recursos técnicos necessários para dade da gravidez de feto anencéfalo pode
identificar previamente a anomalia fetal conduzir a quadro devastador, como o
incompatível com a vida extrauterina experimentado por Gabriela Oliveira Cor-
[70]. A literalidade do CP de 1940 certa- deiro, que figurou como paciente no em-
mente está em harmonia com o nível de blemático HC 84.025/RJ, rel. min. Joa-
diagnósticos médicos existentes à época, quim Barbosa. (...) Relatos como esse
o que explica a ausência de dispositivo evidenciam que a manutenção compulsó-
que preveja expressamente a atipicidade ria da gravidez de feto anencéfalo im-
da interrupção da gravidez de feto anen- porta em graves danos à saúde psíquica
cefálico. Não nos custa lembrar: estamos da família toda e, sobretudo, da mulher.
a tratar do mesmíssimo legislador que, Enquanto, numa gestação normal, são
para proteger a honra e a saúde mental nove meses de acompanhamento, mi-
ou psíquica da mulher – da mulher, re- nuto a minuto, de avanços, com a predo-
pito, não obstante a visão machista então minância do amor, em que a alteração
reinante –, estabeleceu como impunível o estética é suplantada pela alegre expec-
aborto provocado em gestação oriunda tativa do nascimento da criança; na ges-
de estupro, quando o feto é plenamente tação do feto anencéfalo, no mais das ve-
viável. (...) mesmo à falta de previsão zes, reinam sentimentos mórbidos, de
expressa no CP de 1940, parece-me ló- dor, de angústia, de impotência, de tris-
gico que o feto sem potencialidade de teza, de luto, de desespero, dada a cer-
vida não pode ser tutelado pelo tipo penal teza do óbito. (...) Ao Estado não é dado
que protege a vida. (...) este Supremo intrometer-se. Ao Estado compete ape-
Tribunal proclamou que a Constituição nas se desincumbir do dever de informar
‘quando se reporta a ‘direitos da pessoa e prestar apoio médico e psicológico a pa-
humana’ e até dos ‘direitos e garantias ciente, antes e depois da decisão, seja
individuais’ como cláusula pétrea está fa- ela qual for, o que se mostra viável, con-
lando de direitos e garantias do indiví- forme esclareceu a então ministra da Se-
duo-pessoa, que se faz destinatário dos cretaria Especial de Políticas para as Mu-
direitos fundamentais ‘à vida, à liber- lheres, Nilcéa Freire [103]. (...) Não se
dade, à igualdade, à segurança e à pro- trata de impor a antecipação do parto do
priedade’. É certo, senhor presidente, feto anencéfalo. De modo algum. O que
que, no caso do anencéfalo, não há, nem a arguente pretende é que ‘se assegure a
nunca haverá, indivíduo-pessoa. No se- cada mulher o direito de viver as suas es-
gundo trecho, este Tribunal assentou que colhas, os seus valores, as suas cren-
‘a potencialidade de algo para se tornar ças’[105]. Está em jogo o direito da mu-
pessoa humana já é meritória o bastante lher de autodeterminar-se, de escolher,
para acobertá-la, infraconstitucional- de agir de acordo com a própria vontade
mente, contra tentativas levianas ou frí- num caso de absoluta inviabilidade de
volas de obstar sua natural continuidade vida extrauterina. Estão em jogo, em úl-
tima análise, a privacidade, a autonomia
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e a dignidade humana dessas mulheres. atuais, realço, requerem empatia, aceita-


Hão de ser respeitadas tanto as que op- ção, humanidade e solidariedade para
tem por prosseguir com a gravidez – por com essas mulheres. Pelo que ouvimos
sentirem-se mais felizes assim ou por ou lemos nos depoimentos prestados na
qualquer outro motivo que não nos cum- audiência pública, somente aquela que
pre perquirir – quanto as que prefiram in- vive tamanha situação de angústia é ca-
terromper a gravidez, para pôr fim ou, ao paz de mensurar o sofrimento a que se
menos, minimizar um estado de sofri- submete. Atuar com sapiência e justiça,
mento. (...) Não se coaduna com o prin- calcados na Constituição da República e
cípio da proporcionalidade proteger ape- desprovidos de qualquer dogma ou para-
nas um dos seres da relação, privilegiar digma moral e religioso, obriga-nos a ga-
aquele que, no caso da anencefalia, não rantir, sim, o direito da mulher de mani-
tem sequer expectativa de vida extraute- festar-se livremente, sem o temor de tor-
rina, aniquilando, em contrapartida, os nar-se ré em eventual ação por crime de
direitos da mulher, impingindo-lhe sacri- aborto. Ante o exposto, julgo procedente
fício desarrazoado. A imposição estatal o pedido formulado na inicial, para de-
da manutenção de gravidez cujo resul- clarar a inconstitucionalidade da in-
tado final será irremediavelmente a terpretação segundo a qual a inter-
morte do feto vai de encontro aos princí- rupção da gravidez de feto anencé-
pios basilares do sistema constitucional, falo é conduta tipificada nos arts.
mais precisamente à dignidade da pessoa 124, 126, e 128, I e II, do CP brasi-
humana, à liberdade, à autodetermina- leiro.” (ADPF 54, julgada em 2012 e re-
ção, à saúde, ao direito de privacidade, latada pelo Ministro Marco Aurélio).
ao reconhecimento pleno dos direitos se-
xuais e reprodutivos de milhares de mu- 7) É livre a manifestação do pensa-
lheres. O ato de obrigar a mulher a man- mento, vedado o anonimato, e assegu-
ter a gestação, colocando-a em uma es- rado direito de resposta proporcional ao
pécie de cárcere privado em seu próprio agravo, além de eventual indenização
corpo, desprovida do mínimo essencial de por dano material, moral ou à imagem (a
autodeterminação e liberdade, asseme- resposta não exclui o dever de indenizar).
lha-se à tortura [109] ou a um sacrifício
que não pode ser pedido a qualquer pes- 8) (...) (a) os escritos anônimos não po-
soa ou dela exigido. (...) Se alguns seto- dem justificar, só por si, desde que isola-
res da sociedade reputam moralmente damente considerados, a imediata instau-
reprovável a antecipação terapêutica da ração da persecutio criminis, eis que pe-
gravidez de fetos anencéfalos, relembro- ças apócrifas não podem ser incorpora-
lhes de que essa crença não pode condu- das, formalmente, ao processo, salvo
zir à incriminação de eventual conduta quando tais documentos forem produzi-
das mulheres que optarem em não levar dos pelo acusado, ou, ainda, quando
a gravidez a termo. O Estado brasileiro é constituírem, eles próprios, o corpo de
laico e ações de cunho meramente imo- delito (como sucede com bilhetes de res-
rais não merecem a glosa do direito pe- gate no delito de extorsão mediante se-
nal. A incolumidade física do feto anen- questro, ou como ocorre com cartas que
céfalo, que, se sobreviver ao parto, o evidenciem a prática de crimes contra a
será por poucas horas ou dias, não pode honra, ou que corporifiquem o delito de
ser preservada a qualquer custo, em de- ameaça ou que materializem o crimen
trimento dos direitos básicos da mulher. falsi, p. ex.); (b) nada impede, contudo,
No caso, ainda que se conceba o direito à que o Poder Público provocado por dela-
vida do feto anencéfalo – o que, na minha ção anônima (‘disque-denúncia’, p. ex.),
óptica, é inadmissível, consoante enfati- adote medidas informais destinadas a
zado –, tal direito cederia, em juízo de apurar, previamente, em averiguação su-
ponderação, em prol dos direitos à digni- mária, ‘com prudência e discrição’, a pos-
dade da pessoa humana, à liberdade no sível ocorrência de eventual situação de
campo sexual, à autonomia, à privaci- ilicitude penal, desde que o faça com o
dade, à integridade física, psicológica e objetivo de conferir a verossimilhança dos
moral e à saúde, previstos, respectiva- fatos nela denunciados, em ordem a pro-
mente, nos arts. 1º, III; 5º, cabeça e II, mover, então, em caso positivo, a formal
III e X; e 6º, cabeça, da CR. Os tempos
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instauração da persecutio criminis, man- quem de direito (‘invito domino’), in-


tendo-se, assim, completa desvinculação gressar, durante o dia, sem mandado
desse procedimento estatal em relação às judicial, em espaço privado não aberto
peças apócrifas; e (c) o Ministério Público, ao público, onde alguém exerce sua ati-
de outro lado, independentemente da vidade profissional, sob pena de a prova
prévia instauração de inquérito policial, resultante da diligência de busca e
também pode formar a sua opinio delicti apreensão assim executada reputar-se
com apoio em outros elementos de con- inadmissível, porque impregnada de ili-
vicção que evidenciem a materialidade do citude material. O atributo da autoexe-
fato delituoso e a existência de indícios cutoriedade dos atos administrativos,
suficientes de sua autoria, desde que os que traduz expressão concretizadora do
dados informativos que dão suporte à ‘privilège du preálable’, não prevalece
acusação penal não tenham, como único sobre a garantia constitucional da invi-
fundamento causal, documentos ou escri- olabilidade domiciliar, ainda que se
tos anônimos.” (Inq 1.957, Rel. Min. Car- cuide de atividade exercida pelo Poder
los Velloso, voto do Min. Celso de Mello, Público em sede de fiscalização tributá-
julgamento em 11-5-2005, Plenário, DJ ria.”
de 11-11-2005.)
10) O conceito normativo de casa é abran-
9) Inviolabilidade do domicílio gente; assim, qualquer compartimento
privado onde alguém exerce profissão ou
INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO atividade está protegido pela inviolabili-
dade do domicílio. Apesar disso, há a
Exceções: hipóteses possibilidade de se instalar escuta
em que se pode pene- ambiental em escritório de advocacia
Regra trar em casa mesmo que seja utilizado como reduto para a
sem o consentimento do prática de crimes, conforme já deci-
morador
diu o STF: “Escuta ambiental e explora-
A casa (englobando a) a qualquer horário: ção de local. Captação de sinais óticos e
escritórios, motéis, em caso de flagrante acústicos. Escritório de advocacia. In-
hotéis e congêneres, delito ou desastre, ou gresso da autoridade policial, no período
segundo o STF) é para prestar socorro noturno, para instalação de equipamento.
asilo inviolável do in- Medidas autorizadas por decisão judicial.
divíduo e nela nin- b) somente durante o Invasão de domicílio. Não caracterização.
guém pode penetrar dia: por determinação (...) Inteligência do art. 5º, X e XI, da CF;
sem consentimento judicial.
do morador.
art. 150, § 4º, III, do CP; e art. 7º, II, da
Lei 8.906/1994. (...) Não opera a inviola-
bilidade do escritório de advocacia,
• De acordo com a posição do STF no HC quando o próprio advogado seja suspeito
93.050, julgado em 2008 e relatado da prática de crime, sobretudo concebido
pelo ministro Celso de Mello, para os e consumado no âmbito desse local de
fins da proteção jurídica a que se refere trabalho, sob pretexto de exercício da
o art. 5º, XI, da CF, “o conceito nor- profissão.” (Inq 2.424, julgado em 2008
mativo de ‘casa’ revela-se abran- e relatado pelo Ministro Cezar Peluso).
gente e, por estender-se a qualquer
compartimento privado não aberto ao 11) É assegurado a todos o acesso à infor-
público, onde alguém exerce profissão mação e resguardado o sigilo da fonte,
ou atividade (CP, art. 150, § 4º, III), quando necessário ao exercício profissio-
compreende, observada essa específica nal.
limitação espacial (área interna não
acessível ao público), os escritórios pro- • “O sigilo profissional constitucional-
fissionais, inclusive os de contabilidade. mente determinado não exclui a possi-
Sem que ocorra qualquer das situações bilidade de cumprimento de man-
excepcionais taxativamente previstas dado de busca e apreensão em es-
no texto constitucional (art. 5º, XI), ne- critório de advocacia. O local de tra-
nhum agente público, ainda que vincu- balho do advogado, desde que este
lado à administração tributária do Es- seja investigado, pode ser alvo de
tado, poderá, contra a vontade de busca e apreensão, observando-se os
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limites impostos pela autoridade judi- 143, §§ 1º e 2º da Constituição Fede-


cial. Tratando-se de local onde existem ral, sobre a prestação de Serviço Alter-
documentos que dizem respeito a ou- nativo ao Serviço Militar Obrigatório),
tros sujeitos não investigados, é indis- enuncia que a recusa de prestação al-
pensável a especificação do âmbito de ternativa gerará a suspensão dos di-
abrangência da medida, que não po- reitos políticos.
derá ser executada sobre a esfera de
direitos de não investigados. Equívoco 13) É assegurada, nos termos da lei, a pro-
quanto à indicação do escritório profis- teção às participações individuais em
sional do paciente, como seu endereço obras coletivas e à reprodução da
residencial, deve ser prontamente co- imagem e voz humanas, inclusive nas
municado ao magistrado para adequa- atividades desportivas.
ção da ordem em relação às cautelas
necessárias, sob pena de tornar nulas 14) A sucessão de bens de estrangeiros
as provas oriundas da medida e todas situados no País será regulada pela lei
as outras exclusivamente delas decor- brasileira em benefício do cônjuge ou dos
rentes. Ordem concedida para declarar filhos brasileiros, sempre que não lhes
a nulidade das provas oriundas da seja mais favorável a lei pessoal do “de
busca e apreensão no escritório de ad- cujus”. Em outras palavras: aplica-se a
vocacia do paciente, devendo o mate- lei brasileira, salvo se a do falecido
rial colhido ser desentranhado dos au- for mais favorável.
tos do Inq 544 em curso no STJ e de-
volvido ao paciente, sem que tais pro- 15) O sigilo da correspondência e das
vas, bem assim quaisquer das infor- comunicações telegráficas, de dados
mações oriundas da execução da me- e das comunicações telefônicas é in-
dida, possam ser usadas em relação ao violável, salvo, no último caso, por or-
paciente ou a qualquer outro investi- dem judicial, nas hipóteses e na forma
gado, nesta ou em outra investigação.” que a lei estabelecer para fins de inves-
(HC 91.610, julgado em 2010 e rela- tigação criminal ou instrução proces-
tado pelo Ministro Gilmar Mendes). sual penal (não para processo civil).

• Os sigilos bancário e fiscal estão inclu-


12) Ninguém será privado de direitos ídos na proteção ao sigilo de dados.
por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo
se as invocar para eximir-se de obrigação • O STF já firmou posicionamento no
legal a todos imposta e recusar-se a cum- sentido que a interceptação telefô-
prir prestação alternativa, fixada em lei; nica se submete à reserva de juris-
dição, sem exceção. Vale ressaltar
• Apesar de a prestação de serviço mili- que se a gravação for feita por um dos
tar ser obrigatória (art. 143, caput, da interlocutores, desconfigura-se a inter-
CF), a recusa em cumpri-la é admitida ceptação telefônica, restando mera
sob a alegação do direito de escusa de gravação ambiental (RE 453.562-AgR,
consciência, cabendo, nesse caso, às julgado em 2008 e relatado pelo Minis-
forças armadas atribuir àquele que tro Joaquim Barbosa).
exercer esse direito serviço alternativo
em tempo de paz (art. 143, § 1°, da • Importante destacar que a intercep-
CF), cuja recusa enseja como sanção a tação (gravações de conversas pre-
declaração da perda dos direitos polí- sentes e futuras) não se confunde
ticos (art. 15, IV, da CF). com a quebra de sigilo (acesso a da-
dos passados). Tal distinção é rele-
• Destaca-se que, tradicionalmente, a vante, pois as CPIs (órgãos que não
doutrina sempre se pronunciou no sen- são investidos de poderes jurisdicio-
tido de que a recusa prestação alterna- nais) até podem determinar a quebra
tiva implica na perda dos direitos po- de sigilo de dados telefônicos (registro
líticos. Entretanto, o art. 4°, § 2°, da de chamadas recebidas e efetuadas),
Lei 8.239/91 (que regulamenta o art. mas não a interceptação telefônica.

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• Conforme posição do STF no RE Nix x Williams (1984), o curso normal das


461366, julgado em 2007 e relatado investigações conduziria a elementos in-
pelo Ministro Marco Aurélio: “A atua- formativos que vinculariam os pacientes
ção fiscalizadora do Banco Central ao fato investigado. Bases desse entendi-
do Brasil não encerra a possibili- mento que parecem ter encontrado gua-
dade de, no campo administrativo, rida no ordenamento jurídico pátrio com
alcançar dados bancários de cor- o advento da Lei 11.690/2008, que deu
rentistas, afastando o sigilo previsto nova redação ao art. 157 do CPP, em es-
no inciso XII do artigo 5º da Constitui- pecial o seu § 2º.
ção Federal”.
17) “O princípio constitucional da reserva de
16) Segundo o STF, a análise dos últimos jurisdição – que incide sobre as hipóteses
registros telefônicos em aparelhos de busca domiciliar (CF, art. 5º, XI), de
celulares apreendidos após a efetua- interceptação telefônica (CF, art. 5º, XII)
ção de prisão em flagrante é lícita. As- e de decretação da prisão, ressalvada a
sim restou decidido no HC 91.867, jul- situação de flagrância penal (CF, art. 5º,
gado em 2012 e relato pelo Ministro Gil- LXI) – não se estende ao tema da que-
mar Mendes: “Suposta ilegalidade decor- bra de sigilo, pois, em tal matéria, e
rente do fato de os policiais, após a prisão por efeito de expressa autorização
em flagrante do corréu, terem realizado a dada pela própria CR (CF, art. 58,
análise dos últimos registros telefônicos § 3º), assiste competência à CPI,
dos dois aparelhos celulares apreendidos. para decretar, sempre em ato neces-
Não ocorrência. 2.2 Não se confundem sariamente motivado, a excepcional
comunicação telefônica e registros telefô- ruptura dessa esfera de privacidade
nicos, que recebem, inclusive, proteção das pessoas.” (MS 23.652, julgado no
jurídica distinta. Não se pode interpretar ano 2000 e relatado pelo Ministro Celso
a cláusula do artigo 5º, XII, da CF, no de Mello).
sentido de proteção aos dados enquanto
registro, depósito registral. A proteção • Segundo a jurisprudência do STF, “A
constitucional é da comunicação de dados quebra do sigilo inerente aos re-
e não dos dados. 2.3 Art. 6º do CPP: de- gistros bancários, fiscais e telefô-
ver da autoridade policial de proceder à nicos, por traduzir medida de cará-
coleta do material comprobatório da prá- ter excepcional, revela-se incom-
tica da infração penal. Ao proceder à pes- patível com o ordenamento consti-
quisa na agenda eletrônica dos aparelhos tucional, quando fundada em deli-
devidamente apreendidos, meio material berações emanadas de CPI cujo
indireto de prova, a autoridade policial, suporte decisório apoia-se em for-
cumprindo o seu mister, buscou, unica- mulações genéricas, destituídas
mente, colher elementos de informação da necessária e específica indica-
hábeis a esclarecer a autoria e a materia- ção de causa provável, que se qua-
lidade do delito (dessa análise logrou en- lifica como pressuposto legitimador da
contrar ligações entre o executor do ho- ruptura, por parte do Estado, da esfera
micídio e o ora paciente). Verificação que de intimidade a todos garantida pela
permitiu a orientação inicial da linha in- CR. Precedentes. Doutrina. O controle
vestigatória a ser adotada, bem como jurisdicional de abusos praticados por
possibilitou concluir que os aparelhos se- CPI não ofende o princípio da separa-
riam relevantes para a investigação. 2.4 ção de poderes. O STF, quando inter-
À guisa de mera argumentação, mesmo vém para assegurar as franquias cons-
que se pudesse reputar a prova produzida titucionais e para garantir a integri-
como ilícita e as demais, ilícitas por deri- dade e a supremacia da Constituição,
vação, nos termos da teoria dos frutos da neutralizando, desse modo, abusos co-
árvore venenosa (fruit of the poisonous metidos por CPI, desempenha, de ma-
tree), é certo que, ainda assim, melhor neira plenamente legítima, as atribui-
sorte não assistiria à defesa. É que, na hi- ções que lhe conferiu a própria Carta
pótese, não há que se falar em prova ilí- da República. O regular exercício da
cita por derivação. Nos termos da teoria função jurisdicional, nesse contexto,
da descoberta inevitável, construída pela porque vocacionado a fazer prevalecer
Suprema Corte norte-americana no caso a autoridade da Constituição, não
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transgrede o princípio da separação de


ATENÇÃO!
Poderes. Doutrina. Precedentes.” (MS
A finalidade do direito de reunião é a mani-
25.668, julgado em 2006 e relatado
festação do pensamento. A liberdade ambu-
pelo Ministro Celso de Mello).
latorial constitui apena um meio para o exer-
cício do direito de reunião. Nesse sentido, di-
18) Segundo o entendimento do STF, “A ad-
ante de uma violação ao direito fundamental,
ministração penitenciária, com funda-
líquido e certo, de reunião, cabível será o
mento em razões de segurança pública,
mandado de segurança, não o habeas cor-
de disciplina prisional ou de preservação
pus.
da ordem jurídica, pode, sempre excep-
cionalmente, e desde que respeitada a
norma inscrita no art. 41, parágrafo 21) No caso de iminente perigo público, a
único, da Lei 7.210/1984, proceder à in- autoridade competente poderá usar de
terceptação da correspondência re- propriedade particular, assegurada ao
metida pelos sentenciados, eis que a proprietário indenização ulterior, ape-
cláusula tutelar da inviolabilidade do nas se houver dano (e não em qualquer
sigilo epistolar não pode constituir caso).
instrumento de salvaguarda de práti-
cas ilícitas.” (HC 70.814, Rel. Min. Celso 22) Associações
de Mello, julgamento em 1º-3-1994, Pri-
meira Turma, DJ de 24-6-1994.) ASSOCIAÇÕES

19) Assegura-se a todos, independente- OBJETIVOS EXIGÊNCIAS


mente do pagamento de taxas, o direito
de petição aos Poderes Públicos em de- Não depende de autorização do
poder público.
fesa de direitos ou contra ilegalidade ou 1) Criação
É vedada a criação de associa-
abuso de poder. ções de caráter paramilitar

• “O direito de petição, presente em 2) Suspensão


Somente por decisão Judicial
todas as Constituições brasileiras, qua- das Atividades
lifica-se como importante prerrogativa
Somente por decisão judicial com
de caráter democrático. Trata-se de 3) Dissolução
trânsito em julgado
instrumento jurídico-constitucio-
nal posto à disposição de qualquer
interessado – mesmo daqueles • A jurisprudência do STF não é pacífica
destituídos de personalidade jurí- quanto ao fato de as pessoas jurídicas
dica –, com a explícita finalidade de serem titulares da liberdade de associ-
viabilizar a defesa, perante as institui- ação. Vale destacar trecho da ADI
ções estatais, de direitos ou valores re- 2054: “I. Liberdade de associação. 1.
vestidos tanto de natureza pessoal Liberdade negativa de associação: sua
quanto de significação coletiva. Enti- existência, nos textos constitucionais
dade sindical que pede ao PGR o ajui- anteriores, como corolário da liberdade
zamento de ação direta perante o STF. positiva de associação e seu alcance e
Provocatio ad agendum. Pleito que tra- inteligência, na Constituição, quando
duz o exercício concreto do direito de se cuide de entidade destinada a viabi-
petição. Legitimidade desse comporta- lizar a gestão coletiva de arrecadação e
mento.” (STF. ADI 1.247, julgada em distribuição de direitos autorais e cone-
2005 e relatada pelo Ministro Celso de xos, cuja forma e organização se reme-
Mello). teram à lei. 2. Direitos autorais e cone-
xos: sistema de gestão coletiva de ar-
20) É livre o direito de reunião pacífica, não recadação e distribuição por meio do
sendo necessária autorização. Entre- ECAD (L 9610/98, art. 99), sem ofensa
tanto, exige-se prévio aviso (não pedido do art. 5º, XVII e XX, da Constituição,
de autorização) à autoridade competente, cuja aplicação, na esfera dos direitos
para que não frustre outra reunião ante- autorais e conexos, hão de conciliar-se
riormente convocada. com o disposto no art. 5º, XXVIII, b, da
própria Lei Fundamental. 3. Liberdade

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de associação: garantia constitucional de duvidosa extensão às pessoas jurídicas (ADI


2054, julgado em 2003 e relatado pelo Ministro Ilmar Galvão).

• Conforme entendimento do STF, “A obrigatoriedade do visto de advogado para o regis-


tro de atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas (art. 1º, § 2º, da Lei
8.906/1994) não ofende os princípios constitucionais da isonomia e da liberdade associa-
tiva.” (ADI 1.194, Rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-5-2009, Plenário, DJE
de 11-9-2009.)

23) Súmula 654 do STF: “A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Cons-
tituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado”.

24) Somente os crimes de racismo e de ações de grupos armadas, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático são imprescritíveis (além de inafiançáveis). Já
os crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e os definidos em
lei como hediondos, são insuscetíveis de graça ou anistia (além de inafiançáveis).

Insuscetível de graça
Crime Inafiançável Imprescritível
ou anistia

Racismo Sim Sim Não

Ações de Grupos Armados,


Civis ou Militares contra a
Sim Sim Não
Ordem Constitucional e o
Estado Democrático

Tortura Sim Não Sim

Tráfico Ilícito de
Entorpecentes e Drogas Sim Não Sim
Afins

Terrorismo Sim Não Sim

Hediondo Sim Não Sim

• Dica para memorização: TTTH prescrevem! (Tortura, Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Dro-
gas Afins, Terrorismo e Hediondos).

• Vale destacar que os crimes insuscetíveis de graça ou anistia também não admitem indulto
(que é espécie de graça, segundo entendimento do STF exposto no HC 84.312) e comutação
de pena (que é tipo de indulto, também segundo o STF em julgamento do HC 84.312).

• No julgamento do HC 82424, julgado em 2003 e relatado para o acórdão pelo Ministro Mau-
rício Corrêa, em que se discutia o alcance da expressão “racismo”, contida no inciso XLII
do art. 5º, da CF, (“a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito
à pena de reclusão, nos termos da lei;”), o Tribunal, por maioria, acompanhou o voto profe-
rido pelo Min. Maurício Corrêa no sentido do indeferimento do writ, sob o entendimento de
que o racismo é antes de tudo uma realidade social e política, sem nenhuma refe-
rência à raça enquanto caracterização física ou biológica, refletindo, na verdade,
reprovável comportamento que decorre da convicção de que há hierarquia entre os
grupos humanos, suficiente para justificar atos de segregação, inferiorização e até
de eliminação de pessoas. O Min. Marco Aurélio, ao proferir seu voto, salientando a neces-
sidade do exame da causa em face da realidade social brasileira – na qual não há predispo-
sição para a prática de discriminação contra o povo judeu, diferentemente do que ocorre com
o negro, para o qual a CF/88 conferiu a proteção prevista no inciso XLII do art. 5º –, e tendo
em conta a colisão entre os direitos fundamentais da liberdade de expressão e da proteção à
dignidade do povo judeu, considerou não demonstrado que a conduta do paciente pudesse

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resultar em incitação à prática de discrimina- asseguram as liberdades de expressão, de


ção ou colocar em risco a segurança do informação e de comunicação em geral.
povo judeu, a justificar limitação do di- (...) No campo da profissão de jornalista,
reito à liberdade de expressão. (Informa- não há espaço para a regulação estatal
tivo 321 do STF). quanto às qualificações profissionais. O
art. 5º, IV, IX, XIV, e o art. 220 não
25) A CF garante que não haverá prisão ci- autorizam o controle, por parte do Es-
vil por dívida, salvo a do responsável tado, quanto ao acesso e exercício da
pelo inadimplemento voluntário e inescu- profissão de jornalista. Qualquer tipo
sável (não desculpável) de obrigação ali- de controle desse tipo, que interfira
mentícia e a do depositário infiel (mas o na liberdade profissional no momento
STF já declarou inaplicável a prisão civil do próprio acesso à atividade jornalís-
do depositário infiel). tica, configura, ao fim e ao cabo, con-
trole prévio que, em verdade, caracte-
26) O Estado prestará assistência jurídica riza censura prévia das liberdades de
integral e gratuita (apenas) aos que expressão e de informação, expressa-
comprovarem insuficiência de recur- mente vedada pelo art. 5º, IX, da
sos (e não a todos, indistintamente). Constituição. A impossibilidade do esta-
belecimento de controles estatais sobre a
27) Todos têm direito a receber dos órgãos profissão jornalística leva à conclusão de
públicos informações de seu interesse que não pode o Estado criar uma ordem ou
particular, ou de interesse coletivo ou ge- um conselho profissional (autarquia) para
ral, que serão prestadas no prazo da lei, a fiscalização desse tipo de profissão. O
sob pena de responsabilidade, ressalva- exercício do poder de polícia do Estado é
das aquelas cujo sigilo seja impres- vedado nesse campo em que imperam as
cindível à segurança da sociedade e liberdades de expressão e de informação.
do Estado, não havendo prevalência do Jurisprudência do STF: Representação
direito individual neste caso. 930, Rel. p/ o ac. Min. Rodrigues Alckmin,
DJ de 2-9-1977.” (RE 511.961, julgado em
28) O registro civil de nascimento e a certi- 2009 e relatado pelo Ministro Gilmar Men-
dão de óbito são gratuitos apenas aos des).
reconhecidamente pobres. • “Nem todos os ofícios ou profissões po-
dem ser condicionadas ao cumpri-
29) É livre o exercício de qualquer trabalho, mento de condições legais para o seu
ofício ou profissão, desde que atendidas exercício. A regra é a liberdade. Ape-
as qualificações profissionais que a lei es- nas quando houver potencial lesivo na
tabelecer. atividade é que pode ser exigida inscri-
ção em conselho de fiscalização profis-
30) “O jornalismo é uma profissão diferen- sional. A atividade de músico pres-
ciada por sua estreita vinculação ao pleno cinde de controle. Constitui, ade-
exercício das liberdades de expressão e de mais, manifestação artística protegida
informação. O jornalismo é a própria ma- pela garantia da liberdade de expres-
nifestação e difusão do pensamento e da são.” (RE 414.426, Rel. Min. Ellen Gra-
informação de forma contínua, profissional cie, julgamento em 1º-8 – 2011, Ple-
e remunerada. Os jornalistas são aquelas nário, DJE de 10-10-2011.)
pessoas que se dedicam profissionalmente
ao exercício pleno da liberdade de expres- • Já entendeu o STF, segundo noticiado
são. O jornalismo e a liberdade de expres- no Informativo nº 748, que “A exigên-
são, portanto, são atividades que estão cia, pela Fazenda Pública, de pres-
imbricadas por sua própria natureza e não tação de fiança, garantia real ou fi-
podem ser pensadas e tratadas de forma dejussória para a impressão de no-
separada. Isso implica, logicamente, que a tas fiscais de contribuintes em dé-
interpretação do art. 5º, XIII, da Consti- bito com o Fisco viola as garantias
tuição, na hipótese da profissão de jorna- do livre exercício do trabalho, ofí-
lista, se faça, impreterivelmente, em con- cio ou profissão (CF, art. 5º, XIII), da
junto com os preceitos do art. 5º, IV, IX, atividade econômica (CF, art. 170, pa-
XIV, e do art. 220, da Constituição, que
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rágrafo único) e do devido processo le- órgão com competência de polícia ju-
gal (CF, art. 5º, LIV)” (RE 565048, jul- diciária, digam respeito ao exercício
gado em 2014 e relatado pelo Ministro do direito de defesa em procedimento
Marco Aurélio). investigatório realizado por órgão com
31) A lei assegurará aos autores de inventos competência de polícia judiciária.
industriais privilégio temporário para
sua utilização, bem como proteção às cri- • Sobre a Súmula vinculante 14, des-
ações industriais, à propriedade das mar- taca-se o seguinte precedente repre-
cas, aos nomes de empresas e a outros sentativo: “4. Há, é verdade, dili-
signos distintivos, tendo em vista o inte- gências que devem ser sigilosas,
resse social e o desenvolvimento tecnoló- sob o risco do comprometimento
gico e econômico do País. do seu bom sucesso. Mas, se o si-
gilo é aí necessário à apuração e à
32) O Supremo Tribunal Federal entende atividade instrutória, a formaliza-
que decorre da regra que veda a utiliza- ção documental de seu resultado
ção no processo de provas obtidas por já não pode ser subtraída ao indi-
meios ilícitos a proibição de utilização ciado nem ao defensor, porque, é
também das provas derivadas das ilícitas óbvio, cessou a causa mesma do
– teoria que se tornou conhecida pela al- sigilo. (...) Os atos de instrução, en-
cunha de “frutos da árvore envene- quanto documentação dos elementos
nada”. Todas essas provas são conside- retóricos colhidos na investigação, es-
radas nulas. Entretanto, a jurisprudência ses devem estar acessíveis ao indici-
daquele tribunal admite a utilização das ado e ao defensor, à luz da Constitui-
provas derivadas das ilícitas em processo ção da República, que garante à classe
penal, quando a acusação demonstrar dos acusados, na qual não deixam de
que as provas derivadas advêm de uma situar-se o indiciado e o investigado
fonte independente (RHC 90.376, jul- mesmo, o direito de defesa. O sigilo
gado em 2007 e relatado pelo Ministro aqui, atingindo a defesa, frustra-lhe,
Celso de Mello). por conseguinte, o exercício. (...) 5.
Por outro lado, o instrumento disponí-
• “O STF, como intérprete maior da vel para assegurar a intimidade dos in-
Constituição Federal, considerou com- vestigados (...) não figura título jurí-
patível com o art. 5º, XII e LVI, o dico para limitar a defesa nem a publi-
uso de prova obtida fortuitamente cidade, enquanto direitos do acusado.
através de interceptação telefô- E invocar a intimidade dos demais acu-
nica licitamente conduzida, ainda sados, para impedir o acesso aos au-
que o crime descoberto, conexo ao que tos, importa restrição ao direito de
foi objeto da interceptação, seja pu- cada um do envolvidos, pela razão ma-
nido com detenção.” (AI 626.214, jul- nifesta de que os impede a todos de
gado em 2010 e relatado pelo Ministro conhecer o que, documentalmente,
Joaquim Barbosa). lhes seja contrário. Por isso, a autori-
dade que investiga deve, mediante ex-
33) A prisão de qualquer pessoa e o local pedientes adequados, aparelhar-se
onde se encontre serão comunicados ime- para permitir que a defesa de cada pa-
diatamente ao juiz competente e à família ciente tenha acesso, pelo menos, ao
do preso ou à pessoa por ele indicada. que diga respeito ao seu constituinte.”
HC 88.190 (DJ 6.10.2006) – Relator
34) É assegurada, nos termos da lei, a pres- Ministro Cezar Peluso – Segunda
tação de assistência religiosa nas enti- Turma.
dades civis e militares de internação cole-
tiva. 36) Nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, podendo a obrigação de repa-
35) De acordo com entendimento da Sú- rar o dano e a decretação do perdimento
mula vinculante 14 do STF, é direito do de bens ser, nos termos da lei, estendidas
defensor, no interesse do representado, aos sucessores e contra eles executadas,
ter acesso amplo aos elementos de prova até o limite do valor do patrimônio
que, já documentados em procedi- transferido (art. 5°, XLV, da CF).
mento investigatório realizado por
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37) De acordo com o art. 5°, LXVI, da CF, que o duplo grau de jurisdição não se-
ninguém será levado à prisão ou nela ria uma garantia constitucional. Entre-
mantido, quando a lei admitir a liber- tanto, em 2007, no HC 88.420, julgado
dade provisória, com ou sem fiança. O em 2007, a Suprema Corte relativizou a
Plenário do STF já declarou, incidental- negativa, passando a entender aplicável o
mente, a inconstitucionalidade da ve- duplo grau de jurisdição como uma ga-
dação da liberdade provisória cons- rantia constitucional implícita, que de-
tante do art. 44, caput, da Lei corre da previsão da existência e compe-
11.343/2006 (Lei de Drogas). “(...) tência dos Tribunais para apreciação de
essa vedação apriorística de concessão de decisões proferidas em instâncias inferio-
liberdade provisória (Lei 11.343/2006, res. Vale ainda destacar que a existência
art. 44) é incompatível com o princípio de processos com instância única ou ori-
constitucional da presunção de inocência, ginária (AP 470, sobre o Mensalão, v.g.)
do devido processo legal, entre outros. É faz parte da lógica constitucional, im-
que a Lei de Drogas, ao afastar a conces- pondo uma ponderação de valores. Nos
são da liberdade provisória de forma apri- casos de instância única, não se aplica o
orística e genérica, retira do juiz compe- duplo grau, mas isso não significa que ele
tente a oportunidade de, no caso con- deixa de existir como uma garantia implí-
creto, analisar os pressupostos da neces- cita.
sidade do cárcere cautelar, em inequívoca
antecipação de pena, indo de encontro a 41) Nos autos da ADPF 87, julgada em 2011
diversos dispositivos constitucionais. (...) e relatada pelo Ministro Celso de Mello,
a segregação cautelar – – mesmo nos cri- cujo tema era a “Marcha da Maconha”,
mes atinentes ao tráfico ilícito de entor- o STF assim se manifestou: “[...] o pre-
pecentes – – deve ser analisada tal quais sente feito não teria por objetivo discutir
as prisões decretadas nos casos dos de- eventuais propriedades terapêuticas ou
mais delitos previstos no ordenamento ju- supostas virtudes medicinais ou possíveis
rídico, o que conduz à necessidade de se- efeitos benéficos resultantes da utilização
rem apreciados os fundamentos da deci- de drogas ou de qualquer outra substân-
são que denegou a liberdade provisória ao cia entorpecente. Destacou-se estar em
ora paciente, no intuito de verificar se es- jogo a proteção às liberdades individuais
tão presentes os requisitos do art. 312 do de reunião e de manifestação do pensa-
CPP que rege a matéria. (...) Ante o ex- mento. Em passo seguinte, assinalou-se
posto, declaro, incidenter tantum, a in- que a liberdade de reunião, enquanto di-
constitucionalidade da vedação à liber- reito-meio, seria instrumento viabiliza-
dade provisória imposta pelo art. 44 da dor da liberdade de expressão e qua-
Lei 11.343/2006.” (HC 104.339, julgado lificar-se-ia como elemento apto a
em 2012 e relatado pelo Ministro Gilmar propiciar a ativa participação da soci-
Mendes). edade civil na vida política do Estado.
A praça pública, desse modo, desde que
38) De acordo com posição consolidada do respeitado o direto de reunião, passaria a
Supremo Tribunal Federal, a exigência ser o espaço, por excelência, para o de-
de depósito prévio como requisito de bate. E, nesse sentido, salientou-se que
admissibilidade de ação judicial na qual se esta Corte, há muito, firmara compro-
pretenda discutir a exigibilidade de cré- misso com a preservação da integri-
dito tributário ofende a garantia de dade das liberdades fundamentais
acesso ao Poder Judiciário. Essa é a contra o arbítrio do Estado. [...] Dessa
conclusão que se extrai da Súmula Vin- forma, esclareceu-se que seria nociva e
culante 28, aprovada em 2010. perigosa a pretensão estatal de repri-
mir a liberdade de expressão, funda-
39) Súmula 667 do STF: viola a garantia mento da ordem democrática, haja
constitucional de acesso à jurisdição a vista que não poderia dispor de poder
taxa judiciária calcada sem limite so- algum sobre a palavra, as idéias e os
bre o valor da causa. modos de sua manifestação. Afir-
mou-se que, conquanto a livre ex-
40) No bojo do RHC 79785, julgado em pressão do pensamento não se re-
2002, o STF se pronunciou no sentido de vista de caráter absoluto, destinar-

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se-ia a proteger qualquer pessoa cu- protege os discursos racistas e preconcei-


jas opiniões pudessem conflitar com tuosos, o que restou consignado no se-
as concepções prevalecentes, em de- guinte julgado: “Liberdade de expressão.
terminado momento histórico, no Garantia constitucional que não se tem
meio social”. como absoluta. Limites morais e jurídicos.
O direito à livre expressão não pode
42) A proibição de tratamento caricatu- abrigar, em sua abrangência, mani-
ral e humorístico a candidatos a car- festações de conteúdo imoral que im-
gos eletivos, no período eleitoral, plicam ilicitude penal. As liberdades
constitui ofensa à liberdade de im- públicas não são incondicionais, por isso
prensa. Assim decidiu o STF na ADI devem ser exercidas de maneira harmô-
4451: “Não cabe ao Estado, por qualquer nica, observados os limites definidos na
dos seus órgãos, definir previamente o própria CF (CF, art. 5º, § 2º, primeira
que pode ou o que não pode ser dito por parte). O preceito fundamental de li-
indivíduos e jornalistas. Dever de omissão berdade de expressão não consagra o
que inclui a própria atividade legislativa, ‘direito à incitação ao racismo’, dado
pois é vedado à lei dispor sobre o núcleo que um direito individual não pode
duro das atividades jornalísticas, assim constituir-se em salvaguarda de con-
entendidas as coordenadas de tempo e de dutas ilícitas, como sucede com os
conteúdo da manifestação do pensa- delitos contra a honra. Prevalência dos
mento, da informação e da criação lato princípios da dignidade da pessoa hu-
sensu. Vale dizer: não há liberdade de im- mana e da igualdade jurídica.” (HC
prensa pela metade ou sob as tenazes da 82.424, Rel. p/ o ac. Min. Presidente Mau-
censura prévia, pouco importando o po- rício Corrêa, julgamento em 17-9-2003,
der estatal de que ela provenha. Isso por- Plenário, DJ de 19-3-2004.)
que a liberdade de imprensa não é uma
bolha normativa ou uma fórmula prescri- 44) Desde o RE 153.531, julgado em 1997 e
tiva oca. Tem conteúdo, e esse conteúdo relatado para o acórdão pelo Ministro
é formado pelo rol de liberdades que se lê Marco Aurélio, o STF entende que no
a partir da cabeça do art. 220 da CF: li- conflito entre o direito de manifesta-
berdade de ‘manifestação do pensa- ção cultural e a proibição de práticas
mento’, liberdade de ‘criação’, liberdade de crueldade contra os animais, deve
de ‘expressão’, liberdade de ‘informação’. prevalecer esta última. Vale destacar o
Liberdades constitutivas de verdadeiros seguinte trecho do julgado: “A manifesta-
bens de personalidade, porquanto corres- ção cultural deve ser estimulada, mas não
pondentes aos seguintes direitos que o a prática cruel. Admitida a chamada
art. 5º da nossa Constituição intitula de “farra do boi”, em que uma turba ensan-
‘Fundamentais’: ‘livre manifestação do decida vai ensandecida atrás do animal
pensamento’ (inciso IV); ‘livre (...) ex- para procedimentos que estarrecem,
pressão da atividade intelectual, artística, como vimos, não há poder de polícia que
científica e de comunicação’ (inciso IX); consiga coibir esse procedimento. Não
‘acesso a informação’ (inciso XIV). (...) vejo como chegar-se a posição intermedi-
Programas humorísticos, charges e modo ária. A distorção alcançou tal ponto que
caricatural de pôr em circulação ideias, somente uma medida que obstaculize ter-
opiniões, frases e quadros espirituosos minantemente a prática pode evitar o que
compõem as atividades de ‘imprensa’, si- verificamos nesse ano de 1997 [...] Não
nônimo perfeito de ‘informação jornalís- se trata, no caso, de uma manifestação
tica’ (§ 1º do art. 220). Nessa medida, cultural que mereça o agasalho da Carta
gozam da plenitude de liberdade que é da República. Como disse no início de
assegurada pela Constituição à imprensa. meu voto, cuida-se de uma prática cuja
(...) A liberdade de imprensa assim crueldade é ímpar e decorre das circuns-
abrangentemente livre não é de sofrer tâncias de pessoas envolvidas por paixões
constrições em período eleitoral. Ela é condenáveis buscarem, a todo custo, o
plena em todo o tempo, lugar e circuns- próprio sacrifício do animal.”
tâncias. (ADI 4.451, julgada em 2010 e
relatada pelo Ministro Ayres Britto). 45) Princípio da Razoável Duração do
Processo: a todos, no âmbito judicial e
43) Para o STF a liberdade de expressão não
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administrativo, são assegurados a razoá- pois não há que se falar em liberdade


vel duração do processo e os meios que ambulatorial. Nesse sentido o STF:
garantam a celeridade de sua tramitação. “Habeas corpus. Negativa de segui-
mento. (...) Na concreta situação dos
46) Ações ou remédios constitucionais autos, a pessoa jurídica da qual o pa-
A) Habeas Corpus ciente é representante legal se acha
• Conceder-se-á habeas corpus sempre processada por delitos ambientais.
que alguém sofrer ou se achar amea- Pessoa Jurídica que somente poderá
çado de sofrer violência ou coação em ser punida com multa e pena restritiva
sua liberdade de locomoção (também de direitos. Noutro falar: a liberdade de
denominada ambulatorial), por ilega- locomoção do agravante não está, nem
lidade ou abuso de poder. mesmo indiretamente, ameaçada ou
restringida.” (HC 88.747-AgR, Rel.
• “Não cabe habeas corpus originário Min. Ayres Britto, julgamento em 15-
para o Tribunal Pleno de decisão de 9-2009, Primeira Turma, DJE de 29-
turma, ou do plenário, proferida em 10-2009.)
habeas corpus ou no respectivo re-
curso” (Súmula 606 do STF). • Entretanto, segundo a doutrina e a
jurisprudência predominantes, a pes-
• “Não cabe habeas corpus quando já soa jurídica pode impetrar habeas cor-
extinta a pena privativa de liber- pus em favor de pessoa física.
dade.” (Súmula 695 do STF.)
• “É nulo julgamento de recurso crimi-
• “Não cabe habeas corpus contra a im- nal, na segunda instância, sem prévia
posição da pena de exclusão de mi- intimação ou publicação da pauta,
litar ou de perda de patente ou de salvo em habeas corpus.” (Súmula 431
função pública.” (Súmula 694 do do STF)
STF)
• “O habeas corpus é medida idônea
• “Não cabe habeas corpus contra deci- para impugnar decisão judicial que
são condenatória a pena de multa, autoriza a quebra de sigilos fiscal
ou relativo a processo em curso e bancário em procedimento crimi-
por infração penal a que a pena pe- nal, haja vista a possibilidade destes
cuniária seja a única cominada.” resultarem em constrangimento à li-
(Súmula 693 do STF) berdade do investigado. Com base
nesse entendimento, a Turma, resol-
• “Não se conhece de habeas corpus vendo questão de ordem, deu provi-
contra omissão de relator de ex- mento a agravo de instrumento inter-
tradição, se fundado em fato ou di- posto pelo Ministério Público Federal
reito estrangeiro cuja prova não para, convertendo-o em recurso extra-
constava dos autos, nem foi ele pro- ordinário, negar-lhe provimento. Ale-
vocado a respeito.” (Súmula 692 do gava-se, na espécie, ofensa ao art. 5º,
STF) LXVIII, da CF, ao fundamento de que a
decisão que determinara a quebra de
• “Não se conhece de recurso de habeas sigilos não ameaçaria o imediato di-
corpus cujo objeto seja resolver so- reito de locomoção do paciente, conso-
bre o ônus das custas, por não es- ante exigido constitucionalmente”
tar mais em causa a liberdade de (STF. AI 573623 QO/RJ, julgado em
locomoção.” (Súmula 395 do STF) 2006 e relatado pelo Ministro Gilmar
Mendes).
• Ao estrangeiro, residente no exterior,
é assegurado o direito de impetrar ha- • Admite-se a impetração de habeas
beas corpus (STF, HC 94.404, julgado corpus contra ato de particular. As-
em 2008 e relatado pelo Ministro Celso sim é a lição da doutrina, que ilustra o
de Mello). cabimento: “contra o médico que ile-
galmente promove a retenção de paci-
• O habeas corpus não pode ser pro- ente no hospital ou contra o fazendeiro
posto em favor de pessoa jurídica, que não libera o colono da fazenda”
149

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(CUNHA, Rogério Sanches; LOREN- trancá-la em habeas corpus, por-


ZATO, Gustavo Müller; FERRAZ, Mau- quanto as sanções previstas na Lei
rício Lins e PINTO, Ronaldo Batista. 8.429/1992 não consubstanciam risco
Processo Penal Prático. 2 ed. Salvador: à liberdade de locomoção.” (HC
Juspodivm, 2007, p. 180). 100.244-AgR, julgado em 2009 e re-
latado pelo Ministro Eros Grau).
• A doutrina brasileira do habeas corpus
não subsiste nos dias atuais. Nesse B) Mandado de Segurança
sentido o STF: “A ação de habeas cor- • Caberá mandado de segurança para
pus não se revela cabível, quando ine- proteger direito líquido e certo, não
xistente situação de dano efetivo ou de amparado por habeas corpus ou ha-
risco potencial ao jus manendi, ambu- beas data, quando o responsável pela
landi, eundi ultro citroque do paciente. ilegalidade ou abuso de poder for au-
Esse entendimento decorre da circuns- toridade pública ou agente de pes-
tância histórica de a reforma constitu- soa jurídica no exercício de atribui-
cional de 1926 – que importou na ces- ções do Poder Público.
sação da doutrina brasileira do habeas
corpus – haver restaurado a função • “Não cabe condenação em honorá-
clássica desse extraordinário remédio rios de advogado na ação de man-
processual, destinando-o, quanto à dado de segurança.” (Súmula 512 do
sua finalidade, à específica tutela juris- STF)
dicional da imediata liberdade de loco-
moção física das pessoas.” (HC • “Não cabe mandado de segurança para
102.041, julgado em 2010 e relatado impugnar enquadramento da Lei
pelo Ministro Celso de Mello). 3.780, de 12-7-1960, que envolva
exame de prova ou de situação
• Habeas corpus e liberdade na inter- funcional complexa.” (Súmula 270 do
net: “O habeas corpus, em sua condi- STF)
ção de instrumento de ativação da ju-
risdição constitucional das liberdades, • “Não cabe mandado de segurança con-
configura um poderoso meio de cessa- tra decisão judicial com trânsito
ção do injusto constrangimento ao es- em julgado.” (Súmula 268 do STF)
tado de liberdade de locomoção física
das pessoas. Se essa liberdade não se • “Não cabe mandado de segurança con-
expõe a qualquer tipo de cerceamento, tra ato judicial passível de recurso
e se o direito de ir, vir ou permanecer ou correição.” (Súmula 267 do STF)
sequer se revela ameaçado, nada jus-
tifica o emprego do remédio he- • “Não cabe mandado de segurança
róico do habeas corpus, por não es- contra lei em tese.” (Súmula 266 do
tar em causa a liberdade de loco- STF)
moção física (de todo inconfundível
com a ‘liberdade de locomoção pelos • Entretanto, segundo o STF, “Se o de-
sítios informativos’ existentes no uni- creto é, materialmente, ato adminis-
verso virtual, cuja proteção é ora pre- trativo, assim de efeitos concretos,
tendida pelo impetrante) (...).” (HC cabe contra ele mandado de segu-
100.231, julgado em 2009 e relatado rança. Todavia, se o decreto tem
pelo Ministro Celso de Mello). efeito normativo, genérico, por isso
mesmo sem operatividade imediata,
• Habeas corpus e ação de improbi- necessitando, para a sua individualiza-
dade: segundo o STF, “O habeas cor- ção, da expedição de ato administra-
pus é meio processual destinado à tivo, contra ele não cabe mandado de
proteção do direito de ir e vir amea- segurança. (Súmula 266).” (MS
çado por ilegalidade ou abuso de po- 21.274, julgado em 1994 e relatado
der. Daí a impropriedade desse instru- pelo Ministro Carlos Velloso).
mento processual para solver contro-
vérsia cível. Ainda que se admita que • Vale ressaltar, que em MC no MS
a ação de improbidade administrativa 26.325, em 2007, o Ministro Gilmar
tem natureza penal, não há como Mendes entendeu pela admissão de
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mandado de segurança para a impug- administrativa não interrompe o prazo


nação de leis “dotadas de eficácia ime- para o mandado de segurança.” (Sú-
diata e capazes de afetar direito subje- mula 430 do STF)
tivo”.
• “Concessão de mandado de segurança
• “É constitucional lei que fixa prazo de não produz efeitos patrimoniais em re-
decadência para impetração de man- lação a período pretérito, os quais
dado de segurança.” (Súmula 632 do devem ser reclamados administrativa-
STF) mente ou pela via judicial própria.”
(Súmula 271 do STF)
• Nos termos da Súmula 474 do STF,
não há direito líquido e certo, am- • “O mandado de segurança não é
parado pelo mandado de segurança, substitutivo de ação de cobrança.”
quando se escuda em lei cujos efeitos (Súmula 269 do STF)
foram anulados por outra, declarada
constitucional pelo Supremo Tribunal • Em que pese o teor da súmula 267, do
Federal. Supremo Tribunal Federal, que afirma
não caber Mandado de Segurança
• Ao estrangeiro, residente no exterior, contra ato judicial passível de re-
é assegurado o direito de impetrar curso ou correição, é certo que o
mandado de segurança (STF, MS próprio STF, abrandando a rigidez da
4706, julgado em 1969 e relado pelo referida súmula, tem admitido o
Ministro Ari Franco) mandamus quando, do ato judicial im-
pugnado, puder resultar dano irrepa-
• o STF reconhece o direito de impetra- rável, desde logo cabalmente de-
ção de mandado de segurança a dife- monstrado. Tal posicionamento restou
rentes órgãos públicos desperso- assentado no MS 22.623-AgR, julgado
nalizados que tenham prerrogati- em 1996 e relatado pelo Ministro
vas ou direitos próprios a defen- Sydney Sanches).
der, tais como as Chefias dos Executi-
vos e de Ministério Público; as Presi- • “O mandado de segurança não subs-
dências das Mesas dos Legislativos; as titui a ação popular.” (Súmula 101
Presidências dos Tribunais; os Fundos do STF)
Financeiros; as Presidências de Comis-
sões Autônomas; as Superintendên- • Entende-se por direito líquido e
cias de Serviços e demais órgãos da certo aquele que pode ser demons-
Administração centralizada ou descen- trado de plano por meio de prova pré-
tralizada contra atos de outros órgãos constituída, isto é, sem que haja ne-
públicos. cessidade de dilação probatória. Na
dicção de conceituada doutrina de
• Não compete ao Supremo Tribunal Fe- Hely Lopes Meirelles, é o direito
deral conhecer originariamente de “manifesto na sua existência, delimi-
mandado de segurança contra atos de tado na sua extensão e apto a ser
outros Tribunais. (Súmula 624 do exercitado no momento da impetra-
STF) ção” (Mandado de Segurança. 22 ed.
São Paulo: Malheiros, 2000. p. 21-22).
• “Controvérsia sobre matéria de di-
reito não impede concessão de man- • Conforme decidiu o STF, diante da au-
dado de segurança.” (Súmula 625 do sência de previsão constitucional e
STF) com fundamento no art. 21 VI, da Lo-
man, “a competência originária para
• “Praticado o ato por autoridade, no conhecer de mandado de segurança
exercício de competência dele- contra coação imputada a Turma Re-
gada, contra ela cabe o mandado de cursal dos Juizados Especiais é dela
segurança ou a medida judicial.” (Sú- mesma e não do Supremo Tribunal
mula 510 do STF) Federal” (MS 24.691).

• “Pedido de reconsideração na via • Na esteira de notícia divulgada pelo


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STF, por maioria de votos, no dia substituindo todos os cidadãos na de-


02/05/2013, o Plenário do Supremo fesa de interesses individuais, impug-
Tribunal Federal (STF) decidiu que a nar majoração de tributo.”
desistência do mandado de segu-
rança é uma prerrogativa de quem • A impetração de mandado de segu-
o propõe e pode ocorrer a qualquer rança coletivo por entidade de classe
tempo, sem anuência da parte con- em favor dos associados independe
trária e independentemente de já da autorização destes (Súmula 629
ter havido decisão de mérito, ainda do STF).
que favorável ao autor da ação. A
decisão ocorreu no julgamento do Re- • “A entidade de classe tem legitimação
curso Extraordinário (RE) 669367, com para o mandado de segurança ainda
repercussão geral reconhecida, em que quando a pretensão veiculada in-
a empresa Pronor Petroquímica S/A teresse apenas a uma parte da res-
questionava decisão do Superior Tribu- pectiva categoria.” (Súmula 630 do
nal de Justiça (STJ), que não admitiu a STF)
desistência de um mandado de segu-
rança movido pela empresa contra a • Segundo o STF, “a legitimidade de
Comissão de Valores Imobiliários sindicato para atuar como substituto
(CVM). De acordo com o entendimento processual no mandado de segurança
da maioria dos ministros, o mandado coletivo pressupõe tão somente a
de segurança é uma ação dada ao ci- existência jurídica, ou seja, o regis-
dadão contra o Estado e, portanto, não tro no cartório próprio, sendo indife-
gera direito a autoridade pública consi- rente estarem ou não os estatutos
derada coatora, pois seria “intrínseco arquivados e registrados no Minis-
na defesa da liberdade do cidadão”. tério do Trabalho.” (RE 370.834,
julgado em 2011 e relatado pelo Mi-
C) Mandado de Segurança Coletivo nistro Marco Aurélio).
• O mandado de segurança coletivo
pode ser impetrado por: a) partido po- • O STF já entendeu pela “legitimidade
lítico com representação no Congresso do sindicato para a impetração de
Nacional; b) organização sindical; c) mandado de segurança coletivo inde-
entidade de classe ou associação le- pendentemente da comprovação
galmente constituída e em funciona- de um ano de constituição e funci-
mento há pelo menos um ano, em onamento.” (RE 198.919, julgado em
defesa dos interesses de seus mem- 1999 e relatado pelo Ministro Ilmar
bros ou associados. Galvão).

• Conforme entendimento do STF, os • Segundo o STF, “A legitimação das


partidos políticos não têm legiti- organizações sindicais, entidades de
midade ativa ad causam para impe- classe ou associações, para a segu-
trar mandado de segurança cole- rança coletiva, é extraordinária,
tivo em defesa de terceiros, com ocorrendo, em tal caso, substituição
vistas a impugnar direito individual processual. CF, art. 5º, LXX. Não se
disponível, como a incidência de im- exige, tratando-se de segurança
posto. Tal posicionamento restou evi- coletiva, a autorização expressa
denciado em 2004, no julgamento do aludida no inciso XXI do art. 5º da
RE 196.184, relatado pela Ministra El- Constituição, que contempla hipótese
len Gracie: “Uma exigência tributária de representação.” (RE 193.382, Rel.
configura interesse de grupo ou classe Min. Carlos Velloso, julgamento em 28-
de pessoas, só podendo ser impug- 6-1996, Plenário, DJ de 20-9-1996.).
nada por eles próprios, de forma indi- Assim, por exemplo, um sindicato não
vidual ou coletiva. Precedente: RE dependerá de autorização expressa de
213.631, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ de seus filiados para promover a defesa
7-4-2000. O partido político não está, de seus interesses em juízo.
pois, autorizado a valer-se do man-
dado de segurança coletivo para, D) Habeas Data
• Conceder-se-á habeas data: a) para
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assegurar o conhecimento de infor- porquanto garantia constitucional


mações relativas à pessoa do im- aos direitos individuais ou coleti-
petrante, constantes de registros ou vos” (Informativo 790, de 2015).
bancos de dados de entidades gover-
namentais ou de caráter público; b)
ATENÇÃO!
para a retificação de dados, quando
Não confunda o mandado de segurança com
não se prefira fazê-lo por processo si-
o habeas data. São comuns as questões que
giloso, judicial ou administrativo. Se
desafiam os candidatos quanto ao cabimento
forem informações de interesse pes-
dessas duas ações constitucionais. Para faci-
soal, mas não da pessoa do impe-
litar a compreensão, elaboramos a seguinte
trante, cabe mandado de segu-
tabela.
rança.

• Segundo o STF, “O habeas data confi-


gura remédio jurídico-processual, de
natureza constitucional, que se destina MANDADO DE
a garantir, em favor da pessoa interes- HABEAS DATA
SEGURANÇA
sada, o exercício de pretensão jurídica
discernível em seu tríplice aspecto: (a) 1. Conhecimento 1. Conhecimento
direito de acesso aos registros; (b) de informações de in- de informações rela-
direito de retificação dos registros; teresse pessoal do tivas/referentes à
impetrante pessoa do impetrante
e (c) direito de complementação
dos registros. Trata-se de relevante 2. Obtenção de 2. Obtenção de in-
instrumento de ativação da jurisdição certidão que conte- formações constan-
constitucional das liberdades, a qual nha informações de tes em registros ou
representa, no plano institucional, a interesse pessoal do bancos de dados
mais expressiva reação jurídica do Es- impetrante (não em certidões)1
tado às situações que lesem, efetiva ou
potencialmente, os direitos fundamen-
tais da pessoa, quaisquer que sejam as ATENÇÃO!
dimensões em que estes se projetem. São gratuitas as ações de habeas corpus e
O acesso ao habeas data pressupõe, habeas data, e, na forma da lei, os atos ne-
entre outras condições de admissibili- cessários ao exercício da cidadania.
dade, a existência do interesse de agir.
Ausente o interesse legitimador da E) Mandado de Injunção
ação, torna-se inviável o exercício • O mandado de injunção é utilizado
desse remédio constitucional. A prova sempre que a falta de norma regu-
do anterior indeferimento do pe- lamentadora torne inviável o exer-
dido de informação de dados pes- cício dos direitos e liberdades
soais, ou da omissão em atendê-lo, constitucionais e das prerrogati-
constitui requisito indispensável vas inerentes à nacionalidade, à
para que se concretize o interesse soberania e à cidadania.
de agir no habeas data. Sem que se • O entendimento atual do STF é no sen-
configure situação prévia de pretensão tido de que não é cabível liminar em
resistida, há carência da ação constitu- mandado de injunção (vide MI 680, jul-
cional do habeas data.” (RHD 22, jul- gado em 2008 e relatado pela Ministra
gado em 1991 e relatado para o acór- Ellen Gracie).
dão pelo Ministro Celso de Mello).
• Quanto à decisão no mandado de in-
• No que se refere à legitimidade ativa, junção, temos as seguintes teorias: a)
tem-se que pessoa jurídica pode im- teoria não concretista: assinala que
petrar habeas data. Conforme en- a decisão do mandado de injunção pos-
tendeu o STF no RE 673707, julgado sui natureza declaratória, apenas reco-
em 2015 e relatado pelo Ministro Luiz nhecendo a omissão legislativa, mas
Fux, “A legitimatio ad causam para não possuindo forças para concretizar
interpretação de Habeas Data es- o exercício do direito. É pautada no
tende-se às pessoas físicas e jurí- princípio da separação de Poderes; b)
dicas, nacionais e estrangeiras,
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teoria concretista: reconhece a natu- apresentam-se como direitos à expedi-


reza constitutiva da decisão de man- ção de um ato normativo, os quais, via
dado de injunção (e não apenas a de- de regra, não poderiam ser direta-
claratória). Esse reconhecimento im- mente satisfeitos por meio de provi-
plica viabilizar o exercício do direito ca- mento jurisdicional do STF; ii) a deci-
rente de regulamentação. Como des- são judicial que declara a existência de
dobramento da teoria concretista, te- uma omissão inconstitucional cons-
mos: b.1) teoria concretista geral: a tata, igualmente, a mora do órgão ou
decisão produzirá efeitos erga omnes; poder legiferante, insta-o a editar a
b.2) teoria concretista individual: a de- norma requerida; iii) a omissão in-
cisão terá apenas efeitos inter partes, constitucional tanto pode referir-se a
podendo ser direta (o Judiciário não uma omissão total do legislador quanto
aguarda que a autoridade competente a uma omissão parcial; iv) a decisão
edite a lei, conferindo o exercício do di- proferida em sede do controle abstrato
reito de imediato) ou intermediária (hi- de normas acerca da existência, ou
pótese em que o Judiciário, ao reco- não, de omissão é dotada de eficácia
nhecer a omissão, comunicará o órgão erga omnes, e não apresenta diferença
competente, fixando-lhe prazo que, significativa em relação a atos decisó-
persistindo a omissão, o próprio judici- rios proferidos no contexto de man-
ário concretizará o direito pendente de dado de injunção; v) o STF possui
regulamentação). Em um primeiro mo- competência constitucional para, na
mento, o STF adotou a teoria não con- ação de mandado de injunção, deter-
cretista. Todavia, esse posicionamento minar a suspensão de processos admi-
foi superado, de modo que, atual- nistrativos ou judiciais, com o intuito
mente, o posicionamento adotado de assegurar ao interessado a possibi-
pela Suprema Corte é a teoria con- lidade de ser contemplado por norma
cretista. mais benéfica, ou que lhe assegure o
direito constitucional invocado; vi) por
• “Mandado de injunção. Garantia funda- fim, esse plexo de poderes institucio-
mental (CF, art. 5º, LXXI). Direito de nais legitima que o STF determine a
greve dos servidores públicos civis (CF, edição de outras medidas que garan-
art. 37, VII). Evolução do tema na ju- tam a posição do impetrante até a
risprudência do STF. Definição dos pa- oportuna expedição de normas pelo le-
râmetros de competência constitucio- gislador. Apesar dos avanços proporci-
nal para apreciação no âmbito da Jus- onados por essa construção jurispru-
tiça Federal e da Justiça estadual até a dencial inicial, o STF flexibilizou a in-
edição da legislação específica perti- terpretação constitucional primei-
nente, nos termos do art. 37, VII, da ramente fixada para conferir uma
CF. Em observância aos ditames da se- compreensão mais abrangente à
gurança jurídica e à evolução jurispru- garantia fundamental do mandado
dencial na interpretação da omissão le- de injunção. A partir de uma série
gislativa sobre o direito de greve dos de precedentes, o Tribunal passou
servidores públicos civis, fixação do a admitir soluções ‘normativas’
prazo de sessenta dias para que o Con- para a decisão judicial como alter-
gresso Nacional legisle sobre a maté- nativa legítima de tornar a prote-
ria. Mandado de injunção deferido para ção judicial efetiva (CF, art. 5º,
determinar a aplicação das Leis XXXV). Precedentes: MI 283, Rel. Min.
7.701/1988 e 7.783/1989. Sinais de Sepúlveda Pertence, DJ de 14-11-
evolução da garantia fundamental do 1991; MI 232/RJ, Rel. Min. Moreira Al-
mandado de injunção na jurisprudên- ves, DJ de 27-3-1992; MI 284, Rel.
cia do STF. No julgamento do MI Min. Marco Aurélio, Rel. p/ o ac. Min.
107/DF, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de Celso de Mello, DJ de 26-6-1992; MI
21-9-1990, o Plenário do STF con- 543/DF, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ
solidou entendimento que conferiu de 24-5-2002; MI 679/DF, Rel. Min.
ao mandado de injunção os se- Celso de Mello, DJ de 17-12-2002; e
guintes elementos operacionais: i) MI 562/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ
os direitos constitucionalmente garan- de 20-6-2003. (...) Em razão da evo-
tidos por meio de mandado de injunção lução jurisprudencial sobre o tema da
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interpretação da omissão legislativa do F) Ação Popular


direito de greve dos servidores públi- • A ação popular pode ser proposta por
cos civis e em respeito aos ditames de qualquer cidadão (nacional no gozo
segurança jurídica, fixa-se o prazo de dos direitos políticos) com o objetivo
sessenta dias para que o Congresso de anular ato lesivo ao patrimônio pú-
Nacional legisle sobre a matéria. Man- blico ou de entidade de que o Estado
dado de injunção conhecido e, no mé- participe, à moralidade administrativa,
rito, deferido para, nos termos acima ao meio ambiente e ao patrimônio his-
especificados, determinar a aplicação tórico e cultural, ficando o autor, salvo
das Leis 7.701/1988 e 7.783/1989 aos comprovada má-fé, isento de custas
conflitos e às ações judiciais que envol- judiciais e do ônus da sucumbência;
vam a interpretação do direito de
greve dos servidores públicos civis.” • “Pessoa jurídica não tem legitimi-
(MI 708, Rel. Min. Gilmar Mendes, jul- dade para propor ação popular.” (Sú-
gamento em 25-10-2007, Plenário, mula 365.)
DJE de 31-10-2008). No mesmo sen-
tido: MI 670, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar • “O mandado de segurança não
Mendes, e MI 712, Rel. Min. Eros Grau, substitui a ação popular.” (Súmula
julgamento em 25-10-2007, Plenário, 101.)
DJE de 31-10-2008.
• Como o requisito para a propositura é
• O STF já reconheceu sua compe- ser cidadão (art. 5°, LXXIII, da CF), e
tência para apreciar mandado de formalmente isso significa ter título de
injunção impetrado por servidor eleitor, aquele que, a partir dos 16
público municipal (vide MI 3815, re- anos estiver munido deste docu-
latado pelo Ministro Luiz Fux e julgado mento, poderá ajuizar ação popular.
no dia 23/05/2013).
• Nos casos de ação popular movida con-
• De acordo com o STF: “1. O habeas tra o Presidente da República, a com-
data, previsto no art. 5º , LXXII , da petência originária para o seu julga-
Constituição Federal , tem como finali- mento não é do Supremo Tribunal Fe-
dade assegurar o conhecimento de in- deral, pois não há previsão no art. 102,
formações constantes de registros ou da CF, que conta com rol taxativo (re-
banco de dados e ensejar sua retifica- gime de direito estrito). Nesse sentido,
ção, ou de possibilitar a anotação de a jurisprudência do STF: “A compe-
explicações nos assentamentos do in- tência para julgar ação popular
teressado (art. 7º , III , da Lei 9.507 contra ato de qualquer autoridade,
/97). 2. A ação de habeas data visa à até mesmo do presidente da Repú-
proteção da privacidade do indivíduo blica, é, via de regra, do juízo com-
contra abuso no registro e/ou revela- petente de primeiro grau. Preceden-
ção de dados pessoais falsos ou equi- tes. Julgado o feito na primeira instân-
vocados. 3. O habeas data não se cia, se ficar configurado o impedimento
revela meio idôneo para se obter de mais da metade dos desembarga-
vista de processo administrativo. dores para apreciar o recurso voluntá-
4. Recurso improvido. STF – Ag.Reg. rio ou a remessa obrigatória, ocorrerá
no HD 90 DF. Publicação em a competência do STF, com base na le-
18/03/2010. tra n do inciso I, segunda parte, do art.
102 da CF.” (AO 859-QO, julgado em
2001 e relatado pelo Ministro Maurício
Corrêa).

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Constituição Federal. XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV,


Título II (Dos Direitos e XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
as condições estabelecidas em lei e ob-
Garantias Fundamentais). servada a simplificação do cumpri-
mento das obrigações tributárias, prin-
Capítulo II (Dos Direitos Sociais) cipais e acessórias, decorrentes da re-
lação de trabalho e suas peculiarida-
1. Os direitos sociais, econômicos, e cultu- des, os previstos nos incisos I, II, III,
rais são direitos humanos de segunda IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
geração, realizáveis por meio de polí- integração à previdência social.” (gri-
ticas públicas estatais, e normal- fos nossos)
mente descritos em normas progra-
máticas, mas isso não significa que não • Vale destacar que os direitos previstos
podem ser exigidos juridicamente. Isso nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII,
porque, todos os direitos humanos XVIII, XIX, XXI e XXIV do art. 7º, bem
são juridicamente exigíveis, e os direi- como a integração à previdência social,
tos fundamentais expressos na Constitui- já eram garantidos aos empregados
ção têm aplicabilidade imediata. domésticos antes da EC 72/13.

2. Nos termos do art. 6°, da CF, são direi- • As novidades ficam por conta dos
tos sociais: a educação, a saúde, a ali- incisos que destacamos em ne-
mentação, o trabalho, a moradia, o trans- grito. Ademais, há que se ressaltar
porte, o lazer, a segurança, a previdência que, após a EC 72/13, passam a existir
social, a proteção à maternidade e à in- dois grupos de direitos: a) direitos in-
fância, além da assistência aos desampa- condicionados; e b) direitos condi-
rados, na forma da Constituição. cionados.

• Os direitos incondicionados são aque-


ATENÇÃO! les que devem ser aplicados indepen-
O transporte foi expressamente reconhecido dentemente de qualquer determi-
como direito social pela recente Emenda nação estabelecida na legislação
Constitucional infraconstitucional.
n. 90/2015!
• Estão nesse grupo os direitos assegu-
3. A Constituição Federal estabelece proibi- rados no art. 7º, incisos IV, VI, VII,
ção de distinção entre trabalho ma- VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
nual, técnico e intelectual e entre os pro- XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
fissionais respectivos. XXXIII, da CF, que são: 1. Salário mí-
nimo; 2. Irredutibilidade do salário; 3.
4. Há proibição de qualquer trabalho a me- Décimo terceiro salário com base na
nores de dezesseis anos, salvo na condi- remuneração integral ou no valor da
ção de aprendiz, a partir de quatorze aposentadoria; 4. Repouso semanal
anos. remunerado, preferencialmente aos
domingos; 5. Férias anuais remunera-
5. É direito do trabalhador urbano e rural, das com, pelo menos, um terço a mais
remuneração do serviço extraordiná- do que o salário normal; 6. Licença-
rio superior, no mínimo, em cinquenta gestante de 120 dias; 7. Licença-pa-
por cento (50%) à do normal. ternidade de 5 dias; 8. Aviso-prévio; 9.
Aposentadoria (que já existiam an-
6. Trabalhador doméstico tes da EC 72/13); e 10. Garantia de
• A EC 72/13 trouxe nova redação ao salário, nunca inferior ao mínimo, para
parágrafo único do art. 7º da CF, os que percebem remuneração variá-
que agora determina: “São assegura- vel; 11. Proteção do salário na forma
dos à categoria dos trabalhadores do- da lei, constituindo crime sua retenção
mésticos os direitos previstos nos inci- dolosa; 12. Duração do trabalho nor-
sos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, mal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada
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a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de


trabalho;
13. Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do
normal; 14. Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança; 15. Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; 16. Proi-
bição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil; 17. Proibição de qualquer discriminação no tocante a
salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; 18. Proibição de tra-
balho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos (que foram
estabelecidos pela EC 72/13).
• Já os direitos condicionados são aqueles que devem ser aplicados com atendimento às
condições estabelecidas em legislação infraconstitucional e observância de simpli-
ficação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decor-
rentes da relação de trabalho e suas peculiaridades. Fazem parte deste grupo: 1. Inte-
gração à previdência social (que já existia antes da EC 72/13) e os direitos arrolados no
art. 7º, incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, da CF, 2. Relação de emprego protegida contra
despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá inde-
nização compensatória, dentre outros direitos; 3. Seguro-desemprego, em caso de desem-
prego involuntário; 4. Fundo de garantia do tempo de serviço; 5. Remuneração do trabalho
noturno superior à do diurno; 6. Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador
de baixa renda nos termos da lei; 7. Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; 8. Seguro contra acidentes
de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,
quando incorrer em dolo ou culpa (que foram estabelecidos pela EC 72/13). Esses direi-
tos condicionados foram regulamentados pela LC 150/2015, de modo que já podem ser exer-
cidos na prática.

• Os detalhes estão arrolados na tabela a seguir.

DIREITOS CONSTITUCIONALMENTE ASSEGURADOS AO TRABALHADOR


DOMÉSTICO DEPOIS DA EC 72/13

Direitos condicionados à legislação


infraconstitucional e à observância de
simplificação do cumprimento das obrigações
Direitos incondicionados
tributárias, principais e acessórias,
decorrentes da relação de trabalho e suas
peculiaridades

1) Salário mínimo
existiam

2) Irredutibilidade do salário
3) Décimo terceiro salário com
base na remuneração integral ou
no valor da aposentadoria
4) Repouso semanal remune-
rado, preferencialmente aos do-

antes da EC 72/13

mingos 1) Integração à previdência social


5) Férias anuais remuneradas
com, pelo menos, um terço a mais
que

do que o salário normal


6) Licença-gestante de 120 dias
7) Licença-paternidade de 5 dias
8) Aviso-prévio
Os

9) Aposentadoria

2) Relação de emprego protegida contra des-


fora
que

10) Garantia de salário, nunca in-


Os

pedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos

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Dir eit o Const it ucional

DIREITOS CONSTITUCIONALMENTE ASSEGURADOS AO TRABALHADOR


DOMÉSTICO DEPOIS DA EC 72/13

Direitos condicionados à legislação


infraconstitucional e à observância de
simplificação do cumprimento das obrigações
Direitos incondicionados
tributárias, principais e acessórias,
decorrentes da relação de trabalho e suas
peculiaridades

ferior ao mínimo, para os que per- de lei complementar, que preverá indenização
cebem remuneração variável compensatória, dentre outros direitos;
11) Proteção do salário na forma 3) Seguro-desemprego, em caso de desem-
da lei, constituindo crime sua re- prego involuntário;
tenção dolosa 4) Fundo de garantia do tempo de serviço;
12) Duração do trabalho normal 5) Remuneração do trabalho noturno superior
não superior a oito horas diárias e à do diurno;
quarenta e quatro semanais, fa- 6) Salário-família pago em razão do depen-
cultada a compensação de horá- dente do trabalhador de baixa renda nos termos
rios e a redução da jornada, medi- da lei
ante acordo ou convenção coletiva 7) Assistência gratuita aos filhos e dependentes
de trabalho desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
13) Remuneração do serviço ex- em creches e pré-escolas
traordinário superior, no mínimo,
em cinquenta por cento à do nor-
mal
14) Redução dos riscos inerentes
ao trabalho, por meio de normas
de saúde, higiene e segurança
15) Reconhecimento das conven-
ções e acordos coletivos de traba-
lho
16) Proibição de diferença de sa-
lários, de exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil
17) Proibição de qualquer discri-
minação no tocante a salário e cri-
térios de admissão do trabalhador
portador de deficiência

18) Proibição de trabalho noturno, 8) Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo


perigoso ou insalubre a menores do empregador, sem excluir a indenização a que
de dezoito e de qualquer trabalho este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
a menores de dezesseis anos, culpa
salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos

ATENÇÃO!
Como a matéria é nova, a doutrina ainda se posicionará a respeito do
tema. É possível que, com base na doutrina de José Afonso da Silva se
diga que os direitos aqui denominados de condicionados, representam,
em verdade, normas constitucionais de eficácia limitada, aplicabi-
lidade indireta, mediata e reduzida e, por isso, poderiam ser chamados
de direitos de aplicabilidade mediata. Aliás, fique ligado, pois a FCC,
na prova do TRT SC/2013, adotou justamente esse entendi-
mento!

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7. Nos termos da doutrina de Alexandre de


Moraes, o direito de relacionamento ou
de filiação em organizações sindicais in-
ternacionais é manifestação do princípio
da solidariedade internacional dos interes-
ses dos trabalhadores (Direito Constituci-
onal, p. 204).

8. Ninguém poderá ser obrigado a filiar-se


ou manter-se filiado a qualquer sindi-
cato.

9. É vedada a dispensa do empregado sin-


dicalizado a partir do registro da candida-
tura a cargo de direção ou representação
sindical e, se eleito, ainda que suplente,
até um ano após o final do mandato, salvo
se cometer falta grave.

10. O aposentado filiado tem direito a vo-


tar e ser votado nas organizações
sindicais.

11. É vedada a criação de mais de uma or-


ganização sindical, em qualquer grau, re-
presentativa de categoria profissional ou
econômica, na mesma base territorial,
que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo
ser inferior à área de um Município (não
de um Estado).

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Constituição Federal. SÃO BRASILEIROS


Título II (Dos Direitos e
a) os nascidos na
Garantias Fundamentais).
República Federativa
do Brasil, ainda que de
Capítulo III (Da Nacionalidade) pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a
1. O fato natural do nascimento não é sufi- serviço de seu país;
ciente para o reconhecimento de naciona-
lidade, pois devem ser levados em consi- b) os nascidos no es-
deração outros elementos tais como: i) o trangeiro, de pai brasi-
local do nascimento; ii) nacionalidade dos leiro ou mãe brasileira,
pais; e; iii) função exercida pelos pais no desde que qualquer de-
local de nascimento da criança. les esteja a serviço da
1. Natos República Federativa
2. A origem sanguínea firma a nacionalidade (Nacionalidade do Brasil.
pelo critério jus sanguinis, e a vinculação Primária /
Originária) c) os nascidos no es-
territorial reconhece o brasileiro via crité- trangeiro de pai brasi-
rio jus solis.
leiro ou de mãe brasi-
leira, desde que sejam
3. São brasileiros natos: a) os nascidos na
registrados em repar-
República Federativa do Brasil, ainda tição brasileira com-
que de pais estrangeiros, desde que estes
petente ou venham a
não estejam a serviço de seu país; b) os
residir na República
nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro Federativa do Brasil e
ou mãe brasileira, desde que qualquer
optem, em qualquer
deles esteja a serviço da República
tempo, depois de atin-
Federativa do Brasil e; c) os nascidos
gida a maioridade, pela
no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe nacionalidade brasileira.
brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente a) os que, na forma da
ou venham a residir na República Fe- lei, adquiram a nacio-
derativa do Brasil e optem, em qual- nalidade brasileira,
quer tempo, depois de atingida a maiori- exigidas aos originários
dade, pela nacionalidade brasileira (naci- de países de língua por-
onalidade potestativa). tuguesa apenas residên-
cia por um ano ininter-
4. São brasileiros naturalizados: a) os que, rupto e idoneidade mo-
2.
na forma da lei, adquiram a nacionali- ral;
Naturalizados
dade brasileira, exigidas aos originários
(Nacionalidade b) os estrangeiros de
de países de língua portuguesa apenas
Secundária) qualquer nacionalidade,
residência por um ano ininterrupto e ido-
neidade moral (ato discricionário de sobe- residentes na República
rania estatal, não sendo direito público Federativa do Brasil há
subjetivo); b) os estrangeiros de qualquer mais de quinze anos inin-
nacionalidade, residentes na República terruptos e sem conde-
Federativa do Brasil há mais de quinze nação penal, desde que
anos ininterruptos e sem condenação pe- requeiram a nacionali-
nal, desde que requeiram a nacionali- dade brasileira.
dade brasileira (direito público subjetivo).
5. São privativos de brasileiros natos os
cargos: I – de Presidente e Vice-Presi-
dente da República; II – de Presidente da
Câmara dos Deputados; III – de Presi-
dente do Senado Federal; IV – de Ministro
do Supremo Tribunal Federal; V – da car-

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reira diplomática; VI – de oficial das For- mum ou de opinião); b) O brasileiro na-


ças Armadas; VII – de Ministro de Estado turalizado somente poderá ser extradi-
da Defesa. tado em caso de crime comum (praticado
Para memorizar os cargos privativos de antes da naturalização), ou de compro-
brasileiro nato, o amigo leitor pode valer- vado envolvimento em tráfico ilícito de
se da expressa mnemônica “MP3.COM” entorpecentes e drogas afins (antes ou
depois da naturalização), na forma da
Cargos privativos de brasileiro lei, mas não por crime político; c) O es-
nato trangeiro pode ser extraditado pela prá-
tica de crime comum, mas não por crime
M inistro do STF político e; d) O Brasil não extradita nin-
guém pela prática de crime político.
residente da República (e
P
Vice)
Possibilidade de extradição
P
residente da Câmara dos
3 P Crime
Deputados
político
Crime comum
P residente do Senado Federal ou de
opinião
C arreira Diplomática
1. Brasileiro
Não Não
O ficial das Forças Armadas Nato

M inistro de Estado da Defesa Sim, desde que


seja por:
a) crime prati-
ATENÇÃO! cado antes da na-
Para as “pegadinhas” clássicas: a) o cargo turalização;
2. Brasileiro
de Ministro do STJ não é privativo de brasi- b) comprovado Não
Naturalizado
leiro nato, mas o de Ministro do STF é; b) o envolvimento em
cargo de Ministro da Justiça não é privativo tráfico ilícito de
de brasileiro nato, mas o de Ministro de Es- entorpecentes e
tado da Defesa é; c) o cargo de Senador não drogas afins, na
é privativo de brasileiro nato, mas o de Pre- forma da lei.
sidente do Senado Federal é.
3.
Sim Não
Estrangeiro

6. O brasileiro nato pode perder a naci- O Brasil não extradita nin-


REGRA
onalidade, pois nos termos do § 4°, do guém pela prática de crime
GERAL:
art. 12, da CF, será declarada a perda da político ou de opinião
nacionalidade do brasileiro que adquirir
outra nacionalidade, salvo nos casos • Segundo a Súmula 421 do STF: “Não
de reconhecimento de nacionalidade ori- impede a extradição a circunstância
ginária pela lei estrangeira ou de imposi- de ser o extraditando casado com bra-
ção de naturalização, pela norma estran- sileira ou ter filho brasileiro”.
geira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para perma- • O Supremo Tribunal Federal, em re-
nência em seu território ou para o exercí- cente revisão da jurisprudência, firmou
cio de direitos civis, quando o indivíduo a orientação de que o Estado reque-
poderá ter mais de uma nacionalidade. rente deve emitir prévio compro-
Vale notar que, o “exercício de direitos ci- misso em comutar a pena de prisão
vis” deve ser interpretado de modo bas- perpétua, para a pena privativa de li-
tante amplo, para abranger, por exemplo, berdade com o prazo máximo de trinta
o exercício de atividade profissional. anos (pena máxima no Brasil). Esse
entendimento baseia-se na garantia
7. Regras sobre extradição: a) O brasileiro individual fundamental prevista pelo
nato nunca será extradito (por crime co-

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art. 5º, XLVII, b, da Constituição Fede-


ral do Brasil. (Ext 985, julgada em
2006 e relatada pelo Ministro Joaquim
Barbosa).

8. A língua portuguesa é o idioma oficial da


República Federativa do Brasil, que tem
como símbolos a bandeira, o hino, as ar-
mas e o selo nacionais.

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conforme os critérios de conveniência e


Constituição Federal. Título III oportunidade. Isso porque, é ínsita à ativi-
(Da Organização do Estado). dade administrativa a tomada de decisões
políticas, que se referem às opções que o ad-
ministrador pode escolher na administração
Capítulo VII (Da Administração dos bens e serviços públicos. Por exemplo:
Pública) um administrador pode decidir entre a cons-
trução de uma escola ou hospital (valendo-
1. Constituição e a atuação administra- se de critérios de conveniência e oportuni-
tiva: de acordo com os ensinamentos de dade), e ambas são opções políticas legíti-
Gustavo Binenbojm (Uma teoria do Direito mas. Entretanto, para materializar a obra,
Administrativo: direitos fundamentais, de- ele deverá abrir procedimento licitatório,
mocracia e constitucionalização. Rio de Ja- pois a Constituição Federal (art. 37, XXI) lhe
neiro: Renovar, 2006), as políticas públicas impõe esse dever (limites da lei).
não estão mais restritas à interposição legis-
lativa, pois “a reserva vertical de lei foi subs- A vedação ao nepotismo na Administração Pú-
tituída por uma reserva vertical de Constitui- blica decorre diretamente da Constituição
ção. A Constituição passa a figurar como Federal e sua aplicação deve ser imediata e
norma diretamente habilitadora da atu- verticalizada. Viola os princípios da morali-
ação administrativa, havendo uma verda- dade, impessoalidade e isonomia diploma le-
deira ‘osmose entre a Constituição e a lei’. gal que excepciona da vedação ao nepotismo
Pode-se, assim, dizer, com Canotilho, que se os servidores que estivessem no exercício do
abre caminho para ‘uma legalidade sem lei’. cargo no momento de sua edição.
[...] a Constituição se presta (i) não só [ADI 3.094, rel. min. Edson Fachin, j. 27-9-
como norma direta e imediatamente ha- 2019, P, DJE de 15-10-2019.]
bilitadora de competências administra-
tivas, como também (ii) serve de crité- 3. Disposições gerais
rio imediato de decisão administrativa”. A Administração Pública pode ser direta (pres-
Assim, em apertada síntese, pode-se dizer tada pela própria pessoa política, União, Es-
que, na condução da máquina administrativa tado ou Município) ou indireta (descentrali-
e das políticas públicas, o administrador não zada para outra pessoa jurídica, Autarquia,
mais se submete à mera legalidade estrita, Fundação, Empresa Pública ou Sociedade de
mas sim aos preceitos que emanam direta- Economia Mista).
mente da Constituição Federal. Somente por lei específica poderá ser criada
autar­quia e autorizada a instituição de em-
2. Princípios da Administração Pública: presa pública, de sociedade de economia
para memorizar os princípios da administra- mista e de fundação, cabendo à lei comple-
ção pública que constam do artigo 37, da CF, mentar, neste último caso (fundação),
o amigo leitor pode valer-se da clássica ex- defi­nir as áreas de sua atuação.
pressa mnemônica “LIMPE”.
Depende de autorização legislativa, em cada
caso, a criação de subsidiárias de empresa
Princípios da Administração Pública pública, assim como a participação de qual-
L egalidade quer delas em empresa privada.
I mpessoalidade
M oralidade A autonomia gerencial, orçamentária e fi-
P ublicidade nanceira dos órgãos e entidades da ad-
E ficiência ministração direta e indireta poderá ser
ampliada mediante contrato, a ser firmado
LIMPE entre seus administradores e o poder pú-
bli­co, que tenha por objeto a fixação de me-
tas de de­sempenho para o órgão ou enti-
O conteúdo do Princípio da Legalidade
dade, cabendo à lei dispor sobre prazo de
(art. 37, caput, da CF) não exclui a possi-
duração do contrato, os controles e critérios
bilidade de atividade discricionária pela
de avaliação de desempenho, direitos, obri-
Administração Pública, desde que obser-
gações e responsabilidade dos dirigentes,
vados os limites da lei, quando esta deixa
bem como a remuneração do pessoal.
alguma margem para a Administração agir

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A administração fazendária e seus servido- p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em


res fiscais terão, dentro de suas áreas de 19.11, 25.11 e 26.11.2020. ARE
competência e jurisdição, precedência so- 1099099/SP, rel. Min. Edson Fachin, julga-
bre os demais setores administrativos, mento em 19.11, 25.11 e 26.11.2020( Info
na forma da lei (art. 37, XVIII, da CF). 1000)
• É inconstitucional a fixação de critério de de-
A publicidade dos atos, programas, obras, sempate em concursos públicos que favo-
serviços e campanhas dos órgãos públi- reça candidatos que pertencem ao serviço
cos deverá ter caráter educativo, infor- público de um determinado ente federativo.
mativo ou de orientação, dela não po- (ADI 5358/PA, rel. Min. Roberto Barroso, jul-
dendo constar nomes, símbolos ou imagens gamento virtual finalizado em 27.11.2020.
que caracterizem promoção pessoal de au- Info 1000)
toridades ou servidores públicos.
CONCURSO PÚBLICO E O PRINCÍPIO
• No ARE 652777, julgado em 2015 e relatado DA IGUALDADE
pelo Ministro Teori Zavascki, em que se re- Segundo entendimento do STF é possí-
conheceu repercussão geral, o STF enten- vel:
deu ser legítima a publicação, inclusive
em sítio eletrônico mantido pela Admi- a) fixação b) estabelecimento
nistração Pública, dos nomes dos seus limites etários de limites mínimos de
servidores e do valor dos corresponden- máximos para a altura para candidatos
tes vencimentos e vantagens pecuniá- admissão de em concurso público;
rias. pessoal no ser-
As obras, serviços, compras e alienações, res- viço público em
salva­dos os casos especificados na legisla- atenção à natu-
ção, serão con­tratados mediante processo reza das atribui-
de licitação pública que assegure igual- ções do cargo a
dade de condições a todos os concor­rentes, ser preenchido
com cláusulas que estabeleçam obrigações (Súmula 683, do
de pagamento, mantidas as condições efeti- STF);
vas da proposta, nos termos da lei, o qual
somente permitirá as exigências de qualifi-
• Súmula 683, do STF: “O limite de idade para
cação técnica e econômica indispensáveis à
a inscrição em concurso público só se legi-
garantia do cumprimento das obrigações.
tima em face do art. 7º, XXX, da Constitui-
ção, quando possa ser justificado pela natu-
4. Servidores públicos
reza das atribuições do cargo a ser preen-
Concurso público
chido.”
• Quanto a concurso público e o princípio
• “A fixação de limite etário, máximo e mí-
da igualdade, segundo entendimento do
nimo, como requisito para o ingresso na car-
STF, é possível: a) fixação limites etários
reira da magistratura viola o disposto no ar-
máximos para a admissão de pessoal no ser-
tigo 93, I, da Constituição Federal (CF).” ADI
viço público em atenção à natureza das atri-
5329/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, rel.
buições do cargo a ser preenchido; e b) es-
p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julga-
tabelecimento de limites mínimos de altura
mento virtual finalizado em 14.12.2020
para candidatos em concurso público.
((Info 1002)
• Nos termos do artigo 5º, VIII, da Constitui-
• Segundo a jurisprudência do STF, a iso-
ção Federal é possível a realização de etapas
nomia é ferida quando há exigência de
de concurso público em datas e horários dis-
altura mínima para cargos nos quais a
tintos dos previstos em edital, por candidato
altura é irrelevante. Nesse sentido: “Em
que invoca escusa de consciência por motivo
se tratando de concurso público para escri-
de crença religiosa, desde que presentes a
vão de polícia, é irrelevante a exigência de
razoabilidade da alteração, a preservação da
altura mínima, em virtude das atribuições do
igualdade entre todos os candidatos e que
cargo. Precedentes”. (AI 384050 AgR, rel.
não acarrete ônus desproporcional à Admi-
Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, julgado
nistração Pública, que deverá decidir de ma-
em 09/09/2003)
neira fundamentada (Tema 386). RE
611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red.
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• “É inconstitucional o aproveitamento de excepcionais podem exigir a recusa da Ad-


servidor, aprovado em concurso público ministração Pública de nomear novos servi-
a exigir formação de nível médio, em dores. Para justificar o excepcionalíssimo
cargo que pressuponha escolaridade não cumprimento do dever de nomeação por
superior”. STF (Tema 697 da repercussão parte da Administração Pública, é necessário
geral - RE 740008/RR, relator Min. Marco que a situação justificadora seja dotada das
Aurélio, julgamento virtual finalizado em seguintes características: a) Superveniên-
19.12.2020 – Info 1003) cia: os eventuais fatos ensejadores de uma
situação excepcional devem ser necessaria-
• Segundo a jurisprudência do STF: “Razoabi- mente posteriores à publicação do edital do
lidade da exigência de altura mínima para certame público; b) Imprevisibilidade: a si-
ingresso na carreira de delegado de polícia, tuação deve ser determinada por circunstân-
dada a natureza do cargo a ser exercido. Vi- cias extraordinárias, imprevisíveis à época
olação ao princípio da isonomia. Inexistên- da publicação do edital; c) Gravidade: os
cia.” (RE 140.889, Rel. p/ o ac. Min. Maurício acontecimentos extraordinários e imprevisí-
Corrêa, julgamento em 30-5-2000, Segunda veis devem ser extremamente graves, impli-
Turma, DJ de 15-12-2000.) cando onerosidade excessiva, dificuldade ou
mesmo impossibilidade de cumprimento efe-
• Segundo o STF: “É inconstitucional a deter- tivo das regras do edital; d) Necessidade: a
minação de afastamento automático de ser- solução drástica e excepcional de não cum-
vidor público indiciado em inquérito policial primento do dever de nomeação deve ser
instaurado para apuração de crimes de lava- extremamente necessária, de forma que a
gem ou ocultação de bens, direitos e valo- Administração somente pode adotar tal me-
res.” ADI 4911/DF, rel. orig. Min. Edson dida quando absolutamente não existirem
Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Mo- outros meios menos gravosos para lidar com
raes, julgamento virtual finalizado em a situação excepcional e imprevisível. De
20.11.2020 (Info 1000) toda forma, a recusa de nomear candidato
aprovado dentro do número de vagas deve
• No RE 598.099, julgado em 2011 e relatado ser devidamente motivada e, dessa forma,
pelo Ministro Gilmar Mendes, o STF assentou passível de controle pelo Poder Judiciário.
que: “Dentro do prazo de validade do con-
curso, a administração poderá escolher • O STF entende que “Sem previsão constitu-
o momento no qual se realizará a nome- cionalmente adequada e instituída por lei,
ação, mas não poderá dispor sobre a própria não é legítima a cláusula de edital de
nomeação, a qual, de acordo com o edital, concurso público que restrinja a partici-
passa a constituir um direito do concursando pação de candidato pelo simples fato de
aprovado e, dessa forma, um dever imposto responder a inquérito ou a ação penal.”
ao Poder Público. Uma vez publicado o (Informativo nº 965, RE 560900/DF, rel.
edital do concurso com número especí- Min. Roberto Barroso, julgamento em 5 e
fico de vagas, o ato da administração 6.2.2020.)
que declara os candidatos aprovados no • Segundo entendimento do STJ: “Os paga-
certame cria um dever de nomeação mentos indevidos aos servidores públi-
para a própria administração e, portanto, cos decorrentes de erro administrativo
um direito à nomeação titularizado pelo can- (operacional ou de cálculo), não emba-
didato aprovado dentro desse número de va- sado em interpretação errônea ou equivo-
gas. (...) O dever de boa-fé da administra- cada da lei pela Administração, estão sujei-
ção pública exige o respeito incondicional às tos à devolução, ressalvadas as hipóteses
regras do edital, inclusive quanto à previsão em que o servidor, diante do caso concreto,
das vagas do concurso público”. Entre- comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo
tanto, quando se afirma que a Administra- com demonstração de que não lhe era pos-
ção Pública tem a obrigação de nomear os sível constatar o pagamento indevido.” STJ.
aprovados dentro do número de vagas pre- 1ª Seção. REsp 1.769.306/AL, Rel. Min. Be-
visto no edital, deve-se levar em conside- nedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021
ração a possibilidade de situações ex- (Recurso Repetitivo – Tema 1009) (Info
cepcionalíssimas que justifiquem solu- 688).
ções diferenciadas, devidamente motiva-
das de acordo com o interesse público. Não • A Súmula 15 do STF dispõe: “Dentro do
se pode ignorar que determinadas situações prazo de validade do concurso, o candidato
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aprovado tem direito à nomeação, Mendes, julgamento virtual finalizado em


quando o cargo for preenchido sem ob- 4.12.2020. (Info 1001 - STF)
servância da classificação.”
Os cargos, empregos e funções públicas são
• “A abertura de novo concurso, no prazo acessíveis aos brasileiros que preencham os
de validade de concurso anterior, não gera requisitos legais, assim como aos estran-
direito de nomeação para os candidatos geiros, na forma da lei (art. 37, I, da CF).
aprovados no primeiro, mas apenas priori-
dade sobre os novos concursados.” É inconstitucional toda modalidade de provi-
(STF. RMS 22.926, julgado em 1997 e rela- mento que propicie ao servidor investir-se,
tado pelo Ministro Ilmar Galvão). sem prévia aprovação em concurso público
destinado ao seu provimento, em cargo que
• “A exclusão do candidato, que concorre à não integra a carreira na qual anteriormente
vaga reservada em concurso público, pelo investido (Súmula Vinculante 43).
critério da heteroidentificação, seja pela
constatação de fraude, seja pela aferição do Adquire estabilidade, após três anos de
fenótipo ou por qualquer outro fundamento, efetivo exercício, o servidor nomeado para
exige o franqueamento do contraditório e da cargo de provimento efetivo em virtude de
ampla defesa.” (STJ, RMS 62.040-MG, Rel. concurso público, consoante art. 41, caput,
Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por da CF.
unanimidade, julgado em 17/12/2019, DJe
27/02/2020. Informativo 666). Em 2007, no bojo dos Mandados de In-
junção (MIs) 670, 708 e 712, o STF autorizou
“Compete à Justiça comum processar
• a aplicação da lei de greve da iniciativa
e julgar controvérsias relacionadas à privada (Lei 7.783/89) para garantir o exer-
fase pré-contratual de seleção e de cício grevista regular dos servidores públi-
admissão de pessoal e eventual nu- cos.
lidade do certame em face da Admi-
nistração Pública, direta e indireta, • Vale notar, entretanto, que o STF vem en-
nas hipóteses em que adotado o regime tendendo pela inadmissibilidade de exer-
celetista de contratação de pessoal.”(RE cício de greve por policiais. “O direito
960429/RN, rel. Min. Gilmar Mendes, constitucional de greve atribuído aos servi-
julgamento em 4 e 5.3.2020. Informa- dores públicos em geral não ampara indis-
tivo 986, tema 992). criminadamente todas as categorias e car-
• A exigência constitucional de reserva de va- reiras, mas antes excepciona casos como o
gas para portadores de deficiência em con- de agentes armados e policiais cujas ativida-
curso público não pode ser afastada se o des não podem ser paralisadas, ainda que
percentual legalmente previsto for inferior a parcialmente, sem graves prejuízos para a
um, hipótese em que a fração deve ser arre- segurança e a tranquilidade pública. (Minis-
dondada, obedecendo a regra constitucional tro Gilmar Mendes, ao negar seguimento ao
constante no art. 37, VIII, da CF. MI 774).
Tanto a vinculação quanto a equipara-
ção de quaisquer espécies remuneratórias
“Compete à Justiça comum processar e julgar no serviço público são vedadas para o
controvérsias relacionadas à fase pré-con- efeito de remuneração de pessoal das car-
tratual de seleção e de admissão de pessoal reiras públicas (art. 37, XIII, da CF).
e eventual nulidade do certame em face da
Administração Pública, direta e indireta, nas “Nos termos do artigo 5º, VIII, da Constituição
hipóteses em que adotado o regime celetista Federal é possível à Administração Pública,
de contratação de pessoal.” STF. Plenário. inclusive durante o estágio probatório, esta-
RE 960429/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, jul- belecer critérios alternativos para o regular
gado em 4 e 5/3/2020 (repercussão geral – exercício dos deveres funcionais inerentes
Tema 992) (Info 968). aos cargos públicos, em face de servidores
“Compete à Justiça comum processar e julgar que invocam escusa de consciência por mo-
demandas em que se discute o recolhimento tivos de crença religiosa, desde que presen-
e o repasse de contribuição sindical de ser- tes a razoabilidade da alteração, não se ca-
vidores públicos regidos pelo regime estatu- racterize o desvirtuamento do exercício de
tário.” RE 1089282/AM, rel. Min. Gilmar
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suas funções e não acarrete ônus despropor- preenchidos por servidores de carreira nos
cional à Administração Pública, que deverá casos, condições e percentuais mínimos pre-
decidir de maneira fundamentada (Tema vistos em lei, destinam-se apenas às atri-
1.021).” RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias buições de direção, chefia e assessora-
Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, jul- mento.
gamento em 19.11, 25.11 e 26.11.2020.
ARE 1099099/SP, rel. Min. Edson Fachin, jul- A nomeação de cargos de natureza política
gamento em 19.11, 25.11 e 26.11.2020 não está incluída nas proibições elenca-
(Info 1000) das pela Súmula Vinculante 13, que
veda a prática do nepotismo em qualquer
É vedada a acumulação remunerada de car- dos Poderes de todos os Entes Federados no
gos ou empregos públicos, exceto, quando Brasil, nos seguintes termos: “A nomeação
houver compatibilidade de horários, nos se- de cônjuge, companheiro ou parente em li-
guintes casos: a) a de dois cargos de profes- nha reta, colateral ou por afinidade, até o
sor; b) a de um cargo de professor com ou- terceiro grau, inclusive, da autoridade no-
tro técnico ou científico; c) a de dois cargos meante ou de servidor da mesma pessoa ju-
ou empregos privativos de profissionais de rídica, investido em cargo de direção, chefia
saúde, com profissões regulamentadas. ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança, ou,
ACUMULAÇÃO REMUNERADA DE CARGOS ainda, de função gratificada na Administra-
PÚBLICOS ção Pública direta e indireta, em qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-
1. Regra Vedação/Impossibilidade trito Federal e dos municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas,
a) dois cargos de professor viola a Constituição Federal.”
b) um cargo de professor com “Direito Administrativo. Agravo interno em
outro técnico ou científico reclamação. Nepotismo. Súmula Vinculante
2. Exceções c) dois cargos ou empregos 13. 1. O Supremo Tribunal Federal tem afas-
privativos de profissionais de tado a aplicação da Súmula Vinculante 13 a
saúde, com profissões regula- cargos públicos de natureza política, ressal-
mentadas vados os casos de inequívoca falta de razo-
abilidade, por manifesta ausência de qualifi-
cação técnica ou inidoneidade moral. Prece-
• Cuidado! Não é possível a acumulação nos
dentes. 2. Não há nos autos qualquer ele-
seguintes casos:
mento que demonstre a ausência de razoa-
bilidade da nomeação.” [Rcl 28.024 AgR, rel.
a) de cargo técnico com outro privativo de pro-
min. Roberto Barroso, 1ª T, j. 29-5-2018,
fissional da saúde;
DJE 125 de 25-6-2018.]
b) de mais de dois cargos ou empregos públicos
Reintegração: invalidação da pena de demis-
(três ou mais).
são aplicada a servidor público, com o re-
torno ao cargo, sem prejuízo da indenização.
c) de dois cargos técnicos;
Se quem estiver em seu lugar for estável,
• Segundo o STF, é admitida a acumulação
será reconduzido ao cargo anteriormente
de cargos públicos de profissionais de
ocupado, ou será afastado com vencimentos
saúde, prevista no art. 37, XVI da CF/88,
proporcionais, ou aproveitado em outro
mesmo que a jornada semanal ultra-
cargo (sem direito a indenização), mas se
passe 60 horas (o que somente era esta-
quem estava no lugar não era estável, será
belecido como limite por norma infraconsti-
simplesmente exonerado.
tucional). Esse requisito não é previsto na
Constituição Federal, logo, não pode obstar
A exoneração somente será a pedido ou por
referida acumulação. STF. 1ª Turma. RE
conveniência da administração, já a demis-
1176440/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
são é sempre a título de punição.
julgado em 9/4/2019 (Info 937).
• O servidor público ocupante de cargo efetivo
As funções de confiança, exercidas exclusi-
não pode ser exonerado segundo livre
vamente por servidores ocupantes de cargo
critério da autoridade competente, pois
efetivo, e os cargos em comissão, a serem
os casos de perda de cargo estão previstos
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no § 1º do art. 41 da CF (I – Em virtude de 1993, p. 402). Portanto, pode-se dizer que


sentença judicial transitada em julgado; II – os vencimentos abrangem vantagens
Mediante Processo Administrativo em que pecuniárias (gratificações)
lhe seja assegurada ampla defesa; III – Me-
diante Procedimento de Avaliação Periódica O membro de Poder, o detentor de mandato
de Desempenho, na forma da lei comple- eletivo, os Ministros de Estado e os Secretá-
mentar, assegurada ampla defesa). rios Estaduais e Municipais serão remunera-
dos exclusivamente por subsídio fixado
• No caso da falta de necessidade do em parcela única (e não em quatro parce-
cargo, o servidor ficará em disponibili- las, trimestrais), vedado o acréscimo de
dade, com remuneração proporcional ao qualquer gratificação, adicional, abono, prê-
tempo de serviço, até o seu adequado apro- mio, verba de representação ou outra espé-
veitamento em outro cargo. cie remuneratória.

• O servidor público ocupante de cargo efetivo É vedada a vinculação ou equiparação de


não pode ser exonerado ad nutum, com quaisquer espécies remuneratórias para
base em decreto que declara a desnecessi- o efeito de remune­ração de pessoal do ser-
dade do cargo (Súmula 21 do STF). viço público.

É inconstitucional lei estadual que prevê dis- Os acréscimos pecuniários percebidos por
pensa de exigências para revalidar diploma servidor público não serão computados e
internacional de ensino superior a fim de acumulados para fins de concessão de acrés-
conceder benefícios e progressões a servido- cimos ulteriores.
res públicos, pois trata-se de competência
privativa da União legislar sobre diretrizes e A fixação dos padrões de vencimento e dos
bases da educação nacional, nos termos do demais componentes do sistema remu-
art. 22, XXIV da CF/88. STF. Plenário. ADI neratório observará a natureza, o grau de
6073, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em responsabilidade e a complexidade dos car-
27/03/2020. gos componentes de cada carreira; os requi-
sitos para a investidura; e as peculiaridades
Os vencimentos referem-se ao vencimento dos cargos.
básico somado às gratificações permanentes
previstas em lei (art. 1°, da Lei 8.852/94), A Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal
que se aplicam aos agentes administrativos e dos Municípios disciplinará a aplicação de
submetidos a regime estatutário, os denomi- recursos orçamentários provenientes da
nados servidores públicos. economia com despesas correntes em cada
Já o subsídio, na lição de Leandro Bortoleto órgão, autarquia e fundação, para aplicação
“é o pagamento de uma única parcela, sem no desenvolvimento de pro­gramas de qua-
subdivisões [...] forma normalmente ado- lidade e produtividade, treinamento e de-
tada para se remunerar os agentes políticos” senvolvimento, modernização, reaparelha-
(Direito Administrativo. Salvador: Juspo- mento e racionalização do serviço público,
divm, 2012, p. 142). inclusive sob a forma de adicional ou prê-
Segundo Hely Lopes Meirelles “vantagens mio de produtividade (art. 39, § 7°, da CF).
pecuniárias são acréscimos de estipêndio
do servidor, concedidas a título definitivo ou A remuneração dos servidores públicos deve
transitório, pela decorrência do tempo de ser fixada por lei específica, assegurada a
serviço (ex facto temporis), ou pelo desem- revisão geral anual, sempre na mesma
penho de funções especiais (ex facto officii), data e sem distinção de índices, e não
ou em razão das condições anormais em que depois de decorrido o prazo mínimo de um
se realiza o serviço (propter laborem), ou, ano do último reajuste concedido à catego-
finalmente, em razão de condições pessoais ria.
do servidor (propter personam). As duas pri-
meiras espécies constituem os adicionais A fixação de vencimentos dos servidores
(adicionais de vencimento e adicionais de públicos não pode ser objeto de convenção
função), as duas últimas formam a categoria coletiva (Súmula 679 do STF).
das gratificações (gratificações de serviço e
gratificações pessoais). (Direito Administra- O teto salarial do funcionalismo público,
tivo Brasileiro, 18 ed. São Paulo: Malheiros,
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previsto no texto constitucional e cujo parâ- Os proventos de aposentadoria e as pen-


metro é o subsídio dos ministros do STF, sões, por ocasião de sua concessão, não pode-
aplica-se aos servidores da administração rão ser inferiores ao valor mínimo a que se re-
direta, autárquica e fundacional, e também, fere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite
aos empregados das empresas públicas e máximo estabelecido para o Regime Geral de
sociedades de economia mista, e suas sub- Previdência Social, observado o disposto nos §§
sidiárias, que receberem recursos da União, 14 a 16.
dos Estados, do DF ou dos Municípios para
pagamento de despesas de pessoal ou de 37) Os proventos nunca poderão ser ex-
custeio em geral (art. 37, § 9º, da CF). cedentes ao subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribunal Fede-
A União, os Estados e o Distrito Federal mante- ral, o que não abrange as parcelas de caráter
rão escolas de governo para a formação e o indenizatório previstas em lei.
aperfeiçoamento dos servidores públicos,
constituindo-se a participação nos cursos um
dos requisitos para a promoção na carreira,
facultada (e não sendo obrigatória), para
isso, a celebração de convênios ou contratos
entre os entes federados, que deverão pro-
movê-los anualmente.

• Súmula Vinculante 37: “Não cabe ao Po-


der Judiciário, que não tem função legisla-
tiva, aumentar vencimentos de servidores
públicos sob fundamento de isonomia”.

O regime próprio de previdência social dos ser-


vidores titulares de cargos efetivos terá caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição
do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, ob-
servados critérios que preservem o equilíbrio fi-
nanceiro e atuarial.
O servidor abrangido por regime próprio de
previdência social será aposentado: I – por
incapacidade permanente para o trabalho, no
cargo em que estiver investido, quando insus-
cetível de readaptação, hipótese em que será
obrigatória a realização de avaliações periódi-
cas para verificação da continuidade das con-
dições que ensejaram a concessão da aposen-
tadoria, na forma de lei do respectivo ente fe-
derativo; II – compulsoriamente, com proven-
tos proporcionais ao tempo de contribuição, aos
70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
e cinco) anos de idade, na forma de lei comple-
mentar; III – no âmbito da União, aos 62 (ses-
senta e dois) anos de idade, se mulher, e aos
65 (sessenta e cinco) anos de idade, se ho-
mem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios, na idade mínima esta-
belecida mediante emenda às respectivas
Constituições e Leis Orgânicas, observados o
tempo de contribuição e os demais requisitos
estabelecidos em lei complementar do respec-
tivo ente federativo.

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REGRAS CONSTITUCIONAIS PARA APOSENTADORIA DO SERVIDOR

Modalidade Sexo Requisito Aposentadoria Limite/Teto

Homem ou Incapaci- Com proventos proporci- Proventos nunca exce-


Mulher dade onais ao tempo de con- dentes ao subsídio
Permanente tribuição, exceto se de- mensal, em espécie,
I– corrente de aci- dente dos Ministros do Su-
Por Incapacidade em serviço, moléstia pro- premo Tribunal Federal
Permanente fissional ou doença
grave, contagiosa ou in-
curável.

Homem ou 70 ou 75 Com proventos proporci-


Mulher anos de onais ao tempo de con-
II – Compulsoria- idade, na tribuição.
mente forma de lei
comple-
mentar

1) Homem a) 65 anos de idade

III – Voluntaria-
mente a) 62 anos de idade
2) Mulher

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos res-
ponderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Segundo o STF, “A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários, e não usuários do ser-
viço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da CF. A inequívoca presença do nexo de causalidade entre
o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não usuário do serviço público é condição sufici-
ente para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado.” (RE
591.874, julgado em 2009 e relatado pelo Ministro Ricardo Lewandowski).

Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão de direitos políticos, a perda da fun-


ção pública, a indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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• “É possível a cassação de aposentadoria


de servidor público pela prática, na ati-
vidade, de falta disciplinar punível com
demissão.” (STJ, MS 23.608-DF, Rel.
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel.
Acd. Min. Og Fernandes, Primeira Se-
ção, por maioria, julgado em
27/11/2019, DJe 05/03/2020, Informa-
tivo 666).

• “A pena de suspensão dos direitos polí-


ticos por ato de improbidade adminis-
trativa alcança qualquer mandato ele-
tivo que esteja sendo ocupado à época
do trânsito em julgado da condenação.”
STJ. REsp 1.813.255-SP, Rel. Min. Her-
man Benjamin, Segunda Turma, por
unanimidade, julgado em 03/03/2020,
DJe 04/09/2020- INFO 678

SÚMULAS APLICÁVEIS
• Súmula Vinculante 21: É inconstitucional
a exigência de depósito ou arrolamento pré-
vios de dinheiro ou bens para a admissibili-
dade de recurso administrativo.
• Súmula Vinculante 42: É inconstitucional
a vinculação do reajuste de vencimentos de
servidores estaduais ou municipais a índices
federais de correção monetária.
• Súmula Vinculante 43: É inconstitucional
toda modalidade de provimento que propicie
ao servidor investir-se, sem prévia aprova-
ção em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a car-
reira na qual anteriormente investido.
• Súmula Vinculante 44: Só por lei se pode
sujeitar a exame psicotécnico a habilitação
de candidato a cargo público.

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X - são invioláveis a intimidade, a vida privada,


LEI SECA ESQUEMATIZADA a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou mo-
ral decorrente de sua violação;
TÍTULO II – DOS DIREITOS E
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin-
GARANTIAS FUNDAMENTAIS guém nela podendo penetrar sem consenti-
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E mento do morador, SALVO:
DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS Em caso de FLAGRANTE DELITO
Em caso de DESASTRE
Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem Para PRESTAR SOCORRO
distinção de qualquer natureza, garantindo-se Durante o DIA, por DETERMINAÇÃO JUDICIAL
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liber-
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e
dade, à igualdade, à segurança e à proprie-
das comunicações telegráficas, de dados e das
dade, nos termos seguintes:
comunicações telefônicas, SALVO, NO ÚL-
TIMO CASO, POR ORDEM JUDICIAL, NAS
I - Homens e mulheres são iguais em direitos e
HIPÓTESES E NA FORMA QUE A LEI ESTA-
obrigações, nos termos desta Constituição;
BELECER PARA FINS DE INVESTIGAÇÃO
CRIMINAL OU INSTRUÇÃO PROCESSUAL
II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar
PENAL;
de fazer alguma coisa senão em virtude de LEI;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho,
III - ninguém será submetido a tortura nem a
ofício ou profissão, ATENDIDAS AS QUALIFI-
tratamento desumano ou degradante;
CAÇÕES PROFISSIONAIS QUE A LEI ESTA-
BELECER;
IV - é livre a manifestação do pensamento,
SENDO VEDADO O ANONIMATO;
XIV - é assegurado a todos o acesso à infor-
mação e RESGUARDADO O SIGILO DA
V - é assegurado o direito de resposta, propor-
FONTE, quando necessário ao exercício profis-
cional ao agravo, ALÉM DA INDENIZAÇÃO
sional;
POR DANO MATERIAL, MORAL OU À IMA-
GEM;
XV - é livre a locomoção no território nacional
EM TEMPO DE PAZ, podendo qualquer pessoa,
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou
crença, sendo assegurado o livre exercício dos
dele sair com seus bens;
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente,
SEM ARMAS, EM LOCAIS ABERTOS AO PÚ-
VII - é assegurada, nos termos da lei, a pres-
BLICO, INDEPENDENTEMENTE DE AUTO-
tação de assistência religiosa nas entidades ci-
RIZAÇÃO, desde que NÃO FRUSTREM OU-
vis e militares de internação coletiva;
TRA REUNIÃO ANTERIORMENTE CONVO-
CADA PARA O MESMO LOCAL, SENDO APE-
VIII - ninguém será privado de direitos por
NAS EXIGIDO PRÉVIO AVISO À AUTORI-
motivo de crença religiosa ou de convicção filo-
DADE COMPETENTE;
sófica ou política, SALVO SE AS INVOCAR
PARA EXIMIR-SE DE OBRIGAÇÃO LEGAL A
XVII - é plena a liberdade de associação para
TODOS IMPOSTA E RECUSAR-SE A CUM-
fins lícitos, VEDADA A DE CARÁTER PARA-
PRIR PRESTAÇÃO ALTERNATIVA, FIXADA
MILITAR;
EM LEI;
XVIII - a criação de associações e, na forma
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
da lei, a de cooperativas INDEPENDEM DE
artística, científica e de comunicação, INDE-
AUTORIZAÇÃO, SENDO VEDADA A INTER-
PENDENTEMENTE DE CENSURA OU LI-
FERÊNCIA ESTATAL EM SEU FUNCIONA-
CENÇA;
MENTO;

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suas obras, TRANSMISSÍVEL AOS HERDEI-


XIX - as associações só poderão ser compulso- ROS pelo tempo que a lei fixar;
riamente dissolvidas ou ter suas atividades sus-
pensas por decisão judicial, exigindo-se, no pri- XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
meiro caso, o trânsito em julgado; a) a proteção às participações individuais em
obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
DISSOLUÇÃO da SUSPENSÃO das humanas, inclusive nas atividades desportivas;
associação atividades b) o direito de fiscalização do aproveitamento
Decisão judicial, COM Decisão judicial, NÃO econômico das obras que criarem ou de que
TRÂNSITO EM EXIGE TRÂNSITO EM participarem aos criadores, aos intérpretes e às
JULGADO JULGADO respectivas representações sindicais e associa-
tivas;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-
se ou a permanecer associado; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos
industriais PRIVILÉGIO TEMPORÁRIO PARA
XXI - as entidades associativas, quando EX- SUA UTILIZAÇÃO, bem como proteção às cri-
PRESSAMENTE AUTORIZADAS, têm legitimi- ações industriais, à propriedade das marcas,
dade para representar seus filiados judicial ou aos nomes de empresas e a outros signos dis-
extrajudicialmente; tintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do
XXII - é garantido o direito de propriedade; País;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função XXX - é garantido o direito de herança;


social;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros si-
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para tuados no País será regulada pela LEI BRASI-
DESAPROPRIAÇÃO por necessidade ou utili- LEIRA EM BENEFÍCIO DO CÔNJUGE OU
dade pública, ou por interesse social, MEDI- DOS FILHOS BRASILEIROS, SEMPRE QUE
ANTE JUSTA E PRÉVIA INDENIZAÇÃO EM NÃO LHES SEJA MAIS FAVORÁVEL A LEI
DINHEIRO, ressalvados os casos previstos PESSOAL DO DE CUJUS;
nesta Constituição;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei,
XXV - no caso de IMINENTE PERIGO PÚ- a defesa do consumidor;
BLICO, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao pro- XXXIII - todos têm direito a receber dos ór-
prietário INDENIZAÇÃO ULTERIOR, SE gãos públicos informações de seu interesse
HOUVER DANO; particular, ou de interesse coletivo ou geral,
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
Inciso XXIV: Inciso XXV: de responsabilidade, RESSALVADAS AQUE-
Desapropriação Requisição LAS CUJO SIGILO SEJA IMPRESCINDÍVEL
Necessidade/utilidade Iminente perigo público À SEGURANÇA DA SOCIEDADE E DO ES-
pública ou interesse TADO;
social
Indenização PRÉVIA Indenização XXXIV - são a todos assegurados, INDEPEN-
em dinheiro, ULTERIOR, apenas SE DENTEMENTE DO PAGAMENTO DE TAXAS:
INDEPENDENTE HOUVER DANO a) o direito de petição aos poderes públicos em
DE DANO defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
XXVI - a PEQUENA PROPRIEDADE RURAL, b) a obtenção de certidões em repartições pú-
assim definida em lei, desde que TRABA- blicas, para defesa de direitos e esclarecimento
LHADA PELA FAMÍLIA, NÃO SERÁ OBJETO de situações de interesse pessoal;
DE PENHORA PARA PAGAMENTO DE DÉBI-
TOS DECORRENTES DE SUA ATIVIDADE XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Po-
PRODUTIVA, dispondo a lei sobre os meios de der Judiciário lesão ou ameaça a direito;
financiar o seu desenvolvimento;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adqui-
XXVII - aos autores pertence o direito exclu- rido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
sivo de utilização, publicação ou reprodução de
173

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XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de ex- XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
ceção; condenado, podendo a OBRIGAÇÃO DE RE-
PARAR O DANO E A DECRETAÇÃO DO PER-
XXXVIII - é reconhecida a instituição do JÚRI, DIMENTO DE BENS SER, nos termos da lei,
com a organização que lhe der a lei, assegura- ESTENDIDAS AOS SUCESSORES E CONTRA
dos: ELES EXECUTADAS, ATÉ O LIMITE DO VA-
LOR DO PATRIMÔNIO TRANSFERIDO;
PLENITUDE de defesa
SIGILO das votações XLVI - a lei regulará a individualização da pena
e adotará, entre outras, as seguintes:
SOBERANIA dos veredictos
Competência para o julgamento de CRIMES
DOLOSOS CONTRA A VIDA Privação ou restrição da liberdade
Perda de bens
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o Multa
defina, nem pena sem prévia cominação legal; Prestação social alternativa
XL - a lei penal não retroagirá, SALVO PARA Suspensão ou interdição de direitos
BENEFICIAR O RÉU;
XLVII - NÃO haverá penas:
XLI - a lei punirá qualquer discriminação aten-
tatória dos direitos e liberdades fundamentais; De morte, salvo em caso de guerra declarada
De caráter perpétuo
XLII - a prática do RACISMO constitui crime
INAFIANÇÁVEL E IMPRESCRITÍVEL, sujeito De trabalhos forçados
à pena de RECLUSÃO, nos termos da lei; De banimento
Cruéis
XLIII - a lei considerará crimes INAFIANÇÁ-
VEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU XLVIII - a pena será cumprida em estabeleci-
ANISTIA a prática da TORTURA, O TRÁFICO mentos distintos, de acordo com a NATUREZA
ILÍCITO DE ENTORPECENTES E DROGAS DO DELITO, A IDADE E O SEXO DO APE-
AFINS, O TERRORISMO E OS DEFINIDOS NADO;
COMO CRIMES HEDIONDOS, por eles res-
pondendo os mandantes, os executores e os XLIX - é assegurado aos presos o respeito à
que, podendo evitá-los, se omitirem; integridade física e moral;

XLIV - constitui crime INAFIANÇÁVEL E IM- L - às presidiárias serão asseguradas condições


PRESCRITÍVEL a ação de GRUPOS ARMA- para que possam permanecer com seus filhos
DOS, CIVIS OU MILITARES, CONTRA A OR- durante o período de amamentação;
DEM CONSTITUCIONAL E O ESTADO DE-
MOCRÁTICO; LI - nenhum brasileiro será extraditado,
SALVO O NATURALIZADO, EM CASO DE
CRIME COMUM, PRATICADO ANTES DA NA-
TURALIZAÇÃO, OU DE COMPROVADO EN-
RACISMO VOLVIMENTO EM TRÁFICO ILÍCITO DE EN-
INAFIANÇÁVEL E TORPECENTES E DROGAS AFINS, NA
IMPRESCRITÍVEL FORMA DA LEI;
GRUPO ARMADOS CONTRA A
ORDEM CONSTITUCIONAL E O
ESTADO DEMOCRÁTICO
Extradição: Extradição: brasileiro
brasileiro NATO NATURALIZADO
NÃO cabe Crime COMUM: ANTES da
TORTURA, TRÁFICO DE naturalização
INAFIANÇÁVEL E DROGAS, TERRORISMO Envolvimento com TRÁFICO
INSUSCETÍVEL DE DE DROGAS: ANTES OU
GRAÇA OU ANISTIA DEPOIS da naturalização
CRIMES HEDIONDOS

LII - NÃO será concedida EXTRADIÇÃO de


estrangeiro por CRIME POLÍTICO OU DE
OPINIÃO;
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LIII - ninguém será processado nem sentenci- LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
ado senão pela autoridade competente; mantido quando a lei admitir a liberdade provi-
sória, com ou sem fiança;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo
a do responsável pelo inadimplemento voluntá-
LV - aos litigantes, em processo judicial ou ad- rio e inescusável de obrigação alimentícia e a
ministrativo, e aos acusados em geral são as- do depositário infiel;
segurados o contraditório e a ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes; Súmula É ilícita a prisão civil de deposi-
Vinculante tário infiel, qualquer que seja a
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas n° 25 modalidade do depósito.
obtidas por meios ilícitos;
LXVIII - conceder-se-á HABEAS COR-
LVII - ninguém será considerado culpado até o PUS sempre que alguém sofrer ou se achar
trânsito em julgado de sentença penal conde- ameaçado de sofrer VIOLÊNCIA OU COAÇÃO
natória; EM SUA LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO, por
ilegalidade ou abuso de poder;
LVIII - o civilmente identificado não será sub- LXIX - conceder-se-á MANDADO DE SEGU-
metido a identificação criminal, salvo nas hipó- RANÇA PARA PROTEGER DIREITO LÍ-
teses previstas em lei; QUIDO E CERTO, NÃO AMPARADO POR HA-
BEAS CORPUS OU HABEAS DATA, quando o
LIX - será admitida ação privada nos crimes de responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
ação pública, se esta não for intentada no prazo for AUTORIDADE PÚBLICA OU AGENTE DE
legal; PESSOA JURÍDICA NO EXERCÍCIO DE
ATRIBUIÇÕES DO PODER PÚBLICO;
LX - a lei só poderá RESTRINGIR A PUBLI-
CIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS quando A LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLE-
DEFESA DA INTIMIDADE OU O INTERESSE TIVO pode ser impetrado por:
SOCIAL O EXIGIREM;

LXI - ninguém será preso senão em FLA- Partido Político com representação no
GRANTE DELITO OU POR ORDEM ESCRITA Congresso Nacional
E FUNDAMENTADA DE AUTORIDADE JUDI-
CIÁRIA COMPETENTE, SALVO NOS CASOS
DE TRANSGRESSÃO MILITAR OU CRIME
PROPRIAMENTE MILITAR, DEFINIDOS EM LEGITIMADOS
LEI;
Organização sindical, entidade de classe ou
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local associação legalmente constituída e em
onde se encontre serão COMUNICADOS IME- funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados
DIATAMENTE ao JUIZ COMPETENTE E À FA-
MÍLIA DO PRESO OU À PESSOA POR ELE
INDICADA;
LXXI - conceder-se-á MANDADO DE INJUN-
LXIII - o preso será informado de seus direi- ÇÃO sempre que a falta de norma regulamen-
tos, entre os quais o de permanecer calado, tadora torne inviável o exercício dos DIREI-
sendo-lhe assegurada a assistência da família e TOS E LIBERDADES CONSTITUCIONAIS E
de advogado; DAS PRERROGATIVAS INERENTES À NACI-
ONALIDADE, À SOBERANIA E À CIDADA-
LXIV - o preso tem direito à identificação dos NIA;
responsáveis por sua prisão ou por seu interro-
gatório policial; LXXII - conceder-se-á HABEAS DATA:
a) para assegurar o conhecimento de INFOR-
LXV - a prisão ilegal será imediatamente rela- MAÇÕES RELATIVAS À PESSOA DO IMPE-
xada pela autoridade judiciária; TRANTE, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades GOVERNAMENTAIS OU
DE CARÁTER PÚBLICO;
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b) para a RETIFICAÇÃO DE DADOS,


QUANDO não se prefira fazê-lo por PRO- LXXVI - são GRATUITOS PARA OS RECO-
CESSO SIGILOSO, JUDICIAL OU ADMINIS- NHECIDAMENTE POBRES, na forma da lei:
TRATIVO;
Registro civil de Certidão de ÓBITO
LXXIII - qualquer CIDADÃO é parte legítima NASCIMENTO
para propor AÇÃO POPULAR que vise a ANU-
LAR ATO LESIVO AO PATRIMÔNIO PÚ- LXXVII - são GRATUITAS as ações de:
BLICO ou de entidade de que o Estado parti-
cipe, à MORALIDADE ADMINISTRATIVA,
Habeas Habeas Atos necessários ao
AO MEIO AMBIENTE E AO PATRIMÔNIO CORPUS DATA EXERCÍCIO DA
HISTÓRICO E CULTURAL, ficando o autor, CIDADANIA, na
SALVO COMPROVADA MÁ-FÉ, ISENTO DE forma da lei
CUSTAS JUDICIAIS E DO ÔNUS DA SUCUM-
BÊNCIA; LXXVIII - a todos, no ÂMBITO JUDICIAL E
ADMINISTRATIVO, são assegurados a razoá-
HABEAS COR- • Gratuito; vel duração do processo e os meios que garan-
PUS • Violência ou coação na li- tam a celeridade de sua tramitação.
berdade de locomoção;
• Ilegalidade ou abuso de § 1º - As normas definidoras dos direitos e ga-
poder. rantias fundamentais têm APLICAÇÃO IME-
MANDADO DE • Direito líquido e certo; DIATA.
SEGURANÇA • Não amparado por ha-
beas corpus ou habeas § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta
data; Constituição NÃO EXCLUEM OUTROS DE-
• Autoridade Pública ou CORRENTES DO REGIME E DOS PRINCÍ-
agente em função pú-
PIOS POR ELA ADOTADOS, OU DOS TRA-
blica.
TADOS INTERNACIONAIS em que a Repú-
MANDADO DE • Falta de norma regula- blica Federativa do Brasil seja parte.
INJUNÇÃO mentadora;
• Inviabiliza: Direitos e Li-
berdades Constitucio- § 3º Os TRATADOS E CONVENÇÕES INTER-
nais; NACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS
• Inviabiliza: Nacionali- que forem aprovados, em cada Casa do Con-
dade, Cidadania e Sobe- gresso Nacional, EM DOIS TURNOS, POR
rania. TRÊS QUINTOS DOS VOTOS dos respectivos
HABEAS DATA • Gratuito; membros, serão EQUIVALENTES ÀS EMEN-
• Conhecimento de infor- DAS CONSTITUCIONAIS.
mações do impetrante
• Banco de dado/registro § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribu-
de caráter público nal Penal Internacional a cuja criação tenha
• Retificação de dados, não
manifestado adesão.
optou por processo sigi-
loso, judicial ou adminis-
trativo LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o di-
reito à proteção dos dados pessoais, inclusive
AÇÃO • Cidadão
POPULAR • Anulação de ato lesivo nos meios digitais. (Incluído pela Emenda
• Patrimônio público, his- Constitucional nº 115, de 2022)
tórico, cultural, morali-
dade e meio ambiente
• Isento de custas e su-
cumbência, salvo má-fé

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica


integral e gratuita aos que comprovarem insu-
ficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por
erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença;

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CAPÍTULO II - DOS DIREITOS


SOCIAIS XII- salário-família pago em razão do depen-
dente do trabalhador de baixa renda nos termos
Art. 6º São direitos sociais na forma desta
da
Constituição: lei;
XIII- duração do trabalho normal NÃO SUPE-
Educação Saúde Alimen- Trabalho RIOR A 8 HORAS DIÁRIAS e 44 SEMANAIS,
tação facultada
Moradia Transporte Lazer Segurança a compensação de horários e a redução da jor-
Previdência Proteção à Proteção Assistên- nada, mediante acordo ou convenção coletiva de
Social maternidade à infân- cia aos trabalho;
cia desampa- XIV- jornada de 6 horas para o trabalho reali-
rados zado em TURNOS ININTERRUPTOS DE
REVEZAMENTO, SALVO NEGOCIAÇÃO COLE-
TIVA;
Art. 7º - São direitos dos trabalhadores UR-
BANOS E RURAIS, ALÉM DE OUTROS QUE XV- repouso semanal remunerado, PREFEREN-
VISEM À MELHORIA DE SUA CONDIÇÃO CIALMENTE AOS DOMINGOS;
SOCIAL: XVI- remuneração do SERVIÇO EXTRAORDI-
NÁRIO superior, no mínimo, EM 50% À DO
NORMAL;
I- relação de emprego protegida contra despe-
dida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de XVII- gozo de férias anuais remuneradas com,
lei PELO MENOS, 1/3 A MAIS DO QUE O SALÁ-
complementar, que preverá indenização com- RIO NORMAL;
pensatória, dentre outros direitos; XVIII- LICENÇA À GESTANTE, SEM PREJU-
II- seguro-desemprego, em caso de DESEM- ÍZO DO EMPREGO E DO SALÁRIO, com a
PREGO INVOLUNTÁRIO; DURAÇÃO DE 120 DIAS;
III- fundo de garantia do tempo de serviço; XIX- licença-paternidade, nos termos fixados em
lei;
IV- salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
unificado, capaz de atender às suas XX- proteção do mercado de trabalho da mulher,
necessidades vitais básicas e às de sua família mediante incentivos específicos, nos termos da
com moradia, alimentação, educação, saúde, la- lei;
zer, XXI- AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL ao
vestuário, higiene, transporte e previdência so- tempo de serviço, sendo no MÍNIMO DE 30
cial, com reajustes periódicos que lhe DIAS, nos termos da lei;
preservem o poder aquisitivo, sendo VEDADA XXII- redução dos riscos inerentes ao trabalho,
SUA VINCULAÇÃO PARA QUALQUER FIM; por meio de normas de saúde, higiene e
V- piso salarial proporcional à extensão e à com- segurança;
plexidade do trabalho; XXIV- aposentadoria;
VI- irredutibilidade do salário, SALVO O DIS- XXV- assistência gratuita aos FILHOS E DE-
POSTO EM CONVENÇÃO OU ACORDO COLE- PENDENTES desde o NASCIMENTO ATÉ 5
TIVO; (CINCO) ANOS de idade em CRECHES E PRÉ-
VII- garantia de salário, nunca inferior ao mí- ESCOLAS;
nimo, para os que percebem remuneração variá- XXVI- reconhecimento das convenções e acordos
vel; coletivos de trabalho;
VIII- décimo terceiro salário com base na remu- XXVII- proteção em face da automação, na
neração integral ou no valor da aposentadoria; forma da lei;
IX- remuneração do trabalho NOTURNO SUPE- XXVIII- seguro contra acidentes de trabalho, a
RIOR À DO DIURNO; cargo do empregador, SEM EXCLUIR A
X- proteção do salário na forma da lei, consti- INDENIZAÇÃO A QUE ESTE ESTÁ OBRI-
tuindo CRIME SUA RETENÇÃO DOLOSA; GADO, QUANDO INCORRER EM DOLO OU
XI- participação nos lucros, ou resultados, DES- CULPA;
VINCULADA DA REMUNERAÇÃO, e, XXIX- ação, quanto aos créditos resultantes das
excepcionalmente, participação na gestão da relações de trabalho, com PRAZO
empresa, conforme definido em lei; PRESCRICIONAL DE 5 ANOS para os traba-
lhadores urbanos e rurais, até o LIMITE DE 2
ANOS APÓS A EXTINÇÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO;

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descontada em folha, para custeio do sistema con-


XXX- PROIBIÇÃO de diferença de salários, de
federativo da representação sindical respectiva,
exercício de funções e de critério de admissão por
INDEPENDENTEMENTE DA CONTRIBUIÇÃO
motivo de SEXO, IDADE, COR OU ESTADO CI-
prevista em lei;
VIL;
V- ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-
XXXI- PROIBIÇÃO de qualquer discriminação
se filiado a sindicato;
no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador PORTADOR DE DEFICIÊNCIA; VI- é OBRIGATÓRIA a participação dos sindicatos
nas negociações coletivas de trabalho;
XXXI- PROIBIÇÃO de qualquer discriminação
no tocante a salário e critérios de admissão do VII- o APOSENTADO FILIADO tem direito a VO-
trabalhador PORTADOR DE DEFICIÊNCIA; TAR E SER VOTADO nas organizações sindicais;
XXXII- PROIBIÇÃO de distinção entre TRABA- VIII- é VEDADA A DISPENSA do empregado sin-
LHO MANUAL, TÉCNICO E INTELECTUAL ou dicalizado A PARTIR DO REGISTRO DA
entre os profissionais respectivos; CANDIDATURA a cargo de direção ou representa-
ção sindical e, se eleito, AINDA QUE
XXXIII- PROIBIÇÃO de trabalho NOTURNO,
SUPLENTE, ATÉ 1 ANO APÓS O FINAL DO
PERIGOSO OU INSALUBRE a MENORES DE
MANDATO, SALVO SE COMETER FALTA GRAVE
18 e de QUALQUER TRABALHO A MENORES
nos termos da lei.
DE 16 ANOS, SALVO NA CONDIÇÃO DE
APRENDIZ, A PARTIR DE 14 ANOS;
XXXIV- igualdade de direitos entre o trabalhador Parágrafo único - As disposições deste artigo
com vínculo empregatício permanente e o aplicam-se à organização de sindicatos rurais e
trabalhador avulso. de colônias de pescadores, atendidas as condi-
ções que a lei estabelecer.
Parágrafo único. São assegurados à catego-
ria dos trabalhadores domésticos os direi- Art. 9º - É ASSEGURADO O DIREITO DE
tos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, GREVE, competindo aos trabalhadores decidir
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as con- interesses que devam por meio dele defender.
dições estabelecidas em lei e observada a sim-
plificação do cumprimento das obrigações tri- § 1º - A lei definirá os serviços ou atividades
butárias, principais e acessórias, decorrentes essenciais e disporá sobre o atendimento das
da relação de trabalho e suas peculiaridades, os necessidades inadiáveis da comunidade.
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e
XXVIII, bem como a sua integração à previdên- § 2º - Os abusos cometidos sujeitam os res-
cia social. ponsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos tra-
Art. 8º - É LIVRE A ASSOCIAÇÃO PROFIS- balhadores e empregadores nos colegia-
SIONAL OU SINDICAL, observado o se- dos dos órgãos públicos em que seus interes-
guinte: ses profissionais ou previdenciários sejam ob-
jeto de discussão e deliberação.
I- a lei NÃO PODERÁ EXIGIR AUTORIZAÇÃO
DO ESTADO para a fundação de sindicato, ressal- Art. 11. Nas empresas de MAIS DE 200 EM-
vado o REGISTRO PREGADOS, é assegurada a ELEIÇÃO DE UM
NO ÓRGÃOCOMPETENTE, VEDADAS AO PO- REPRESENTANTE DESTES com a finalidade
DER PÚBLICO A INTERFERÊNCIA E A
EXCLUSIVA de promover-lhes o entendimento
INTERVENÇÃO NA ORGANIZAÇÃO SINDICAL;
direto com os empregadores.
II- é VEDADA A CRIAÇÃO DE MAIS DE UMA OR-
GANIZAÇÃO SINDICAL, em qualquer grau,
representativa CAPÍTULO III – DA
de categoria profissional ou econômica, NA NACIONALIDADE
MESMA BASE TERRITORIAL, que será definida
pelos Art. 12. São brasileiros:
trabalhadores ou empregadores interessados, não I- NATOS
podendo ser inferior à área de um Município; os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
III- ao sindicato cabe a defesa dos direitos e inte- que de pais estrangeiros, desde que
resses coletivos ou individuais da categoria, estes NÃO ESTEJAM A SERVIÇO DE SEU PAÍS.
INCLUSIVE EM QUESTÕES JUDICIAIS OU AD- b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro
MINISTRATIVAS; ou de mãe brasileira, desde que qualquer
IV- a assembleia geral fixará a contribuição que, deles ESTEJA A SERVIÇO DA REPÚBLICA FEDE-
em se tratando de categoria profissional, será RATIVA DO BRASIL.
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os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de I- tiver cancelada sua naturalização, por sentença
mãe brasileira, desde que sejam judicial, em virtude de atividade nociva ao inte-
REGISTRADOS EM REPARTIÇÃO BRASILEIRA resse
competente OU VENHAM A RESIDIR nacional
na república federativa do BRASIL E OPTEM, em II- adquirir outra nacionalidade, SALVO NOS
qualquer tempo, DEPOIS DE ATINGIDA A CASOS:
MAIORIDADE, PELA NACIONALIDADE BRASI- De reconhecimento de nacionalidade originária
LEIRA. pela lei estrangeira;
De imposição de naturalização, pela norma estran-
II- NATURALIZADOS geira, ao brasileiro residente em Estado
estrangeiro, como condição para permanência em
os que, na forma da lei, adquiram a nacionali- seu território ou para o exercício de direitos civis.
dade brasileira, exigidas aos originários de
países de LÍNGUA PORTUGUESA apenas residên-
cia por 1 ANO ININTERRUPTO e Art. 13. A LÍNGUA PORTUGUESA É O IDI-
IDONEIDADE MORAL. OMA OFICIAL da República Federativa do
os estrangeiros de QUALQUER NACIONALI- Brasil.
DADE residentes na República Federativa do
Brasil há MAIS DE 15 ANOS ININTERRUPTOS e § 1º - São símbolos da República Federativa do
SEM CONDENAÇÃO PENAL, desde que Brasil a BANDEIRA, O HINO, AS ARMAS E O
requeiram a nacionalidade brasileira. SELO NACIONAIS.

§ 1º - Aos PORTUGUESES COM RESIDÊN- § 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Mu-


CIA PERMANENTE no País, se HOUVER RE- nicípios PODERÃO TER SÍMBOLOS PRÓ-
CIPROCIDADE em favor de brasileiros, serão PRIOS.
atribuídos os DIREITOS INERENTES AO
BRASILEIRO, SALVO OS CASOS PREVIS- CAPÍTULO IV - DOS DIREITOS
TOS NESTA CONSTITUIÇÃO. POLÍTICOS
§ 2º - A LEI NÃO PODERÁ ESTABELECER
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo
DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS NATOS E
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
NATURALIZADOS, salvo nos casos previstos
com valor igual para todos, e, nos termos da
nesta Constituição.
lei, mediante:
§ 3º - São PRIVATIVOS DE BRASILEIRO
NATO os cargos: I- Plebiscito;
II- Referendo;
I- Presidente e Vice Presidente da República III- Iniciativa popular.
II- Presidente da Câmara dos Deputados. CUI-
DADO: não é qualquer Deputado Federal § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
III- Presidente do Senado Federal. CUIDADO: não
é qualquer Senador
I- OBRIGATÓRIO II- FACULTATIVO
IV- Ministro do Supremo Tribunal Federal
Maiores de 18 anos de a) Analfabetos;
V- Carreira diplomática
idade. b) Maiores de 70 anos
VI- Oficial das Forças Armadas; de idade;
VII- Ministro de Estado da Defesa; c) Maiores de 16 anos
e menores de 18 anos.
§ 4º - Será declarada a PERDA DA NACIO-
NALIDADE do brasileiro que: § 2º - NÃO PODEM ALISTAR-se como eleito-
res OS ESTRANGEIROS E, DURANTE O PE-
RÍODO DO SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓ-
RIO, OS CONSCRITOS.

§ 3º - São CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE,


na forma da lei:

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§ 8º - O MILITAR ALISTÁVEL É ELEGÍVEL,


I- Nacionalidade brasileira;
atendidas as seguintes condições:
II- Pleno exercício dos direitos políticos;
III- Alistamento eleitoral;
I- se contar MENOS DE 10 ANOS DE SERVIÇO,
IV- Domicílio eleitoral na circunscrição; deverá AFASTAR-SE da atividade;
V- Filiação partidária; II- se contar MAIS DE 10 ANOS DE SERVIÇO,
VI- Idade mínima de: será AGREGADO PELA AUTORIDADE
a) 35 ANOS: Presidente e Vice-Presidente da SUPERIOR e, se eleito, passará automatica-
República e Senador; mente, no ato da diplomação, para a inatividade.
b) 30 ANOS: Governador e Vice-Governador
de Estado e Distrito Federal; § 9º - LEI COMPLEMENTAR estabelecerá
c) 21 ANOS: Deputado Federal, Estadual,
outros casos de inelegibilidade e os prazos de
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) 18 ANOS: Vereador.
sua cessação, a fim de proteger a PROBIDADE
ADMINISTRATIVA, A MORALIDADE para o
exercício do mandato, considerada a VIDA
§ 4º - São INELEGÍVEIS OS INALISTÁVEIS PREGRESSA DO CANDIDATO, E A NORMA-
E OS ANALFABETOS. LIDADE E LEGITIMIDADE DAS ELEIÇÕES
CONTRA A INFLUÊNCIA DO PODER ECO-
§ 5º - O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, OS NÔMICO OU O ABUSO DO EXERCÍCIO de
GOVERNADORES DE ESTADO E DO DIS- função, cargo ou emprego na administração di-
TRITO FEDERAL, OS PREFEITOS e quem os reta ou indireta.
houver sucedido ou substituído no
curso dos mandatos poderão ser REELEITOS § 10 - O mandato eletivo poderá ser IMPUG-
PARA UM ÚNICO PERÍODO SUBSEQUENTE. NADO ANTE A JUSTIÇA ELEITORAL no
prazo de 15 DIAS CONTADOS DA DIPLOMA-
§ 6º - Para concorrerem A OUTROS CARGOS, ÇÃO, instruída a ação com provas de ABUSO
o PRESIDENTE DA REPÚBLICA, OS GOVER- DO PODER ECONÔMICO, CORRUPÇÃO OU
NADORES DE ESTADO E DO DISTRITO FE- FRAUDE.
DERAL E OS PREFEITOS devem RENUN-
CIAR aos respectivos mandatos ATÉ 6 MESES § 11 - A ação de impugnação de mandato TRA-
ANTES DO PLEITO. MITARÁ EM SEGREDO DE JUSTIÇA, respon-
dendo o autor, na forma da lei, se temerária ou
§ 7º - São INELEGÍVEIS, NO TERRITÓRIO de manifesta má-fé.
DE JURISDIÇÃO DO TITULAR, o CÔNJUGE
E OS PARENTES CONSANGUÍNEOS OU Art. 15. É VEDADA A CASSAÇÃO DE DIREI-
AFINS, ATÉ O 2° GRAU OU POR ADOÇÃO, TOS POLÍTICOS, cuja PERDA OU SUSPEN-
do PRESIDENTE DA REPÚBLICA, DE GO- SÃO só se dará nos casos de:
VERNADOR DE ESTADO OU TERRITÓRIO,
DO DISTRITO FEDERAL, DE PREFEITO ou
I- cancelamento da naturalização por sentença
de quem os haja substituído dentro dos 6 ME-
transitada em julgado
SES ANTERIORES AO PLEITO, SALVO SE JÁ
II- incapacidade civil absoluta
TITULAR DE MANDATO ELETIVO E CANDI-
DATO À REELEIÇÃO. III- condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos
EXEMPLO: O filho do Presidente da Repú- IV- recusa de cumprir obrigação a todos imposta
blica não pode se candidatar ao cargo de Se- ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º,
VIII
nador ou Deputado Federal, salvo se estiver
concorrendo à reeleição. Exemplo: O filho do V- improbidade administrativa, nos termos do art.
Governador de São Paulo não pode se can- 37, § 4º
didatar ao cargo de Deputado Estadual por
São Paulo (salvo se candidato à reeleição), Art. 16. A lei que ALTERAR O PROCESSO
mas pode se candidatar ao cargo de Depu- ELEITORAL ENTRARÁ EM VIGOR NA DATA
tado Estadual por outro Estado, DE SUA PUBLICAÇÃO, NÃO SE APLICANDO
o território de jurisdição do Governador de À ELEIÇÃO QUE OCORRA ATÉ 1 ANO DA
SP é só SP e não outro Estado. DATA DE SUA VIGÊNCIA.

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VIII- a lei reservará percentual dos cargos e em-


TÍTULO III DA ORGANIZAÇÃO DO pregos públicos para as PESSOAS PORTADO-
ESTADO RAS DE DEFICIÊNCIA e definirá os critérios de
sua admissão;
IX- a lei estabelecerá os casos de contratação por
CAPÍTULO VII – DA tempo determinado para atender a
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NECESSIDADE TEMPORÁRIA DE EXCEPCIO-
NAL INTERESSE PÚBLICO;
X- a remuneração dos servidores públicos e o
SEÇÃO I – DISPOSIÇÕES GERAIS subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
poderão ser fixados ou alterados por lei especí-
Art. 37. A administração pública direta e indi- fica, observada a iniciativa privativa em cada
reta de qualquer dos Poderes da União, dos Es- caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
tados, do Distrito Federal e dos Municípios obe- mesma data e sem distinção de índices;
decerá aos princípios de XI- a remuneração e o subsídio dos ocupantes
de cargos, funções e empregos públicos da
Legalidade administração direta, autárquica e fundacional,
Impessoalidade dos membros de qualquer dos Pode-
Moralidade res da União, dos Estados, do Distrito Federal e
Publicidade dos Municípios, dos detentores de mandato ele-
Eficiência tivo e dos demais agentes políticos e os proven-
tos, pensões ou outra espécie remuneratória,
percebidos cumulativamente ou não, incluídas
e, também, ao seguinte: as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
tureza, NÃO PODERÃO EXCEDER O SUBSÍ-
I- os cargos, empregos e funções públicas são DIO MENSAL, EM ESPÉCIE, DOS MINIS-
acessíveis aos brasileiros que preencham os re- TROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL,
quisitos estabelecidos em lei, assim como AOS aplicando-se como limite, NOS MUNICÍPIOS,
ESTRANGEIROS, NA FORMA DA LEI; O SUBSÍDIO DO PREFEITO, e NOS ESTA-
II- a investidura em cargo ou emprego público DOS E NO DISTRITO FEDERAL, O SUBSÍDIO
depende de aprovação prévia em concurso pú- MENSAL DO GOVERNADOR no âmbito do Po-
blico de provas ou de provas e títulos, de acordo der EXECUTIVO, o subsídio dos DEPUTADOS
com a natureza e a complexidade do cargo ou ESTADUAIS E DISTRITAIS NO ÂMBITO DO
emprego, na forma prevista em lei, RESSALVA- PODER LEGISLATIVO e o SUBSÍDIO DOS
DAS AS NOMEAÇÕES PARA CARGO EM CO- DESEMBARGADORES DO TRIBUNAL DE
MISSÃO DECLARADO EM LEI DE LIVRE NO- JUSTIÇA, LIMITADO A 90,25% DO SUBSÍ-
MEAÇÃO E EXONERAÇÃO; DIO MENSAL, EM ESPÉCIE, DOS MINIS-
III- o prazo de validade do concurso público será TROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL,
de ATÉ 2 ANOS, PRORROGÁVEL UMA VEZ, NO ÂMBITO DO PODER JUDICIÁRIO, aplicá-
POR IGUAL PERÍODO; vel este limite aos membros do Ministério Pú-
blico, aos Procuradores e aos Defensores Públi-
IV- durante o prazo improrrogável previsto no cos;
edital de convocação, aquele APROVADO EM
CONCURSO público de provas ou de provas e ESTADO E
títulos será CONVOCADO COM PRIORIDADE UNIÃO DISTRITO MUNICÍ-
sobre NOVOS CONCURSADOS para assumir FEDERAL PIO
cargo ou emprego, na carreira; Ministros do Executivo: Prefeito
V- as funções de confiança, exercidas STF Governador
exclusivamente por servidores ocupantes de Legislativo:
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem Deputado Es-
preenchidos por servidores de carreira nos casos, tadual
condições e percentuais mínimos previstos em Judiciário:
lei, destinam-se APENAS ÀS ATRIBUIÇÕES DE Desembarga-
DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO; dor do TJ

VI- é garantido ao SERVIDOR PÚBLICO CIVIL XII- os vencimentos dos cargos do PODER LE-
o direito à livre ASSOCIAÇÃO SINDICAL; GISLATIVO E DO PODER JUDICIÁRIO
VII- o direito de GREVE será exercido nos ter- NÃO PODERÃO SER SUPERIORES AOS PA-
mos e nos limites definidos em lei específica; GOS PELO PODER EXECUTIVO;

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XIII- é VEDADA A VINCULAÇÃO OU EQUI- XXI-ressalvados os casos especificados na legis-


PARAÇÃO de quaisquer espécies remunerató- lação, as obras, serviços, compras e alienações
rias para o efeito de REMUNERAÇÃO DE PES- serão contratados mediante PROCESSO DE LI-
SOAL DO SERVIÇO PÚBLICO; CITAÇÃO PÚBLICA que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusu-
XIV- os ACRÉSCIMOS PECUNIÁRIOS percebi-
las que estabeleçam obrigações de pagamento,
dos por servidor público NÃO SERÃO
mantidas as condições efetivas da proposta, nos
COMPUTADOS nem acumulados para fins de
termos da lei, o qual somente permitirá as
concessão de acréscimos ulteriores;
exigências de qualificação técnica e econômica
XV- o subsídio e os vencimentos dos ocupantes indispensáveis à garantia do cumprimento das
de cargos e empregos públicos SÃO obrigações;
IRREDUTÍVEIS, ressalvado o disposto nos in-
XXII- as ADMINISTRAÇÕES TRIBUTÁ-
cisos XI e XIV deste artigo e nos Arts. 39, § 4º,
RIAS da União, dos Estados, do Distrito Federal
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
e dos Municípios, atividades essenciais ao funci-
XVI- é VEDADA A ACUMULAÇÃO remunerada onamento do Estado, exercidas por servidores
de cargos públicos, EXCETO, de carreiras específicas, terão RECURSOS PRI-
quando HOUVER COMPATIBILIDADE DE HO- ORITÁRIOS para a realização de suas ativida-
RÁRIOS, observado em qualquer caso o dis- des e atuarão de forma integrada, inclusive com
posto o compartilhamento de cadastros e de informa-
no inciso XI: ções fiscais, na forma da lei ou convênio;
a) a de 2 cargos de PROFESSOR
b) a de 1 cargo de PROFESSOR com outro,
TÉCNICO OU CIENTÍFICO § 1º - A publicidade dos atos, programas,
c) a de 2 cargos ou empregos privativos de obras, serviços e campanhas dos órgãos públi-
PROFISSIONAIS DE SAÚDE, COM cos deverá ter caráter EDUCATIVO, INFOR-
PROFISSÕES REGULAMENTADAS; MATIVO OU DE ORIENTAÇÃO SOCIAL, dela
XVII- a PROIBIÇÃO DE ACUMULAR ES- NÃO PODENDO CONSTAR NOMES, SÍMBO-
TENDE-SE a empregos e funções e abrange LOS OU IMAGENS QUE CARACTERIZEM
autarquias, fundações, empresas públicas, soci- PROMOÇÃO PESSOAL DE AUTORIDADES
edades de economia mista, suas subsidiárias, e OU SERVIDORES PÚBLICOS.
sociedades controladas, direta ou indireta-
mente, pelo poder público;
§ 2º - A não observância do disposto nos inci-
XVIII- a ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA E sos II e III implicará a nulidade do ato e a pu-
SEUS SERVIDORES FISCAIS terão, dentro de nição da autoridade responsável, nos ter-
suas áreas de competência e jurisdição, PRE-
mos da lei.
CEDÊNCIA SOBRE OS DEMAIS SETORES
ADMINISTRATIVOS, na forma da lei;
§ 3º - A lei disciplinará as formas de participa-
XIX- somente por lei específica poderá ser cri-
ada autarquia e autorizada a instituição de em-
ção do usuário na administração pública direta
presa e indireta, regulando especialmente:
pública, de Sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste I- as reclamações relativas à prestação dos
último caso, definir as áreas de sua atuação; serviços públicos em geral, asseguradas a
LEI manutenção de serviços de atendimento ao
LEI LEI COMPLE- usuário e a avaliação periódica, externa e in-
MENTAR terna, da qualidade dos serviços;
Cria Autoriza criação Define área de
autar- de empresa pú- atuação de II- o acesso dos usuários a registros adminis-
quia blica, fundação trativos e a informações sobre atos de go-
fundação e socie- verno, observado o disposto no art. 5º, X e
dade de econo- XXXIII;III- as peculiaridades dos cargos.
mia mista
III- a disciplina da representação contra o
XX- DEPENDE DE AUTORIZAÇÃO LEGISLA- exercício negligente ou abusivo de cargo, em-
TIVA, EM CADA CASO, A CRIAÇÃO DE
prego ou função na administração pública.
SUBSIDIÁRIAS das entidades mencionadas no
inciso anterior, assim como a participação de
qualquer delas em empresa privada; § 4º - Os atos de improbidade administrativa
importarão a SUSPENSÃO DOS DIREITOS
POLÍTICOS, A PERDA DA FUNÇÃO PÚ-
BLICA, A INDISPONIBILIDADE DOS BENS
E O RESSARCIMENTO AO ERÁRIO, na forma

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e gradação previstas em lei, sem preju- § 11 - Não serão computadas, para efeito dos
ízo da ação penal cabível. limites remuneratórios de que trata o inciso XI
do caput deste artigo, as parcelas de caráter
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescri- indenizatório previstas em lei.
ção para ilícitos praticados por qualquer
agente, servidor ou não, que causem prejuízos § 12 - Para os fins do disposto no inciso XI do
ao erário, ressalvadas as respectivas ações de caput deste artigo, fica facultado aos Estados e
ressarcimento. ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, medi-
ante emenda às respectivas Constituições e Lei
§ 6º - As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO Orgânica, como limite único, o subsídio mensal
PÚBLICO E AS DE DIREITO PRIVADO dos Desembargadores do respectivo Tribunal
PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e
responderão pelos danos que seus agentes, cinco centésimos por cento do subsídio mensal
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegu- dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não
rado o direito de regresso contra o responsável se aplicando o disposto neste parágrafo aos
nos casos de DOLO OU CULPA. subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais
e dos Vereadores.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as res-
trições ao ocupante de cargo ou em- § 13. O servidor público titular de cargo efetivo
prego da administração direta e indireta que poderá ser READAPTADO para exercício de
possibilite o acesso a informações privilegiadas. cargo cujas atribuições e responsabilidades se-
jam compatíveis com a limitação que tenha SO-
§8º A autonomia gerencial, orçamentária e fi- FRIDO EM SUA CAPACIDADE FÍSICA OU
nanceira dos órgãos e entidades da administra- MENTAL, enquanto permanecer nesta condi-
ção direta e indireta poderá ser ampliada me- ção, desde que possua a habilitação e o nível
diante contrato, a ser firmado entre seus admi- de escolaridade exigidos para o cargo de des-
nistradores e o poder público, que tenha por tino, MANTIDA A REMUNERAÇÃO DO
objeto a fixação de metas de desempenho para CARGO DE ORIGEM.
o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor
sobre: § 14. A aposentadoria concedida com a utiliza-
ção de tempo de contribuição decorrente de
I- o prazo de duração do contrato; cargo, emprego ou função pública, inclusive do
Regime Geral de Previdência Social, ACARRE-
II- os controles e critérios de avaliação de
TARÁ O ROMPIMENTO DO VÍNCULO QUE
desempenho, direitos, obrigações e respon-
GEROU O REFERIDO TEMPO DE CONTRI-
sabilidade dos dirigentes;
BUIÇÃO.
III- a remuneração do pessoal.
§ 15. É vedada a complementação de aposen-
§ 9º O disposto no inciso XI (REGRAS SOBRE tadorias de servidores públicos e de pensões
O TETO REMUNERATÓRIO) APLICA-SE ÀS por morte a seus dependentes que não seja de-
EMPRESAS PÚBLICAS E ÀS SOCIEDADES corrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40
DE ECONOMIA MISTA, E SUAS SUBSIDIÁ- ou que não seja prevista em lei que extinga re-
RIAS, QUE RECEBEREM RECUR- gime próprio de previdência social.
SOS da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios PARA PAGAMENTO DE § 16. Os órgãos e entidades da administra-
DESPESAS DE PESSOAL OU DE CUSTEIO ção pública, individual ou conjuntamente, de-
EM GERAL. vem realizar avaliação das políticas públicas,
inclusive com divulgação do objeto a ser avali-
§ 10. Vedada a percepção simultânea de pro- ado e dos resultados alcançados, na
ventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 forma da lei.
ou dos Arts. 42 e 142 com a remuneração de
cargo, emprego ou função pública, RESSAL- Art. 38. Ao servidor público da administra-
VADOS OS CARGOS ACUMULÁVEIS NA ção direta, autárquica e fundacional, no exercí-
FORMA DESTA CONSTITUIÇÃO, OS CAR- cio de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes
GOS ELETIVOS E OS CARGOS EM COMIS- disposições:
SÃO DECLARADOS EM LEI DE LIVRE NOME-
AÇÃO E EXONERAÇÃO.

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I- tratando-se de mandato ELETIVO FEDERAL, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer re-
ESTADUAL OU DISTRITAL, FICARÁ quisitos diferenciados de admissão quando a
AFASTADO DE SEU CARGO, EMPREGO OU natureza do cargo o exigir.
FUNÇÃO;
II- investido no mandato de PREFEITO, SERÁ § 4º - O MEMBRO DE PODER, O DETENTOR
AFASTADO DO CARGO, EMPREGO OU DE MANDATO ELETIVO, OS MINISTROS DE
FUNÇÃO, SENDO-LHE FACULTADO OPTAR ESTADO E OS SECRETÁRIOS ESTADUAIS E
PELA SUA REMUNERAÇÃO; MUNICIPAIS SERÃO REMUNERADOS EX-
III- investido no mandato de VEREADOR, HA- CLUSIVAMENTE POR SUBSÍDIO fixado em
VENDO COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS, parcela única, VEDADO O ACRÉSCIMO DE
PERCEBERÁ AS VANTAGENS DE SEU CARGO, QUALQUER GRATIFICAÇÃO, ADICIONAL,
EMPREGO OU
ABONO, PRÊMIO, VERBA DE REPRESENTA-
FUNÇÃO, SEM PREJUÍZO DA REMUNERAÇÃO
DO CARGO ELETIVO, e, não havendo ÇÃO OU OUTRA ESPÉCIE REMUNERATÓ-
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso RIA, obedecido, em qualquer caso, o disposto
anterior; no art. 37, X e XI.
IV- em qualquer caso que exija o afastamento para
o exercício de mandato eletivo, SEU TEMPO § 5º - Lei da União, dos Estados, do Distrito
DE SERVIÇO SERÁ CONTADO PARA TODOS OS Federal e dos Municípios poderá estabelecer a
EFEITOS LEGAIS, EXCETO PARA relação entre a maior e a menor remunera-
PROMOÇÃO POR MERECIMENTO; ção dos servidores públicos, obedecido, em
V- na hipótese de ser segurado de regime próprio qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
de previdência social, permanecerá filiado a esse
regime, no ente federativo de origem. § 6º - Os Poderes Executivo, Legislativo e Ju-
diciário PUBLICARÃO ANUALMENTE OS VA-
SEÇÃO II – DOS SERVIDORES LORES DO SUBSÍDIO E DA REMUNERA-
ÇÃO DOS CARGOS E EMPREGOS PÚBLI-
PÚBLICOS
COS.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal § 7º - Lei da União, dos Estados, do Distrito
e os Municípios instituirão conselho de política Federal e dos Municípios disciplinará a aplica-
de administração e remuneração de pessoal, ção de recursos orçamentários provenientes da
integrado por servidores designados pelos res- economia com despesas correntes em cada ór-
pectivos Poderes. gão, autarquia e fundação, para aplicação no
DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS DE
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento QUALIDADE E PRODUTIVIDADE, TREINA-
e dos demais componentes do sistema remu- MENTO E DESENVOLVIMENTO, MODERNI-
neratório observará: ZAÇÃO, REAPARELHAMENTO E RACIONA-
LIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO, INCLU-
I- a natureza, o grau de responsabilidade e a SIVE SOB A FORMA DE ADICIONAL OU
complexidade dos cargos componentes de PRÊMIO DE PRODUTIVIDADE.
cada carreira;
II- os requisitos para a investidura; § 8º - A remuneração dos servidores públi-
cos organizados em carreira poderá ser fixada
III- as peculiaridades dos cargos.
nos termos do § 4º (PODERÁ SER FIXADA
EM SUBSÍDIO).
§ 2º - A União, os Estados e o Distrito Federal
manterão escolas DE GOVERNO PARA A § 9º É VEDADA A INCORPORAÇÃO DE VAN-
FORMAÇÃO E O APERFEIÇOA- TAGENS DE CARÁTER TEMPORÁRIO OU
MENTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS, VINCULADAS AO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO
constituindo-se a participação nos cursos DE CONFIANÇA OU DE CARGO EM COMIS-
um dos REQUISITOS PARA A PROMOÇÃO SÃO À REMUNERAÇÃO DO CARGO EFE-
NA CARREIRA, facultada, para isso, a celebra- TIVO.
ção de convênios ou contratos entre os entes
federados. Art. 40. O regime próprio de previdência so-
cial dos servidores titulares de cargos efetivos
§ 3º - Aplica-se aos servidores ocupantes de terá caráter contributivo e solidário, mediante
cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, contribuição do respectivo ente federativo,
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,

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de servidores ativos, de aposentados e de pen- previamente submetidos a avaliação biopsicos-


sionistas, observados critérios que preservem o social realizada por equipe multiprofissional e
equilíbrio financeiro e atuarial. interdisciplinar.

§ 1º O servidor abrangido por regime próprio § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei com-
de previdência social SERÁ APOSENTADO: plementar do respectivo ente federativo idade
e TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DIFERENCIA-
I- por INCAPACIDADE PERMANENTE DOS para aposentadoria de ocupantes do cargo
PARA O TRABALHO, no cargo em que esti- de agente PENITENCIÁRIO, DE AGENTE SO-
ver investido, CIOEDUCATIVO OU DE POLICIAL dos ór-
quando INSUSCETÍVEL DE READAPTA- gãos de que tratam o inciso IV do caput do art.
ÇÃO, hipótese em que será obrigatória a re- 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos
alização de I a IV do caput do art. 144.
avaliações periódicas para verificação da con-
tinuidade das condições que ensejaram a § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei com-
concessão da aposentadoria, na forma de lei plementar do respectivo ente federativo idade
do respectivo ente federativo; e TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DIFERENCIA-
DOS PARA APOSENTADORIA DE SERVIDO-
II- COMPULSORIAMENTE, com proventos
RES CUJAS ATIVIDADES SEJAM EXERCI-
proporcionais ao tempo de contribuição, aos
DAS COM EFETIVA EXPOSIÇÃO A AGENTES
70 ANOS
QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS PRE-
DE IDADE, OU AOS 75 ANOS DE IDADE,
JUDICIAIS À SAÚDE, OU ASSOCIAÇÃO
na forma de lei complementar;
DESSES AGENTES, VEDADA A CARACTERI-
III- no âmbito da União, aos 62 ANOS DE ZAÇÃO POR CATEGORIA PROFISSIONAL
IDADE, SE MULHER, E AOS 65 ANOS DE OU OCUPAÇÃO.
IDADE,
SE HOMEM, e, no âmbito dos Estados, do § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão
Distrito Federal e dos Municípios, na idade IDADE MÍNIMA REDUZIDA EM 5 ANOS em
mínima relação às idades decorrentes da aplicação do
estabelecida mediante emenda às respectivas disposto no inciso III do § 1º, desde que com-
Constituições e Leis Orgânicas, observados o provem tempo de efetivo exercício das funções
tempo de de magistério na educação infantil e no ensino
contribuição e os demais requisitos estabele- fundamental e médio fixado em lei complemen-
cidos em lei complementar do respectivo ente tar do respectivo ente federativo.
federativo.
§ 6º RESSALVADAS AS APOSENTADORIAS
§ 2º Os proventos de aposentadoria não pode- DECORRENTES DOS CARGOS ACUMULÁ-
rão ser inferiores ao valor mínimo a que se re- VEIS NA FORMA DESTA CONSTITUIÇÃO, É
fere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite VEDADA A PERCEPÇÃO DE MAIS DE UMA
máximo estabelecido para o Regime Geral de APOSENTADORIA À CONTA DE REGIME
Previdência Social, observado o disposto nos §§ PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, apli-
14 a 16. cando-se outras vedações, regras e condições
para a acumulação de benefícios previdenciá-
§ 3º As regras para cálculo de proventos de rios estabelecidas no Regime Geral de Previ-
aposentadoria serão disciplinadas em lei do dência Social.
respectivo ente federativo.
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201,
§ 4º É VEDADA A ADOÇÃO DE REQUISITOS quando se tratar da única fonte de renda formal
OU CRITÉRIOS DIFERENCIADOS PARA auferida pelo dependente, o benefício de pen-
CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS EM REGIME são por morte será concedido nos termos de lei
PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, res- do respectivo ente federativo, a qual tratará de
salvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e forma diferenciada a hipótese de
5º. morte dos servidores de que trata o § 4º-B de-
corrente de agressão sofrida no exercício ou em
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei com- razão da função.
plementar do respectivo ente federativo idade § 8º - É assegurado o reajustamento dos be-
e tempo de contribuição diferenciados para nefícios para preservar-lhes, em caráter per-
aposentadoria de servidores com deficiência,
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manente, o valor real, conforme critérios esta- aberta de previdência complementar.


belecidos em lei.
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa
§ 9º O tempo de contribuição federal, esta- opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser
dual, distrital ou municipal SERÁ CONTADO aplicado ao servidor que tiver ingressado no
PARA FINS DE APOSENTADORIA, obser- serviço público até a data da publicação do ato
vado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, de instituição do correspondente regime de
E O TEMPO DE SERVIÇO CORRESPON- previdência complementar.
DENTE SERÁ CONTADO PARA FINS DE DIS-
PONIBILIDADE. § 17. Todos os valores de remuneração consi-
derados para o cálculo do benefício previsto no
§ 10. A lei NÃO PODERÁ ESTABELECER § 3° serão devidamente atualizados, na forma
QUALQUER FORMA DE CONTAGEM DE da lei.
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO FICTÍCIO.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à de aposentadorias e pensões concedidas pelo
soma total dos proventos de inatividade, inclu- regime de que trata este artigo que superem o
sive quando decorrentes da acumulação de car- limite máximo estabelecido para os benefícios
gos ou empregos públicos, bem como de outras do regime geral de previdência social de que
atividades sujeitas a contribuição para o regime trata o art. 201, com percentual igual ao esta-
geral de previdência social, e ao montante re- belecido para os servidores titulares de cargos
sultante da adição de proventos de inatividade efetivos.
com remuneração de cargo acumulável na
forma desta Constituição, cargo em comissão § 19. Observados critérios a serem estabeleci-
declarado em lei de livre nomeação e exonera- dos em lei do respectivo ente federativo, o ser-
ção, e de cargo eletivo. vidor titular de cargo efetivo que tenha comple-
tado as exigências para a aposentadoria volun-
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão ob- tária e que opte por permanecer em atividade
servados, em regime próprio de previdência so- poderá fazer jus a um abono de permanência
cial, no que couber, os requisitos e critérios fi- equivalente, no máximo, ao valor da sua con-
xados para o Regime Geral de Previdência So- tribuição previdenciária, até completar a idade
cial. para aposentadoria compulsória.

§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, § 20. É VEDADA A EXISTÊNCIA DE MAIS DE


exclusivamente, de CARGO EM COMISSÃO UM REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA
DECLARADO EM LEI DE LIVRE NOMEAÇÃO SOCIAL E DE MAIS DE UM ÓRGÃO OU EN-
E EXONERAÇÃO, DE OUTRO CARGO TEM- TIDADE GESTORA DESSE REGIME EM
PORÁRIO, INCLUSIVE MANDATO ELETIVO, CADA ENTE FEDERATIVO, abrangidos todos
OU DE EMPREGO PÚBLICO, O REGIME GE- os poderes, órgãos e entidades autárquicas e
RAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. fundacionais, que serão responsáveis pelo seu
financiamento, observados os critérios, os pa-
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e râmetros e a natureza jurídica definidos na lei
os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do complementar de que trata o § 22.
respectivo Poder Executivo, regime de previ-
dência complementar para servidores públi- § 22. VEDADA A INSTITUIÇÃO DE NOVOS
cos ocupantes de cargo efetivo, observado o li- REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA SO-
mite máximo dos benefícios do Regime Geral CIAL, lei complementar federal estabelecerá,
de Previdência Social para o valor das aposen- para os que já existam, normas gerais de orga-
tadorias e das pensões em regime próprio de nização, de funcionamento e de responsabili-
previdência social, ressalvado o disposto no § dade em sua gestão, dispondo, entre outros as-
16. pectos, sobre:

§ 15. O regime de previdência complementar


de que trata o § 14 oferecerá plano de benefí-
cios somente na modalidade contribuição defi-
nida, observará o disposto no art. 202 e será
efetivado por intermédio de entidade fechada
de previdência complementar ou de entidade
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I- requisitos para sua extinção e consequente mi- serviço, até seu adequado aproveitamento em
gração para o Regime Geral de Previdência So- outro cargo.
cial;
II- modelo de arrecadação, de aplicação e de uti- § 4º - Como condição para a AQUISIÇÃO DA
lização dos recursos; ESTABILIDADE, é OBRIGATÓRIA a avalia-
III- fiscalização pela União e controle externo e ção especial de desempenho por COMISSÃO
social; INSTITUÍDA PARA ESSA FINALIDADE.
IV- definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
V- condições para instituição do fundo com fina-
lidade previdenciária de que trata o art. 249 e
para vinculação a ele dos recursos provenientes
de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
qualquer natureza
VI- mecanismos de equacionamento do défi-
cit atuarial;
VII- estruturação do órgão ou entidade gestora
do regime, observados os princípios relacionados
com governança, controle interno e transparên-
cia;
VIII- condições e hipóteses para responsabiliza-
ção daqueles que desempenhem atribuições
relacionadas,direta ou indiretamente, com a ges-
tão do regime;
IX- condições para adesão a consórcio público;
X- parâmetros para apuração da base de cálculo
e definição de alíquota de contribuições ordiná-
rias e extraordinárias;

Art. 41. São ESTÁVEIS após 3 ANOS DE EFE-


TIVO EXERCÍCIO os servidores nomeados
para cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público.

§ 1º - O servidor público estável SÓ PERDERÁ


O CARGO:

I- em virtude de SENTENÇA JUDICIAL TRANSI-


TADA EM JULGADO;
II- mediante PROCESSO ADMINISTRATIVO em
que lhe seja assegurada AMPLA DEFESA;
III- mediante PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO
PERIÓDICA DE DESEMPENHO, na forma de
lei complementar, assegurada AMPLA DEFESA.

§ 2º - INVALIDADA POR SENTENÇA JUDI-


CIAL a demissão do SERVIDOR ESTÁVEL,
SERÁ ELE REINTEGRADO, e o eventual ocu-
pante da vaga, se estável, reconduzido ao
cargo de origem, SEM DIREITO A INDENI-
ZAÇÃO, aproveitado em outro cargo ou posto
em disponibilidade com remuneração proporci-
onal ao tempo de serviço.

§ 3º - EXTINTO O CARGO OU DECLARADA


A SUA DESNECESSIDADE, o servidor estável
FICARÁ EM DISPONIBILIDADE, COM RE-
MUNERAÇÃO PROPORCIONAL ao tempo de
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Segur idade Social

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Segur idade Social

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Segur idade Social

Seguridade Social contribuições para garantir a proteção


1.1 Conceituação previdenciária; e o não-contributivo - sa-
úde e assistência, custeados pelos tributos
em geral e disponíveis a todos.
A Seguridade Social surge em 1988, com a pro-
mulgação da nossa atual Constituição, inte-
grando as ações de Previdência, Assistência e
1.2 Princípios e Objetivos
Saúde, estando prevista no Título VIII, que Princípio é aquilo que fundamenta algo, a es-
trata sobre a Ordem Social. sência de determinada coisa. A Seguridade So-
cial possui princípios pelos quais as ações de-
A Seguridade Social compreende um conjunto verão ser norteadas, tanto de forma expressa
integrado de ações de iniciativa dos Poderes (no caso dos princípios previstos no artigo 194
Públicos e da sociedade, destinadas a assegu- da CF) como implícitos, conforme aqueles que
rar os direitos relativos à saúde, à previdência são previstos no decorrer do texto constitucio-
e à assistência social (art. 194 da CF/88). nal.

Iniciaremos, agora, o estudo dos princípios ex-


Assim, temos um sistema que consagra a pro-
pressos. São 7 os princípios previstos na CF/88,
teção contra possíveis riscos sociais, visando
no parágrafo único do artigo 194:
atender as necessidades básicas do cidadão,
por meio dos sistemas da saúde, previdência
Art. 194. [...] Parágrafo único. Com-
social e assistência social. Conforme Fábio
pete ao Poder Público, nos termos da lei,
Zambitte Ibrahim,
organizar a seguridade social, com base
nos seguintes objetivos:
“[...] a seguridade social pode ser con-
I - universalidade da cobertura e do
ceituada como a rede protetiva formada
atendimento;
pelo Estado e por particulares, com con-
II - uniformidade e equivalência dos be-
tribuições de todos, incluindo parte dos
nefícios e serviços às populações urba-
beneficiários dos direitos, no sentido de
nas e rurais;
estabelecer ações para o sustento de
III - seletividade e distributividade na
pessoas carentes, trabalhadores em ge-
prestação dos benefícios e serviços;
ral e seus dependentes, providenciando
IV - irredutibilidade do valor dos bene-
a manutenção de um padrão mínimo de
fícios;
vida digna.”
V - eqüidade na forma de participação
no custeio;
Neste sentido, a seguridade trata de uma rede
VI - diversidade da base de financia-
protetiva para as pessoas em momentos de
mento, identificando-se, em rubricas
maior vulnerabilidade e, consequentemente,
contábeis específicas para cada área, as
desamparadas financeiramente. Este conjunto
receitas e as despesas vinculadas a
de ações prevê uma ampla proteção social, de
ações de saúde, previdência e assistên-
forma geral, prestada gratuitamente. Cada
cia social, preservado o caráter contri-
uma das políticas é destinada à prestação de
butivo da previdência social;
serviços ou benefícios (que são prestações pe-
VII - caráter democrático e descentrali-
cuniárias) para as pessoas que delas necessita-
zado da administração, mediante gestão
rem.
quadripartite, com participação dos tra-
balhadores, dos empregadores, dos
A Saúde será prestada a todos e de forma gra-
aposentados e do Governo nos órgãos
tuita. Já a Assistência é prestada àqueles que
colegiados.
dela necessitarem e que se encontram em situ-
ação de miserabilidade. A Previdência, aos tra-
balhadores em geral e seus dependentes, 1.2.1 Universalidade da cober-
sendo a única, entre as três políticas, de natu- tura e do atendimento
reza contributiva, ou seja, para ter acesso aos O aspecto subjetivo determina que as ações de-
benefícios e aos serviços da Previdência Social, verão atender a todas as pessoas (atendi-
é necessário contribuir anteriormente. mento), isto é, todos podem ser destinatários
da proteção social (a previdência possui a uni-
Dentro do sistema da seguridade social, versalidade subjetiva limitada, por ser contri-
portanto, existem dois subsistemas, o butiva). O aspecto objetivo aponta que todos
contributivo - pressupõe o pagamento de os eventos que merecem atenção, por colocar
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Segur idade Social

a pessoa em extrema necessidade (cobertura), 1.2.4 Irredutibilidade do valor


ou seja, prevê a cobertura de todas as situa- dos benefícios
ções que representem riscos sociais
A irredutibilidade do valor é garantida a todos
Na saúde, visualizamos de forma plena a uni- os benefícios da seguridade social, inclusive os
versalidade de atendimento, pois todos têm di- da assistência social. Essa irredutibilidade se
reito a ela. Já na Previdência essa universali- refere ao valor nominal dos benefícios.
dade é mitigada, já que se exige a contribuição
prévia. Valor nominal é aquele previsto na cédula de
dinheiro, por exemplo, R$ 10,00. O valor real,
por sua vez, corresponde ao que eu condigo
1.2.2 Uniformidade e equivalên-
comprar com R$10,00 e varia ao logo dos anos.
cia dos benefícios e Exemplo, antigamente, com uma cédula de
serviços às populações R$10,00 (valor nominal), eu comprava 10 litros
urbanas e rurais de gasolina. Atualmente, com a mesma cédula
Não existem diferenças entre aqueles que vi- de R$ 10,00 (valor nominal), eu compro 2 litros
vem no campo ou na cidade. A uniformidade de gasolina (valor real)
está diretamente relacionada à isonomia, por-
tanto exige que as mesmas contingências de- Atente-se, pois os benefícios da Seguri-
vam ser cobertas e a equivalência determina dade Social devem garantir a irredutibili-
que, no aspecto pecuniário ou na qualidade dos dade nominal, ou seja, o valor inicialmente
serviços prestados, deve existir equivalência. concedido.
Atente-se, pois equivalência não quer dizer
igualdade, uma vez que podemos ter critérios Mas, além disso, aos benefícios da Previdência
de concessão diferentes, como a aposentadoria Social é garantida a preservação do valor real,
para o trabalhador rural. para preservar o poder aquisitivo:

§ 4º É assegurado o reajustamento dos


1.2.3 Seletividade e distributivi- benefícios para preservar-lhes, em cará-
dade na prestação dos ter permanente, o valor real, conforme
benefícios e serviços critérios definidos em lei (§4º do art.
Seletividade vem de seleção, é o momento pré- 201 da CF/88).
legislativo, em que se define o rol de benefícios,
observada a necessidade de proteção dos gran- O artigo 41-A, da Lei 8.213/91 regulamenta
des riscos sociais estabelecidos na CF/88 - in- essa regra constitucional e garante a manuten-
capacidade temporária ou permanente para o ção do valor real dos benefícios pagos pelo
trabalho, desemprego e idade avançada. INSS através da incidência anual de correção
monetária pelo INPC, na mesma data de rea-
Sabemos que os recursos financeiros são limi- juste do salário-mínimo.
tados, portanto esse princípio clama que as
maiores urgências (tendo, por base, as possibi- Art. 41-A. O valor dos benefícios em
lidades econômicas financeiras do país) devem manutenção será reajustado, anual-
ser atendidas. Quer um exemplo? A vacinação. mente, na mesma data do reajuste do
Não sendo possível disponibilizar para todos (o salário-mínimo, pro rata, de acordo com
que seria o contexto ideal e atenderia ao prin- suas respectivas datas de início ou do
cípio da universalidade), serão contemplados, último reajustamento, com base no Ín-
ao menos, aqueles que se enquadram no grupo dice Nacional de Preços ao Consumidor
de risco. - INPC, apurado pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística -
A distributividade define o grau de importância IBGE.
protetiva de cada um (assistência ampara ape-
nas os necessitados, distribuindo riqueza ape- Conforme apresenta Hugo Goes, em seu Ma-
nas a favor dos miseráveis). nual de Direito Previdenciário,

“O princípio da irredutibilidade, por si só,


não assegura o reajustamento dos bene-
fícios. O que assegura o reajustamento
dos benefícios do RGPS, de acordo com

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Segur idade Social

os critérios definidos em lei ordinária, é quais deve incidir a contribuição. Já o aspecto


o princípio da preservação do valor real subjetivo refere-se às pessoas, naturais ou ju-
dos benefícios, previsto no §4º do art. rídicas que verterão as contribuições.
201 da Constituição (GOES, 2016, p. Por fim, cabe aqui a leitura do referido artigo:
28).
Art. 195. A seguridade social será fi-
1.2.5 Equidade na forma de nanciada por toda a sociedade, de forma
participação no custeio direta e indireta, nos termos da lei, me-
diante recursos provenientes dos orça-
Decorrente do princípio da isonomia, por estar mentos da União, dos Estados, do Dis-
relacionado à capacidade econômica dos con- trito Federal e dos Municípios, e das se-
tribuintes. Assim sendo, aqueles que possuem guintes contribuições sociais:
maior poder econômico contribuirão mais. Um I - do empregador, da empresa e da en-
exemplo disso é o fato de as empresas contri- tidade a ela equiparada na forma da lei,
buírem mais que os empregados. incidentes sobre:

Ou seja, quem dispuser de mais recurso, con- a) a folha de salários e demais


tribui mais, como na progressividade das alí- rendimentos do trabalho pagos
quotas para alguns segurados. Também, quem ou creditados, a qualquer título,
provoca maiores riscos a serem cobertos, paga à pessoa física que lhe preste
mais, como as empresas que submetem os tra- serviço, mesmo sem vínculo em-
balhadores a agentes nocivos. pregatício;

Exemplo é o § 9º do artigo 195 da CF/88: b) a receita ou o faturamento;


§ 9º As contribuições sociais previstas
no inciso I do caput deste artigo poderão c) o lucro;
ter alíquotas diferenciadas em razão da
atividade econômica, da utilização in- II - do trabalhador e dos demais segu-
tensiva de mão de obra, do porte da em- rados da previdência social, podendo ser
presa ou da condição estrutural do mer- adotadas alíquotas progressivas de
cado de trabalho, sendo também autori- acordo com o valor do salário de contri-
zada a adoção de bases de cálculo dife- buição, não incidindo contribuição sobre
renciadas apenas no caso das alíneas aposentadoria e pensão concedidas pelo
"b" e "c" do inciso I do caput. Regime Geral de Previdência Social;

1.2.6 Diversidade na base de finan- III - sobre a receita de concursos de


ciamento, identificando-se, prognósticos.
em rubricas contábeis espe-
cíficas para cada área, as IV - do importador de bens ou serviços
receitas e as despesas vincu- do exterior, ou de quem a lei a ele equi-
ladas a ações de saúde, parar.
previdência e assistência [...]
social, preservado o caráter
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes
contributivo da previdência
destinadas a garantir a manutenção ou
social expansão da seguridade social, obede-
As fontes de recursos devem ser variadas, para cido o disposto no art. 154, I (*lei com-
não pôr em risco a gestão do Sistema. O artigo plementar).
195, da CF, proclama que a Seguridade será fi-
nanciada por toda a sociedade e possibilita que
novas fontes de custeio sejam criadas. Ainda,
determina quais os valores destinados. A parte
final deixa claro a necessidade de justificar as
contas de cada uma das políticas da Seguridade
Social.

O aspecto objetivo da diversidade na base de


financiamento diz respeito aos fatos sobre os
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1.2.7 Caráter democrático e está expresso que toda a sociedade contribui


descentralizado da para a Seguridade. Um exemplo prático é o fato
administração mediante ges- de o sujeito, já aposentado, mas continua tra-
tão quadripartite, com parti- balhando, ter que contribuir para a Previdência.
Mesmo não fazendo jus à nova aposentadoria,
cipação dos trabalhadores,
a conduta tem, por fundamento, tal princípio.
empregadores, aposentados Há, ainda, a solidariedade entre gerações, pois
e do governo nos órgãos o segurado contribui para a geração que precisa
colegiados. atualmente da proteção e será amparado pela
É a denominada gestão quadripartite, com par- geração futura.
ticipação dos trabalhadores, empregadores,
aposentados e do governo nos órgãos colegia- A previdência social (RGPS) adota o sis-
dos. tema de repartição simples, com alto grau
de solidariedade já que os ativos financiam os
1.2.8 Princípios Implícitos inativos.
Além dos princípios expressos, no decorrer da A previdência privada adota o regime de
Constituição, existem os denominados princí- capitalização, em que a solidariedade entre os
pios implícitos. São de igual importância, mas participantes é mínima, já que o contribuinte
não estão denominados de forma expressa verte o seu dinheiro para fundo próprio, que
como princípio. Vejamos quais são eles: formará a sua própria aposentadoria no futuro.

Tríplice Custeio: A Previdência Social será fi- Progressividade das contribuições sociais:
nanciada pelo Governo, trabalhadores e empre- As contribuições sociais das empresas poderão
gadores, sem prejuízo da contribuição indireta ter alíquotas diferenciadas em razão da ativi-
de toda a sociedade. dade econômica, da utilização intensiva de mão
de obra, do porte da empresa ou da condição
Importante! O custeio é tripartite e a gestão estrutural do mercado de trabalho, sendo, tam-
é quadripartite. As bancas gostam de confun- bém, autorizada a adoção de bases de cálculo
dir! diferenciadas apenas para contribuições sobre
receita/faturamento e lucro, no caso das alí-
Contrapartida ou Preexistência do Custeio neas "b" e "c" do inciso I do caput, do referido
com relação aos serviços e aos benefícios: artigo 195 da CF/88.
nenhum benefício poderá ser criado, majorado
ou estendido sem a fonte total de custeio pré- Participação de toda a sociedade, de forma
vio. direta: contribuições; e indireta: tributos.

Anterioridade Nonagesimal ou Noventena: Regra da contrapartida ou da necessidade


As contribuições sociais poderão ser exigidas de prévio custeio (art. 195, § 5º da CF/88):
somente após o prazo de 90 dias da data da precedência da fonte de custeio. Obrigatoria-
publicação da Lei que as houver instituído, ma- mente, deve existir primeiro a fonte de custeio
jorados ou modificado. Atente-se, pois não se para que depois seja criado o benefício. Assim,
aplica a noventena em mudanças de data para a norma que institui um novo benefício, deve
recolhimento de contribuição social. indicar a fonte de custeio, indicando a dotação
orçamentária, não comportando exceções.
O art. 150, III, b, da CF/88, dispõe que é
vedado aos entes públicos cobrar tributos no 1.3 Saúde, Assistência e Previdên-
mesmo exercício financeiro em que haja sido cia Social
publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
1.3.1 Saúde
Em resumo: a contribuição social pode ser exi- A Saúde é um “direito de todos e dever do Es-
gida no mesmo exercício financeiro (ano) em tado”. Sua política tem, como principais objeti-
que foi instituída ou majorada. Porém, só po- vos, medidas destinadas à redução do risco de
derá ser cobrada após decorridos 90 dias da doenças e de outros agravos e de ações e ser-
data da publicação da Lei. viços destinados à promoção, proteção e recu-
peração da saúde, devendo a sua execução ser
Solidariedade: a Seguridade é movida por feita diretamente pelo poder público ou através
esse princípio. No caput do artigo 195 da CF
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Segur idade Social

de terceiros e, também, por pessoa física ou ju- Toda a população tem direito de acesso total às
rídica de direito privado. políticas de saúde, independentemente de con-
tribuição prévia.
O direito à saúde independe de contribuição,
e está disciplinado nos artigos 196 a 200 da A Constituição também prevê, no art. 199 e pa-
CF/88, conjuntamente com a Lei 8.080/90 e a rágrafos seguintes, que a assistência à saúde é
Lei 8.212/91. Leia-se os artigos 196 e 197: livre à iniciativa privada, o que possibilita os
inúmeros planos de saúde e clínicas particula-
Art. 196. A saúde é direito de todos e res, possibilitando, também, a participação
dever do Estado, garantido mediante complementar ao SUS das instituições priva-
políticas sociais e econômicas que visem das, mediante contrato de direito público ou
à redução do risco de doença e de outros convênio, tendo preferência as entidades filan-
agravos e ao acesso universal e iguali- trópicas e as sem fins lucrativos.
tário às ações e serviços para sua pro-
moção, proteção e recuperação. É vedada a destinação de recursos públicos
para auxílios ou subvenções às instituições pri-
Lembre-se: a Saúde é a única política que, vadas com fins lucrativos e a participação direta
efetivamente, consegue atender a todas as ou indireta de empresas ou capitais estrangei-
pessoas. É direito dos brasileiros e estrangei- ros na assistência à saúde no País, salvo nos
ros, residentes ou não. casos previstos em lei.

Cabe apenas ao poder público dispor sobre a A Constituição estabelece que a Lei irá deter-
regulamentação, fiscalização e controle das minar sobre as condições e os requisitos que
ações e serviços de saúde; mas a execução facilitem a remoção de órgãos, tecidos e subs-
deve ser feita diretamente ou através de ter- tâncias humanas para fins de transplante, pes-
ceiros e, ainda por pessoa física ou jurídica de quisa e tratamento, bem como a coleta, o pro-
direito privado. cessamento e a transfusão de sangue e seus
derivados, sendo vedado todo tipo de comerci-
Art. 197. São de relevância pública as alização.
ações e serviços de saúde, cabendo ao
Poder Público dispor, nos termos da lei, Por fim, cabe citar o artigo 200 da CF, que trata
sobre sua regulamentação, fiscalização de outras atribuições:
e controle, devendo sua execução ser Art. 200 Ao sistema único de saúde
feita diretamente ou através de tercei- compete, além de outras atribuições,
ros e, também, por pessoa física ou ju- nos termos da lei:
rídica de direito privado.
I - controlar e fiscalizar procedimentos,
As ações e os serviços de saúde pública estão produtos e substâncias de interesse
previstos na Lei nº 8.080/1990 e são organiza- para a saúde e participar da produção de
dos na forma de um Sistema Único de Saúde medicamentos, equipamentos, imunobi-
(SUS), com base nas seguintes diretrizes: ológicos, hemoderivados e outros insu-
mos;
Art. 198. As ações e serviços públicos
de saúde integram uma rede regionali- II - executar as ações de vigilância sa-
zada e hierarquizada e constituem um nitária e epidemiológica, bem como as
sistema único, organizado de acordo de saúde do trabalhador;
com as seguintes diretrizes:
III - ordenar a formação de recursos
I - descentralização, com direção única humanos na área de saúde;
em cada esfera de governo;
IV - participar da formulação da política
II - atendimento integral, com priori- e da execução das ações de saneamento
dade para as atividades preventivas, básico;
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
V - incrementar, em sua área de atua-
III - participação da comunidade. ção, o desenvolvimento científico e tec-
nológico e a inovação;

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VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, moção de sua integração à vida comuni-


compreendido o controle de seu teor nu- tária;
tricional, bem como bebidas e águas
para consumo humano; V - a garantia de um salário mínimo de
benefício mensal à pessoa portadora de
VII - participar do controle e fiscaliza- deficiência e ao idoso que comprovem
ção da produção, transporte, guarda e não possuir meios de prover à própria
utilização de substâncias e produtos psi- manutenção ou de tê-la provida por sua
coativos, tóxicos e radioativos; família, conforme dispuser a lei.

VIII - colaborar na proteção do meio Dica: A garantia constitucional de um salário


ambiente, nele compreendido o do tra- mínimo para o deficiente e idoso, conhecido
balho. como BPC-LOAS, é operacionalizado e conce-
dido pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro
1.3.2 Assistência Social Social, o que não torna este um benefício pre-
A Assistência Social é a política da Seguridade videnciário. A regulamentação normativa e os
Social destinada aos necessitados, aqueles que critérios de concessão do BPC-LOAS estão pre-
se encontram em estado de miserabilidade, vistos na Lei 8.742/93.
conforme critérios da Lei. Para o atendimento
dessas pessoas (e sua família) são previstos De acordo com o art. 204 da CF/88, as ações
benefícios e serviços que visam a garantia de governamentais na área da assistência social
condições mínimas de subsistência. serão realizadas com recursos do orçamento da
seguridade social, previstos no art. 195, além
A Assistência Social, está prevista nos artigos de outras fontes, e organizadas com base nas
203 e 204 da CF. Cabe, também, citar que uma seguintes diretrizes:
importante fundamentação se encontra na Lei I - descentralização político-administra-
nº 8.742/1993, conhecida como Lei Orgânica tiva, cabendo a coordenação e as nor-
da Assistência Social (LOAS), que disciplina di- mas gerais à esfera federal e a coorde-
versos benefícios e serviços da Assistência So- nação e a execução dos respectivos pro-
cial. gramas às esferas estadual e municipal,
bem como a entidades beneficentes e de
Assim como ocorre na saúde, o direito às pres- assistência social;
tações assistenciais também independe de con-
tribuição prévia, basta comprovar a necessi- II - participação da população, por meio
dade. As diversas prestações, pecuniárias ou de organizações representativas, na for-
não, estão organizadas em um Sistema Único mulação das políticas e no controle das
de Assistência Social (SUAS). ações em todos os níveis.

Conforme disposição constitucional Parágrafo único. É facultado aos Esta-


CF/88. Art. 203. A assistência social dos e ao Distrito Federal vincular a pro-
será prestada a quem dela necessitar, grama de apoio à inclusão e promoção
independentemente de contribuição à social até cinco décimos por cento de
seguridade social, e tem por objetivos: sua receita tributária líquida, vedada a
aplicação desses recursos no paga-
I - a proteção à família, à maternidade, mento de:
à infância, à adolescência e à velhice; I - despesas com pessoal e encargos so-
ciais;
II - o amparo às crianças e adolescentes
carentes; II - serviço da dívida;

III - a promoção da integração ao mer- III - qualquer outra despesa corrente


cado de trabalho; não vinculada diretamente aos investi-
mentos ou ações apoiados.
IV - a habilitação e reabilitação das pes-
soas portadoras de deficiência e a pro- Perceba que a CF enumera a cobertura da as-
sistência social e estabelece as diretrizes no ar-
tigo 204. Resumindo, a Assistência Social:

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• Não exige contribuição prévia (não con- I - a proteção social, que visa à garantia
tributiva); da vida, à redução de danos e à preven-
ção da incidência de riscos, especial-
• Direciona ações de iniciativa social e pú- mente:
blica; a) a proteção à família, à maternidade,
à infância, à adolescência e à velhice;
• Atende aos necessitados, provendo o b) o amparo às crianças e aos adoles-
mínimo social e suas necessidades bási- centes carentes;
cas.
c) a promoção da integração ao mer-
Assim como o direito à saúde, a assistência so- cado de trabalho;
cial possui caráter universal, pois será prestada
a quem dela necessitar, independentemente de d) a habilitação e reabilitação das pes-
contribuições. soas com deficiência e a promoção de
sua integração à vida comunitária; e
1.3.3 Lei Orgânica da Assistência
Social e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo
de benefício mensal à pessoa com defi-
ciência e ao idoso que comprovem não
1.3.3.1 Definições e Objetivos possuir meios de prover a própria ma-
A Lei orgânica da assistência social, dispõe so- nutenção ou de tê-la provida por sua fa-
bre a organização da assistência social e traz mília;
relevante texto no artigo primeiro. Vejamos:
II - a vigilância socioassistencial, que
Art. 1º A assistência social, direito do visa a analisar territorialmente a capaci-
cidadão e dever do Estado, é Política de dade protetiva das famílias e nela a
Seguridade Social não contributiva, que ocorrência de vulnerabilidades, de ame-
provê os mínimos sociais, realizada aças, de vitimizações e danos;
através de um conjunto integrado de
ações de iniciativa pública e da socie- III - a defesa de direitos, que visa a ga-
dade, para garantir o atendimento às rantir o pleno acesso aos direitos no
necessidades básicas. conjunto das provisões socioassisten-
ciais.
Aqueles que necessitam, que se encontram em
situação de vulnerabilidade e risco social, de- Parágrafo único. Para o enfrenta-
vem ser acolhidos pelo Estado, através das me- mento da pobreza, a assistência social
didas previstas nas ações da assistência social. realiza-se de forma integrada às políti-
A assistência social é um direito do cidadão e cas setoriais, garantindo mínimos soci-
dever do Estado, tendo em vista que a Consti- ais e provimento de condições para
tuição Federal resguarda a prestação de servi- atender contingências sociais e promo-
ços assistenciais a toda e qualquer pessoa que vendo a universalização dos direitos so-
dela necessitar. ciais.

O termo “não contributiva” reflete que a con- A Assistência Social concede diversos benefí-
cessão dos benefícios, previstos na assistência cios e coordena programas de inclusão social.
social, diferentemente da previdência social, in- Na integração de políticas setoriais, cabe res-
depende de recolhimento de contribuições. E saltar que o Governo utiliza do CadÚnico – Ca-
entende-se por “mínimos sociais” as necessida- dastro Único para Programas Sociais do Go-
des mínimas que o indivíduo necessita para verno Federal – como instrumento para a inte-
manter sua subsistência com o mínimo de dig- gração de todos os programas sociais promovi-
nidade. dos por ele.

O artigo 2º da LOAS estabelece os objetivos De acordo com o art. 3º, para a promoção da
que devem ser alcançados pela assistência so- assistência social em nosso país, temos entida-
cial. Vejamos: des e organizações de assistência social sem
fins lucrativos que, isoladas ou cumulativa-
Art. 2º A assistência social tem por ob-
jetivos:
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Segur idade Social

mente, prestam atendimento e assessora- dando-se qualquer comprovação vexa-


mento aos beneficiários da assistência e atuam tória de necessidade;
na defesa e garantia de direitos.
IV - igualdade de direitos no acesso ao
Tais entidades são aquelas que, de forma con- atendimento, sem discriminação de
tinuada, permanente e planejada, prestam ser- qualquer natureza, garantindo-se equi-
viços, executam programas ou projetos e con- valência às populações urbanas e rurais;
cedem benefícios de prestação social básica ou
especial, dirigidos às famílias e indivíduos em V - divulgação ampla dos benefícios,
situações de vulnerabilidade ou risco social e serviços, programas e projetos assisten-
pessoal (§ 1º, art. 3º). Já as entidades de as- ciais, bem como dos recursos oferecidos
sessoramento são aquelas que, de forma con- pelo Poder Público e dos critérios para
tinuada, permanente e planejada, prestam ser- sua concessão.
viços e executam programas ou projetos volta-
dos, prioritariamente, para o fortalecimento A organização da assistência social tem, como
dos movimentos sociais e das organizações de diretrizes, de acordo com o artigo 5º da LOAS,
usuários, formação e capacitação de lideranças, a:
dirigidos ao público da política de assistência
social, sempre respeitando as deliberações do I - descentralização político-administra-
CNAS – Conselho Nacional da Assistência So- tiva para os Estados, o Distrito Federal e
cial. (§ 2º, art. 3º). os Municípios, e comando único das
ações em cada esfera de governo;
São entidades de defesa e garantia de direitos
aquelas que, de forma continuada, permanente II - participação da população, por meio
e planejada, prestam serviços e executam pro- de organizações representativas, na for-
gramas e projetos voltados, prioritariamente, mulação das políticas e no controle das
para a defesa e efetivação dos direitos socioas- ações em todos os níveis;
sistenciais, construção de novos direitos, pro-
moção da cidadania, enfrentamento das desi- III - primazia da responsabilidade do
gualdades sociais, articulação com órgãos pú- Estado na condução da política de assis-
blicos de defesa de direitos, dirigidos ao público tência social em cada esfera de governo.
da política de assistência social, respeitadas as
deliberações do CNAS (§ 3º, art. 3º).
Dica.
1.3.3.2 Princípio e Diretrizes da Para a prova, atente-se em diferenciar os prin-
Assistência Social cípios das diretrizes. Tal diferenciação pode ser
alvo de pegadinha do examinador. Vejamos:
O artigo 4º da LOAS determina quais são os
Princípios = genéricos (respeito, igualdade,
princípios da Assistência Social. Vejamos:
universalização, supremacia) + 1 concreto (di-
vulgação das prestações);
Art. 4º A assistência social rege-se pelos se-
Diretrizes = concretos (descentralização, res-
guintes princípios:
ponsabilidade do Estado, participação da popu-
lação).
I - supremacia do atendimento às ne-
cessidades sociais sobre as exigências
de rentabilidade econômica; 1.3.3.3 Organização e Gestão
Quanto à organização e gestão, primeiramente,
II - universalização dos direitos sociais, cabe ressaltar que todas as ações na área da
a fim de tornar o destinatário da ação assistência social estão subordinadas e coorde-
assistencial alcançável pelas demais po- nadas pelo Ministério do Desenvolvimento So-
líticas públicas; cial e Combate a Fome sendo a assistência so-
cial organizada sob forma descentralizada e
III - respeito à dignidade do cidadão, à participativa denominada de SUAS – Sistema
sua autonomia e ao seu direito a bene- Único de Assistência Social, com os seguintes
fícios e serviços de qualidade, bem como objetivos:
à convivência familiar e comunitária, ve-
I - consolidar a gestão compartilhada, o
cofinanciamento e a cooperação técnica

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entre os entes federativos que, de modo Art. 6o-A A assistência social organiza-
articulado, operam a proteção social não se pelos seguintes tipos de proteção:
contributiva;
I - proteção social básica: conjunto de
II - integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefí-
serviços, programas, projetos e benefí- cios da assistência social que visa a pre-
cios de assistência social, na forma do venir situações de vulnerabilidade e
art. 6o-C; risco social por meio do desenvolvi-
III - estabelecer as responsabilidades mento de potencialidades e aquisições e
dos entes federativos na organização, do fortalecimento de vínculos familiares
regulação, manutenção e expansão das e comunitários;
ações de assistência social;
II - proteção social especial: conjunto
IV - definir os níveis de gestão, respei- de serviços, programas e projetos que
tadas as diversidades regionais e muni- tem por objetivo contribuir para a re-
cipais; construção de vínculos familiares e co-
munitários, a defesa de direito, o forta-
V - implementar a gestão do trabalho e lecimento das potencialidades e aquisi-
a educação permanente na assistência ções e a proteção de famílias e indiví-
social; duos para o enfrentamento das situa-
ções de violação de direitos.
VI - estabelecer a gestão integrada de
serviços e benefícios; A vigilância socioassistencial é um dos ins-
trumentos de proteção da assistência social que
VII - afiançar a vigilância socioassisten- identifica e previne as situações de risco e vul-
cial e a garantia de direitos. nerabilidade social e seus agravos no território,
vinculada ao SUAS (art. 6-A, parágrafo único).
As ações oferecidas pelo SUAS visam à prote- É destinada a apoiar as atividades de planeja-
ção à família, à maternidade, à infância, à ado- mento, supervisão e execução dos serviços so-
lescência e à velhice e, como base de organiza- cioassistenciais.
ção, o território, sendo o referido Sistema inte-
grado pelos entes federativos, pelos respecti- As proteções básicas e especiais são ofertadas
vos conselhos de assistência social e pelas en- pelo Cras (Centro de Referência de Assistência
tidades e organizações de assistência social Social) e Creas (Centro de Referência Especia-
abrangidas pela lei. (§§1º e 2º, art. 6º). lizado de Assistência Social), respectivamente,
que são unidades públicas estatais instituídas
Cabe à instância coordenadora da Política Naci- no âmbito do SUAS, os quais possuem interface
onal de Assistência Social normatizar e padro- com as demais políticas públicas e articulam,
nizar o emprego e a divulgação da identidade coordenam e ofertam os serviços, programas,
visual do SUAS e tal identidade deverá preva- projetos e benefícios da assistência social, além
lecer na identificação de unidades públicas es- de entidades sem fins lucrativos.
tatais, entidades e organizações de assistência
social, serviços, programas, projetos e benefí- A legislação estrutura o Cras e Creas no art. 6º-
cios vinculados ao Suas. (§§3º e 4º, art. 6º). C. Vejamos:

Importante! § 1º O Cras é a unidade pública munici-


Art. 6º, § 3º A instância coordenadora da Po- pal, de base territorial, localizada em
lítica Nacional de Assistência Social é o Ministé- áreas com maiores índices de vulnerabi-
rio do Desenvolvimento Social e Combate à lidade e risco social, destinada à articu-
Fome. lação dos serviços socioassistenciais no
seu território de abrangência e à presta-
Além disso, organiza-se em dois grupos de pro- ção de serviços, programas e projetos
teção: socioassistenciais de proteção social bá-
• Proteção Social Básica; sica às famílias.
• Proteção Social especial.
§ 2º O Creas é a unidade pública de
abrangência e gestão municipal, esta-
dual ou regional, destinada à prestação
199

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de serviços a indivíduos e famílias que § 1º A regulamentação desta lei definirá


se encontram em situação de risco pes- os critérios de inscrição e funcionamento
soal ou social, por violação de direitos das entidades com atuação em mais de
ou contingência, que demandam inter- um município no mesmo Estado, ou em
venções especializadas da proteção so- mais de um Estado ou Distrito Federal.
cial especial.
§ 2º Cabe ao Conselho Municipal de As-
Veja o que dispõe a legislação: sistência Social e ao Conselho de Assis-
tência Social do Distrito Federal a fisca-
Art. 6o-D As instalações dos Cras e dos lização das entidades referidas no caput
Creas devem ser compatíveis com os na forma prevista em lei ou regula-
serviços neles ofertados, com espaços mento.
para trabalhos em grupo e ambientes
específicos para recepção e atendimento § 3º (Revogado pela Lei nº 12.101, de
reservado das famílias e indivíduos, as- 2009)
segurada a acessibilidade às pessoas
idosas e com deficiência. § 4º As entidades e organizações de as-
sistência social podem, para defesa de
Art. 6o-E Os recursos do cofinancia- seus direitos referentes à inscrição e ao
mento do Suas, destinados à execução funcionamento, recorrer aos Conselhos
das ações continuadas de assistência Nacional, Estaduais, Municipais e do Dis-
social, poderão ser aplicados no paga- trito Federal.
mento dos profissionais que integrarem
as equipes de referência, responsáveis A LOAS prevê que a União, os Estados, os Mu-
pela organização e oferta daquelas nicípios e o Distrito Federal podem celebrar
ações, conforme percentual apresen- convênios com entidades e organizações de as-
tado pelo Ministério do Desenvolvimento sistência social, em conformidade com os Pla-
Social e Combate à Fome e aprovado nos aprovados pelos respectivos Conselhos.
pelo CNAS. (art. 10).
Parágrafo único. A formação das
equipes de referência deverá considerar Art. 11 As ações das três esferas de go-
o número de famílias e indivíduos refe- verno na área de assistência social rea-
renciados, os tipos e modalidades de lizam-se de forma articulada, cabendo a
atendimento e as aquisições que devem coordenação e as normas gerais à esfera
ser garantidas aos usuários, conforme federal e a coordenação e execução dos
deliberações do CNAS. programas, em suas respectivas esfe-
ras, aos Estados, ao Distrito Federal e
Art. 7º As ações de assistência social, aos Municípios.
no âmbito das entidades e organizações
de assistência social, observarão as nor- 1.3.4 Dos benefícios, dos servi-
mas expedidas pelo Conselho Nacional ços, dos programas e dos
de Assistência Social (CNAS), de que
trata o art. 17 desta lei.
projetos de assistência so-
cial
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito A Assistência Social prevê benefícios, os quais
Federal e os Municípios, observados os compreendem prestações pecuniárias relativas
princípios e diretrizes estabelecidos aos serviços, programas e projetos na área da
nesta lei, fixarão suas respectivas Políti- assistência social.
cas de Assistência Social. Abordaremos, a seguir, o que está previsto na
LOAS sobre cada área.
Art. 9º O funcionamento das entidades
e organizações de assistência social de-
pende de prévia inscrição no respectivo Do Benefício de Prestação Continuada
Conselho Municipal de Assistência So- O BPC LOAS – Benefício de Prestação
cial, ou no Conselho de Assistência So- Continuada, também conhecido por
cial do Distrito Federal, conforme o caso. “aposentadoria que não precisa contribuir”, é,
talvez, o mais importante dentre os quais

200

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iremos estudar, pois ele é operacionalizado Dica.


pelo INSS. Para o Estatuto do Idoso, a idade que se
considera idoso é 60 anos e, para o LOAS, 65
Dica anos. Não confunda!
É costumeiro confundir esse benefício com o
benefício previdenciário, mas, como você bem De acordo com o § 3º, inciso I, do artigo 20 da
sabe, nenhum benefício previdenciário é LOAS, para que o idoso ou deficiente faça jus
concedido sem contribuição prévia. Atente-se a ao benefício, deverá comprovar renda mensal
isso! familiar per capita inferior a ¼ do salário mí-
nimo vigente, demonstrando não possuir meios
Analisaremos o benefício juntamente com o de manter-se.
que prevê o Decreto nº 6.214/2007 que
regulamenta o Benefício de Prestação A renda mensal bruta familiar é a soma dos
Continuada, previsto no artigo 20 da LOAS. rendimentos brutos auferidos mensalmente pe-
los membros da família composta por salários,
O Benefício de Prestação Continuada integra a proventos, pensões, pensões alimentícias, be-
proteção social básica no âmbito do Sistema nefícios de previdência pública ou privada, se-
Único de Assistência Social - SUAS, instituído guro-desemprego, comissões, pró-labore, ou-
pelo Ministério do Desenvolvimento Social e tros rendimentos do trabalho não assalariado,
Agrário em consonância com o estabelecido rendimentos do mercado informal ou autô-
pela Política Nacional de Assistência Social - nomo, rendimentos auferidos do patrimônio,
PNAS. Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação
Continuada, salvo as seguintes verbas:
O Benefício de Prestação Continuada da
Assistência Social (BPC-LOAS) é devido aos • Benefícios e auxílios assistenciais de
idosos e às pessoas com deficiência para que natureza eventual e temporária;
tenham condições mínimas de uma vida digna. • Valores oriundos de programas sociais
de transferência de renda;
Assim, é considerado pela Lei, de acordo com o • Bolsas de estágio supervisionado;
art. 20: • Pensão especial de natureza indeniza-
tória e benefícios de assistência médica;
Idoso Deficiente • Rendas de natureza eventual ou sazo-
65 anos ou mais Impedimento de longo nal, a serem regulamentadas em ato
prazo de natureza fí- conjunto do Ministério do Desenvolvi-
sica, mental, intelec- mento Social e Combate à Fome e do
tual ou sensorial, que
INSS;
pode obstruir sua par-
ticipação plena e efe-
• Rendimentos decorrentes de contrato
tiva na sociedade em de aprendizagem.
igualdade de condi-
ções com as demais Para cálculo da renda familiar, é considerado o
pessoas número de pessoas que vivem na mesma casa,
composto por:
Comprovem não possuir Comprovem não • Requerente;
meios de prover a própria possuir meios de • Cônjuge, companheiro(a);
manutenção nem de tê-la prover a própria • Filhos e enteados solteiros e menores
tutelados;
provida por sua família manutenção nem de
• Pais e, na ausência destes, a madrasta
tê-la provida por sua ou o padrasto;
família • Irmãos solteiros.
Impedimento de longo
prazo = efeitos pelo O benefício assistencial pode ser pago a mais
prazo mínimo de 2 de um membro da família desde que compro-
anos vadas todas a condições exigidas (§ 15, art.
20).

O benefício de prestação continuada ou o bene-


fício previdenciário no valor de até 1 (um) sa-
lário mínimo concedido a idoso acima de 65
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(sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com pessoa com deficiência exercer atividade remu-
deficiência não será computado, para fins de nerada, inclusive na condição de microempre-
concessão do benefício de prestação continu- endedor individual, extinta esta situação (ativi-
ada a outro idoso ou pessoa com deficiência da dade empreendedora ou a relação trabalhista)
mesma família no cálculo da renda (§ 14, art. e, quando for o caso, encerrado o prazo de pa-
20). gamento do seguro-desemprego e, não tendo o
beneficiário adquirido direito a qualquer bene-
Ainda, não poderá receber o benefício conjun- fício previdenciário, poderá ser requerida a con-
tamente com qualquer outro no âmbito da se- tinuidade do pagamento do benefício suspenso,
guridade social ou de outro regime (aposenta- sem necessidade de realização de perícia mé-
doria, pensão por morte), salvo os da assistên- dica ou reavaliação da deficiência e do grau de
cia médica e da pensão especial de natureza in- incapacidade para esse fim, respeitado o perí-
denizatória. odo de revisão de dois anos.

Caso o beneficiário seja acolhido em institui- A contratação de pessoa com deficiência como
ções de longa permanências, como, por exem- aprendiz não acarreta a suspensão do benefício
plo, em casas de repouso, o benefício continu- de prestação continuada, limitado a 2 (dois)
ará sendo pago. anos o recebimento concomitante da remune-
ração e do benefício, conforme a LOAS (§ 2º,
O benefício assistencial é intransferível e, por- art. 21-A).
tanto, não gera pensão aos dependentes. Tam-
bém não gera abono anual ao beneficiário. São requisitos para a concessão, a manutenção
Se cessar o benefício, por não preencher mais e a revisão do benefício as inscrições no Cadas-
requisitos, não impedirá uma nova concessão tro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro
se for necessário. Único para Programas Sociais do Governo Fe-
A avaliação da deficiência e o grau de impedi- deral - Cadastro Único, conforme dispõe o § 12
mento nos casos dos deficientes será pela perí- do art. 20.
cia do INSS.
Atenção para a novidade legislativa!
Além disso, a renda da pessoa com deficiência, A Lei 14.176/21 acrescentou o § 11-A ao ar-
que trabalhar na condição de aprendiz, não tigo 20 da LOAS e trouxe uma previsão de re-
será considerada para fins do cálculo da renda lativização do critério de ¼ da renda familiar
per capita familiar. per capita:

O BPC – LOAS será revisto a cada dois anos, O regulamento de que trata o § 11 deste artigo
cessando no momento que forem superadas as poderá ampliar o limite de renda mensal fami-
condições de miserabilidade, quando não exis- liar per capita previsto no § 3º deste artigo para
tir mais a necessidade de manter este benefí- até 1/2 (meio) salário-mínimo, observado o
cio, ou em caso de morte do beneficiário, disposto no art. 20-B desta Lei.
sendo, também, cancelado se constar qualquer
irregularidade na concessão ou utilização do Além disso, foi acrescido o artigo 20-B:
benefício.
Art. 20-B. Na avaliação de outros ele-
Com relação aos deficientes, a Lei dita que “o mentos probatórios da condição de mi-
desenvolvimento das capacidades cognitivas, serabilidade e da situação de vulnerabi-
motoras ou educacionais e a realização de ati- lidade de que trata o § 11 do art. 20
vidades não remuneradas de habilitação e rea- desta Lei, serão considerados os seguin-
bilitação, entre outras, não constituem motivo tes aspectos para ampliação do critério
de suspensão ou cessação do benefício da pes- de aferição da renda familiar mensal per
soa com deficiência”. capita de que trata o § 11-A do referido
artigo:
Para as pessoas com deficiência, a cessação do
benefício não impede nova concessão do bene- I – o grau da deficiência;
fício, desde que atendidos os requisitos defini-
dos em regulamento. II – a dependência de terceiros para o
desempenho de atividades básicas da
O artigo 21-A da LOAS determina que o BPC vida diária; e
será suspenso pelo órgão concedente quando a
202

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III – o comprometimento do orçamento 1.3.5 Previdência Social


do núcleo familiar de que trata o § 3º do
A Previdência Social é um seguro social (de na-
art. 20 desta Lei exclusivamente com
tureza compulsória) que prevê benefícios e ser-
gastos médicos, com tratamentos de sa-
viços para beneficiários (denominados de segu-
úde, com fraldas, com alimentos especi-
rados e dependentes).
ais e com medicamentos do idoso ou da
pessoa com deficiência não disponibili-
Quando alguns beneficiários necessitam de am-
zados gratuitamente pelo SUS, ou com
paro por doença, invalidez, idade avançada,
serviços não prestados pelo Suas, desde
morte, entre outros eventos que prejudicam a
que comprovadamente necessários à
“busca por subsistência”, serão concedidos be-
preservação da saúde e da vida.
nefícios e serviços, conforme disciplinado em
lei.
§ 1º A ampliação de que trata o caput
deste artigo ocorrerá na forma de esca-
Previdência pode ser pública (obrigatória -
las graduais, definidas em regulamento.
RGPS ou RPPS, detentores de cargos públicos
efetivos) ou complementar (facultativa). Na
§ 2º Aplicam-se à pessoa com deficiên-
CF/88, o direito previdenciário é composto pe-
cia os elementos constantes dos incisos
las normas constantes nos artigos 40 (RPPS -
I e III do caput deste artigo, e à pessoa
regime dos servidores públicos), 201 (RGPS) e
idosa os constantes dos incisos II e III
202 (previdência complementar)
do caput deste artigo.
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) é
§ 3º O grau da deficiência de que trata
o sistema previdenciário que abrange a maior
o inciso I do caput deste artigo será afe-
parte dos trabalhadores brasileiros. Somente
rido por meio de instrumento de avalia-
os servidores públicos e militares não são a ele
ção biopsicossocial, observados os ter-
vinculados.
mos dos §§ 1º e 2º do art. 2º da Lei nº
13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto
Segundo dispõe o art. 201 da CF/88, a previ-
da Pessoa com Deficiência), e do § 6º do
dência social será organizada sob a forma de
art. 20 e do art. 40-B desta Lei.
regime geral, de caráter contributivo e de filia-
ção obrigatória, observados critérios que pre-
§ 4º O valor referente ao comprometi-
servem o equilíbrio financeiro e atuarial. Neste
mento do orçamento do núcleo familiar
regime, se atenderá a cobertura de riscos soci-
com gastos de que trata o inciso III do
ais, como a incapacidade temporária ou perma-
caput deste artigo será definido em ato
nente, morte e idade avançada, protegendo a
conjunto do Ministério da Cidadania, da
maternidade e o trabalhador em situação de
Secretaria Especial de Previdência e Tra-
desemprego involuntário e conferindo salário
balho do Ministério da Economia e do
família e auxílio reclusão aos dependentes do
INSS, a partir de valores médios dos
segurado de baixa renda.
gastos realizados pelas famílias exclusi-
vamente com essas finalidades, facul-
tada ao interessado a possibilidade de Dica: O desemprego involuntário é previsto
comprovação, conforme critérios defini- como coberto pela Previdência na CF, mas não
existe nenhum benefício no RGPS (Regime Ge-
dos em regulamento, de que os gastos
ral de Previdência Social). Atenção: o seguro-
efetivos ultrapassam os valores médios.
desemprego não possui natureza jurídica de
CUIDADO: Embora a Lei tenha sido publicada prestação previdenciária e não é concedido pelo
INSS.
em junho de 2021, os artigos supramenciona-
dos, que tratam da relativização do critério de
¼ da renda familiar per capita, somente entram A relação previdenciária possui DUAS VER-
em vigor em 01/01/2022 e dependem de Re- TENTES:
gulamento para serem aplicados! • o custeio, que envolve a obrigação de
pagar as contribuições previdenciárias
pelos segurados e pelas empresas, em-
pregadores e equiparados, tendo natu-
reza tributária, regulada, no âmbito do
RGPS, pela Lei 8.212/91;

203

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Segur idade Social

• e o plano de benefícios e serviços, que é Regime Administração Filiados/Segurados


o pagamento de prestações pela Previ- 65 anos INSS Trabalhadores em
dência Social aos segurados e seus de- ou mais geral, especial inici-
pendentes, uma vez realizadas as hipó-
ativa privada
teses legais de concessão, previsto na
Lei 8.213/91. Regimes Administração Servidores públicos
Próprios Pública ocupantes de cargo
O INSS é a autarquia responsável pela conces- provimento efe-
são e apuração do benefício devido aos benefi- tivo.
ciários do sistema. O regulamento do regime é
feito pelo Decreto 3048/99.
No artigo 202 da CF, está disciplina a Previdên-
cia Complementar, que é de caráter facultativo,
A legislação ordinária prevê benefícios e servi-
prevendo uma complementação de renda do
ços que assegurem a cobertura dos eventos ci-
trabalhador, ou seja, não exime os segurados
tados (previstos no artigo 201 da CF), trazendo
da obrigatoriedade de contribuição previdenci-
essa proteção social, mediante contribuição
ária.
prévia. Assim como um seguro de vida, casa ou
carro, a Previdência, como seguro social, exige
Os regimes complementares exigem cotização,
que haja contribuição anterior ao evento para
ou seja, investimento de valores por um deter-
ter direitos aos benefícios e serviços.
minado período, que serão realizados por ad-
ministradores, para fazer jus aos benefícios do
A filiação é obrigatória. Não é uma escolha es-
sistema.
tar filiado ou não ao sistema previdenciário, é
uma obrigação por lei. Assim, quem trabalha e
Caso os sistemas complementares necessitem
se enquadra no conceito de segurado, deverá
de recursos, o Poder Público não poderá apor-
contribuir para o Sistema Previdenciário.
tar. Porém, caso o RGPS esteja em déficit, a
União deverá prover recursos para que este
O equilíbrio financeiro e atuarial é considerado
cumpra com suas obrigações.
um princípio, dada a importância de manter
esse equilíbrio financeiro. Tal princípio justifica
que os aportes financeiros para a Previdência 1.4 Financiamento da Seguridade
devem ser suficientes para a cobertura dos be- Social – Normas
nefícios e serviços. O artigo 201 da CF trata da Constitucionais
organização do Regime Geral de Previdência Quando pensamos no financiamento, recorda-
Social (RGPS). mos o conceito de seguridade social previsto no
art. 195 da Constituição, que diz quais serão as
Um ponto importante: na ordem social, fica contribuições destinadas às políticas da seguri-
disciplinado o Regime Geral de Previdência So- dade social, bem como os responsáveis pelo
cial, mas, quando tratamos de Previdência So- custeio.
cial de forma ampla, falamos em Regimes Pre-
videnciários Públicos. • De início, é importante relembrar os
princípios constitucionais relacionados
Os regimes próprios, destinados apenas aos ao custeio da seguridade social:
servidores públicos que ocupam cargos de pro- • Equidade na forma de participação no
vimento efetivo na Administração Pública direta custeio;
e indireta na União, Estados, Distrito Federal e • Diversidade na base de financiamento;
Municípios, estão disciplinados na Constituição, • Solidariedade contributiva (art. 195, ca-
no artigo 40, o qual trata-se da Administração put, CF/88);
Pública. • Regra da contrapartida ou da necessi-
dade de prévio custeio (art. 195, § 5º
Quem trabalha em nosso país, seja na Adminis- da CF)/precedência da fonte de custeio;
tração Pública ou na iniciativa privada, estará • Princípio da anterioridade nas contribui-
vinculado a um dos regimes previdenciários pú- ções sociais;
blicos. Assim, podemos diferenciar os regimes: • Tríplice custeio

O princípio da solidariedade contributiva ga-


rante que a seguridade social será financiada
por toda a sociedade, de forma direta e de
204

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Segur idade Social

forma indireta: § 1º. O sistema único de saúde será financiado,


nos termos do art. 195, com recursos do orça-
CF/88 - Art. 195 A seguridade social mento da seguridade social, da União, dos Es-
será financiada por toda a sociedade, de tados, do Distrito Federal e dos Municípios,
forma direta e indireta (princípio da soli- além de outras fontes.
dariedade contributiva), nos termos da
lei, mediante recursos provenientes dos § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e
orçamentos da União, dos Estados, do os Municípios aplicarão, anualmente, em ações
Distrito Federal e dos Municípios, e das e serviços públicos de saúde recursos mínimos
seguintes contribuições sociais (...): derivados da aplicação de PERCENTUAIS
CALCULADOS sobre:
Financiamento indireto: recursos provenien- I - no caso da União, a receita corrente
tes dos orçamentos da União, dos Estados, do líquida do respectivo exercício finan-
Distrito Federal e dos Municípios (TRIBUTOS). ceiro, não podendo ser inferior a 15%
(quinze por cento);
Art. 195, §1º, CF: As receitas dos Es- II - no caso dos Estados e do Distrito
tados, do Distrito Federal e dos Municí- Federal, o produto da arrecadação dos
pios destinadas à seguridade social impostos a que se refere o art. 155
constarão dos respectivos orçamentos, (ITCMD, ICMS e IPVA) e dos recursos de
não integrando o orçamento da que tratam os arts. 157 e 159, inciso I,
União. alínea a, e inciso II, (distribuídos obriga-
toriamente pela União) deduzidas as
O financiamento indireto da seguridade social, parcelas que forem transferidas aos res-
oriundo das receitas orçamentárias da União, pectivos Municípios;
Estados, DF e Municípios não encontra alíquota III - no caso dos Municípios e do Distrito
fixa prevista na CF. Federal, o produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 156
Um dos instrumentos utilizados para a fixação (IPTU, ITBI e ISS) e dos recursos de que
dos repasses a seguridade social está na Lei de tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alí-
Diretrizes Orçamentárias, que fixa metas e pri- nea b e § 3º, (distribuídos obrigatoria-
oridades para a gestão da seguridade social e, mente pela União e Estados).
depois, a Lei Orçamentária Anual (LOA) esta-
belece a parcela determinada do orçamento pú- § 3º Lei complementar, que será reavaliada
blico a ser destinada ao cumprimento dessas fi- pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:
nalidades. Assim, a parcela pode sofrer modifi- I - os percentuais de que tratam os in-
cações ano a ano. cisos II e III do § 2º.

Se houver déficit financeiro na previdên- 1.4.1 Contribuições sociais para


cia, a União é obrigada a cobrir o déficit custeio da seguridade so-
para garantir o pagamento dos benefícios
(art. 16. Parágrafo único Lei 8.212/91).
cial
As contribuições sociais para custeio da seguri-
Art. 16. A contribuição da União é cons- dade social consistem no financiamento direto.
tituída de recursos adicionais do Orça-
mento Fiscal, fixados obrigatoriamente Receitas das contribuições sociais (contri-
na lei orçamentária anual. buições instituídas pela União e que serão utili-
zadas para o financiamento DIRETO)
No que tange ao financiamento indireto da sa-
úde, existem vinculações legais que devem ser Art. 195. A seguridade social será fi-
observadas pelo poder público. nanciada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, me-
Segundo o artigo 198 da CF/88: diante recursos provenientes dos orça-
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde mentos da União, dos Estados, do Dis-
integram uma rede regionalizada e hierarqui- trito Federal e dos Municípios, e das se-
zada e constituem um sistema único, organi- guintes contribuições sociais:
zado de acordo com as seguintes diretrizes (...)

205

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Segur idade Social

I - do empregador, da empresa e da en-


tidade a ela equiparada na forma da lei, Contribuições previdenciárias: utilizadas
incidentes sobre: para pagamento dos benefícios do RGPS. Art.
a) a folha de salários e demais 195, I, “a” e II, CF: empregadores sobre a re-
rendimentos do trabalho pagos ceita ou faturamento e trabalhadores e demais
ou creditados, a qualquer título, segurados. Por isso falamos em tríplice custeio
à pessoa física que lhe preste da previdência social! Poder público, emprega-
serviço, mesmo sem vínculo em- dores e trabalhadores.
pregatício;
Contribuições não previdenciárias. art.
b) a receita ou o faturamento; 195, I, “b” e “c”, III e IV, CF.
Receitas de outras fontes (previstas no ar-
c) o lucro; tigo 27 da 8.212/91):
II - do trabalhador e dos demais segu- Art. 27. Constituem outras receitas da
rados da previdência social, podendo ser Seguridade Social:
adotadas alíquotas progressivas de I - as multas, a atualização monetária e
acordo com o valor do salário de contri- os juros moratórios;
buição, não incidindo contribuição sobre II - a remuneração recebida por servi-
aposentadoria e pensão concedidas pelo ços de arrecadação, fiscalização e co-
Regime Geral de Previdência Social; brança prestados a terceiros;
III - sobre a receita de concursos de III - as receitas provenientes de pres-
prognósticos. tação de outros serviços e de forneci-
IV - do importador de bens ou serviços mento ou arrendamento de bens;
do exterior, ou de quem a lei a ele equi- IV - as demais receitas patrimoniais, in-
parar. dustriais e financeiras;
V - as doações, legados, subvenções e
Portanto, todos contribuem, de forma indireta, outras receitas eventuais;
por meio dos recursos provenientes dos orça- VI - 50% (cinqüenta por cento) dos va-
mentos da União, Estados, DF e Municípios, ou lores obtidos e aplicados na forma do
de forma direta, por meio das contribuições so- parágrafo único do art. 243 da Consti-
ciais. tuição Federal;
VII - 40% (quarenta por cento) do re-
Além das contribuições previstas no citado art. sultado dos leilões dos bens apreendidos
195, a Constituição prevê a possibilidade de pelo Departamento da Receita Federal;
ampliação das fontes de custeio; podem ser cri- VIII - outras receitas previstas em le-
adas novas contribuições, desde que respeitado gislação específica.
o art. 154 da Constituição. Para uma nova con- Parágrafo único. As companhias segu-
tribuição (não prevista no art. 195 da CF) deve- radoras que mantêm o seguro obrigató-
se utilizar uma Lei Complementar, com base na rio de danos pessoais causados por veí-
competência residual. Já para a instituição das culos automotores de vias terrestres, de
contribuições previstas na CF, pode-se utilizar que trata a Lei nº 6.194, de dezembro
Lei Ordinária. de 1974, deverão repassar à Seguridade
Social 50% (cinqüenta por cento) do va-
A maior parte dos doutrinadores classificam as lor total do prêmio recolhido e destinado
contribuições sociais em previdenciárias (aque- ao Sistema Único de Saúde-SUS, para
las destinadas para custeio de benefícios previ- custeio da assistência médico-hospitalar
denciários) e contribuições em geral (para a se- dos segurados vitimados em acidentes
guridade social). de trânsito.

Quanto à natureza Jurídica das contribuições Débito com o sistema de seguridade social
sociais: entendimento majoritário na doutrina e §3º, art. 195, CF: A pessoa jurídica em débito
STF que tem natureza Tributária – dentre as com o sistema da seguridade social, como es-
espécies tributárias, as contribuições sociais tabelecido em lei, não poderá contratar com o
são tributos finalísticos, pois tem por finalidade Poder Público nem dele receber benefícios ou
custeio do sistema securitário. incentivos fiscais ou creditícios.

SÃO DIVIDIDAS EM CONTRIBUIÇÕES PRE- Instituição de nova fonte de financia-


VIDENCIÁRIAS E NÃO PREVIDENCIÁRIAS: mento:
206

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Segur idade Social

§ 4º, art. 195, CF: A lei poderá instituir outras superior a 60 (sessenta) meses e, na
fontes destinadas a garantir a manutenção ou forma de lei complementar, a remissão
expansão da seguridade social, obedecido o e a anistia das contribuições sociais de
disposto no art. 154, I. que tratam a alínea "a" do inciso I e o
inciso II do caput.
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos 1.4.2 Contribuição da União
não previstos no artigo anterior, desde
As disposições sobre a contribuição da União
que sejam não-cumulativos e não te-
estão previstas nos artigos 16 e seguintes da
nham fato gerador ou base de cálculo
Lei de Custeio - Lei 8.212/91.
próprios dos discriminados nesta Consti-
tuição;
Art. 16. A contribuição da União é cons-
tituída de recursos adicionais do Orça-
Requisitos: criação por lei complementar; não
mento Fiscal, fixados obrigatoriamente
cumulatividade, não poderá ter fato gerador ou
na lei orçamentária anual.
base de cálculo das contribuições sociais já dis-
Parágrafo único. A União é responsá-
criminadas na CF
vel pela cobertura de eventuais insufici-
ências financeiras da Seguridade Social,
Anterioridade nonagesimal
quando decorrentes do pagamento de
Todas as contribuições da seguridade social de-
benefícios de prestação continuada da
vem respeitar o princípio da noventena, prazo
Previdência Social, na forma da Lei Or-
nonagesimal, anterioridade mínima ou anterio-
çamentária Anual.
ridade mitigada. Art. 195, §6º, CF.
[...]
§ 6º, art. 195, CF: As contribuições so-
A União deverá contribuir com recursos adicio-
ciais de que trata este artigo só poderão
nais do Orçamento Fiscal, que são fixados na
ser exigidas após decorridos noventa
Lei Orçamentária Anual (LOA).
dias da data da publicação da lei que as
houver instituído ou modificado, não se
O INSS não arrecada o suficiente para arcar
lhes aplicando o disposto no art. 150,
com todos os benefícios concedidos; dessa
III, "b" (essa disposição que não se
forma, a União passa a ser fiadora quanto ao
aplica é o princípio da anterioridade
pagamento de benefícios previdenciários. Ou
anual e constitui uma limitação ao poder
seja: caso o INSS não dê conta do pagamento,
de tributar, dispondo que é vedado à
a União precisará arcar com os custos.
União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios cobrar tributos no mesmo
O artigo 19 da Lei 8.212/91 determina que o
exercício financeiro em que haja sido pu-
Tesouro Nacional repassará mensalmente re-
blicada a lei que os instituiu ou aumen-
cursos referentes às contribuições das empre-
tou. Significa que a nova contribuição
sas sobre receita/faturamento e lucro e as inci-
social poderá ser exigida no mesmo
dentes sobre a receita de concursos de prog-
exercício financeiro em que for institu-
nósticos, destinados à execução do Orçamento
ída, desde que decorridos 90 dias da pu-
da Seguridade Social.
blicação da Lei).
Considera-se concurso de prognósticos os
Vedação à moratória, parcelamento supe-
jogos, loterias, hípicas, fazendo parte das con-
rior a 60 meses, remissão ou anistia de tri-
tribuições destinadas a seguridade social. Tais
butos
contribuições têm previsão no art. 26 da Lei
Moratória é a dilação de prazo para quitação de
8.212/91:
uma dívida. A remissão é o perdão do crédito
tributário. A anistia, por sua vez, é o perdão da
Art. 26. Constitui receita da Seguridade
sanção tributária, da multa pelo descumpri-
Social a contribuição social sobre a re-
mento da obrigação. Todos esses institutos e o
ceita de concursos de prognósticos a
parcelamento por prazo superior a 60 meses
que se refere o inciso III do caput do art.
são vedados com relação às contribuições soci-
195 da Constituição Federal.
ais.

§ 11, art. 195, CF/88: São vedados a


moratória e o parcelamento em prazo
207

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Segur idade Social

§ 1° (Revogado). (Redação dada pela I - empresa - a firma individual ou so-


Lei nº 13.756, de 2018) ciedade que assume o risco de atividade
econômica urbana ou rural, com fins lu-
§ 2° (Revogado). (Redação dada pela crativos ou não, bem como os órgãos e
Lei nº 13.756, de 2018) entidades da administração pública di-
reta, indireta ou fundacional;
§ 3° (Revogado). (Redação dada pela [...]
Lei nº 13.756, de 2018)
Parágrafo único. Equiparam-se a em-
§ 4° O produto da arrecadação da con- presa, para os efeitos desta Lei, o con-
tribuição será destinado ao financia- tribuinte individual e a pessoa física na
mento da Seguridade Social. (Incluído condição de proprietário ou dono de obra
pela Lei nº 13.756, de 2018) de construção civil, em relação a segu-
§ 5° A base de cálculo da contribuição rado que lhe presta serviço, bem como a
equivale à receita auferida nos concur- cooperativa, a associação ou entidade de
sos de prognósticos, sorteios e loterias. qualquer natureza ou finalidade, a mis-
(Incluído dada pela Lei nº 13.756, de são diplomática e a repartição consular
2018) de carreira estrangeiras.

§ 6° A alíquota da contribuição corres- As regras sobre a contribuição da em-


ponde ao percentual vinculado à Seguri- presa, empregadores e equiparados à em-
dade Social em cada modalidade loté- presa estão previstas no artigo 22 e se-
rica, conforme previsto em lei. (Incluído guintes da Lei 8.212/91:
pela Lei nº 13.756, de 2018)
Contribuições sobre a folha de salário (art. 195,
A Lei 13.756 de 12 de dezembro de 2018 prevê I, a, CF/88)
sobre o Fundo Nacional de Segurança Pública e Art. 22. A contribuição a cargo da em-
sobre a destinação de arrecadação com loterias presa, destinada à Seguridade Social,
para garantir recursos para a segurança pú- além do disposto no art. 23, é de:
blica, trazendo alterações no produto destinado I - vinte por cento sobre o total das
à seguridade social. remunerações pagas, devidas ou credi-
tadas a qualquer título, durante o mês,
Assim, a lei prevê que será destinado para a aos segurados empregados e trabalha-
seguridade o produto da arrecadação da loteria dores avulsos que lhe prestem serviços,
federal, a partir de 1º de janeiro de 2019, o destinadas a retribuir o trabalho, qual-
percentual de 17,04% para a seguridade social. quer que seja a sua forma, inclusive as
O produto da arrecadação da loteria de prog- gorjetas, os ganhos habituais sob a
nósticos numéricos será destinado, a partir de forma de utilidades e os adiantamentos
1º de janeiro de 2019, no percentual de decorrentes de reajuste salarial, quer
17,32% para a seguridade social. pelos serviços efetivamente prestados,
quer pelo tempo à disposição do empre-
O produto da arrecadação da loteria de prog- gador ou tomador de serviços, nos ter-
nósticos esportivos será destinado à Seguri- mos da lei ou do contrato ou, ainda, de
dade Social, a partir de 1º de janeiro de 2019, convenção ou acordo coletivo de traba-
no percentual de 7,61%. Já o produto da arre- lho ou sentença normativa.
cadação de cada emissão da Lotex será desti-
nado em 0,4% para a seguridade social. II - para o financiamento do benefício
previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº
1.4.3 Contribuições do emprega- 8.213, de 24 de julho de 1991, e daque-
dor, da empresa e de enti- les concedidos em razão do grau de in-
cidência de incapacidade laborativa de-
dades equiparadas. corrente dos riscos ambientais do traba-
Os conceitos de empresa e entidades equipara- lho, sobre o total das remunerações pa-
das estão expressamente previstos no artigo gas ou creditadas, no decorrer do mês,
14 da Lei 8.213/91: aos segurados empregados e trabalha-
dores avulsos:
Art. 14. Consideram-se:

208

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a) 1% (um por cento) para as empre-


sas em cuja atividade preponderante o A base de cálculo da exação é a folha de
risco de acidentes do trabalho seja con- salário, sendo irrelevante para a configu-
siderado leve; ração do fato gerador o pagamento.
Critério temporal: a cada ciclo mensal.
b) 2% (dois por cento) para as em-
presas em cuja atividade preponderante 1.4.3.1 Responsabilidade pelos
esse risco seja considerado médio; recolhimentos
c) 3% (três por cento) para as empre- Art. 30. A arrecadação e o recolhimento
sas em cuja atividade preponderante das contribuições ou de outras impor-
esse risco seja considerado grave. tâncias devidas à Seguridade Social obe-
decem às seguintes normas:
III - vinte por cento sobre o total das I - a empresa é obrigada a:
remunerações pagas ou creditadas a a) arrecadar as contribuições dos segu-
qualquer título, no decorrer do mês, aos rados empregados e trabalhadores avul-
segurados contribuintes individuais que sos a seu serviço, descontando-as da
lhe prestem serviços; respectiva remuneração;
b) recolher os valores arrecadados na
Em síntese, são os requisitos: prestação de ser- forma da alínea a deste inciso, a contri-
viço, que o serviço seja prestado por pessoa fí- buição a que se refere o inciso IV do art.
sica, ainda que sem vínculo empregatício e que 22 desta Lei, assim como as contribui-
a prestação de serviço seja onerosa. Portanto, ções a seu cargo incidentes sobre as re-
o fato gerador da contribuição previdenciária é munerações pagas, devidas ou credita-
a relação laboral onerosa, da qual se origina a das, a qualquer título, aos segurados
obrigação de pagar ao trabalhador e a obriga- empregados, trabalhadores avulsos e
ção de recolher a contribuição previdenciária contribuintes individuais a seu serviço
aos cofres públicos. Resumindo: até o dia 20 (vinte) do mês subse-
quente ao da competência.

EMPRESAS EM GERAL Se não houver expediente bancário, o recolhi-


Contribuição GILRAT (SAT) - Dia para reco- mento deve ser efetuado no dia útil imedia-
destinada a Grau de Incidên- lhimento tamente anterior. A contribuição referente ao
Previdência cia de Incapaci- 13º deve ser recolhida até o dia 20 de dezem-
dade Laborativa bro.
Decorrentes de Art. 31. A empresa contratante de ser-
Riscos Ambientais viços executados mediante cessão de
do Trabalho (Lei mão de obra, inclusive em regime de
8.212/91) trabalho temporário, deverá reter
20% sobre o to- 1, 2 ou 3% em cuja Dia 20 do mês 11% (onze por cento) do valor bruto da
tal das remune- atividade prepon- seguinte à nota fiscal ou fatura de prestação de ser-
rações pagas, derante o risco de competência viços e recolher, em nome da empresa
devidas ou cre- acidentes do tra- (junto com a cedente da mão de obra, a importância
ditas no mês, balho seja consi- contribuição retida até o dia 20 (vinte) do mês sub-
aos segurados derado leve, mo- retida dos que sequente ao da emissão da respectiva
empregados e derado ou grave, lhe prestam nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil
trabalhadores respectivamente serviço) imediatamente anterior se não houver
avulsos que lhe expediente bancário naquele dia, obser-
prestem servi- vado o disposto no § 5º do art. 33 desta
ços Lei.
20% sobre o to- Não incide Dia 20 do mês
tal das remune- seguinte a
1.4.3.2 Critério quantitativo
rações pagas ou competência Base de cálculo:
creditadas, no (junto com a • O total das remunerações pagas, devi-
mês, aos segu- contribuição das ou creditadas a qualquer título, du-
rados contribu- retida dos que rante o mês, aos segurados empregados
intes individu- lhe prestam e avulsos.
ais que lhe pres- serviço)
tem serviços 209

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• O total das remunerações pagas, devi- razão do grau de incidência de incapacidade la-
das ou creditadas a qualquer título, du- borativa decorrente dos riscos ambientais do
rante o mês, aos contribuintes individu- trabalho, sobre o total das remunerações pagas
ais. ou creditadas, no decorrer do mês, aos segura-
dos empregados e trabalhadores avulsos:
•O valor bruto da nota fiscal ou fatura de a) 1% (um por cento) para as empresas
prestação de serviços, relativamente a em cuja atividade preponderante o risco
serviços que lhe são prestados pelos co- de acidentes do trabalho seja conside-
operados por intermédio de cooperati- rado leve;
vas de trabalho,
Não integram a remuneração as parcelas de b) 2% (dois por cento) para as empre-
que trata o § 9º do art. 28 da LC. sas em cuja atividade preponderante
esse risco seja considerado médio;
Alíquota:
• - 20% sobre o total das remunerações c) 3% (três por cento) para as empresas
pagas, devidas ou creditadas a qualquer em cuja atividade preponderante esse
título, durante o mês, aos segurados risco seja considerado grave.
empregados e avulsos que lhe prestem
serviços; As alíquotas ou bases de cálculo das contribui-
ções sociais da empresa poderão ser diferenci-
• - 20% sobre o total das remunerações adas, em razão da atividade econômica, da uti-
pagas, devidas ou creditadas a qualquer lização intensiva de mão-de-obra, do porte da
título, durante o mês, aos segurados empresa ou da condição estrutural do mercado
contribuintes individuais que lhe pres- de trabalho.
tem serviços;
CF/88 Art. 195 § 9º As contribuições sociais
Essa alíquota será majorada em 2,5% sobre a previstas no inciso I do caput deste artigo po-
remuneração paga aos seus segurados empre- derão ter alíquotas diferenciadas em razão da
gados que prestem serviços, quando se tratar atividade econômica, da utilização intensiva de
de instituições financeiras, agentes autônomos mão de obra, do porte da empresa ou da con-
de seguros privados e de crédito e entidades de dição estrutural do mercado de trabalho, sendo
previdência aberta e fechada. também autorizada a adoção de bases de cál-
culo diferenciadas apenas no caso das alíneas
LC Art. 22, § 1º No caso de bancos comerciais, "b" e "c" do inciso I do caput.
bancos de investimentos, bancos de desenvol-
vimento, caixas econômicas, sociedades de 1.4.3.3 Contribuição
crédito, financiamento e investimento, socieda- substitutiva
des de crédito imobiliário, sociedades correto-
ras, distribuidoras de títulos e valores mobiliá- Maneira obrigatória de substituir a contribuição
rios, empresas de arrendamento mercantil, co- incidente sobre a remuneração de empregados
operativas de crédito, empresas de seguros pri- e avulsos para outra forma de recolhimento.
vados e de capitalização, agentes autônomos
de seguros privados e de crédito e entidades de A) É o caso da associação desportiva que
previdência privada abertas e fechadas, além mantém equipe de futebol profissional, em
das contribuições referidas neste artigo e no substituição à contribuição dos emprega-
art. 23, é devida a contribuição adicional de dos, quando a alíquota é substituída para:
dois vírgula cinco por cento sobre a base de cál- 1. 5% (cinco por cento) incidente sobre
culo definida nos incisos I e III deste artigo. a receita bruta decorrente dos espetá-
culos desportivos (RESPONSÁVEL PELO
A alíquota será majorada, também, para a ESPETÁCULO TEM ATÉ 2 DIAS ÚTEIS
complementação do financiamento das presta- APÓS O ESPETÁCULO PARA RECOLHER)
ções de acidente de trabalho, conforme a gra- de que participem em todo território na-
vidade do risco inerente à atividade: cional em qualquer modalidade despor-
tiva, inclusive jogos internacionais; e
Art. 22, II - para o financiamento do benefício
previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 2. 5% sobre as verbas de qualquer
24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em forma de patrocínio, licenciamento de
uso de marcas e símbolos, publicidade,

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Segur idade Social

propaganda e de transmissão de espe- 1.4.3.4 Contribuições sobre o


táculos desportivos (PATROCINADORES faturamento e o lucro
DEVEM RETER E RECOLHER ATÉ O DIA
20 O MÊS SUBSEQUENTE). De início é oportuno conceituar faturamento
como sendo o montante financeiro gerado pela
B) produtor rural pessoa física e consórcio empresa. Toda a receita (valor) que entra no
de produtores rurais, PARA: negócio é acrescentada ao faturamento da em-
1. 1,2% sobre a receita bruta proveni- presa. De outro lado, lucro é o resultado do fa-
ente da comercialização da produção ru- turamento após a subtração dos gastos, custos
ral; fixos e variáveis do negócio.

2. 0,1% sobre a receita bruta proveni- A CF/88 estabelece a incidência de contribuição


ente da comercialização da produção ru- sobre a receita ou o faturamento e sobre o lu-
ral para financiamento das prestações cro:
dos benefícios em razão dos riscos am-
bientais do trabalho (SAT/GILRAT). Art. 195. A seguridade social será fi-
*Esse valor é acrescido do percentual de nanciada por toda a sociedade, de forma
0,2% que deve ser recolhido em prol do direta e indireta, nos termos da lei, me-
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural diante recursos provenientes dos orçamentos
(SENAR). da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições
C) produtor rural pessoa jurídica OU sociais:
AGROINDÚSTRIA (ART. 22A): [...]
1. 2,5% sobre a receita bruta proveni- b) a receita ou o faturamento;
ente da comercialização da produção ru- c) o lucro;
ral;
Determina o artigo 23 da Lei 8.212/91 (aten-
2. 0,1% sobre a receita bruta proveni- ção, o artigo não está vigente, embora
ente da comercialização da produção ru- conste na Lei):
ral para financiamento das prestações Art. 23. As contribuições a cargo da
dos benefícios em razão dos riscos am- empresa provenientes do faturamento e
bientais do trabalho (SAT/GILRAT). do lucro, destinadas à Seguridade So-
cial, além do disposto no art. 22, são
Atenção à Agroindústria: entendemos estar calculadas mediante a aplicação das se-
o artigo 22-A revogado tacitamente pela alte- guintes alíquotas:
ração com a Lei 13.606/2018, aplicando-se o
percentual de 1,8% sobre o valor bruto da co- I - 2% (dois por cento) sobre sua receita
mercialização rural. Porém, para a sua prova, a bruta, estabelecida segundo o disposto
tendência é cobrar o expresso na Lei 8.212/91, no § 1º do art. 1º do Decreto-lei nº
no percentual previsto acima. 1.940, de 25 de maio de 1982, com a
redação dada pelo art. 22, do Decreto-
Não contribuem de forma substitutiva lei nº 2.397, de 21 de dezembro de
aquelas agroindústrias: 1987, e alterações posteriores;
• de carcinicultura (cultura de crustá-
ceos); II - 10% (dez por cento) sobre o lucro
• de psicultura (cultura de peixes); líquido do período-base, antes da provi-
• de avicultura (cultura de aves); são para o Imposto de Renda, ajustado
• de suinocultura (cultura de suínos); na forma do art. 2º da Lei nº 8.034, de
• apenas ao florestamento e refloresta- 12 de abril de 1990.
mento como fonte de matéria-prima
para industrialização própria, mediante § 1º No caso das instituições citadas no
a utilização de processo industrial que § 1º do art. 22 desta Lei, a alíquota da
modifique a natureza química da ma- contribuição prevista no inciso II é de
deira ou a transforme em pasta celuló- 15% (quinze por cento).
sica (empresas fabricantes de papel);
• as cooperativas § 2º O disposto neste artigo não se
aplica às pessoas de que trata o art. 25.

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Segur idade Social

ESTE ARTIGO (ART. 23) NÃO ESTÁ MAIS Já a COFINS - Contribuição Para o Financia-
VIGENTE. Cita-se ele aqui pois pode gerar mento da Seguridade Social incide sobre a Re-
dúvidas na hora do estudo por estar na lei ceita/Faturamento e é prevista na Lei
e parecer vigente. 9.178/1998 e pela Lei 10.833/2003.

A CSLL – Contribuição Sobre o Lucro Lí- 1.4.3.5 Fator Acidentário de


quido, teve alterações promovidas pela Lei Prevenção
9.249 de 1995 e foi posteriormente regulamen-
tada pela Lei 7.689 de 05 de dezembro 1988, O Fator Acidentário de Prevenção (FAP) surgiu
que prevê a alíquota de: com o intuito de motivar as empresas a investir
em segurança do trabalho. Sabemos que são
Art. 3º A alíquota da contribuição é de: altos os índices de acidentes do trabalho por
I - 20% (vinte por cento) até o dia 31 falta de prevenção, o que gera um custo ele-
de dezembro de 2021 e 15% (quinze por vado para a previdência na concessão de bene-
cento) a partir de 1º de janeiro de 2022, fícios e perda da força laboral dos trabalhado-
no caso das pessoas jurídicas de segu- res.
ros privados, das de capitalização e das
referidas nos incisos II, III, IV, V, VI, A Lei 10.666/2003 prevê no seu artigo 10:
VII, IX e X do § 1o do art. 1o da Lei Art. 10 A alíquota de contribuição de
Complementar no 105, de 10 de janeiro um, dois ou três por cento, destinada ao
de 2001; financiamento do benefício de aposenta-
doria especial ou daqueles concedidos
II - (revogado); em razão do grau de incidência de inca-
pacidade laborativa decorrente dos ris-
II-A - 25% (vinte e cinco por cento) até cos ambientais do trabalho, poderá ser
o dia 31 de dezembro de 2021 e 20% reduzida, em até cinquenta por cento,
(vinte por cento) a partir de 1º de ja- ou aumentada, em até cem por cento,
neiro de 2022, no caso das pessoas ju- conforme dispuser o regulamento, em
rídicas referidas no inciso I do § 1º do razão do desempenho da empresa em
art. 1º da Lei Complementar nº 105, de relação à respectiva atividade econô-
10 de janeiro de 2001; mica, apurado em conformidade com os
resultados obtidos a partir dos índices
III - 9% (nove por cento), no caso das de frequência, gravidade e custo, calcu-
demais pessoas jurídicas. lados segundo metodologia aprovada
pelo Conselho Nacional de Previdência
As pessoas previstas no inciso I são: Social.
• Distribuidoras de valores mobiliários;
• Corretoras de câmbio e de valores mo- O FAP busca premiar as empresas que detém
biliários; efetividade na redução dos acidentes de traba-
• Sociedades de crédito, financiamento e lho e majorar aquelas que não se posicionam
investimentos; efetivamente nesse tema. Desse modo, a apli-
• Sociedades de crédito imobiliário; cação do FAP pode levar à redução de até 50%
• Administradoras de cartões de crédito; ou majoração para até 100% da contribuição
• Sociedades de arrendamento mercantil; ao SAT, de acordo com o número de acidentes,
• Cooperativas de crédito; doenças do trabalho e benefícios previdenciá-
• Associações de poupança e emprés- rios pagos em sua decorrência.
timo;
• Bolsas de valores e de mercadorias e fu- FAP
turos; Multiplica- Calculado Aplicá- Individuali-
• Entidades de liquidação e compensação; dor de 0,5 a com base vel so- zado por em-
• Outras sociedades que, em razão da na- 2,0 nos índi- bre as presa
tureza de suas operações, assim ve- ces de alíquo-
nham a ser consideradas pelo Conselho
frequên- tas GIL-
Monetário Nacional.
cia, gravi- RAT
As pessoas jurídicas do inciso II-A são os dade e (SAT)
bancos de qualquer espécie. custo

212

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Segur idade Social

Empregador doméstico é, também, RESPON-


1.4.3.6 Contribuição do SÁVEL, pelo desconto da contribuição do segu-
empregador doméstico. rado (conforme a faixa de remuneração) e re-
passe à União.
A contribuição do empregador doméstico é di- Prazo de recolhimento = até o dia 07 do mês
ferenciada das empresas em geral, bem como subsequente ao da competência. Se não houver
seu conceito. Considera-se empregador do- expediente, deverá antecipar o recolhimento
méstico aquele que emprega pessoa física para para o dia útil imediatamente anterior ao ven-
trabalhar em âmbito residencial, em atividades cimento.
sem fins lucrativos e de forma contínua.
Fará os recolhimentos por meio de uma guia
O conceito de empregador doméstico está ex- única de arrecadação, chamada de SIMPLES
pressamente previsto no artigo 14 da Lei DOMÉSTICO.
8.213/91:
Art. 14. Consideram-se:
1.4.3.7 Contribuição do
[...]
segurado
II - empregador doméstico - a pes- Cada segurado, obrigatório ou facultativo, con-
soa ou família que admite a seu serviço, tribuirá para a previdência com base no seu sa-
sem finalidade lucrativa, empregado do- lário de contribuição, à qual se aplica a alíquota
méstico. prevista em lei. A formação do salário de con-
tribuição é diferente para cada tipo de segurado
Empregado doméstico é o que trabalha mais de da previdência social, bem como a alíquota pre-
dois dias na semana, com remuneração e su- vista em lei.
bordinação, sem exercer atividade com finali-
dade lucrativa. Exemplo: um contribuinte individual
tem como salário de contribuição o valor
As regras sobre a contribuição do empregador que ganha prestando o serviço para em-
doméstico estão previstas no artigo 24 da Lei presas. Com base nesse valor, aplica-se
8.212/91. a alíquota que pode ser de 20% ou 11%
sobre o valor percebido.
Art. 24. A contribuição do empregador
doméstico incidente sobre o salário de Dos segurados obrigatórios, o único que não
contribuição do empregado doméstico a contribui sobre o salário de contribuição é o se-
seu serviço é de: gurado especial. Os demais e o facultativo vão
contribuir com alíquotas incidentes sobre o seu
I - 8% (oito por cento); e salário de contribuição.

II - 0,8% (oito décimos por cento) para 1.4.3.7.1 Contribuição dos


o financiamento do seguro contra aci- segurados empregado,
dentes de trabalho.
doméstico e avulso
Contribuição social = alíquota de 8,8% incide Alterações nas contribuições dos segura-
sobre o salário de contribuição do empregado dos obrigatórios empregados, empregado
doméstico (art. 24, LC) - a remuneração paga doméstico e trabalhador avulso após a Re-
ou devida no mês anterior ao empregado do- forma da Previdência.
méstico. Antes da Reforma da Previdência (artigo
20, Lei de Custeio - 8.212/91):
Empregador doméstico é CONTRIBUINTE Os segurados empregado, doméstico e avulso
(8% + 0,8% de SAT - seguro contra acidente contribuíam com as alíquotas de 8, 9 e 11 %,
do trabalho). conforme o valor do seu salário de contribuição,
Essa contribuição ao SAT, permitiu que os se- que não eram cumulativas e nem progressivas
gurados empregados domésticos passassem a (a mesma alíquota incidia sobra a totalidade do
ter direito a benefícios acidentários. Agora salário de contribuição).
existe a correspondente fonte de custeio (prin-
cípio da precedência do custeio). O que mudou?
Com a Reforma da Previdência, promovida pela
EC 103/2019, foi instituída a progressividade

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SALÁRIO- ALÍQUOTA PROGRES-


das alíquotas de contribuição dos segurados
DE-CONTRI- SIVA PARA FINS DE
obrigatórios empregado, empregado doméstico
BUIÇÃO (R$) RECOLHIMENTO AO
e avulso; foram alteradas as alíquotas de con- INSS
tribuição e foi introduzida uma nova regra cons- até 1.212,00 7,5%
titucional acerca das contribuições referentes a de 1.212,01 até 9%
meses com salário de contribuição inferior ao 2.427,35
salário-mínimo. de 2.427,36 até 12%
3.641,03
EC 103/2019 - Art. 28. Até que lei al- de 3.641,04 até 14%
tere as alíquotas da contribuição de que 7.087,22
trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991, devidas pelo segurado empre- Sempre que ocorrer mais de um vínculo empre-
gado, inclusive o doméstico, e pelo tra- gatício para os segurados empregado e domés-
balhador avulso, estas serão de: (é uma tico, as remunerações deverão ser somadas
regra transitória, até que se edite um para o correto enquadramento na tabela acima,
novo plano de custeio) respeitando-se o limite máximo de contribui-
I - até 1 (um) salário-mínimo, 7,5% ção.
(sete inteiros e cinco décimos por
cento); Quando houver pagamento de remuneração re-
lativa a décimo terceiro salário, este não deve
II - acima de 1 (um) salário-mínimo até ser somado à remuneração mensal para efeito
R$ 2.000,00 (dois mil reais), 9% (nove de enquadramento na tabela de salários de
por cento); contribuição, ou seja, aplicar-se-á a alíquota
sobre os valores em separado, visto que o valor
III - de R$ 2.000,01 (dois mil reais e contribuído sobre o 13º salário não entra no
um centavo) até R$ 3.000,00 (três mil cálculo do salário de benefício.
reais), 12% (doze por cento); e
1.4.3.7.2 Presunção de
IV - de R$ 3.000,01 (três mil reais e um recolhimento das
centavo) até o limite do salário de con- contribuições
tribuição, 14% (quatorze por cento).
Esses segurados gozam da presunção de reco-
§ 1º As alíquotas previstas no caput se- lhimento das contribuições. É que em todos es-
rão aplicadas de forma progressiva ses casos, o responsável por verter as contri-
sobre o salário de contribuição do segu- buições é a empresa/empregador; empregador
rado, incidindo cada alíquota sobre a doméstico ou órgão gestor da mão de obra/sin-
faixa de valores compreendida nos res- dicato.
pectivos limites.
Prazo para o recolhimento
§ 2º Os valores previstos no caput se- A empresa/empregador retém a contribui-
rão reajustados, a partir da data de ção de seus empregados e recolhe no mesmo
entrada em vigor desta Emenda Consti- prazo em que deverá pagar suas contribuições
tucional, na mesma data e com o previdenciárias - até o dia 20 do mês se-
mesmo índice em que se der o reajuste guinte ao da competência. Se não houver ex-
dos benefícios do Regime Geral de Pre- pediente bancário, deverá antecipar o paga-
vidência Social, ressalvados aqueles mento para o dia útil imediatamente anterior
vinculados ao salário-mínimo, aos quais ao vencimento.
se aplica a legislação específica.
O órgão gestor portuário - tratando-se de
Porém, os valores dessa tabela são atualizados. trabalhadores avulsos portuários - ou a em-
Hoje (2022), a tabela é a seguinte, considerado presa que remunera o trabalho do avulso
o novo valor do salário-mínimo: ou o sindicato - nos casos de não portuários -
farão a retenção das contribuições e repassarão
para a União - até o dia 20 do mês seguinte
ao da competência, Se não houver expediente
bancário, deverá antecipar o pagamento para o
dia útil imediatamente anterior ao vencimento.

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O empregador doméstico terá até o dia 07 I - complementar a sua contribuição, de


do mês seguinte ao da competência para: pa- forma a alcançar o limite mínimo exi-
gar a sua contribuição própria de empregador, gido;
correspondente a 8,8% (8,0 + 0,8% - SAT, II - utilizar o valor da contribuição que
agora tem a correspondente fonte de custeio exceder o limite mínimo de contribuição
para o doméstico receber benefícios de natu- de uma competência em outra; ou
reza acidentária) sobre a remuneração paga ou III - agrupar contribuições inferiores ao
devida no mês anterior; e recolher a contribui- limite mínimo de diferentes competên-
ção retida do empregado doméstico na alíquota cias, para aproveitamento em contribui-
correspondente à sua faixa de remuneração. Se ções mínimas mensais.
não houver expediente bancário, deverá ante- Parágrafo único. Os ajustes de com-
cipar o pagamento para o dia útil imediata- plementação ou agrupamento de contri-
mente anterior ao vencimento. buições previstos nos incisos I, II e III
do caput somente poderão ser feitos ao
A contribuição incidirá sobre o valor da remu- longo do mesmo ano civil.
neração paga ou devida no mês anterior.
1.4.3.7.3 Contribuição dos
Agrupamento de contribuições - novidade contribuintes individu-
polêmica trazida pela EC 103/2019. ais e dos facultativos
A Reforma da Previdência trouxe uma novidade
No caso destes segurados, em regra, a alíquota
no corpo da Constituição Federal com a inclu-
da contribuição previdenciária foi fixada em
são do seguinte parágrafo ao artigo 195:
20% sobre o salário de contribuição (artigo 21
da Lei 8.212/91), cabendo ao próprio segu-
§ 14. O segurado somente terá reconhe-
rado promover diretamente o recolhi-
cida como tempo de contribuição ao Re-
mento tempestivo do tributo, sob pena de
gime Geral de Previdência Social a com-
não se filiar ao RGPS, até o dia 15 do mês
petência cuja contribuição seja igual ou
seguinte ao da competência. Se não houver
superior à contribuição mínima mensal
expediente bancário, poderá efetuar o paga-
exigida para sua categoria, assegurado
mento no dia útil imediatamente posterior ao
o agrupamento de contribuições.
vencimento.
Ficou estabelecido, assim, que:
Excepcionalmente, caso o salário de contribui-
ção seja de um salário-mínimo, será possível o
REGRA: Se a remuneração do segurado for recolhimento trimestral das contribuições
proporcional - em virtude do dia de início ou previdenciárias, com vencimento no dia 15 do
término do contrato de trabalho, por exemplo - mês seguinte ao de cada trimestre civil.
e for inferior ao salário mínimo, a alíquota inci-
dirá sobre ela e a contribuição será inferior à
1.4.3.7.4 Contribuinte individual
contribuição mínima. Nesses casos, a contribui-
ção não será reconhecida como tempo de con- prestador de serviços à
tribuição. empresa.
EXCEÇÃO: Porém, nesses mesmos casos, fica No caso do contribuinte individual prestador de
garantido ao segurado o agrupamento de serviços à empresa, a regra é diferente.
contribuições e, então, a contribuição será
computada. De acordo com o artigo 4º Lei 10.666/03:
Art. 4º Fica a empresa obrigada a arre-
A própria EC 103/2019, em regra transitória, cadar a contribuição do segurado contri-
regulamenta o agrupamento de contribuições, buinte individual a seu serviço, descon-
nos seguintes termos: tando-a da respectiva remuneração, e a
recolher o valor arrecadado juntamente
Art. 29. Até que entre em vigor lei que com a contribuição a seu cargo até o dia
disponha sobre o § 14 do art. 195 da 20 (vinte) do mês seguinte ao da com-
Constituição Federal, o segurado que, no petência, ou até o dia útil imediata-
somatório de remunerações auferidas no mente anterior se não houver expedi-
período de 1 (um) mês, receber remu- ente bancário naquele dia.
neração inferior ao limite mínimo mensal
do salário de contribuição poderá:
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Nos casos em que preste serviços à pessoa ju- contribuinte individual, equiparado a empresa,
rídica, esta é responsável pelo recolhimento da por produtor rural pessoa física, ou ainda por
contribuição e o contribuinte individual vai go- missão diplomática e repartição consular de
zar, portanto, da presunção absoluta de reco- carreira estrangeiras, e nem ao brasileiro civil
lhimento. que trabalha no exterior para organismo oficial
internacional do qual o Brasil é membro efetivo
A alíquota a ser recolhida pela empresa corres- (§ 3º do art. 4º).
ponde a 11% do valor do serviço pago.
1.4.3.7.4.1 Dever de
Se o contribuinte individual prestou serviços complementação da
cuja remuneração não supere o valor de 1 sa-
lário-mínimo, deverá complementar a contri-
contribuição
buição por conta própria, até atingir a contri- Art. 5º O contribuinte individual a que se refere
buição mínima exigida. o art. 4º é obrigado a complementar, direta-
Exemplo: Se o contribuinte individual mente, a contribuição até o valor mínimo men-
prestar apenas um serviço no mês para sal do salário-de-contribuição, quando as re-
uma empresa no valor de R$ 380,00, munerações recebidas no mês, por serviços
como ficará a sua contribuição, se o mí- prestados a pessoas jurídicas, forem inferiores
nimo permitido é R$ 1.100,00? a este.
Resposta - Nesse caso a empresa con-
tratante descontará 11% sobre os R$- 1.4.3.7.4.2 Regime Especial de
380,00 que será recolhido pela própria Inclusão Previdenciá-
empresa na sua GPS normal até o dia 20
ria
do mês seguinte ao da competência em
que o serviço for prestado. Já o contri- Para a inclusão de todos na Previdência Social,
buinte individual deverá recolher, por foi criada a alíquota de 11% de contribuição
conta própria, 20% sobre a diferença para os segurados contribuintes individuais
que falta para completar o salário-mí- (exceto os contribuintes individuais prestado-
nimo até o dia 15 do mês subseqüente, res de serviços para empresas) e segurados fa-
em GPS específica, identificada pelo seu cultativos, o conhecido Plano Simplificado de
NIT ou PIS. Portanto haverá uma parte Previdência Social, vigente desde 01/04/2007.
descontada e recolhida pela empresa
contratante com o percentual de 11% Imagine um trabalhador autônomo que ganha
sobre R$ 380,00 (R$ 41,80) e outra por mês o valor de R$3.000,00 em média. Ele
parte recolhida pelo próprio contribuinte fica extremamente oneroso frente a todas as
individual com o percentual de 20% so- despesas que tem para arcar com seu sustento:
bre R$ 720,00 (1.100,00 menos pagar INSS na alíquota de 20% (seguindo a re-
380,00), gerando uma contribuição adi- gra, teria que pagar R$600,00). O que víamos
cional de R$ 144,00. na prática eram trabalhadores excluídos da
previdência, não cumprindo também com sua
Essas disposições não se aplicam ao contribu- obrigação de contribuir. Assim, com a possibili-
inte individual quando contratado por outro dade de contribuição em

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valor menor, temos uma maior inclusão das pessoas na previdência social. Essa contribuição é limitada
a um salário mínimo: contribui-se sobre um salário mínimo e, consequentemente, recebe-se um sa-
lário mínimo.

Contribuinte individual e facultativo (PLANO SIMPLIFICADO)


A contribuição previdenciária do contribuinte individual que trabalhe por conta própria sem relação de
trabalho com empresa e equiparado, bem como do segurado facultativo, poderá ser de 11% sobre o
salário-mínimo, ao invés do tradicional 20%, mas esses segurados não terão direito à aposentadoria
programada, só podendo se aposentar por idade ou incapacidade permanente (art. 21, § 2º, I, da
LC).

Se mudar de ideia e optar por se aposentar na modalidade programada posteriormente, ou levar o


tempo de contribuição para algum Regime Próprio de Previdência Social (contagem recíproca), o con-
tribuinte individual e o segurado facultativo deverão fazer o recolhimento retroativo dos 9% faltantes
para integralizar os 20% sobre o salário de contribuição, com a incidência dos juros legais, sendo
exigível o complemento a qualquer tempo (imprescritível), sob pena de indeferimento do benefício.

1.4.3.7.4.3 MEI -
Microempreendedor
individual (PLANO
SIMPLIFICADÍSSIMO)
A contribuição previdenciária do MEI poderá ser de 5% sobre o limite mínimo mensal do salário
de contribuição (art. 21, § 2º, II, a da LC).
Não terá direito à aposentadoria programada, só podendo se aposentar por idade ou incapacidade
permanente. Poderá complementar o pagamento da diferença entre o percentual pago e 20% para se
aposentar na modalidade programada ou para fins de contagem recíproca. A contagem recíproca é
permitida por Lei e consiste na possibilidade de se computar períodos de trabalho em um regime de
previdência para fins de obtenção de benefício em outro Regime. Exemplo, segurado do RGPS que
trabalhou por 2 anos como policial, vinculado a RPPS: poderá “levar” esse período de atividade de um
regime para o outro.

Facultativo de baixa renda (PLANO SIMPLIFICADÍSSIMO)


O segurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no
âmbito de sua residência, desde que pertencente à família de baixa renda, também passou a ser
beneficiário do regime "simplificadíssimo" de arrecadação de apenas 5% sobre o salário de contribui-
ção no valor de um salário-mínimo (art. 21, § 2º, II, b da LC).

É considerada como baixa renda, neste caso, a família inscrita no Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal (Cadúnico), cuja renda mensal seja de até 02 salários-mínimos.

*A inscrição no Cadúnico deve ser anterior ao início dos pagamentos na condição de baixa renda.

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Com relação à arrecadação dos segurados, é obrigação dos segurados Contribuintes Individuais o
recolhimento de suas contribuições, salvo quando prestarem serviço para empresas, quando não são
os responsáveis pelos recolhimentos, até o dia 15 do mês seguinte ao da competência. Não havendo
expediente bancário na data, o recolhimento deverá ser efetuado até o dia útil imediatamente poste-
rior.

Existe ainda a possibilidade do recolhimento trimestral, desde que os seus salários de contribuição
sejam iguais ao valor de um salário mínimo, com vencimento no dia 15 do mês seguinte ao de cada
trimestre civil.

1.4.3.7.5 Contribuição do
segurado especial
De acordo com o art. 195 § 8º, CF:
“O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem em-
pregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma
alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos ter-
mos da lei.”

A matéria foi regulamentada pelo art. 25 da Lei 8.212/91:


Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de
que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado especial, referidos, respectivamente,
na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é
de:
I - 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita bruta proveniente da comercialização
da sua produção;
II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento
das prestações por acidente do trabalho.

Esse valor é acrescido do percentual de 0,2% que deve ser recolhido em prol do Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural. Portanto, a contribuição do segurado especial será de 1,3% da receita bruta
proveniente da comercialização da sua produção.

Lembrando que o segurado especial poderá contribuir de forma facultativa, o que não o exime de
contribuir na forma obrigatória, citada no parágrafo acima.
LC - ART. 25 § 1º O segurado especial de que trata este artigo, além da contribuição obriga-
tória referida no caput, poderá contribuir, facultativamente, na forma do art. 21 desta Lei.

A responsabilidade por tal recolhimento é, via de regra, dos adquirentes da produção, existindo a
presunção do recolhimento e deverá ser feita até o dia 20 do mês seguinte à operação.

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Em resumo: O custeio da previdência funciona com o regime


denominado regime de competência e não o
Produtor Rural Pessoal Física: Contri- regime de caixa. Significa dizer que os recolhi-
buicomo contribuinte individual + contri- mentos se dão em relação ao mês/competência
buição obrigatória sobre a comercialização em que foi prestado o serviço e não regime de
da produção; caixa em que somente seria devida a contribui-
ção caso tivesse sido pagos os rendimentos.
Segurado Especial: Contribui obrigatori-
amente sobre a comercialização da produ- Assim, mesmo que o acerto da remuneração
ção rural e, se desejar, contribui facultati- acontece em período superior ou inferior a um
vamente, da mesma forma que um contri- mês, a contribuição incide considerando o mês.
buinte individual. A contribuição facultativa Também incide a contribuição mesmo que o va-
não exclui a obrigatória. lor seja devido e não tenha sido pago.

O parágrafo 4º do artigo 200 do Decreto II - para o empregado doméstico: a


3.048/99 preconiza as verbas que inte- remuneração registrada na Carteira
gram a receita da contribuição obrigatória, de Trabalho e Previdência Social,
além do valor de venda dos produtos. observadas as normas a serem estabe-
lecidas em regulamento para comprova-
ção do vínculo empregatício e do valor
1.4.3.7.6 Salário de contribuição: da remuneração;
conceito, parcelas inte- Depois da extensão das normas traba-
lhistas aos domésticos, as horas extras
grantes e não integran- e demais benefícios também integram o
tes. salário de contribuição.
O salário de contribuição está previsto no artigo III - para o contribuinte individual:
28 da LC (8.212/91) e no artigo 214 do De- a remuneração auferida em uma ou
creto. É a base de cálculo, o valor sobre o qual mais empresas ou pelo exercício de sua
vai incidir a contribuição do segurado, à exce- atividade por conta própria, durante o
ção do segurado especial, cuja contribuição in- mês, observado o limite máximo a que
cide sobre a receita bruta da comercialização se refere o § 5o;
da produção. IV - para o segurado facultativo: o
valor por ele declarado, observado o li-
Quais são as parcelas que compõe essa mite máximo a que se refere o § 5o.
base de cálculo para cada segurado?
§ 1º Quando a admissão, a dispensa, o afasta-
Segundo o artigo 28, entende-se por salá- mento ou a falta do empregado ocorrer no
rio-de-contribuição: curso do mês, o salário-de-contribuição será
I - para o empregado e trabalhador proporcional ao número de dias de trabalho
avulso: a remuneração auferida em efetivo.
uma ou mais empresas, assim enten- § 2º O salário-maternidade é considerado
dida a totalidade dos rendimentos pa- salário-de-contribuição.
gos, devidos ou creditados a qualquer § 3º O limite mínimo do salário-de-contribuição
título, durante o mês, destinados a re- corresponde ao piso salarial, legal ou norma-
tribuir o trabalho, qualquer que seja a tivo, da categoria ou, inexistindo este, ao salá-
sua forma, inclusive as gorjetas, os rio-mínimo, tomado no seu valor mensal, diário
ganhos habituais sob a forma de uti- ou horário, conforme o ajustado e o tempo de
lidades e os adiantamentos decorren- trabalho efetivo durante o mês.
tes de reajuste salarial, quer pelos ser-
viços efetivamente prestados, quer pelo O limite máximo é o teto do RGPS.
tempo à disposição do empregador ou § 7º O décimo-terceiro salário (gratifi-
tomador de serviços nos termos da lei cação natalina) integra o salário-de-con-
ou do contrato ou, ainda, de convenção tribuição, exceto para o cálculo de bene-
ou acordo coletivo de trabalho ou sen- fício, na forma estabelecida em regula-
tença normativa; mento.
O conceito do salário de contribuição não é o
mesmo de salário ou remuneração trabalhistas,
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por isso, algumas verbas recebidas pelo segu- V - as importâncias recebidas a título
rado compreenderão a base de cálculo do salá- de:
rio de contribuição e outras não serão conside- a) indenização compensatória de
radas para efeitos previdenciários. quarenta por cento do mon-
tante depositado no Fundo de
Parcelas que integram o salário de contri- Garantia do Tempo de Ser-
buição: viço, como proteção à relação de
Além daquelas previstas nos incisos do art. 28 emprego contra despedida arbi-
da LC ou art. 214 do DECRETO: trária ou sem justa causa, con-
Decreto Art. 214. forme disposto no inciso I do art.
§ 2º O salário-maternidade é consi- 10 do Ato das Disposições Cons-
derado salário-de-contribuição. titucionais Transitórias;
§ 4º A remuneração adicional de férias b) indenização por tempo de
de que trata o inciso XVII do art. 7º da serviço, anterior a 5 de outubro
Constituição Federal integra o salário- de 1988, do empregado não op-
de-contribuição. (1/3 FÉRIAS) tante pelo Fundo de Garantia do
§ 6º A gratificação natalina - décimo Tempo de Serviço;
terceiro salário - integra o salário-de- c) indenização por despedida
contribuição, exceto para o cálculo do sem justa causa do empregado
salário-de-benefício, sendo devida a nos contratos por prazo determi-
contribuição quando do pagamento ou nado, conforme estabelecido no
crédito da última parcela ou na rescisão art. 479 da Consolidação das Leis
do contrato de trabalho. do Trabalho;
§ 8º O valor das diárias para viagens, d) indenização do tempo de
quando excedente a cinqüenta por cento serviço do safrista, quando da
da remuneração mensal do empregado, expiração normal do contrato,
integra o salário-de-contribuição pelo conforme disposto no art. 14 da
seu valor total. (REVOGADO) Lei n° 5.889, de 8 de junho de
1973;
O valor das diárias deixou de integrar o salário e) incentivo à demissão;
de contribuição, independentemente do per- f) aviso prévio indenizado (Revo-
centual, conforme alínea m do § 9º do art. 214 gado pelo Decreto nº 6.727, de
do DECRETO. 2009)
g) indenização por dispensa
Parcelas que não integram o salário de sem justa causa no período de
contribuição: trinta dias que antecede a corre-
§ 9º Não integram o salário-de-contribuição, ção salarial a que se refere o art.
exclusivamente: 9º da Lei nº 7.238, de 29 de ou-
I - os benefícios da previdência so- tubro de 1984;
cial, nos termos e limites legais, ressal- h) indenizações previstas nos
vado o disposto no § 2º (ATENÇÃO, SA- arts. 496 (substitutiva da ordem
LÁRIO MATERNIDADE INTEGRA O SALÁ- de reintegração) e 497 (quando
RIO DE CONTRIBUIÇÃO); a empresa encerras as atividades
II - a ajuda de custo e o adicional sem justificativa) da Consolida-
mensal recebidos pelo aeronauta, ção das Leis do Trabalho;
nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de i) abono de férias na forma dos
outubro de 1973; arts. 143 e 144 da Consolidação
III - a parcela in natura recebida de das Leis do Trabalho;
acordo com programa de alimentação j) ganhos eventuais expres-
aprovado pelo Ministério do Trabalho e samente desvinculados do
Emprego, nos termos da Lei nº 6.321, salário por força de lei;
de 14 de abril de 1976; k) licença-prêmio indenizada;
IV - as importâncias recebidas a título l) outras indenizações, desde
de férias indenizadas e respectivo que expressamente previstas
adicional constitucional, inclusive o em lei; e
valor correspondente à dobra da remu- m) importâncias, ainda que ha-
neração de férias de que trata o art. 137 bituais, pagas a título de ajuda
da Consolidação das Leis do Trabalho; de custo, auxílio-alimentação,
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vedado o seu pagamento em di- XVI - o valor relativo à assistência


nheiro, e diárias para viagem; prestada por serviço médico ou
e odontológico, próprio ou não, inclusive
n) prêmios e abonos o reembolso de despesas com medica-
VI - a parcela recebida a título de vale- mentos, óculos, aparelhos ortopédicos,
transporte, ainda que paga em di- próteses, órteses, despesas médico-
nheiro, na forma da legislação própria; hospitalares e outras similares, mesmo
VII - a ajuda de custo, em parcela quando concedido em diferentes moda-
única, recebida exclusivamente em de- lidades de planos e coberturas;
corrência de mudança de local de tra- XVII - o valor correspondente a vestu-
balho do empregado, na forma do art. ários, equipamentos e outros aces-
470 da Consolidação das Leis do Traba- sórios fornecidos ao empregado e utili-
lho; zados no local do trabalho para presta-
VIII - as diárias para viagens, desde ção dos respectivos serviços;
que não excedam a cinqüenta por XVIII - o ressarcimento de despesas
cento da remuneração mensal do em- pelo uso de veículo do empregado,
pregado; (REVOGADO) quando devidamente comprovadas;
IX - a importância recebida a título de XIX - o valor relativo a plano educaci-
bolsa de complementação educacio- onal ou bolsa de estudo que vise à
nal de estagiário, quando paga nos educação básica de empregados e de
termos do disposto na Lei nº 11.788, de seus dependentes e, desde que vincu-
2008; lada às atividades desenvolvidas pela
X - a participação do empregado nos empresa, à educação profissional e tec-
lucros ou resultados da empresa, nológica de empregados, nos termos do
quando paga ou creditada de acordo disposto na Lei nº 9.394, de 20 de de-
com lei específica; zembro de 1996, observados os seguin-
XI - o abono do Programa de Integra- tes requisitos:
ção Social/Programa de Assistência a) o valor não ser utilizado em
ao Servidor Público; substituição de parcela salarial; e
XII - os valores correspondentes a b) o valor mensal do plano edu-
transporte, alimentação e habitação cacional ou da bolsa de estudo,
fornecidos pela empresa ao empre- considerado individualmente,
gado contratado para trabalhar em loca- não ultrapassar cinco por cento
lidade distante da de sua residência, em do valor da remuneração do se-
canteiro de obras ou local que, por força gurado a que se destina ou o va-
da atividade, exija deslocamento e es- lor correspondente a cento e cin-
tada, observadas as normas de proteção quenta por cento do valor do li-
estabelecidas pelo Ministério do Traba- mite mínimo mensal do salário
lho e Emprego; de contribuição, o que for maior;
XIII - a importância paga ao empre- XXI - os valores recebidos em decorrên-
gado a título de complementação ao cia da cessão de direitos autorais; e
valor do auxílio-doença desde que XXII - o valor da multa paga ao em-
este direito seja extensivo à totalidade pregado em decorrência da mora no
dos empregados da empresa; pagamento das parcelas constantes do
XIV - as parcelas destinadas à assis- instrumento de rescisão do contrato de
tência ao trabalhador da agroindús- trabalho, conforme previsto no § 8º do
tria canavieira de que trata o art. 36 art. 477 da Consolidação das Leis do
da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de Trabalho.
1965; XXIII - o reembolso creche pago em
XV - o valor das contribuições efetiva- conformidade com a legislação traba-
mente pago pela pessoa jurídica relativo lhista, observado o limite máximo de
a programa de previdência comple- seis anos de idade da criança, quando
mentar privada, aberta ou fechada, devidamente comprovadas as despesas;
desde que disponível à totalidade de XXIV - o reembolso babá, limitado ao
seus empregados e dirigentes, observa- menor salário-de-contribuição mensal e
dos, no que couber, os arts. 9º e 468 da condicionado à comprovação do registro
Consolidação das Leis do Trabalho; na Carteira de Trabalho e Previdência
Social da empregada, do pagamento da
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remuneração e do recolhimento da con- conclusivo para concessão ou revisão de bene-


tribuição previdenciária, pago em con- fício previdenciário requerido) e emissão da
formidade com a legislação trabalhista, Certidão relativa ao Tempo de Contribuição.
observado o limite máximo de seis anos
de idade da criança; e 1.4.3.8 Obrigações acessórias
XXV - o valor das contribuições efetiva-
São obrigações de fazer ou de não fazer, no in-
mente pago pela pessoa jurídica relativo
teresse da arrecadação ou fiscalização dos tri-
a prêmio de seguro de vida em
butos. Além disso, as obrigações impostas aos
grupo, desde que previsto em acordo
sujeitos em face da previdência e da receita fe-
ou convenção coletiva de trabalho e dis-
deral.
ponível à totalidade de seus emprega-
dos e dirigentes, observados, no que
Como as contribuições ostentam a natureza ju-
couber, os arts. 9º e 468 da Consolida-
rídica tributária, a legislação criou obrigações
ção das Leis do Trabalho.
para as empresas e outras pessoas físicas e ju-
XXVI - o valor correspondente ao vale-
rídicas que são de interesse da fiscalização, ar-
cultura. (Incluído pelo Decreto nº
recadação das contribuições sociais e do pró-
10.410, de 2020)
prio INSS.
§ 15. O valor mensal do auxílio-acidente
O art. 225 e seguintes do Decreto 3.048/99
integra o salário-de-contribuição, para
constituem obrigações das empresas e das en-
fins de cálculo do salário-de-benefício de
tidades que lhe são equiparadas. Vale a leitura,
qualquer aposentadoria, observado, no que
pois as questões cobram a literalidade da lei:
couber, o disposto no art. 32.
§ 16. Não se considera remuneração direta ou
Art. 225 A empresa é também obri-
indireta os valores despendidos pelas entidades
gada a:
religiosas e instituições de ensino vocacional
I - preparar folha de pagamento da
com ministro de confissão religiosa, membros
remuneração paga, devida ou credi-
de instituto de vida consagrada, de congrega-
tada a todos os segurados a seu serviço,
ção ou de ordem religiosa em face do seu mis-
devendo manter, em cada estabeleci-
ter religioso ou para sua subsistência, desde
mento, uma via da respectiva folha e re-
que fornecidos em condições que independam
cibos de pagamentos;
da natureza e da quantidade do trabalho exe-
II - lançar mensalmente em títulos
cutado.
próprios de sua contabilidade, de forma
discriminada, os fatos geradores de
1.4.3.7.7 Arrecadação e todas as contribuições, o montante
Recolhimento de das quantias descontadas, as contribui-
Contribuições ções da empresa e os totais recolhidos;
Hoje, questões referentes à arrecadação e ao III - prestar ao Instituto Nacional do
recolhimento das contribuições sociais destina- Seguro Social e à Secretaria da Receita
das à Seguridade Social estão a cargo da Se- Federal todas as informações cadas-
cretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), trais, financeiras e contábeis de inte-
criada pela Lei 11.457/07. Por muito tempo, a resse dos mesmos, na forma por eles
União delegou tal tarefa ao INSS. estabelecida, bem como os esclareci-
mentos necessários à fiscalização;
Assim, é competência da SRFB planejar, exe- IV - informar mensalmente ao Insti-
cutar, normatizar, acompanhar e avaliar as ati- tuto Nacional do Seguro Social, por in-
vidades relativas à tributação, à fiscalização, à termédio da Guia de Recolhimento do
arrecadação, à cobrança e ao recolhimento de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
todas as contribuições sociais e destinadas ao e Informações à Previdência Social, na
orçamento federal da Seguridade Social. forma por ele estabelecida, dados ca-
dastrais, todos os fatos geradores de
Ao INSS fica o encargo de concessão e manu- contribuição previdenciária e outras
tenção de benefícios, gestão dos recursos do informações de interesse daquele
Fundo do Regime Geral de Previdência Social, Instituto;
cálculo do montante das contribuições sociais, VI - afixar cópia da Guia da Previ-
emissão do correspondente documento de ar- dência Social, relativamente à compe-
recadação (apenas quando do atendimento tência anterior, durante o período de um

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mês, no quadro de horário de que trata § 5º A empresa manterá arquivados os


o art. 74 da Consolidação das Leis do documentos comprobatórios do cumpri-
Trabalho. mento das obrigações de que trata este
VII - informar, anualmente, à Secreta- artigo e os documentos comprobatórios
ria da Receita Federal do Brasil, na do pagamento de benefícios previdenci-
forma por ela estabelecida, o nome, o ários reembolsados até que ocorra a
número de inscrição na previdência so- prescrição relativa aos créditos decor-
cial e o endereço completo dos segura- rentes das operações a que os docu-
dos de que trata o inciso III do § 15 do mentos se refiram, observados o dis-
art. 9°, por ela utilizados no período, a posto no § 22 e nas normas estabeleci-
qualquer título, para distribuição ou co- das pela Secretaria Especial da Receita
mercialização de seus produtos, sejam Federal do Brasil do Ministério da Econo-
eles de fabricação própria ou de tercei- mia e pelo Conselho Curador do Fundo
ros, sempre que se tratar de empresa de Garantia do Tempo de Serviço. (Re-
que realize vendas diretas. (Incluído dação dada pelo Decreto nº 10.410, de
pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 2020)
VIII - comunicar, mensalmente, os § 6º O Instituto Nacional do Seguro So-
empregados a respeito dos valores cial e a Caixa Econômica Federal esta-
descontados de sua contribuição belecerão normas para disciplinar a en-
previdenciária e, quando for o caso, trega da Guia de Recolhimento do Fundo
dos valores da contribuição do empre- de Garantia do Tempo de Serviço e In-
gador incidentes sobre a remuneração formações à Previdência Social, nos ca-
do mês de competência por meio de sos de rescisão contratual.
contracheque, recibo de pagamento ou § 8º O disposto neste artigo aplica-se,
documento equivalente. (Incluído pelo no que couber, aos demais contribuintes
Decreto nº 10.410, de 2020) e ao adquirente, consignatário ou coo-
§ 1° As informações prestadas na Guia perativa, sub-rogados na forma deste
de Recolhimento do Fundo de Garantia Regulamento.
do Tempo de Serviço e Informações à § 9º A folha de pagamento de que trata
Previdência Social servirão como base o inciso I do caput, elaborada mensal-
de cálculo das contribuições arrecada- mente, de forma coletiva por estabele-
das pelo Instituto Nacional do Seguro cimento da empresa, por obra de cons-
Social, comporão a base de dados para trução civil e por tomador de serviços,
fins de cálculo e concessão dos benefí- com a correspondente totalização, de-
cios previdenciários, bem como consti- verá:
tuir-se-ão em termo de confissão de dí- I - discriminar o nome dos segurados,
vida, na hipótese do não-recolhimento. indicando cargo, função ou serviço pres-
§ 2° A entrega da Guia de Recolhimento tado;
do Fundo de Garantia do Tempo de Ser- II - agrupar os segurados por categoria,
viço e Informações à Previdência Social assim entendido: segurado empregado,
deverá ser efetuada na rede bancária, trabalhador avulso, contribuinte indivi-
conforme estabelecido pelo Ministério da dual;
Previdência e Assistência Social, até o III - destacar o nome das seguradas em
dia sete do mês seguinte àquele a que gozo de salário-maternidade;
se referirem as informações. (Redação IV - destacar as parcelas integrantes e
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) não integrantes da remuneração e os
§ 3º A Guia de Recolhimento do Fundo descontos legais; e
de Garantia do Tempo de Serviço e In- V - indicar o número de quotas de salá-
formações à Previdência Social é exigida rio-família atribuídas a cada segurado
relativamente a fatos geradores ocorri- empregado ou trabalhador avulso.
dos a partir de janeiro de 1999. § 10. No que se refere ao trabalhador
§ 4º O preenchimento, as informações portuário avulso, o órgão gestor de
prestadas e a entrega da Guia de Reco- mão-de-obra elaborará a folha de paga-
lhimento do Fundo de Garantia do mento por navio, mantendo-a disponível
Tempo de Serviço e Informações à Pre- para uso da fiscalização do Instituto Na-
vidência Social são de inteira responsa- cional do Seguro Social, indicando o
bilidade da empresa. operador portuário e os trabalhadores

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que participaram da operação, deta- cumprimento das demais normas legais


lhando, com relação aos últimos: e regulamentares referentes à escritura-
I - os correspondentes números de re- ção contábil.
gistro ou cadastro no órgão gestor de § 16. São desobrigadas de apresen-
mão-de-obra; tação de escrituração contábil:
II - o cargo, função ou serviço prestado; I - o pequeno comerciante, nas condi-
III - os turnos em que trabalharam; e ções estabelecidas pelo Decreto-lei nº
IV - as remunerações pagas, devidas ou 486, de 3 de março de 1969, e seu Re-
creditadas a cada um dos trabalhadores gulamento;
e a correspondente totalização. II - a pessoa jurídica tributada com
§ 11. No que se refere ao parágrafo an- base no lucro presumido, de acordo
terior, o órgão gestor de mão-de-obra com a legislação tributária federal,
consolidará as folhas de pagamento re- desde que mantenha a escrituração do
lativas às operações concluídas no mês Livro Caixa e Livro de Registro de Inven-
anterior por operador portuário e por tário; e
trabalhador portuário avulso, indicando, III - a pessoa jurídica que optar pela
com relação a estes, os respectivos nú- inscrição no Sistema Integrado de Paga-
meros de registro ou cadastro, as datas mento de Impostos e Contribuições das
dos turnos trabalhados, as importâncias Microempresas e Empresas de Pe-
pagas e os valores das contribuições queno Porte, desde que mantenha es-
previdenciárias retidas. crituração do Livro Caixa e Livro de Re-
§ 12. Para efeito de observância do li- gistro de Inventário.
mite máximo da contribuição do segu- § 17. A empresa, agência ou sucursal
rado trabalhador avulso, de que trata o estabelecida no exterior deverá apre-
art. 198, o órgão gestor de mão-de-obra sentar os documentos comprobatórios
manterá resumo mensal e acumulado, do cumprimento das obrigações referi-
por trabalhador portuário avulso, dos das neste artigo à sua congênere no
valores totais das férias, do décimo ter- Brasil, observada a solidariedade de que
ceiro salário e das contribuições previ- trata o art. 222.
denciárias retidas. § 18. Para o cumprimento do disposto
§ 13. Os lançamentos de que trata o in- no inciso V do caput serão observadas
ciso II do caput, devidamente escritura- as seguintes situações:
dos nos livros Diário e Razão, serão exi- I - caso a empresa possua mais de um
gidos pela fiscalização após noventa dias estabelecimento localizado em base ge-
contados da ocorrência dos fatos gera- ográfica diversa, a cópia da Guia da Pre-
dores das contribuições, devendo, obri- vidência Social será encaminhada ao
gatoriamente: sindicato representativo da categoria
I - atender ao princípio contábil do re- profissional mais numerosa entre os
gime de competência; e empregados de cada estabelecimento;
II - registrar, em contas individualiza- II - a empresa que recolher suas contri-
das, todos os fatos geradores de contri- buições em mais de uma Guia da Previ-
buições previdenciárias de forma a iden- dência Social encaminhará cópia de to-
tificar, clara e precisamente, as rubricas das as guias;
integrantes e não integrantes do salário- III - a remessa poderá ser efetuada por
de-contribuição, bem como as contribui- qualquer meio que garanta a reprodu-
ções descontadas do segurado, as da ção integral do documento, cabendo à
empresa e os totais recolhidos, por es- empresa manter, em seus arquivos,
tabelecimento da empresa, por obra de prova do recebimento pelo sindicato; e
construção civil e por tomador de servi- IV - cabe à empresa a comprovação,
ços. perante a fiscalização do Instituto Naci-
§ 14. A empresa deverá manter à dis- onal do Seguro Social, do cumprimento
posição da fiscalização os códigos ou de sua obrigação frente ao sindicato.
abreviaturas que identifiquem as res- § 19. O órgão gestor de mão-de-obra
pectivas rubricas utilizadas na elabora- deverá, quando exigido pela fiscalização
ção da folha de pagamento, bem como do Instituto Nacional do Seguro Social,
os utilizados na escrituração contábil. exibir as listas de escalação diária dos
§ 15. A exigência prevista no inciso II trabalhadores portuários avulsos, por
do caput não desobriga a empresa do operador portuário e por navio.
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§ 20. Caberá exclusivamente ao órgão § 1º A relação a que se refere o caput


gestor de mão-de-obra a responsabili- será encaminhada ao INSS até o dia dez
dade pela exatidão dos dados lançados do mês seguinte àquele a que se referi-
nas listas diárias referidas no parágrafo rem os documentos. (Redação dada pelo
anterior. Decreto nº 4.032, de 2001)
§ 21. Fica dispensado do cumprimento § 2º O encaminhamento da relação fora
do disposto nos incisos V e VI do caput do prazo ou a sua falta e a apresentação
o contribuinte individual, em relação a com incorreções ou omissões sujeitará o
segurado que lhe presta serviço. (Reda- dirigente do órgão municipal à penali-
ção dada pelo Decreto nº 3.265, de dade prevista na alínea "f" do inciso I do
1999) art. 283.
§ 22. A empresa que utiliza sistema de
processamento eletrônico de dados para 1.4.3.8.1.1 Regularização dos
o registro de negócios e atividades eco- débitos prescritos do
nômicas, escrituração de livros ou pro-
dução de documentos de natureza con-
contribuinte indivi-
tábil, fiscal, trabalhista e previdenciária dual
fica obrigada a arquivar e conservar, de- Conforme o art. 30, II da Lei 8.212/91, os re-
vidamente certificados, os sistemas e os colhimentos do contribuinte individual devem
arquivos, em meio eletrônico ou asse- ser realizados dentro do prazo estipulado por
melhado, durante o prazo decadencial lei e comprovados por meio de carnês e guias
de que trata o art. 348, os quais ficarão de recolhimento.
à disposição da fiscalização. (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020) Todavia, o contribuinte individual que com-
§ 23. A cooperativa de trabalho e a prove atividade laborativa, mas que tenha dei-
pessoa jurídica são obrigadas a efe- xado de contribuir, independentemente de es-
tuar a inscrição no Instituto Nacional tar ou não inscrito como segurado da previdên-
do Seguro Social dos seus cooperados e cia, poderá aproveitar o tempo laborado, mas
contratados, respectivamente, como sem contribuição previdenciária, mediante o
contribuintes individuais, se ainda recolhimento das contribuições que poderiam
não inscritos. (Incluído pelo Decreto nº ser vertidas - parcelas não prescritas - ou me-
4.729, de 2003) diante indenização do sistema previdenciário.
§ 24. A empresa ou cooperativa adqui-
rente, consumidora ou consignatária da Destaca-se que tais períodos não podem ser
produção fica obrigada a fornecer ao se- computados para efeitos de carência.
gurado especial cópia do documento fis- Sobre a indenização, reza o artigo 45-A:
cal de entrada da mercadoria, onde Art. 45-A. O contribuinte individual que
conste, além do registro da operação re- pretenda contar como tempo de contri-
alizada, o valor da respectiva contribui- buição, para fins de obtenção de benefí-
ção previdenciária. (Incluído pelo De- cio no Regime Geral de Previdência So-
creto nº 6.722, de 2008). cial ou de contagem recíproca do tempo
§ 25. A contribuição do empregador de de contribuição, período de atividade re-
que trata o inciso VIII do caput compre- munerada alcançada pela decadência
ende aquela destinada ao seguro de aci- (em atraso a mais de 5 anos) deverá
dentes do trabalho e ao financiamento indenizar o INSS.
da aposentadoria especial, sem prejuízo § 1º O valor da indenização a que se re-
de outras contribuições incidentes sobre fere o caput deste artigo e o § 1º do art.
a remuneração do empregado. (Incluído 55 da Lei no 8.213, de 24 de julho de
pelo Decreto nº 10.410, de 2020) 1991, corresponderá a 20% (vinte por
Art. 226. O Município, por intermédio cento):
do órgão competente, fornecerá ao Ins- I - da média aritmética simples dos mai-
tituto Nacional do Seguro Social, para ores salários-de-contribuição, reajusta-
fins de fiscalização, mensalmente, rela- dos, correspondentes a 80% (oitenta
ção de todos os alvarás para construção por cento) de todo o período contributivo
civil e documentos de "habite-se" con- decorrido desde a competência julho de
cedidos, de acordo com critérios estabe- 1994; ou
lecidos pelo referido Instituto. II - da remuneração sobre a qual inci-

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dem as contribuições para o regime pró- • Crédito tributário ou outra exação de


prio de previdência social a que estiver objeto de ação judicial proposta pelo su-
filiado o interessado, no caso de indeni- jeito passivo com depósito do montante
zação para fins da contagem recíproca discutido;
de que tratam os arts. 94 a 99 da Lei no • Tributo ou outra exação qualquer, en-
8.213, de 24 de julho de 1991, observa- quanto não integralmente pago parcela-
dos o limite máximo previsto no art. 28 mento anterior relativo ao mesmo tri-
e o disposto em regulamento. buto ou exação, salvo na hipótese de re-
§ 2º Sobre os valores apurados na parcelamento;
forma do § 1º deste artigo incidirão juros • Tributos devidos por pessoa jurídica
moratórios de 0,5% (cinco décimos por com falência ou pessoa física com insol-
cento) ao mês, capitalizados anual- vência civil decretadas.
mente, limitados ao percentual máximo
de 50% (cinqüenta por cento), e multa Dever do titular cartorário
de 10% (dez por cento). (Incluído pela ***LC- Art. 68. O Titular do Cartório de Regis-
Lei Complementar nº 128, de 2008) tro Civil de Pessoas Naturais remeterá ao INSS,
§ 3º O disposto no § 1º deste artigo não em até 1 (um) dia útil, pelo Sistema Nacional
se aplica aos casos de contribuições em de Informações de Registro Civil (Sirc) ou por
atraso não alcançadas pela decadência outro meio que venha a substituí-lo, a relação
do direito de a Previdência constituir o dos nascimentos, dos natimortos, dos casa-
respectivo crédito, obedecendo-se, em mentos, dos óbitos, das averbações, das ano-
relação a elas, as disposições aplicadas tações e das retificações registradas na serven-
às empresas em geral. tia (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019).
§ 4º No caso de não haver sido registrado ne-
ATENÇÃO - Não incide multa e juros para in- nhum nascimento, natimorto, casamento, óbito
denização de contribuições anteriores a ou averbações, anotações e retificações no
11/10/1996 mês, deverá o Titular do Cartório de Registro
Civil de Pessoas Naturais comunicar este fato
ao INSS até o 5º (quinto) dia útil do mês sub-
É possível, portanto, efetuar recolhimentos de
contribuições em atraso, ainda que o período sequente. (Redação dada pela Lei nº 13.846,
de 2019)
tenha sido alcançado pela decadência, ou seja,
§ 5º O descumprimento de qualquer obrigação
mesmo que já tenha decorrido 5 anos desde a
imposta neste artigo e o fornecimento de infor-
data em que a contribuição deveria ter sido
paga. Nesses casos, os pagamentos em atraso mação inexata sujeitarão o Titular do Cartório
de Registro Civil de Pessoas Naturais, além de
são chamados de indenização e o período inde-
outras penalidades previstas, à penalidade pre-
nizado será considerado como tempo de contri-
buição no RGPS e poderá ser aproveitado para vista no art. 92 desta Lei e à ação regressiva
proposta pelo INSS, em razão dos danos sofri-
fins de contagem recíproca, junto a outro re-
dos. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
gime de previdência.

É o caso, por exemplo, de um contribuinte in- 1.4.3.8.1.2 Prova de inexistência


dividual que deixou de pagar as contribuições de débito
referentes ao ano de 2003 e decide indenizá- Para realizar muitas transações, as empresas
las somente em 2021. Poderá, então, efetuar o precisam apresentar a prova de inexistência do
recolhimento dos valores, mesmo tendo decor- débito com o INSS.
rido mais de 5 anos desse atraso.
A certidão negativa de débito (CND) é exigida
O pedido importa confissão de dívida irretratá- nos seguintes casos:
vel. O parcelamento pode ser feito em no má- Art. 47. É exigida Certidão Negativa de Débito-
ximo 60 parcelas e o deferimento constitui dí- CND, fornecida pelo órgão competente, nos se-
vida ativa. Não será concedido parcelamento guintes casos:
relativo a: I - da empresa:
• Tributos passíveis de retenção na fonte, a) na contratação com o Poder Público e
de desconto de terceiros ou de sub-ro- no recebimento de benefícios ou incen-
gação; tivo fiscal ou creditício concedido por
ele;

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b) na alienação ou oneração, a qualquer • O prazo de validade da Certidão


título, de bem imóvel ou direito a ele re- Negativa de Débito - CND é de ses-
lativo; senta dias, contados da sua emissão,
c) na alienação ou oneração, a qualquer podendo ser ampliado por regula-
título, de bem móvel de valor superior a mento para até cento e oitenta
Cr$ 2.500.000,00 (dois milhões e qui- dias.
nhentos mil cruzeiros) incorporado ao
ativo permanente da empresa; (Valores Independe de prova de inexistência de dé-
atualizados, junto a Receita Federal do bito:
Brasil) a) a lavratura ou assinatura de instru-
d) no registro ou arquivamento, no ór- mento, ato ou contrato que constitua re-
gão próprio, de ato relativo a baixa ou tificação, ratificação ou efetivação de
redução de capital de firma individual, outro anterior para o qual já foi feita a
redução de capital social, cisão total ou prova;
parcial, transformação ou extinção de b) a constituição de garantia para con-
entidade ou sociedade comercial ou civil cessão de crédito rural, em qualquer de
e transferência de controle de cotas de suas modalidades, por instituição de
sociedades de responsabilidade limi- crédito pública ou privada, desde que o
tada; contribuinte referido no art. 25, não seja
II - do proprietário, pessoa física ou jurídica, responsável direto pelo recolhimento de
de obra de construção civil, quando de sua contribuições sobre a sua produção para
averbação no registro de imóveis, salvo no caso a Seguridade Social;
do inciso VIII do art. 30 (“Inciso VIII do art. 30, c) a averbação prevista no inciso II
Lei nº 8.212/1991: VIII - nenhuma contribui- deste artigo, relativa a imóvel cuja cons-
ção à Seguridade Social é devida se a constru- trução tenha sido concluída antes de 22
ção residencial unifamiliar, destinada ao uso de novembro de 1966.
próprio, de tipo econômico, for executada sem d) o recebimento pelos Municípios de
mão-de-obra assalariada, observadas as exi- transferência de recursos destinados a
gências do regulamento”.). ações de assistência social, educação,
• A prova de inexistência de débito deve saúde e em caso de calamidade pública.
ser exigida da empresa em relação a e) averbação da construção civil locali-
todas as suas dependências, estabele- zada em área objeto de regularização
cimentos e obras de construção civil, fundiária de interesse social, na forma
independentemente do local onde se da Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009.
encontrem, ressalvado aos órgãos
competentes o direito de cobrança de • O condômino adquirente de unidades
qualquer débito apurado posterior- imobiliárias de obra de construção civil
mente. não incorporada na forma da Lei nº
• A prova de inexistência de débito, 4.591, de 16 de dezembro de 1964,
quando exigível ao incorporador, inde- poderá obter documento comprobató-
pende da apresentada no registro de rio de inexistência de débito, desde
imóveis por ocasião da inscrição do que comprove o pagamento das con-
memorial de incorporação. tribuições relativas à sua unidade,
• Fica dispensada a transcrição, em ins- conforme dispuser o regulamento.
trumento público ou particular, do in- • A prática de ato com inobservância do
teiro teor do documento comprobató- disposto no artigo nessa matéria, ou o
rio de inexistência de débito, bastando seu registro, acarretará a responsabi-
a referência ao seu número de série e lidade solidária dos contratantes e do
data da emissão, bem como a guarda oficial que lavrar ou registrar o instru-
do documento comprobatório à dispo- mento, sendo o ato nulo para todos os
sição dos órgãos competentes. efeitos.
• O documento comprobatório de inexis- • Os órgãos competentes podem intervir
tência de débito poderá ser apresen- em instrumento que depender de
tado por cópia autenticada, dispen- prova de inexistência de débito, a fim
sada a indicação de sua finalidade, ex- de autorizar sua lavratura, desde que
ceto no caso do inciso II deste artigo. o débito seja pago no ato ou o seu pa-
gamento fique assegurado mediante

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confissão de dívida fiscal com o ofere-


cimento de garantias reais suficientes,
na forma estabelecida em regula-
mento
• Em se tratando de alienação de bens
do ativo de empresa em regime de li-
quidação extrajudicial, visando à ob-
tenção de recursos necessários ao pa-
gamento dos credores, independente-
mente do pagamento ou da confissão
de dívida fiscal, o Instituto Nacional do
Seguro Social-INSS poderá autorizar a
lavratura do respectivo instrumento,
desde que o valor do crédito previden-
ciário conste, regularmente, do quadro
geral de credores, observada a ordem
de preferência legal.
• O servidor, o serventuário da Justiça,
o titular de serventia extrajudicial e a
autoridade ou órgão que infringirem o
disposto no artigo anterior incorrerão
em multa aplicada na forma estabele-
cida no art. 92, sem prejuízo da res-
ponsabilidade administrativa e penal
cabível.

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Regime Geral de Previdência que este possui um conjunto de regras e defi-


Social nições que permitem sua plena aplicação sem
necessidade de recorrer a outros ramos do Di-
1.5 Legislação Previdenciária reito.
Antes de avançarmos no estudo do Direito Pre-
videnciário, é importante conceituar e, tam- 1.5.2 Fontes
bém, entender algumas regras gerais sobre le-
gislação, com fundamento na Lei de Introdução Como bem explica Kertzman (2020), fonte do
às Normas de Direito Brasileiro. direito é “todo fato social gerador de normas
jurídicas previdenciárias. Dividem-se em mate-
Quando se pensa em Previdência, é impossível riais e formais.”
não relacionar o termo com as situações de um
idoso que se aposenta, ou de uma pessoa do- Fonte material são fatos sociais que implicam
ente que precisa de auxílio. Pensar em Previ- em produção de leis para regulamentação ou
dência é pensar no amparo do trabalhador e de atualização do direito. Cito exemplos: com a
seus dependentes que estão passando por uma população vivendo cada vez mais (ou seja, com
fase na qual não existe forma de buscar sus- expectativa de vida aumentando), é necessário
tento pelo trabalho, seja por idade avançada, pensar em Reforma Previdenciária, tornando a
doença, morte e outros. previdência autossustentável.

Quando falamos sobre a legislação previdenci- Em uma época remota, era impensável a lega-
ária, falamos do conjunto de normas que disci- lização de casamento de casais do mesmo
plinam as regras de proteção a essas pessoas. sexo, porém, hoje, isso é uma realidade e a le-
O estudo do Regime Geral de Previdência Social gislação previdenciária deve acompanhar essas
tem, como principais normas: evoluções, prevendo, nas normas, a possibili-
• a Constituição Federal; dade de pensão e, até mesmo, de concessão de
• a Lei nº 8.212/91 – Plano de Custeio da Se- salário maternidade para estes casais.
guridade Social;
• a Lei nº 8.213/91 – Plano de Benefícios da A sociedade está em constante movimento e a
Previdência Social; legislação deverá acompanhar.
• o Decreto 3.048/99 – Regulamento da Previ-
dência Social. Já as fontes formais são a lei, as normas já re-
gulamentadas, escritas, que regem o Direito
A partir deste breve conceito, abordaremos a Previdenciário. Doutrinariamente, dividem-se
Autonomia, as Fontes, a Hierarquia, a Interpre- as fontes formais em:
tação, a Aplicação e a Integração da norma, • Fontes Estatais e Não Estatais: as pri-
que se trata de regras gerais aplicadas ao di- meiras derivam da lei em sentido amplo
reito. e as segundas correspondem à Doutrina
(produção científica de estudioso do Di-
reito) e aos costumes (ações reiteradas
1.5.1 Autonomia que parecem ser parte do ordenamento
O Direito Previdenciário é um ramo do Direito jurídico);
Público, o que significa que predominam regras • Fontes Primárias e Secundárias: as pri-
de direito público sobre o particular. márias (como, por exemplo: Lei em sen-
tido amplo, Medida Provisória, etc.) são
Exemplificando: em um contrato de compra e as normas que originam o Direito e as
venda de um imóvel entre duas pessoas físicas, secundárias (como, por exemplo: de-
existe a liberdade de negociar (dentro dos limi- cretos, pareceres, instrução normativa,
tes que a lei impõe), podendo ajustar valores, etc.) regulamentam o Ordenamento Ju-
entrega, entre outros detalhes. Já quando se rídico.
trata da aposentadoria, no RGPS, não existe a
possibilidade de negociação: a pessoa deverá 1.5.3 Hierarquia
enquadrar-se nas regras impostas para todos
pela lei e o servidor deverá conceder benefícios, A hierarquia nada mais é que a superioridade
caso a pessoa preencha os requisitos. de uma norma sobre a outra. Aqui, temos a fa-
mosa Pirâmide de Kelsen:
O Direito Previdenciário é um ramo dotado de
autonomia, o que significa, de forma didática,

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à Previdência Social (artigo 24, XII, parágrafo


segundo, da CF).

1.5.4 Aplicação
Aplicar a norma nada mais é que a técnica de
aplicar a lei prevista para o fato concreto.
Se o sujeito possui 65 anos de idade e 25 anos
de contribuição e solicita aposentadoria na Pre-
vidência, cabe ao INSS analisar se este preen-
che os requisitos que a lei prevê. Em caso po-
sitivo e existindo previsão para tal solicitação,
conceder-se-á o benefício.
A problemática ocorre quando a lei é omissa,
ou seja, o legislador não conseguiu prever to-
das as situações que poderiam surgir na socie-
dade que está em constante modificação, não
restando clareza para a aplicação ao caso con-
• Normas Constitucionais (CF e Emendas creto.
Constitucionais); Neste ponto é que entra nosso próximo tópico:
• Leis: Complementares, Ordinárias, De- Integração da Norma.
legadas; Medidas Provisórias, Decretos
Legislativos e Resoluções do Senado; 1.5.5 Integração da Norma
• Decretos Regulamentares, Instruções
Quando a lei é omissa quanto ao fato concreto,
Normativas ministeriais, circulares, ori-
utiliza-se a integração da norma, que está pre-
entações, portarias;
vista no artigo 4º da Lei de Introdução às Nor-
• Normas Infralegais.
mas do Direito Brasileiro (LINDB):
Desta forma, se uma norma inferior for confli-
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz
tante com a superior, aplica-se a norma supe-
decidirá o caso de acordo com a analo-
rior. Já quando existe conflito de normas de
gia, os costumes e os princípios gerais
mesma hierarquia, aplicam-se as seguintes re-
de direito.
gras:
• Norma específica sobre a geral;
Vamos entender melhor esses institutos:
• In dubio pro misero: se existem dúvi-
das, aplica-se a lei que beneficia a parte
Analogia: aplicar, no caso concreto, a norma
mais fraca da relação. Na relação previ-
já existente para caso distinto, mas seme-
denciária, o beneficiário é a parte mais
lhante. Ela se divide em:
fraca com relação a Previdência.
• Legal: aplicação da norma jurídica pró-
xima;
Quanto à competência para legislar, a CF de-
• Jurídica: aplicação de um conjunto de
termina que esta é ação privativa da União, nos
normas jurídicas semelhantes.
termos de seu artigo 22, inciso XXIII, bem
como, sobre o Regime Geral de Previdência So-
Por exemplo: imagine um divórcio entre um ca-
cial (RGPS). Porém, a União poderá, através de
sal que possui um cachorro. Ambos querem o
Lei Complementar, autorizar os Estados a legis-
cachorro, pois o animal é como um filho para
larem sobre a Seguridade.
eles. Como não é possível vender o cão e dividir
o dinheiro, frente a todo apego emocional, o
No entanto, é competência comum dos entes
juiz pode aplicar as regras sobre a guarda de
federativos (União, Estados, Distrito Federal e
filhos, determinando com quem fica, dias e ho-
Municípios) legislar sobre matérias relativas à
rários de visitas, etc.
saúde e à assistência social (artigo 23, II, da
CF).
Costumes: é a prática constante e geral de um
ato com a certeza de ser norma jurídica. Te-
Será de competência concorrente, cabendo à
mos, como exemplo, o cheque pré-datado, que
União estabelecer normas gerais e, aos Estados
não é previsto legalmente, mas seu uso é res-
Membros, Distrito Federal e Municípios, caberá
peitado e, inclusive, tal prática é amparada pela
estabelecer normas suplementares com relação

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Jurisprudência (que compreende o entendi- Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir


mento dos nossos Tribunais sobre determinada a lei, alegando que não a conhece.
matéria frente à legislação).
Quando uma lei é publicada, ela passa a ter vi-
Princípios gerais de direito: estão na norma gência, sendo aplicada em um determinado ter-
de forma implícita, orientando o Direito, como ritório (espaço) e, em regra, por tempo inde-
por exemplo, a boa-fé. terminado (tempo). O início da vigência poderá
ser de imediato ou após um prazo definido na
A equidade é um ideal de justiça, não previsto própria lei. Ao final da lei, quando publicada,
expressamente na LINDB, tratado como um sempre aparece o momento que a lei entra em
meio de auxiliar na missão de integrar a norma. vigor. Vamos a alguns exemplos:

1.5.6 Vigência a) Código Civil, previsão do art. 2.044:


Para uma lei ser aplicada, ela precisa ser válida
Art. 2.044 Este Código entrará em vi-
no momento em que se concretiza o ato.
gor 1 (um) ano após a sua publicação.
Em geral, as normas são vigentes por tempo
b) Lei do Macarrão (sim, existe o dia oficial
indeterminado, até que outra norma venha re-
do macarrão, estipulado em lei):
vogar. As normas também poderão sofrer alte-
Conforme a Lei nº 13.050, de 8 de dezembro
rações (algo muito constante no Direito Previ-
de 2014, art. 2º:
denciário)
Esta Lei entra em vigor na data de sua
Antes de adentrarmos ao tema, veremos, a se-
publicação.
guir, o embasamento legal da LINDB:
Perceba que, quanto maior o impacto da lei no
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei
dia a dia das pessoas, maior será o tempo da
começa a vigorar em todo o país qua-
denominada “vacatio legis”. E o que seria isso?
renta e cinco dias depois de oficialmente
publicada.
No exemplo dado, vimos que o Código Civil en-
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obri-
traria em vigor depois de um ano da sua publi-
gatoriedade da lei brasileira, quando ad-
cação. Esse um ano é denominado vacatio le-
mitida, se inicia três meses depois de
gis. No período que aguardamos a lei entrar em
oficialmente publicada.
vigência, as regras previstas não podem aplica-
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor,
das, sendo aplicada lei anterior, se houver.
ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste ar-
A Lei de Introdução às normas do direito brasi-
tigo e dos parágrafos anteriores come-
leiro (Decreto – Lei nº4.657, de 1942) prevê
çará a correr da nova publicação.
que se uma lei for publicada sem a informação
§ 4º As correções a texto de lei já em
da data que entra em vigor, essa lei entrará em
vigor consideram-se lei nova.
vigência após 45 dias da data da publicação
(artigo 1º da LINDB).
Art. 2º Não se destinando à vigência
temporária, a lei terá vigor até que outra
a modifique ou revogue. Dica: Quando a lei instituir ou modificar de
§ 1º A lei posterior revoga a anterior contribuição social, a vacatio legis mínima é de
quando expressamente o declare, 90 dias.
quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria Sobre a vigência da lei, é importante frisar que
de que tratava a lei anterior. a Lei Nova respeita:
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposi- • Ato Jurídico perfeito: aquele consumado,
ções gerais ou especiais a par das já segundo a lei vigente, ao tempo em que se
existentes, não revoga nem modifica a efetuou.
lei anterior. • Direito Adquirido: é aquele que se incor-
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei pora, definitivamente, ao patrimônio, à per-
revogada não se restaura por ter a lei sonalidade da pessoa, muito falado no di-
revogadora perdido a vigência. reito previdenciário, pois, se a pessoa pre-

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enche os requisitos legais para a aposenta- segurança jurídica, torna-se necessário prever
doria, este direito não será prejudicado com também, para os trabalhadores antigos, um
lei nova. conjunto de regras de transição, que não serão
• Coisa Julgada: é a decisão judicial contra a tão boas como as regras antigas e nem tão se-
qual não cabem mais recursos, tornando-se veras como as regras novas.
definitiva.
Sobre as regras transitórias, quando se retira
1.5.7 Vigência da legislação determinado instituto da CF/88, para que te-
previdenciária nhamos uma aplicabilidade imediata das novas
mudanças, se torna necessário estabelecer re-
Especificamente, no direito previdenciário, é gras que vão viger para os novos trabalhadores
necessário observar o princípio denominado: e também para aqueles que ainda não cumpri-
“Tempus Regit Actum”, segundo o qual, deve ram as regras do regime antigo, um conjunto
ser aplicada a legislação vigente ao tempo da de disposições relevantes sobre as prestações
aquisição do direito ao benefício previdenciário previdenciárias.
(tempus regit actum). Assim, o direito adqui-
rido deve ser preservado. As “REGRAS DE TRANSIÇÃO” são aplicadas
para quem já era vinculado aos RPPS e ao
Se forem alteradas as regras de aposentação, RGPS, trabalhadores que poderão acessar re-
o segurado tem o direito adquirido de aposen- gras intermediárias entre as anteriormente vi-
tar-se de acordo com as regras vigentes ao gentes e aquelas que passaram a vigorar de-
tempo da implementação de todos os requisitos pois de publicada a EC 103/2019 (não tão boas
(irretroatividade das novas regras aos que ad- como as regras antigas e nem tão severas
quiriram o direito de se aposentar). como as regras novas).

De outro lado, se ao tempo da modificação da As “REGRAS TRANSITÓRIAS”, em face da des-


norma o indivíduo não tinha ainda possibilidade constitucionalização, disciplinam imediata-
de obter a prestação, a mudança legislativa mente a situação dos antigos e novos trabalha-
pode alterar sua expectativa de direito, já que dores, até que venham a ser editadas as leis
não existe direito adquirido a regime jurídico ordinárias ou complementares, permitindo as-
previdenciário. sim que a reforma possa produzir efeitos ime-
diatos.
Com o advento da EC 103/2019, tivemos a
mais profunda transformação que o sistema Além disso, temos regras permanentes e a ga-
previdenciário já sofreu, com a finalidade de al- rantia de preservação do direito adquirido, que
cançar três grandes objetivos: acabar com o está expressamente prevista no artigo 3º da EC
déficit do sistema previdenciário; uniformizar 103/2019.
as regras da aposentadoria dos trabalhadores A EC 103, apesar de promulgada em
privados e públicos e o fortalecimento da pre- 12/11/2019, foi publicada em 13/11/2019.
vidência complementar.
Como estão assegurados os direitos adquiridos
Uma das principais bandeiras foi justamente a até a data de entrada em vigor, que é a data
desconstitucionalização de elementos básicos da publicação da Emenda, é possível que o di-
previstos na CF/88, ao argumento de que as reito adquirido seja completado até
adaptações necessárias, quando as condições 13/11/2019.
básicas são alteradas, seria possível por lei or-
dinária, muito mais rápido do que alterar a A referida Emenda altera questões tributárias,
Constituição. inclusive contribuições sociais, e também pre-
videnciárias. Via de regra a Lei entra em vigor
Em face dessa desconstitucionalização é que a na data da sua publicação. Porém, há casos em
estrutura da Emenda Constitucional contém re- que se faz necessário um lapso de vacatio legis,
gras de transição e regras transitórias. como é nas alterações de ordem tributária.

Sempre que se promove uma transformação


1.5.8 Interpretação
em uma estrutura complexa como o sistema
previdenciário de um País, em respeito ao di- Interpretar significa compreender o alcance da
reito adquirido, ato jurídico perfeito e à coisa lei, atribuindo-lhe um significado, um sentido.
julgada, bem como por conta do princípio da

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A doutrina prevê as seguintes formas de inter- § 2º Nenhum benefício que substitua o salário
pretação: de contribuição ou o rendimento do trabalho do
• Gramatical ou literal: leva-se em conta segurado terá valor mensal inferior ao salário
o sentido literal expresso na norma. mínimo.
• Histórico ou evolutivo: leva-se em § 3º Todos os salários de contribuição conside-
conta o contexto cultural, social e po- rados para o cálculo de benefício serão devida-
lítico da época na qual a lei foi criada. mente atualizados, na forma da lei.
• Lógico: o intérprete busca encontrar a § 4º É assegurado o reajustamento dos bene-
melhor maneira de aplicar a norma no fícios para preservar-lhes, em caráter perma-
caso concreto. nente, o valor real, conforme critérios definidos
• Teleológico: busca aplicar as normas em lei.
de direito, levando-se em conta sua fi- § 5º É vedada a filiação ao regime geral de pre-
nalidade, a qual, no Direito Previden- vidência social, na qualidade de segurado facul-
ciário, compreende a questão social. tativo, de pessoa participante de regime pró-
• Sistemático: é a utilização de todos os prio de previdência.
meios de interpretação. § 6º A gratificação natalina dos aposentados e
pensionistas terá por base o valor dos proven-
1.5.9 Normas constitucionais tos do mês de dezembro de cada ano.
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime
O artigo 201, da CF/88, estabelece que “A
geral de previdência social, nos termos da lei,
previdência social será organizada sob a forma
obedecidas as seguintes condições:
do Regime Geral de Previdência Social, de ca-
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade,
ráter contributivo e de filiação obrigatória, ob-
se homem, e 62 (sessenta e dois) anos
servados critérios que preservem o equilíbrio fi-
de idade, se mulher, observado tempo
nanceiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei,
mínimo de contribuição;
a:
II - 60 (sessenta) anos de idade, se ho-
I - cobertura dos eventos de incapaci-
mem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de
dade temporária ou permanente para o
idade, se mulher, para os trabalhadores
trabalho e idade avançada;
rurais e para os que exerçam suas ativi-
II - proteção à maternidade, especial-
dades em regime de economia familiar,
mente à gestante;
nestes incluídos o produtor rural, o ga-
III - proteção ao trabalhador em situa-
rimpeiro e o pescador artesanal.
ção de desemprego involuntário;
§ 8º O requisito de idade a que se refere o in-
IV - salário-família e auxílio-reclusão
ciso I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos,
para os dependentes dos segurados de
para o professor que comprove tempo de efe-
baixa renda;
tivo exercício das funções de magistério na
V - pensão por morte do segurado, ho-
educação infantil e no ensino fundamental e
mem ou mulher, ao cônjuge ou compa-
médio fixado em lei complementar.
nheiro e dependentes, observado o dis-
§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegu-
posto no § 2º.
rada a contagem recíproca do tempo de contri-
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou crité-
buição entre o Regime Geral de Previdência So-
rios diferenciados para concessão de benefí-
cial e os regimes próprios de previdência social,
cios, ressalvada, nos termos de lei complemen-
e destes entre si, observada a compensação fi-
tar, a possibilidade de previsão de idade e
nanceira, de acordo com os critérios estabele-
tempo de contribuição distintos da regra geral
cidos em lei.
para concessão de aposentadoria exclusiva-
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas
mente em favor dos segurados:
atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143
I - com deficiência, previamente subme-
e o tempo de contribuição ao Regime Geral de
tidos a avaliação biopsicossocial reali-
Previdência Social ou a regime próprio de pre-
zada por equipe multiprofissional e in-
vidência social terão contagem recíproca para
terdisciplinar
fins de inativação militar ou aposentadoria, e a
II - cujas atividades sejam exercidas
compensação financeira será devida entre as
com efetiva exposição a agentes quími-
receitas de contribuição referentes aos milita-
cos, físicos e biológicos prejudiciais à sa-
res e as receitas de contribuição aos demais re-
úde, ou associação desses agentes, ve-
gimes.
dada a caracterização por categoria pro-
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a co-
fissional ou ocupação.
bertura de benefícios não programados, inclu-
sive os decorrentes de acidente do trabalho, a
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ser atendida concorrentemente pelo Regime


Geral de Previdência Social e pelo setor pri- No âmbito da Saúde e da Assistência também
vado. temos o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e o
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a Conselho Nacional de Assistência Social
qualquer título, serão incorporados ao salário (CNAS). Para o nosso estudo, é importante fa-
para efeito de contribuição previdenciária e larmos das funções e da organização dos con-
consequente repercussão em benefícios, nos selhos no âmbito da Previdência Social. A se-
casos e na forma da lei. guir, veremos cada um deles.
§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão
previdenciária, com alíquotas diferenciadas, 1.6.1.1 Conselho Nacional de
para atender aos trabalhadores de baixa renda, Previdência Social
inclusive os que se encontram em situação de
informalidade, e àqueles sem renda própria que De acordo com o art. 295, este é um órgão su-
se dediquem exclusivamente ao trabalho do- perior de deliberação colegiada e tem, como fi-
méstico no âmbito de sua residência, desde que nalidade, a deliberação sobre a política de Pre-
pertencentes a famílias de baixa renda. vidência Social e sobre a gestão do sistema pre-
§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado videnciário, em âmbito nacional.
de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário- O CNPS é presidido pelo Ministro da Previdência
mínimo. Social e tem como membros:
§ 14. É vedada a contagem de tempo de con-
tribuição fictício para efeito de concessão dos
benefícios previdenciários e de contagem recí-
proca. CNPS
§ 15. Lei complementar estabelecerá veda-
ções, regras e condições para a acumulação de
benefícios previdenciários.
§ 16. Os empregados dos consórcios públicos,
6 Representantes do 9 Representantes da
das empresas públicas, das sociedades de eco-
Governo Sociedade Civil
nomia mista e das suas subsidiárias serão apo-
sentados compulsoriamente, observado o cum-
primento do tempo mínimo de contribuição, ao
Para a representação da sociedade civil, tere-
atingir a idade máxima de que trata o inciso II
mos, totalizando os nove membros: 3 repre-
do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em
sentantes dos aposentados e pensionistas; 3
lei.
dos trabalhadores em atividade; e 3 dos em-
pregadores.
**novidades inseridas pela EC 103/2019!!
Art. 295 [...]
1.6 Organização da Previdência § 1º Os membros do Conselho Nacional
Social de Previdência Social e seus respectivos
suplentes serão nomeados pelo Presi-
dente da República, tendo os represen-
1.6.1 Órgãos Colegiados da tantes titulares da sociedade civil man-
Previdência Social dato de dois anos, podendo ser recon-
No artigo 194, inciso VII do parágrafo único da duzidos, de imediato, uma única vez.
CF, está prevista a gestão quadripartite, com a § 2º Os representantes dos trabalhado-
participação dos empregadores, trabalhadores, res em atividade, dos aposentados, dos
aposentados e do Estado, em órgãos colegia- empregadores e seus respectivos su-
dos. plentes serão indicados pelas centrais
sindicais e confederações nacionais.
Para que essa participação social seja efeti-
vada, temos os denominados órgãos colegiados As reuniões ordinárias serão mensais, não po-
no âmbito da Previdência Social, quais sejam: dendo adiar, por mais de quinze dias, se houver
• Conselho Nacional da Previdência Social requerimento nesse sentido da maioria dos
(CNPS); conselheiros.
• Conselhos de Previdência Social (CPS);
• Conselho de Recursos da Previdência As competências e obrigações do CNPS estão
Social (CRPS). previstas no artigo 296 do Decreto 3.048/99):

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Art. 296 Compete ao Conselho Nacional


de Previdência Social: CPS
I - estabelecer diretrizes gerais e apre-
ciar as decisões de políticas aplicáveis à
previdência social;
II - participar, acompanhar e avaliar,
4 Representantes do 6 Representantes da
sistematicamente, a gestão previdenci- Governo Sociedade
ária;
III - apreciar e aprovar os planos e pro-
gramas da previdência social;
IV - apreciar e aprovar as propostas or- Dos 6 representantes da sociedade civil, tere-
çamentárias da previdência social, antes mos 2 dos empregadores, 2 dos empregados e
de sua consolidação na proposta orça- 2 dos aposentados e pensionistas. O presidente
mentária da seguridade social; do Conselho é o Gerente Executivo e ele desig-
V - acompanhar e apreciar, mediante nará os conselheiros.
relatórios gerenciais por ele definidos, a
execução dos planos, programas e orça- O Governo será representado (art. 296-A, §
mentos no âmbito da previdência social; 2º):
VI - acompanhar a aplicação da legisla-
ção pertinente à previdência social; I - nas cidades onde houver mais de
VII - apreciar a prestação de contas uma Gerência-Executiva:
anual a ser remetida ao Tribunal de Con- a) pelo Gerente-Executivo da Gerência-
tas da União, podendo, se for necessá- Executiva
rio, contratar auditoria externa; b) outros Gerentes-Executivos; ou
VIII - estabelecer os valores mínimos c) servidores da Divisão ou do Serviço
em litígio, acima dos quais será exigida Benefícios ou de Atendimento ou da Pro-
a anuência prévia do Procurador-Geral curadoria Federal Especializada junto ao
ou do Presidente do Instituto Nacional INSS de Gerência-Executiva sediadas na
do Seguro Social para formalização de cidade, ou de representante da Secreta-
desistência ou transigência judiciais, ria da Receita Federal do Brasil, ou de
conforme o disposto no art. 353; representante da DATAPREV.
IX - elaborar e aprovar seu regimento II - nas cidades onde houver apenas
interno; uma Gerência Executiva:
X - aprovar os critérios de arrecadação a) pelo Gerente-Executivo;
e de pagamento dos benefícios por in- b) servidores da Divisão ou do Serviço
termédio da rede bancária ou por outras de Benefícios ou de Atendimento ou da
formas; e Procuradoria Federal Especializada junto
XI - acompanhar e avaliar os trabalhos ao INSS da Gerência-Executiva, ou de
de implantação e manutenção do Cadas- representante da Secretaria da Receita
tro Nacional de Informações Sociais. Federal do Brasil, ou de representante
da DATAPREV.
1.6.1.2 Conselho da Previdência
As reuniões serão mensais ou bimensais e
Social
abertas ao público.
Com a finalidade de criar unidades descentrali-
zadas do CNPS, surgiu os CPS no âmbito das § 4º Os representantes dos trabalhado-
gerências executivas, os quais são responsá- res, dos aposentados e dos empregado-
veis pela gestão de diversas agências da Previ- res serão indicados pelas respectivas
dência Social, previstos no artigo 296-A do De- entidades sindicais ou associações re-
creto 3.048/99: presentativas.

As funções dos conselheiros dos CPS não serão


remuneradas e seu exercício será considerado
serviço público relevante, não sendo arcados,
pela Previdência, eventuais custos de desloca-
mento.

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Os CPS têm caráter consultivo e de assessora- de suas competências, para o que con-
mento, competindo, ao CNPS, regular seus pro- tará com uma Secretaria Executiva do
cedimentos para funcionamento, competên- Conselho Nacional de Previdência Social.
cias, critérios de seleção dos membros, prazo
dos mandatos e estipular resoluções e regi- 1.6.1.3 Conselho de Recursos
mento do CPS. da Previdência Social
Por fim, cabe citar o artigo 297 ao 302 do De- Este é um órgão de controle jurisdicional das
creto 3.048/99: decisões do INSS nos processos administrati-
Art. 297 Compete aos órgãos governa- vos, vinculado ao Ministério da Economia. São
mentais: órgãos do CRPS:
I - prestar toda e qualquer informação
necessária ao adequado cumprimento JUNTAS DE RECURSO
das competências do Conselho Nacional
de Previdência Social, fornecendo inclu-
sive estudos técnicos; e CRPS CÂMARAS DE JULGAMENTO

II - encaminhar ao Conselho Nacional CONSELHO PLENO


de Previdência Social, com antecedência
mínima de dois meses do seu envio ao Art. 303 [...]
Congresso Nacional, a proposta orça- § 2º O CRPS é presidido por representante do
mentária da previdência social, devida- Governo, com notório conhecimento da legisla-
mente detalhada. ção previdenciária, nomeado pelo Ministro de
Estado da Previdência Social, cabendo-lhe diri-
Art. 298 As resoluções tomadas pelo gir os serviços administrativos do órgão.
Conselho Nacional de Previdência Social
deverão ser publicadas no Diário Oficial Quanto às juntas de recursos e às câmaras de
da União. julgamento, estas serão presididas por repre-
sentante do Governo Federal, sendo integradas
Art. 299 As reuniões do Conselho Naci- por quatro conselheiros em cada turma, nome-
onal de Previdência Social serão inicia- ados pelo Ministro de Estado da Economia, com
das com a presença da maioria absoluta a seguinte composição:
de seus membros, sendo exigida para
deliberação a maioria simples de votos. De acordo com o inc. I do § 4º, para os órgãos
com competência para processar e julgar as
Art. 300 As ausências ao trabalho dos contestações ou os recursos referentes a deci-
representantes dos trabalhadores em sões do INSS em processos de interesse dos
atividade, decorrentes das atividades do beneficiários, contestações sobre o FAP proferi-
Conselho Nacional de Previdência Social, das pelo INSS, relacionadas à comprovação de
serão abonadas, computando-se como atividade rural de segurado especial e aos vín-
jornada efetivamente trabalhada para culos e remunerações dos segurados, para fins
todos os fins e efeitos legais. de cálculo do salário de benefício, comprovação
de filiação ao Regime Geral de Previdência So-
Art. 301 Aos membros do Conselho Na- cial, tempo de contribuição e relação de em-
cional de Previdência Social, enquanto prego:
representantes dos trabalhadores em a. dois representantes do Governo
atividade, titulares e suplentes, é asse- federal;
gurada a estabilidade no emprego, da b. um representante das empresas;
nomeação até um ano após o término do e
mandato de representação, somente c. um representante dos trabalha-
podendo ser demitidos por motivo de dores.
falta grave, regularmente comprovada
mediante processo judicial. Já de acordo com o inc. II do § 4º, para os ór-
gãos com competência para processar e julgar
Art. 302 Compete ao Ministério da Pre- os recursos de que tratam sobre compensação
vidência e Assistência Social proporcio- financeira entre os regimes previdenciários pú-
nar ao Conselho Nacional de Previdência blicos e infrações/irregularidades com relação a
Social os meios necessários ao exercício Regimes Próprios:
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a. dois representantes do Governo II - os recursos das decisões proferidas


federal; pelo INSS relacionados à comprovação de
b. um representante dos entes fe- atividade rural de segurado especial, ou às
derativos; e demais informações relacionadas ao CNIS
c. um representante dos servidores Sobre os vínculos e as remunerações dos
públicos. segurados, para fins de cálculo do salário-
de-benefício, comprovação de filiação ao
§ 5º O mandato dos conselheiros do CRPS é de Regime Geral de Previdência Social, tempo
três anos, permitida a recondução, cumpridos de contribuição e relação de emprego.
os seguintes requisitos:
I - os representantes do Governo fede- III - os recursos de decisões relacionadas
ral serão escolhidos entre servidores fe- à compensação financeira de que trata a Lei
derais, preferencialmente do Ministério nº 9.796, de 5 de maio de 1999 (Emissões
da Economia ou do INSS, ou de outro de CTC para contagem recíproca de tempo
órgão da administração pública federal, de Contribuição)
estadual, municipal ou distrital, com
graduação em Direito, os quais presta- IV - as contestações relativas à atribuição
rão serviços exclusivos ao CRPS, sem do FAP aos estabelecimentos da empresa; e
prejuízo dos direitos e das vantagens
percebidos no cargo de origem; V - os recursos relacionados aos processos
sobre irregularidades verificadas em proce-
II - os representantes das empresas e dimento de supervisão e de fiscalização nos
dos trabalhadores serão escolhidos en- regimes próprios de previdência social e aos
tre os indicados em lista tríplice pelas processos sobre apuração de responsabili-
entidades de classe ou sindicais das res- dade por infração às disposições da Lei nº
pectivas jurisdições, com graduação em 9.717, de 1998 (dispõe sobre a organização
Direito, e serão enquadrados como se- e funcionamento de Regimes Próprios).
gurados obrigatórios do RGPS na condi-
ção de contribuintes individuais; • Câmaras de Julgamento: Julgar recur-
sos segunda instância.
III - os representantes dos entes fede-
rativos e dos servidores públicos serão 1.7 Planos de benefícios da
escolhidos entre os indicados em lista previdência social.
tríplice pelo Conselho Nacional dos Regi-
mes Próprios de Previdência Social, ob- Os planos de benefícios da previdência social
servadas as respectivas representações, estão previstos na Lei 8.213/91 e são as pres-
com graduação em Direito, e manterão tações pecuniárias devidas nas hipóteses de
a qualidade de segurados do regime preenchimento dos requisitos de elegibilidade.
próprio a que estejam vinculados; e A concessão do benefício depende da ocorrên-
IV - os representantes não poderão in- cia do seu fato gerador/infortúnio social: inca-
cidir em situações que caracterizem pacidade temporária ou permanente, morte,
conflito de interesses, nos termos do idade avançada, prisão, etc...
disposto no art. 10 da Lei nº 12.813, de
16 de maio de 2013. 1.7.1 Segurados do RGPS
Denominam-se beneficiários do RGPS – Regime
Assim, cada órgão, dentro do CRPS, tem por Geral de Previdência Social – os segurados e
missão: seus dependentes, à luz do que dispõe o art. 8°
• Conselho Pleno: uniformizar a jurispru- do Decreto n°3.048, de 6 de maio de 1999.
dência previdenciária;
• Juntas de Recursos julgar em primeira Os segurados, via de regra, são aqueles que
instância: contribuem para o Sistema Previdenciário, ou
seja, os trabalhadores. Diz-se via de regra,
Art. 305 [...] pois, em alguns casos, ainda que o indivíduo
I - os recursos das decisões proferidas pelo não tenha vertido nenhuma contribuição à pre-
INSS nos processos de interesse de seus vidência social, fará jus ao recebimento de ser-
beneficiários; viços e benefícios de caráter previdenciário
caso esteja enquadrado em atividade que o co-
loque na condição de segurado. A exemplo,
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pode-se citar o trabalhador que em seu pri- autarquias e fundações, são excluídos do Re-
meiro mês de trabalho sofre um acidente e se gime Geral de Previdência Social (RGPS) con-
torna incapaz para exercer suas atividades. substanciado neste Regulamento, desde que
Veja que, nesse caso, a contribuição previden- amparados por Regime Próprio de Previdência
ciária ocorreria apenas no mês seguinte ao do Social (RPPS).
trabalho realizado, contudo, o trabalhador fará
jus ao benefício previdenciário por incapaci- Todavia, o servidor (civil ou militar), amparado
dade temporária ou permanente a depender do por RPPS, poderá filiar-se ao RGPS quando
caso concreto. exercer, concomitantemente às atividades de
servidor, uma atividade abrangida pelo RGPS,
Os dependentes, por sua vez, são aqueles que como, por exemplo, atividade regida pela Con-
dependem economicamente do segurado e re- solidação das Leis do Trabalho (CLT).
cebem benefícios quando ocorre a ausência
deste. É vedado, via de regra, ao servidor, filiar-
se como facultativo no RGPS.
Juntos, formam o polo ativo da relação jurídico-
previdenciária. No polo passivo, está o INSS, O § 5º, do art. 55, da Instrução Normativa n.º
autarquia federal que atrai, por essa razão, a 77/2015 do Ministério da Previdência So-
competência para julgamento de ações relacio- cial/Instituto Nacional do Seguro Social traz a
nadas à essa relação da JUSTIÇA FEDERAL na seguinte orientação:
forma do artigo 109, I da CF/88:
§ 5º É vedada a filiação como segurado
Art. 109. Aos juízes federais compete proces- facultativo no RGPS para os participan-
sar e julgar: tes do RPPS, não podendo ser conside-
I - as causas em que a União, entidade radas, para qualquer efeito, as contri-
autárquica ou empresa pública federal buições vertidas para o RGPS do:
forem interessadas na condição de au- Servidor Federal: é vedada a filiação
toras, rés, assistentes ou oponentes, ex- ao RGPS, na qualidade de segurado fa-
ceto as de falência, as de acidentes de cultativo, inclusive na hipótese de afas-
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral tamento sem vencimentos.
e à Justiça do Trabalho; [...] Servidor Estadual, Distrital e Muni-
cipal: é vedada a filiação ao RGPS, na
A lei classifica os segurados em obrigatórios e qualidade de segurado facultativo, salvo
facultativos. na hipótese de afastamento sem venci-
• Segurados obrigatórios - Todos que mento e desde que não permitida, nesta
exercem atividade laboral remunerada condição, contribuição ao respectivo re-
lícita são obrigados a se filiar ao regime gime próprio.
e pagar contribuições.
Assim, somente excepcionalmente, poderá o
• Segurados facultativos - Aquele que não servidor, por determinados períodos, recolher
exerce atividade laborativa poderá in- contribuições como facultativo.
gressar no regime, na condição de se-
gurado facultativo (estudante, estagiá- 1.7.1.2 Segurados obrigatórios
rio*, dona de casa).
O segurado obrigatório é a pessoa física que vai
exercer, de forma lícita, atividade remunerada
Essa é uma forma de atingir a universalidade
abrangida pelo RGPS. Sua filiação está ligada
de atendimento, dando a oportunidade para to-
ao exercício da atividade remunerada e é obri-
dos contribuírem e gozarem de benefícios pre-
gatória.
videnciários quando necessário for.
Se a atividade for ilícita, por exemplo, tráfico
1.7.1.1 Trabalhadores excluídos de drogas, não enseja o reconhecimento da
do RGPS condição de segurado obrigatório.
De acordo como o art. 10 do Decreto n°
3048/99, o servidor civil ocupante de cargo efe- São 5 categorias de segurados obrigató-
tivo ou o militar da União, Estado, Distrito Fe- rios no RGPS:
deral ou Município, bem como o das respectivas • Contribuinte individual;
• Trabalhador Avulso;

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• Empregado Doméstico; constituída sob as leis brasileiras e que


• Empregado; tenha sede e administração no País;
• Segurado Especial.
d - o brasileiro ou o estrangeiro domici-
Dica: A fim de memorizar tal classificação fa- liado e contratado no Brasil para traba-
cilmente, atente-se à mnemônica “CADEE”. lhar como empregado em empresa do-
miciliada no exterior com maioria do ca-
A partir de agora, estudaremos quem são os pital votante pertencente a empresa
segurados e seus dependentes, tendo, com constituída sob as leis brasileiras, que
tenha sede e administração no País e
base legal, a Lei nº 8.213/91 e, principalmente,
cujo controle efetivo esteja em caráter
o artigo 9º do Decreto nº 3.048/99.
permanente sob a titularidade direta ou
indireta de pessoas físicas domiciliadas
1.7.1.2.1 Segurado Empregado e residentes no País ou de entidade de
Conforme o Decreto nº 3.048/99, são segura- direito público interno;
dos obrigatórios da Previdência Social as se-
guintes pessoas físicas: O texto de lei exposto nas alíneas “c” e “d”, que
acabamos de ver, causa muita confusão na
I - como empregado: hora de resolver questões de prova. Tenha
atenção aos pontos comuns:
a - aquele que presta serviço de natu- • São brasileiros ou estrangeiros;
reza urbana ou rural a empresa, em ca- • Domiciliados e contratados no Brasil;
ráter não eventual, sob sua subordina- • Vão trabalhar no exterior.
ção e mediante remuneração, inclusive
como diretor empregado; Ou seja, nesses casos, mesmo trabalhando no
exterior, os segurados mantêm a filiação com a
Encontramos esse conceito, também, na CLT – previdência brasileira.
Consolidação das Leis do Trabalho, a qual trata
do empregado como aquele que trabalha com e - aquele que presta serviço no Brasil a
carteira assinada e vínculo empregatício. Por missão diplomática ou a repartição con-
serviço não eventual, entende-se aquele que sular de carreira estrangeira e a órgãos
está direcionado, direta ou indiretamente, com a elas subordinados, ou a membros des-
a atividade fim (normal) da empresa e a subor- sas missões e repartições, excluídos o
dinação liga-se ao poder diretivo do emprega- não-brasileiro sem residência perma-
dor. Ou seja, o empregado recebe ordens de nente no Brasil e o brasileiro amparado
seu empregador, característica que o diferen- pela legislação previdenciária do país da
cia, por exemplo, do sujeito que trabalhada de respectiva missão diplomática ou repar-
forma autônoma. A remuneração é a contra- tição consular;
prestação pelo trabalho executado.
A regra, portanto, é a de que os prestadores de
b - aquele que, contratado por empresa serviços, no Brasil, a essas instituições são se-
de trabalho temporário, na forma pre- gurados obrigatórios empregados, com exce-
vista em legislação específica, por prazo ção do estrangeiro que não resida de forma
não superior a cento e oitenta dias, con- permanente no Brasil e do brasileiro que esteja
secutivos ou não, prorrogável por até assistido pela previdência do país da respectiva
noventa dias, presta serviço para aten- missão diplomática ou repartição consular.
der a necessidade transitória de substi-
tuição de pessoal regular e permanente f - o brasileiro civil que trabalha para a
ou a acréscimo extraordinário de serviço União no exterior, em organismos ofici-
de outras empresas; ais internacionais dos quais o Brasil seja
membro efetivo (Organização das Na-
São aqueles que substituem o pessoal perma- ções Unidas, Mercosul, Organização
nente, trabalham por curto espaço de tempo. Mundial do Comércio, entre outros),
ainda que lá domiciliado e contratado,
c - o brasileiro ou o estrangeiro domici- salvo se amparado por regime próprio
liado e contratado no Brasil para traba- de previdência social;
lhar como empregado no exterior, em
sucursal (filial) ou agência de empresa
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g - o empregado de organismo oficial in- m - o servidor do Estado, Distrito Fede-


ternacional ou estrangeiro em funciona- ral ou Município, bem como o das res-
mento no Brasil (Comitê Internacional pectivas autarquias e fundações, ocu-
da Cruz Vermelha, Fundo Monetário In- pante de cargo efetivo, desde que,
ternacional, Organização Internacional nessa qualidade, não esteja amparado
do Trabalho, entre outros) salvo quando por regime próprio de previdência so-
coberto por regime próprio de previdên- cial;
cia social;
O ocupante de cargo efetivo somente estará no
Esse segurado pode te levar a confundir com o RGPS se já não for amparado pelo RPPS. Um
que está previsto no artigo 9º, V, d, do Decreto exemplo disso é um servidor efetivo de um pe-
nº 3.048/99, o qual apresenta o segurado como queno município que não conte com Regime
contribuinte individual. Leia-o com atenção: Próprio Previdenciário.

h - o brasileiro civil que trabalha no ex- n - o servidor contratado pela União, Es-
terior para organismo oficial internacio- tado, Distrito Federal ou Município, bem
nal do qual o Brasil é membro efetivo, como pelas respectivas autarquias e
ainda que lá domiciliado e contratado, fundações, por tempo determinado,
salvo quando coberto por regime próprio para atender a necessidade temporária
de previdência social; de excepcional interesse público, nos
termos do inciso IX do art. 37 da Cons-
A diferença é a palavra UNIÃO. Se o sujeito tra- tituição Federal;
balha para a União é empregado.
o - o servidor da União, Estado, Distrito
i - o brasileiro civil que presta serviços à Federal ou Município, incluídas suas au-
União no exterior, em repartições gover- tarquias e fundações, ocupante de em-
namentais brasileiras, lá domiciliado e prego público;
contratado, inclusive o auxiliar local de
que tratam os arts. 56 e 57 da Lei nº p - o escrevente e o auxiliar contratados
11.440, de 29 de dezembro de 2006, por titular de serviços notariais e de re-
este desde que, em razão de proibição gistro a partir de 21 de novembro de
legal, não possa filiar-se ao sistema pre- 1994, bem como aquele que optou pelo
videnciário local; Regime Geral de Previdência Social, em
conformidade com a Lei nº 8.935, de 18
j - o bolsista e o estagiário que prestam de novembro de 1994; e
serviços a empresa, em desacordo com
a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de q - aquele em exercício de mandato ele-
2008; tivo federal, estadual, distrital ou muni-
cipal, desde que não seja vinculado a re-
Dica: Se o bolsista/estagiário presta serviços gime próprio de previdência social;
de acordo com a lei, será segurado facultativo.
Atente-se às questões que abordam o servidor
l - o servidor da União, Estado, Distrito efetivo que exerce mandato eletivo, como, por
Federal ou Município, incluídas suas au- exemplo, um técnico do INSS eleito deputado
tarquias e fundações, ocupante, exclusi- ou um delegado da Polícia Federal eleito sena-
vamente, de cargo em comissão decla- dor. O nosso ordenamento jurídico permite que
rado em lei de livre nomeação e exone- ele mantenha a filiação com o regime próprio
ração; quando licenciado para mandato eletivo. São
estas as situações que o excluem, conforme re-
Se o segurado ocupa, exclusivamente, cargo dação da Lei citada:
em comissão, ou seja, sem vínculos como ser-
vidor na Administração Pública, será segurado r - o trabalhador rural contratado por
obrigatório no RGPS. Porém, se for servidor produtor rural pessoa física, na forma do
vinculado ao RPPS, ocupando cargo em comis- art. 14-A da Lei nº 5.889, de 8 de junho
são, não será segurado obrigatório ao RGPS. de 1973, para o exercício de atividades
de natureza temporária por prazo não
superior a dois meses dentro do período
de um ano; (Incluído pelo Decreto nº
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6.722, de 2008). segurado será considerado empregado e não


doméstico.
s - aquele contratado como trabalhador
intermitente para a prestação de servi- 1.7.1.2.3 Trabalhador Avulso
ços, com subordinação, de forma não
O trabalhador avulso é aquele que presta ser-
contínua, com alternância de períodos
viços a várias empresas, sem vínculo emprega-
de prestação de serviços e de inativi-
tício. Pode ser urbano ou rural, sindicalizado ou
dade, em conformidade com o disposto
não. Porém, o exercício da atividade é interme-
no § 3º do art. 443 da Consolidação das
diado pelo Órgão Gestor de Mão de Obra
Leis do Trabalho, aprovada pelo De-
(OGMO) ou pelo sindicato. O maior exemplo
creto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
são os estivadores.
1943; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020).
Ou seja, o trabalhador avulso tem por caracte-
rísticas:
O trabalho intermitente é uma nova modali-
• prestar serviços de natureza urbana ou
dade de trabalho apresentada pela CLT. Um
rural;
exemplo é o garçom que trabalha em eventos.
• sindicalizado ou não;
• sem vínculo empregatício;
1.7.1.2.2 Empregado Doméstico • intermediação obrigatória de OGMO
São trabalhadores em âmbito doméstico aque- (Órgão Gestor de Mão de Obra) ou Sin-
les contratados por família ou pessoa física para dicato.
exercerem atividades sem fins lucrativos. Essas
atividades são exercidas de forma contínua, por É fundamental que você conheça o texto da Lei:
três ou mais vezes na semana.
Decreto nº 3.048/99. Art. 9º [...]
Atenção: empregados domésticos diferen- VI - como trabalhador avulso - aquele
ciam-se dos(as) diaristas, que trabalham até que: (Redação dada pelo Decreto nº
dois dias na semana para uma mesma família 10.410, de 2020).
ou empregador, e são considerados(as) contri-
buintes individuais. a) sindicalizado ou não, preste serviço
de natureza urbana ou rural a diversas
Decreto 3048/99, Art. 9, II - como empresas, ou equiparados, sem vínculo
empregado doméstico - aquele que empregatício, com intermediação obri-
presta serviço de forma contínua, subor- gatória do órgão gestor de mão de obra,
dinada, onerosa e pessoal a pessoa ou nos termos do disposto na Lei nº
família, no âmbito residencial desta, em 12.815, de 5 de junho de 2013, ou do
atividade sem fins lucrativos, por mais sindicato da categoria, assim considera-
de dois dias por semana; (Redação dada dos: (Redação dada pelo Decreto nº
pelo Decreto nº 10.410, de 2020). 10.410, de 2020).

Por mais de 2 (dois) dias por semana (conceito 1. o trabalhador que exerça atividade
trazido pelo art. 1º da Lei Complementar nº portuária de capatazia, estiva, conferên-
150/2015) cia e conserto de carga e vigilância de
embarcação e bloco; (Incluído pelo De-
creto nº 10.410, de 2020).
São as faxineiras, os caseiros de sítio de lazer,
a babá, a cozinheira, o motorista particular, o
cuidador de idoso, entre outros, que trabalham 2. o trabalhador de estiva de mercado-
rias de qualquer natureza, inclusive car-
de forma contínua.
vão e minério; (Incluído pelo Decreto nº
A questão da impossibilidade de a atividade ter 10.410, de 2020).
finalidade lucrativa é essencial. Não será em-
3. o trabalhador em alvarenga (embar-
pregado doméstico o trabalhador que, mesmo
cação para carga e descarga de navios);
que preste serviços no âmbito residencial de
uma família, atue, por exemplo, produzindo ali- (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020).
mentação ou realizando artesanato para venda.
Isso configura atividade com fins lucrativos e o

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4. o amarrador de embarcação; (Inclu- por:


ído pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
5. o ensacador de café, cacau, sal e si- I - capatazia - a atividade de movimen-
milares; (Incluído pelo Decreto nº tação de mercadorias nas instalações
10.410, de 2020). dentro do porto, compreendidos o rece-
bimento, a conferência, o transporte in-
6. o trabalhador na indústria de extra- terno, a abertura de volumes para a
ção de sal; (Incluído pelo Decreto nº conferência aduaneira, a manipulação, a
10.410, de 2020). arrumação e a entrega e o carrega-
mento e a descarga de embarcações,
7. o carregador de bagagem em porto; quando efetuados por aparelhamento
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de portuário; (Redação dada pelo Decreto
2020). nº 10.410, de 2020).

8. o prático de barra em porto; (Incluído II – estiva - a atividade de movimenta-


pelo Decreto nº 10.410, de 2020). ção de mercadorias nos conveses ou nos
9. o guindasteiro; e (Incluído pelo De- porões das embarcações principais ou
creto nº 10.410, de 2020). auxiliares, incluindo transbordo, arru-
mação, peação (fixação da carga no na-
10. o classificador, o movimentador e o vio) e despeação (desafixação da carga
empacotador de mercadorias em por- no navio), bem como o carregamento e
tos; e (Incluído pelo Decreto nº 10.410, a descarga das mesmas, quando reali-
de 2020). zados com equipamentos de bordo;

b) exerça atividade de movimentação III - conferência de carga - a contagem


de mercadorias em geral, nos termos do de volumes, anotação de suas caracte-
disposto na Lei nº 12.023, de 27 de rísticas, procedência ou destino, verifi-
agosto de 2009, em áreas urbanas ou cação do estado das mercadorias, assis-
rurais, sem vínculo empregatício, com tência à pesagem, conferência do mani-
intermediação obrigatória do sindicato festo e demais serviços correlatos, nas
da categoria, por meio de acordo ou operações de carregamento e descarga
convenção coletiva de trabalho, nas ati- de embarcações;
vidades de: (Redação dada pelo Decreto
nº 10.410, de 2020). IV - conserto de carga - o reparo e a
restauração das embalagens de merca-
1. cargas e descargas de mercadorias a doria, nas operações de carregamento e
granel e ensacados, costura, pesagem, descarga de embarcações, reembala-
embalagem, enlonamento, ensaque, ar- gem, marcação, remarcação, carimba-
rasto, posicionamento, acomodação, re- gem, etiquetagem, abertura de volumes
ordenamento, reparação de carga, para vistoria e posterior recomposição;
amostragem, arrumação, remoção,
classificação, empilhamento, transporte V - vigilância de embarcações - a ativi-
com empilhadeiras, paletização, ova e dade de fiscalização da entrada e saída
desova de vagões, carga e descarga em de pessoas a bordo das embarcações
feiras livres e abastecimento de lenha atracadas ou fundeadas ao largo, bem
em secadores e caldeiras; (Incluído pelo como da movimentação de mercadorias
Decreto nº 10.410, de 2020). nos portalós, rampas, porões, conveses,
plataformas e em outros locais da em-
2. operação de equipamentos de carga barcação; e
e descarga; e (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020). VI – bloco - a atividade de limpeza e
conservação de embarcações mercantes
3. pré-limpeza e limpeza em locais ne- e de seus tanques, incluindo batimento
cessários às operações ou à sua conti- de ferrugem, pintura, reparo de pe-
nuidade; (Incluído pelo Decreto nº quena monta e serviços correlatos.
10.410, de 2020).
§ 7º Para efeito do disposto na alínea
"a" do inciso VI do caput, entende-se
242

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1.7.1.2.4 Contribuinte Individual Cuidado para não confundir com segurado es-
pecial.
Os segurados obrigatórios contribuintes indivi-
duais são tanto os prestadores de serviços de
b) a pessoa física, proprietária ou não,
natureza urbana ou rural, em caráter eventual,
que explora atividade de extração mine-
a uma ou mais empresas, sem vínculo de em-
ral - garimpo -, em caráter permanente
prego - autônomos; como os empresários, e
ou temporário, diretamente ou por in-
equiparados a autônomo. Além deles, outros
termédio de prepostos, com ou sem o
segurados específicos são denominados de
auxílio de empregados, utilizados a
contribuintes individuais
qualquer título, ainda que de forma não
contínua;
Vamos trabalhar o que o texto do artigo 9º, V,
do Decreto 3.048/99:
c) o ministro de confissão religiosa e o
membro de instituto de vida consa-
Art. 9º São segurados obrigatórios da
grada, de congregação ou de ordem re-
previdência social as seguintes pessoas
ligiosa;
físicas: [...]
V – como contribuinte individual:
São os padres, pastores, freis, freiras entre ou-
a) a pessoa física, proprietária ou não,
tros, que dedicam sua vida à religião.
que explora atividade agropecuária, a
qualquer título, em caráter permanente
d) o brasileiro civil que trabalha no ex-
ou temporário, em área, contínua ou
terior para organismo oficial internacio-
descontínua, superior a quatro módulos
nal do qual o Brasil é membro efetivo,
fiscais; ou, quando em área igual ou in-
ainda que lá domiciliado e contratado,
ferior a quatro módulos fiscais ou ativi-
salvo quando coberto por regime próprio
dade pesqueira ou extrativista, com au-
de previdência social;
xílio de empregados ou por intermédio
de prepostos; ou ainda nas hipóteses
Tratamos deste segurado quando falamos da-
dos §§ 8º e 23 deste artigo;
queles que trabalham para organismos oficiais
internacionais, nos segurados empregados, re-
Assim, se o tamanho da propriedade explorada
corda?
for superior a 4 módulos fiscais será conside-
• Se trabalha no organismo, para a União,
rado grande ou médio produtor rural e, por
é empregado.
isso, contribuinte individual.
• Se trabalha diretamente para o orga-
nismo, é contribuinte individual.
Módulo fiscal é uma unidade de medida agrária,
em hectares, com valor definido pelo INCRA -
e) desde que receba remuneração decor-
Instituto de Colonização e Reforma Agrária, e
rente de trabalho na empresa:
cuja dimensão varia de acordo com o município
onde está localizada a propriedade. Ex. 1 mó-
1. o empresário individual e o titular de em-
dulo fiscal corresponde a 5 hectares em Porto
presa individual de responsabilidade limi-
Alegre/RS e 1 módulo fiscal corresponde a 10
tada, urbana ou rural;
hectares em Manaus/AM.
2. o diretor não empregado e o membro de
Contudo, a redação do dispositivo acrescenta
conselho de administração de sociedade
que, mesmo se o tamanho da propriedade for
anônima;
inferior a 4 módulos fiscais e o produtor for de
pequeno porte, quando ele contrata emprega-
3. o sócio de sociedade em nome coletivo;
dos permanentes, também é considerado con-
e
tribuinte individual.
4. o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio
Em síntese, portanto, os produtores rurais de
cotista e o administrador, quanto a este úl-
grande e médio porte, em razão do tamanho da
timo, quando não for empregado em socie-
sua propriedade (superior a 4 módulos fiscais);
dade limitada, urbana ou rural;
e também os pequenos produtores que pos-
suam empregados de forma permanente (em-
f) Revogado;
pregador rural) são contribuintes individuais.
g) Revogado;
h) Revogado;
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i) o associado eleito para cargo de direção do Brasil mantenha acordo de seguri-


em cooperativa, associação ou entidade de dade social;
qualquer natureza ou finalidade, bem como
o síndico ou administrador eleito para exer- r) o médico em curso de formação no
cer atividade de direção condominial, desde âmbito do Programa Médicos pelo Brasil
que recebam remuneração; que foi instituído pela Lei 13.958/2019.

Equiparam-se, ainda, aos contribuintes indivi-


Importante! duais, de acordo com o Decreto 3.048/99:
Atente-se ao “dirigente sindical”: a Lei prevê
que o dirigente sindical mantém, durante o § 15. Enquadram-se nas situações pre-
exercício do mandato, o mesmo enquadra- vistas nas alíneas "j" e "l" do inciso V do
mento no Regime Geral de Previdência Social caput, entre outros:
(RGPS) de antes da investidura (artigo 11, pa-
rágrafo 4º da Lei 8.213 de 1991). I - aquele que trabalha como condutor
autônomo de veículo rodoviário, inclu-
j) quem presta serviço de natureza ur- sive como taxista ou motorista de trans-
bana ou rural, em caráter eventual, a porte remunerado privado individual de
uma ou mais empresas, sem relação de passageiros, ou como operador de tra-
emprego; tor, máquina de terraplenagem, colhei-
tadeira e assemelhados, sem vínculo
l) a pessoa física que exerce, por conta empregatício; (Redação dada pelo De-
própria, atividade econômica de natu- creto nº 10.410, de 2020).
reza urbana, com fins lucrativos ou não;
II - aquele que exerce atividade de au-
m) o aposentado de qualquer regime xiliar de condutor autônomo de veículo
previdenciário nomeado magistrado rodoviário, em automóvel cedido em re-
classista temporário da Justiça do Tra- gime de colaboração, nos termos da Lei
balho, na forma dos incisos II do § 1º do nº 6.094, de 30 de agosto de 1974;
art. 111 ou III do art. 115 ou do pará-
grafo único do art. 116 da Constituição III - aquele que, pessoalmente, por
Federal, ou nomeado magistrado da conta própria e a seu risco, exerce pe-
Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II quena atividade comercial em via pú-
do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da blica ou de porta em porta, como comer-
Constituição Federal; ciante ambulante, nos termos da Lei nº
6.586, de 6 de novembro de 1978;
n) o cooperado de cooperativa de pro-
dução que, nesta condição, presta ser- IV - o trabalhador associado a coopera-
viço à sociedade cooperativa mediante tiva que, nessa qualidade, presta servi-
remuneração ajustada ao trabalho exe- ços a terceiros;
cutado; e
V - o membro de conselho fiscal de so-
p) o Micro Empreendedor Individual – ciedade por ações;
MEI, de que tratam os arts. 18-A e 18-C
da Lei Complementar no 123, de 14 de VI - aquele que presta serviço de natu-
dezembro de 2006, que opte pelo reco- reza não contínua, por conta própria, a
lhimento dos impostos e contribuições pessoa ou família, no âmbito residencial
abrangidos pelo Simples Nacional em desta, em atividade sem fins lucrativos,
valores fixos mensais até dois dias por semana; (Redação
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
q) o médico participante do Projeto Mais
Médicos para o Brasil, instituído pela Lei VII - o notário ou tabelião e o oficial de
nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, registros ou registrador, titular de cartó-
exceto na hipótese de cobertura securi- rio, que detêm a delegação do exercício
tária específica estabelecida por orga- da atividade notarial e de registro, não
nismo internacional ou filiação a regime remunerados pelos cofres públicos, ad-
de seguridade social em seu país de ori- mitidos a partir de 21 de novembro de
gem, com o qual a República Federativa
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1994; XVIII - o repentista de que trata a Lei


nº 12.198, de 14 de janeiro de 2010,
VIII - aquele que, na condição de pe- desde que não se enquadre na condição
queno feirante, compra para revenda de empregado, prevista no inciso I do
produtos hortifrutigranjeiros ou asse- caput, em relação à referida atividade;
melhados; e (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
IX - a pessoa física que edifica obra de
construção civil; XIX - o artesão de que trata a Lei nº
13.180, de 22 de outubro de 2015,
X - o médico residente de que trata a Lei desde que não se enquadre em outras
nº 6.932, de 7 de julho de 1981. (Reda- categorias de segurado obrigatório do
ção dada pelo Decreto nº 4.729, de RGPS em relação à referida atividade.
2003) (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
XI - o pescador que trabalha em regime
de parceria, meação ou arrendamento, 1.7.1.3 Segurado Especial
em embarcação de médio ou grande
A legislação trouxe um regramento diferenci-
porte, nos termos da Lei nº 11.959, de
ado para o denominado segurado especial.
2009; (Redação dada pelo Decreto nº
Esse tipo de segurado possui forma de contri-
8.424, de 2015)
buição diferenciada e para ter acesso aos bene-
fícios previdenciários não precisa comprovar o
XII - o incorporador de que trata o art.
pagamento de contribuições mensais: basta
29 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro
comprovar o efetivo exercício de atividade na
de 1964.
condição de segurado especial, durante o perí-
odo correspondente à carência mínima exigida
XIII - o bolsista da Fundação Habitaci-
para a obtenção das prestações. Importa lem-
onal do Exército contratado em confor-
brar, que a carência é o número mínimo de con-
midade com a Lei nº 6.855, de 18 de
tribuições exigidas para a obtenção dos benefí-
novembro de 1980; e (Incluído pelo De-
cios e varia de acordo com cada situação.
creto nº 3.265, de 1999)
Para que você compreenda melhor essa dife-
XIV - o árbitro e seus auxiliares que
renciação, vamos ao exemplo: José planta ba-
atuam em conformidade com a Lei nº
tatas em seu pequeno sítio. Tem, na proprie-
9.615, de 24 de março de 1998. (Inclu-
dade, alguns animais e uma horta, local onde
ído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
colhe hortaliças para sua subsistência. O José
depende da batata “crescer”, para que possa
XV - o membro de conselho tutelar de
vendê-la e obter uma renda. Seria inviável, en-
que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de
tão, exigir que ele contribuísse todos os meses.
13 de julho de 1990, quando remune-
Neste sentido, a Lei prevê que ele deve recolher
rado; (Incluído pelo Decreto nº 4.032,
contribuição somente quando vender suas ba-
de 2001)
tatas, contando todos os meses trabalhados
para fazer jus aos benefícios previdenciários,
XVI - o interventor, o liquidante, o ad-
pois, enquanto esperava suas batatas cresce-
ministrador especial e o diretor fiscal de
rem, trabalhou no seu cultivo e posterior co-
instituição financeira, empresa ou enti-
lheita.
dade referida no § 6º do art. 201; (Re-
dação dada pelo Decreto nº 10.410, de
Nesse mesmo exemplo, se José ficar incapaz
2020).
para o exercício de suas atividades laborativas,
pode requerer o benefício de auxílio por inca-
XVII - o transportador autônomo de
pacidade temporária, cujo período mínimo de
cargas e o transportador autônomo de
carência exigido por Lei é, via de regra, de 12
cargas auxiliar, nos termos do disposto
contribuições mensais. Como ele é segurado
na Lei nº 11.442, de 5 de janeiro de
especial, não precisa comprovar o pagamento
2007; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
das 12 contribuições, mas apenas o efetivo
de 2020)
exercício das atividades na condição de segu-
rado especial por esse mesmo período.

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O segurado especial tem previsão legal nas se- para trabalhar;


guintes legislações: tanto no § 8° do artigo
195, da Constituição Federal quanto no inciso • Parceiro outorgado: possui contrato
VII, do art. 9º, do Decreto n° 3.048/99. Assim com o proprietário, para partilhar lucros
como também está previsto no inciso VII, do e prejuízos;
art. 12, da Lei n° 8.212/91 e no inciso VII, do
art. 11, da Lei 8.213/91. • Meeiro: possui contrato com o proprie-
tário, partilhando rendimentos e custos;
Trata-se de pessoa física que reside em imóvel
rural, ou em aglomerado urbano ou rural pró- • Usufrutuário: é aquele que não possui a
ximo ao imóvel rural que, individualmente ou propriedade, mas tem direito de usar,
em regime de economia familiar, ainda que gozar e perceber os frutos como se dono
com o auxílio eventual de terceiros, exerce ati- fosse;
vidades na condição de:
• Comodatário e Arrendatário: um ex-
• Produtor, seja ele proprietário, usufru- plora a terra por empréstimo gratuito
tuário, possuidor, assentado, parceiro (comodatário) e o outro explora, pa-
ou meeiro outorgados, comodatário ou gando um aluguel (arrendatário).
arrendatário rurais, que explore ativi-
dade agropecuária em área contínua ou Ainda, o cônjuge ou companheiro, bem como
não, de até quatro Módulos fiscais e que filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou
faça dessas atividades o seu principal a este equiparado, do segurado produtor e pes-
meio de sustento ou de seringueiro ou cador artesanal que, comprovadamente, te-
extrativista vegetal; nham participação ativa nas atividades rurais
do grupo familiar (alínea “c”, inciso VII, do art.
• Pescador artesanal ou assemelhado 9º, do Decreto n°3.048/99).
(que realiza atividades de apoio à pesca
artesanal, como confecção e reparos de A jurisprudência do STF e do STJ é pacífica no
redes de pesca), que não utilize embar- sentido de que é possível a averbação do perí-
cação; ou utilize embarcação de pe- odo rural, como tempo de contribuição, a con-
queno porte, nos termos da Lei nº tar dos 12 anos de idade. Os tribunais superio-
11.959/2009 (com arqueação bruta res entendem que a proibição do trabalho in-
igual ou menor que 20. A arqueação é a fantil apresenta como objetivo a proteção do
medida de volume interno de uma em- infante. Porém, referida proibição não pode ser
barcação). utilizada em desfavor do segurado, ou seja, a
proibição foi estabelecida em benefício do me-
Como produtor, poderá exercer atividades ru- nor e não em seu prejuízo.
rais, sendo:
• Proprietário: aquele que é dono e detém Em 2003, a Turma Nacional de Uniformização
os poderes de usar, gozar, dispor e rea- da Jurisprudência dos Juizados Especiais Fede-
ver, conforme previsto no art. 1.228 do rais - TNU emitiu a Súmula nº 5, entendendo
Código Civil; pela possibilidade de reconhecimento do ser-
viço rural por menor de 12 a 14 anos para fins
• Possuidor: é aquele que tem de fato o previdenciários.
exercício, pleno ou não, de algum dos
poderes inerentes à propriedade, con- Contudo, recentemente, a 6ª Turma do
forme art. 1.196 do Código Civil. O pos- Tribunal Regional Federal da 4ª Região -
suidor é aquele que age como proprie- TRF4 inovou ao decidir que é possível o
tário; cômputo do período de trabalho realizado
antes dos 12 anos de idade, para fins de
• Assentado: aquele que é beneficiário reconhecimento de tempo de contribuição,
dos espaços criados em decorrência da sem a fixação de requisito etário, desde
Reforma Agrária e que são distribuídos que tal atividade esteja comprovada nos
às famílias que não possuem acesso a autos.
terras ou ao mercado de trabalho. Em
síntese, são pessoas que não possuem
condições de comprar um imóvel rural e
que recebem do Estado lotes agrícolas
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1.7.1.3.1 Conceito de Economia uma ou mais empresas, sem relação de


Familiar emprego), à razão de, no máximo, cento
e vinte pessoas por dia no mesmo ano
LB. Art. 11, § 1º Entende-se como regime de civil, em períodos corridos ou intercala-
economia familiar a atividade em que o traba- dos, ou, ainda, por tempo equivalente
lho dos membros da família é indispensável à em horas de trabalho, à razão de oito
própria subsistência e ao desenvolvimento so- horas por dia e quarenta e quatro
cioeconômico do núcleo familiar e é exercido horas por semana, hipóteses em que
em condições de mútua dependência e colabo- períodos de afastamento em decorrên-
ração, sem a utilização de empregados perma- cia de percepção de auxílio por incapa-
nentes. cidade temporária não serão computa-
dos. (Redação dada pelo Decreto nº
A parte final do dispositivo atesta a impossibili- 10.410, de 2020).
dade de contratação de empregados perma-
nentes para a configuração do regime de eco- O segurado especial sobrevive da pesca ou ati-
nomia familiar. Como vimos anteriormente, vidade agropecuária. A regra é: se este possuir
aquele que contrata empregados permanentes outra fonte de renda ou outra atividade, estará
será considerado contribuinte individual e não excluído da condição de segurado especial.
segurado especial.
Porém, o legislador determinou um rol taxativo
Contudo, a Lei permite a contratação de em- de atividades e fontes de renda que são permi-
pregados temporários. O grupo familiar pode tidas ao segurado especial, de acordo com o §
contratar empregados temporários ou traba- 8º do art. 11. Vejamos:
lhadores eventuais, em épocas de safra ou de- • Outorga de imóvel rural: através de
feso por no máximo 120 (cento e vinte) pes- contrato escrito de parceria, meação ou
soas por dia no ano civil, em períodos corridos comodato de até 50% do imóvel de até
ou intercalados ou, ainda, por tempo equiva- 4 módulos fiscais, que outorgante e ou-
lente em horas de trabalho, não sendo compu- torgado continuem a exercer a atividade
tado nesse prazo o período de afastamento em rural;
decorrência da percepção de auxílio-doença”
(artigo 11, § 7º, da Lei nº 8.213/1991). • Turismo, podendo, inclusive, ser de hos-
pedagem, na propriedade rural, por um
LB. Art. 11, § 7º O grupo familiar po- período não superior a 120 dias ao ano;
derá utilizar-se de empregados contra-
tados por prazo determinado ou de tra- • Participação em plano de previdência
balhador de que trata a alínea g do in- complementar que seja instituído por
ciso V do caput (quem presta serviço de entidade classista que seja associado e
natureza urbana ou rural, em caráter em regime familiar;
eventual, a uma ou mais empresas, sem
relação de emprego), à razão de no má- • Participar de programa assistencial ofi-
ximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia cial do Governo como beneficiário ou fa-
no ano civil, em períodos corridos ou in- zer parte de grupo familiar em que al-
tercalados ou, ainda, por tempo equiva- gum membro seja beneficiário;
lente em horas de trabalho, não sendo
computado nesse prazo o período de • Beneficiamento ou industrialização arte-
afastamento em decorrência da percep- sanal utilizado pelo grupo familiar na ex-
ção de auxílio-doença. ploração da atividade (aquele realizado
diretamente pelo produtor rural, como
DECRETO. Art. 9º, § 21 O grupo fami- pessoa física que não esteja sujeito ao
liar poderá utilizar-se de empregado IPI – Imposto sobre Produtos Industria-
contratado por prazo determinado, in- lizados);
clusive daquele referido na alínea “r” do
inciso I do caput (trabalhador rural tem- • Associar-se em cooperativa agropecuá-
porário, por prazo não superior a 2 me- ria ou de crédito rural;
ses em 1 ano), ou de trabalhador de que
trata a alínea “j” do inciso V do caput • Benefício de pensão por morte, auxílio-
(quem presta serviço de natureza ur- acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor
bana ou rural, em caráter eventual, a

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não supere o do menor benefício da Pre- observados os seguintes prazos, de acordo com
vidência Social; o §23 do art. 9º do Dec. nº 3.048/99:

• Benefício concedido ao segurado qualifi-


cado como segurado especial, indepen- Deixa de satisfazer as
dentemente do valor; condições de segurado
especial

• Exercício de atividade remunerada em Exceder percentual de


outorga imóvel
período não superior a cento e vinte Primeiro dia do
dias, corridos ou intercalados, no ano ci- mês
Se enquadrar em outra
vil, categoria de segurado
Exclusão da obrigatório RGPS ou RPPS
categoria de
• Exercício de mandato eletivo de diri- segurado Sociedade empresária, salvo
gente sindical de organização da cate- especial na forma da lei
goria de trabalhadores rurais;
Exceder limite de
Primeiro dia do
contratação, atividade
• Exercício de mandato de vereador do mês subsequente
remunerada e hospedagem
município onde desenvolve a atividade
rural, ou de dirigente de cooperativa ru-
ral constituída exclusivamente por segu-
rados especiais; Na redação da Lei nº 8.213/91, temos o se-
guinte
• Atividade artesanal desenvolvida com
matéria-prima produzida pelo respec- LB. Art. 11, § 10. O segurado especial fica ex-
tivo grupo familiar, podendo ser utili- cluído dessa categoria:
zada matéria-prima de outra origem,
desde que, nesse caso, a renda mensal I - a contar do primeiro dia do mês
obtida na atividade não exceda ao me- em que:
nor benefício de prestação continuada a) deixar de satisfazer as condi-
da Previdência Social; ções estabelecidas no inciso VII
do caput deste artigo, sem preju-
• Atividade artística, desde que em valor ízo do disposto no art. 15 desta
mensal inferior ao menor benefício de Lei (estabelece regras de manu-
prestação continuada da Previdência tenção da qualidade de segurado
Social; quando deixa de exercer a ativi-
dade), ou exceder qualquer dos
• Participação do segurado especial em limites estabelecidos no inciso I
sociedade empresária ou em sociedade do § 8º deste artigo (outorga de
simples, ou a sua atuação como empre- até 50 % das terras);
sário individual ou como titular de em-
presa individual de responsabilidade li- b) enquadrar-se em qualquer
mitada de objeto ou âmbito agrícola, outra categoria de segurado obri-
agroindustrial ou agroturístico, conside- gatório do Regime Geral de Pre-
rada microempresa nos termos do dis- vidência Social, ressalvado o dis-
posto na Lei Complementar nº 123, de posto nos incisos III, V, VII e VIII
2006, desde que, mantido o exercício da do § 9º e no § 12, sem prejuízo
sua atividade rural na forma prevista no do disposto no art. 15;
inciso VII do caput e no § 5º, a pessoa
jurídica seja composta apenas por segu- c) tornar-se segurado obrigató-
rados especiais e sediada no mesmo rio de outro regime previdenciá-
Município ou em Município limítrofe rio; e
àquele em que, ao menos, um deles de-
senvolva as suas atividades. d) participar de sociedade em-
presária, de sociedade simples,
Nos casos em que o segurado especial exerça como empresário individual ou
outra atividade ou tenha outra fonte de renda, como titular de empresa indivi-
salvo situações previstas na legislação, e, por- dual de responsabilidade limitada
tanto, fique excluído da categoria, devem ser em desacordo com as limitações
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impostas pelo § 12; exige a comprovação do recolhimento de con-


tribuições, mas apenas do trabalho rural. Con-
II - a contar do primeiro dia do mês fira-se: "PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁ-
subseqüente ao da ocorrência, RIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA
quando o grupo familiar a que per- RURAL POR IDADE. BOIA FRIA. EQUIPARAÇÃO
tence exceder o limite de: À CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL. RE-
a) utilização de terceiros na ex- CURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. Não me-
ploração da atividade a que se rece prosperar a tese de violação do art. 1.022
refere o § 7º deste artigo; do CPC, porquanto o acórdão combatido funda-
mentou, claramente, o posicionamento por ele
b) dias em atividade remunerada assumido, de modo a prestar a jurisdição que
estabelecidos no inciso III do § lhe foi postulada. 2. O entendimento do Supe-
9º deste artigo; e rior Tribunal de Justiça é de que o trabalhador
rural boia-fria, diarista ou volante, é equipa-
c) dias de hospedagem a que se rado ao segurado especial de que trata o inciso
refere o inciso II do § 8º deste VII do art. 11 da Lei n. 8.213/1991, quanto aos
artigo. requisitos necessários para a obtenção dos be-
nefícios previdenciários. 3. Recurso especial a
Exercício de atividade urbana por membro que se nega provimento." (REsp n.º
da família não descaracteriza, por si só, o 1667753/RS - 2ª T. - p.u. - Rel. Min. Og Fer-
trabalhador rural como segurado especial. nandes - DJe 14/11/2017) Ante o exposto,
O entendimento da Turma Nacional de Unifor- nego seguimento ao PUIL nacional, ex vi do inc.
mização consubstanciada na Súmula nº 41, é IX do art. 9º da Res. n.º 345/2015 do CJF. In-
de que a circunstância de um dos integrantes timem-se. Decorrido o prazo sem manifesta-
do núcleo familiar desempenhar atividade ur- ção, certifique-se o trânsito em julgado. (Pe-
bana não implica, por si só, a descaracterização dido de Uniformização de Interpretação de Lei
do trabalhador rural como segurado especial". (Turma) 0003196-74.2015.4.01.3819, ERI-
Contudo, é necessário que o pretenso segurado VALDO RIBEIRO DOS SANTOS - TURMA NACI-
especial comprove a indispensabilidade do la- ONAL DE UNIFORMIZAÇÃO.)
bor rural para o sustento do grupo familiar.
É importante a distinção entre os tipos de tra-
Equiparação do diarista rural/boia-fria ao balhadores rurais, porque a Lei 8.213/91 esta-
segurado especial belece regras diferenciadas acerca das contri-
Decisão da Turma Nacional de Uniformização buições e também da concessão de benefícios.
de Jurisprudência acerca da consideração do di-
arista rural/boia-fria como segurado especial: Assim, como vimos, os rurais podem ser em-
pregados rurais (permanentes ou temporá-
Trata-se de Pedido de Uniformização de Inter- rios); avulsos; contribuintes individuais (médio
pretação de Lei (PUIL) nacional interposto em e grande produtor rural; e diarista rural, para o
face de acórdão proferido pela 1ª Turma Recur- INSS) ou segurado especial (e diarista rural por
sal de Juiz de Fora/MG no qual restou consig- equiparação judicial). As diferenças estão nas
nado que o trabalhador rural diarista ou safrista alíquotas de contribuição ao INSS e também no
equipara-se ao segurado especial, de sorte tratamento especial e diferenciado conferido
que, comprovado o trabalho rural durante a ca- aos segurados especiais.
rência, é devida a aposentadoria por idade ru-
ral. Sustenta o INSS, em síntese, que o acórdão Finalmente, a inscrição do segurado especial
impugnado contrasta com o entendimento da será realizada de forma a vinculá-lo ao respec-
1ª Turma Recursal do Espírito Santo, para tivo grupo familiar e conterá, além das infor-
quem o "diarista/boia-fria" rural, porquanto um mações pessoais, a identificação da proprie-
trabalhador eventual, não ostenta a qualidade dade em que desenvolve a atividade e a que
de segurado especial, mas de contribuinte indi- título, se nela reside ou o Município no qual re-
vidual, razão pela qual é devida a comprovação side e, quando for o caso, a identificação e ins-
do recolhimento das contribuições para o côm- crição da pessoa responsável pelo grupo fami-
puto do tempo rural. É o relatório. Decido. É liar, conforme determina o artigo 17, parágrafo
pacífico no STJ o entendimento de que o traba- 4º da Lei nº 8.213 de 1991.
lhador rural informal do tipo boia-fria (diarista,
safrista/volante) equipara-se ao segurado es-
pecial, de sorte que dele igualmente não se
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1.7.1.3.2 Segurado facultativo redação aplicável na atualidade, que é a do De-


creto, considerando como facultativo o maior
O segurado facultativo é aquele que não se en-
de 16 anos.
quadra em nenhuma categoria de segurado
obrigatório do Regime Geral de Previdência So-
O Decreto nº 3.048/99 traz um rol exemplifica-
cial e não está vinculado obrigatoriamente ao
tivo daqueles que podem ser considerados se-
Regime Próprio de Previdência Social.
gurados facultativos. Vejamos:
A própria Constituição Federal veda a filiação
Art. 11 É segurado facultativo o maior
como facultativos, dos vinculados aos Regimes
de dezesseis anos de idade que se filiar
Próprios (parágrafo 5º do art. 201 da CF/88):
ao Regime Geral de Previdência Social,
mediante contribuição, na forma do art.
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral
199, desde que não esteja exercendo
de previdência social, na qualidade de
atividade remunerada que o enquadre
segurado facultativo, de pessoa partici-
como segurado obrigatório da previdên-
pante de regime próprio de previdência.
cia social.
O facultativo contribui, se desejar, com o Sis-
Podem filiar-se facultativamente, entre outros
tema Previdenciário, é um ato volitivo, diferen-
(§ 1º):
temente dos segurados obrigatórios, que de-
I - aquele que se dedique exclusiva-
vem contribuir.
mente ao trabalho doméstico no âmbito
de sua residência
ATENÇÃO: o conceito de segurado facultativo
trazido pela Lei de Benefícios, Lei 8.213/91, e
II - o síndico de condomínio, quando
pelo Decreto 3.048/99 é diferente!
não remunerado;
• Segundo a Lei 8.213/91:
III - o estudante;
Art. 13. É segurado facultativo o maior
de 14 (quatorze) anos que se filiar ao
IV - o brasileiro que acompanha côn-
Regime Geral de Previdência Social, me-
juge que presta serviço no exterior;
diante contribuição, desde que não in-
cluído nas disposições do art. 11 (não
V - aquele que deixou de ser segurado
pode ser segurado obrigatório).
obrigatório da previdência social;
• E conforme o Decreto 3.048/99:
VI - o membro de conselho tutelar de
Art. 11. É segurado facultativo o maior
que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de
de dezesseis anos de idade que se filiar
13 de julho de 1990, quando não esteja
ao Regime Geral de Previdência Social,
vinculado a qualquer regime de previ-
mediante contribuição, na forma do art.
dência social;
199, desde que não esteja exercendo
atividade remunerada que o enquadre
VII - o bolsista e o estagiário que pres-
como segurado obrigatório da previdên-
tam serviços a empresa de acordo com
cia social.
a Lei 11.788 de 2008;
A redação do dispositivo da Lei não foi atuali-
VIII - o bolsista que se dedique em
zada com a redação atual da CF/88, que veda
tempo integral a pesquisa, curso de es-
o trabalho aos menores de 16 anos. Assim,
pecialização, pós-graduação, mestrado
deve ser adotada a orientação trazida pelo
ou doutorado, no Brasil ou no exterior,
Decreto, de que o facultativo é o maior de 16
desde que não esteja vinculado a qual-
anos de idade, com base na redação atual da
quer regime de previdência social;
CF/88.
IX - o presidiário que não exerce ativi-
Ao responder à questão de concurso que traga
dade remunerada nem esteja vinculado
essa definição, o candidato deve estar atento
a qualquer regime de previdência social;
ao enunciado, que pode exigir o conhecimento
do conceito legal ou daquele previsto no De-
X - o brasileiro residente ou domiciliado
creto. Contudo, as bancas costumam exigir a
no exterior, salvo se filiado a regime

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previdenciário de país com o qual o Bra- Significa que, com a falta de obrigatoriedade,
sil mantenha acordo internacional; e não é possível, por exemplo, recolher compe-
tências (meses) antes da inscrição, a fim de ob-
XI - o segurado recolhido à prisão sob ter benefícios.
regime fechado ou semiaberto, que,
nesta condição, preste serviço, dentro 1.7.1.3.3 Aquisição, manutenção,
ou fora da unidade penal, a uma ou mais perda e reaquisição da
empresas, com ou sem intermediação
da organização carcerária ou entidade
qualidade de segurado.
afim, ou que exerce atividade artesanal Aquisição da qualidade de segurado - Inscrição
por conta própria. e filiação ao RGPS
Inscrição
XII - o atleta beneficiário da Bolsa- É o ato pelo qual acontece o registro do segu-
Atleta não filiado a regime próprio de rado nos sistemas do INSS. O segurado é ca-
previdência social ou não enquadrado dastrado após comprovação dos dados pesso-
em uma das hipóteses previstas no art. ais e demais elementos necessários ao ato.
9º. No caso dos segurados obrigatórios, em regra,
a inscrição é automática, comprovada a ocor-
Dica: com relação ao síndico de condomínio, rência de determinada circunstância.
será facultativo se não receber remuneração.
Se receber remuneração (ainda que indireta, Em síntese (art. 11 do Decreto):
como a isenção do pagamento da taxa condo- Empregado: a inscrição é feita na empresa e
minial), será considerado contribuinte indivi- materializada pelo preenchimento dos docu-
dual. mentos que formalizem seu contrato de traba-
lho;
Aquele que participa de regime próprio ficará
proibido de se filiar ao Regime Geral de Previ- Avulso: inscrição é feita no OGMO ou sindicato
dência Social, na qualidade de segurado facul- e materializada pelo cadastramento e registro
tativo, salvo na hipótese de afastamento sem no referido órgão;
vencimento e desde que não permitida, nesta
condição, contribuição ao respectivo regime Doméstico: inscrição é feita no INSS e forma-
próprio (§ 2º, art. 11). lizada pelo documento que caracterize a rela-
ção de emprego;
O Art. 55, § 5.º da Instrução Normativa
INSS/PRESS n.º 77/2015 traz a seguinte orien- Contribuinte individual: inscrição é no INSS
tação: e materializada pelo documento que caracterize
• Servidor Federal: é vedada a filiação ao a sua atividade na condição de autônomo ou
RGPS, na qualidade de segurado facul- eventual.
tativo, inclusive na hipótese de afasta-
mento sem vencimentos. Segurado especial: inscrição é no INSS, ma-
terializada pela apresentação de documento
• Servidor Estadual, Distrital e Municipal: que comprove o exercício de atividade rural
é vedada a filiação ao RGPS, na quali- No caso do segurado especial integrante de um
dade de segurado facultativo, salvo na grupo familiar, será atribuído um Cadastro Es-
hipótese de afastamento sem venci- pecífico do INSS (CEI) para fins de controle das
mento e desde que não permitida, nesta contribuições da família.
condição, contribuição ao respectivo re-
gime próprio. (LB - ART. 17) § 4º A inscrição do se-
gurado especial será feita de forma a
A filiação, na qualidade de segurado facultativo, vinculá-lo ao respectivo grupo familiar e
representa ato volitivo, gerando efeito somente conterá, além das informações pessoais,
a partir da inscrição e do primeiro recolhi- a identificação da propriedade em que
mento, não podendo retroagir e não permitindo desenvolve a atividade e a que título, se
o pagamento de contribuições relativas a com- nela reside ou o Município onde reside e,
petências anteriores à data da inscrição, ressal- quando for o caso, a identificação e ins-
vada a possibilidade de contribuição trimestral crição da pessoa responsável pelo grupo
(§ 3º, art. 11). familiar

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§ 5º O segurado especial integrante de atividades de natureza temporária, de-


grupo familiar que não seja proprietário corre automaticamente de sua inclusão
ou dono do imóvel rural em que desen- na GFIP, mediante identificação especí-
volve sua atividade deverá informar, no fica.
ato da inscrição, conforme o caso, o
nome do parceiro ou meeiro outorgante, Em síntese:
arrendador, comodante ou asseme- • FILIAÇÃO DOS SEGURADOS OBRIGA-
lhado. TÓRIOS: decorre do exercício da ativi-
dade remunerada, à exceção do traba-
Facultativos: inscrição é feita no INSS, lhador rural, conforme § 2º; e
mediante a apresentação da identidade
e de declaração de que não exerce ati- • FILIAÇÃO DO SEGURADO FACULTA-
vidade que o enquadre na categoria de TIVO: decorre da inscrição formalizada
segurado obrigatório. com o pagamento da primeira contribui-
ção.
Com a inscrição o segurado é cadastrado no Ca-
dastro Nacional de Informação Social - CNIS Manutenção e perda da qualidade de segu-
mediante atribuição de um NIT, para os traba- rado
lhadores em geral. Manutenção da qualidade de segurado
A Lei permite que os segurados do RGPS man-
IMPORTANTE LB ART. 17 § 7º Não será ad- tenham essa qualidade, por determinados lap-
mitida a inscrição post mortem de segurado sos de tempo, mesmo tendo deixado de contri-
contribuinte individual e de segurado faculta- buir ao Regime. Esses lapsos são denominados
tivo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) “Períodos de Graça”.
IMPORTANTE LB ART. 17 § 5º Presentes os Os “períodos de graça” estão previstos na Lei
pressupostos da filiação, admite-se a inscrição de Benefícios, artigo 15 e também no Decreto:
post mortem do segurado especial.
Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, in-
dependentemente de contribuições
Filiação
É a vinculação ao regime geral, e se estabelece, I - sem limite de prazo, o segurado que
estiver em gozo de benefício, exceto na
em regra, de forma direta e automática: pelo
hipótese de auxílio-acidente; (Redação
simples exercício da atividade remunerada
dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
abrangida pelo RGPS - art. 11 da LB
(8.213/91). A exceção para o auxílio-acidente de-
corre do fato de ser um benefício inde-
nizatório e não substitutivo de renda
Está assim descrita no Regulamento da Previ-
dência (Decreto 3.048/99): mensal, pois os beneficiários continuam
aptos a exercer suas atividades labora-
tivas e a contribuir para o Regime.
Art. 20. Filiação é o vínculo que se es-
tabelece entre pessoas que contribuem
para a previdência social e esta, do qual II - até doze meses após a cessação de
benefício por incapacidade ou das con-
decorrem direitos e obrigações.
tribuições, observado o disposto nos §
§ 1º A filiação à previdência social de- 7º e § 8º e no art. 19-E (limite mínimo
corre automaticamente do exercício mensal); (Redação dada pelo Decreto nº
10.491, de 2020).
de atividade remunerada para os se-
gurados obrigatórios, observado o
disposto no § 2o, e da inscrição for- III - até doze meses após cessar a se-
gregação, o segurado acometido de do-
malizada com o pagamento da pri-
ença de segregação compulsória;
meira contribuição para o segurado
facultativo. (Incluído pelo Decreto nº
6.722, de 2008). IV - até doze meses após o livramento,
o segurado detido ou recluso;
§ 2º A filiação do trabalhador rural con-
tratado por produtor rural pessoa física V - até três meses após o licenciamento,
por prazo de até dois meses dentro do o segurado incorporado às Forças Arma-
período de um ano, para o exercício de das para prestar serviço militar; e

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VI - até seis meses após a cessação das § 5º A perda da qualidade de segurado


contribuições, o segurado facultativo. não será considerada para a concessão
das aposentadorias por tempo de contri-
Fidelidade Previdenciária buição e especial.
É possível que o prazo básico de 12 meses após
a cessação das contribuições ou do benefício § 6º Aplica-se o disposto no § 5º à apo-
por incapacidade seja prorrogado por outros 12 sentadoria por idade, desde que o segu-
meses se o segurado já estiver contribuindo rado conte com, no mínimo, o número
para a previdência a mais tempo. É a chamada de contribuições mensais exigido para
fidelidade previdenciária, prevista no § 1º: efeito de carência na data do requeri-
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para mento do benefício.
até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver
pago mais de cento e vinte contribuições men- § 7º Para o contribuinte individual, o pe-
sais sem interrupção que acarrete a perda da ríodo de manutenção da qualidade de
qualidade de segurado. segurado inicia-se no primeiro dia do
mês subsequente ao da última contri-
Prorrogação por Desemprego buição com valor igual ou superior ao
Além disso, os períodos de graça básico (12 salário-mínimo. (Incluído pelo Decreto
meses) e o decorrente da fidelidade previden- nº 10.410, de 2020)
ciária (24 meses) podem ser acrescidos de ou-
tros 12 meses, caso o segurado comprove o de- § 8º O segurado que receber remunera-
semprego involuntário: ção inferior ao limite mínimo mensal do
§ 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será acres- salário de contribuição somente man-
cido de doze meses para o segurado desempre- terá a qualidade de segurado se efetuar
gado, desde que comprovada essa situação por os ajustes de complementação, utiliza-
registro no órgão próprio do Ministério do Tra- ção e agrupamento a que se referem o
balho e Emprego. § 1º do art. 19-E e o § 27-A do art. 216.
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
Interpretações Jurisprudenciais 2020)
Súmula 27 da TNU: A ausência de registro em
órgão do Ministério do Trabalho não impede a Perda da qualidade de segurado
comprovação do desemprego por outros meios. Já sabemos que o segurado mantém essa qua-
STJ - ausência de anotações na CTPS é início lidade por determinados períodos de tempo,
de prova material, podendo ser corroborado conforme a sua situação específica, e que esses
por prova testemunhal. períodos de graça podem ser de 3 meses, 6 me-
TNU - pode ser prova exclusivamente testemu- ses, 12 meses, 24 meses e até 36 meses.
nhal para comprovar o desemprego do contri-
buinte individual. Mas quando ocorre efetivamente a perda da
qualidade de segurado?
Decisão importante TNU - NÃO RECO-
NHECE PRORROGAÇÃO QUANDO A PARTE Lei de Benefícios. Art. 15, § 4º A perda da
PEDE DEMISSÃO, pois o desemprego deve ser qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte
involuntário - STJ deu razão à essa corrente. ao do término do prazo fixado no Plano de Cus-
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o teio da Seguridade Social para recolhimento da
segurado conserva todos os seus direi- contribuição referente ao mês imediatamente
tos perante a previdência social. posterior ao do final dos prazos fixados neste
artigo e seus parágrafos.
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do
caput e no § 1º ao segurado que se des- DECRETO Art. 14. O reconhecimento da perda
vincular de regime próprio de previdên- da qualidade de segurado no termo final dos
cia social. prazos fixados no art. 13 ocorrerá no dia se-
Importante, a perda da qualidade de se- guinte ao do vencimento da contribuição do
gurado não se aplica para a concessão contribuinte individual relativa ao mês imedia-
das aposentadorias programadas. Antes tamente posterior ao término daqueles prazos.
a nomenclatura era diversa, por isso os
parágrafos seguintes falam em aposen- O prazo, portanto, é sempre maior do que 12,
tadoria por tempo de contribuição, es- 24 ou 36 meses.
pecial e por idade:
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É que o prazo previsto na Lei de Custeio para o III - o irmão não emancipado, de qual-
recolhimento da contribuição do mês de refe- quer condição, menor de 21 (vinte e um)
rência é o dia 15 do mês subsequente à com- anos ou inválido ou que tenha deficiência
petência. intelectual ou mental ou deficiência
grave.
Assim, se o prazo de 12 meses de período
de graça findar em 03/04/2015, o segu- Na redação anterior do artigo 16, o menor sob
rado manterá a sua qualidade até o dia guarda era considerado dependente do segu-
15/06/2015 (15º dia do mês subsequente ao rado. Mas a categoria foi excluída dessa condi-
mês subsequente). Portanto, perderá a qua- ção. Porém, o Superior Tribunal de Justiça de-
lidade de segurado somente no dia cidiu, no sistema de demandas repetitivas inau-
16/06/2015. gurado pelo novo CPC (IRDR), Tema 732 (D.P.
21.02.2018), que:
1.7.2 Dependentes
“O menor sob guarda tem direito à con-
Dependentes também são sujeitos ativos da re-
cessão do benefício de pensão por morte
lação jurídico-previdenciária, porque têm di-
do seu mantenedor, comprovada sua
reito às prestações de pensão por morte e au-
dependência econômica, nos termos do
xílio-reclusão e serviços da previdência social.
art. 33, § 3º do Estatuto da Criança e
Possuem deveres também.
do Adolescente, ainda que o óbito do
instituidor da pensão seja posterior à vi-
É uma relação indireta, reflexa, todavia. Isso
gência da Medida Provisória 1.523/96,
porque sempre haverá um segurado relacio-
reeditada e convertida na Lei 9.528/97.
nado. Os dependentes não contribuem para o
Funda-se essa conclusão na qualidade
regime de previdência, mas farão jus aos bene-
de lei especial do Estatuto da Criança e
fícios previdenciários, por estarem ligados aos
do Adolescente (8.069/90), frente à le-
segurados economicamente.
gislação previdenciária.”
Na falta do segurado, em razão de morte ou
Diferença entre menor sob guarda e menor tu-
reclusão, seus dependentes terão direito à pen-
telado:
são por morte ou auxílio-reclusão, conforme
A GUARDA tem por objetivo regularizar
fato gerador e cumpridos os requisitos legais.
a convivência de fato, atribuindo ao
Ou seja, são dois os benefícios da previdência
guardião vínculo e representação jurí-
devidos aos dependentes.
dica em relação ao menor, obrigando o
guardião a promover a assistência mo-
Além disso, os dependentes dos segurados pos-
ral, material e educacional, permitindo-
suem acesso aos serviços prestados pelo INSS:
lhe se opor a terceiros, inclusive aos
serviço social e reabilitação profissional.
pais. A guarda não destitui o poder fa-
miliar dos pais biológicos, mas limita o
Conforme disposição do artigo 16 da Lei
exercício deste poder que é transferido
8.213/91:
ao guardião.
A TUTELA é forma de inserir o menor
Art. 16. São beneficiários do Regime
em uma família substituta. Pressupõe,
Geral de Previdência Social, na condição
ao contrário da guarda, a prévia desti-
de dependentes do segurado:
tuição ou suspensão do poder familiar
dos pais (família natural). Tem por ob-
I - o cônjuge, a companheira, o compa-
jetivo suprir a ausência de representa-
nheiro e o filho não emancipado, de
ção legal, assumindo o tutor tal obriga-
qualquer condição, menor de 21 (vinte e
ção na ausência dos genitores.
um) anos ou inválido ou que tenha defi-
ciência intelectual ou mental ou deficiên-
Portanto, se houver uma questão na prova so-
cia grave; IMPORTANTE, exclusão do
bre o menor sob guarda, atente-se ao enunci-
menor sob guarda da redação atual
ado, que pode exigir conhecimentos sobre a in-
do inciso I.
terpretação jurisprudencial, que amplia a con-
dição de dependentes aos menores sob guarda.
II - os pais;
Os nascituros não estão expressamente citados
nas leis previdenciárias como dependentes dos
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segurados. Contudo, o artigo 2º do Código Civil somente a esposa terá direito aos benefícios
estabelece que a lei põe a salvo, desde a con- como dependente.
cepção, os direitos do nascituro. Com base
nessa orientação, os tribunais têm entendido § 2º O enteado e o menor tutelado equi-
que o nascituro é dependente do segurado para param-se a filho mediante declaração do
fins de percepção dos benefícios previdenciário. segurado e desde que comprovada a de-
pendência econômica na forma estabe-
Esses dependentes são divididos em TRÊS lecida no Regulamento (desde que não
CLASSES: possua bens suficientes para o próprio
1ª Classe: cônjuge, a companheira, o sustento e educação, redação do DE-
companheiro e o filho não emancipado, CRETO).
de qualquer condição, menor de 21
(vinte e um) anos ou inválido ou que te- § 3º Considera-se companheira ou com-
nha deficiência intelectual ou mental ou panheiro a pessoa que, sem ser casada,
deficiência grave e os equiparados aos mantém união estável com o segurado
filhos: tutelado ou enteado, desde que ou com a segurada, de acordo com o §
não sejam emancipados e sejam meno- 3º do art. 226 da Constituição Federal.
res de 21 anos, comprovando depen-
dência econômica. § 4º A dependência econômica das pes-
Regra: Os dependentes de primeira soas indicadas no inciso I é presumida e
classe têm dependência econômica a das demais deve ser comprovada
presumida, ou seja, não precisam
comprovar dependência econômica em 5º As provas de união estável e de
relação ao segurado. dependência econômica exigem iní-
cio de prova material contemporâ-
2ª Classe: Os pais. nea dos fatos, produzido em período
não superior a 24 (vinte e quatro)
3ª Classe: O irmão não emancipado, de meses anterior à data do óbito ou do
qualquer condição, menor de 21 (vinte recolhimento à prisão do segurado,
e um) anos ou inválido ou que tenha de- não admitida a prova exclusiva-
ficiência intelectual ou mental ou defici- mente testemunhal, exceto na ocor-
ência grave. rência de motivo de força maior ou
Os dependentes da mesma classe con- caso fortuito, conforme disposto no
correm em igualdade de condições com regulamento.
os demais, sendo que na pluralidade de
dependentes o benefício será dividido Atenção: a lei não exige um tempo mínimo de
em frações iguais. Em caso de morte de relacionamento para que o cônjuge ou compa-
um dos dependentes da mesma classe, nheiro receba a pensão. O que se exige é prova
o benefício será novamente dividido en- material contemporânea ao óbito e produzida
tre os remanescentes. Não restando ne- nos últimos 2 anos antes do óbito ou da prisão.
nhum outro dependente da mesma
classe, o benefício cessará definitiva-
§ 6º Na hipótese da alínea c do in-
mente, não restando direito aos de clas-
ciso V do § 2º do art. 77 desta Lei
ses subsequentes. É que a existência de (estabelece a duração da pensão devida
dependente de qualquer das classes ex- ao cônjuge ou companheiro com pelo
clui do direito às prestações os das clas-
menos 2 anos de relacionamento), a
ses seguintes.
par da exigência do § 5º deste ar-
tigo, deverá ser apresentado, ainda,
Art.16. § 1º A existência de dependente de
início de prova material que com-
qualquer das classes deste artigo exclui do
prove união estável por pelo menos
direito às prestações os das classes se-
2 (dois) anos antes do óbito do se-
guintes. gurado.
Se existirem dependentes em uma mesma
classe, estes concorrem em igualdade de con-
dições, dividindo o benefício que tenham direito
na forma da Lei. Por exemplo, se o segurado
deixar uma esposa (1ª classe) e também uma
mãe dependente economicamente (2ª classe),
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Atenção: esse parágrafo trata da comprovação habilitação posterior que importe em exclusão
de pelo menos 2 anos de relacionamento para ou inclusão de dependente só produzirá efeito
que a pensão seja concedida por períodos mai- a contar da data da inscrição ou habilitação.
ores de 4 meses (tempo mínimo de duração § 1º O cônjuge ausente não exclui do direito à
para quem não completa 2 anos de relaciona- pensão por morte o companheiro ou a compa-
mento). nheira, que somente fará jus ao benefício a par-
tir da data de sua habilitação e mediante prova
Os companheiros, aqueles que vivem uma de dependência econômica.
união estável, configurada na convivência pú-
blica, contínua e duradoura e estabelecida com Ex-cônjuge como dependente
§ 2º O cônjuge divorciado ou separado ju-
o objetivo de constituição de família (artigo
1.273 do Código Civil), devem comprovar essa dicialmente ou de fato que recebia pensão
de alimentos concorrerá em igualdade de
união, para terem direito aos benefícios. Im-
condições com os dependentes referidos
portante ressaltar, aqui, que não existe um
no inciso I do art. 16 desta Lei.
tempo mínimo, na Lei, para caracterizar a união
estável. Mas atenção para não confundir com
§ 3º Na hipótese de o segurado falecido estar,
períodos mínimos de relacionamento, que influ-
na data de seu falecimento, obrigado por de-
enciam no tempo de duração de benefícios, que
são trabalhados nos tópicos de estudo sobre terminação judicial a pagar alimentos temporá-
rios a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-com-
pensão por morte e auxílio-reclusão.
panheira, a pensão por morte será devida pelo
prazo remanescente na data do óbito, caso não
A comprovação de união estável e de depen-
dência econômica exigem início de prova mate- incida outra hipótese de cancelamento anterior
do benefício. (Incluído pela Lei nº 13.846, de
rial contemporânea dos fatos (devem existir
2019)
documentos, como imposto de renda, certidão
de união estável, entre outros) produzido em
período não superior aos vinte e quatro meses 1.7.2.1 Perda da Qualidade de
anteriores à data do óbito ou do recolhimento à Dependente
prisão do segurado, não admitida a prova ex- O dependente não conserva a condição para
clusivamente testemunhal, exceto na ocorrên- sempre, perdendo a qualidade nos seguintes
cia de motivo de força maior ou caso fortuito. casos:

§ 7º Será excluído definitivamente da con-


dição de dependente quem tiver sido con- DECRETO - ART. 17 C/C COM ARTIGO 77, § 2º
denado criminalmente por sentença com DA LB
trânsito em julgado, como autor, coautor Art. 17. A perda da qualidade de dependente
ou partícipe de homicídio doloso, ou de ocorre (Redação dada pelo Decreto nº 10.410,
tentativa desse crime, cometido contra a de 2020):
pessoa do segurado, ressalvados os abso-
lutamente incapazes e os inimputáveis. I - para o cônjuge, pelo divórcio ou pela
separação judicial ou de fato, enquanto
Rateio do benefício de pensão por morte não lhe for assegurada a prestação de
entre os dependentes alimentos, pela anulação do casamento,
LB - Art. 77. A pensão por morte, havendo pelo óbito ou por sentença judicial tran-
mais de um pensionista, será rateada entre to- sitada em julgado;
dos em partes iguais.
§ 1º Reverterá em favor dos demais a parte II - para a companheira ou compa-
daquele cujo direito à pensão cessar. nheiro, pela cessação da união estável
A pensão por morte será deferida mesmo no com o segurado ou segurada, enquanto
caso de falta de habilitação de outro possível não lhe for garantida a prestação de ali-
dependente e qualquer inscrição ou habilitação mentos;
posterior que importe exclusão ou inclusão de
novo dependente, só produzirá efeitos a contar III - ao completar vinte e um anos de
da data de inscrição ou de habilitação: idade, para o filho, o irmão, o enteado
ou o menor tutelado, ou nas seguintes
Art. 76. A concessão da pensão por morte não hipóteses, se ocorridas anteriormente a
será protelada pela falta de habilitação de outro essa idade:
possível dependente, e qualquer inscrição ou
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a) casamento; De outro lado, temos as regras de cessação da


pensão por morte.
b) início do exercício de emprego
público efetivo; Cônjuge, companheiro ou companheira (NÃO
INVÁLIDOS OU DEFICIENTES) deixam de rece-
c) constituição de estabeleci- ber pensão:
mento civil ou comercial ou pela 1. após 04 meses se não houver 18
existência de relação de em- contribuições do segurado ou 02 anos de
prego, desde que, em função de- casamento ou união estável até a data
les, o menor com dezesseis anos do óbito.
completos tenha economia pró-
pria; ou Essa regra não é aplicada em caso de morte por
acidente de qualquer natureza, doença profis-
d) concessão de emancipação, sional ou do trabalho.
pelos pais, ou por um deles na
falta do outro, por meio de ins- 2. após o prazo estabelecido pela ta-
trumento público, independente-
bela abaixo, caso o segurado tenha 18
mente de homologação judicial,
ou mais contribuições e o casamento ou
ou por sentença judicial, ouvido a união estável tiverem sido iniciados
o tutor, se o menor tiver dezes-
há, pelo menos, 02 anos da data do
seis anos completos.
óbito (ou em caso de morte por acidente
de qualquer natureza, doença profissio-
IV - para os dependentes em geral: nal ou do trabalho).
a) pela cessação da invalidez ou da de-
ficiência intelectual, mental ou grave; ou
b) pelo falecimento. Para óbitos ocorridos a partir de janeiro de
2021, o tempo de recebimento será de acordo
§ 1º O filho, o irmão, o enteado e o menor tu- com as seguintes faixas etárias: se tiver menos
telado, desde que comprovada a dependência de 22 anos de idade, a pensão será paga por
econômica dos três últimos, se inválidos ou se três anos; se tiver entre 22 e 27 anos de idade,
tiverem deficiência intelectual, mental ou a pensão será paga por seis anos; se tiver entre
grave, não perderão a qualidade de dependen- 28 e 30 anos de idade, a pensão será paga por
tes desde que a invalidez ou a deficiência inte- 10 anos; se tiver entre 31 e 41 anos de idade,
lectual, mental ou grave tenha ocorrido antes a pensão será paga por 15 anos; se tiver entre
de uma das hipóteses previstas no inciso III do 42 e 44 anos de idade, a pensão será paga por
caput. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 20 anos e, se tiver 45 anos ou mais, a pensão
2020) então será vitalícia.

Atenção: de acordo com o §1º do art. 17, o fi- IDADE DURAÇÃO DO


lho, o irmão, o enteado e o menor tutelado, BENEFÍCIO
desde que comprovada a dependência econô- (EM ANOS)
mica dos três últimos, se inválidos ou se tive- MENOS QUE 22 3
rem deficiência intelectual, mental ou grave,
não perderão a qualidade de dependentes, Entre 22 e 27 6
desde que a invalidez ou a deficiência intelec-
Entre 28 e 30 10
tual, mental ou grave tenha ocorrido antes do
casamento, exercício de emprego público, Entre 31 e 41 15
constituição de estabelecimento civil ou comer-
Entre 42 e 44 20
cial ou pela existência de relação de emprego
ou concessão de emancipação. 45 anos ou mais Vitalícia

Exemplo: Maria casou-se com José


quando tinha 17 anos. Aos 18 fica invá-
lida e, ao completar 19, seu pai falece. Cônjuge, companheiro ou companheira (INVÁ-
Maria não terá direito à pensão por LIDOS OU DEFICIENTES - art.77, § 2º, V, a):
morte do seu pai, pois, com o casa-
mento, deixou de ser dependente deste.

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• Nesse caso, a pensão por morte apenas Todos que exercem mais de uma atividade re-
será cancelada pela cessação da invali- munerada, que se enquadre no Regime Geral
dez ou pelo afastamento da deficiência. de Previdência Social serão, obrigatoriamente,
inscritos em ambas as atividades.
• Se não houver recuperação do pensio-
nista, portanto, será vitalícia, mesmo No que se refere à inscrição, o artigo 18 do De-
que o segurado não tenha vertido 18 creto 3.048/99 assim dispõe:
(dezoito) contribuições mensais ou se o
casamento ou a união estável tiverem Art. 18 Considera-se inscrição de segu-
menos de 2 (dois) anos antes do óbito rado para os efeitos da previdência so-
do segurado. cial o ato pelo qual o segurado é cadas-
trado no RGPS, por meio da comprova-
Caso o pensionista inválido ou deficiente se re- ção dos dados pessoais, da seguinte
cupere, serão respeitados, ao menos, os prazos forma: (Redação dada pelo Decreto nº
anteriores apresentados. 10.410, de 2020).

I - empregado - pelo empregador, por


1.8 Filiação e inscrição de segu- meio da formalização do contrato de tra-
rados e dependentes balho e, a partir da obrigatoriedade do
A filiação à Previdência Social decorre, automa- uso do Sistema de Escrituração Digital
ticamente, do exercício de atividade remune- das Obrigações Fiscais, Previdenciárias
rada para os segurados obrigatórios e da ins- e Trabalhistas - eSocial, instituído pelo
crição formalizada com o pagamento da pri- Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de
meira contribuição para o segurado facultativo 2014, ou do sistema que venha a subs-
(§ 1º, art. 20 do Decreto 3.048/99). tituí-lo, por meio do registro contratual
eletrônico realizado nesse Sistema; (Re-
Já a filiação do trabalhador rural contratado por dação dada pelo Decreto nº 10.410, de
produtor rural, pessoa física, por prazo de até 2020).
dois meses no período de um ano, para o exer-
cício de atividades de natureza temporária, de- II - trabalhador avulso - pelo cadastra-
corre, automaticamente, de sua inclusão em mento e pelo registro no órgão gestor de
declaração prevista em ato do Secretário Espe- mão de obra, no caso de trabalhador
cial da Receita Federal do Brasil do Ministério portuário, ou no sindicato, no caso de
da Economia por meio de identificação especí- trabalhador não portuário, e a partir da
fica (§ 2º, art. 20, do Decreto 3.048/99). obrigatoriedade do uso do eSocial, ou do
sistema que venha a substituí-lo, por
Todos os segurados, em qualquer categoria, a meio do cadastramento e do registro
partir de 16 anos de idade, pode filiar-se à Pre- eletrônico realizado nesse Sistema;(Re-
vidência Social e pagar, mensalmente, a con- dação dada pelo Decreto nº 10.410, de
tribuição para assegurar os seus direitos e a 2020).
proteção à sua família, salvo na condição de
aprendiz, na qual a filiação poderá ocorrer aos III - empregado doméstico - pelo em-
14 anos de idade. pregador, por meio do registro contra-
tual eletrônico realizado no eSocial;(Re-
Dica dação dada pelo Decreto nº 10.410, de
Já foi questão de prova se o segurado poderia 2020).
se filiar como segurado facultativo a partir de
14 anos. Tanto a banca CESPE como a FUNRIO IV - contribuinte individual: (Redação
já abordaram desta forma, pedindo o que es- dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
tava expresso na Lei nº 8.213/91. A mudança a) por ato próprio, por meio do cadas-
de idade para a filiação ocorreu, em 1998, com tramento de informações para identifi-
alterações na legislação. Logo, o texto da lei cação e reconhecimento da atividade,
tornou-se incompatível com o da CF. Portanto, hipótese em que o Instituto Nacional do
tenha atenção se a banca solicitar o que está Seguro Social - INSS poderá solicitar a
expresso na Lei. É aplicável a determinação do apresentação de documento que com-
Decreto 3.048/99, que é posterior à mudança prove o exercício da atividade decla-
de idade, ou seja, 16 anos. rada;(Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
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b) pela cooperativa de trabalho ou pela texto da Lei. Vejamos o que está previsto no
pessoa jurídica a quem preste serviço, Decreto nº 3.048/99:
no caso de cooperados ou contratados,
respectivamente, se ainda não inscritos Art. 19-D O Ministério da Economia
no RGPS; e (Incluído pelo Decreto nº manterá sistema de cadastro dos segu-
10.410, de 2020) rados especiais no CNIS, observado o
disposto nos § 7º e § 8º do art. 18, e
c) pelo MEI, por meio do sítio eletrônico poderá firmar acordo de cooperação
do Portal do Empreendedor;(Incluído com o Ministério da Agricultura, Pecuá-
pelo Decreto nº 10.410, de 2020) ria e Abastecimento e com outros órgãos
da administração pública federal, esta-
V - segurado especial - preferencial- dual, distrital e municipal para a manu-
mente, pelo titular do grupo familiar que tenção e a gestão do sistema de cadas-
se enquadre em uma das condições pre- tro. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
vistas no inciso VII do caput do art. 9º, 2020)
hipótese em que o INSS poderá solicitar § 1º O sistema de que trata o caput pre-
a apresentação de documento que com- verá a manutenção e a atualização anual
prove o exercício da atividade decla- do cadastro e conterá as informações
rada, observado o disposto no art. 19- necessárias à caracterização da condi-
D; e (Redação dada pelo Decreto nº ção de segurado especial. (Incluído pelo
10.410, de 2020). Decreto nº 10.410, de 2020)

VI - segurado facultativo - por ato pró- § 2º A manutenção e a atualização de


prio, por meio do cadastramento de in- que trata o § 1º ocorrerão por meio da
formações pessoais que permitam a sua apresentação, pelo segurado especial,
identificação, desde que não exerça ati- de declaração anual ou de documento
vidade que o enquadre na categoria de equivalente, conforme definido em ato
segurado obrigatório. (Redação dada do Secretário Especial de Previdência e
pelo Decreto nº 10.410, de 2020). Trabalho do Ministério da Economia. (In-
cluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
No caso do segurado especial, é possível a ins-
crição post mortem quando este preencher to- § 3º A aplicação do disposto neste ar-
dos os requisitos de filiação com o RGPS (pres- tigo não poderá acarretar ônus para o
supostos de filiação). segurado, sem prejuízo do disposto no §
4º. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
Art. 19-B Na hipótese de não consta- 2020)
rem do CNIS as informações sobre ati-
vidade, vínculo, remunerações ou con- § 4º O INSS, no ato de habilitação ou
tribuições, ou de haver dúvida sobre a de concessão de benefício, verificará a
regularidade das informações existen- condição de segurado especial e, se for
tes, o período somente será confirmado o caso, o pagamento da contribuição
por meio da apresentação de documen- previdenciária, nos termos do disposto
tos contemporâneos dos fatos a serem na Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991,
comprovados, com menção às datas de de modo a considerar, dentre outras in-
início e de término e, quando se tratar formações, aquelas constantes do CNIS.
de trabalhador avulso, à duração do tra- (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
balho e à condição em que tiver sido 2020)
prestada a atividade.
§ 5º A atualização anual de que trata o
A legislação vem sendo alterada para melhor § 1º será feita pelo segurado especial
analisar a inscrição do segurado especial e evi- até 30 de junho do ano subsequente.
tar fraudes. A ideia principal é não realizar aná- (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
lise de documentos somente quando da solici- 2020)
tação do benefício e, sim, alimentar o cadastro
do INSS com informações sobre estes segura- § 6º É vedada a atualização anual de
dos, assim como ocorre com os demais. que trata o § 1º decorrido o prazo de
Vale a leitura de alguns dispositivos referentes cinco anos, contado da data a que se re-
a esta análise, pois pode vir, em sua prova, o fere o § 5º. (Incluído pelo Decreto nº
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10.410, de 2020) cientes para o reconhecimento do exer-


cício da atividade rural alegada poderão
§ 7º Decorrido o prazo de cinco anos de ser complementadas por prova docu-
que trata o § 6º, o segurado especial so- mental contemporânea ao período infor-
mente poderá computar o período de mado. (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
trabalho rural se efetuados na época de 2020)
apropriada a comercialização da produ-
ção e o recolhimento da contribuição § 11. Complementarmente à autodecla-
prevista no art. 25 da Lei nº 8.212, de ração de que trata o § 10 e ao cadastro
1991. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de que trata o caput, a comprovação do
de 2020) exercício de atividade do segurado es-
pecial será feita por meio dos seguintes
§ 8º O INSS utilizará as informações documentos, dentre outros: (Incluído
constantes do cadastro de que trata o pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
caput para fins de comprovação da con-
dição e do exercício da atividade rural do I - contrato de arrendamento, de parce-
segurado especial e do seu grupo fami- ria ou de comodato rural; (Incluído pelo
liar. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, Decreto nº 10.410, de 2020)
de 2020)
II - Declaração de Aptidão ao Programa
§ 9º A partir de 1º de janeiro de 2023, Nacional de Fortalecimento da Agricul-
a comprovação da condição e do exercí- tura Familiar de que trata o inciso II do
cio da atividade rural do segurado espe- caput do art. 2º da Lei nº 12.188, de
cial ocorrerá, exclusivamente, por meio 2010, ou pelo documento que venha a
das informações constantes do cadastro substituí-la; (Incluído pelo Decreto nº
a que se refere o caput, observado o dis- 10.410, de 2020)
posto no § 18. (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020) III - bloco de notas do produtor rural;
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
§ 10. Para o período anterior a 1º de 2020)
janeiro de 2023, o segurado especial
comprovará o exercício da atividade ru- IV - documentos fiscais de entrada de
ral por meio de autodeclaração ratifi- mercadorias de que trata o § 7º do art.
cada por entidades públicas credencia- 30 da Lei nº 8.212, de 1991, emitidos
das, nos termos do disposto no art. 13 pela empresa adquirente da produção,
da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de com indicação do nome do segurado
2010, e por outros órgãos públicos, ob- como vendedor;(Incluído pelo Decreto
servado o seguinte: (Incluído pelo De- nº 10.410, de 2020)
creto nº 10.410, de 2020)
V - documentos fiscais relativos a en-
I - a autodeclaração será feita por meio trega de produção rural a cooperativa
do preenchimento de formulários que agrícola, entreposto de pescado ou ou-
serão disponibilizados pelo INSS; (Inclu- tros, com indicação do segurado como
ído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) vendedor ou consignante; (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
II - a ratificação da autodeclaração será
realizada por meio de informações obti- VI - comprovantes de recolhimento de
das das bases de dados da Secretaria de contribuição à previdência social decor-
Agricultura Familiar e Cooperativismo do rentes da comercialização de produção
Ministério da Agricultura, Pecuária e rural; (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
Abastecimento e de outras bases de da- de 2020)
dos a que o INSS tiver acesso; e (Inclu-
ído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) VII - cópia da declaração de imposto
sobre a renda, com indicação de renda
III - as informações obtidas por meio de proveniente da comercialização de pro-
consultas às bases de dados governa- dução rural; ou (Incluído pelo Decreto
mentais que forem consideradas insufi- nº 10.410, de 2020)

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VIII - licença de ocupação ou permis- 10.410, de 2020)


são outorgada pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária - Incra. § 14. A homologação a que se refere o
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de § 13 se restringirá às informações rela-
2020) tivas à atividade rural e deverá atender
aos seguintes critérios: (Incluído pelo
§ 12. Sempre que o tipo de outorga in- Decreto nº 10.410, de 2020)
formado na autodeclaração de que trata
§ 10 for de parceiro, meeiro, arrendatá- I - conterá a identificação do órgão e do
rio, comodatário ou de outra modalidade emitente da declaração; (Incluído pelo
de outorgado, o documento deverá Decreto nº 10.410, de 2020)
identificar e qualificar o outorgante. (In-
cluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) II - conterá a identificação, a qualifica-
ção pessoal do beneficiário e a categoria
§ 13. A condição de segurado especial de produtor a que pertença; (Incluído
dos índios será comprovada por meio de pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
certidão fornecida pela Fundação Nacio-
nal do Índio - Funai que: (Incluído pelo III - consignará os documentos e as in-
Decreto nº 10.410, de 2020) formações que tenham servido de base
para a sua emissão e, se for o caso, a
I - conterá a identificação da entidade e origem dos dados extraídos de registros
de seu emitente, com a indicação do existentes na própria entidade decla-
mandato, se for o caso; (Incluído pelo rante ou em outro órgão, entidade ou
Decreto nº 10.410, de 2020) empresa, desde que idôneos e acessí-
veis à previdência social; e (Incluído
II - será fornecida em duas vias, em pa- pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
pel timbrado, com numeração sequen-
cial controlada e ininterrupta; (Incluído IV - consignará dados relativos ao perí-
pelo Decreto nº 10.410, de 2020) odo e à forma de exercício da atividade
rural nos termos estabelecidos pelo
III - conterá a identificação, a qualifica- INSS. (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
ção pessoal do beneficiário e a categoria de 2020)
de produtor a que pertença; (Incluído
pelo Decreto nº 10.410, de 2020) § 15. Até 1º de janeiro de 2025, o ca-
dastro de que trata o caput poderá ser
IV - consignará os documentos e as in- efetuado, atualizado e corrigido sem
formações que tenham servido de base prejuízo do prazo de que trata o § 9º e
para a sua emissão e, se for o caso, a das regras permanentes estabelecidas
origem dos dados extraídos de registros nos § 5º e § 6º. (Incluído pelo Decreto
existentes na própria entidade decla- nº 10.410, de 2020)
rante ou em outro órgão, entidade ou
empresa, desde que idôneos e acessí- § 16. Na hipótese de haver divergência
veis à previdência social; (Incluído pelo de informações entre o cadastro de que
Decreto nº 10.410, de 2020) trata o caput e as demais bases de da-
dos, para fins de reconhecimento do di-
V - não conterá informação referente a reito ao benefício, o INSS poderá exigir
período anterior ao início da atividade da a apresentação dos documentos referi-
entidade declarante, exceto se baseada dos no § 11. (Incluído pelo Decreto nº
em documento que constitua prova ma- 10.410, de 2020)
terial do exercício dessa atividade; e
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de § 17. As informações obtidas e acolhi-
2020) das pelo INSS diretamente de bancos de
dados disponibilizados por órgãos do Po-
VI - consignará os dados relativos ao der Público serão utilizadas para validar
período e à forma de exercício da ativi- ou invalidar informação para o cadastra-
dade rural nos termos estabelecidos mento do segurado especial e, quando
pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº for o caso, para deixar de reconhecer o
segurado nessa condição. (Incluído pelo
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Decreto nº 10.410, de 2020) 1.9 Regras gerais aplicáveis aos


benefícios
§ 18. O prazo a que se refere o § 9º
será prorrogado até que cinquenta por Os benefícios são pagos aos segurados e de-
cento dos segurados especiais, apura- pendentes frente a alguns infortúnios, como
dos conforme quantitativo da Pesquisa doença, morte, idade avançada, entre outros
Nacional por Amostra de Domicílios Con- eventos, previstos na Lei de Benefícios, Lei
tínua, estejam inseridos no sistema de 8.213/91 e na Lei Complementar 142/2003,
cadastro dos segurados especiais de que que prejudicam o sustento do segurado e sua
trata o caput. (Incluído pelo Decreto nº família. Além dos benefícios, a previdência
10.410, de 2020) presta serviços também. Portanto, ela prevê
prestações aos seus beneficiários.
§ 19. O fim da prorrogação a que se re-
fere o § 18 será definido em ato do Se- O RGPS é operacionalizado pelo INSS – Insti-
cretário Especial de Previdência e Traba- tuto Nacional do Seguro Social, autarquia fede-
lho do Ministério da Economia. (Incluído ral criada com tal finalidade. O INSS é o órgão
pelo Decreto nº 10.410, de 2020) responsável por analisar se o beneficiário pos-
sui ou não direito a determinado benefício, ava-
Em resumo, a filiação é o vínculo que surge en- liar necessidade de manutenção de benefícios,
tre segurado e Previdência Social e a inscrição entre outras atividades que lhe são designadas.
é o ato de formalização (apresentando dados)
perante a Previdência. Em geral, para ter direito aos benefícios previ-
Por fim, a inscrição do dependente do segurado denciários, devem ser observados os seguintes
será promovida quando do requerimento do be- requisitos:
nefício a que tiver direito, consoante determina • Se possui a qualidade de segurado ou
o artigo 22 do Decreto 3.048/99: dependente;

Art. 22. A inscrição do dependente do • Ocorrência do fato gerador (é o fato que


segurado será promovida quando do re- gera o direito a uma prestação, como
querimento do benefício a que tiver di- exemplo, a morte, gera o direito à pen-
reito, mediante a apresentação dos se- são por morte; a incapacidade temporá-
guintes documentos: ria, gera o direito ao auxílio por incapa-
cidade temporária, a prisão de segurado
I - para os dependentes preferenciais: de baixa renda em regime fechado, gera
a) cônjuge e filhos - certidões de casa- o direito ao auxílio-reclusão, entre ou-
mento e de nascimento; tros);
b) companheira ou companheiro - docu-
mento de identidade e certidão de casa- • Carência;
mento com averbação da separação ju-
dicial ou divórcio, quando um dos com- • Possibilidade de acumulação dos benefí-
panheiros ou ambos já tiverem sido ca- cios (se for o caso de concessão de um
sados, ou de óbito, se for o caso; e segundo benefício).

c) equiparado a filho - certidão judicial A lei pode dispensar um ou outro requisito,


de tutela e, em se tratando de enteado, como nos casos de dispensa da carência ou da
certidão de casamento do segurado e de qualidade de segurado.
nascimento do dependente, observado o
disposto no § 3º do art. 16; 1.9.1 Manutenção, perda e
restabelecimento da
II - pais - certidão de nascimento do se- qualidade de segurado
gurado e documentos de identidade dos
O segurado possui tal qualidade enquanto fili-
mesmos; e
ado, contribuindo para o RGPS, de forma obri-
III - irmão - certidão de nascimento.
gatória ou facultativa, nos termos do artigo 201
da Constituição Federal. Perceba que se trata
de um seguro, no qual se paga, previamente,
para ter direitos.

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No entanto, a legislação previdenciária prevê o segurado já tiver pago mais de cento


situações que o segurado poderá ficar sem con- e vinte contribuições mensais sem inter-
tribuir e gozar de benefícios se precisar, o que rupção que acarrete a perda da quali-
denominamos Período de Graça. dade de segurado.

Funciona assim: imagine que você tenha um DESEMPREGO – é possível a prorrogação do


seguro de vida, o qual exista a possibilidade de período de graça por outros 12 meses, caso o
você ficar um ano sem pagá-lo. Mesmo se você segurado comprove a situação de desemprego
morrer, seus beneficiários receberão o valor es-
tipulado na apólice, que é o instrumento con- § 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será
tratual assinado no momento da contratação do acrescido de doze meses para o segu-
seguro. É isso que ocorre no período de graça. rado desempregado, desde que compro-
vada essa situação por registro no órgão
Dica próprio do Ministério do Trabalho e Em-
O período de graça não gera benefícios auto- prego.
maticamente. É um período que, ocorrendo fato
gerador do benefício, concede-se o benefício A manutenção da qualidade de segurado ga-
mesmo sem estar contribuindo. rante a conservação de direitos no RGPS:

Tanto a Lei 8.213/91, em seu artigo 15, como § 3º Durante os prazos deste artigo, o
o Decreto 3.048/99 estabelecem os períodos de segurado conserva todos os seus direi-
manutenção da qualidade de segurado, mesmo tos perante a previdência social.
sem contribuições. Assim, prevê o artigo 13 do
Decreto nº 3.048/99: Outras disposições:

Art. 13 Mantém a qualidade de segu- § 4º Aplica-se o disposto no inciso II do


rado, independentemente de contribui- caput e no § 1º ao segurado que se des-
ções: vincular de regime próprio de previdên-
I - sem limite de prazo, o segurado que cia social. (Incluído pelo Decreto nº
estiver em gozo de benefício, exceto na 3.265, de 1999)
hipótese de auxílio-acidente;
§ 5º A perda da qualidade de segurado
II - até doze meses após a cessação de não será considerada para a concessão
benefício por incapacidade ou das con- das aposentadorias por tempo de contri-
tribuições, observado o disposto nos § buição e especial. (Incluído pelo Decreto
7º e § 8º e no art. 19-E; (Redação dada nº 4.729, de 2003)
pelo Decreto nº 10.491, de 2020) § 6º Aplica-se o disposto no § 5º à apo-
III - até doze meses após cessar a se- sentadoria por idade, desde que o segu-
gregação, o segurado acometido de do- rado conte com, no mínimo, o número
ença de segregação compulsória; de contribuições mensais exigido para
efeito de carência na data do requeri-
IV - até doze meses após o livramento, mento do benefício. (Incluído pelo De-
o segurado detido ou recluso; creto nº 4.729, de 2003)

V - até três meses após o licenciamento, § 7º Para o contribuinte individual, o pe-


o segurado incorporado às Forças Arma- ríodo de manutenção da qualidade de
das para prestar serviço militar; e segurado inicia-se no primeiro dia do
mês subsequente ao da última contri-
VI - até seis meses após a cessação das buição com valor igual ou superior ao
contribuições, o segurado facultativo. salário-mínimo. (Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
FIDELIDADE PREVIDENCIÁRIA – é possível
a prorrogação do período de graça, por mais 12 § 8º O segurado que receber remunera-
meses, caso o segurado já tenha efetuado mais ção inferior ao limite mínimo mensal do
de 10 anos de contribuições: salário de contribuição somente man-
terá a qualidade de segurado se efetuar
§ 1º O prazo do inciso II será prorro- os ajustes de complementação, utiliza-
gado para até vinte e quatro meses, se ção e agrupamento a que se referem o
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§ 1º do art. 19-E e o § 27-A do art. 216. janeiro de 2020. Ela deverá, então, voltar a
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de contribuir em fevereiro de 2020. A Lei prevê
2020) que a data de vencimento das contribuições
será no dia 15 do mês subsequente à compe-
Vamos analisar alguns exemplos? tência que se refere. Portanto, se Maria não
Exemplo 01 contribuir, perderá a qualidade de segurada no
Julia trabalhou como empregada na empresa A dia 16/03/2020, pois deverá pagar a compe-
de março de 2012 até março de 2014 e ficou tência em fevereiro (mês que deve voltar a con-
desempregada. Quanto tempo terá de período tribuir) até o dia 15/03/2020.
de graça?
Por 12 meses (art.13, II), podendo chegar ao Durante o período de graça, o segurado con-
total de 24 meses se, ao final do período de 12 serva todos os seus direitos perante a Previ-
meses, estiver desempregada (art. 13, § 2º). dência Social (§ 3º do artigo 15 do Decreto
Cabe uma breve explicação sobre a situação do 3.048/99). Assim, com a perda da qualidade de
desemprego: como vimos, o § 2º do artigo 13 segurado, ocorre a cessação de todos os direi-
do Decreto 3.048/99, exige comprovação, por tos inerentes a essa condição.
registro no órgão próprio do Ministério do Tra-
balho e Emprego, mas, na Jurisprudência, ad- Porém, vale destacar que existem exceções a
mitem-se outras formas que demonstrem a si- essa regra. A Lei prevê que não será conside-
tuação de desemprego. rada a perda da qualidade de segurado na con-
cessão das aposentadorias para as quais te-
Exemplo 02 nham sido preenchidos todos os requisitos, se-
Andressa trabalhou como empregada na em- gundo a legislação em vigor à época em que
presa “A” de março de 2000 até março de 2010. estes requisitos foram atendidos.
Ficando desempregada, voltou a trabalhar na
empresa “B”, em janeiro de 2011, na qual tra- Nos casos do benefício de auxílio por incapaci-
balhou como empregada até janeiro de 2019. dade temporária e salário-maternidade para
Quanto tempo terá de período de graça? segurados contribuintes individuais, facultati-
Por 24 meses (art. 13 § 1º), podendo chegar vos e segurados especiais, faz-se necessário
ao total de 36 meses se, ao final do período de um mínimo de novas contribuições após a
12 meses, estiver desempregada (art. 13, § perda da qualidade de segurado, a fim de fazer
2º). jus ao benefício. Vamos à redação da Lei nº
8.213/91:
1.9.2 Perda da qualidade de
segurado Art. 27-A No caso de perda da quali-
dade de segurado, para efeito de carên-
Percebemos, até aqui, de que forma o segurado cia para a concessão dos benefícios de
mantém tal qualidade. Mas, e quando ocorre a que trata esta Lei, o segurado deverá
perda da qualidade de segurado? contar, a partir da nova filiação à Previ-
dência Social, com metade dos períodos
De acordo com o art. 14 da Lei, ocorrerá, “no previstos nos incisos I e III do caput do
dia seguinte ao do vencimento da contribuição art. 25 desta Lei. O dependente do se-
do contribuinte individual, relativa ao mês ime- gurado perderá a qualidade de segurado
diatamente posterior ao término daqueles pra- nas situações previstas no artigo 17 do
zos.” Decreto 3.048/99.

Aplicando-se a regra geral (sem períodos de


1.10 Período de carência
ampliação previstos nos parágrafos do artigo
13 do Decreto nº 3.048/99) assim que cessar a Como em um plano de saúde, para realizar um
contribuição do segurado obrigatório. Analise- procedimento específico, antes você precisa
mos o exemplo a seguir: cumprir/pagar um número mínimo de mensali-
dades. Não é possível pagar tudo de uma vez
Maria realizou suas contribuições de modo só para ter a carência.
individual de janeiro de 2017 até janeiro
de 2019. Se ela não voltar a contribuir, Representa um número mínimo de contribui-
quando perderá a qualidade de segurada? ções mensais vertidas para que o beneficiário
Pela regra geral (art. 13, II), a segurada terá faça jus ao benefício, a partir do transcurso do
tal qualidade mantida de janeiro de 2019 até primeiro dia dos meses de suas competências.

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II - cento e oitenta contribuições men-


LB - ART. 24. Período de carência é o sais, nos casos de aposentadoria pro-
número mínimo de contribuições men- gramada, por idade do trabalhador rural
sais indispensáveis para que o benefici- e especial;
ário faça jus ao benefício, consideradas
a partir do transcurso do primeiro dia III - dez contribuições mensais, no caso
dos meses de suas competências. de salário-maternidade, para as segura-
das contribuinte individual, especial e
É preciso pagar competência a competência. facultativa, respeitado o disposto no §
2º do art. 93 e no inciso II do art. 101.
Carência mínima para um benefício, é, por-
tanto, o número mínimo de contribuições men- IV - vinte e quatro contribuições men-
sais necessárias ao benefício. sais, no caso de auxílio-reclusão.
Parágrafo único. Em caso de parto an-
DECRETO - Art. 26. Período de carência tecipado, o período de carência a que se
é o tempo correspondente ao número refere o inciso III será reduzido em nú-
mínimo de contribuições mensais indis- mero de contribuições equivalente ao
pensáveis para que o beneficiário faça número de meses em que o parto foi an-
jus ao benefício, consideradas as com- tecipado.
petências cujo salário de contribuição
seja igual ou superior ao seu limite mí- Art. 30 Independe de carência a con-
nimo mensal. cessão das seguintes prestações:
§ 1º Para o segurado especial, consi- I - pensão por morte, salário-família e
dera-se período de carência, para fins de auxílio-acidente de qualquer natureza,
concessão dos benefícios de que trata o observado, quanto à pensão por morte,
inciso I do § 2º do art. 39, o tempo mí- o disposto no inciso V do caput e nos §
nimo de efetivo exercício de atividade 3º e § 4º do art. 114;
rural, ainda que de forma descontínua,
igual à quantidade de meses necessária II - salário-maternidade, para as segu-
à concessão do benefício requerido. radas empregada, empregada domés-
tica e trabalhadora avulsa
Toda vez que eu estudar número mínimo de
contribuições, devo lembrar que para o segu- III - auxílio por incapacidade temporá-
rado especial, corresponderá ao mesmo nú- ria e aposentadoria por incapacidade
mero de meses de labor agrícola, ainda que de permanente nos casos de acidente de
forma descontínua. Não lhe é exigido um nú- qualquer natureza ou causa e de doença
mero de contribuições, mas, sim, o tempo de profissional ou do trabalho e nos casos
exercício efetivo na atividade rural igual ao nú- de segurado que, após filiar-se ao RGPS,
mero de contribuições exigido para os demais seja acometido de alguma das doenças
segurados. ou afecções especificadas em lista ela-
borada pelos Ministérios da Saúde e da
A Lei disciplina quais benefícios possuem carên- Economia, atualizada a cada três anos,
cia e quais serão concedidos independente de de acordo com os critérios de estigma,
carência. No Decreto nº 3.048/99, encontra- deformação, mutilação, deficiência ou
mos que: outro fator que lhe confira especificidade
e gravidade que mereçam tratamento
Art. 29 A concessão das prestações pe- particularizado;
cuniárias do Regime Geral de Previdên-
cia Social, ressalvado o disposto no art. IV - aposentadoria por idade ou por in-
30, depende dos seguintes períodos de validez, auxílio-doença, auxílio-reclusão
carência: ou pensão por morte aos segurados es-
I - doze contribuições mensais, nos ca- peciais, desde que comprovem o exercí-
sos de auxílio por incapacidade tempo- cio de atividade rural no período imedi-
rária e aposentadoria por incapacidade atamente anterior ao requerimento do
permanente; benefício, ainda que de forma descontí-
nua, igual ao número de meses corres-

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pondente à carência do benefício reque-


rido; e
Salário-maternidade (CI,
segurada especial e
V - reabilitação profissional. facultativa): 05
Metade da contribuições
Restabeleci Carência
Art. 27. Para cômputo do período de carência, Auxílio-reclusão: 12
mento da
serão consideradas as contribuições: qualidade de contribuições
I - referentes ao período a partir da data Segurado
de filiação ao Regime Geral de Previdên- Auxílio por incapacidade e
Aposentadoria por
cia Social (RGPS), no caso dos segura- incapacidade: 06
dos empregados, inclusive os domésti- contribuições
cos, e dos trabalhadores avulsos;

II - realizadas a contar da data de efe-


tivo pagamento da primeira contribuição Independem de carência: benefícios que não
sem atraso, não sendo consideradas exigem carência, art. 26 da LB: auxílio aci-
para este fim as contribuições recolhidas dente; salário-família; pensão por morte; auxí-
com atraso referentes a competências lio-doença e aposentadoria por invalidez, nos
anteriores, no caso dos segurados con- casos de acidente de qualquer natureza ou aco-
tribuinte individual, especial e faculta- metimento de doença prevista no art. 151 da
tivo, referidos, respectivamente, nos in- LB; salário-maternidade para os segurados
cisos V e VII do art. 11 e no art. 13. avulsos, empregados e domésticos. Também
independem de carência os serviços prestados
Agora, analise a tabela, para melhor memori- pela autarquia: serviço social e reabilitação
zação dos prazos: profissional.

Exige carência Não exige carência O período de carência é contato a partir de mo-
• Aposentadorias • Pensão por morte; mentos diferentes para cada segurado, da se-
programadas, • Auxílio por incapaci- guinte maneira:
por idade e espe- dade temporária e • Empregado, Empregado Doméstico e
cial (180); aposentadoria por in- Trabalhador Avulso: data de filiação no
• Auxílio por inca- capacidade perma- RGPS;
pacidade tempo- nente com origem
rária e aposenta- em acidente de qual-
• Empregado doméstico, Contribuinte In-
doria por incapa- quer natureza, doen-
cidade perma- ças profissionais e do dividual, Segurado Especial que contri-
nente (12); trabalho e isentas le- bua, facultativamente (conforme pre-
• Salário materni- galmente; visto no art. 200 do Decreto nº
dade para contri- • Salário-Família; 3.048/99), e facultativo: na data do efe-
buinte individual • Salário-maternidade tivo recolhimento da primeira contribui-
e facultativa para empregadas, ção sem atraso;
(12); empregadas domés-
• Auxílio-Reclusão ticas e trabalhadoras • Segurado Especial, que não contribua
(24). avulsas.
facultativamente: do efetivo exercício
da atividade.

REAQUISIÇÃO/RESTABELECIMENTO da carên- 1.10.1 Cálculo do valor do


cia benefício.
Na hipótese de perda da qualidade de segu- O cálculo do valor do benefício previdenciário
rado, para fins da concessão dos benefícios de exige o conhecimento de dois conceitos essen-
auxílio-doença, de aposentadoria por incapaci- ciais: salário de contribuição (base de cálculo
dade permanente, de salário maternidade e de sobre a qual incidem as alíquotas das contribui-
auxílio-reclusão, o segurado deverá contar, a ções sociais) e salário de benefício.
partir da data da nova filiação à Previdência So-
cial, com metade dos períodos de carência pre- O valor da renda mensal de um benefício pre-
vistos na Lei. Portanto, restabelecendo a quali- videnciário será obtido por meio da aplicação e
dade de segurado, devem contar com, no mí- um percentual (que muda conforme a modali-
nimo, após nova filiação. dade do benefício) sobre o salário de benefício,

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que é uma técnica para obtenção do valor base utilizadas todas as contribuições devida-
e que vamos aprender na sequência. mente recolhidas desde janeiro de 1995.

1.10.1.1 Salário de benefício Exemplo 02


José, de 65 anos, deseja aposentar-se
Quando um beneficiário solicita um determi-
no ano de 2021. Ele possui 30 anos de
nado benefício, será necessário calcular o valor
contribuição a qual foi iniciada em ja-
devido. A base de cálculo desse valor inicial
neiro de 1993. Para a RMI da sua apo-
(que denominamos RMI – Renda Mensal Inicial)
sentadoria, serão utilizadas todas as
é, via de regra, o salário de benefício, na forma
contribuições devidamente recolhidas
do artigo 28 da Lei 8.213/91:
desde julho de 1994.
Art. 28. O valor do benefício de presta-
Utiliza-se a competência julho de 1994, pois foi
ção continuada, inclusive o regido por
um momento histórico, no qual a inflação, em
norma especial e o decorrente de aci-
nosso país, começou a melhorar, principal-
dente do trabalho, exceto o salário-fa-
mente, por causa do Plano Real.
mília e o salário-maternidade, será cal-
culado com base no salário-de-benefí-
Art. 32 [...]
cio.
§ 22 Considera-se período contributivo:
I - para o empregado, inclusive o do-
De acordo com o art. 31 do Decreto nº 3.048,
méstico, e o trabalhador avulso - o con-
o salário de benefício (que é formado pelos sa-
junto de competências em que houve ou
lários de contribuição do segurado) é o valor
deveria ter havido contribuição em ra-
básico utilizado para o cálculo da renda mensal
zão do exercício de atividade remune-
dos benefícios de prestação continuada, inclu-
rada sujeita à filiação obrigatória ao
sive aqueles regidos por normas especiais, ex-
RGPS, desde que o salário de contribui-
ceto:
ção seja igual ou superior ao limite mí-
I - o salário-família;
nimo mensal do salário de contribuição.
II - a pensão por morte;
III - o salário-maternidade;
IV - o auxílio-reclusão; e
II - para os demais segurados, inclusive
V - os demais benefícios previstos em
o facultativo: o conjunto de meses de
legislação especial.
efetiva contribuição ao regime de que
trata este Regulamento.
O salário de benefício a ser utilizado para o cál-
culo dos benefícios, inclusive aqueles previstos
Ao segurado que, no somatório de remunera-
em acordo internacional, consiste no resultado
ções auferidas no período de um mês, receber
da média aritmética simples dos salários
remuneração inferior ao limite mínimo mensal
de contribuição considerados para a con-
do salário de contribuição será assegurado:
cessão do benefício, atualizados, moneta-
riamente, correspondentes a cem por
Art. 19-E § 1º [...]
cento do período contributivo, desde a
I - complementar a contribuição das
competência de julho de 1994 ou desde o
competências, de forma a alcançar o li-
início da contribuição, se posterior a essa
mite mínimo do salário de contribuição
competência (art. 32 do Decreto 3.048/99).
exigido;
Isso significa que, um segurado, ao solicitar sua
aposentaria, o cálculo desta será com base nas
II - utilizar o excedente do salário de
contribuições vertidas para o sistema durante
contribuição superior ao limite mínimo
toda sua vida laborativa. Vejamos alguns
de uma competência para completar o
exemplos:
salário de contribuição de outra compe-
tência até atingir o limite mínimo; ou
Exemplo 01.
José, de 65 anos, deseja aposentar-se
III - agrupar os salários de contribuição
no ano de 2021. Ele possui 25 anos de
inferiores ao limite mínimo de diferentes
contribuição a qual foi iniciada em ja-
competências para aproveitamento em
neiro de 1995. Para a RMI (Renda Men-
uma ou mais competências até que es-
sal Inicial) da sua aposentadoria, serão
tas atinjam o limite mínimo.

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Se, no período básico de cálculo, o segurado ti- Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apu-
ver recebido benefícios por incapacidade, sua rado pelo IBGE. O valor auferido pelo segurado,
duração será contada, considerando-se como a título de auxílio-acidente, engloba o valor do
salário de contribuição o salário de benefício salário de benefício para concessão de aposen-
que serviu de base para o cálculo da renda tadoria, respeitando o teto (Art. 33).
mensal, reajustado nas mesmas épocas e ba-
ses dos benefícios em geral, não podendo ser O salário de benefício do segurado especial que
inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo. Já o não contribuiu facultativamente consiste no va-
auxílio por incapacidade temporária não poderá lor de um salário mínimo (Art. 32, § 21).
exceder a média aritmética simples dos últimos
12 (doze) salários de contribuição, inclusive em Descarte de contribuições
caso de remuneração variável, ou se não alcan- O Decreto 3.048/99 disciplina a possibilidade
çado o número de 12 (doze) salários, a média de exclusão de salários de contribuição do cál-
aritmética simples dos salários de contribuição culo da média aritmética para fins de determi-
existentes (Art. 32, § 6º). nação do salário de benefício:

Para fins de cômputo do salário de benefício de Art. 32.


qualquer aposentadoria antecedida de auxílio- [...] § 24. Para fins do cálculo das apo-
acidente, o valor mensal desse benefício será sentadorias programadas para as quais
somado ao salário de contribuição antes da seja exigido tempo mínimo de
aplicação da correção monetária a que se refere contribuição, poderão ser excluídas do
o artigo 33 do Decreto 3.048/99, não podendo cálculo da média dos salários de
o total apurado ser superior ao limite máximo contribuição e das remunerações adota-
do salário de contribuição (Art. 32 § 8º). das como base para contribuições
a regime próprio de previdência social
Por falar em máximo do salário de contribuição, ou como base para contribuições decor-
algo fundamental quando tratamos do salário rentes das atividades militares de que
de benefício é o respeito ao mínimo e máximo tratam os art. 42 e art. 142 da Consti-
do salário de contribuição. tuição, utilizado para definição do salá-
rio de benefício, as contribuições que re-
O valor mínimo (também denominado de Piso sultem em redução do valor do benefí-
Previdenciário) será, em regra, o valor do salá- cio, observado o disposto nos § 25 e §
rio mínimo nacional, salvo os mínimos discipli- 26.
nados por categorias profissionais estabeleci-
dos em Lei ou acordo/convenções trabalhistas. Assim, é possível que salários de contribuição
Já o valor máximo (denominado de Teto Previ- muito baixos sejam excluídos no momento do
denciário) é um valor designado por portaria in- cálculo da média aritmética, a fim de aumentar
terministerial, anualmente, como um limite o valor dessa média.
para contribuições e RMI dos benefícios.
Por exemplo, um segurado que sempre reco-
Dica lheu contribuições no valor médio de R$
Mesmo estando disciplinado que os benefícios e 4.000,00, mas em determinado ano de sua vida
contribuições para o RGPS devem obedecer ao fez pagamentos incidentes sobre o valor de um
Piso e ao Teto, existem benefícios que podem salário mínimo, ao realizar a média de todas as
ser concedidos abaixo do Piso ou acima do contribuições e considerar os 12 salários de
Teto. Vejamos: contribuição sobre o valor mínimo, o resultado
Abaixo do Piso da média correspondente será mais baixo. Po-
▪ Auxílio-Acidente; rém, efetuando o descarte dessas 12 contribui-
▪ Salário-Família. ções, a média será maior.
Acima do Teto
▪ Salário-Maternidade; Mas há um ponto negativo no descarte de con-
▪ Aposentadoria por incapacidade permanente tribuições. O § 27 do artigo 32 do Decreto
quando acrescida de 25% por necessidade de 3.048/99, por sua vez, prevê que fica vedada a
auxílio de terceiro. utilização das contribuições excluídas para
qualquer finalidade, inclusive para:
Os salários de contribuição utilizados no cálculo
do valor do benefício serão, antes, corrigidos I - o acréscimo do percentual da renda
mês a mês, de acordo com a variação do Índice mensal
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II - o somatório de pontos das aposen-


tadorias por tempo de contribuição e es- Cálculo do salário de benefício para bene-
pecial; fícios concedidos após a 13/11/2019 (de-
III - o cumprimento de período adicional pois da Reforma da Previdência)
exigido para as aposentadorias por Há a regra transitória, prevista no artigo 26 da
tempo de contribuição; EC 103/2019.
IV - a averbação em outro regime pre-
videnciário; ou Art. 26. Até que lei discipline o cálculo
V - a obtenção dos proventos de inativi- dos benefícios do regime próprio de pre-
dade de que tratam os art. 42 e art. 142 vidência social da União e do Regime Ge-
da Constituição (Atividades Militares). ral de Previdência Social, será utilizada a
média aritmética simples dos salários de
Assim, voltando ao exemplo citado, aquelas 12 contribuição e das remunerações adota-
contribuições desconsideradas para o cálculo dos como base para contribuições a re-
da média aritmética, também não serão com- gime próprio de previdência social e ao
putadas para nenhum outro fim, inclusive como Regime Geral de Previdência Social, ou
tempo de contribuição. É como se elas não como base para contribuições decorren-
existissem na vida do segurado. tes das atividades militares de que tra-
tam os arts. 42 e 142 da Constituição
Cálculo do salário de benefício para bene- Federal, atualizados monetariamente,
fícios concedidos até 13/11/2019 (antes correspondentes a 100% (cem por
da Reforma da Previdência) cento) do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o
Decreto 3048/99 - Art. 32. O salário-de- início da contribuição, se posterior
benefício consiste: àquela competência.
I - para as aposentadorias por idade e
por tempo de contribuição, na média Portanto, não é mais possível descartar os 20
aritmética simples dos maiores salários- % piores salários de contribuição, como se fazia
de-contribuição correspondentes a oi- antes da Reforma. Em geral o cálculo da apo-
tenta por cento de todo o período contri- sentadoria será prejudicial.
butivo, multiplicada pelo fator previden-
ciário; Importante: O salário-de-benefício do segu-
II - para as aposentadorias por invalidez rado especial consiste no valor equivalente ao
e especial, auxílio-doença e auxílio-aci- salário-mínimo
dente na média aritmética simples dos
maiores salários-de-contribuição corres-
pondentes a oitenta por cento de todo o
1.10.1.2 Renda mensal do
período contributivo; benefício
A Renda Mensal do Benefício, também cha-
Lembrando que o salário-de-contribuição é o mada de Renda Mensal Inicial, é o valor que,
valor sobre o qual incidiu a contribuição vertida efetivamente, será pago ao segurado ou de-
ao INSS. pendentes na concessão do benefício com base
no valor apurado, conforme a aplicação das alí-
No caso dos segurados inscritos antes de julho quotas correspondentes a cada tipo de benefí-
de 1994, o período contributivo utilizado para cio, sobre o salário de benefício (média aritmé-
calcular é a partir de julho de 1994 (art. 188-A tica das contribuições, calculada na forma já
do Decreto). Os períodos anteriores a julho de estudada).
1994 não integram o período contributivo.
A renda mensal inicial do benefício será calcu-
Importante ressaltar que o fator previdenciário lada a partir da aplicação dos percentuais defi-
era de aplicação obrigatória na aposentadoria nidos para cada espécie. No estudo dos benefí-
por tempo de contribuição, mas de aplicação cios em espécie, verificaremos o percentual
facultativa na aposentadoria por idade (ART. 7º aplicado a cada um deles.
da Lei 9.876/99) e também na aposentadoria
do deficiente, prevista na LC 142/13 (art. 9º da Art. 36 [...]
LC). Também não incidia o fator previdenciário § 2º No caso de segurado empregado,
na aposentadoria especial (ART. 57, § 1º da inclusive o doméstico, e de trabalhador
LB). avulso que tenham cumprido todas as
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condições para a concessão do benefício art. 7º, XVIII da CF que garante “licença à ges-
pleiteado, mas não possam comprovar o tante, sem prejuízo do emprego e do salário,
valor dos seus salários de contribuição com duração de 120 dias”.
no período básico de cálculo, será consi-
derado, para o cálculo do benefício refe- Reajustamento do valor do benefício.
rente ao período sem comprovação do O valor dos benefícios em manutenção será re-
valor do salário de contribuição, o valor ajustado, anualmente, na mesma data do rea-
do salário-mínimo e essa renda será re- juste do salário-mínimo, pro rata, de acordo
calculada quando da apresentação de com suas respectivas datas de início ou do úl-
prova dos salários de contribuição. timo reajustamento, com base no Índice Naci-
onal de Preços ao Consumidor - INPC, apurado
De acordo com o art. 39, atente-se que: pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
• Para fins da aplicação dos percentuais, e Estatística - IBGE.
presume-se, como efetivado, o recolhi-
mento correspondente quando se tratar O primeiro pagamento do benefício será efetu-
de segurado empregado, inclusive, o ado até quarenta e cinco dias após a data da
doméstico e de trabalhador avulso, pois apresentação, pelo segurado, da documenta-
a responsabilidade de reter e recolher a ção necessária a sua concessão.
contribuição previdenciária é do empre-
gador; Diferentemente do valor nominal, o valor real
dos benefícios considera o seu valor de mer-
• Para os segurados especiais, inclusive, cado. O valor real é quanto eu consigo comprar
aqueles com deficiência, é garantida a com aquela quantia. Assim, o que a Constitui-
concessão, alternativamente, de apo- ção propõe é que seja assegurada a preserva-
sentadoria por idade do trabalhador ru- ção do valor real dos benefícios previdenciários,
ral ou por incapacidade permanente, de mediante reajustamentos que mantenham o
auxílio por incapacidade temporária, de seu poder de compra. É isso o que rege o artigo
auxílio-reclusão ou de pensão por 40 do Decreto 3.048/99. Vejamos:
morte, no valor de um salário mínimo
ou, se contribuir, facultativamente, os Art. 40. É assegurado o reajustamento
benefícios em geral. dos benefícios para preservar-lhes, em
caráter permanente, o valor real da data
A renda mensal do benefício de prestação con- de sua concessão.
tinuada que substituir o salário-de-contribuição
ou o rendimento do trabalho do segurado não Significa que o segurado consegue “comprar”
terá valor inferior ao do salário-mínimo, nem na data inicial do benefício, deve permanecer
superior ao do limite máximo do salário-de- com o passar dos anos, ou seja, deve garantir
contribuição (REGRA), ressalvado: o poder aquisitivo do beneficiário.
• o valor da aposentadoria por invalidez
(por incapacidade temporária) do segu- Lembrando que, em regra, nenhum benefício
rado que necessitar da assistência per- reajustado poderá exceder o limite máximo do
manente de outra pessoa que será salário de benefício na data do reajustamento,
acrescido em 25% e então poderá supe- respeitados os direitos adquiridos, nem poderá
rar o teto do INSS. ser inferior ao valor de um salário mínimo, de
acordo com o art. 42 desse Decreto.
• o benefício de salário-maternidade da
segurada empregada e da trabalhadora Período básico de cálculo e fator previden-
avulsa, segundo decisão do STF na ADIN ciário
1946, pode ser superior ao teto do Período básico de cálculo é o período contribu-
RGPS, mas, por força de expressa dis- tivo que será considerado para aferir o salário
posição constitucional (art. 248), estará de benefício do segurado, lembrando que so-
limitada a outro teto, que é o do subsí- mente serão computados os salários de contri-
dio dos Ministros do STF (art. 37, XI). buição desde a competência julho de 1994 ou
desde o início da contribuição, se posterior
Se, eventualmente, a segurada tiver salário su- àquela competência.
perior ao dos ministros, o excedente ficará a
cargo do empregador ou do órgão gestor de
mão-de-obra, isso em razão da disposição do
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ATENÇÃO: Existe uma tese revisional pen- § 27. É vedada a utilização das con-
dente de julgamento no STF, que se dedica a tribuições excluídas na forma pre-
confrontar essa regra para o fim de permitir vista no § 24 para qualquer finali-
que sejam considerados os períodos de contri- dade, inclusive para:
buição mesmo anteriores a julho de 1994 no I - o acréscimo do percentual da renda
cálculo dos benefícios (REVISÃO DA VIDA mensal;
TODA). II - o somatório de pontos das aposen-
tadorias por tempo de contribuição e es-
Consoante os § 22 do artigo 32 do DECRETO, pecial;
III - o cumprimento de período adicio-
considera-se como período contributivo:
nal exigido para as aposentadorias por
I - para o empregado, inclusive o doméstico, e
o trabalhador avulso - o conjunto de competên- tempo de contribuição;
IV - a averbação em outro regime pre-
cias em que houve ou deveria ter havido con-
videnciário; OU
tribuição em razão do exercício de atividade re-
V - a obtenção dos proventos de inativi-
munerada sujeita à filiação obrigatória ao
RGPS, observado o disposto no art. 19-E; ou dade de que tratam os art. 42 e art. 142
da Constituição.
II - para os demais segurados, inclusive o fa-
cultativo: o conjunto de meses de efetiva con-
tribuição ao regime de que trata este Regula-
mento.
Todos os salários de contribuição serão reajus-
Atividades Concomitantes
tados mês a mês, de acordo com a variação in-
tegral do INPC, de modo a preservar o seu valor O salário de benefício do segurado que contri-
buir em razão de atividades concomitantes será
real.
calculado com base na soma dos salários de
Novidades do DECRETO 10.410/2020 - Ex- contribuição das atividades exercidas na data
clusão de contribuições em valor baixo. do requerimento ou do óbito ou no período bá-
sico de cálculo, observado o disposto no art. 32.
Para fins do cálculo das aposentadorias progra-
madas para as quais seja exigido tempo mí-
nimo de contribuição, poderão ser excluídas Percepção de auxílio-doença
Se, no período básico de cálculo do salário de
do cálculo da média dos salários de contri-
benefício, o segurado tiver recebido benefício
buição e das remunerações adotadas como
por incapacidade (auxílio-doença), quando não
base para contribuições a regime próprio de
previdência social ou como base para contribui- haverá contribuição para a previdência social,
será considerado como salário de contribuição,
ções decorrentes das atividades militares de
no período, o valor do salário de benefício que
que tratam os art. 42 e art. 142 da Constitui-
ção, utilizado para definição do salário de be- serviu de cálculo da renda mensal do benefício
por incapacidade.
nefício, as contribuições que resultem em
Portanto, embora o segurado não tenha contri-
redução do valor do benefício, observado o
buído “de fato” para o regime, será computado,
disposto nos § 25 e § 26.
durante esse período, como se contribuído ti-
vesse, enquanto estiver em gozo de AD.
§ 25. Para fins da exclusão a que se re-
fere o § 24, consideram-se programadas
as aposentadorias programada, especial Auxílio-acidente
e por idade do trabalhador rural e as Para fins de apuração do salário-de-benefício
de qualquer aposentadoria precedida de auxí-
aposentadorias transitórias por idade e
lio-acidente, o valor mensal deste será somado
por tempo de contribuição, para as quais
se exige tempo mínimo de contribuição. ao salário-de-contribuição antes da aplicação
da correção a que se refere o art. 33, não po-
§ 26. A exclusão das contribuições de
dendo o total apurado ser superior ao limite
que trata o § 24 não altera o direito à
máximo do salário-de-contribuição. (auxílio-
aposentadoria previamente reconhe-
cido, desde que mantida a quanti- acidente integra o cálculo do salário-de-
benefício)
dade de contribuições equivalentes
ao período de carência e observado
o tempo mínimo de contribuição ne- Fator Previdenciário
Cabe uma breve explicação sobre o fator previ-
cessário à elegibilidade da aposen-
denciário, pois ele ainda se aplica às aposenta-
tadoria requerida
dorias concedidas como direito adquirido – ou
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seja, a quem preencheu os requisitos antes da 1.11 Benefícios em espécie


Reforma – e na aposentadoria em conformi-
Abordaremos, neste tópico, as regras de cada
dade com a regra de transição (regra do artigo
uma das prestações pecuniárias pagas pela
17 da Emenda Constitucional nº 103/2019).
Previdência Social.
Salvo nessas situações, hoje, já não se aplica o
fator previdenciário, devido a sua revogação a
Após a Reforma Previdenciária, que ocorreu em
partir da EC 103/2019.
novembro de 2019, ficou extremamente con-
fuso o estudo dos benefícios do Regime Geral
Instituído pela Lei nº 9.876/1999, foi criado
de Previdência Social através da legislação.
com o objetivo de estimular aposentadorias
Aconselho que se atente ao texto da Lei, bus-
tardias e com um tempo maior de contribuição.
cando compreender quais os pontos de conflito
Como se sabe, não surtiu o efeito desejado,
entre ela e a Constituição Federal, além de,
pois as pessoas não “tardavam” seus planos de
igualmente, atentar-se ao que está disposto no
aposentadoria.
Decreto nº 3.048/99, o qual foi alterado, no
ano de 2020, e está de acordo com a Reforma
O Fator Previdenciário era uma fórmula apli-
promovida pela Emenda Constitucional nº 103.
cada ao cálculo das aposentadorias por idade e
tempo de contribuição, sendo que, nas aposen-
São benefícios prestados pelo RGPS:
tadorias por idade (caso se beneficiasse o se-
Incapacidade:
gurado), era aplicado de modo facultativo.
 Auxílio por incapacidade temporária;
 Aposentadoria por incapacidade perma-
Tal fórmula considera os fatores idade, a ex-
nente;
pectativa de sobrevida e o tempo de contribui-
 Auxílio-Acidente.
ção previdenciária do segurado ao se aposen-
tar. Quanto menor a expectativa de vida (con-
Benefícios:
forme dados do IBGE) e maior tempo de con-
 Aposentadorias;
tribuição, melhor ficaria o benefício. Caso con-
 Salário-Maternidade;
trário, o valor seria reduzido.
 Salário-Família.
O fator previdenciário é um verdadeiro redutor
Dependentes:
incidente no cálculo do salário de benefício e
 Pensão por morte;
que deixou de ser aplicado, como regra, para a
 Auxílio-Reclusão.
maioria das aposentadorias concedidas no
RGPS.
São quatro as possibilidades de aposenta-
doria:
Está previsto no § 2 do artigo 188-E do DE-
 Incapacidade permanente;
CRETO:
 Programada;
O fator previdenciário a que se refere o inciso I
 Idade do trabalhador rural;
do caput será calculado com base na idade, na
 Especial.
expectativa de sobrevida e no tempo de contri-
buição do segurado ao se aposentar, por meio
da seguinte a fórmula: 1.11.1 Salário-família
Previsão legal:
F = Tc x a x [1 + (Id + Tc x a)]
Es 100 LB - Art. 65. O salário-família será de-
vido, mensalmente, ao segurado empre-
onde: gado, inclusive o doméstico, e ao se-
F = fator previdenciário; gurado trabalhador avulso, na proporção
Es = expectativa de sobrevida no mo- do respectivo número de filhos ou equi-
mento da aposentadoria; parados, nos termos do § 2º do art. 16
Tc = tempo de contribuição até o mo- desta Lei, observado o disposto no art.
mento da aposentadoria; 66.
Id = idade no momento da aposentado- Parágrafo único. O aposentado por
ria; e invalidez ou por idade e os demais
a = alíquota de contribuição correspon- aposentados com 65 (sessenta e
dente a 0,31. cinco) anos ou mais de idade, se do
sexo masculino, ou 60 (sessenta)
anos ou mais, se do feminino, terão
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direito ao salário-família, pago junta- Quando o pai e a mãe são segurados emprega-
mente com a aposentadoria. dos ou trabalhadores avulsos, ambos têm di-
reito ao salário-família.
Requisitos: segurado empregado, empregado
doméstico e trabalhador avulso/aposentado de Importante: o benefício poderá ser pago a
baixa renda + idade máxima do dependente de terceira pessoa, nos casos de divórcio e sepa-
14 anos ou invalidez. ração de fato ou de direito, ou em caso de
abandono ou perda do poder familiar, quando
Carência: independe de carência será pago diretamente ao responsável pelo
sustento do menor de 14 anos ou inválida,
Motivo/Fato gerador: ter filho, ou equipa- quando houver decisão judicial a esse respeito.
rado a filho, menor de 14 anos ou inválido.
Cessação do benefício:
O direito ao salário-família cessa automatica-
Segurados que fazem jus ao benefício: em-
mente:
pregado, inclusive o doméstico, e ao trabalha-
dor avulso de baixa renda (fixada por portaria
1. por morte do filho ou equiparado, a con-
- R$ 1.503,25 em 2021). Princípio da distribu-
tar do mês seguinte ao do óbito;
tividade. 2. quando o filho ou equiparado completar
Valor do benefício: fixado em Portaria (R$
14 anos, a contar do mês seguinte ao
51,27, por filho, em 2021).
da data do aniversário;
3. pela recuperação da capacidade do filho
Dever do segurado: Apresentar: a certidão ou equiparado inválido, a contar do mês
de nascimento do filho ou documentação rela-
seguinte ao da cessação da incapa-
tiva ao equiparado; atestado anual de vacina-
cidade;
ção obrigatória até os 6 anos de idade e com- 4. pelo desemprego do segurado.
provação semestral de frequência escolar a
partir dos 4 anos de idade (DECRETO). O em-
Dever da empresa: A empresa ou o empre-
pregado doméstico somente deverá apresentar
gador doméstico conservarão durante 10 (dez)
a certidão de nascimento do filho. anos os comprovantes de pagamento e as có-
O benefício devido ao empregado, é pago
pias das certidões correspondentes, para fisca-
pela empresa ou pelo empregador domés-
lização da Previdência Social.
tico e será reembolsado quando for efetuar o
recolhimento das contribuições. Não incide contribuição previdenciária! O salá-
O trabalhador avulso receberá o salário-fa-
rio-família não integra o salário de contribuição.
mília diretamente do sindicato ou OGMO (órgão
gestor de mão-de-obra).
1.11.2 Salário-maternidade
Quando os segurados estiverem recebendo au- Previsão legal:
xílio-doença, aposentadoria por invalidez ou
por idade receberão o salário-família junta- LB - Art. 71. O salário-maternidade é
mente com o valor do benefício, ou seja, pago devido à segurada da Previdência Social,
pelo INSS. durante 120 (cento e vinte) dias, com
início no período entre 28 (vinte e oito)
Caso os segurados estejam aposentados por dias antes do parto e a data de ocorrên-
tempo de contribuição ou especial e tenham 65 cia deste, observadas as situações e
anos de idade ou mais, se homem, ou 60 anos condições previstas na legislação no que
de idade ou mais, se mulher, receberão o salá- concerne à proteção à maternidade.
rio-família juntamente com a aposentadoria, ou
seja, pago pelo INSS. Requisitos: qualidade de segurada (o) + ca-
rência + motivo (4 hipóteses: parto, adoção,
O trabalhador rural, quando aposentado por guarda judicial para fins de adoção de criança,
idade, com 60 anos de idade ou mais, se ho- aborto não criminoso, morte do segurado ou da
mem, e com 55 anos de idade ou mais, se mu- segurada que fazia jus ao salário-materni-
lher, terá, também, direito ao salário-família, dade).
pago pelo INSS.
Carência: independe de carência para a segu-
rada empregada, empregada doméstica e
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avulsa. 10 meses - contribuinte individual, se- Ressalvado o pagamento do salário-materni-


gurada especial e facultativa. Se o parto for dade à mãe biológica e o disposto no art. 71-B,
antecipado, será reduzido o número mí- não poderá ser concedido o benefício a mais de
nimo de carência em número de contribui- um segurado, decorrente do mesmo processo
ções equivalente ao de meses de nascimento de adoção ou guarda, ainda que os cônjuges ou
prematuro. companheiros estejam submetidos a Regime
Próprio de Previdência Social.
Ex.: criança nasceu de 8 meses - carência será
de 9 meses. Uma mãe tem um filho e doa a criança imedia-
tamente após o parto, receberá o salário-ma-
Lembre-se: a carência da segurada especial se ternidade. A segurada ou segurado adotante,
realiza com o desenvolvimento da atividade também fará jus à percepção do benefício, pois
campesina ou pesqueira artesanal, em regime são fatos geradores diferentes.
de subsistência, nos 10 meses anteriores ao
parto, ainda que de maneira descontínua.
O pagamento é feito diretamente pelo INSS,
mesmo que seja empregada, pois não é caso
Motivo/Fato gerador:
de parto.
O salário-maternidade será pago em de- É preciso que fique claro o nome do adotante
corrência de 4 situações:
para fins de concessão e, no caso de guarda, a
a) Parto - consoante a IN 77/2015 - parto é o
prova da finalidade.
evento que gerou a certidão de nascimento ou
a certidão de óbito da criança (incluído, por- c) Aborto não criminoso (art. 93, §
tanto, o natimorto). É que o fato gerador do
5º do Decreto)
benefício é o parto.
§ 5º Em caso de aborto não criminoso,
comprovado mediante atestado médico,
Se forem gêmeos, direito a apenas 1 benefício. a segurada terá direito ao salário-mater-
A obrigação de pagamento é da empresa, ape-
nidade correspondente a duas semanas.
nas para a segurada empregada (exceto a em-
d) Morte do segurado ou da segu-
pregada de MEI e intermitente, que recebem rada que fazia jus ao salário-mater-
direto do INSS), no caso de parto, mediante
nidade
reembolso pelo INSS. As demais seguradas, re-
ceberão diretamente do INSS - doméstica,
Salário-maternidade derivado. Requisitos:
avulsa, contribuinte individual e especial. falecimento de um segurado ou segurada que
tenha direito, estando ou não em gozo do
Pode receber o benefício antes de o bebê nas-
mesmo; existência de cônjuge/companheiro(a)
cer? Sim. Receberá entre 28 dias antes do parto que tenha qualidade de segurado na data da
e por mais 91 dias após o parto e considerado
morte; manutenção da vida do bebê, que não
o dia do parto, temos 120 dias.
foi abandonado; requerimento até o último dia
do prazo previsto para o término do SM origi-
OBS: em casos excepcionais, os períodos de nário, sob pena de indeferimento.
repouso anterior e posterior ao parto podem
ser aumentados em mais 2 semanas, por meio Art. 71-B. No caso de falecimento da
de atestado médico específico submetido à ava- segurada ou segurado que fizer jus ao
liação medico-pericial (DECRETO, art. 93, § recebimento do salário-maternidade, o
3º). benefício será pago, por todo o perí-
odo ou pelo tempo restante a que te-
b) Adoção ou guarda judicial para ria direito, ao cônjuge ou companheiro
fins de adoção - Para os casos de ado- sobrevivente que tenha a qualidade
ção de criança (0 a 12 anos, conforme o de segurado, exceto no caso do fale-
ECA), por 120 dias, independentemente cimento do filho ou de seu aban-
da idade da criança. dono, observadas as normas aplicáveis
Art. 71-A. Ao segurado ou segurada ao salário-maternidade.
da Previdência Social que adotar ou ob- § 1º O pagamento do benefício de que
tiver guarda judicial para fins de adoção trata o caput deverá ser requerido até o
de criança é devido salário-maternidade último dia do prazo previsto para o tér-
pelo período de 120 (cento e vinte) dias. mino do salário-maternidade originário.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao
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segurado que adotar ou obtiver guarda RGPS, mas, por força de expressa dis-
judicial para fins de adoção posição constitucional (art. 248), estará
limitada a outro teto, que é o do subsí-
O valor do benefício não será o mesmo do dio dos Ministros do STF (art. 37, XI).
valor originário e será recalculado, com
base na modalidade de segurado do novo Se, eventualmente, a segurada tiver salário su-
beneficiário. perior ao dos ministros, o excedente ficará a
cargo do empregador ou do órgão gestor de
Cálculo do valor do benefício, exceto no mão-de-obra, isso em razão da disposição do
caso de morte do beneficiário originário: a art. 7º, XVIII da CF que garante “licença à ges-
renda mensal inicial do salário-maternidade tante, sem prejuízo do emprego e do salário,
não é calculada com base no salário de benefí- com duração de 120 dias”.
cio (média aritmética dos salários de contribui- Em 2021, o teto do RGPS é de R$ 6.433,57 e
ção). dos Ministros do Supremo de R$ 39.300,00

PARA A EMPREGADA E TRABALHADORA PARA A EMPREGADA DOMÉSTICA:


AVULSA: O valor correspondente ao seu último salário de
O salário maternidade corresponderá ao valor contribuição.
da sua remuneração integral.
PARA A SEGURADA ESPECIAL
LB - Art. 72. O salário-maternidade Um salário-mínimo (art. 101, II, Decreto)
para a segurada empregada ou traba-
lhadora avulsa consistirá numa renda CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E FACULTA-
mensal igual a sua remuneração inte- TIVO - 1/12 da soma dos doze últimos salá-
gral. rios-de-contribuição, apurados em um período
§ 1º Cabe à empresa pagar o salário- não superior a quinze meses.
maternidade devido à respectiva empre-
gada gestante, efetivando-se a compen- Outras Disposições Importantes
sação, observado o disposto no art. 248 LB - Art. 71-C. A percepção do salário-mater-
da Constituição Federal, quando do re- nidade, inclusive o previsto no art. 71-B, está
colhimento das contribuições incidentes condicionada ao afastamento do segurado do
sobre a folha de salários e demais rendi- trabalho ou da atividade desempenhada, sob
mentos pagos ou creditados, a qualquer pena de suspensão do benefício
título, à pessoa física que lhe preste ser-
viço. Decreto - Art. 102. O salário-maternidade
não pode ser acumulado com benefício por
EXCEÇÃO: EMPREGADA DE MEI incapacidade.
Os benefícios substitutivos do salário de contri- Parágrafo único. Quando ocorrer incapaci-
buição ou do rendimento do trabalho do RGPS dade em concomitância com o período de pa-
possuem um valor mínimo, que é o corres- gamento do salário-maternidade, o benefício
pondente ao salário-mínimo, conforme pre- por incapacidade, conforme o caso, deverá
visto no art. 201, §2º, da CF/88 e um limite, ser suspenso enquanto perdurar o referido
chamado de teto do RGPS, sendo que a pres- pagamento, ou terá sua data de início adiada
tação previdenciária não poderá superá-lo. para o primeiro dia seguinte ao término do pe-
As exceções são: ríodo de cento e vinte dias.

• o valor da aposentadoria por invalidez Art. 97. O salário-maternidade da segurada


(por incapacidade temporária) do segu- empregada será devido pela previdência
rado que necessitar da assistência per- social enquanto existir relação de em-
manente de outra pessoa que será prego, observadas as regras quanto ao paga-
acrescido em 25% e então poderá supe- mento desse benefício pela empresa.
rar o teto do INSS. Parágrafo único. Durante o período de graça
a que se refere o art. 13, a segurada desem-
• o benefício de salário-maternidade da pregada fará jus ao recebimento do salário-ma-
segurada empregada e da trabalhadora ternidade nos casos de demissão antes da gra-
avulsa, segundo decisão do STF na ADIN videz, ou, durante a gestação, nas hipóteses de
1946, pode ser superior ao teto do dispensa por justa causa ou a pedido, situações

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em que o benefício será pago diretamente pela Requisitos:


previdência social. Qualidade de segurado - Somente é
devido ao empregado, avulso, domés-
Empregos concomitantes: tico e segurado especial. Contribuinte
Decreto. Art. 98. No caso de empregos individual e segurado facultativo não fa-
concomitantes, a segurada fará jus ao zem jus ao auxílio-acidente.
salário-maternidade relativo a cada em- Incapacidade parcial - redução da
prego. capacidade laborativa para o trabalho
Segurada aposentada que retorna à que habitualmente exercia, decorrente
atividade: fará jus ao pagamento do de acidente de qualquer natureza. Não
salário-maternidade, assim como tem precisa ser reabilitado para outra ativi-
direito ao salário-família e a reabilitação dade.
profissional.
LEMBRE-SE:
Valor do Benefício:
Conforme vimos, a renda mensal inicial do sa- Incapacidade Incapacidade total Incapacidade
lário-maternidade não é calculada com base no parcial e temporária total e
permanente
salário de benefício (média aritmética dos salá-
rios de contribuição). O valor do salário-mater-
nidade das empregadas e avulsas corresponde auxílio por aposentadoria por
à sua remuneração integral e pode ser superior auxílio-acidente incapacidade incapacidade
temporária permanente
ao teto do Regime

DICA: o salário-maternidade é um dos benefí-


cios que, excepcionalmente, pode superar o
teto do RGPS. Contudo, a Constituição Federal Carência: independe de carência a concessão
estabelece, no artigo 243, um outro teto: o dos do auxílio-acidente.
ministros do STF.
Motivo/fato gerador:
Assim, se o valor da última remuneração Sequelas que impliquem redução da capaci-
integral de uma gestante for de R$ dade para o trabalho que habitualmente exer-
80.000,00, quanto ela receberia a título de cia decorrentes da consolidação das lesões de-
salário-maternidade? correntes de acidente de qualquer natureza.
Primeiro devemos nos atentar que o valor não
é limitado ao teto do RGPS, correspondente em Valor do Benefício:
2021 a R$ 6.433,57. Contudo, o benefício é li- O auxílio-acidente mensal corresponderá a cin-
mitado ao teto constitucional, correspondente quenta por cento do salário de benefício que
ao subsídio dos ministros do STF: R$ deu origem ao auxílio por incapacidade tempo-
39.200,00. Assim, ela receberá o referido va- rária do segurado, corrigido até o mês anterior
lor: R$ 39.200,00. ao do início do auxílio-acidente e será devido
até a véspera de início de qualquer aposenta-
1.11.3 Auxílio-acidente doria ou até a data do óbito do segurado (§ 1º,
Previsão legal: art. 104).
DECRETO 3.048/99, art. 104 O auxílio-aci-
dente será concedido, como indenização, ao se- § 2º O auxílio-acidente será devido a
gurado empregado, inclusive o doméstico, ao partir do dia seguinte ao da cessação do
trabalhador avulso e ao segurado especial auxílio por incapacidade temporária, in-
quando, após a consolidação das lesões decor- dependentemente de qualquer remune-
rentes de acidente de qualquer natureza, resul- ração ou rendimento auferido pelo aci-
tar sequela definitiva que, a exemplo das situ- dentado, vedada a sua acumulação com
ações discriminadas no Anexo III, implique re- qualquer aposentadoria.
dução da capacidade para o trabalho que habi-
tualmente exercia. Portanto é permitido acumular o auxílio aci-
dente com o salário e até outros benefícios,
Possui natureza jurídica indenizatória. pois esse benefício é concedido como uma
forma de indenização (exceto o benefício de
aposentadoria).

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Não dará ensejo ao benefício os casos que Devido à natureza indenizatória e não
(§ 4º): substitutiva da remuneração, poderá ser
inferior ao salário-mínimo.
I - que apresente danos funcionais ou O auxílio-acidente será devido a partir do dia
redução da capacidade funcional sem seguinte ao da cessação do auxílio-doença, in-
repercussão na capacidade laborativa; e dependentemente de qualquer remuneração ou
II - de mudança de função, mediante rendimento auferido pelo acidentado, vedada
readaptação profissional promovida pela sua acumulação com qualquer aposentadoria.
empresa, como medida preventiva, em
decorrência de inadequação do local de O recebimento de salário ou concessão de outro
trabalho. benefício, exceto de aposentadoria, não preju-
dicará a continuidade do recebimento do auxí-
§ 5º A perda da audição, em qualquer lio-acidente.
grau, somente proporcionará a conces-
são do auxílio-acidente quando, além do A perda da audição (DISACUSIA), em qualquer
reconhecimento do nexo entre o traba- grau, somente proporcionará a concessão do
lho e o agravo, resultar, comprovada- auxílio-acidente, quando, além do reconheci-
mente, na redução ou perda da capaci- mento de causalidade entre o trabalho e a do-
dade para o trabalho que o segurado ha- ença, resultar, comprovadamente, na redução
bitualmente exercia. ou perda da capacidade para o trabalho que ha-
bitualmente exercia.
§ 6º No caso de reabertura de auxílio
por incapacidade temporária por aci- Cessação do benefício - O auxílio-acidente
dente de qualquer natureza que tenha cessa:
dado origem a auxílio-acidente, este 1. com a concessão de qualquer aposen-
será suspenso até a cessação do auxílio tadoria;
por incapacidade temporária reaberto, 2. com o óbito do segurado;
quando será reativado. 3. com a emissão da certidão de tempo
de contribuição para contagem em outro
§ 7º Cabe a concessão de auxílio-aci- regime de previdência.
dente oriundo de acidente de qualquer
natureza ocorrido durante o período de Não pode acumular com: auxílio-doença,
manutenção da qualidade de segurado, quando o fato gerador for o mesmo; auxílio-
desde que atendidas às condições ine- acidente (opta-se pelo mais vantajoso); apo-
rentes à espécie. sentadorias; BPC - LOAS.

Cuidado com as pegadinhas que podem apare- Durante o período em que o segurado estiver
cer na sua prova. A banca pode afirmar que, recebendo o benefício, o mesmo será conside-
em razão do segurado ter sofrido acidente, fará rado para fins de cálculo do salário de contri-
jus ao benefício do auxílio-acidente, o que é er- buição, para o cálculo da aposentadoria e da
rado. Quando o segurado sofrer acidente ou do- pensão por morte. No entanto, não haverá con-
ença e ficar incapacitado para atividade labora- tribuição sobre o valor do auxílio-acidente.
tiva/habitual temporariamente, ele terá, na
verdade, direito ao auxílio por incapacidade 1.11.4 Auxílio por incapacidade
temporária. O auxílio acidente vem após a con- temporária
solidação da ação das lesões provocar sequela.
O nome desse benefício foi alterado pela EC
103/2019. Antes de 13/11/2019 era chamado
Dica
de auxílio-doença.
Para não errar na prova: caso a banca traga
Tendo em vista que a Lei de Benefícios ainda
uma situação hipotética, se o sujeito ficar inca-
não teve a sua redação alterada conforme a Re-
pacitado por dias, meses ou anos, terá direito
forma da Previdência, o nome auxílio-doença
ao auxílio por incapacidade temporária. No
ainda consta.
entanto, se a situação apresentar que o segu-
rado se recuperou de um acidente e ficou com
Previsão legal:
sequelas definitivas, que reduzem sua capaci-
LB - Art. 59. O auxílio-doença será devido ao
dade de trabalho, terá direito ao auxílio aci-
segurado que, havendo cumprido, quando for
dente.
o caso, o período de carência exigido nesta Lei,

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ficar incapacitado para o seu trabalho ou para Observações importantes:


a sua atividade habitual por mais de 15 Não será devido o auxílio para o segurado re-
(quinze) dias consecutivos. cluso em regime fechado.
O segurado em gozo de auxílio por incapaci-
Requisitos: qualidade de segurado; carência e dade temporária na data do recolhimento à pri-
incapacidade laborativa temporária por mais de são terá o benefício suspenso. A suspensão
15 dias. será de até sessenta dias, contados da data do
recolhimento à prisão, cessado o benefício após
Carência: 12 contribuições e, para o segurado o referido prazo. Na hipótese de o segurado ser
especial, é o exercício de 12 meses de atividade colocado em liberdade antes, o benefício será
rural, no período imediatamente anterior ao re- restabelecido a partir da data da soltura. Em
querimento do benefício. caso de prisão declarada ilegal, o segurado terá
direito à percepção do benefício por todo o pe-
Independe de carência se for decorrente de aci- ríodo devido. O segurado recluso em cumpri-
dente de qualquer natureza, de trabalho ou mento de pena em regime aberto ou semia-
equiparado, ou em razão de alguma doença do berto terá direito ao auxílio-doença.
art. 151 da LB.
Valor do Benefício
Motivo/fato gerador: incapacidade para o Será calculada a renda mensal inicial do bene-
seu trabalho ou para a sua atividade habitual
fício aplicando-se uma alíquota (percentual) so-
por mais de 15 dias consecutivos.
bre a base de cálculo.
Renda mensal do benefício: é de 91% do sa- Base de cálculo da renda mensal inicial do
lário benefício.
benefício: salário de benefício (média aritmé-
tica simples de todos os salários de contribuição
Proibição nos casos de incapacidade pre- correspondentes a 100% do período contribu-
cedente ao ingresso/reingresso ao RGPS tivo, a partir de 07/1994 ou desde o início da
Não será devido o auxílio ao segurado que se
contribuição, se posterior àquela competência.
filiar ao Regime Geral de Previdência Social já
- ART. 26 da EC 103/2019)
portador da doença ou da lesão invocada como
causa para o benefício, exceto quando a inca-
Alíquota: 91 % do salário de benefício
pacidade sobrevier por motivo de progressão
Caso o segurado exerça mais de uma atividade
ou agravamento da doença ou da lesão.
remunerada e contribua em relação a cada uma
delas, os salários de contribuição serão soma-
Exemplos:
dos para o cálculo do salário de benefício e será
1. a pessoa descobre que possui câncer
apurada a renda mensal inicial.
terminal e passa a contribuir - doença Contudo, o valor do auxílio não poderá exceder
preexistente - não poderá receber o be-
a média aritmética simples dos últimos 12 sa-
nefício.
lários de contribuição, inclusive no caso de re-
2. pessoa cardiopata que não era inca-
muneração variável, ou, inexistindo 12 salá-
paz, porém, após período de labor, so- rios, a média aritmética simples dos salários
breveio progressão ou agravamento da
existentes.
doença dela - poderá receber o benefí-
cio. Modalidades de auxílio-doença

ACIDENTÁRIO
Aquele em que a incapacidade decorre de aci-
dente DO TRABALHO, incluindo as doenças
profissionais e do trabalho.
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre
pelo exercício do trabalho a serviço de empresa
ou de empregador doméstico ou pelo exercício
do trabalho dos segurados referidos no inciso
VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão cor-
poral ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.

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§ 1º A empresa é responsável pela adoção e b) ofensa física intencional, in-


uso das medidas coletivas e individuais de pro- clusive de terceiro, por motivo de
teção e segurança da saúde do trabalhador. disputa relacionada ao trabalho;
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com c) ato de imprudência, de negli-
multa, deixar a empresa de cumprir as normas gência ou de imperícia de ter-
de segurança e higiene do trabalho. ceiro ou de companheiro de tra-
balho;
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, d) ato de pessoa privada do uso
nos termos do artigo anterior, as seguintes en- da razão;
tidades mórbidas: e) desabamento, inundação, in-
I - doença profissional, assim entendida cêndio e outros casos fortuitos ou
a produzida ou desencadeada pelo exer- decorrentes de força maior;
cício do trabalho peculiar a determinada III - a doença proveniente de contami-
atividade e constante da respectiva re- nação acidental do empregado no exer-
lação elaborada pelo Ministério do Tra- cício de sua atividade;
balho e da Previdência Social; IV - o acidente sofrido pelo segurado
II - doença do trabalho, assim enten- ainda que fora do local e horário de tra-
dida a adquirida ou desencadeada em balho:
função de condições especiais em que o a) na execução de ordem ou na
trabalho é realizado e com ele se relaci- realização de serviço sob a auto-
one diretamente, constante da relação ridade da empresa;
mencionada no inciso I. b) na prestação espontânea de
§ 1º Não são consideradas como doença do qualquer serviço à empresa para
trabalho: lhe evitar prejuízo ou proporcio-
a) a doença degenerativa; nar proveito;
b) a inerente a grupo etário; c) em viagem a serviço da em-
c) a que não produza incapacidade la- presa, inclusive para estudo
borativa; quando financiada por esta den-
d) a doença endêmica adquirida por se- tro de seus planos para melhor
gurado habitante de região em que ela capacitação da mão-de-obra, in-
se desenvolva, salvo comprovação de dependentemente do meio de lo-
que é resultante de exposição ou con- comoção utilizado, inclusive veí-
tato direto determinado pela natureza culo de propriedade do segu-
do trabalho. rado;
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que d) no percurso da residência
a doença não incluída na relação prevista nos para o local de trabalho ou deste
incisos I e II deste artigo resultou das condições para aquela, qualquer que seja o
especiais em que o trabalho é executado e com meio de locomoção, inclusive ve-
ele se relaciona diretamente, a Previdência So- ículo de propriedade do segu-
cial deve considerá-la acidente do trabalho. rado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou des-
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do canso, ou por ocasião da satisfação de outras
trabalho, para efeitos desta Lei: necessidades fisiológicas, no local do trabalho
I - o acidente ligado ao trabalho que, ou durante este, o empregado é considerado no
embora não tenha sido a causa única, exercício do trabalho.
haja contribuído diretamente para a § 2º Não é considerada agravação ou compli-
morte do segurado, para redução ou cação de acidente do trabalho a lesão que, re-
perda da sua capacidade para o traba- sultante de acidente de outra origem, se asso-
lho, ou produzido lesão que exija aten- cie ou se superponha às conseqüências do an-
ção médica para a sua recuperação; terior.
II - o acidente sofrido pelo segurado no [...]
local e no horário do trabalho, em con-
seqüência de: Art. 23. Considera-se como dia do aci-
a) ato de agressão, sabotagem dente, no caso de doença profissional ou
ou terrorismo praticado por ter- do trabalho, a data do início da incapaci-
ceiro ou companheiro de traba- dade laborativa para o exercício da ati-
lho; vidade habitual, ou o dia da segregação

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compulsória, ou o dia em que for reali- incapacidade permanente, mas será mantido o
zado o diagnóstico, valendo para este Auxílio por incapacidade temporária, até que o
efeito o que ocorrer primeiro. segurado seja reabilitado para outra atividade.

NÃO ACIDENTÁRIO/PREVIDENCIÁRIO - Termo inicial do benefício:


aquele em que a incapacidade decorre de qual- LB - Art. 60. O auxílio-doença será devido ao
quer outro evento, que não o acidente de tra- segurado empregado a contar do décimo
balho. sexto dia do afastamento da atividade, e, no
O valor dos benefícios é igual. caso dos demais segurados, a contar da data
O contrato de trabalho com a empresa fica sus- do início da incapacidade e enquanto ele per-
penso, no período de percepção de ambos os manecer incapaz.
benefícios. Porém, no caso do benefício aciden- § 1º Quando requerido por segurado afastado
tário, o segurado mantém seu contrato de tra- da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o au-
balho por 12 meses depois de cessar o AD aci- xílio-doença será devido a contar da data da
dentário, é a chamada estabilidade provisória: entrada do requerimento.
§ 3º Durante os primeiros quinze dias consecu-
LB - - Art. 118. O segurado que sofreu tivos ao do afastamento da atividade por mo-
acidente do trabalho tem garantida, pelo tivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao
prazo mínimo de doze meses, a manu- segurado empregado o seu salário integral.
tenção do seu contrato de trabalho na § 4º A empresa que dispuser de serviço mé-
empresa, após a cessação do auxílio-do- dico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo
ença acidentário, independentemente de o exame médico e o abono das faltas corres-
percepção de auxílio-acidente. pondentes ao período referido no § 3º, somente
devendo encaminhar o segurado à perícia mé-
Ainda que não seja intercalado entre períodos dica da Previdência Social quando a incapaci-
de atividade, o tempo de auxílio-doença aci- dade ultrapassar 15 (quinze) dias.
dentário é computado como tempo de contri- § 6º O segurado que durante o gozo do auxílio-
buição, embora não incida contribuição ao doença vier a exercer atividade que lhe garanta
RGPS. No caso do auxílio-doença previdenciá- subsistência poderá ter o benefício cancelado a
rio, é necessário que o benefício tenha sido go- partir do retorno à atividade.
zado entre períodos de atividade, para o côm- § 7º Na hipótese do § 6o, caso o segurado, du-
puto como tempo de contribuição. rante o gozo do auxílio-doença, venha a exer-
cer atividade diversa daquela que gerou o be-
Reabilitação profissional: causa de extinção nefício, deverá ser verificada a incapacidade
do benefício, para o segurado com incapaci- para cada uma das atividades exercidas.
dade parcial e permanente (insuscetível de re- § 8º Sempre que possível, o ato de concessão
cuperação apenas para a atividade habitual) e ou de reativação de auxílio-doença, judicial ou
com condição de exercer outra atividade, que administrativo, deverá fixar o prazo estimado
não a sua atividade habitual. para a duração do benefício.
§ 9º Na ausência de fixação do prazo de que
Art. 62. O segurado em gozo de auxílio- trata o § 8º deste artigo, o benefício cessará
doença, insuscetível de recuperação após o prazo de cento e vinte dias, contado da
para sua atividade habitual, deverá sub- data de concessão ou de reativação do auxílio-
meter-se a processo de reabilitação pro- doença, exceto se o segurado requerer a sua
fissional para o exercício de outra ativi- prorrogação perante o INSS, na forma do regu-
dade. lamento, observado o disposto no art. 62 desta
Parágrafo único. O benefício a que se Lei.
refere o caput deste artigo será mantido § 10. O segurado em gozo de auxílio-doença,
até que o segurado seja considerado re- concedido judicial ou administrativamente, po-
abilitado para o desempenho de ativi- derá ser convocado a qualquer momento para
dade que lhe garanta a subsistência ou, avaliação das condições que ensejaram sua
quando considerado não recuperável, concessão ou manutenção, observado o dis-
seja aposentado por invalidez. posto no art. 101 desta Lei.
§11. Sempre que possível, o ato de concessão
Assim, se a perícia constatar que há incapaci- ou de reativação de auxílio-doença, judicial ou
dade permanente, mas apenas parcial, já que administrativo, deverá fixar o prazo estimado
o segurado pode ser reabilitado para outra ati- para a duração do benefício.
vidade, não será concedida a Aposentadoria por
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Em síntese:
a) Para o segurado empregado: nos primei- Termo final/cessação do benefício:
ros 15 dias de incapacidade, a empresa pagará O benefício cessa nas seguintes hipóteses, de
o seu salário. A partir do 16º dia, o INSS paga acordo com o art. 78 do Decreto nº 3.048/99:
o auxílio. OBS. Se voltar a trabalhar antes de  Pela recuperação da capacidade para o
15 dias, não receberá o auxílio por incapaci- trabalho (para a habitual ou para outra
dade temporária, mas apenas o salário da em- qualquer);
presa.  Pela sua transformação em aposentado-
ria por incapacidade ou auxílio-aci-
Após o 15º dia, o empregado terá direito ao au- dente;
xílio e, provavelmente, retornará ao emprego  Pela morte do segurado.
quando estiver recuperado. Mas, se houver
novo afastamento antes de 60 dias da data do O segurado que, durante o gozo do auxílio-do-
retorno, terá direito imediatamente ao auxílio e ença, vier a exercer atividade que lhe garanta
a empresa não está obrigada a pagar os 15 dias subsistência poderá ter o benefício cancelado a
iniciais: prorroga-se o benefício anterior, desde partir do retorno à atividade. Entretanto, caso
que a doença incapacitante seja a mesma. o segurado, durante o gozo do auxílio-doença,
venha a exercer atividade diversa daquela que
Exemplo: se afastou em 09/02/2012; gerou o benefício, deverá ser verificada a inca-
de 23/02/2012 a 28/02/2012 recebeu o pacidade para cada uma das atividades exerci-
auxílio, retornou ao trabalho em das. Cabe a citação do art. 73 do Decreto
01/03/2012 e afastou-se, novamente, 3.048/99:
em 15/04/2012, portanto, antes de 60
dias do retorno (PRORROGA-SE O BENE- Art. 73 O auxílio por incapacidade tem-
FÍCIO, desde que a doença incapaci- porária do segurado que exercer mais
tante seja a mesma). de uma atividade abrangida pela previ-
dência social será devido mesmo no
Da mesma forma, se o empregado fica afastado caso de incapacidade apenas para o
por 15 dias e volta no 16º dia, nesse caso, a exercício de uma delas, hipótese em que
empresa pagará o salário e o INSS não paga o o segurado deverá informar a Perícia
auxílio. No entanto, em caso de novo afasta- Médica Federal a respeito de todas as
mento antes de 60 dias, receberá o auxílio a atividades que estiver exercendo.
partir do dia imediato ao afastamento e a em- § 1º Na hipótese prevista neste artigo,
presa não precisará pagar, novamente, os 15 o auxílio por incapacidade temporária
primeiros dias. será concedido em relação à atividade
Porém, se o empregado se afastar do trabalho para a qual o segurado estiver incapaci-
por doença ou acidente diverso, inicia-se um tado, consideradas para fins de carência
novo benefício, ficando a empresa obrigada a somente as contribuições relativas a
custear os 15 primeiros dias de afastamento. essa atividade.
§ 2º Se nas várias atividades o segu-
b) Para os demais segurados obrigatórios rado exercer a mesma profissão, será
(doméstico, avulso, contribuinte indivi- exigido de imediato o afastamento de
dual, segurado especial): O início do auxílio todas.
é a partir do início da incapacidade, desde que § 4º Na hipótese prevista no § 1º, o va-
tenha ficado incapaz por mais de 15 dias. lor do auxílio por incapacidade temporá-
Sendo assim, caso fiquem afastados 10 dias ria poderá ser inferior ao salário-mí-
não terão direito ao salário e também não terão nimo, desde que, se somado às demais
direito ao auxílio-doença. remunerações recebidas, resulte em va-
lor superior ao salário-mínimo.
O prazo para requerimento é de 30 dias do
afastamento para que o empregado faça jus O INSS deve processar, de ofício, o benefício,
ao benefício a partir do 16º dia, já que a em- quando tiver ciência da incapacidade do segu-
presa pagou os 15 primeiros dias; para os de- rado, sem que este o tenha requerido.
mais segurados, para ter direito ao benefício a
contar do afastamento.
Ultrapassados 30 dias do afastamento das ati-
vidades, o segurado somente fará jus a partir
do requerimento e não do afastamento.
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1.11.5 Aposentadorias de atividade rural, no período imediatamente


1.11.5.1 Aposentadoria por anterior ao requerimento do benefício.
Independe de carência se for decorrente de aci-
incapacidade permanente dente de qualquer natureza, de trabalho ou
O nome desse benefício foi alterado pela EC equiparado, ou em razão de alguma doença do
103/2019. Antes de 13/11/2019 era chamada art. 151 da LB.
de aposentadoria por invalidez. Tendo em vista
que a Lei de Benefícios ainda não teve a sua Motivo/Fato gerador: Incapacidade labora-
redação alterada conforme a Reforma da Previ- tiva permanente para o exercício de atividade
dência, o nome ainda consta. que lhe garanta a subsistência, sem possibili-
dade de reabilitação.
A incapacidade total e permanente é aquela
que impossibilita o sujeito de buscar o seu sus- Proibição nos casos de incapacidade pre-
tento através de uma atividade laborativa. A cedente ao ingresso/reingresso ao RGPS
aposentadoria pode ser concedida de imediato Não será devido a aposentadoria ao segurado
ou, até mesmo, posteriormente à concessão do que se filiar ao Regime Geral de Previdência So-
auxílio por incapacidade temporária. Se existe cial já portador da doença ou da lesão invocada
a possibilidade de tratamento e cura, não existe como causa para o benefício, exceto quando a
a incapacidade para gerar aposentadoria. incapacidade sobrevier por motivo de progres-
são ou agravamento da doença ou da lesão.
Previsão legal Valor do benefício:
LB Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma Será calculada a renda mensal inicial do bene-
vez cumprida, quando for o caso, a carência fício aplicando-se uma alíquota (percentual) so-
exigida, será devida ao segurado que, estando bre a base de cálculo.
ou não em gozo de auxílio-doença, for conside-
rado incapaz e insusceptível de reabilita- Base de cálculo da renda mensal inicial do
ção para o exercício de atividade que lhe benefício: salário de benefício (média aritmé-
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga en- tica simples de todos os salários de contribuição
quanto permanecer nesta condição. correspondentes a 100% do período contribu-
tivo, a partir de 07/1994 ou desde o início da
DECRETO, Art. 43. Art. 43 A aposentadoria contribuição, se posterior àquela competência.
por incapacidade permanente, uma vez cum- - ART. 26 da EC 103/2019).
prido o período de carência exigido, quando for Alíquota:
o caso, será devida ao segurado que, em gozo
ou não de auxílio por incapacidade temporária, Antes da Reforma:
for considerado incapaz para o trabalho e in- para todos os casos o valor do benefí-
suscetível de reabilitação para o exercício de cio era calculado mediante a aplicação
atividade que lhe garanta a subsistência, que da alíquota de 100% sobre o salário de
lhe será paga enquanto permanecer nessa con- benefício (média aritmética simples dos
dição 80% maiores salários de contribuição
[...] correspondentes a 100% do período
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já contributivo).
era portador ao filiar-se ao RGPS não lhe con-
ferirá direito à aposentadoria por incapacidade Depois da Reforma:
permanente, exceto quando a incapacidade so- - Se a aposentadoria for decorrente
brevier por motivo de progressão ou agrava- de acidente do trabalho (sentido
mento dessa doença ou lesão. amplo) ou doença profissional ou
concausa profissional ou do traba-
Requisitos: qualidade de segurado (única apo- lho, a alíquota será de 100 % do SB.
sentadoria que exige a qualidade de segurado - Se a causa for comum, e a pessoa
no momento da concessão); carência e incapa- tiver 20 anos de tempo de contribuição
cidade laborativa permanente, sem possibili- ou menos, se homem, ou 15 anos de
dade de reabilitação. tempo de contribuição ou menos, se
mulher, a alíquota será de 60% do SB.
Carência: - Se o tempo de contribuição for su-
Em regra, de 12 contribuições mensais e, para perior a esses limites (20 anos para o
o segurado especial, é o exercício de 12 meses homem e 15 anos para a mulher), a alí-
quota será de 60 % do SB + 2% ao ano.
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motivo que não seja acidente do traba-


Ainda com relação ao valor do benefício, este lho.
poderá ultrapassar o teto previdenciário. Veja o
que dispõe o Decreto nº 3.048/99: Ainda que não seja intercalado entre períodos
de atividade, o tempo de aposentadoria por in-
Art. 45 O valor da aposentadoria por in- validez acidentária é computado como tempo
capacidade permanente do segurado de contribuição, embora não incida contribui-
que necessitar da assistência perma- ção ao RGPS. No caso da aposentadoria por in-
nente de outra pessoa será acrescido de validez previdenciária, é necessário que o be-
vinte e cinco por cento, observada a re- nefício tenha sido gozado entre períodos de ati-
lação constante do Anexo I, e: vidade, para o cômputo como tempo de contri-
I - devido ainda que o valor da aposen- buição.
tadoria atinja o limite máximo legal; e
II - recalculado quando o benefício que Termo inicial do benefício:
lhe deu origem for reajustado.
Parágrafo único. O acréscimo de que LB - Art. 43. A aposentadoria por inva-
trata o caput cessará com a morte do lidez será devida a partir do dia ime-
aposentado, não sendo incorporado ao diato ao da cessação do auxílio-do-
valor da pensão por morte. ença, ressalvado o disposto nos §§ 1º,
2º e 3º deste artigo.
§ 1º Concluindo a perícia médica inicial
pela existência de incapacidade total e
definitiva para o trabalho, a aposentado-
ria por invalidez será devida:
a) ao segurado empregado, a contar
do décimo sexto dia do afastamento
da atividade ou a partir da entrada
do requerimento, se entre o afasta-
mento e a entrada do requerimento
decorrerem mais de trinta dias;
b) ao segurado empregado domés-
tico, trabalhador avulso, contribu-
inte individual, especial e faculta-
tivo, a contar da data do início da in-
capacidade ou da data da entrada do
Grande Invalidez
requerimento, se entre essas datas
Acréscimo de 25% - o segurado por invalidez
decorrerem mais de trinta dias.
que necessitar da assistência permanente
§ 2º Durante os primeiros quinze dias
de outra pessoa terá o seu benefício acrescido
de afastamento da atividade por mo-
de 25%. Em tais casos, o valor total do benefí-
tivo de invalidez, caberá à empresa
cio pode superar o teto máximo dos bene-
pagar ao segurado empregado o sa-
fícios do RGPS, MAS NÃO SE INCORPORA A
lário.
PENSÃO POR MORTE.
Termo final do benefício: o benefício cessa
Atenção: STJ - “Comprovada a necessidade de com a cessação da incapacidade; quando o se-
assistência permanente de terceiro, é devido o gurado retornar voluntariamente ao trabalho e
acréscimo de 25%, previsto no artigo 45 da Lei com a morte do segurado.
8.213/1991, a todas as modalidades de apo- Enquanto permanecer a condição de incapaz.
sentadoria” Mas a perícia poderá constatar que o motivo da
incapacidade não persiste mais.
Modalidades de aposentadoria por invali-
dez § 4º O segurado aposentado por invali-
1. acidentária: a incapacidade decorre de dez poderá ser convocado a qualquer
acidente de trabalho, incluindo as doen- momento para avaliação das condições
ças profissionais e do trabalho. que ensejaram o afastamento ou a apo-
2. não-acidentária/previdenciária: in- sentadoria, concedida judicial ou admi-
capacidade decorre de qualquer outro nistrativamente, observado o disposto
no art. 101 desta Lei.
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b) após tantos meses quantos fo-


LB - ART. 101 O segurado em gozo de apo- rem os anos de duração do auxílio-
sentadoria por invalidez está sujeito, sob pena doença ou da aposentadoria por in-
de suspensão do benefício, a qualquer validez, para os demais segurados;
tempo, sem prejuízo do exame médico pe-
ricial de dois em dois anos, a submeter-se a Recuperação parcial ou depois de 5 anos;
exame médico a cargo da previdência social, ou no caso de reabilitação
processo de reabilitação profissional por ela II - quando a recuperação for parcial, ou ocor-
prescrito e custeado e tratamento dispensado rer após o período do inciso I, ou ainda quando
gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfu- o segurado for declarado apto para o exercício
são de sangue, que são facultativos. de trabalho diverso do qual habitualmente
exercia, a aposentadoria será mantida, sem
DISPENSA DO EXAME: O aposentado por in- prejuízo da volta à atividade:
validez e o pensionista inválido que não tenham a) no seu valor integral, durante 6 (seis)
retornado à atividade estarão isentos do exame meses contados da data em que for ve-
após completarem sessenta anos de idade. Po- rificada a recuperação da capacidade;
rém, mesmo após 60 anos, precisarão compa- b) com redução de 50% (cinquenta por
recer para: verificar a necessidade de assistên- cento), no período seguinte de 6 (seis)
cia permanente de outra pessoa para a conces- meses;
são do acréscimo de 25%; quando ele próprio c) com redução de 75% (setenta e cinco
se julgar apto e o requerer e para subsidiar au- por cento), também por igual período de
toridade judiciária nos casos de curatela. 6 (seis) meses, ao término do qual ces-
sará definitivamente.
Consequências nas hipóteses de retorno
do segurado ao mercado de trabalho: 1.11.5.2 Aposentadoria
programada
Retorno voluntário, sem perícia: o segurado
retorna ao trabalho sem avaliação médica e, Previsão legal e requisitos:
portanto, seu benefício será cancelado imedia- Com o advento da Emenda Constitucional 103,
tamente, sem nenhuma redução progressiva. publicada em 13/11/2019, as regras para a
Retorno com avaliação médica antes de concessão das aposentadorias no RGPS foram
exercer novamente a atividade: o segurado sensivelmente alteradas.
é submetido a avaliação médica antes e, cons-
tatada a recuperação da capacidade, o benefí- As primeiras grandes alterações decorrem da
cio será gradativamente suspenso e ele fará jus extinção das aposentadorias por idade ur-
à chamadas mensalidades de recuperação, pre- bana e por tempo de contribuição e da cri-
vistas no art. 47 da Lei 8.213/91. ação da aposentadoria programada, com
regras específicas previstas mediante alteração
Art. 47. Verificada a recuperação da ca- do texto da CF/88 e na própria Emenda.
pacidade de trabalho do aposentado por
invalidez, será observado o seguinte Para fazer jus à aposentadoria programada, o
procedimento: segurado deverá cumprir o requisito etário,
previsto no artigo 201, § 7º da CF/88, além de
Recuperação total um tempo mínimo de contribuição:
I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 Art. 201. [...]
(cinco) anos, contados da data do início da § 7º É assegurada aposentadoria no re-
aposentadoria por invalidez ou do auxílio- gime geral de previdência social, nos
doença que a antecedeu sem interrupção, o termos da lei, obedecidas as seguintes
benefício cessará: condições:
a) de imediato, para o segurado em- I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade,
pregado que tiver direito a retornar à se homem, e 62 (sessenta e dois) anos
função que desempenhava na empresa de idade, se mulher, observado tempo
quando se aposentou, na forma da le- mínimo de contribuição;
gislação trabalhista, valendo como do- [...]
cumento, para tal fim, o certificado de
capacidade fornecido pela Previdência A EC 103/2019 estabelece o tempo mínimo de
Social; ou contribuição, a que se refere o inciso I do refe-
rido §7º:

284

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Segur idade Social

Art. 19. Até que lei disponha sobre o contribuição conforme as regras anteriores à
tempo de contribuição a que se refere o EC 103/2019, até a data da sua entrada em vi-
inciso I do § 7º do art. 201 da Constitui- gor, 13/11/2019, possuem direito adquirido à
ção Federal, o segurado filiado ao Re- aposentação com base nas referidas regras. Ao
gime Geral de Previdência Social após a tempo em que se preserva o direto adquirido,
data de entrada em vigor desta Emenda frustram-se as expectativas de direito, na me-
Constitucional será aposentado aos 62 dida em que não há garantia a regime jurídico
(sessenta e dois) anos de idade, se mu- previdenciário.
lher, 65 (sessenta e cinco) anos de
idade, se homem, com 15 (quinze) anos Sempre que se promove uma transformação
de tempo de contribuição, se mulher, e em uma estrutura complexa como o sistema
20(vinte) anos de tempo de contribui- previdenciário de um País, torna-se necessário
ção, se homem. prever um conjunto de regras de transição, fa-
vorecendo àqueles que detinham mera expec-
Portanto, a aposentadoria programada tativa de direito de se aposentar conforme os
será concedida aos homens com, no mí- critérios da Lei revogada. São regras para a ob-
nimo, 65 anos de idade e 20 anos de tempo tenção da aposentadoria não tão benéficas
de contribuição, e às mulheres, aos 62 quanto as regras antigas e nem tão severas
anos de idade e 15 anos de tempo de con- quanto as regras novas.
tribuição.
A concessão da aposentadoria programada dis- 1.11.5.3 Regras de transição da
pensa a comprovação da qualidade de segu- antiga aposentadoria por
rado no momento da aposentação.
tempo de contribuição
Sensível à questão, o constituinte derivado,
criou quatro regras de transição relacionadas à
MULHERES HOMENS antiga aposentadoria por tempo de contribui-
ção e uma regra de transição referente à antiga
aposentadoria por idade urbana, previstas nos
artigos 15 a 18 e 20 da EC 103/2019.
62 anos 65 anos
De início, identifica-se que as quatro regras de
transição estabelecem um requisito em co-
mum: tempo mínimo de contribuição de 35
15 anos de 20 anos de anos, se homem, e 30 anos, se mulher. Ade-
contribuição contribuição mais, consoante narrado, é necessário preen-
cher a carência mínima de 180 meses de con-
tribuição para obter a aposentadoria sob qual-
Carência: 180 meses de contribuição quer modalidade das regras de transição.
Valor do benefício: Será calculada a renda
mensal inicial do benefício aplicando-se uma Passa-se à análise de cada uma dessas regras.
alíquota (percentual) sobre a base de cálculo.
Base de cálculo da renda mensal inicial do Regra de transição - Aposentadoria por
benefício: salário de benefício (média aritmé- tempo de contribuição com pontuação
tica simples de todos os salários de contribuição (art. 15 da EC 103/2019)
correspondentes a 100% do período contribu- Para obter a aposentadoria conforme essa re-
tivo, a partir de 07/1994 ou desde o início da gra de transição, além do preenchimento do
contribuição, se posterior àquela competência. tempo mínimo de contribuição de 35 anos, se
- ART. 26 da EC 103/2019). homem, e 30 anos, se mulher, é necessário que
Alíquota: 60% sobre o salário de benefício, o segurado comprove obter uma pontuação mí-
com acréscimo de 2% a cada ano que ultra- nima, decorrente da soma da idade e do tempo
passe o tempo mínimo de contribuição de 20 de contribuição.
anos para o homem e de 15 anos para a mulher
(art. 26, § 2º e 5º, EC 103/2019). Note-se que não se exige um limite mínimo de
idade, sendo que a idade apenas compõe o
É oportuno mencionar que todos os segurados score dos pontos.
que preencheram os requisitos para a obtenção
das aposentadoria por idade ou por tempo de Leia-se o artigo 15 da EC 103/2019:
285

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Art. 15. Ao segurado filiado ao Regime tucional fica assegurado o direito à apo-
Geral de Previdência Social até a data de sentadoria quando preencher, cumulati-
entrada em vigor desta Emenda Consti- vamente, os seguintes requisitos:
tucional, fica assegurado o direito à apo- I - 30 (trinta) anos de contribuição, se
sentadoria quando forem preenchidos, mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de
cumulativamente, os seguintes requisi- contribuição, se homem; e
tos: II - idade de 56 (cinquenta e seis) anos,
I - 30 (trinta) anos de contribuição, se se mulher, e 61 (sessenta e um) anos,
mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de se homem.
contribuição, se homem; e O parágrafo primeiro do citado artigo,
II - somatório da idade e do tempo de estabelece a progressividade do requi-
contribuição, incluídas as frações, equi- sito etário com o passar dos anos:
valente a 86 (oitenta e seis) pontos, se § 1º A partir de 1º de janeiro de 2020,
mulher, e 96 (noventa e seis) pontos, se a idade a que se refere o inciso II do ca-
homem, observado o disposto nos §§ 1º put será acrescida de 6 (seis) meses a
e 2º. cada ano, até atingir 62 (sessenta e
dois) anos de idade, se mulher, e 65
O parágrafo 1º do referido artigo, estabelece a (sessenta e cinco) anos de idade, se ho-
progressividade da pontuação mínima com o mem.
decorrer dos anos:
Desse modo, para benefícios cujos demais re-
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, quisitos forem preenchidos em 2020, a idade
a pontuação a que se refere o inciso II mínima será de 61 anos e 6 meses para o ho-
do caput será acrescida a cada ano de 1 mem e 56 anos e 6 meses para a mulher. Em
(um) ponto, até atingir o limite de 100 2021, 62/57, e, assim, sucessivamente.
(cem) pontos, se mulher, e de 105
(cento e cinco) pontos, se homem. O valor do benefício será obtido na forma da
Lei, ou seja, nos moldes da regra geral do cál-
Assim, para benefícios cujos demais requisitos culo da aposentadoria programada.
forem preenchidos em 2020, a pontuação mí-
nima é de 87 pontos para mulher e 97 pontos Regra de transição - Aposentadoria por
para o homem. No ano de 2021, 88/98, e, as- tempo de contribuição com período adici-
sim, sucessivamente. onal de 50% (art. 17 da EC 103/2019)
Essa regra de transição não é acessível à gene-
Por fim, o parágrafo 2º do artigo 15 determina ralidade dos segurados, existindo um critério
que a idade e o tempo de contribuição serão de elegibilidade para a concessão da aposenta-
apurados em dias para o cálculo do somatório doria sob essa modalidade.
de pontos a que se referem o inciso II do caput
e o § 1º. De acordo com o artigo 17 da EC 103/2019, so-
mente poderá se valer da regra em questão, o
O valor do benefício será obtido na forma da segurado que, em 13/11/2019, contar com 33
Lei, ou seja, nos moldes da regra geral do cál- anos de tempo de contribuição, se homem, e
culo da aposentadoria programada. 28 anos de tempo de contribuição, se mulher.

Regra de transição - Aposentadoria por Observado o referido critério, o segurado está


tempo de contribuição com idade mínima apto a obter o benefício com base nessa regra,
(art. 16 da EC 103/2019) desde que, no momento do requerimento do
De acordo com essa regra, o segurado deve benefício, conte com o tempo mínimo de con-
preencher, além do tempo mínimo de contribui- tribuição de 35 anos, se homem, e 30 anos, se
ção (35 anos, se homem, e 30 anos, se mu- mulher, e, ainda, conte com um período adici-
lher), o requisito etário, correspondente a 61 onal de contribuição chamado de pedágio.
anos de idade para o homem e 56 anos de
idade para a mulher, nos moldes do artigo 16: O pedágio corresponde à 50% do tempo que
faltava para o segurado se aposentar em
Art. 16. Ao segurado filiado ao Regime 13/11/2019, de acordo com as regras antigas
Geral de Previdência Social até a data de (35 anos, se homem e 30 anos, se mulher).
entrada em vigor desta Emenda Consti-
Leia-se o dispositivo correspondente:
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Art. 17. Ao segurado filiado ao Regime tempo mínimo de contribuição referido


Geral de Previdência Social até a data de no inciso II.
entrada em vigor desta Emenda Consti-
tucional e que na referida data contar Portanto, obterá a aposentadoria o segurado
com mais de 28 (vinte e oito) anos de que, aos 60 anos de idade, se homem, ou aos
contribuição, se mulher, e 33 (trinta e 57 anos de idade, se mulher, contar com o
três) anos de contribuição, se homem, tempo mínimo de contribuição de 35 anos, para
fica assegurado o direito à aposentado- o homem, e 30 anos, para a mulher, e, ainda,
ria quando preencher, cumulativamente, contar com um período adicional de contribui-
os seguintes requisitos: ção chamado de pedágio.
I - 30 (trinta) anos de contribuição, se
mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de Nesse caso, o pedágio corresponde a 100% do
contribuição, se homem; e tempo que faltava para o segurado se aposen-
II - cumprimento de período adicional tar em 13/11/2019, de acordo com as regras
correspondente a 50% (cinquenta por antigas (35 anos, se homem e 30 anos, se mu-
cento) do tempo que, na data de entrada lher).
em vigor desta Emenda Constitucional,
faltaria para atingir 30 (trinta) anos de O parágrafo 2º do artigo 20 da EC 103/2019
contribuição, se mulher, e 35 (trinta e estabelece que :
cinco) anos de contribuição, se homem. § 2º O valor das aposentadorias conce-
didas nos termos do disposto neste ar-
Note-se que, para essa regra de transição, não tigo corresponderá:
é exigida a idade mínima. I - [...]
O cálculo do valor do benefício, para essa regra, II - em relação aos demais servidores
difere do cálculo previsto para as demais. públicos e aos segurados do Regime Ge-
A renda mensal inicial será igual ao salário de ral de Previdência Social, ao valor apu-
benefício, que equivale a 100% da média, mul- rado na forma da lei.
tiplicado pelo fator previdenciário, nos termos
do parágrafo único do art. 17 da EC nº 103, de O inciso I, do parágrafo 3º do artigo 26 da EC
2019. 103/2019, faz remissão ao referido parágrafo,
nos seguintes termos:
Regra de transição - Aposentadoria por Art. 26. [...]
tempo de contribuição com idade mínima § 3º O valor do benefício de aposenta-
e período adicional de 100% (art. 20 da EC doria corresponderá a 100% (cem por
103/2019). cento) da média aritmética definida na
A regra está prevista no artigo 20 da EC forma prevista no caput e no § 1º:
103/2019: I - no caso do inciso II do § 2º do art.
20;
Art. 20. O segurado ou o servidor pú-
blico federal que se tenha filiado ao Re- Assim, a renda mensal da aposentadoria obtida
gime Geral de Previdência Social ou in- por meio dessa modalidade de regra de transi-
gressado no serviço público em cargo ção será igual ao salário de benefício, que equi-
efetivo até a data de entrada em vigor vale a 100% (cem por cento) da média prevista
desta Emenda Constitucional poderá no artigo 26.
aposentar-se voluntariamente quando
preencher, cumulativamente, os seguin- Em síntese, nessa modalidade, a alíquota será
tes requisitos: de 100% do salário de benefício e não haverá
I - 57 (cinquenta e sete) anos de idade, a incidência do fator previdenciário.
se mulher, e 60 (sessenta) anos de
idade, se homem; Por fim, a Reforma da Previdência estabeleceu
II - 30 (trinta) anos de contribuição, se uma regra de transição relacionada à antiga
mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de aposentadoria por idade urbana, que passo a
contribuição, se homem; descrever.
III - [...]
IV - período adicional de contribuição Regra de transição da antiga aposentado-
correspondente ao tempo que, na data ria por idade urbana (art. 18 da EC
de entrada em vigor desta Emenda 103/2019)
Constitucional, faltaria para atingir o Conforme o artigo 18 da EC 103/2019:
287

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Art. 18. O segurado de que trata o in- 1.11.5.4 Aposentadoria


ciso I do § 7º do art. 201 da Constituição programada especial
Federal filiado ao Regime Geral de Pre-
vidência Social até a data de entrada em Previsão legal e requisitos:
vigor desta Emenda Constitucional po- DECRETO, Art. 64 A aposentadoria especial,
derá aposentar-se quando preencher, uma vez cumprido o período de carência exi-
cumulativamente, os seguintes requisi- gido, será devida ao segurado empregado, tra-
tos: balhador avulso e contribuinte individual, este
I - 60 (sessenta) anos de idade, se mu- último somente quando cooperado filiado a co-
lher, e 65 (sessenta e cinco) anos de operativa de trabalho ou de produção, que
idade, se homens; e comprove o exercício de atividades com efetiva
II - 15 (quinze) anos de contribuição, exposição a agentes químicos, físicos e biológi-
para ambos os sexos. cos prejudiciais à saúde, ou a associação des-
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, ses agentes, de forma permanente, não ocasi-
a idade de 60 (sessenta) anos da mu- onal nem intermitente, vedada a caracterização
lher, prevista no inciso I do caput, será por categoria profissional ou ocupação, du-
acrescida em 6 (seis) meses a cada ano, rante, no mínimo, quinze, vinte ou vinte e cinco
até atingir 62 (sessenta e dois) anos de anos, e que cumprir os seguintes requisitos:
idade.
IDADE TEMPO DE
Note-se que se trata do segurado urbano, a
aposentadoria dos segurados rurais está pre- CONTRIBUIÇÃO
vista no inciso II do § 7º do artigo 201 da 55 anos 15 anos
CF/88.

Por meio dessa regra, portanto, o constituinte 58 anos 20 anos


derivado permite a aposentação exigindo o
cumprimento cumulativo do requisito etário (65 60 anos 25 anos
anos, homem e 60 anos mulher) com o tempo
mínimo de contribuição de 15 anos para ambos
os sexos. Antes, a aposentadoria era concedida com base
no tempo mínimo de contribuição sujeito a con-
Necessário observar, que a norma estabelece a dições especiais. Agora, além do tempo de ex-
progressividade do requisito etário com o pas- posição, precisa cumprir o requisito etário. A
sar dos anos, mas somente para a segurada Emenda Constitucional nº 103/2019 traz a se-
mulher (art. 18, § 1º da EC 103/2019): guinte redação:

§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, Art. 19. Até que lei disponha sobre o
a idade de 60 (sessenta) anos da mu- tempo de contribuição a que se refere o
lher, prevista no inciso I do caput, será inciso I do § 7º do art. 201 da Constitui-
acrescida em 6 (seis) meses a cada ano, ção Federal, o segurado filiado ao Re-
até atingir 62 (sessenta e dois) anos de gime Geral de Previdência Social após a
idade. data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional será aposentado aos 62
Desse modo, para benefícios cujos demais re- (sessenta e dois) anos de idade, se mu-
quisitos forem preenchidos em 2020, a idade lher, 65 (sessenta e cinco) anos de
mínima da mulher será de 60 anos e 6 meses. idade, se homem, com 15 (quinze) anos
Em 2021, 61 anos, e, assim, sucessivamente, de tempo de contribuição, se mulher, e
até atingir 62 anos de idade. 20(vinte) anos de tempo de contribui-
ção, se homem.
O valor do benefício será obtido na forma da § 1º Até que lei complementar disponha
Lei, ou seja, nos moldes da regra geral do cál- sobre a redução de idade mínima ou
culo da aposentadoria programada. tempo de contribuição prevista nos §§
1º e 8º do art. 201 da Constituição Fe-
deral, será concedida aposentadoria:
I - aos segurados que comprovem o
exercício de atividades com efetiva

288

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exposição a agentes químicos, físi- II - neutralização - a adoção de medidas


cos e biológicos prejudiciais à sa- de controle que reduzam a intensidade,
úde, ou associação desses agentes, a concentração ou a dose do agente pre-
vedada a caracterização por catego- judicial à saúde ao limite de tolerância
ria profissional ou ocupação, du- previsto neste Regulamento ou, na sua
rante, no mínimo, 15 (quinze), 20 ausência, na legislação trabalhista.
(vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos,
nos termos do disposto nos arts. 57 Ainda, fica vedada a conversão de tempo espe-
e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho cial em comum, permitindo a conversão do
de 1991, quando cumpridos: tempo até a entrada em vigor da Emenda Cons-
a) 55 (cinquenta e cinco) anos de titucional nº 103/19.
idade, quando se tratar de atividade es-
pecial de 15 (quinze) anos de contribui- De acordo com o art. 66, quando o segurado
ção; houver exercido duas ou mais atividades sujei-
b) 58 (cinquenta e oito) anos de tas a agentes químicos, físicos e biológicos pre-
idade, quando se tratar de atividade es- judiciais à saúde, ou a associação desses agen-
pecial de 20 (vinte) anos de contribui- tes, sem completar em quaisquer delas o prazo
ção; ou mínimo exigido para a aposentadoria especial,
c) 60 (sessenta) anos de idade, os respectivos períodos de exercício serão so-
quando se tratar de atividade especial de mados após conversão, hipótese em que será
25 (vinte e cinco) anos de contribuição; considerada a atividade preponderante para
efeito de enquadramento, considerando a se-
guinte tabela:

Tempo a Multiplicadores
Converter

Para Para Para


15 20 25

De 15 anos - 1,33 1,67

De 20 anos 0,75 - 1,25


A legislação, no art. 65, considera o tempo de
trabalho permanente como aquele que é exer-
cido de forma não ocasional nem intermitente, De 25 anos 0,60 0,80
no qual a exposição do empregado, do traba-
lhador avulso ou do cooperado ao agente no-
civo seja indissociável da produção do bem ou
Valor do benefício:
da prestação do serviço, ou seja, não tem pos-
Nas regras anteriores, a aposentadoria especial
sibilidade de evitar contato com o agente.
correspondia a 100% da média. Agora, a renda
mensal inicial da aposentadoria especial corres-
§ 1º A efetiva exposição a agente pre-
ponderá a sessenta por cento do salário de be-
judicial à saúde configura-se quando,
nefício com acréscimo de dois pontos percentu-
mesmo após a adoção das medidas de
ais para cada ano de contribuição que exceder
controle previstas na legislação traba-
o tempo de vinte anos de contribuição, exceto
lhista, a nocividade não seja eliminada
no caso da aposentadoria aos 15 anos de ativi-
ou neutralizada.
dade e das mulheres cujo acréscimo será apli-
cado para cada ano de contribuição que exce-
O Decreto 3.048/99 deixou bem claro o que é
der quinze anos de contribuição, de acordo com
neutralizar e eliminar:
o art. 67.
Será calculada a renda mensal inicial do bene-
§ 1º-A [...]
fício aplicando-se uma alíquota (percentual) so-
I - eliminação - a adoção de medidas de
bre a base de cálculo.
controle que efetivamente impossibili-
O início do benefício ocorrerá:
tem a exposição ao agente prejudicial à
Para o Segurado Empregado:
saúde no ambiente de trabalho; e
▪ A partir da data do desligamento do emprego;

289

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Segur idade Social

▪ A partir da data do requerimento, se não hou- fissional ou ocupação, desde que cum-
ver desligamento do emprego ou, se o requeri- pridos, no caso do servidor, o tempo mí-
mento for feito 90 dias após aquele. nimo de 20 (vinte) anos de efetivo exer-
Para o Trabalhador Avulso e para o Contri- cício no serviço público e de 5 (cinco)
buinte Individual: anos no cargo efetivo em que for conce-
▪ A partir da data do requerimento do benefício. dida a aposentadoria, na forma dos arts.
57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho
O segurado que retornar ao exercício de ativi- de 1991, poderão aposentar-se quando
dade ou operação que o sujeite aos riscos e o total da soma resultante da sua idade
agentes nocivos (constantes do Anexo IV do e do tempo de contribuição (posso con-
Decreto 3.048/99), ou nele permanecer, na siderar o tempo comum na soma, inclu-
mesma ou em outra empresa, qualquer que sive é o conteúdo do ofício circular
seja a forma de prestação de serviço ou cate- 64/2019 do INSS) e o tempo de efetiva
goria de segurado, será, imediatamente, notifi- exposição forem, respectivamente, de:
cado da cessação do pagamento de sua apo- I - 66 (sessenta e seis) pontos e 15
sentadoria especial no prazo de sessenta dias (quinze) anos de efetiva exposição;
contados da data de emissão da notificação, II - 76 (setenta e seis) pontos e 20
salvo comprovação, nesse prazo, de que o (vinte) anos de efetiva exposição; e
exercício dessa atividade ou operação foi en- III - 86 (oitenta e seis) pontos e 25
cerrado (parágrafo único do art. 69). (vinte e cinco) anos de efetiva exposi-
ção.
Base de cálculo da renda mensal inicial do
benefício: salário de benefício (média aritmé-
tica simples de todos os salários de contribuição
correspondentes a 100% do período contribu-
tivo, a partir de 07/1994 ou desde o início da
contribuição, se posterior àquela competência.
- ART. 26 da EC 103/2019).

Alíquota: 60% sobre o salário de benefício,


com acréscimo de 2% a cada ano que ultra-
passe o tempo mínimo de contribuição de 20
anos para o homem e de 15 anos para a mulher
(art. 26, § 2º e 5º, EC 103/2019). * Para ati-
vidades de insalubridade em grau máximo, o
acréscimo ocorre depois dos 15 anos.
1.11.5.5 Aposentadoria programada
do professor
REGRA DE TRANSIÇÃO DA APOSENTADO- Antes da Emenda 103/2019, a aposenta-
RIA ESPECIAL (ART. 21 da EC 103/2019) doria dos Professores era concedida ob-
Não há idade mínima, mas temos o sistema de servados os seguintes requisitos:
pontos, que vão variar de acordo com a ativi- • 30 anos de tempo de efetivo exercício
dade. O importante é lembrar que a pontuação das funções de magistério na educação
definida vai considerar o tempo de contribuição infantil e no ensino fundamental e mé-
especial e o comum, somados. Desde que te- dio, se homem;
nha o tempo mínimo especial, 15, 20 ou 25. • 25 anos de tempo de tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na
EC 103/2019. Art. 21. O segurado ou educação infantil e no ensino fundamen-
o servidor público federal que se tenha tal e médio, se mulher;
filiado ao Regime Geral de Previdência
Social ou ingressado no serviço público Carência de 180 contribuições mensais. Não
em cargo efetivo até a data de entrada era exigida a qualidade de segurado.
em vigor desta Emenda Constitucional Com a edição da Lei nº 11.301/2006, o tempo
cujas atividades tenham sido exercidas prestado pelos docentes em atividades de dire-
com efetiva exposição a agentes quími- ção de unidade escolar e de coordenação e as-
cos, físicos e biológicos prejudiciais à sa- sessoramento pedagógico pode ser computado
úde, ou associação desses agentes, ve- para efeito de aposentadoria do professor tanto
dada a caracterização por categoria pro- no regime geral quanto nos regimes próprios.

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Após a Emenda 103/2019: de janeiro de 2020, 1 (um) ponto a cada ano


A Emenda manteve o tratamento diferenciado para o homem e para a mulher, até atingir o
aos Professores, porém com a necessidade de limite de 92 (noventa e dois) pontos, se mu-
completar uma idade mínima, observadas as lher, e 100 (cem) pontos, se homem.
seguintes regras:
• - 57 anos de idade (mulheres) e 60 anos
de idade (homens);

• - 25 anos de tempo de contribuição para


professores de ambos os sexos, exerci-
dos exclusivamente em efetivo exercício
das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e mé-
dio.

Carência de 180 contribuições mensais. Não é


exigida a qualidade de segurado
Art. 19, § 1º, II da EC 103/2019 - ao pro- Aposentadoria por tempo de contribuição
fessor que comprove 25 (vinte e cinco) anos de de professor com idade mínima, § 2º do
contribuição exclusivamente em efetivo exercí- artigo 16 da EC 103/2019:
cio das funções de magistério na educação in-
fantil e no ensino fundamental e médio e tenha Art. 16. Ao segurado filiado ao Regime
57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, Geral de Previdência Social até a data de
e 60 (sessenta) anos de idade, se homem. entrada em vigor desta Emenda Consti-
Valor do benefício tucional fica assegurado o direito à apo-
O cálculo do valor do benefício também mudou. sentadoria quando preencher, cumulati-
vamente, os seguintes requisitos:
A renda mensal inicial será calculada com I - 30 (trinta) anos de contribuição, se
base no art. 26, § 2º: mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de
Base de cálculo da renda mensal inicial do contribuição, se homem; e
benefício: salário de benefício (média aritmé- II - idade de 56 (cinquenta e seis) anos,
tica simples de todos os salários de contribuição se mulher, e 61 (sessenta e um) anos,
correspondentes a 100% do período contribu- se homem.
tivo, a partir de 07/1994 ou desde o início da § 2º Para o professor que comprovar
contribuição, se posterior àquela competência. exclusivamente tempo de efetivo exercí-
- ART. 26 da EC 103/2019). cio das funções de magistério na educa-
ção infantil e no ensino fundamental e
Alíquota: médio, o tempo de contribuição e a
• - para a professora, 60% acrescidos de idade de que tratam os incisos I e II do
2% a cada ano que exceder 15 anos e caput deste artigo serão reduzidos em 5
• - para o professor: 60% acrescidos de (cinco) anos, sendo, a partir de 1º de ja-
2% a cada ano que exceder 20 anos. neiro de 2020, acrescidos 6 (seis) me-
ses, a cada ano, às idades previstas no
As regras de transição para a aposentado- inciso II do caput, até atingirem 57 (cin-
ria do professor são 3: quenta e sete) anos, se mulher, e 60
Aposentadoria por tempo de contribuição (sessenta) anos, se homem.
de professor com pontuação, § 3º do ar-
tigo 15 da EC 103/2019:
Para o professor que comprovar exclusiva-
mente 25 (vinte e cinco) anos de contribuição,
se mulher, e 30 (trinta) anos de contribuição,
se homem, em efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fun-
damental e médio, o somatório da idade e do
tempo de contribuição, incluídas as frações,
será equivalente a 81 (oitenta e um) pontos, se
mulher, e 91 (noventa e um) pontos, se ho-
mem, aos quais serão acrescidos, a partir de 1º
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Aposentadoria por tempo de contribuição 1.11.5.6 Aposentadoria da


de professor com idade mínima e período pessoa portadora de
adicional de 100% § 1º do artigo 20 da EC
103/2019):
deficiência
Assim como a aposentadoria especial, a apo-
Art. 20 O segurado ou o servidor público sentadoria da pessoa portadora de deficiência
federal que se tenha filiado ao Regime está prevista na CF/88:
Geral de Previdência Social ou ingres-
sado no serviço público em cargo efetivo Art. 201, CF/88
até a data de entrada em vigor desta [...]
Emenda Constitucional poderá aposen- § 1º É vedada a adoção de requisitos ou
tar-se voluntariamente quando preen- critérios diferenciados para concessão
cher, cumulativamente, os seguintes re- de benefícios, ressalvada, nos termos de
quisitos: lei complementar, a possibilidade de
I - 57 (cinquenta e sete) anos de idade, previsão de idade e tempo de contribui-
se mulher, e 60 (sessenta) anos de ção distintos da regra geral para conces-
idade, se homem; são de aposentadoria exclusivamente
II - 30 (trinta) anos de contribuição, se em favor dos segurados:
mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de I - com deficiência, previamente subme-
contribuição, se homem; tidos a avaliação biopsicossocial reali-
III - para os servidores públicos, 20 zada por equipe multiprofissional e inter-
(vinte) anos de efetivo exercício no ser- disciplinar; (Incluído pela Emenda Cons-
viço público e 5 (cinco) anos no cargo titucional nº 103, de 2019)
efetivo em que se der a aposentadoria;
IV - período adicional de contribuição A LC 142/2013 é que regulamenta a concessão
correspondente ao tempo que, na data do referido benefício
de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional, faltaria para atingir o Conceito (Convenção de Nova Iorque):
tempo mínimo de contribuição referido Para o reconhecimento do direito à aposenta-
no inciso II. doria de que trata esta Lei Complementar, con-
§ 1º Para o professor que comprovar sidera-se pessoa com deficiência aquela que
exclusivamente tempo de efetivo exercí- tem impedimentos de longo prazo de natureza
cio das funções de magistério na educa- física, mental, intelectual ou sensorial, os
ção infantil e no ensino fundamental e quais, em interação com diversas barreiras, po-
médio serão reduzidos, para ambos os dem obstruir sua participação plena e efetiva
sexos, os requisitos de idade e de tempo na sociedade em igualdade de condições com
de contribuição em 5 (cinco) anos. as demais pessoas (Art. 2 º. da LC nº 142 de
08.5.13).
Impedimento de longo prazo: 2 anos conta-
dos de forma ininterrupta.

Para a pessoa com deficiência no RGPS, fo-


ram mantidas, pela EC 103/2019, as duas
modalidades de aposentadoria previstas
na LC 142/2013:

Art. 3º É assegurada a concessão de


aposentadoria pelo RGPS ao segurado
Nesse caso, o valor da aposentadoria é com deficiência, observadas as seguin-
melhor, pois corresponderá a 100% da tes condições:
média. I - aos 25 (vinte e cinco) anos de tempo
Art. 58. O valor da aposentadoria programada de contribuição, se homem, e 20 (vinte)
do professor com tempo de contribuição, idade anos, se mulher, no caso de segurado
e período adicional de 100% (cem por cento), com deficiência grave;
corresponde a 100% (cem por cento) do SB, II - aos 29 (vinte e nove) anos de tempo
conforme inciso II do § 2º do art. 20 da EC nº de contribuição, se homem, e 24 (vinte
103, de 2019. e quatro) anos, se mulher, no caso de
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segurado com deficiência moderada; Alíquota: 70% do salário de benefício + 1% a


III - aos 33 (trinta e três) anos de cada grupo de 12 contribuições mensais até o
tempo de contribuição, se homem, e 28 máximo de 100%. Significa que, considerando
(vinte e oito) anos, se mulher, no caso o mínimo de 180 contribuições, 15 anos, o valor
de segurado com deficiência leve; ou do benefício parte de 70+15=85%
IV - aos 60 (sessenta) anos de idade, se
homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos Fator previdenciário: facultativo - apenas se
de idade, se mulher, independente- for mais vantajoso
mente do grau de deficiência, desde que
cumprido tempo mínimo de contribuição Aposentadoria por tempo de contribuição
de 15 (quinze) anos e comprovada a do segurado com deficiência
existência de deficiência durante igual Não exige qualidade de segurado
período. Requisitos: tempo mínimo de contribuição,
carência de 180 meses e deficiência
De acordo com o § 2º do art. 70-D do Decreto Tempo de contribuição: de acordo com o
nº , considera-se pessoa com deficiência grau de deficiência:

[...] aquela que tem impedimentos de


longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em in-
teração com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva
na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
Valor do benefício:
Para que seja concedida a aposentadoria da Base de cálculo: Salário de benefício (média
pessoa com deficiência, cabe à perícia médica, aritmética simples dos maiores salários de con-
de acordo com o art. 70-D: tribuição, correspondentes a 80% do período
I - avaliar o segurado e fixar a data pro- contributivo)
vável do início da deficiência e o seu Alíquota: 100%
grau; Fator previdenciário: facultativo
II - identificar a ocorrência de variação
no grau de deficiência e indicar os res- 1.11.5.7 Aposentadoria por idade
pectivos períodos em cada grau. do trabalhador rural
Previsão constitucional:
Em síntese:
Aposentadoria por idade do segurado com Art. 201, CF/88:
deficiência § 7º É assegurada aposentadoria no re-
Não exige qualidade de segurado gime geral de previdência social, nos
Requisitos: idade mínima, carência e deficiên- termos da lei, obedecidas as seguintes
cia condições:
[...]
Idade: II - 60 (sessenta) anos de idade, se ho-
• 60 anos, se homem mem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de
• 55 anos, se mulher idade, se mulher, para os trabalhadores
rurais e para os que exerçam suas ativi-
Deficiência: de qualquer grau dades em regime de economia familiar,
nestes incluídos o produtor rural, o ga-
Carência: 180 contribuições (porém, são 15 rimpeiro e o pescador artesanal.
anos de contribuição na condição de defi-
ciente) Requisitos: benefício devido aos trabalhado-
res rurais, garimpeiros e pescadores artesa-
Valor do benefício nais, que trabalhem em regime de economia
Base de cálculo: Salário de benefício (média familiar. Não é exigida a qualidade de segu-
aritmética simples dos maiores salários de con- rado. 60 anos de idade, se homem; 55 anos de
tribuição, correspondentes a 80% do período idade, se mulher.
contributivo) Carência: 180 contribuições mensais.

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Nesse caso, corresponderá a 180 meses de efe-


tivo exercício da atividade no período imediata- Previsão legal e requisitos:
mente anterior ao requerimento do benefício ou
da data em que foi implementada a idade mí- LB. Art. 80. O auxílio-reclusão, cum-
nima (regra do congelamento). prida a carência prevista no inciso IV do
caput do art. 25 desta Lei (24 meses)
Valor do benefício: equivalente ao salário-mí- será devido, nas condições da pensão
nimo. por morte, aos dependentes do segu-
rado de baixa renda recolhido à prisão
1.11.5.8 Aposentadoria por idade em regime fechado que não receber re-
híbrida muneração da empresa nem estiver em
gozo de auxílio-doença, de pensão por
É híbrida porque admite, no período de carên- morte, de salário-maternidade, de apo-
cia, o exercício tanto de atividades rurais como sentadoria ou de abono de permanência
urbanas em serviço.
Previsão legal:
Art. 48, §3º, Lei nº 8.213/91: Os tra- Características:
balhadores rurais que não têm a carên- • Abrange os dependentes do Segurado Re-
cia toda como rural, mas que satisfaçam cluso;
essa condição, se forem considerados • Regime fechado;
períodos de contribuição sob outras ca- • Carência: 24 contribuições;
tegorias do segurado, farão jus ao bene- • Renda: 50% da aposentadoria por incapa-
fício ao completarem 65 (sessenta e cidade que teria direito + 10% por depen-
cinco) anos de idade, se homem, e 60 dente ou 100%, se tiver deficiência intelec-
(sessenta) anos, se mulher. tual ou mental ou deficiência grave.
• Baixa renda.
Requisitos: Não é exigida a qualidade de se-
gurado. Considera-se segurado de baixa renda aquele
• 65 anos de idade, se homem; que tenha renda bruta mensal igual ou inferior
• 60 anos de idade, se mulher; a R$ 1.503,25 em 2021 (fixado em Portaria),
Carência: 180 contribuições mensais. corrigidos pelos mesmos índices de reajuste
Valor do Benefício: será calculada a renda aplicados aos benefícios do RGPS, calculada
mensal inicial do benefício aplicando-se uma com base na média aritmética simples dos sa-
alíquota (percentual) sobre a base de cálculo. lários de contribuição apurados no período dos
Base de cálculo da renda mensal inicial do doze meses anteriores ao mês do recolhimento
benefício: salário de benefício (média aritmé- à prisão. (Observação Esse valor é alterado
tica simples de todos os salários de contribuição anualmente. Esta é a previsão para 2021 pela
correspondentes a 100% do período contribu- Portaria SEPRT 477 de 12 de janeiro de 2021)
tivo, a partir de 07/1994 ou desde o início da
contribuição, se posterior àquela competência. É necessário que o segurado recluso em re-
- ART. 26 da EC 103/2019). gime fechado; detenha qualidade de segu-
Alíquota: 60% sobre o salário de benefício, rado no momento da prisão e preencha a ca-
com acréscimo de 2% a cada ano que ultra- rência mínima de 24 meses.
passe o tempo mínimo de contribuição de 20
anos para o homem e de 15 anos para a mulher Carência: 24 meses de contribuição
(art. 26, § 2º e 5º, EC 103/2019).
Motivo/fato gerador: Prisão do segurado de
1.12 Benefícios dos dependentes baixa renda.
São dois os benefícios devidos aos dependentes
dos segurados (auxílio-reclusão e pensão por Valor do benefício: O valor do auxílio-reclu-
morte). são será apurado na forma estabelecida para o
cálculo da pensão por morte, não poderá exce-
1.12.4 Auxílio-reclusão der o valor de um salário-mínimo e será man-
tido enquanto o segurado permanecer em re-
O art. 201 da CF/88 estabelece que será devido gime fechado.
auxílio-reclusão para os dependentes dos segu-
rados de baixa renda (princípio da distributivi-
dade).

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Observações importantes: O filho nascido durante o recolhimento do se-


• O exercício de atividade remunerada inici- gurado à prisão terá direito ao benefício de au-
ado após a prisão do segurado recluso em xílio-reclusão a partir da data do seu nasci-
cumprimento de pena em regime fechado mento.
não acarreta a perda do direito ao recebi-
mento do auxílio-reclusão para os seus de- Importante!
pendentes. É dependente previdenciário do segurado preso
• No caso de fuga, o benefício será suspenso o filho menor, ainda que o nascimento tenha
e, se houver recaptura do segurado, será ocorrido durante o recolhimento à prisão.
restabelecido a contar da data em que esta (TRF4, AC 0018847-52.2015.404.9999, sexta
ocorrer, desde que esteja ainda mantida a turma, Relator PAULO PAIM DA SILVA, D.E.
qualidade de segurado. 10/05/2016).

O requerimento do auxílio-reclusão será instru- Equipara-se à condição de “recolhido à prisão”


ído com certidão judicial que ateste o recolhi- a situação do segurado, com idade entre 16 e
mento efetivo à prisão e será obrigatória a 18 anos, o qual tenha sido internado em esta-
apresentação de prova de permanência na con- belecimento educacional ou congênere, para
dição de presidiário para a manutenção do be- cumprimento de medida socioeducativa restri-
nefício, podendo o INSS celebrar convênios tiva da liberdade.
com órgãos públicos responsáveis pelo cadas-
tro dos presos para obter informações sobre o A renda mensal inicial será calculada da mesma
recolhimento à prisão. forma que a pensão, ou seja, em um percentual
fixo de 50% + 10% (por dependente) sobre o
A certidão judicial e a prova de permanência na valor da aposentadoria que teria direito se
condição de presidiário serão substituídas pelo fosse aposentado por incapacidade permanente
acesso à base de dados, por meio eletrônico, a na data da prisão ou 100% sobre o valor no
ser disponibilizada pelo Conselho Nacional de caso de existir dependentes inválidos ou defici-
Justiça, com dados cadastrais que assegurem a entes e não poderá exceder o valor de um sa-
identificação plena do segurado e da sua condi- lário-mínimo.
ção de presidiário. Até que isso ocorra na prá-
tica, os dependentes Art. 117 [...]
§ 2º No caso de fuga, o benefício será
De acordo com o art. 116, § 4º, a data de início suspenso e, se houver recaptura do se-
do benefício será: gurado, será restabelecido a contar da
• A do efetivo recolhimento do segurado à data em que esta ocorrer, desde que es-
prisão, se o benefício for requerido no teja ainda mantida a qualidade de segu-
prazo de 180 dias, para os filhos meno- rado.
res de dezesseis anos, ou de 90 dias
para os demais dependentes; § 3º Se houver exercício de atividade
• A do requerimento, se o benefício for re- dentro do período de fuga, o mesmo
querido após os prazos de 90 ou 180 será considerado para a verificação da
dias. perda ou não da qualidade de segurado.

O auxílio-reclusão será devido somente durante A legislação prevê, expressamente, que se apli-
o período em que o segurado estiver recolhido cam, ao auxílio-reclusão, as normas referentes
à prisão sob regime fechado. Quando houver à pensão por morte e, no caso de qualificação
progressão para regime semiaberto, o benefício de cônjuge ou companheiro(a) após a prisão do
cessará (§ 5º). segurado, o benefício será devido a partir da
data de habilitação, desde que comprovada a
§ 6º O exercício de atividade remune- preexistência da dependência econômica, de
rada iniciado após a prisão do segurado acordo com o § 3º do art. 116.
recluso em cumprimento de pena em re-
gime fechado não acarreta a perda do 1.12.5 Pensão por morte
direito ao recebimento do auxílio-reclu-
são para os seus dependentes. A pensão, junto ao auxílio-reclusão, é benefício
devido aos dependentes na ocorrência de
morte do segurado. Vamos ao que dispõe o ar-
tigo 74 da Lei 8.213/91:

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• Rateio em igualdade dos dependentes


Art. 74 A pensão por morte será devida da mesma classe;
ao conjunto dos dependentes do segu- • Renda: 50% da aposentadoria ou apo-
rado que falecer, aposentado ou não, a sentadoria por incapacidade que teria
contar da data direito + 10% por dependente;
• Renda se houver dependente inválido ou
I - do óbito, quando requerida em até com deficiência: 100%.
180 (cento e oitenta) dias após o óbito,
para os filhos menores de 16 (dezesseis) Requisitos:
anos, ou em até 90 (noventa) dias após Morte natural ou presumida do segurado apo-
o óbito, para os demais dependentes; sentado ou não + qualidade de segurado do
instituidor, observada a exceção do art. 102, §
II - do requerimento, quando requerida 2º da LB:
após o prazo previsto no inciso anterior; Art. 102, §2º, Lei n. 8.213/91:
III - da decisão judicial, no caso de “Não será concedida pensão por morte
morte presumida. aos dependentes do segurado que fale-
cer após a perda desta qualidade, nos
§ 1º Perde o direito à pensão por morte termos do art. 15 desta Lei, salvo se
o condenado criminalmente por sen- preenchidos os requisitos para ob-
tença com trânsito em julgado, como tenção da aposentadoria na forma
autor, coautor ou partícipe de homicídio do parágrafo anterior”
doloso, ou de tentativa desse crime, co-
metido contra a pessoa do segurado, Esse é o parágrafo anterior: § 1º A perda da
ressalvados os absolutamente incapazes qualidade de segurado não prejudica o direito à
e os inimputáveis. aposentadoria para cuja concessão tenham
sido preenchidos todos os requisitos, segundo
§ 2º Perde o direito à pensão por morte a legislação em vigor à época em que estes re-
o cônjuge, o companheiro ou a compa- quisitos foram atendidos.
nheira se comprovada, a qualquer
tempo, simulação ou fraude no casa- Em síntese, a pensão será devida aos depen-
mento ou na união estável, ou a forma- dentes, ainda que o falecido não tivesse quali-
lização desses com o fim exclusivo de dade de segurado no momento do óbito, mas
constituir benefício previdenciário, apu- desde que tivesse preenchidos os requisitos
radas em processo judicial no qual será para se aposentar.
assegurado o direito ao contraditório e à
ampla defesa. Imagina o caso de uma senhora que contribuiu
por 15 anos e perdeu a qualidade de segurada,
Se houver fundados indícios de autoria, coau- porém, ao falecer, já tinha 62 anos e seu ma-
toria ou participação de dependente, ressalva- rido terá direito a pensão por morte, porque ela
dos os absolutamente incapazes e os inimputá- reunia as condições para se aposentar por
veis, em homicídio, ou em tentativa desse idade, na regra de transição.
crime, cometido contra a pessoa do segurado,
será possível a suspensão provisória de sua Morte presumida:
parte no benefício de pensão por morte, medi- Art. 78. Por morte presumida do segurado, de-
ante processo administrativo próprio, respeita- clarada pela autoridade judicial competente,
dos a ampla defesa e o contraditório. Isso sig- depois de 6 (seis) meses de ausência, será con-
nifica que não há suspensão sem, antes, ouvir cedida pensão provisória, na forma desta Sub-
o acusado e dá-lo possibilidade de defesa, e se- seção.
rão devidas, em caso de absolvição, todas as
parcelas corrigidas desde a data da suspensão, § 1º Mediante prova do desaparecimento do
bem como a reativação imediata do benefício segurado em conseqüência de acidente, desas-
(§ 7º, art. 77 da Lei nº 8.213/91). tre ou catástrofe, seus dependentes farão jus à
pensão provisória independentemente da de-
Características: claração e do prazo deste artigo.
• Abrange os dependentes do segurado
que falecer, aposentado ou não;
• Não exige período de carência;

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§ 2º Verificado o reaparecimento do segurado, aposentado por incapacidade per-


o pagamento da pensão cessará imediata- manente na data do óbito, acrescida
mente, desobrigados os dependentes da repo- de cotas de 10 (dez) pontos percen-
sição dos valores recebidos, salvo má-fé. tuais por dependente, até o máximo
de 100% (cem por cento).
Atente-se ao fato de que a morte presumida,
situação em que não existe corpo para compro- Por exemplo: José faleceu e deixou, como de-
var a morte do segurado, poderá ocorrer por pendentes, a esposa, Maria, e o filho, Lucas, de
ausência ou por desaparecimento do indivíduo. 12 anos. José era aposentado e recebia o valor
Vejamos quais as hipóteses: de R$3.000,00 de aposentadoria. O valor da
pensão será de R$2.100,00, pois aplicamos o
Ausência do segurado: quando o sujeito de- percentual de 70%, ou seja, 50% + 20% (10
saparece sem uma causa explicável, sem que pontos percentuais por dependente) sobre os
ninguém saiba o que ocorreu. Nessa situação, R$3.000,00.
a morte é declarada por sentença judicial. O
procedimento não se confunde com a declara- Significa dizer, que somente quando houver
ção de ausência para fins cíveis. Para fins pre- pelo menos 5 dependentes é que vamos ter
videnciários, aguarda-se o prazo de 6 meses e 100% como valor da pensão.
solicita-se a sentença, declarando ausência
para concessão de pensão (artigo 78 da Lei nº Na hipótese de haver dependente inválido ou
8.213/91), sendo devido o benefício a partir de com deficiência intelectual, mental ou grave, o
decisão judicial; valor da pensão por morte será equivalente a
cem por cento do valor da aposentadoria rece-
Nos casos de desaparecimento do segurado bida pelo segurado ou daquela a que teria di-
em acidentes, catástrofes ou desastres, quando reito se fosse aposentado por incapacidade per-
também há presunção de sua morte, e que manente na data do óbito, até o limite máximo
pode ser provada, por exemplo, por boletim do do salário de benefício do RGPS. Enquanto o
registro de ocorrência junto à autoridade poli- dependente inválido ou com deficiência intelec-
cial ou outros documentos que prove presença tual, mental ou grave mantiver essa condição,
no local da ocorrência, o benefício é concedido o valor da pensão será rateado entre todos os
independente do prazo de 6 meses, ou seja, dependentes em partes iguais, não se levando
desde a data do desaparecimento. em conta o número de dependentes habilitados
ao benefício.
Carência:
A concessão da pensão por morte independe de De acordo com o Decreto 3.048/99, art. 106 §
carência mínima. 3º, o valor da pensão será recalculado quando:
Valor do benefício: I - a invalidez ou deficiência intelectual,
Antes da Reforma da Previdência (EC mental ou grave sobrevier à data do
103/2019, publicada em 13/11/2019) óbito, enquanto estiver mantida a quali-
O valor do benefício correspondia a 100 % do dade de dependente; ou
valor da aposentadoria que o falecido recebia
ou que lhe seria devida se fosse aposentado por II - deixar de haver dependente inválido
invalidez ao tempo do óbito. ou com deficiência intelectual, mental
ou grave.
Depois da Reforma da Previdência, regra
atual (EC 103/2019, publicada em Devemos lembrar aqui da forma de cálculo da
13/11/2019) aposentadoria por incapacidade permanente
(60% + 2%) e da exceção na aposentadoria
EC 103/2019. Art. 23. A pensão por por incapacidade permanente decorrente de
morte concedida a dependente de segu- acidente de trabalho, doença profissional e de
rado do Regime Geral de Previdência doença do trabalho (100%):
Social ou de servidor público federal
será equivalente a uma cota familiar Ec 103/2019: Art. 26 § 3º O valor do
de 50% (cinquenta por cento) do benefício de aposentadoria correspon-
valor da aposentadoria recebida derá a 100% (cem por cento) da média
pelo segurado ou servidor ou da- aritmética definida na forma prevista no
quela a que teria direito se fosse caput e no § 1º:
[...]
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II - no caso de aposentadoria por inca- assegurado o direito ao contraditório e à


pacidade permanente, quando decorrer ampla defesa.
de acidente de trabalho, de doença pro-
fissional e de doença do trabalho. § 3º Ajuizada a ação judicial para reco-
nhecimento da condição de dependente,
As cotas por dependente cessarão com a perda este poderá requerer a sua habilitação
dessa qualidade e não serão reversíveis aos de- provisória ao benefício de pensão por
mais dependentes, preservado o valor de 100% morte, exclusivamente para fins de ra-
(cem por cento) da pensão por morte quando o teio dos valores com outros dependen-
número de dependentes remanescente for tes, vedado o pagamento da respectiva
igual ou superior a 5 (cinco). Assim, na prática, cota até o trânsito em julgado da res-
cancela-se a alíquota de 10 % correspondente pectiva ação, ressalvada a existência de
ao dependente que faleceu e recalcula-se o be- decisão judicial em contrário.
nefício.
§ 4º Nas ações em que o INSS for parte,
Se o segurado era aposentado por invalidez e este poderá proceder de ofício à habili-
recebia o adicional de 25%, este acréscimo não tação excepcional da referida pensão,
será integrado ao valor da pensão. O valor re- apenas para efeitos de rateio, descon-
cebido a título de auxílio-acidente pelo segu- tando-se os valores referentes a esta
rado não aposentado irá integrar o cálculo do habilitação das demais cotas, vedado o
valor do benefício da aposentadoria por invali- pagamento da respectiva cota até o
dez (incapacidade permanente), que servirá de trânsito em julgado da respectiva ação,
base para o valor da pensão por morte. ressalvada a existência de decisão judi-
cial em contrário.
Data de início do benefício:
Art. 74. A pensão por morte será devida ao § 5º Julgada improcedente a ação pre-
conjunto dos dependentes do segurado que fa- vista no § 3º ou § 4º deste artigo, o
lecer, aposentado ou não, a contar da data: valor retido será corrigido pelos índices
I - do óbito, quando requerida em até legais de reajustamento e será pago de
180 (cento e oitenta) dias após o óbito, forma proporcional aos demais depen-
para os filhos menores de 16 (dezesseis) dentes, de acordo com as suas cotas e o
anos, ou em até 90 (noventa) dias após tempo de duração de seus benefícios.
o óbito, para os demais dependentes; § 6º Em qualquer caso, fica assegurada
(Redação dada pela Lei nº 13.846, de ao INSS a cobrança dos valores indevi-
2019) damente pagos em função de nova ha-
bilitação.
II - do requerimento, quando requerida
após o prazo previsto no inciso anterior. Rateio do benefício
III - da decisão judicial, no caso de O benefício é rateado de maneira igualitária en-
morte presumida. tre os dependentes da mesma classe e o fale-
cimento do último dependente encerra o bene-
§ 1º Perde o direito à pensão por morte fício, não sendo transmitido para os dependen-
o condenado criminalmente por sen- tes das classes seguintes (art. 77).
tença com trânsito em julgado, como Desta forma, se existe cônjuge e filhos, estes
autor, coautor ou partícipe de homicídio dividem, em igualdade, o benefício e, cessando
doloso, ou de tentativa desse crime, co- a cota individual de todos, cessa-se, também,
metido contra a pessoa do segurado, a pensão em definitivo, não transmitindo para
ressalvados os absolutamente incapazes pais ou irmãos do segurado falecido.
e os inimputáveis.
A pensão por morte será deferida mesmo no
§ 2º Perde o direito à pensão por morte caso de falta de habilitação de outro possível
o cônjuge, o companheiro ou a compa- dependente e qualquer inscrição ou habilitação
nheira se comprovada, a qualquer posterior que importe exclusão ou inclusão de
tempo, simulação ou fraude no casa- novo dependente, só produzirá efeitos a contar
mento ou na união estável, ou a forma- da data de inscrição ou de habilitação:
lização desses com o fim exclusivo de
constituir benefício previdenciário, apu-
radas em processo judicial no qual será
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Art. 76. A concessão da pensão por


morte não será protelada pela falta de 2. após o prazo estabelecido pela ta-
habilitação de outro possível depen- bela abaixo, caso o segurado tenha 18
dente, e qualquer inscrição ou habilita- ou mais contribuições e o casamento ou
ção posterior que importe em exclusão a união estável tiverem sido iniciados
ou inclusão de dependente só produzirá há, pelo menos, 02 anos da data do
efeito a contar da data da inscrição ou óbito (ou em caso de morte por acidente
habilitação. de qualquer natureza, doença profissio-
§ 1º O cônjuge ausente não exclui do nal ou do trabalho).
direito à pensão por morte o compa-
nheiro ou a companheira, que somente Para óbitos ocorridos a partir de janeiro de
fará jus ao benefício a partir da data de 2021, o tempo de recebimento será de acordo
sua habilitação e mediante prova de de- com as seguintes faixas etárias: se tiver menos
pendência econômica. de 22 anos de idade, a pensão será paga por
§ 2º O cônjuge divorciado ou separado três anos; se tiver entre 22 e 27 anos de idade,
judicialmente ou de fato que recebia a pensão será paga por seis anos; se tiver entre
pensão de alimentos concorrerá em 28 e 30 anos de idade, a pensão será paga por
igualdade de condições com os depen- 10 anos; se tiver entre 31 e 41 anos de idade,
dentes referidos no inciso I do art. 16 a pensão será paga por 15 anos; se tiver entre
desta Lei. 42 e 44 anos de idade, a pensão será paga por
§ 3º Na hipótese de o segurado falecido 20 anos e, se tiver 45 anos ou mais, a pensão
estar, na data de seu falecimento, obri- então será vitalícia. As idades foram fixadas
gado por determinação judicial a pagar pela Portaria ME nº 424, de 29 de dezembro de
alimentos temporários a ex-cônjuge, ex- 2020.
companheiro ou ex-companheira, a pen-
são por morte será devida pelo prazo re- IDADE DURAÇÃO DO
manescente na data do óbito, caso não BENEFÍCIO (EM ANOS)
incida outra hipótese de cancelamento
anterior do benefício. MENOS QUE 22 3

Cessação do benefício: Entre 22 e 27 6


Art. 77. § 2º O direito à percepção de cada cota
individual cessará: Entre 28 e 30 10
I - pela morte do pensionista;
II - para o filho, a pessoa a ele equipa- Entre 31 e 41 15
rada ou o irmão, de ambos os sexos, ao
completar vinte e um anos de idade, Entre 42 e 44 20
salvo se for inválido ou tiver deficiência
45 anos ou mais Vitalícia
intelectual ou mental ou deficiência
grave;
III - para filho ou irmão inválido, pela Cônjuge, companheiro ou companheira (INVÁ-
cessação da invalidez; LIDOS OU DEFICIENTES - art.77, § 2º, V, a):
IV - para filho ou irmão que tenha defi- Nesse caso, a pensão por morte apenas será
ciência intelectual ou mental ou defici- cancelada pela cessação da invalidez ou pelo
ência grave, pelo afastamento da defici- afastamento da deficiência.
ência, nos termos do regulamento;
Se não houver recuperação do pensionista,
Para Cônjuge, companheiro ou companheira portanto, será vitalícia, mesmo que o segu-
(NÃO INVÁLIDOS OU DEFICIENTES) deixam de rado não tenha vertido 18 (dezoito) contribui-
receber pensão: ções mensais ou se o casamento ou a união es-
1. após 04 meses se não houver 18 tável tiverem menos de 2 (dois) anos antes do
contribuições do segurado ou 02 anos de óbito do segurado.
casamento ou união estável até a data
do óbito.
Caso o pensionista inválido ou deficiente se re-
cupere, serão respeitados, ao menos, os prazos
Essa regra não é aplicada em caso de morte por anteriores apresentados.
acidente de qualquer natureza, doença profis-
sional ou do trabalho.
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Em síntese: requisitos legais para a obtenção de


1) nos casos de cônjuge ou companheira aposentadoria até a data do seu óbito.
que não comprovem 2 anos de união an-
tes do óbito OU sem que tenham sido Entende o Superior Tribunal de Justiça (STJ),
vertidas 18 contribuições: sempre será na Súmula nº 336, que:
de apenas 4 meses. Mulher que renunciou aos alimentos na
separação judicial tem direito à pensão
2) Quando comprovar 18 contribuições E previdenciária por morte do ex-marido,
pelo menos 2 anos de união, pelos pra- comprovada a necessidade econômica
zos máximos estabelecidos conforme a superveniente.
idade do beneficiário, sendo vitalícia
apenas para quem tiver 44 anos ou 1.13 Serviços da Previdência
mais. No caso de morte por acidente de Social
qualquer natureza ou doença profissio-
nal ou do trabalho não precisa compro- A prestação de serviços da previdência é devida
var as referidas contribuições ou o a segurados e dependentes e não exige carên-
tempo mínimo de união que a tabela cia.
será aplicada. Os serviços se dividem em serviço social e
habilitação e reabilitação profissional.
Também cessará o benefício pela adoção do fi-
lho que recebia pensão por morte dos pais bio- 1.13.4 Serviço Social
lógicos. (114, IV do Decreto). É considerado atividade auxiliar do seguro
social (161 Decreto).
Observações importantes
• A pensão por morte não se acumula com Regulamentação básica: artigo 88, da Lei
pensão por morte deixada por cônjuge ou 8.213/91; artigo 161, do RPS (Decreto
companheiro(a). O cônjuge/companheiro 3.048/99).
poderá optar pela pensão mais vantajosa.
• Novo matrimônio ou nova união estável não LB - Art. 88 Ao serviço social cabe esclarecer
faz cessar a pensão por morte do côn- junto aos beneficiários seus direitos sociais e os
juge/companheiro. meios de exercê-los e estabelecer conjunta-
• A pensão por morte pode ser recebida jun- mente com eles o processo de solução dos pro-
tamente com a aposentadoria. - Isso por- blemas que emergirem da sua relação com a
que a pensão é concedida enquanto a pes- Previdência Social, tanto no âmbito interno da
soa é enquadrada como dependente e a instituição como na dinâmica da sociedade.
aposentadoria é concedida na qualidade de § 1º Será dada prioridade aos segurados
segurado. em benefício por incapacidade temporária
• Será devida a pensão ao dependente invá- e atenção especial aos aposentados e pen-
lido maior de idade, se a invalidez já existia sionistas.
na data anterior ao óbito.
• Não confunda carência com o tempo de § 2º Para assegurar o efetivo atendimento dos
união/matrimônio, fixado no artigo 77 da usuários serão utilizadas intervenção técnica,
Lei 8.213/91: não existe carência para con- assistência de natureza jurídica, ajuda mate-
cessão, o cônjuge e companheiro só preci- rial, recursos sociais, intercâmbio com empre-
sam comprovar tempo de união/matrimônio sas e pesquisa social, inclusive mediante cele-
para fixar a duração do benefício. bração de convênios, acordos ou contratos.

A seguir, atente-se a algumas situações juris- § 3º O Serviço Social terá como diretriz a par-
prudenciais expostas, as quais já foram abor- ticipação do beneficiário na implementação e
dadas em concursos. Será devida a pensão aos no fortalecimento da política previdenciária, em
dependentes do segurado que perdeu tal quali- articulação com as associações e entidades de
dade, mas possuía direito à aposentadoria, classe.
conforme dispõe a Súmula nº 416 do STJ:
§ 4º O Serviço Social, considerando a univer-
É devida a pensão por morte aos depen- salização da Previdência Social, prestará asses-
dentes do segurado que, apesar de ter soramento técnico aos Estados e Municípios na
perdido essa qualidade, preencheu os elaboração e implantação de suas propostas de
trabalho.
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As ações são exercidas/prestadas por assis- Objetivo: Consiste o serviço em assistência


tentes sociais, integrantes do corpo de servi- (re)educativa e de (re)adaptação profissional
dores do INSS. ao beneficiário incapacitado parcial ou to-
talmente para o trabalho e às pessoas por-
Segundo estabelecido na Instrução Nor- tadoras de deficiência, objetivando fornecer
mativa 77/2015, art. 409, §§1º e 2º: os meios indicados para proporcionar o rein-
Estes possuem como recursos técnicos o pare- gresso no mercado de trabalho e no contexto
cer social, a pesquisa social, o estudo explora- em que vivem, a exemplo da participação de
tório dos recursos sociais, a avaliação social da cursos e treinamentos.
pessoa com deficiência aos requerentes do Be-
nefício de Prestação Continuada - BPC/LOAS, A habilitação e a reabilitação profissional e so-
estabelecida pelo Decreto n° 6.214, de 26 de cial deverão proporcionar ao beneficiário (segu-
setembro de 2007, e a avaliação social da pes- rado e dependente) meios de prover seu sus-
soa com deficiência em cumprimento ao disci- tento.
plinado na LC n° 142, de 2013.
A execução das funções será realizada, prefe-
PARECER SOCIAL consiste no pronun- rencialmente, por meio do trabalho de equipe
ciamento profissional do Assistente So- multiprofissional especializada, sempre que
cial, com base no estudo de determi- possível, na localidade do domicílio do benefici-
nada situação, podendo ser emitido na ário, ressalvadas as situações excepcionais em
fase de concessão, manutenção, recurso que ele tenha direito à reabilitação profissional
de benefícios ou para embasar decisão fora dela (§ 1º, art. 137 do Decreto 3.048/99).
médico-pericial, por solicitação do setor
respectivo ou por iniciativa do próprio A avaliação da elegibilidade do segurado para
Assistente Social encaminhamento à reabilitação profissional, a
reavaliação da incapacidade de segurados em
PESQUISA SOCIAL constitui-se re- programa de reabilitação profissional e a pres-
curso técnico fundamental para a reali- crição de órteses, próteses e meios auxiliares
mentação do saber e do fazer profissio- de locomoção e acessórios serão realizadas
nal, voltado para a busca do conheci- pela Perícia Médica Federal (§ 1º-A). Sabemos
mento crítico e interpretativo da reali- que os recursos financeiros são limitados e, em
dade, favorecendo a identificação e a algumas situações, a incapacidade é irreversí-
melhor caracterização das demandas do vel. Portanto, a perícia definirá quais segurados
INSS e do perfil socioeconômico-cultural serão contemplados.
dos beneficiários como recursos para a
qualificação dos serviços prestados. Beneficiários: beneficiário do RGPS inca-
pacitado parcial ou totalmente para o tra-
1.13.5 Reabilitação profissional balho e às pessoas portadoras de deficiên-
cia
Regulamentação básica: artigo 89/93, da Lei
Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissi-
8.213/91; artigos 136/141, do RPS (Decreto
onal e social deverão proporcionar ao benefici-
3.048/99).
ário incapacitado parcial ou totalmente para o
trabalho, e às pessoas portadoras de deficiên-
Importante: É um serviço previdenciário de-
cia, os meios para a (re)educação e de
vido ao beneficiário incapacitado parcial
(re)adaptação profissional e social indicados
ou totalmente para o trabalho e às pes-
para participar do mercado de trabalho e do
soas portadoras de deficiência, de maneira
contexto em que vive.
obrigatória; independentemente de carência,
Parágrafo único. A reabilitação profissional
desde que incapacitados parcial ou totalmente
compreende:
para o trabalho.
a) o fornecimento de aparelho de pró-
tese, órtese e instrumentos de auxílio
Logo, ante a compulsoriedade deste serviço
para locomoção quando a perda ou re-
previdenciário, um segurado em gozo do auxílio
dução da capacidade funcional puder ser
por incapacidade temporária que se recuse a se
atenuada por seu uso e dos equipamen-
submeter aos processos de habilitação ou rea-
tos necessários à habilitação e reabilita-
bilitação profissional, terá o pagamento do be-
ção social e profissional;
nefício suspenso.

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b) a reparação ou a substituição dos III - articulação com a comunidade, in-


aparelhos mencionados no inciso ante- clusive mediante a celebração de convê-
rior, desgastados pelo uso normal ou nio para reabilitação física restrita a se-
por ocorrência estranha à vontade do gurados que cumpriram os pressupostos
beneficiário; de elegibilidade ao programa de reabili-
c) o transporte do acidentado do traba- tação profissional, com vistas ao rein-
lho, quando necessário. gresso no mercado de trabalho; e
Art. 90. A prestação de que trata o artigo an- IV - acompanhamento e pesquisa da fi-
terior é devida em caráter obrigatório aos se- xação no mercado de trabalho
gurados, inclusive aposentados e, na medida
das possibilidades do órgão da Previdência So- Art. 137, § 2º Quando indispensáveis ao de-
cial, aos seus dependentes. senvolvimento do processo de reabilitação pro-
Art. 91. Será concedido, no caso de habilitação fissional, o Instituto Nacional do Seguro Social
e reabilitação profissional, auxílio para trata- fornecerá aos segurados, inclusive aposenta-
mento ou exame fora do domicílio do benefici- dos, em caráter obrigatório, prótese e órtese,
ário, conforme dispuser o Regulamento. seu reparo ou substituição, instrumentos de
Art. 92. Concluído o processo de habilitação ou auxílio para locomoção, bem como equipamen-
reabilitação social e profissional, a Previdência tos necessários à habilitação e à reabilitação
Social emitirá certificado individual, indicando profissional, transporte urbano e alimentação
as atividades que poderão ser exercidas pelo e, na medida das possibilidades do Instituto,
beneficiário, nada impedindo que este exerça aos seus dependentes.
outra atividade para a qual se capacitar.
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais Art. 140. Concluído o processo de reabilitação
empregados está obrigada a preencher de 2% profissional, o Instituto Nacional do Seguro So-
(dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos cial emitirá certificado individual indicando a
seus cargos com beneficiários reabilitados ou função para a qual o reabilitando foi capacitado
pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, profissionalmente, sem prejuízo do exercício de
na seguinte proporção: outra para a qual se julgue capacitado.

Número Percentual Importante - cessação do processo de re-


abilitação
empregados
Até 200 2% § 1º Não constitui obrigação da previ-
dência social a manutenção do segurado
201 a 500 3% no mesmo emprego ou a sua colocação
em outro para o qual foi reabilitado, ces-
501 a 1.000 4% sando o processo de reabilitação profis-
Mais de 1.001 5% sional com a emissão do certificado a
que se refere o caput.

A dispensa de pessoa com deficiência ou de be- Poderão ser encaminhados para o Programa de
neficiário reabilitado da Previdência Social ao fi- Reabilitação Profissional por ordem de priori-
nal de contrato por prazo determinado de mais dade.
de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em
contrato por prazo indeterminado somente po- Artigo 399, da IN INSS 77/2015:
derão ocorrer após a contratação de outro tra-
balhador com deficiência ou beneficiário reabi- I - o segurado em gozo de auxílio-do-
litado da Previdência Social. ença, acidentário ou previdenciário;
II - o segurado sem carência para a con-
DECRETO Art. 137. O processo de habilitação cessão de auxílio-doença previdenciário,
e de reabilitação profissional do beneficiário incapaz para o trabalho;
será desenvolvido por meio das funções básicas III - o segurado em gozo de aposenta-
de: doria por invalidez;
I - avaliação do potencial laborativo; IV - o segurado em gozo de aposenta-
II - orientação e acompanhamento da doria especial, por tempo de contribui-
programação profissional; ção ou idade que, em atividade labora-
tiva, tenha reduzida sua capacidade fun-

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cional em decorrência de doença ou aci- tro público ou início de prova material, a justi-
dente de qualquer natureza ou causa; ficação administrativa será oportunizada (art.
V - o dependente do segurado; e 142, § 3º).
VI - as Pessoas com Deficiência - PcD.
Art. 143 A justificação administrativa
Será obrigatório o atendimento pela Reabilita- ou judicial, para fins de comprovação de
ção Profissional aos beneficiários descritos nos tempo de contribuição, dependência
incisos I, II, III e IV, ficando condicionado às econômica, identidade e relação de pa-
possibilidades administrativas, técnicas, rentesco, somente produzirá efeito
financeiras e às características locais, o quando for baseada em início de prova
atendimento aos beneficiários relaciona- material contemporânea dos fatos e não
dos aos incisos V e VI acima arrolados. serão admitidas as provas exclusiva-
mente testemunhais.
1.14 Justificação administrativa
Algumas pessoas ficam impedidas de ser teste-
Para concessão de benefícios para alguns bene-
munhas, por razões de interesse/proximidade
ficiários, na prática, faz-se necessária prova de
com o beneficiário ou capacidade. Vejamos:
atividade ou união estável ou dependência.
Para o INSS, é essencial a prova por documen-
Art. 146 Não podem ser testemunhas:
tos, porém, para alguns, esta é incompleta ou
III - os menores de dezesseis anos;
impossível por motivos de força maior. Surge,
IV - o cônjuge, o companheiro ou a
então, a Justificação Administrativa, que nada
companheira, os ascendentes, os des-
mais é que a oitiva de testemunhas pelo INSS.
cendentes e os colaterais, até o terceiro
grau, por consanguinidade ou afinidade.
A justificação administrativa constitui meio
Parágrafo único. A pessoa com defici-
para suprir a falta ou a insuficiência de docu-
ência poderá testemunhar em igualdade
mento ou para produzir prova de fato ou cir-
de condições com as demais pessoas e
cunstância de interesse dos beneficiários pe-
lhe serão assegurados todos os recursos
rante a Previdência Social, não podendo ser ad-
de tecnologia assistiva.
mitida, para provar fato, a exigência de registro
público de casamento, de idade ou de óbito, ou
Aos autores de declarações falsas, prestadas
de qualquer ato jurídico para o qual a Lei pres-
em justificações processadas perante a Previ-
creva forma especial (Art. 142, § 1º).
dência Social responderão, criminalmente, de
acordo com o art. 150 do Decreto 3.048/99.
Sempre se faz necessário o início de prova ma-
terial, exceto quando houver ocorrência de mo-
tivo de força maior ou de caso fortuito. Carac- 1.15 Acumulação de benefícios
teriza motivo de força maior ou caso fortuito a Art. 201, §15º, da CF. Lei complementar es-
verificação de ocorrência notória, tais como in- tabelecerá vedações, regras e condições para a
cêndio, inundação ou desmoronamento, que acumulação de benefícios previdenciários.
tenha atingido a empresa na qual o segurado
alegue ter trabalhado, devendo ser compro- Essa questão foi disciplinada pela EC 103/2019.
vada mediante registro da ocorrência policial EC 103/2019 - Art. 24. É vedada a acumula-
feito em época própria ou apresentação de do- ção de mais de uma pensão por morte deixada
cumentos contemporâneos dos fatos, e verifi- por cônjuge ou companheiro, no âmbito do
cada a correlação entre a atividade da empresa mesmo regime de previdência social, ressalva-
e a profissão do segurado. das as pensões do mesmo instituidor decorren-
tes do exercício de cargos acumuláveis na
A justificação faz parte de um processo admi- forma do art. 37 da Constituição Federal.
nistrativo, sendo vedada a tramitação autô- §1º Será admitida, nos termos do §2º, a acu-
noma, pois impede recurso de decisão (art. mulação de:
142, § 2º).
I - pensão por morte deixada por côn-
Quando a concessão do benefício depender de juge ou companheiro de um regime de
documento ou de prova de ato ao qual o segu- previdência social com pensão por
rado não tenha acesso, exceto quanto a regis- morte concedida por outro regime de
previdência social ou com pensões de-
correntes das atividades militares de

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que tratam os arts. 42 e 142 da Consti-


tuição Federal;

II - pensão por morte deixada por côn-


juge ou companheiro de um regime de
previdência social com aposentadoria
concedida no âmbito do Regime Geral
de Previdência Social ou de regime pró-
prio de previdência social ou com pro-
ventos de inatividade decorrentes das
atividades militares de que tratam os
arts. 42 e 142 da Constituição Federal;
ou
§3º A aplicação do disposto no §2º poderá ser
III - pensões decorrentes das ativida- revista a qualquer tempo, a pedido do interes-
des militares de que tratam os arts. 42 sado, em razão de alteração de algum dos be-
e 142 da Constituição Federal com apo- nefícios.
sentadoria concedida no âmbito do Re-
gime Geral de Previdência Social ou de §4º As restrições previstas neste artigo não se-
regime próprio de previdência social. rão aplicadas se o direito aos benefícios houver
sido adquirido antes da data de entrada em vi-
aqui tudo certo, o legislador foi “bonzinho” e gor desta Emenda Constitucional. (a PEC
permitiu a acumulação dos benefícios.... 133/19 também excepciona a situação de
MAS.... dependente com deficiência intelectual,
mental Ou grave)
§2º Nas hipóteses das acumulações pre-
vistas no §1º, é assegurada a percepção § 5º As regras sobre acumulação previstas
do valor integral do beneficio mais vanta- neste artigo e na legislação vigente na data de
joso e de uma parte de cada um dos de- entrada em vigor desta Emenda Constitucional
mais benefícios, apurada cumulativamente poderão ser alteradas na forma do § 6º do art.
de acordo com as seguintes faixas: 40 e do § 15 do art. 201 da Constituição Fede-
ral.
I - 60% (sessenta por cento) do valor
que exceder 1 (um) salário-mínimo, até Contagem recíproca de tempo de serviço.
o limite de 2 (dois) salários-mínimos; Autorizada pela CF/88, no art. 201, §9º:
Para efeito de aposentadoria, é assegurada a
II - 40% (quarenta por cento) do valor contagem recíproca do tempo de contri-
que exceder 2 (dois) salários-mínimos, buição na administração pública e na ati-
até o limite de 3 (três) salários-míni- vidade privada, hipótese em que os diversos
mos; regimes se compensarão financeiramente, se-
gundo critérios estabelecidos em lei.
III - 20% (vinte por cento) do valor que
exceder 3 (três) salários-mínimos, até o É a possibilidade de soma dos tempos de con-
limite de 4 (quatro) salários- mínimos; tribuição na atividade privada, rural e urbana,
e com o do tempo de contribuição na administra-
ção pública não concomitante, para fins de con-
IV - 10% (dez por cento) do valor que cessão de benefício. Nesse caso, os diferentes
exceder 4 (quatro) salários-mínimos. regimes de previdência se compensarão finan-
ceiramente.
Exemplo: Segurada recebe aposenta-
doria com valor de R$ 5.000,00 e rece- Importante: A compensação financeira não é
berá pensão por morte, calculada, em condição para a contagem recíproca.
princípio, no valor de R$ 4.500,00.
Vale salientar que a legislação previdenciária foi
Como ficará a composição dos benefícios? além da Constituição Federal, pois garante a
Destaco, por oportuno, que, antes da Reforma contagem recíproca não apenas para a aposen-
da Previdência, ela receberia a soma dos dois tadoria, mas para todos os benefícios previden-
benefícios: R$ 9.500,00. ciários, observadas as suas exigências.
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• Conversão do tempo de contribuição


Imagina o segurado do RGPS que assume cargo exercido em atividade sujeita à condi-
público e já tem 2 anos de tempo, ele poderá ções especiais,
somar esse tempo quando for se aposentar no • Conversão do tempo cumprido pelo se-
RPPS. Ou o servidor público que pede exonera- gurado com deficiência, reconhecida na
ção e passa a integrar o RGPS. Poderá compu- forma da legislação, em tempo de con-
tar o tempo de serviço público para se aposen- tribuição comum;
tar no RGPS. Para o segurado que está vincu- • A contagem de qualquer tempo de ser-
lado ao RGPS e ingressa em RPPS ou aquele viço fictício.
que está em RPSS e exonera/demite, passando • Tempo de serviço prestado pelo traba-
ao RGPS ou outro RPPS, é possível “levar” os lhador rural anteriormente à competên-
períodos contribuídos para contar em outro re- cia novembro de 1991 somente será re-
gime. conhecido por meio da indenização.

Por exemplo: imagine que Maria traba- Art. 96. O tempo de contribuição ou de serviço
lha como vendedora em um shopping e de que trata esta Seção será contado de acordo
estuda para concurso. Como empre- com a legislação pertinente, observadas as nor-
gada, contribui para o RGPS desde mas seguintes:
2010. No ano de 2019, é aprovada em
concurso federal e passa a contribuir I - não será admitida a contagem em
para o RPPS dos servidores públicos fe- dobro ou em outras condições especiais;
derais. Neste caso, Maria poderá solici-
tar, junto ao INSS, Certidão de Tempo II - é vedada a contagem de tempo
de Contribuição (CTC) para averbar os 9 de serviço público com o de ativi-
anos contribuídos no RGPS em seu re- dade privada, quando concomitan-
gime próprio. Averbando esse tempo, tes; (o servidor que dá aulas e exerce o
significa que Maria terá 9 anos de tempo cargo público há 17 anos, por exemplo,)
de contribuição para concessão de be-
nefícios em seu RPPS. III - não será contado por um sistema
o tempo de serviço utilizado para con-
O regime que transfere o tempo para o outro é cessão de aposentadoria pelo outro;
o regime de origem e o que está recebendo é o
regime de destino, que arcará com o benefício IV - o tempo de serviço anterior ou pos-
do segurado. Porém, antes de transferir, quem terior à obrigatoriedade de filiação à
recebeu a contribuição foi o de origem e quem Previdência Social só será contado me-
arca com o benefício é o destino. Por isso que diante indenização da contribuição cor-
os regimes se compensarão financeiramente. respondente ao período respectivo, com
acréscimo de juros moratórios de zero
§ 2º Não será computados como tempo vírgula cinco por cento ao mês, capitali-
de contribuição, para efeito dos benefí- zados anualmente, e multa de dez por
cios previstos em regimes próprios de cento.
previdência social, o período em que o
segurado contribuinte individual ou fa- Nos casos daquele que exerceu a atividade e
cultativo tiver contribuído na forma do § não contribuiu na época, pode indenizar as con-
2º do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de tribuições, desde que comprove que exerceu a
julho de 1991, salvo se complementadas atividade
as contribuições na forma do § 3º do
mesmo artigo (Plano simplificado e sim- V - é vedada a emissão de Certidão
plificadíssimo de inclusão previdenciária)
de Tempo de Contribuição - CTC com
o registro exclusivo de tempo de
Hipóteses em que Não é Possível a Conta-
serviço, sem a comprovação de con-
gem Recíproca tribuição efetiva, exceto para o se-
Para efeito de contagem recíproca, os diferen-
gurado empregado, empregado do-
tes sistemas de previdência social ou proteção
méstico e trabalhador avulso;
social compensar-se-ão financeiramente. Po-
rém, a legislação veda alguns períodos. Veja-
VI - a CTC somente poderá ser emi-
mos:
tida por regime próprio de previdên-
cia social para ex-servidor ou seja, a
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servidores já exonerados que preten-


dem averbar o tempo de serviço pres- DECRETO Art. 129. O segurado em gozo de
tado em outro órgão público ou que te- auxílio-acidente, auxílio-suplementar ou abono
nham migrado para a iniciativa privada de permanência em serviço terá o benefício en-
e pretendam a obtenção de um benefício cerrado na data da emissão da certidão de
junto ao INSS. tempo de contribuição

VII - é vedada a contagem recíproca 1.15.4 Decadência e prescrição


de tempo de contribuição do RGPS
Você já ouviu que o direito não socorre quem
por regime próprio de previdência
“dorme”? Significa que existem prazos para
social sem a emissão da CTC corres-
exercício de direitos (por parte do contribuinte
pondente, ainda que o tempo de
e do fisco) que, se não observados, extinguem
contribuição RGPS tenha sido pres-
o direito de exigir algo ou o direito em si.
tado pelo servidor público ao pró-
prio ente instituidor; e
Primeiramente, faz-se necessário diferenciar
prescrição de decadência. A prescrição reflete a
VIII - é vedada a desaverbação de
perda de uma pretensão, ou seja: aquele que
tempo em regime próprio de previ-
possuía um direito não poderá mais reivindicá-
dência social quando o tempo aver-
lo pelo judiciário. Já a decadência diz respeito à
bado tenha gerado a concessão de
extinção do direito em si, que se extingue pelo
vantagens remuneratórias ao servi-
decurso do tempo.
dor público em atividade.
Decadência e prescrição para os
Na hipótese de ter sido averbado tempo de ser-
beneficiários
viço anterior ao ingresso no cargo ocupado,
Importante - O direito ao benefício é impres-
este tempo somente poderá ser desaverbado,
critível. Pode acontecer de não ter direito a par-
ou seja, retirado da contagem do vínculo atual,
celas antigas ou, mesmo tendo direito, não
caso não tenha gerado nenhuma vantagem re-
consiga receber porque perdeu o prazo para re-
muneratória, como, por exemplo, o pagamento
querer.
de abono de permanência.
É o caso, por exemplo, da pessoa que pede a
DECRETO Art. 128. § 3º A certidão de tempo
pensão do marido falecido em 2002 somente
de contribuição referente a período de atividade
em 2016. Terá direito ao benefício, porém, so-
rural anterior à competência novembro de 1991
mente a partir da data do requerimento. Não
somente será emitida por meio da comprova-
receberá as parcelas anteriores, mas mantém
ção do recolhimento das contribuições corres-
o direito ao benefício.
pondentes ou da indenização, na forma pre-
vista nos § 13 e § 14 do art. 216, observado o
Decadência para o segurado - direito de
disposto nos § 8º e § 8º-A do art. 239.
revisão
Lei de benefícios:
Súmula nº 24 da TNU: O tempo de serviço do
segurado trabalhador rural anterior ao advento
Art. 103. O prazo de decadência do di-
da Lei nº 8.213/91, sem o recolhimento de con-
reito ou da ação do segurado ou benefi-
tribuições previdenciárias, pode ser conside-
ciário para a revisão do ato de conces-
rado para a concessão de benefício previdenci-
são, indeferimento, cancelamento ou
ário do Regime Geral de Previdência Social
cessação de benefício e do ato de defe-
(RGPS), exceto para efeito de carência, con-
rimento, indeferimento ou não conces-
forme a regra do art. 55, §2º, da Lei nº
são de revisão de benefício é de 10
8.213/91
(dez) anos, contado:
I - do dia primeiro do mês subsequente
Súmula nº 10 da TNU: “o tempo de serviço
ao do recebimento da primeira prestação
rural anterior à vigência da Lei nº 8.213/91 an-
ou da data em que a prestação deveria
tes de novembro 1991 pode ser utilizado para
ter sido paga com o valor revisto;
fins de contagem recíproca, assim entendida
II - do dia em que o segurado tomar co-
aquela que soma tempo de atividade privada,
nhecimento da decisão de indeferi-
rural ou urbana, ao de serviço público estatu-
mento, cancelamento ou cessação do
tário, desde que sejam recolhidas as respecti-
seu pedido de benefício ou da decisão de
vas contribuições previdenciárias.”
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deferimento ou indeferimento de revisão O direito de a Previdência anular os atos admi-


de benefício, no âmbito administrativo. nistrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os seus beneficiários decai em 10 anos,
Decadência para o segurado - direito de contados da data em que foram praticados,
restituição ou compensação salvo comprovada má-fé. Para efeitos patrimo-
Será de 5 anos o prazo para o contribuinte re- niais contínuos, o prazo contará a partir da per-
querer a restituição ou compensação a contar cepção do primeiro pagamento.
do pagamento do recolhimento indevido ou da
data em que se torna definitiva a decisão admi- Crimes contra a Seguridade e a
nistrativa ou passar em julgado a decisão que Previdência Social
anule a condenação ao pagamento.

Prescrição para o segurado - ação para ha- Com a intenção de coagir as empresas a efetu-
ver prestações vencidas arem suas contribuições corretamente, o legis-
Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, lador editou tipos penais, visando punir àqueles
a contar da data em que deveriam ter sido pa- que não cumprem suas obrigações previdenci-
gas, toda e qualquer ação para haver presta- árias.
ções vencidas ou quaisquer restituições ou di-
ferenças devidas pela Previdência Social, salvo Por certo, o ilícito penal é direcionado às pes-
o direito dos menores, incapazes e ausentes, soas físicas responsáveis pelo adimplemento
na forma do Código Civil. das obrigações previdenciárias e não a em-
presa. O direito previdenciário não abarca a
Decadência e prescrição para o INSS responsabilização penal da empresa, mas ape-
Decadência para o INSS - constituir o cré- nas de seus responsáveis.
dito:
Conforme o art. 173 do CTN, o direito de a Fa-
1.16 O Bem Jurídico tutelado
zenda Pública constituir o crédito tributário
extingue-se após 5 anos, contados: A evasão de contribuições sociais coloca em
risco todo o sistema, tendo em vista que a falta
1. Do primeiro dia do exercício seguinte de contribuições de quem é contribuinte obri-
àquele em que o lançamento poderia gatório, gera sérios problemas financeiros para
ter sido efetuado; a Seguridade Social como um todo.

2. Da data em que se tornar definitiva a Por isso, houve a criminalização dessa evasão,
decisão que houver anulado, por vício com a finalidade de criar mecanismos que re-
formal, o lançamento anteriormente primam o comportamento daqueles que estão
efetuado se furtando de cumprirem suas obrigações tri-
butárias, causando lesão a todo sistema de se-
Prescrição para o INSS - cobrar o crédito guridade social, que tem como um de seus pi-
tributário lares de sustentação, a solidariedade.
O fisco tem o prazo de 5 anos para cobrar o
crédito tributário, a contar da constituição defi- Assim, considerando a necessidade cada vez
nitiva. maior de arrecadação das Contribuições Soci-
A prescrição tributária pode ser interrompida se ais, tendo em vista a manutenção dos direitos
ocorrer uma das hipóteses previstas no art. assegurados constitucionalmente a todos os ci-
174, parágrafo único, do CTN: dadãos, o bem jurídico tutelado o bem jurí-
I - pelo despacho do juiz que ordenar a dico tutelado é o direito ao bem-estar social,
citação do devedor; com a garantia do mínimo indispensável à toda
II - pelo protesto judicial; população brasileira.
III - por qualquer ato judicial que cons-
titua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco, ainda
que extrajudicial, que importe em reco-
nhecimento de débito do devedor.

Decadência para o INSS - anular ato admi-


nistrativo
Prevista no art. 103-A da LB.
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1.17 Apropriação e sonegação de suas execuções fiscais (20 mil reais)


contribuição previdenciária
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste
artigo não se aplica aos casos de parce-
1.17.4 Apropriação indébita lamento de contribuições cujo valor, in-
previdenciária clusive dos acessórios, seja superior
àquele estabelecido, administrativa-
Código Penal, Art. 168-A. Deixar de mente, como sendo o mínimo para o
repassar à previdência social as contri- ajuizamento de suas execuções fiscais.
buições recolhidas dos contribuintes, no (20 mil reais)
prazo e forma legal ou convencional:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) Importante: STF: O esgotamento da via
anos, e multa. administrativa, onde se discute a exigibili-
dade do tributo, é condição de procedibili-
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem dade para a instauração de inquérito poli-
deixar de: cial para a apuração do delito tipificado no
I - recolher, no prazo legal, contribuição art. 168-A.
ou outra importância destinada à previ- O tipo abarca as condutas dos responsáveis tri-
dência social que tenha sido descontada butários que fazem o desconto das contribui-
de pagamento efetuado a segurados, a ções previdenciárias dos segurados que lhe são
terceiros ou arrecadada do público; vinculados, mas não repassam os valores à Pre-
vidência Social ou o faz sem observar o prazo
II - recolher contribuições devidas à legal.
previdência social que tenham integrado
despesas contábeis ou custos relativos à O tipo penal engloba a conduta dos agentes de
venda de produtos ou à prestação de instituições financeiras que recebem as referi-
serviços; das contribuições previdenciárias e não fazem
o referido repasse.
III - pagar benefício devido a segurado,
quando as respectivas cotas ou valores A pessoa física que não paga benefício devido a
já tiverem sido reembolsados à empresa segurado, quando as respectivas cotas ou va-
pela previdência social. lores já tiverem sido reembolsados à empresa
pela Previdência Social também é agente do
Hipótese de extinção da punibilidade tipo, o que poderá ocorrer com o salário-família
§ 2º É extinta a punibilidade se o e o salário-maternidade, pagos pelas empresas
agente, espontaneamente, declara, con- e reembolsados posteriormente pela União, por
fessa e efetua o pagamento das contri- meio da compensação no pagamento das con-
buições, importâncias ou valores e tribuições previdenciárias patronais devidas.
presta as informações devidas à previ-
dência social, na forma definida em lei Também cometerão este crime as pessoas físi-
ou regulamento, antes do início da ação cas que deixarem de recolher contribuições de-
fiscal. vidas à previdência social e que tenham inte-
grado nas despesas contábeis ou custos relati-
Perdão judicial vos à venda de produtos ou à prestação de ser-
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar viços.
a pena ou aplicar somente a de multa se
o agente for primário e de bons antece- Conquanto se cuide de delito omissivo, a figura
dentes, desde que: do caput necessariamente pressupõe conduta
I - tenha promovido, após o início da comissiva, consistente no desconto de contri-
ação fiscal e antes de oferecida a denún- buições previdenciárias por parte do responsá-
cia, o pagamento da contribuição social vel tributário sobre a remuneração do se-
previdenciária, inclusive acessórios; ou gurado contribuinte.
Portanto, se não houver o desconto da
II - o valor das contribuições devidas, contribuição previdenciária do segurado
inclusive acessórios, seja igual ou infe- empregado, avulso ou contribuinte indivi-
rior àquele estabelecido pela previdência dual que lhe preste serviço, não se consu-
social, administrativamente, como mará este delito.
sendo o mínimo para o ajuizamento de
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Como é sabido, há presunção absoluta de re- Esse crime foi inserido na parte do Código Penal
tenção dos valores das contribuições, e, por destinada a tipificar os crimes contra a Admi-
isso, serão cobrados do sujeito passivo, mas nistração Pública, praticados por particulares.
sem a caracterização do ilícito penal.
Dolo
Há que se comprovar que a conduta é dolosa, O dolo deve ser caracterizado, sob pena de ex-
não sendo suficiente a mera ausência de re- clusão da antijuridicidade, existindo mero ilícito
passe, que é ilícito administrativo-tributário. administrativo.
Deve estar presente o componente subjetivo, o
dolo do agente, consubstanciado na consciente 1.17.6 Hipótese de extinção da
e livre vontade do agente em reter os valores punibilidade
devidos à previdência social.
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, es-
Tendo em vista que as pessoas jurídicas não pontaneamente, declara e confessa as contri-
poderão ser responsabilizadas penalmente - buições, importâncias ou valores e presta as in-
exceto nos crimes ambientais - responderão as formações devidas à previdência social, na
pessoas físicas que praticaram os atos configu- forma definida em lei ou regulamento, antes do
rados como apropriação indébita previdenciá- início da ação fiscal.
ria, concorrendo para a sua prática. Pela literalidade do disposto, ao contrário da
apropriação indébita previdenciária, não é ne-
Competência da justiça federal cessário o pagamento. Apenas a declaração
O crime será apurável via ação penal pública e confissão do débito, desde que operada antes
incondicionada, sendo de competência da jus- da ação fiscal.
tiça Federal por força do artigo 109, inciso IV,
da Constituição Federal, pois atenta contra Perdão judicial
bens, serviços e interesses da União
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar
a pena ou aplicar somente a de multa se
1.17.5 Sonegação de contribuição
o agente for primário e de bons antece-
previdenciária dentes, desde que:
I - (Vetado)
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contri-
buição social previdenciária e qualquer II - o valor das contribuições devidas,
acessório, mediante as seguintes condu- inclusive acessórios, seja igual ou infe-
tas: rior àquele estabelecido pela previdência
I - omitir de folha de pagamento da em- social, administrativamente, como
presa ou de documento de informações sendo o mínimo para o ajuizamento de
previsto pela legislação previdenciária suas execuções fiscais.
segurados empregado, empresário, tra-
balhador avulso ou trabalhador autô- Causa de redução da pena ou perdão judi-
nomo ou a este equiparado que lhe pres- cial
tem serviços; § 3º Se o empregador não é pessoa ju-
rídica e sua folha de pagamento mensal
II - deixar de lançar mensalmente nos não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil,
títulos próprios da contabilidade da em- quinhentos e dez reais), o juiz poderá re-
presa as quantias descontadas dos se- duzir a pena de um terço até a metade
gurados ou as devidas pelo empregador ou aplicar apenas a de multa.
ou pelo tomador de serviços;
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo
III - omitir, total ou parcialmente, recei- anterior será reajustado nas mesmas
tas ou lucros auferidos, remunerações datas e nos mesmos índices do reajuste
pagas ou creditadas e demais fatos ge- dos benefícios da previdência social.
radores de contribuições sociais previ-
denciárias: Para que haja conduta que constitua este
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 crime, é preciso que ocorra a supressão ou re-
(cinco) anos, e multa. dução no pagamento de contribuição previden-
ciária ou acessórios, mediante as seguintes
condutas alternativas:

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A) Omitir em folha de pagamento ou em multa, de quinhentos mil réis a dez con-


outro documento previdenciário (a tos de réis.
exemplo da GFIP) a existência de segu- [...]
rados empregados, trabalhadores avul-
sos ou contribuintes individuais presta- § 3º - A pena aumenta-se de um terço,
dores de serviço à empresa, vez que a se o crime é cometido em detrimento de
classes dos autônomos, equiparados a entidade de direito público ou de insti-
autônomos e empresários foram fundi- tuto de economia popular, assistência
das pela Lei 9.876/99, nascendo os con- social ou beneficência.
tribuintes individuais;
Para que o estelionato se configure é necessá-
B) Deixar de lançar mensalmente nos tí- rio:
tulos das empresas as contribuições a) o emprego pelo agente de artifício ou
previdenciárias descontadas dos empre- ardil ou qualquer outro meio fraudu-
gados, avulsos e contribuintes individu- lento;
ais;
b) induzimento ou manutenção da ví-
C) Omitir receita, faturamento ou remu- tima em erro;
nerações pagas ou creditas aos segura-
dos que prestam serviços à empresa, c) obtenção de vantagem patrimonial ilí-
bem como qualquer outro fato gerador cita pelo agente;
de contribuição previdenciária.
d) prejuízo do enganado ou de terceira
Sujeito ativo pessoa;
O responsável pelo lançamento nas folhas de
pagamento, documentos de informações, títu- É crime contra o patrimônio da seguridade so-
los da contabilidade e outros documentos rela- cial. Deverá ocorrer uma vantagem ilícita e pre-
cionados com os deveres e obrigações para juízo alheio relacionado com a fraude onde al-
com a Previdência Social guém agiu mediante ardil, artifício, que levou a
erro a vítima.
O crime será apurável via ação penal pública
incondicionada, sendo de competência da jus- O elemento subjetivo do crime é o dolo.
tiça Federal, por força do artigo 109, inciso IV, No crime de estelionato previdenciário alguém,
da Constituição Federal, pois atenta contra diretamente, ou, com ajuda de terceiro, enga-
bens, serviços e interesses da União. nar a Previdência Social e obtém um benefício
fraudulento.
1.18 Estelionato contra o INSS
O beneficiário do percebimento fraudulento re-
O estelionato é capitulado no artigo 171, do Có-
cebe parcelas sucessivas durante certo tempo.
digo Penal, se consumando quando o agente
obtém para si ou outrem vantagem ilícita, in-
O Superior Tribunal de Justiça consolidou juris-
duzindo ou mantendo alguém em erro, através
prudência no sentido de que o crime de esteli-
do manejo de algum meio fraudulento, sendo
onato praticado contra a Previdência Social, en-
necessariamente doloso.
sejando a percepção sucessiva e indevida de
benefícios previdenciários, constitui delito per-
O chamado estelionato contra a previdência so-
manente, e não delito instantâneo de efeitos
cial, na verdade, não é uma figura delitiva au-
permanentes. Significa que o estelionatário
tônoma, mas sim uma causa de aumento de
pode ser preso em flagrante a qualquer mo-
pena para o estelionato praticado em desfavor
mento, enquanto estiver recebendo o benefício.
do sistema de seguridade social.
Sujeito ativo
Art. 171 - Obter, para si ou para ou-
O terceiro que induz a erro para fins de que ou-
trem, vantagem ilícita, em prejuízo
trem receba o benefício e o próprio beneficiário.
alheio, induzindo ou mantendo alguém
em erro, mediante artifício, ardil, ou
Competência. O estelionato praticado medi-
qualquer outro meio fraudulento:
ante guias falsas de recolhimento somente será
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e
julgado na justiça federal se configurada lesão

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ao INSS. Caso a falsificação seja feito com ou- Esse crime foi inserido na parte do CP destinada
tro objetivo, prejudicando apenas terceiros, a a tipificar os crimes contra a FÉ Pública e visa a
competência é da justiça comum. preservar a veracidade das informações cons-
tantes em tais documentos.
1.19 Crimes contra a fé pública
em detrimento do INSS Com a GFIP, o INSS presume verdadeiros os
dados apresentados pela empresa desobri-
Falsificação de documento previdenciário gando o segurado do ônus da prova de sua con-
dição de segurado. Assim, abre-se o caminho
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em para fraudes de todo o tipo, como declaração
parte, documento público, ou alterar do- de falso vínculo empregatício, gerando direitos
cumento público verdadeiro: inexistentes. Também, a omissão nos referidos
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e documentos, vai tolher o direito do segurado,
multa. que não terá prova material do vínculo.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, Dolo


e comete o crime prevalecendo-se do Importante lembrar que este crime exige a in-
cargo, aumenta-se a pena de sexta tenção de fraudar. Como exemplo, a simples
parte. omissão em preenchimento na CTPS não rea-
liza o tipo, caso inexista o dolo de lesar a Pre-
§ 2º - Para os efeitos penais, equipa- vidência Social ou os direitos trabalhistas.
ram-se a documento público o emanado
de entidade paraestatal, o título ao por- Caso a fraude objetive a lesão aos recursos da
tador ou transmissível por endosso, as Previdência Social, o delito será de competên-
ações de sociedade comercial, os livros cia da Justiça Federal, a exemplo da "falsifica-
mercantis e o testamento particular. ção de Documentos de Arrecadação das Recei-
tas Previdenciárias - DARP, com a posterior in-
§ 3º Nas mesmas penas incorre trodução de dados no sistema de computação
quem insere ou faz inserir da DATAPREV
I - na folha de pagamento ou em do-
cumento de informações que seja Caso contrário, a competência será da justiça
destinado a fazer prova perante a Estadual, a teor da Súmula 62, do STJ: "Sú-
previdência social, pessoa que não mula 62- Compete à justiça Estadual processar
possua a qualidade de segurado e julgar o crime de falsa anotação na Carteira
obrigatório; de Trabalho e Previdência Social, atribuído à
empresa privada"
II - na Carteira de Trabalho e Previ-
dência Social do empregado ou em
1.20 Crimes contra a
documento que deva produzir efeito
perante a previdência social, decla- administração pública em
ração falsa ou diversa da que deve- detrimento do INSS
ria ter sido escrita; É o crime de sonegação de contribuição previ-
denciária que já estudamos em tópico anterior.
III - em documento contábil ou em
qualquer outro documento relacio- Inserção de dados falsos em sistemas de
nado com as obrigações da empresa informações e modificação ou alteração
perante a previdência social, decla- não autorizada em sistemas de informa-
ração falsa ou diversa da que deve- ção.
ria ter constado. Inserção (ou modificação) de dados falsos
em sistema de informações
§ 4º Nas mesmas penas incorre Delitos informáticos, cada vez mais rele-
quem omite, nos documentos men- vantes.
cionados no § 3o, nome do segurado
e seus dados pessoais, a remunera- Devido à dependência que existe dos mecanis-
ção, a vigência do contrato de traba- mos informatizados, as fraudes devem ser
lho ou de prestação de serviços combatidas com sanção de natureza penal,
dado o alto potencial danoso.
Assim dispõe o CP, sobre a inserção:
311

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Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funci- Art. 313-B. Modificar ou alterar, o fun-
onário autorizado, a inserção de dados cionário, sistema de informações ou pro-
falsos, alterar ou excluir indevidamente grama de informática sem autorização
dados corretos nos sistemas informati- ou solicitação de autoridade compe-
zados ou bancos de dados da Adminis- tente:
tração Pública com o fim de obter vanta- Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2
gem indevida para si ou para outrem ou (dois) anos, e multa.
para causar dano:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) Aqui, o crime também é praticado por funcio-
anos, e multa. nário público, crime próprio.
O crime depende de uma conduta ativa, pois
É um crime próprio, pois somente pode ser pra- decorre da ação do agente.
ticado por funcionário autorizado, ou seja, Não é necessário o resultado finalístico para a
aquele que tem senha para inclusão de dados consumação do crime.
no sistema.
A diferença básica, em relação ao crime ante-
Funcionário público, conforme previsão no CP: rior, é a ausência de dolo específico, já que a
mera modificação ou alteração dolosa, com
Art. 327 - Considera-se funcionário pú- qualquer fim, configura o ilícito penal.
blico, para os efeitos penais, quem, em-
bora transitoriamente ou sem remune- Causa de aumento de pena
ração, exerce cargo, emprego ou função Parágrafo único. As penas são aumen-
pública. tadas de um terço até a metade se da
modificação ou alteração resulta dano
§ 1º - Equipara-se a funcionário público para a Administração Pública ou para o
quem exerce cargo, emprego ou função administrado.
em entidade paraestatal, e quem traba-
lha para empresa prestadora de serviço É importante, portanto, o resultado da conduta
contratada ou conveniada para a execu- do agente, para a aplicação da causa de au-
ção de atividade típica da Administração mento de pena do parágrafo único, caso haja
Pública. efetivo prejuízo para o Estado.

§ 2º - A pena será aumentada da terça 1.21 Constituição prévia e defini-


parte quando os autores dos crimes pre- tiva da contribuição previ-
vistos neste Capítulo forem ocupantes
de cargos em comissão ou de função de
denciária no âmbito admi-
direção ou assessoramento de órgão da nistrativo
administração direta, sociedade de eco- Súmula Vinculante nº 24/STF que “não se
nomia mista, empresa pública ou funda- tipifica crime material contra a ordem tributá-
ção instituída pelo poder público. ria, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº
8.137/90, antes do lançamento definitivo do
O crime depende também de uma conduta tributo”
ativa, pois decorre da ação do agente.
Não é necessário o resultado finalístico para a A ausência de lançamento definitivo do crédito
consumação do crime. tributário acarreta o trancamento da ação penal
por ausência de justa causa, sem prejuízo do
O dolo é específico: obter vantagem indevida oferecimento de nova denúncia (ou aditamento
ou ainda causa dano. da já existente) após o exaurimento da via ad-
É possível a participação de terceiro na prática ministrativa, a teor da Súmula 24.
do delito, já que constitui crime, também, a fa-
cilitação da inserção (participação indireta, ser- A decisão definitiva do processo administrativo
vidor que empresta a senha, por exemplo). consubstancia condição objetiva de punibili-
dade. Em outras palavras, não se pode afirmar
Acerca da modificação, está previsto o artigo a existência, nem tampouco fixar o montante
313-B: da obrigação tributária até que haja o efeito
preclusivo da decisão final administrativa

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Aspectos criminais da legislação previden-


ciária: Lei nº 8.212/1991 e suas altera-
ções, Lei nº 8.213/1991 e suas alterações,
Decreto nº 3.048/1999 e suas alterações.
Os artigos correspondentes foram revogados
das referidas normas previdenciárias, sendo
que os crimes contra a seguridade social estão
disciplinados no Código Penal Brasileiro.

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LEI SECA ESQUEMATIZADA Art. 5º A previdência social será organizada


sob a forma de regime geral, de CARÁTER
CONTRIBUTIVO E DE FILIAÇÃO OBRIGA-
LEI N° 8.212 e N° 8.213 TÓRIA, OBSERVADOS CRITÉRIOS QUE
PRESERVEM O EQUILÍBRIO FINANCEIRO E
A fim de ofertar um material de estudos o ATUARIAL, e atenderá a:
mais didático e organizado possível, optou-se
por não inserir capítulos específicos dedicados I- cobertura de eventos de incapacidade
ao tratamento dessas leis. TEMPORÁRIA OU PERMANENTE para tra-
balho e idade avançada
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA II- proteção À MATERNIDADE, especial-
SOCIAL mente à gestante
DECRETO N° 3.048/99 III- proteção ao trabalhador em situação DE
DESEMPREGO INVOLUNTÁRIO
LIVRO I IV- SALÁRIO-FAMÍLIA E AUXÍLIO-RE-
DA FINALIDADE E DOS CLUSÃO para os dependentes dos segura-
dos de baixa renda
PRINCÍPIOS BÁSICOS
V- PENSÃO POR MORTE do segurado, ho-
mem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro
TÍTULO I e dependentes
DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I
Art. 1º A seguridade social compreende
um CONJUNTO INTEGRADO DE AÇÕES DE Dos Segurados
INICIATIVA DOS PODERES PÚBLICOS E
DA SOCIEDADE, DESTINADO A ASSEGU- Art. 9º São SEGURADOS OBRIGATÓ-
RAR O DIREITO RELATIVO À SAÚDE, À RIOS da previdência social as seguintes pes-
PREVIDÊNCIA E À ASSISTÊNCIA SOCIAL. soas físicas:

Parágrafo único. A seguridade social I- como empregado:


obedecerá aos seguintes PRINCÍPIOS E DI- a) aquele que presta serviço de natu-
RETRIZES: reza urbana ou rural a empresa, em
caráter não eventual, sob sua subor-
I- UNIVERSALIDADE da cobertura e do dinação e mediante remuneração, in-
atendimento clusive como diretor empregado;
II- UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA b) aquele que, contratado por empresa
dos benefícios e serviços às populações ur- de trabalho temporário, na forma
banas e rurais prevista em legislação específica, por
prazo não superior a cento e oitenta
III- SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVI-
dias, consecutivos ou não, prorrogá-
DADE na prestação dos benefícios e serviços
vel por até noventa dias, presta ser-
IV- IRREDUTIBILIDADE do valor dos be- viço para atender a necessidade tran-
nefícios, de forma a preservar-lhe o poder sitória de substituição de pessoal re-
aquisitivo gular e permanente ou a acréscimo
V- EQÜIDADE na forma de participação no extraordinário de serviço de outras
custeio empresas;
VI- DIVERSIDADE da base de financia- c) o brasileiro ou o estrangeiro domicili-
mento ado e contratado no Brasil para tra-
VII- caráter DEMOCRÁTICO E DESCEN- balhar como empregado no exterior,
TRALIZADO da administração, mediante em sucursal ou agência de empresa
gestão QUADRIPARTITE, com participação constituída sob as leis brasileiras e
dos TRABALHADORES, DOS EMPREGA- que tenha sede e administração no
DORES, DOS APOSENTADOS E DO GO- País;
VERNO NOS ÓRGÃOS COLEGIADOS. d) o brasileiro ou o estrangeiro domicili-
ado e contratado no Brasil para tra-
balhar como empregado em empresa
domiciliada no exterior com maioria
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do capital votante pertencente a em- tarquias e fundações, por tempo de-


presa constituída sob as leis brasilei- terminado, para atender a necessi-
ras, que tenha sede e administração dade temporária de excepcional inte-
no País e cujo controle efetivo esteja resse público, nos termos do inciso IX
em caráter permanente sob a titula- do art. 37 da Constituição Federal;
ridade direta ou indireta de pessoas m) o servidor da União, Estado, Distrito
físicas domiciliadas e residentes no Federal ou Município, incluídas suas
País ou de entidade de direito público autarquias e fundações, ocupante de
interno; emprego público;
e) aquele que presta serviço no Brasil a n) revogado;
missão diplomática ou a repartição o) o escrevente e o auxiliar contratados
consular de carreira estrangeira e a por titular de serviços notariais e de
órgãos a elas subordinados, ou a registro a partir de 21 de novembro
membros dessas missões e reparti- de 1994, bem como aquele que optou
ções, excluídos o não-brasileiro sem pelo Regime Geral de Previdência So-
residência permanente no Brasil e o cial, em conformidade com a Lei
brasileiro amparado pela legislação nº 8.935, de 18 de novembro de
previdenciária do país da respectiva 1994;
missão diplomática ou repartição p) aquele em exercício de mandato ele-
consular; tivo federal, estadual, distrital ou mu-
f) o brasileiro civil que trabalha para a nicipal, desde que não seja vinculado
União no exterior, em organismos ofi- a regime próprio de previdência so-
ciais internacionais dos quais o Brasil cial;
seja membro efetivo, ainda que lá do- q) o empregado de organismo oficial in-
miciliado e contratado, salvo se am- ternacional ou estrangeiro em funcio-
parado por regime próprio de previ- namento no Brasil, salvo quando co-
dência social; berto por regime próprio de previdên-
g) o brasileiro civil que presta serviços à cia social;
União no exterior, em repartições go- r) o trabalhador rural contratado por
vernamentais brasileiras, lá domicili- produtor rural pessoa física, na forma
ado e contratado, inclusive o auxiliar do art. 14-A da Lei no 5.889, de 8 de
local de que tratam os arts. 56 e 57 junho de 1973, para o exercício de
da Lei no 11.440, de 29 de dezembro atividades de natureza temporária
de 2006, este desde que, em razão por prazo não superior a dois meses
de proibição legal, não possa filiar-se dentro do período de um ano;
ao sistema previdenciário local; s) aquele contratado como trabalhador
h) o bolsista e o estagiário que prestam intermitente para a prestação de ser-
serviços a empresa, em desacordo viços, com subordinação, de forma
com a Lei no 11.788, de 25 de setem- não contínua, com alternância de pe-
bro de 2008; ríodos de prestação de serviços e de
i) o servidor da União, Estado, Distrito inatividade, em conformidade com o
Federal ou Município, incluídas suas disposto no § 3º do art. 443 da Con-
autarquias e fundações, ocupante, solidação das Leis do Trabalho, apro-
exclusivamente, de cargo em comis- vada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º
são declarado em lei de livre nomea- de maio de 1943;
ção e exoneração; II- como EMPREGADO DOMÉSTICO -
j) o servidor do Estado, Distrito Federal aquele que presta serviço de forma contínua,
ou Município, bem como o das res- subordinada, onerosa e pessoal a pessoa ou
pectivas autarquias e fundações, ocu- família, no âmbito residencial desta, em ati-
pante de cargo efetivo, desde que, vidade sem fins lucrativos, por mais de dois
nessa qualidade, não esteja ampa- dias por semana
rado por regime próprio de previdên- V- como CONTRIBUINTE INDIVIDUAL:
cia social; a) a pessoa física, proprietária ou não,
k) revogado que explora atividade agropecuária, a
l) o servidor contratado pela União, Es- qualquer título, em caráter perma-
tado, Distrito Federal ou Municí- nente ou temporário, em área, contí-
pio, bem como pelas respectivas au-

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nua ou descontínua, superior a qua- dos incisos II do § 1º do art. 111 ou III do


tro módulos fiscais; ou, quando em art. 115 ou do parágrafo único do art. 116
área igual ou inferior a quatro módu- da Constituição Federal, ou nomeado magis-
los fiscais ou atividade pesqueira ou trado da Justiça Eleitoral, na forma dos inci-
extrativista, com auxílio de emprega- sos II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120
dos ou por intermédio de prepostos; da Constituição Federal;
ou ainda nas hipóteses dos §§ 8o e 23 n) o cooperado de cooperativa de produ-
deste artigo; ção que, nesta condição, presta serviço à so-
b) a pessoa física, proprietária ou não, ciedade cooperativa mediante remuneração
que explora atividade de extração mi- ajustada ao trabalho executado;
neral - garimpo -, em caráter perma- p) o Micro Empreendedor Individual - MEI
nente ou temporário, diretamente ou de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei
por intermédio de prepostos, com ou Complementar no 123, de 14 de dezembro
sem o auxílio de empregados, utiliza- de 2006, que opte pelo recolhimento dos im-
dos a qualquer título, ainda que de postos e contribuições abrangidos pelo Sim-
forma não contínua; ples Nacional em valores fixos mensais;
c) o ministro de confissão religiosa e o q) o médico participante do Projeto Mais
membro de instituto de vida consa- Médicos para o Brasil, instituído pela Lei nº
grada, de congregação ou de ordem 12.871, de 22 de outubro de 2013, exceto
religiosa; na hipótese de cobertura securitária
d) o brasileiro civil que trabalha no ex- específica estabelecida por organismo
terior para organismo oficial interna- internacional ou filiação a regime de
cional do qual o Brasil é membro efe- seguridade social em seu país de origem,
tivo, ainda que lá domiciliado e con- com o qual a República Federativa do Brasil
tratado, salvo quando coberto por re- mantenha acordo de seguridade social;
gime próprio de previdência social; r) o médico em curso de formação no
e) desde que receba remuneração de- âmbito do Programa Médicos pelo Brasil,
corrente de trabalho na empresa: instituído pela Lei nº 13.958, de 18 de
1. o empresário individual e o titular de dezembro de 2019
empresa individual de responsabili-
dade limitada, urbana ou rural; VI- como TRABALHADOR AVULSO - aquele
2. o diretor não empregado e o membro que:
de conselho de administração de so- a) sindicalizado ou não, preste serviço
ciedade anônima; de natureza urbana ou rural a diver-
3. o sócio de sociedade em nome cole- sas empresas, ou equiparados, sem
tivo vínculo empregatício, com intermedi-
4. o sócio solidário, o sócio gerente, o ação obrigatória do órgão gestor de
sócio cotista e o administrador, mão de obra, nos termos do disposto
quanto a este último, quando não for na Lei nº 12.815, de 5 de junho de
empregado em sociedade limitada, 2013, ou do sindicato da categoria,
urbana ou rural. assim considerados:
i) o associado eleito para cargo de 1. o trabalhador que exerça atividade
direção em cooperativa, associa- portuária de capatazia, estiva, conferência e
ção ou entidade de qualquer na- conserto de carga e vigilância de embarca-
tureza ou finalidade, bem como o ção e bloco;
síndico ou administrador eleito 2. o trabalhador de estiva de mercado-
para exercer atividade de direção rias de qualquer natureza, inclusive carvão e
condominial, desde que recebam minério;
remuneração; 3. o trabalhador em alvarenga (embar-
j) quem presta serviço de natureza ur- cação para carga e descarga de navios);
bana ou rural, em caráter eventual, a uma 4. o amarrador de embarcação;
ou mais empresas, sem relação de emprego 5. o ensacador de café, cacau, sal e si-
l) a pessoa física que exerce, por conta milares;
própria, atividade econômica de natureza ur- 6. o trabalhador na indústria de extra-
bana, com fins lucrativos ou não; ção de sal;
m) o aposentado de qualquer regime 7. o carregador de bagagem em
previdenciário nomeado magistrado classista porto;
temporário da Justiça do Trabalho, na forma
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8. o prático de barra em porto; § 1º O APOSENTADO PELO REGIME


9. o guindasteiro; e GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL QUE
10. o classificador, o movimentador e VOLTAR A EXERCER ATIVIDADE ABRAN-
o empacotador de mercadorias em portos; GIDA POR ESTE REGIME É SEGURADO
b) exerça atividade de movimentação OBRIGATÓRIO EM RELAÇÃO A ESSA ATI-
de mercadorias em geral, nos termos do dis- VIDADE, ficando sujeito às contribuições de
posto na Lei nº 12.023, de 27 de agosto de que trata este Regulamento.
2009, em áreas urbanas ou rurais, sem vín- § 2º Considera-se DIRETOR EMPRE-
culo empregatício, com intermediação obri- GADO aquele que, participando ou não do risco
gatória do sindicato da categoria, por meio econômico do empreendimento, seja contra-
de acordo ou convenção coletiva de trabalho, tado ou promovido para cargo de direção das
nas atividades de: sociedades anônimas, mantendo as caracterís-
1. cargas e descargas de mercadorias ticas inerentes à relação de emprego.
a granel e ensacados, costura, pesagem,
embalagem, enlonamento, ensaque, ar- § 3º Considera-se DIRETOR NÃO EM-
rasto, posicionamento, acomodação, reorde- PREGADO aquele que, participando ou não do
namento, reparação de carga, amostragem, risco econômico do empreendimento, seja
arrumação, remoção, classificação, empilha- eleito, por assembléia geral dos acionistas,
mento, transporte com empilhadeiras, pale- para cargo de direção das sociedades anôni-
tização, ova e desova de vagões, carga e mas, não mantendo as características inerentes
descarga em feiras livres e abastecimento de à relação de emprego.
lenha em secadores e caldeiras;
2. operação de equipamentos de carga § 4º Entende-se por SERVIÇO PRES-
e descarga; e TADO EM CARÁTER NÃO EVENTUAL
3. pré-limpeza e limpeza em locais ne- AQUELE RELACIONADO DIRETA OU INDI-
cessários às operações ou à sua continui- RETAMENTE COM AS ATIVIDADES NOR-
dade; MAIS DA EMPRESA.
VII- COMO SEGURADO ESPECIAL: a pes-
soa física residente no imóvel rural ou em § 5o Entende-se como REGIME DE
aglomerado urbano ou rural próximo que, in- ECONOMIA FAMILIAR A ATIVIDADE EM
dividualmente ou em regime de economia fa- QUE O TRABALHO DOS MEMBROS DA FA-
miliar, ainda que com o auxílio eventual de MÍLIA É INDISPENSÁVEL À PRÓPRIA SUB-
terceiros, na condição de: SISTÊNCIA E AO DESENVOLVIMENTO SO-
a) produtor, seja ele proprietário, usu- CIOECONÔMICO DO NÚCLEO FAMILIAR E
frutuário, possuidor, assentado, par- É EXERCIDO EM CONDIÇÕES DE MÚTUA
ceiro ou meeiro outorgados, comoda- DEPENDÊNCIA E COLABORAÇÃO, SEM A
tário ou arrendatário rurais, que ex- UTILIZAÇÃO DE EMPREGADOS PERMA-
plore atividade: NENTES.
1. agropecuária em área contínua ou
não de até quatro módulos fiscais; § 6º Entende-se como AUXÍLIO EVEN-
2. de seringueiro ou extrativista vege- TUAL DE TERCEIROS O QUE É EXERCIDO
tal na coleta e extração, de modo sustentá- OCASIONALMENTE, EM CONDIÇÕES DE
vel, de recursos naturais renováveis, e faça MÚTUA COLABORAÇÃO, NÃO EXISTINDO
dessas atividades o principal meio de SUBORDINAÇÃO NEM REMUNERAÇÃO.
vida;
b) pescador artesanal ou a este asse- § 7º Para efeito do disposto na alínea "a"
melhado, que faça da pesca profissão do inciso VI do caput, entende-se por:
habitual ou principal meio de vida;
c) cônjuge ou companheiro, bem como I- capatazia - a atividade de movimentação
filho maior de dezesseis anos de de mercadorias nas instalações dentro do
idade ou a este equiparado, do segu- porto, compreendidos o recebimento, a con-
rado de que tratam as alíneas “a” e ferência, o transporte interno, a abertura de
“b” deste inciso, que, comprovada- volumes para a conferência aduaneira, a ma-
mente, tenham participação ativa nas nipulação, a arrumação e a entrega e o car-
atividades rurais ou pesqueiras arte- regamento e a descarga de embarcações,
sanais, respectivamente, do grupo
familiar.

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quando efetuados por aparelhamento portu- corridos ou intercalados, no ano civil, obser-
ário vado o disposto no § 22
II- estiva - a atividade de movimentação de IV- exercício de mandato eletivo de dirigente
mercadorias nos conveses ou nos porões das sindical de organização da categoria de tra-
embarcações principais ou auxiliares, inclu- balhadores rurais
indo transbordo, arrumação, peação e des- V- exercício de mandato de vereador do mu-
peação, bem como o carregamento e a des- nicípio onde desenvolve a atividade rural, ou
carga das mesmas, quando realizados com de dirigente de cooperativa rural constituída
equipamentos de bordo exclusivamente por segurados especiais, ob-
III- conferência de carga - a contagem de servado o disposto no § 22 deste artigo
volumes, anotação de suas características, VI- parceria ou meação outorgada na forma
procedência ou destino, verificação do es- e condições estabelecidas no inciso I do § 18
tado das mercadorias, assistência à pesa- deste artigo
gem, conferência do manifesto e demais ser- VII- atividade artesanal desenvolvida com
viços correlatos, nas operações de carrega- matéria-prima produzida pelo respectivo
mento e descarga de embarcações grupo familiar, podendo ser utilizada maté-
IV- conserto de carga - o reparo e a restau- ria-prima de outra origem, desde que, nesse
ração das embalagens de mercadoria, nas caso, a renda mensal obtida na atividade não
operações de carregamento e descarga de exceda ao menor benefício de prestação con-
embarcações, reembalagem, marcação, re- tinuada da previdência social
marcação, carimbagem, etiquetagem, aber- VIII- atividade artística, desde que em valor
tura de volumes para vistoria e posterior re- mensal inferior ao menor benefício de pres-
composição tação continuada da previdência social
V- vigilância de embarcações - a atividade
de fiscalização da entrada e saída de pessoas § 9º Para os fins previstos nas alíneas
a bordo das embarcações atracadas ou fun- "a" e "b" do inciso V do caput, entende-se que
deadas ao largo, bem como da movimenta- a pessoa física, proprietária ou não, explora ati-
ção de mercadorias nos portalós, rampas, vidade através de prepostos quando, na condi-
porões, conveses, plataformas e em outros ção de parceiro outorgante, desenvolve ativi-
locais da embarcação dade agropecuária, pesqueira ou de extração
VI- bloco - a atividade de limpeza e conser- de minerais por intermédio de parceiros ou me-
vação de embarcações mercantes e de seus eiros.
tanques, incluindo batimento de ferrugem,
pintura, reparo de pequena monta e serviços § 10. O DIRIGENTE SINDICAL MAN-
correlatos TÉM, DURANTE O EXERCÍCIO DO MAN-
DATO, O MESMO ENQUADRAMENTO NO
§ 8o Não é segurado especial o mem- REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
bro de grupo familiar que possuir outra fonte DE ANTES DA INVESTIDURA NO CARGO.
de rendimento, EXCETO SE DECORRENTE
DE: § 11. O magistrado da Justiça Eleitoral,
nomeado na forma do inciso II do art.
119 ou III do § 1º do art. 120 da Constituição
I- benefício de pensão por morte, auxílio-aci- Federal, mantém o mesmo enquadramento no
dente ou auxílio-reclusão, cujo valor não su- Regime Geral de Previdência Social de antes da
pere o do menor benefício da previdência so- investidura no cargo.
cial
I-A- benefício concedido ao segurado qualifi- § 12. O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE
cado como segurado especial, independen- REMUNERADA SUJEITA A FILIAÇÃO OBRI-
temente do valor GATÓRIA AO REGIME GERAL DE PREVI-
DÊNCIA SOCIAL.
II- benefício previdenciário pela participação
em plano de previdência complementar ins-
§ 13. Aquele que exerce concomitante-
tituído nos termos do inciso III do § 18 deste
mente mais de uma atividade remunerada su-
artigo
jeita ao RGPS é obrigatoriamente filiado no re-
III- exercício de atividade remunerada em ferido Regime em relação a cada uma dessas
período não superior a cento e vinte dias, atividades, observado o disposto no inciso III

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do caput do art. 214. notarial e de registro, não remunerados pe-


los cofres públicos, admitidos a partir de 21
§ 14. Considera-se pescador artesanal de novembro de 1994
aquele que, individualmente ou em regime de VIII- aquele que, na condição de pequeno
economia familiar, faz da pesca sua profissão feirante, compra para revenda produtos hor-
habitual ou meio principal de vida, desde que: tifrutigranjeiros ou assemelhados
IX- a pessoa física que edifica obra de cons-
I- não utilize embarcação trução civil
II- utilize embarcação de pequeno porte, nos X- o médico residente de que trata a Lei
termos da Lei nº 11.959, de 29 de junho de nº 6.932, de 7 de julho de 1981.
2009.
XI- o pescador que trabalha em regime de
parceria, meação ou arrendamento, em em-
§ 14-A. Considera-se assemelhado ao barcação de médio ou grande porte, nos ter-
pescador artesanal aquele que realiza atividade mos da Lei nº 11.959, de 2009
de apoio à pesca artesanal, exercendo traba-
XII- o incorporador de que trata o art. 29 da
lhos de confecção e de reparos de artes e pe-
Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964
trechos de pesca e de reparos em embarcações
de pequeno porte ou atuando no processa- XIII- o bolsista da Fundação Habitacional do
mento do produto da pesca artesanal. Exército contratado em conformidade com
a Lei nº 6.855, de 18 de novembro de 1980
§ 15. Enquadram-se nas situações pre- XIV- o árbitro e seus auxiliares que atuam
vistas nas alíneas "j" e "l" do inciso V do caput, em conformidade com a Lei nº 9.615, de 24
entre outros: de março de 1998
XV- o membro de conselho tutelar de que
I- aquele que trabalha como condutor autô- trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de
nomo de veículo rodoviário, inclusive como julho de 1990, quando remunerado
taxista ou motorista de transporte remune- XVI- o interventor, o liquidante, o adminis-
rado privado individual de passageiros, ou trador especial e o diretor fiscal de instituição
como operador de trator, máquina de terra- financeira, empresa ou entidade referida no
plenagem, colheitadeira e assemelhados, § 6º do art. 201
sem vínculo empregatício XVII- o transportador autônomo de cargas e
II- aquele que exerce atividade de auxiliar de o transportador autônomo de cargas auxi-
condutor autônomo de veículo rodoviário, liar, nos termos do disposto na Lei nº
em automóvel cedido em regime de colabo- 11.442, de 5 de janeiro de 2007
ração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de XVIII- o repentista de que trata a Lei nº
agosto de 1974 12.198, de 14 de janeiro de 2010, desde que
III- aquele que, pessoalmente, por conta não se enquadre na condição de empregado,
própria e a seu risco, exerce pequena ativi- prevista no inciso I do caput, em relação à
dade comercial em via pública ou de porta referida atividade
em porta, como comerciante ambulante, nos XIX- o artesão de que trata a Lei nº 13.180,
termos da Lei nº 6.586, de 6 de novembro de 22 de outubro de 2015, desde que não se
de 1978 enquadre em outras categorias de segurado
IV- o trabalhador associado a cooperativa obrigatório do RGPS em relação à referida
que, nessa qualidade, presta serviços a ter- atividade
ceiros
V- o membro de conselho fiscal de sociedade § 16. Aplica-se o disposto na alínea "i"
por ações do inciso I do caput ao ocupante de cargo de
VI- aquele que presta serviço de natureza Ministro de Estado, de Secretário Estadual, Dis-
não contínua, por conta própria, a pessoa ou trital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a
família, no âmbito residencial desta, em ati- União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
vidade sem fins lucrativos, até dois dias por suas autarquias, ainda que em regime especial,
semana e fundações.
VII- o notário ou tabelião e o oficial de regis-
tros ou registrador, titular de cartório, que § 18. NÃO DESCARACTERIZA A CON-
detêm a delegação do exercício da atividade DIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL:

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I- a outorga, por meio de contrato escrito de onde desenvolve a atividade rural, ou em mu-
parceria, meação ou comodato, de até cin- nicípio contíguo ao em que desenvolve a ativi-
qüenta por cento de imóvel rural cuja área dade rural.
total, contínua ou descontínua, não seja su- § 21. O grupo familiar poderá utilizar-se
perior a quatro módulos fiscais, desde que de empregado contratado por prazo determi-
outorgante e outorgado continuem a exercer nado, inclusive daquele referido na alínea “r” do
a respectiva atividade, individualmente ou inciso I do caput, ou de trabalhador de que
em regime de economia familiar trata a alínea “j” do inciso V do caput, à razão
II- a exploração da atividade turística da pro- de, no máximo, cento e vinte pessoas por dia
priedade rural, inclusive com hospedagem, no mesmo ano civil, em períodos corridos ou
por não mais de cento e vinte dias ao ano intercalados, ou, ainda, por tempo equivalente
em horas de trabalho, à razão de oito horas por
III- a participação em plano de previdência
dia e quarenta e quatro horas por semana, hi-
complementar instituído por entidade clas-
póteses em que períodos de afastamento em
sista a que seja associado, em razão da con-
decorrência de percepção de auxílio por incapa-
dição de trabalhador rural ou de produtor ru-
cidade temporária não serão computados.
ral em regime de economia familiar
IV- a participação como beneficiário ou inte- § 22. O disposto nos incisos III e V do §
grante de grupo familiar que tem algum 8º e no inciso VIII do § 18 não dispensará o
componente que seja beneficiário de pro- recolhimento da contribuição devida em relação
grama assistencial oficial de governo ao exercício das atividades de que tratam os
V- a utilização pelo próprio grupo familiar de referidos incisos.
processo de beneficiamento ou industrializa-
ção artesanal, na exploração da atividade, de § 23. O SEGURADO ESPECIAL FICA
acordo com o disposto no § 25 EXCLUÍDO DESSA CATEGORIA:
VI- a associação a cooperativa agropecuária
ou de crédito rural I- a contar do primeiro dia do mês em que:
VII- a incidência do Imposto sobre Produtos a) deixar de satisfazer as condições es-
Industrializados - IPI sobre o produto das tabelecidas no inciso VII do ca-
atividades desenvolvidas nos termos do dis- put deste artigo, sem prejuízo do dis-
posto no inciso VIII posto no art. 13, ou exceder qualquer
VIII- a participação do segurado especial em dos limites estabelecidos no inciso I
sociedade empresária ou em sociedade sim- do § 18 deste artigo;
ples ou a sua atuação como empresário indi- b) se enquadrar em qualquer outra ca-
vidual ou como titular de empresa individual tegoria de segurado obrigatório do
de responsabilidade limitada de objeto ou Regulamento da Previdência Social,
âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturís- exceto nas hipóteses previstas nos
tico, considerada microempresa nos termos incisos III, V, VII e VIII do § 8º e no
do disposto na Lei Complementar nº 123, de inciso VIII do § 18, sem prejuízo do
2006, desde que, mantido o exercício da sua disposto no art. 13;
atividade rural na forma prevista no inciso c) se tornar segurado obrigatório de ou-
VII do caput e no § 5º, a pessoa jurídica tro regime previdenciário;
seja composta apenas por segurados especi- d) na hipótese de descumprimento do
ais e sediada no mesmo Município ou em Mu- disposto no inciso VIII do § 18:
nicípio limítrofe àquele em que ao menos um 1. participar de sociedade empresária ou de
deles desenvolva as suas atividades sociedade simples; ou
2. atuar como empresário individual ou como
titular de empresa individual de responsabi-
§ 19. Os segurados de que trata o art.
lidade limitada;
199-A terão identificação específica nos
registros da Previdência Social. II- a contar do primeiro dia do mês subse-
qüente ao da ocorrência, quando o grupo fa-
§ 20. Para os fins deste artigo, consi- miliar a que pertence exceder o limite de:
dera-se que o segurado especial reside em a) utilização de trabalhadores nos ter-
aglomerado urbano ou rural próximo ao imóvel mos do § 21 deste artigo;
rural onde desenvolve a atividade quando re- b) dias em atividade remunerada esta-
sida no mesmo município de situação do imóvel belecidos no inciso III do § 8o deste
artigo;

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c) dias de hospedagem a que se refere § 1º Podem FILIAR-SE FACULTATIVA-


o inciso II do § 18 deste artigo. MENTE, entre outros:

§ 24. Aplica-se o disposto na alínea “a” I- aquele que se dedique exclusivamente ao


do inciso V do caput deste artigo ao cônjuge trabalho doméstico no âmbito de sua resi-
ou companheiro do produtor que participe da dência
atividade rural por este explorada. II- o síndico de condomínio, quando não re-
munerado
§ 25. Considera-se processo de benefici- III- o estudante
amento ou industrialização artesanal aquele re- IV- o brasileiro que acompanha cônjuge que
alizado diretamente pelo próprio produtor rural presta serviço no exterior
pessoa física, observado o disposto no § 5o do
V- aquele que deixou de ser segurado obri-
art. 200, desde que não esteja sujeito à inci-
gatório da previdência social
dência do Imposto Sobre Produtos Industriali-
zados - IPI.§ 26. É considerado MEI o empre- VI- o membro de conselho tutelar de que
sário individual a que se refere o art. 966 da Lei trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código julho de 1990, quando não esteja vinculado
Civil, que tenha auferido receita bruta, no ano- a qualquer regime de previdência social
calendário anterior, de até R$ 36.000,00 (trinta VII- o estagiário que preste serviços a em-
e seis mil reais), optante pelo Simples Nacional presa nos termos do disposto na Lei nº
e que não esteja impedido de optar pela siste- 11.788, de 2008
mática de recolhimento mencionada na alínea VIII- o bolsista que se dedique em tempo in-
“p” do inciso V do caput. tegral a pesquisa, curso de especialização,
pós-graduação, mestrado ou doutorado, no
§ 26. É considerado microempreendedor Brasil ou no exterior, desde que não esteja
individual - MEI O EMPRESÁRIO INDIVI- vinculado a qualquer regime de previdência
DUAL A QUE SE REFERE O ART. 966 DA LEI social
Nº 10.406, DE 2002 - CÓDIGO CIVIL, OU O X- o brasileiro residente ou domiciliado no
EMPREENDEDOR QUE EXERÇA AS ATIVI- exterior
DADES DE INDUSTRIALIZAÇÃO, COMER-
XI- o segurado recolhido à prisão sob regime
CIALIZAÇÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
fechado ou semi-aberto, que, nesta condi-
NO ÂMBITO RURAL, QUE TENHA AUFE-
ção, preste serviço, dentro ou fora da uni-
RIDO RECEITA BRUTA NO ANO-CALENDÁ-
dade penal, a uma ou mais empresas, com
RIO IMEDIATAMENTE ANTERIOR ATÉ O LI-
ou sem intermediação da organização carce-
MITE ESTABELECIDO NO ART. 18-A DA LEI
rária ou entidade afim, ou que exerce ativi-
COMPLEMENTAR Nº 123, DE 2006, QUE TE-
dade artesanal por conta própria
NHA OPTADO PELO SIMPLES NACIONAL e
não esteja impedido de optar pela sistemática XII- o atleta beneficiário da Bolsa-Atleta não
de recolhimento a que se refere a alínea “p” do filiado a regime próprio de previdência social
inciso V do caput. ou não enquadrado em uma das hipóteses
previstas no art. 9º.
§ 27. O VÍNCULO EMPREGATÍCIO
MANTIDO ENTRE CÔNJUGES OU COMPA- § 2º É VEDADA A FILIAÇÃO AO RE-
NHEIROS NÃO IMPEDE O RECONHECI- GIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, NA
MENTO DA QUALIDADE DE SEGURADO DO QUALIDADE DE SEGURADO FACULTATIVO,
EMPREGADO, EXCLUÍDO O DOMÉSTICO, DE PESSOA PARTICIPANTE DE REGIME
observado o disposto no art. 19-B. PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL,
SALVO NA HIPÓTESE DE AFASTAMENTO
Art. 11. É SEGURADO FACULTATIVO O SEM VENCIMENTO E DESDE QUE NÃO PER-
MAIOR DE 16 ANOS DE IDADE QUE SE FI- MITIDA, NESTA CONDIÇÃO, CONTRIBUI-
LIAR AO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA ÇÃO AO RESPECTIVO REGIME PRÓPRIO.
SOCIAL, mediante contribuição, na forma do
art. 199, DESDE QUE NÃO ESTEJA EXER- § 3º A FILIAÇÃO NA QUALIDADE DE
CENDO ATIVIDADE REMUNERADA QUE O SEGURADO FACULTATIVO REPRESENTA
ENQUADRE COMO SEGURADO OBRIGATÓ- ATO VOLITIVO, GERANDO EFEITO SO-
RIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. MENTE A PARTIR DA INSCRIÇÃO E DO
PRIMEIRO RECOLHIMENTO, não podendo
retroagir e não permitindo o pagamento
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de contribuições relativas a competências do Trabalho e Emprego.


anteriores à data da inscrição, ressalvado o
§ 3º do art. 28. § 3º Durante os prazos deste artigo, o
segurado conserva todos os seus direitos pe-
§ 4º Após a inscrição, o segurado facul- rante a previdência social.
tativo somente poderá recolher contribuições
em atraso quando não tiver ocorrido perda da § 4º Aplica-se o disposto no inciso II
qualidade de segurado, conforme o disposto no do caput e no § 1º ao segurado que se desvin-
inciso VI do art. 13. cular de regime próprio de previdência so-
cial.
§ 5º O SEGURADO PODERÁ CONTRI-
BUIR FACULTATIVAMENTE DURANTE OS § 5º A PERDA DA QUALIDADE DE SE-
PERÍODOS DE AFASTAMENTO OU DE INA- GURADO NÃO SERÁ CONSIDERADA PARA
TIVIDADE, DESDE QUE NÃO RECEBA RE- A CONCESSÃO DAS APOSENTADORIAS
MUNERAÇÃO NESSES PERÍODOS E NÃO POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E ESPE-
EXERÇA OUTRA ATIVIDADE QUE O VIN- CIAL.
CULE AO RGPS OU A REGIME PRÓPRIO DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL. § 6º Aplica-se o disposto no § 5º à apo-
sentadoria por idade, desde que o segurado
Subseção Única conte com, no mínimo, o número de contribui-
Da Manutenção e da Perda da ções mensais exigido para efeito de carência na
data do requerimento do benefício.
Qualidade de Segurado
§ 7º Para o contribuinte individual, o
Art. 13. Mantém a qualidade de segu- período de manutenção da qualidade de segur-
rado, INDEPENDENTEMENTE DE CONTRI- ado inicia-se no primeiro dia do mês subse-
BUIÇÕES: quente ao da última contribuição com valor
igual ou superior ao salário-mínimo.
I- SEM LIMITE DE PRAZO, o segurado que
estiver em gozo de benefício, EXCETO NA § 8º O segurado que receber remuner-
HIPÓTESE DE AUXÍLIO-ACIDENTE ação inferior ao limite mínimo mensal do salário
II- ATÉ DOZE MESES após a cessação de de contribuição somente manterá a qualidade
benefício por incapacidade ou das contribui- de segurado se efetuar os ajustes de comple-
ções, observado o disposto nos § 7º e § 8º e mentação, utilização e agrupamento a que se
no art. 19-E referem o § 1º do art. 19-E e o § 27-A do art.
III- ATÉ DOZE MESES após cessar a segre- 216.
gação, o segurado acometido de doença de
segregação compulsória Art. 17. A PERDA DA QUALIDADE DE DE-
PENDENTE OCORRE:
IV- ATÉ DOZE MESES após o livramento, o
segurado detido ou recluso
I- para o cônjuge, pelo divórcio ou pela se-
V- ATÉ TRÊS MESES após o licenciamento,
paração judicial ou de fato, enquanto não lhe
o segurado incorporado às Forças Armadas
for assegurada a prestação de alimentos,
para prestar serviço militar
pela anulação do casamento, pelo óbito ou
VI- ATÉ SEIS MESES após a cessação das por sentença judicial transitada em julgado
contribuições, o segurado facultativo.
II- para a companheira ou companheiro,
pela cessação da união estável com o segu-
§ 1º O PRAZO DO INCISO II SERÁ rado ou segurada, enquanto não lhe for ga-
PRORROGADO PARA ATÉ 24 MESES, SE O rantida a prestação de alimentos
SEGURADO JÁ TIVER PAGO MAIS DE
III- ao completar vinte e um anos de idade,
CENTO E VINTE CONTRIBUIÇÕES MEN-
para o filho, o irmão, o enteado ou o menor
SAIS SEM INTERRUPÇÃO QUE ACARRETE A
tutelado, ou nas seguintes hipóteses, se
PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO.
ocorridas anteriormente a essa idade:
a) casamento;
§ 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será
b) início do exercício de emprego público
acrescido de doze meses para o segurado de-
efetivo;
sempregado, desde que comprovada essa situ-
ação por registro no órgão próprio do Ministério
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c) constituição de estabelecimento civil obra, no caso de trabalhador portuário, ou


ou comercial ou pela existência de re- no sindicato, no caso de trabalhador não por-
lação de emprego, desde que, em tuário, e a partir da obrigatoriedade do uso
função deles, o menor com dezesseis do eSocial, ou do sistema que venha a subs-
anos completos tenha economia pró- tituí-lo, por meio do cadastramento e do re-
pria; gistro eletrônico realizado nesse Sistema
d) concessão de emancipação, pelos III- empregado doméstico - pelo emprega-
pais, ou por um deles na falta do ou- dor, por meio do registro contratual eletrô-
tro, por meio de instrumento público, nico realizado no eSocial
independentemente de homologação IV- contribuinte individual:
judicial, ou por sentença judicial, ou- a) por ato próprio, por meio do cadas-
vido o tutor, se o menor tiver dezes- tramento de informações para identi-
seis anos completos. ficação e reconhecimento da ativi-
IV- para os dependentes em geral: dade, hipótese em que o Instituto Na-
a) pela cessação da invalidez ou da de- cional do Seguro Social - INSS poderá
ficiência intelectual, mental ou grave; solicitar a apresentação de docu-
b) pelo falecimento. mento que comprove o exercício da
atividade declarada;
§ 1º O filho, o irmão, o enteado e o me- b) pela cooperativa de trabalho ou pela
nor tutelado, desde que comprovada a depen- pessoa jurídica a quem preste ser-
dência econômica dos três últimos, se inválidos viço, no caso de cooperados ou con-
ou se tiverem deficiência intelectual, mental ou tratados, respectivamente, se ainda
grave, não perderão a qualidade de dependen- não inscritos no RGPS;
tes desde que a invalidez ou a deficiência inte- c) pelo MEI, por meio do sítio eletrônico
lectual, mental ou grave tenha ocorrido antes do Portal do Empreendedor.
de uma das hipóteses previstas no inciso III V- segurado especial - preferencialmente,
do caput. pelo titular do grupo familiar que se enqua-
dre em uma das condições previstas no in-
§ 2º Para fins do disposto no § 1º, a data ciso VII do caput do art. 9º, hipótese em
de início da invalidez ou da deficiência intelec- que o INSS poderá solicitar a apresentação
tual, mental ou grave será estabelecida pela de documento que comprove o exercício da
Perícia Médica Federal. atividade declarada, observado o disposto no
art. 19-D;
Seção III VI- segurado facultativo - por ato próprio,
Das Inscrições por meio do cadastramento de informações
pessoais que permitam a sua identificação,
Subseção I desde que não exerça atividade que o en-
quadre na categoria de segurado obrigatório
Do Segurado
§ 2º A inscrição do segurado em qualquer
Art. 18. Considera-se inscrição de segu- categoria mencionada neste artigo EXIGE A
rado para os efeitos da previdência social o ato IDADE MÍNIMA DE 16 ANOS.
pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS, por
meio da comprovação dos dados pessoais, da § 3º TODO AQUELE QUE EXERCER,
seguinte forma: CONCOMITANTEMENTE, MAIS DE UMA
ATIVIDADE REMUNERADA SUJEITA AO
I- empregado - pelo empregador, por meio REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
da formalização do contrato de trabalho e, a SERÁ OBRIGATORIAMENTE INSCRITO EM
partir da obrigatoriedade do uso do Sistema RELAÇÃO A CADA UMA DELAS.
de Escrituração Digital das Obrigações Fis-
cais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial, § 5º Presentes os pressupostos da filia-
instituído pelo Decreto nº 8.373, de 11 de ção, admite-se a inscrição post mortem do se-
dezembro de 2014, ou do sistema que venha gurado especial.
a substituí-lo, por meio do registro contra-
tual eletrônico realizado nesse Sistema § 5º-A Na hipótese prevista no § 5º,
II- trabalhador avulso - pelo cadastramento caso não seja comprovada a condição de segu-
e pelo registro no órgão gestor de mão de rado especial, poderá ser atribuído Número de
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Inscrição do Trabalhador - NIT especificamente Art. 19. Os dados constantes do Cadas-


para fins de requerimento do benefício previ- tro Nacional de Informações Sociais - CNIS re-
denciário. lativos a vínculos, remunerações e contribui-
ções valem como prova de filiação à previdên-
§ 5º-B NÃO SERÁ ADMITIDA A INS- cia social, tempo de contribuição e salários-de-
CRIÇÃO POST MORTEM DE SEGURADO contribuição.
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E NEM DE
SEGURADO FACULTATIVO. § 1º O segurado poderá solicitar, a qual-
quer tempo, a inclusão, a exclusão, a ratifica-
§ 6º A comprovação dos dados pessoais ção ou a retificação de suas informações cons-
e de outros elementos necessários e úteis à ca- tantes do CNIS, com a apresentação de docu-
racterização do segurado poderá ser exigida mentos comprobatórios dos dados divergentes,
pelo INSS, a qualquer tempo, para fins de atu- conforme critérios definidos pelo INSS, inde-
alização cadastral, inclusive para a concessão pendentemente de requerimento de benefício,
de benefício. exceto na hipótese prevista no art. 142, obser-
vado o disposto nos art. 19-B e art. 19-C.
§ 7º A inscrição do segurado especial
será feita de forma a vinculá-lo ao seu grupo § 2º Informações inseridas extempora-
familiar e conterá, além das informações pes- neamente no CNIS, independentemente de se-
soais: rem inéditas ou retificadoras de dados anteri-
ormente informados, somente serão aceitas se
I- a identificação da propriedade em que é corroboradas por documentos que comprovem
desenvolvida a atividade e a informação de a sua regularidade, na forma prevista no art.
a que título ela é ocupada 19-B.
II- a informação sobre a residência ou não definições vigentes sobre a procedência
do segurado na propriedade em que é de- e origem das informações, considera-se extem-
senvolvida a atividade, e, em caso negativo, porânea a inserção de dados:
sobre o Município onde reside
III- quando for o caso, a identificação e a I- relativos à data de início de vínculo em-
inscrição da pessoa responsável pelo grupo pregatício, após o último dia do quinto mês
familiar subsequente ao mês da data da admissão do
segurado
§ 8o O segurado especial integrante de II- relativos à remuneração de trabalhador
grupo familiar que não seja proprietário do imó- avulso ou contribuinte individual que preste
vel rural ou da embarcação em que desenvolve serviços a empresa ou equiparado, após o
sua atividade deve informar, no ato da inscri- último dia do quinto mês subsequente ao
ção, conforme o caso, o nome e o CPF do par- mês da data da prestação de serviço pelo se-
ceiro ou meeiro outorgante, arrendador, como- gurado
dante ou assemelhado. III- relativos à contribuição, sempre que o
recolhimento tiver sido feito sem observân-
§ 9º A identificação do trabalhador no cia ao disposto em lei.
Cadastro Nacional de Informações Sociais -
CNIS poderá ser feita: § 4º A extemporaneidade de que trata o
§ 3º poderá ser desconsiderada depois de de-
I- pelo NIT, único, pessoal e intransferível, corrido o prazo de um ano, contado da data de
independentemente de alterações de cate- inserção das informações relativas a vínculos e
goria profissional remunerações, conforme critérios definidos
II- pelo Cadastro de Pessoas Físicas - CPF pelo INSS.

§ 5º Ato do Secretário Especial de Previ-


§ 10. Ao segurado cadastrado no Pro-
dência e Trabalho do Ministério da Economia
grama de Integração Social - PIS, no Programa
poderá reduzir ou ampliar os prazos previstos
de Formação do Patrimônio do Servidor Público
nos § 3º e § 4º.
- Pasep ou no Número de Identificação Social -
NIS não caberá novo cadastramento.
§ 6º O INSS poderá definir critérios para
a apuração das informações constantes da Guia
de Recolhimento do Fundo de Garantia do

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Tempo de Serviço e Informações à Previdência aquelas relativas ao trabalhador avulso não


Social - GFIP, ou do instrumento que venha a portuário previstas no art. 4º da Lei nº
substituí-la, que ainda não tiver sido proces- 12.023, de 2009, que serão incorporados ao
sada e para o recebimento de informações re- CNIS
lativas a situações cuja regularidade dependa III- contribuinte individual que preste servi-
do cumprimento de critério estabelecido em ços conforme o disposto no § 20 do art. 216
lei. - os registros eletrônicos gerados pelo eSo-
cial substituirão as informações prestadas
§ 7o Para os fins de que trata os §§ 2o a sobre os valores da remuneração na forma
6 , o INSS e a DATAPREV adotarão as providên-
o
prevista no § 21 do art. 216, que serão in-
cias necessárias para que as informações cons- corporados ao CNIS
tantes do CNIS sujeitas à comprovação sejam
IV- contribuinte individual que preste servi-
identificadas e destacadas dos demais regis-
ços a empresa ou equiparado a partir de abril
tros.
de 2003, conforme o disposto no art. 4º da
Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003 - os
§ 8º Para o exercício de suas competên-
registros eletrônicos gerados pelo eSocial
cias, o INSS terá acesso às informações do se-
substituirão as informações prestadas sobre
gurado relativas aos períodos em que tenha
os valores da remuneração e do desconto
sido registrada deficiência leve, moderada ou
feito a título de contribuição previdenciária,
grave, identificada em decorrência de avaliação
conforme previsto no inciso XII do caput do
biopsicossocial realizada por equipe multipro-
art. 216, que serão incorporados ao CNIS
fissional e interdisciplinar, para fins de reconhe-
cimento e manutenção de direitos.
§ 12. Os recolhimentos efetuados na
§ 9º Constarão do CNIS as informações época apropriada constantes do CNIS serão re-
dos segurados e beneficiários dos regimes pró- conhecidos automaticamente, observados a
prios de previdência social para fins de verifica- contribuição mínima mensal e o disposto no art.
ção das situações previstas neste Regulamento 19-E, dispensada a comprovação do exercício
que impactem no reconhecimento de direitos e da atividade.
na concessão e no pagamento de benefícios
pelo RGPS. Art. 19-A. Para fins de benefícios de que
trata este Regulamento, os períodos de víncu-
§ 10. O empregado com contrato de tra- los que corresponderem a serviços prestados
balho intermitente terá identificação específica na condição de servidor estatutário somente
em instrumento de prestação de informações à serão considerados mediante apresentação de
previdência social, de forma a permitir a iden- Certidão de Tempo de Contribuição fornecida
tificação dos períodos de prestação serviços e pelo órgão público competente, salvo se o ór-
dos períodos de inatividade. gão de vinculação do servidor não tiver institu-
ído regime próprio de previdência social.
§ 11. A partir da obrigatoriedade do uso
do eSocial, ou do sistema que venha a substi- Art. 19-B. Na hipótese de não consta-
tuí-lo, será observado, para o segurado: rem do CNIS as informações sobre atividade,
vínculo, remunerações ou contribuições, ou de
haver dúvida sobre a regularidade das informa-
I- empregado e empregado doméstico - os
ções existentes, o período somente será confir-
registros eletrônicos gerados pelo eSocial
mado por meio da apresentação de documen-
equivalerão às anotações relativas ao con-
tos contemporâneos dos fatos a serem compro-
trato de trabalho, definidas pela Consolida-
vados, com menção às datas de início e de tér-
ção das Leis do Trabalho, aprovada pelo De-
mino e, quando se tratar de trabalhador avulso,
creto-Lei nº 5.452, de 1943, que serão in-
à duração do trabalho e à condição em que tiver
corporados ao CNIS e à Carteira de Trabalho
sido prestada a atividade.
Digital
II- trabalhador avulso - os registros eletrôni- § 1º Além dos dados constantes do CNIS
cos gerados pelo eSocial substituirão as in- a que se refere o art. 19, observada a forma de
formações relativas ao registro e às remune- filiação do trabalhador ao RGPS, os seguintes
rações do trabalhador avulso portuário pre- documentos serão considerados para fins de
vistas no inciso II do caput do art. 32 e no comprovação do tempo de contribuição de que
§ 2º do art. 33 da Lei nº 12.815, de 2013, e trata o caput, desde que contemporâneos aos

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fatos a serem comprovados: QUISA, na forma prevista no § 5º, ou justifi-


cação administrativa, conforme o caso.
I- carteira profissional ou Carteira de Traba-
lho e Previdência Social § 4º Na falta de documento contempo-
II- contrato individual de trabalho râneo, podem ser aceitos declaração do empre-
gador ou de seu preposto, atestado de empresa
III- contrato de trabalho por pequeno prazo,
ainda existente ou certificado ou certidão de
na forma prevista no § 3º do art. 14-A da Lei
entidade oficial dos quais constem os dados
nº 5.889, de 1973
previstos no caput, desde que extraídos de re-
IV- carteira de férias gistros existentes, que serão confirmados pelo
V- carteira sanitária INSS na forma prevista no § 5º, exceto se for-
VI- caderneta de matrícula necidas por órgão público.
VII- caderneta de contribuição dos extintos
institutos de aposentadoria e pensões § 5º A empresa disponibilizará a servidor
designado por dirigente do INSS as in-
VIII- caderneta de inscrição pessoal visada:
formações e os registros de que dispuser, rela-
a) pela Capitania dos Portos;
tivamente a segurado a seu serviço e previa-
b) pela Superintendência do Desenvol-
mente identificado, para fins de instrução ou
vimento da Pesca; ou
revisão de processo de reconhecimento de
c) pelo Departamento Nacional de
direitos e outorga de benefícios do RGPS e para
Obras Contra as Secas;
inclusão, exclusão, ratificação ou retificação
IX- declaração da Secretaria Especial da Re- das informações constantes do CNIS, conforme
ceita Federal do Brasil do Ministério da Eco- critérios definidos pelo INSS, independente-
nomia mente de requerimento de benefício.
X- certidão de inscrição em órgão de fiscali-
zação profissional, acompanhada de docu- § 6º SOMENTE SERÃO EXIGIDOS
mento que prove o exercício da atividade CERTIDÕES OU DOCUMENTOS EXPEDIDOS
XI- contrato social, acompanhado de seu dis- POR ÓRGÃOS PÚBLICOS QUANDO NÃO
trato, e, quando for o caso, ata de assem- FOR POSSÍVEL A SUA OBTENÇÃO DIRETA-
bleia geral e registro de empresário MENTE DO ÓRGÃO OU DA ENTIDADE RES-
XII- certificado de sindicato ou órgão gestor PONSÁVEL PELA BASE DE DADOS OFI-
de mão de obra que agrupe trabalhadores CIAL.
avulsos
XIII- extrato de recolhimento do FGTS § 7º Serão realizados EXCLUSIVA-
MENTE pela Secretaria Especial da Receita Fe-
XIV- recibos de pagamento deral do Brasil do Ministério da Economia os
acertos de:
§ 2º Os documentos necessários à atua-
lização do CNIS e à análise de requerimentos I- inclusão de recolhimento, alterações de
de benefícios e serviços poderão ser apresen- valor autenticado ou data de pagamento da
tados em cópias simples, em meio físico ou ele- Guia da Previdência Social ou do documento
trônico, dispensada a sua autenticação, exceto
que venha a substituí-la
nas hipóteses em que haja previsão legal ex-
pressa e de dúvida fundada quanto à autentici- II- transferência de contribuição com identi-
dade ou à integridade do documento, ressal- ficador de pessoa jurídica ou equiparada
vada a possibilidade de o INSS exigir, a qual- para o CNIS
quer tempo, os documentos originais para fins III- inclusão da contribuição liquidada por
do disposto no art. 179, situação em que o res- meio de parcelamento
ponsável pela apresentação das cópias ficará
sujeito às sanções administrativas, civis e pe- Art. 19-C. Considera-se tempo de con-
nais aplicáveis. tribuição o tempo correspondente aos períodos
para os quais tenha HAVIDO CONTRIBUIÇÃO
§ 3º CASO OS DOCUMENTOS APRE- OBRIGATÓRIA OU FACULTATIVA ao RGPS,
SENTADOS NÃO SEJAM SUFICIENTES dentre outros, o período:
PARA A COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE,
VÍNCULO OU REMUNERAÇÕES, ESTES PO-
DERÃO SER CORROBORADOS POR PES-

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I- de contribuição efetuada por segurado que para fins de contagem recíproca após a com-
tenha deixado de exercer atividade remune- provação da quitação dos valores devidos.
rada que o enquadrasse como segurado obri-
gatório da previdência social Art. 19-D. O Ministério da Economia
II- em que a segurada tenha recebido salá- manterá sistema de cadastro dos segurados es-
rio-maternidade peciais no CNIS, observado o disposto nos § 7º
e § 8º do art. 18, e poderá firmar acordo de
III- de licença remunerada, desde que tenha
cooperação com o Ministério da Agricultura, Pe-
havido desconto de contribuições
cuária e Abastecimento e com outros órgãos da
IV- em que o segurado tenha sido colocado administração pública federal, estadual, distri-
em disponibilidade remunerada pela em- tal e municipal para a manutenção e a gestão
presa, desde que tenha havido desconto de do sistema de cadastro.
contribuições
V- de atividade patronal ou autônoma, exer- § 1º O sistema de que trata o caput pre-
cida anteriormente à vigência da Lei nº verá a manutenção e a atualização anual do ca-
3.807, de 26 de agosto de 1960, desde que dastro e conterá as informações necessárias à
tenha sido indenizado conforme o disposto caracterização da condição de segurado espe-
no art. 122 cial.
VI- de atividade na condição de empregador
rural, desde que tenha havido contribuição § 2º A manutenção e a atualização de
na forma prevista na Lei nº 6.260, de 6 de que trata o § 1º ocorrerão por meio da apre-
novembro de 1975, e indenização do período sentação, pelo segurado especial, de declara-
anterior, conforme o disposto no art. 122 ção anual ou de documento equivalente, con-
VII- de exercício de mandato eletivo federal, forme definido em ato do Secretário Especial de
estadual, distrital ou municipal, desde que Previdência e Trabalho do Ministério da Econo-
tenha havido contribuição na época apropri- mia.
ada e este não tenha sido contado para fins
de aposentadoria por outro regime de previ- § 3º A APLICAÇÃO DO DISPOSTO
dência social NESTE ARTIGO NÃO PODERÁ ACARRETAR
ÔNUS PARA O SEGURADO, sem prejuízo do
VIII- de licença, afastamento ou inatividade
disposto no § 4º.
sem remuneração do segurado empregado,
inclusive o doméstico e o intermitente, desde
§ 4º O INSS, no ato de habilitação ou de
que tenha havido contribuição na forma pre-
concessão de benefício, verificará a condição de
vista no § 5º do art. 11
segurado especial e, se for o caso, o pagamento
IX- em que o segurado contribuinte indivi- da contribuição previdenciária, nos termos do
dual e o segurado facultativo tenham contri- disposto na Lei nº 8.212, de 24 de julho de
buído na forma prevista no art. 199-A, ob- 1991, de modo a considerar, dentre outras in-
servado o disposto em seu § 2º. formações, aquelas constantes do CNIS.

§ 1º Será computado o tempo interca- § 5º A atualização anual de que trata o §


lado de recebimento de benefício por incapaci- 1º será feita pelo segurado especial até 30 de
dade, na forma do disposto no inciso II do ca- junho do ano subsequente.
put do art. 55 da Lei nº 8.213, de 24 de julho
de 1991, exceto para efeito de carência. § 6º É VEDADA A ATUALIZAÇÃO
ANUAL de que trata o § 1º DECORRIDO O
§ 2º As competências em que o salário de PRAZO DE 5 ANOS, contado da data a que se
contribuição mensal tenha sido igual ou supe- refere o § 5º.
rior ao limite mínimo serão computadas inte-
gralmente como tempo de contribuição, INDE- § 7º DECORRIDO O PRAZO DE 5 ANOS
PENDENTEMENTE DA QUANTIDADE DE DE QUE TRATA O § 6º, O SEGURADO ESPE-
DIAS TRABALHADOS. CIAL SOMENTE PODERÁ COMPUTAR O PE-
RÍODO DE TRABALHO RURAL SE EFETUA-
§ 3º Na hipótese de o débito ser objeto DOS NA ÉPOCA APROPRIADA A COMERCI-
de parcelamento, o período correspondente ao ALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO E O RECOLHI-
parcelamento somente será computado para MENTO DA CONTRIBUIÇÃO prevista no art.
fins de concessão de benefício no RGPS e de 25 da Lei nº 8.212, de 1991.
emissão de certidão de tempo de contribuição
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§ 8º O INSS utilizará as informações IV- documentos fiscais de entrada de merca-


constantes do cadastro de que trata o ca- dorias de que trata o § 7º do art. 30 da Lei
put para fins de comprovação da condição e do nº 8.212, de 1991, emitidos pela empresa
exercício da atividade rural do segurado espe- adquirente da produção, com indicação do
cial e do seu grupo familiar. nome do segurado como vendedor
V- documentos fiscais relativos a entrega de
§ 9º A partir de 1º de janeiro de 2023, a produção rural a cooperativa agrícola, entre-
comprovação da condição e do exercício da ati- posto de pescado ou outros, com indicação
vidade rural do segurado especial ocorrerá, ex- do segurado como vendedor ou consignante
clusivamente, por meio das informações cons-
VI- comprovantes de recolhimento de contri-
tantes do cadastro a que se refere o caput, ob-
buição à previdência social decorrentes da
servado o disposto no § 18.
comercialização de produção rural
§ 10. Para o período anterior a 1º de ja- VII- cópia da declaração de imposto sobre a
neiro de 2023, o segurado especial comprovará renda, com indicação de renda proveniente
o exercício da atividade rural por meio de auto- da comercialização de produção rural
declaração ratificada por entidades públicas VIII- licença de ocupação ou permissão ou-
credenciadas, nos termos do disposto no art. torgada pelo Instituto Nacional de Coloniza-
13 da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, ção e Reforma Agrária - Incra
e por outros órgãos públicos, observado o se-
guinte: § 12. Sempre que o tipo de outorga in-
formado na autodeclaração de que trata § 10
I- a autodeclaração será feita por meio do for de parceiro, meeiro, arrendatário, comoda-
preenchimento de formulários que serão dis- tário ou de outra modalidade de outorgado, o
ponibilizados pelo INSS documento deverá identificar e qualificar o ou-
II- a ratificação da autodeclaração será rea- torgante.
lizada por meio de informações obtidas das
bases de dados da Secretaria de Agricultura § 13. A condição de segurado especial
Familiar e Cooperativismo do Ministério da dos índios será comprovada por meio de certi-
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e de dão fornecida pela Fundação Nacional do Índio
outras bases de dados a que o INSS tiver - Funai que:
acesso
III- as informações obtidas por meio de con- I- conterá a identificação da entidade e de
sultas às bases de dados governamentais seu emitente, com a indicação do mandato,
que forem consideradas insuficientes para o se for o caso
reconhecimento do exercício da atividade ru- II- será fornecida em duas vias, em papel
ral alegada poderão ser complementadas por timbrado, com numeração sequencial con-
prova documental contemporânea ao perí- trolada e ininterrupta
odo informado III- conterá a identificação, a qualificação
pessoal do beneficiário e a categoria de pro-
§ 11. Complementarmente à autodecla- dutor a que pertença
ração de que trata o § 10 e ao cadastro de que IV- consignará os documentos e as informa-
trata o caput, a comprovação do exercício de ções que tenham servido de base para a sua
atividade do segurado especial será feita por emissão e, se for o caso, a origem dos dados
meio dos seguintes documentos, dentre ou- extraídos de registros existentes na própria
tros: entidade declarante ou em outro órgão, en-
tidade ou empresa, desde que idôneos e
I- contrato de arrendamento, de parceria ou acessíveis à previdência social
de comodato rural V- não conterá informação referente a perí-
II- Declaração de Aptidão ao Programa Naci- odo anterior ao início da atividade da enti-
onal de Fortalecimento da Agricultura Fami- dade declarante, exceto se baseada em do-
liar de que trata o inciso II do caput do art. cumento que constitua prova material do
2º da Lei nº 12.188, de 2010, ou pelo docu- exercício dessa atividade
mento que venha a substituí-la VI- consignará os dados relativos ao período
III- bloco de notas do produtor rural e à forma de exercício da atividade rural nos
termos estabelecidos pelo INSS

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§ 14. A homologação a que se refere o § da qualidade de segurado, de carência, de


13 se restringirá às informações relativas à ati- tempo de contribuição e de cálculo do salário
vidade rural e deverá atender aos seguintes cri- de benefício exigidos para o reconhecimento do
térios: direito aos benefícios do RGPS e para fins de
contagem recíproca, somente serão considera-
I- conterá a identificação do órgão e do emi- das as competências cujo salário de contribui-
tente da declaração ção seja igual ou superior ao limite mínimo
II- conterá a identificação, a qualificação mensal do salário de contribuição.
pessoal do beneficiário e a categoria de pro-
dutor a que pertença § 1º Para fins do disposto no caput, ao
segurado que, no somatório de remunerações
III- consignará os documentos e as informa-
auferidas no período de um mês, receber remu-
ções que tenham servido de base para a sua
neração inferior ao limite mínimo mensal do sa-
emissão e, se for o caso, a origem dos dados
lário de contribuição será assegurado:
extraídos de registros existentes na própria
entidade declarante ou em outro órgão, en-
tidade ou empresa, desde que idôneos e I- complementar a contribuição das compe-
acessíveis à previdência social tências, de forma a alcançar o limite mínimo
do salário de contribuição exigido
IV- consignará dados relativos ao período e
à forma de exercício da atividade rural nos II- utilizar o excedente do salário de contri-
termos estabelecidos pelo INSS. buição superior ao limite mínimo de uma
competência para completar o salário de
contribuição de outra competência até atin-
§ 15. Até 1º de janeiro de 2025, o ca-
gir o limite mínimo
dastro de que trata o caput poderá ser efetu-
ado, atualizado e corrigido sem prejuízo do III- agrupar os salários de contribuição infe-
prazo de que trata o § 9º e das regras perma- riores ao limite mínimo de diferentes compe-
nentes estabelecidas nos § 5º e § 6º. tências para aproveitamento em uma ou
mais competências até que estas atinjam o
§ 16. Na hipótese de haver divergência limite mínimo
de informações entre o cadastro de que trata
o caput e as demais bases de dados, para fins § 2º Os ajustes de complementação, uti-
de reconhecimento do direito ao benefício, o lização e agrupamento previstos no § 1º pode-
INSS poderá exigir a apresentação dos docu- rão ser efetivados, a qualquer tempo, por inici-
mentos referidos no § 11. ativa do segurado, hipótese em que se tornarão
irreversíveis e irrenunciáveis após processa-
§ 17. As informações obtidas e acolhidas dos.
pelo INSS diretamente de bancos de dados dis-
ponibilizados por órgãos do Poder Público serão § 3º A complementação de que trata o
utilizadas para validar ou invalidar informação inciso I do § 1º poderá ser recolhida até o dia
para o cadastramento do segurado especial e, quinze do mês subsequente ao da prestação do
quando for o caso, para deixar de reconhecer o serviço e, a partir dessa data, com os acrésci-
segurado nessa condição. mos previstos no art. 35 da Lei nº 8.212, de
1991.
§ 18. O prazo a que se refere o § 9º será
prorrogado até que cinquenta por cento dos se- § 4º Os ajustes de que tratam os incisos
gurados especiais, apurados conforme quanti- II e III do § 1º serão efetuados na forma indi-
tativo da Pesquisa Nacional por Amostra de Do- cada ou autorizada pelo segurado, desde que
micílios Contínua, estejam inseridos no sistema utilizadas as competências do mesmo ano civil
de cadastro dos segurados especiais de que definido no art. 181-E, em conformidade com o
trata o caput. disposto nos § 27-A ao § 27-D do art. 216.

§ 19. O fim da prorrogação a que se re- § 5º A efetivação do ajuste previsto no


fere o § 18 será definido em ato do Secretário inciso III do § 1º não impede o recolhimento da
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério contribuição referente à competência que tenha
da Economia. o salário de contribuição transferido, em todo
ou em parte, para agrupamento com outra
Art. 19-E. A partir de 13 de novembro competência a fim de atingir o limite mínimo
de 2019, para fins de aquisição e manutenção mensal do salário de contribuição.

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§ 6º Para complementação ou recolhi- partir da competência abril de 2003, as contri-


mento da competência que tenha o salário de buições dele descontadas pela empresa na
contribuição transferido, em todo ou em parte, forma do art. 216.
na forma prevista no § 5º, será observado o
disposto no § 3º. § 4º-A Para fins de carência, no caso de
segurado empregado doméstico, considera-se
§ 7º Na hipótese de falecimento do se- presumido o recolhimento das contribuições
gurado, os ajustes previstos no § 1º poderão dele descontadas pelo empregador doméstico,
ser solicitados por seus dependentes para fins a partir da competência junho de 2015, na
de reconhecimento de direito para benefício a forma prevista no art. 211.
eles devidos até o dia quinze do mês de janeiro
subsequente ao do ano civil correspondente, § 4º-B Para o segurado empregado do-
observado o disposto no § 4º. méstico filiado ao RGPS nessa condição até 31
de maio de 2015, o período de carência será
Art. 19-F. A obrigação do INSS de contado a partir da data do efetivo recolhi-
promover a instrução de requerimentos e a mento da primeira contribuição sem
comprovação de requisitos legais para o atraso.
reconhecimento de direitos não AFASTA A
OBRIGAÇÃO DE O INTERESSADO OU O SEU § 4º-C PARA O PERÍODO DE FILIA-
REPRESENTANTE JUNTAR AO REQUERI- ÇÃO COMPROVADO COMO EMPREGADO
MENTO TODA A DOCUMENTAÇÃO ÚTIL À DOMÉSTICO SEM A COMPROVAÇÃO DO RE-
COMPROVAÇÃO DO DIREITO, PRINCIPAL- COLHIMENTO OU SEM A COMPROVAÇÃO
MENTE EM RELAÇÃO AOS FATOS QUE NÃO DA PRIMEIRA CONTRIBUIÇÃO SEM
CONSTEM DA BASE DE DADOS DA PREVI- ATRASO, será reconhecido o direito ao benefí-
DÊNCIA SOCIAL. cio na forma prevista no § 2º do art. 36, IN-
DEPENDENTEMENTE DA CATEGORIA DO
Art. 26. Período de carência é o tempo cor- SEGURADO NA DATA DO REQUERI-
respondente ao número mínimo de contribui- MENTO.
ções mensais indispensáveis para que o bene-
ficiário faça jus ao benefício, consideradas as § 5º Observado o disposto no § 4º do
competências cujo salário de contribuição seja art. 13, as contribuições vertidas para regime
igual ou superior ao seu limite mínimo men- próprio de previdência social serão considera-
sal. das para todos os efeitos, inclusive para os de
§ 1º Para o segurado especial, considera- carência.
se período de carência, para fins de concessão
dos benefícios de que trata o inciso I do § 2º do § 6º Para fins de carência, as contribui-
art. 39, o tempo mínimo de efetivo exercício de ções anteriores à data de publicação da
atividade rural, ainda que de forma descontí- Emenda à Constituição nº 103, de 12 de no-
nua, igual à quantidade de meses necessária à vembro de 2019, serão consideradas em con-
concessão do benefício requerido. formidade com a legislação vigente à época.

§ 2º Será considerado, para efeito de ca- CAPÍTULO IV


rência, o tempo de contribuição para o Plano de DA CONTAGEM RECÍPROCA DE
Seguridade Social do Servidor Público anterior
à Lei nº 8.647, de 13 de abril de 1993, efetu-
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
ado pelo servidor público ocupante de cargo em
comissão sem vínculo efetivo com a União, au- Art. 125. PARA EFEITO DE CONTA-
tarquias, ainda que em regime especial, e fun- GEM RECÍPROCA, hipótese em que os dife-
dações públicas federais. rentes sistemas de previdência social ou prote-
ção social se compensarão financeiramente,
§ 3º Não é computado para efeito de ca- fica assegurado:
rência o tempo de atividade do trabalhador ru-
ral anterior à competência novembro de 1991. I- o cômputo do tempo de contribuição na
administração pública e de serviço militar
§ 4º Para efeito de carência, considera- exercido nas atividades de que tratam os art.
se presumido o recolhimento das contribuições 42, art. 142 e art. 143 da Constituição, para
do segurado empregado, do trabalhador avulso fins de concessão de benefícios previstos no
e, relativamente ao contribuinte individual, a
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RGPS, inclusive de aposentadoria em decor- Art. 126. O segurado terá direito de


rência de tratado, convenção ou acordo in- computar, para fins de concessão dos benefí-
ternacional cios do Regime Geral de Previdência Social, o
II- para fins de emissão de certidão de tempo de contribuição na administração pública
tempo de contribuição, pelo INSS, para federal direta, autárquica e fundacional.
utilização no serviço público ou para
inativação militar, o cômputo do tempo de Parágrafo único. Poderá ser contado o
contribuição na atividade privada, rural e tempo de contribuição na administração pública
urbana, observado o disposto nos § 4º e § direta, autárquica e fundacional dos Estados,
4º-A deste artigo, no art. 123, no § 13 do do Distrito Federal e dos Municípios, desde que
art. 216 e nos § 8º e § 8º-A do art. 239 estes assegurem aos seus servidores, mediante
legislação própria, a contagem de tempo de
contribuição em atividade vinculada ao Regime
§ 1o Para os fins deste artigo, É VE-
Geral de Previdência Social.
DADA:
Art. 127. O tempo de contribuição de que
I- conversão do tempo de contribuição exer- trata este Capítulo será contado de acordo com
cido em atividade sujeita à condições espe- a legislação pertinente, observadas as seguin-
ciais, nos termos do disposto no art. 66 tes normas:
II- conversão do tempo cumprido pelo segu-
rado com deficiência, reconhecida na forma I- não será admitida a contagem em dobro
do art. 70-D, em tempo de contribuição co- ou em outras condições especiais
mum
II- é vedada a contagem de tempo de con-
III- a contagem de qualquer tempo de ser- tribuição no serviço público com o de contri-
viço fictício buição na atividade privada, quando conco-
mitantes
§ 2o ADMITE-SE A APLICAÇÃO DA III- não será contado por um regime o tempo
CONTAGEM RECÍPROCA DE TEMPO DE de contribuição utilizado para concessão de
CONTRIBUIÇÃO NO ÂMBITO DOS aposentadoria por outro regime
TRATADOS, CONVENÇÕES OU ACORDOS
IV- o tempo de contribuição anterior ou pos-
INTERNACIONAIS DE PREVIDÊNCIA
terior à obrigatoriedade de filiação à previ-
SOCIAL.
dência social só será contado por meio de in-
denização da contribuição correspondente ao
§ 3º É PERMITIDA A EMISSÃO DE
período respectivo, com acréscimo de juros
CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
moratórios de cinco décimos por cento ao
PARA PERÍODOS DE CONTRIBUIÇÃO POS-
mês, capitalizados anualmente, e multa de
TERIORES À DATA DA APOSENTADORIA
dez por cento, observado o disposto nos § 8º
NO RGPS, observado o disposto no art. 19-E
e § 8º-A do art. 239
§ 4º Para efeito de contagem recíproca, V- é vedada a emissão de certidão de tempo
o período em que os segurados contribuinte in- de contribuição com o registro exclusivo de
dividual e facultativo tiverem contribuído na tempo de serviço sem a comprovação de
forma prevista no art. 199-A só será compu- contribuição efetiva, exceto para segurado
tado se forem complementadas as contribui- empregado, empregado doméstico, traba-
ções na forma prevista no § 2º do referido ar- lhador avulso e, a partir de 1º de abril de
tigo. 2003, para o contribuinte individual que
preste serviço a empresa obrigada a arreca-
§ 4º-A Para efeito de contagem recí- dar a contribuição a seu cargo, observado o
proca, a partir de 14 de novembro de 2019, so- disposto no art. 5º da Lei nº 10.666, de 2003
mente serão consideradas as competências cu- VI- para ex-servidor público, a certidão de
jos salários de contribuição tenham valor igual tempo de contribuição somente poderá ser
ou superior ao limite mínimo mensal do salário emitida por regime próprio de previdência
de contribuição para o RGPS, observado o dis- social
posto no art. 19-E. VII- é vedada a contagem recíproca de
tempo de contribuição do RGPS por regime
§ 5o A certidão referente ao tempo de próprio de previdência social sem a emissão
contribuição com deficiência deverá identificar
os períodos com deficiência e seus graus.
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da certidão de tempo de contribuição corres- ou para Regime Geral de Previdência Social


pondente, ainda que o tempo de contribuição DEVE SER PROVADO COM CERTIDÃO FOR-
referente ao RGPS tenha sido prestado pelo NECIDA:
servidor público ao próprio ente instituidor
VIII- é vedada a desaverbação de tempo em I- pela unidade gestora do regime próprio de
regime próprio de previdência social quando previdência social ou pelo setor competente
o tempo averbado tiver gerado a concessão da administração federal, estadual, do Dis-
de vantagens remuneratórias ao servidor trito Federal e municipal, suas autarquias e
público em atividade fundações, desde que devidamente homolo-
IX- para fins de elegibilidade às aposentado- gada pela unidade gestora do regime pró-
rias especiais referidas no § 4º do art. 40 e prio, relativamente ao tempo de contribuição
no § 1º do art. 201 da Constituição, os perí- para o respectivo regime próprio de previ-
odos reconhecidos pelo regime previdenciá- dência social
rio de origem como de tempo especial sem II- pelo setor competente do Instituto Naci-
conversão em tempo comum deverão estar onal do Seguro Social, relativamente ao
incluídos nos períodos de contribuição com- tempo de contribuição para o Regime Geral
preendidos na certidão de tempo de contri- de Previdência Social.
buição e discriminados de data a data
§ 1º O setor competente do INSS promo-
Parágrafo único. O disposto no inciso V verá o levantamento do tempo de contribuição
do caput não se aplica ao tempo de serviço an- ao RGPS, com base na documentação apresen-
terior à edição da Emenda Constitucional nº 20, tada, observado o disposto no art. 19.
de 15 de dezembro de 1998, que tenha sido
equiparado por lei a tempo de contribuição. § 2º O setor competente do órgão fede-
ral, estadual, do Distrito Federal ou municipal
deverá promover o levantamento do tempo de
Art. 128. A certidão de tempo de contri- contribuição para o respectivo regime próprio
buição anterior ou posterior à filiação obrigató- de previdência social à vista dos assentamentos
ria à previdência social somente será expedida funcionais
mediante a observância do disposto nos arts.
122 e 124. § 3º Após as providências de que tratam
os §§ 1º e 2º, e observado, quando for o caso,
§ 1º A certidão de tempo de contribuição, o disposto no § 9º, os setores competentes de-
para fins de averbação do tempo em outros re- verão emitir certidão de tempo de contribuição,
gimes de previdência, somente será expedida sem rasuras, constando, obrigatoriamente:
pelo Instituto Nacional do Seguro Social após a
comprovação da quitação de todos os valores I- órgão expedidor
devidos, inclusive de eventuais parcelamentos II- nome do servidor, seu número de matrí-
de débito. cula, RG, CPF, sexo, data de nascimento, fi-
liação, número do PIS ou PASEP, e, quando
§ 3º A certidão de tempo de contribui- for o caso, cargo efetivo, lotação, data de ad-
ção referente a período de atividade rural ante- missão e data de exoneração ou demissão
rior à competência novembro de 1991 somente III- período de contribuição, de data a data,
será emitida por meio da comprovação do re- compreendido na certidão
colhimento das contribuições correspondentes
IV- fonte de informação
ou da indenização, na forma prevista nos § 13
e § 14 do art. 216, observado o disposto nos § V- discriminação da freqüência durante o pe-
8º e § 8º-A do art. 239. ríodo abrangido pela certidão, indicadas as
várias alterações, tais como faltas, licenças,
Art. 129. O segurado em gozo de auxí- suspensões e outras ocorrências
lio-acidente, auxílio-suplementar ou abono de VI- soma do tempo líquido
permanência em serviço terá o benefício encer- VII- declaração expressa do servidor respon-
rado na data da emissão da certidão de tempo sável pela certidão, indicando o tempo lí-
de contribuição. quido de efetiva contribuição em dias, ou
anos, meses e dias
Art. 130. O TEMPO DE CONTRIBUI- VIII- assinatura do responsável pela certidão
ÇÃO para regime próprio de previdência social e do dirigente do órgão expedidor e, no caso
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de ser emitida por outro órgão da adminis- § 12. É VEDADA A CONTAGEM DE


tração do ente federativo, homologação da TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DE ATIVIDADE
unidade gestora do regime próprio de previ- PRIVADA COM A DO SERVIÇO PÚBLICO OU
dência social; DE MAIS DE UMA ATIVIDADE NO SERVIÇO
IX- indicação da lei que assegure, aos servi- PÚBLICO, QUANDO CONCOMITANTES,
dores do Estado, do Distrito Federal ou do RESSALVADOS OS CASOS DE ACUMULA-
Município, aposentadorias por invalidez, ÇÃO DE CARGOS OU EMPREGOS PÚBLICOS
idade, tempo de contribuição e compulsória, ADMITIDOS PELA CONSTITUIÇÃO.
e pensão por morte, com aproveitamento de
tempo de contribuição prestado em atividade § 13. EM HIPÓTESE ALGUMA SERÁ
vinculada ao Regime Geral de Previdência EXPEDIDA CERTIDÃO DE TEMPO DE CON-
Social. TRIBUIÇÃO PARA PERÍODO QUE JÁ TIVER
SIDO UTILIZADO PARA A CONCESSÃO DE
APOSENTADORIA, EM QUALQUER REGIME
§ 4º A certidão de tempo de contribuição
DE PREVIDÊNCIA SOCIAL.
deverá ser expedida em duas vias, das quais a
primeira será fornecida ao interessado, medi-
§ 14. A certidão de que trata o § 3o de-
ante recibo passado na segunda via, implicando
verá vir acompanhada de relação dos valores
sua concordância quanto ao tempo certificado.
das remunerações, por competência, que serão
utilizados para fins de cálculo dos proventos da
§ 7º QUANDO SOLICITADO PELO SE-
aposentadoria.
GURADO QUE EXERCE CARGOS CONSTITU-
CIONALMENTE ACUMULÁVEIS, É PERMI-
§ 15. O tempo de serviço considerado
TIDA A EMISSÃO DE CERTIDÃO ÚNICA
para efeito de aposentadoria e cumprido até 15
COM DESTINAÇÃO DO TEMPO DE CONTRI-
de dezembro de 1998 será contado como
BUIÇÃO PARA, NO MÁXIMO, DOIS ÓR-
tempo de contribuição.
GÃOS DISTINTOS.
§ 16. Caberá revisão da certidão de
§ 8º Na situação do parágrafo anterior, a
tempo de contribuição, inclusive de ofício,
certidão de tempo de contribuição deverá ser
quando constatado erro material, vedada à
expedida em três vias, das quais a primeira e a
destinação da certidão a órgão diverso daquele
segunda serão fornecidas ao interessado, me-
a que se destinava originaria-
diante recibo passado na terceira via, impli-
mente.
cando sua concordância quanto ao tempo cer-
tificado.
Art. 131. Concedido o benefício, caberá:
§ 9º A CERTIDÃO SÓ PODERÁ SER
FORNECIDA PARA OS PERÍODOS DE EFE- I- ao Instituto Nacional do Seguro Social co-
TIVA CONTRIBUIÇÃO PARA O REGIME GE- municar o fato ao órgão público emitente da
RAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, DEVENDO certidão, para as anotações nos registros
SER EXCLUÍDOS AQUELES PARA OS QUAIS funcionais e/ou na segunda via da certidão
NÃO TENHA HAVIDO CONTRIBUIÇÃO, de tempo de contribuição
salvo se recolhida na forma dos §§ 7º a 14 do II- ao órgão público comunicar o fato ao Ins-
art. 216. tituto Nacional do Seguro Social, para efe-
tuar os registros cabíveis.
§ 10. PODERÁ SER EMITIDA, POR
SOLICITAÇÃO DO SEGURADO, CERTIDÃO Art. 132. O tempo de contribuição na
DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PARA PERÍ- administração pública federal, estadual, distri-
ODO FRACIONADO. tal ou municipal de que trata este Capítulo será
considerado para efeito do percentual de acrés-
§ 11. Na hipótese do parágrafo anterior, cimo previsto no inciso I do caput do art. 44,
a certidão conterá informação de todo o tempo no art. 53, no § 1º do art. 54, no art. 67, no
de contribuição ao Regime Geral de Previdência inciso II do caput do art. 70-J, no § 3º do art.
Social e a indicação dos períodos a serem apro- 188-H, no § 4º do art. 188-I, no § 3º do art.
veitados no regime próprio de previdência so- 188-J, no § 4º do art. 188-M, no § 3º do art.
cial. 188-N e no § 3º do art. 188-P.

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Art. 133. O tempo de contribuição certi- O RECEBIMENTO CONJUNTO DOS SEGUIN-


ficado na forma deste Capítulo produz, no Ins- TES BENEFÍCIOS DO RGPS, INCLUSIVE
tituto Nacional do Seguro Social e nos órgãos QUANDO DECORRENTES DE ACIDENTE DO
ou autarquias federais, estaduais, do Distrito TRABALHO:
Federal ou municipais, todos os efeitos previs-
tos na respectiva legislação pertinente. I- aposentadoria com auxílio por incapaci-
dade temporária
Art. 134. As aposentadorias e demais II- mais de uma aposentadoria
benefícios resultantes da contagem de tempo
III- aposentadoria com abono de permanên-
de contribuição na forma deste Capítulo serão
cia em serviço
concedidos e pagos pelo regime a que o inte-
ressado pertencer ao requerê-los e o seu valor IV- salário-maternidade com auxílio por in-
será calculado na forma da legislação perti- capacidade temporária
nente. V- mais de um auxílio-acidente
VI- mais de uma pensão deixada por cônjuge
CAPÍTULO VII VII- mais de uma pensão deixada por com-
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS panheiro ou companheira
RELATIVAS ÀS PRESTAÇÕES DO VIII- mais de uma pensão deixada por côn-
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA juge e companheiro ou companheira
SOCIAL IX- auxílio-acidente com qualquer aposenta-
doria
Art. 152. NENHUM BENEFÍCIO OU § 1º Nas hipóteses de que tratam os in-
SERVIÇO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL PO- cisos VI, VII e VIII do caput, fica facultado ao
DERÁ SER CRIADO, MAJORADO OU ESTEN- dependente optar pela pensão mais vantajosa,
DIDO, SEM A CORRESPONDENTE FONTE observado o disposto no art. 167-A.
DE CUSTEIO TOTAL.
§ 2º É VEDADO O RECEBIMENTO
Art. 153. O BENEFÍCIO CONCEDIDO A CONJUNTO DO SEGURO-DESEMPREGO
SEGURADO OU DEPENDENTE NÃO PODE COM QUALQUER BENEFÍCIO DE PRESTA-
SER OBJETO DE PENHORA, ARRESTO OU ÇÃO CONTINUADA DA PREVIDÊNCIA SO-
SEQÜESTRO, SENDO NULA DE PLENO DI- CIAL, EXCETO PENSÃO POR MORTE, AUXÍ-
REITO A SUA VENDA OU CESSÃO, OU A LIO-RECLUSÃO, AUXÍLIO-ACIDENTE, AU-
CONSTITUIÇÃO DE QUALQUER ÔNUS SO- XÍLIO-SUPLEMENTAR OU ABONO DE PER-
BRE ELE, BEM COMO A OUTORGA DE PODE- MANÊNCIA EM SERVIÇO.
RES IRREVOGÁVEIS OU EM CAUSA PRÓ-
PRIA PARA SEU RECEBIMENTO, ressalvado § 3º É permitida a acumulação dos bene-
o disposto no art. 154. fícios previstos neste Regulamento com o be-
nefício de que trata a Lei nº 7.070, de 20 de
Art. 153-A. A concessão de aposenta- dezembro de 1982, que não poderá ser redu-
doria requerida a partir de 14 de novembro de zido em razão de eventual aquisição de capaci-
2019 com utilização de tempo de contribuição dade laborativa ou de redução de incapacidade
decorrente de cargo, emprego ou função pú- para o trabalho ocorrida após a sua concessão.
blica acarretará o rompimento do vínculo que
gerou o referido tempo de contribui- § 4º O segurado recluso em regime fe-
ção. chado, durante a percepção, pelos dependen-
tes, do benefício de auxílio-reclusão, não terá
Parágrafo único. Para fins do disposto o direito aos benefícios de salário-mater-
no caput, após a consolidação da aposentado- nidade e de aposentadoria reconhecido,
ria, nos termos do disposto no art. 181-B, o exceto se manifestada a opção pelo bene-
INSS notificará a empresa responsável sobre a fício mais vantajoso também pelos depen-
aposentadoria do segurado e constarão da no- dentes.
tificação as datas de concessão e de início do
benefício. Art. 167-A. SERÁ ADMITIDA A ACU-
MULAÇÃO DOS SEGUINTES BENEFÍCIOS:
Art. 167. EXCETO NA HIPÓTESE DE
DIREITO ADQUIRIDO, NÃO É PERMITIDO I- de pensão por morte deixada por cônjuge
ou companheiro do RGPS com pensão por
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morte concedida por outro regime de previ- § 5º Para fins do disposto neste artigo,
dência social ou com pensões decorrentes no ato de habilitação ou concessão de benefício
das atividades militares de que tratam o art. sujeito a acumulação, o INSS deverá:
42 e o art. 142 da Constituição
II- de pensão por morte deixada por cônjuge I- verificar a filiação do segurado ao RGPS ou
ou companheiro do RGPS com aposentadoria a regime próprio de previdência social
do mesmo regime e de regime próprio de II- solicitar ao segurado que manifeste ex-
previdência social ou com proventos de ina- pressamente a sua opção pelo benefício que
tividade decorrentes das atividades militares lhe seja mais vantajoso
de que tratam o art. 42 e o art. 142 da Cons- III- quando for o caso, verificar a condição
tituição do segurado ou pensionista, de modo a con-
III- de aposentadoria concedida no âmbito siderar, dentre outras, as informações cons-
do RGPS com pensão deixada por cônjuge ou tantes do CNIS
companheiro de regime próprio de previdên- § 6º O Ministério da Economia manterá
cia social ou com proventos de inatividade sistema de cadastro dos segurados do RGPS e
decorrentes das atividades militares de que dos servidores vinculados a regimes próprios
tratam o art. 42 e o art. 142 da Constituição de previdência social, e poderá, para tanto, fir-
mar acordo de cooperação com outros órgãos
§ 1º Nas hipóteses de acumulação pre- da administração pública federal, estadual, dis-
vistas no caput, fica assegurada a percepção trital ou municipal para a manutenção e a ges-
do valor integral do benefício mais vantajoso e tão do referido sistema de cadastro.
de uma parte de cada um dos demais benefí-
cios, APURADA CUMULATIVAMENTE DE § 7º Até que o sistema de que trata o §
ACORDO COM AS SEGUINTES FAIXAS: 6º seja implementado, a comprovação de que
o aposentado ou o pensionista cônjuge ou com-
I- sessenta por cento do valor que exceder panheira ou companheiro do RGPS não recebe
um salário-mínimo, até o limite de dois salá- aposentadoria ou pensão de outro regime pró-
rios-mínimos prio de previdência social será feita por meio de
II- quarenta por cento do valor que exceder autodeclaração, a qual o sujeitará às sanções
dois salários-mínimos, até o limite de três administrativas, civis e penais aplicáveis caso
salários-mínimos seja constatada a emissão de declaração
falsa.
III- vinte por cento do valor que exceder três
salários-mínimos, até o limite de quatro sa-
§ 8º Caberá ao aposentado ou pensio-
lários-mínimos
nista do RGPS informar ao INSS a obtenção de
IV- dez por cento do valor que exceder qua- aposentadoria ou pensão de cônjuge ou com-
tro salários-mínimos panheira ou companheiro de outro regime, sob
pena de suspensão do benefício.
§ 2º A aplicação do disposto no § 1º po-
derá ser revista a qualquer tempo, a pedido do Art. 173. O segurado em gozo de apo-
interessado, em razão de alteração de algum sentadoria que voltar a exercer atividade
dos benefícios. abrangida pelo RGPS, observados o disposto no
art. 168 e, nos casos de aposentadoria espe-
§ 3º Na hipótese de recebimento de pen- cial, o disposto no parágrafo único do art. 69,
são desdobrada, para fins de aplicação do dis- fará jus:
posto no § 1º, em relação a esse benefício, será
considerado o valor correspondente ao soma- I- ao salário-família e à reabilitação profissi-
tório da cota individual e da parcela da cota fa- onal, quando empregado, inclusive o domés-
miliar, devido ao pensionista, que será revisto tico, ou trabalhador avulso
em razão do fim do desdobramento ou da alte-
II- ao salário-maternidade
ração do número de dependentes.

§ 4º As restrições previstas neste artigo Art. 176. A APRESENTAÇÃO DE DOCU-


não se aplicam caso o direito aos benefícios te- MENTAÇÃO INCOMPLETA NÃO CONSTI-
nha sido adquirido até 13 de novembro de TUI, POR SI SÓ, MOTIVO PARA RECUSA DO
2019. REQUERIMENTO DE BENEFÍCIO OU SER-
VIÇO, AINDA QUE SEJA POSSÍVEL IDENTI-
FICAR PREVIAMENTE QUE O SEGURADO
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NÃO FAÇA JUS AO BENEFÍCIO OU SERVIÇO quanto aos seus efeitos financeiros, aplica-se o
PRETENDIDO. disposto no § 4º do art. 347.

§ 1º Na hipótese de que trata o caput, Art. 176-A. O REQUERIMENTO DE


o INSS deverá proferir decisão administrativa, BENEFÍCIOS E DE SERVIÇOS ADMINIS-
com ou sem análise de mérito, em todos os pe- TRADOS PELO INSS SERÁ FORMULADO
didos administrativos formulados, e, quando POR MEIO DE CANAIS DE ATENDIMENTO
for o caso, emitirá carta de exigência prévia ao ELETRÔNICO, OBSERVADOS OS PROCEDI-
requerente. MENTOS PREVISTOS EM ATO DO INSS.

§ 2º Encerrado o prazo para cumpri- § 1º O requerimento formulado será pro-


mento da exigência sem que os documentos cessado em meio eletrônico em todas as fases
solicitados tenham sido apresentados pelo re- do processo administrativo, ressalvados os atos
querente, o INSS: que exijam a presença do requerente.

I- decidirá pelo reconhecimento do direito, § 2º Excepcionalmente, caso o reque-


caso haja elementos suficientes para subsi- rente não disponha de meios adequados para
diar a sua decisão apresentação da solicitação pelos canais de
II- decidirá pelo arquivamento do processo atendimento eletrônico, o requerimento e o
sem análise de mérito do requerimento, caso agendamento de serviços poderão ser feitos
não haja elementos suficientes ao reconhe- presencialmente nas Agências da Previdência
cimento do direito nos termos do disposto Social.
no art. 40 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro
de 1999. Art. 176-B. O INSS poderá firmar
acordo de cooperação técnica com entes públi-
§ 3º NÃO CABERÁ RECURSO AO CRPS cos e demais entidades para fins de geração e
DA DECISÃO QUE DETERMINE O ARQUIVA- recebimento de requerimentos de benefí-
MENTO DO REQUERIMENTO SEM ANÁLISE cios.
DE MÉRITO DECORRENTE DA NÃO APRE-
SENTAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO INDIS- Art. 176-C. O requerente poderá, en-
PENSÁVEL AO EXAME DO REQUERI- quanto não proferida a decisão do INSS e por
MENTO. meio de manifestação escrita, desistir do re-
querimento formulado, nos termos do disposto
§ 4º Caso haja manifestação formal do no art. 51 da Lei nº 9.784, de 1999.
segurado no sentido de não dispor de outras
informações ou documentos úteis, diversos da- § 1º Havendo vários interessados, a de-
queles apresentados ou disponíveis ao INSS, sistência a que se refere o caput atinge so-
será proferida a decisão administrativa com mente quem a tenha formulado.
análise de mérito do requerimento.
§ 2º A desistência do requerimento não
§ 5º O ARQUIVAMENTO DO PRO- impede o INSS de analisar a matéria objeto do
CESSO NÃO INVIABILIZARÁ A APRESEN- requerimento para fins de uniformização de en-
TAÇÃO DE NOVO REQUERIMENTO PELO tendimento, de forma geral e abstrata, ou para
INTERESSADO, QUE TERÁ EFEITOS A PAR- efeito de apuração de irregularidade.
TIR DA DATA DE APRESENTAÇÃO DA NOVA
SOLICITAÇÃO. Art. 176-D. Se, na data de entrada do
requerimento do benefício, o segurado não sa-
§ 6º O reconhecimento do direito ao be- tisfizer os requisitos para o reconhecimento do
nefício com base em documento apresentado direito, mas implementá-los em momento pos-
após a decisão administrativa proferida pelo terior, antes da decisão do INSS, o requeri-
INSS considerará como data de entrada do re- mento poderá ser reafirmado para a data em
querimento a data de apresentação do referido que satisfizer os requisitos, que será fixada
documento. como início do benefício, exigindo-se, para
tanto, a concordância formal do interessado,
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se admitida a sua manifestação de vontade por
aos pedidos de revisão e recursos fundamenta- meio eletrônico.
dos em documentos não apresentados no mo-
mento do requerimento administrativo e,
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Art. 176-E. Caberá ao INSS conceder o III- três por cento para a empresa em cuja
benefício mais vantajoso ao requerente ou be- atividade preponderante o risco de acidente
nefício diverso do requerido, desde que os ele- do trabalho seja considerado grave
mentos constantes do processo administrativo
assegurem o reconhecimento desse di- § 1º As alíquotas constantes do ca-
reito. put serão acrescidas de doze, nove ou seis
pontos percentuais, respectivamente, se a ati-
Parágrafo único. Na hipótese de direito vidade exercida pelo segurado a serviço da em-
à concessão de benefício diverso do requerido, presa ensejar a concessão de aposentadoria es-
caberá ao INSS notificar o segurado para que pecial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos
este manifeste expressamente a sua opção pelo de contribuição.
benefício, observado o disposto no art. 176-
D. § 2º O acréscimo de que trata o pará-
grafo anterior incide exclusivamente sobre a
Art. 181-B. AS APOSENTADORIAS remuneração do segurado sujeito às condições
CONCEDIDAS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL especiais que prejudiquem a saúde ou a inte-
SÃO IRREVERSÍVEIS E IRRENUNCIÁ- gridade física.
VEIS.
§ 1º O DISPOSTO NESTE ARTIGO § 3º Considera-se preponderante a
NÃO SE APLICA À CONCESSÃO DE APO- atividade que ocupa, em cada estabelecimento
SENTADORIA POR INCAPACIDADE PER- da empresa, o maior número de segurados
MANENTE. empregados e de trabalhadores avulsos.

§ 2º O SEGURADO PODERÁ DESISTIR § 3º-A Considera-se estabelecimento da


DO SEU PEDIDO DE APOSENTADORIA empresa a dependência, matriz ou filial, que
DESDE QUE MANIFESTE ESSA INTENÇÃO E tenha número de Cadastro Nacional da Pessoa
REQUEIRA O ARQUIVAMENTO DEFINI- Jurídica - CNPJ próprio e a obra de construção
TIVO DO PEDIDO ANTES DA OCORRÊNCIA civil executada sob sua responsabilidade.
DE UM DOS SEGUINTES ATOS:
§ 4º A atividade econômica preponde-
rante da empresa e os respectivos riscos de aci-
I- recebimento do primeiro pagamento do
dentes do trabalho compõem a Relação de Ati-
benefício
vidades Preponderantes e correspondentes
II- efetivação do saque do FGTS ou do PIS Graus de Risco, prevista no Anexo V.

§ 3º O disposto no caput não impede § 5o É de responsabilidade da empresa


a cessação dos benefícios não acumulá- realizar o enquadramento na atividade
veis por força de disposição legal ou cons- preponderante, cabendo à Secretaria da
titucional. Receita Previdenciária do Ministério da
Previdência Social revê-lo a qualquer
Art. 202. A contribuição da empresa, desti- tempo.
nada ao financiamento da aposentadoria espe-
cial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos bene- § 6o Verificado erro no auto-
fícios concedidos em razão do grau de incidên- enquadramento, a Secretaria da Receita
cia de incapacidade laborativa decorrente dos Previdenciária adotará as medidas necessárias
riscos ambientais do trabalho corresponde à à sua correção, orientará o responsável pela
aplicação dos seguintes percentuais, incidentes empresa em caso de recolhimento indevido e
sobre o total da remuneração paga, devida ou procederá à notificação dos valores
creditada a qualquer título, no decorrer do mês, devidos.
ao segurado empregado e trabalhador avulso:
§ 7º O disposto neste artigo não se aplica
I- um por cento para a empresa em cuja ati- à pessoa física de que trata a alínea "a" do in-
vidade preponderante o risco de acidente do ciso V do caput do art. 9º.
trabalho seja considerado leve
§ 8º Quando se tratar de produtor rural
II- dois por cento para a empresa em cuja
pessoa jurídica que se dedique à produção rural
atividade preponderante o risco de acidente
e contribua nos moldes do inciso IV do ca-
do trabalho seja considerado médio
put do art. 201, a contribuição referida neste
artigo corresponde a zero vírgula um por cento
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incidente sobre a receita bruta proveniente da de natureza acidentária, aos quais são atri-
comercialização de sua produção. buídos pesos diferentes em razão da gravi-
dade da ocorrência, da seguinte forma:
§ 10. Será devida contribuição adicional a) pensão por morte e morte de natu-
de doze, nove ou seis pontos percentuais, a reza acidentária - peso de cinquenta por
cargo da cooperativa de produção, incidente cento;
sobre a remuneração paga, devida ou creditada b) aposentadoria por incapacidade
ao cooperado filiado, na hipótese de exercício permanente - peso de trinta por cento;
de atividade que autorize a concessão de apo- c) auxílio por incapacidade temporária
sentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e auxílio-acidente - peso de dez por cento
e cinco anos de contribuição, respectiva- para cada;
mente. III- para o índice de custo, os valores dos
benefícios de natureza acidentária pagos ou
§ 13. A empresa informará devidos pela previdência social
mensalmente, por meio da Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
§ 5º O Ministério da Economia publicará,
de Serviço e Informações à Previdência
anualmente, no Diário Oficial da União, portaria
Social - GFIP, a alíquota correspondente ao seu
para disponibilizar consulta ao FAP e aos róis
grau de risco, a respectiva atividade
dos percentis de frequência, gravidade e custo
preponderante e a atividade do
por subclasse da Classificação Nacional de Ati-
estabelecimento, apuradas de acordo com o
vidades Econômicas.
disposto nos §§ 3o e 5o.
§ 6o O FAP produzirá efeitos tributários
Art. 202-A. As alíquotas a que se refere
a partir do primeiro dia do quarto mês
o caput do art. 202 serão reduzidas em até
subseqüente ao de sua divulgação.
cinquenta por cento ou aumentadas em até
cem por cento em razão do desempenho da
§ 7o Para o cálculo anual do FAP, serão
empresa, individualizada pelo seu CNPJ em re-
utilizados os dados de janeiro a dezembro de
lação à sua atividade econômica, aferido pelo
cada ano, até completar o período de dois anos,
Fator Acidentário de Prevenção - FAP.
a partir do qual os dados do ano inicial serão
substituídos pelos novos dados anuais
§ 1º O FAP consiste em multiplicador va-
incorporados.
riável em um intervalo contínuo de cinco déci-
mos a dois inteiros aplicado à respectiva alí-
§ 8º O FAP será calculado a partir de
quota, considerado o critério de truncamento
1º de janeiro do ano seguinte àquele ano em
na quarta casa decimal.
que o estabelecimento completar dois anos de
sua constituição.
§ 2º Para fins da redução ou da majora-
ção a que se refere o caput, o desempenho da
§ 10. A metodologia aprovada pelo Con-
empresa, individualizada pelo seu CNPJ será
selho Nacional de Previdência indicará a siste-
discriminado em relação à sua atividade econô-
mática de cálculo e a forma de aplicação de ín-
mica, a partir da criação de índice composto pe-
dices e critérios acessórios à composição do ín-
los índices de gravidade, de frequência e de
dice composto do FAP.
custo que pondera os respectivos percentis.
Art. 203. A fim de estimular investimen-
§ 4o Os índices de freqüência, gravidade
tos destinados a diminuir os riscos ambientais
e custo serão calculados segundo metodologia
no trabalho, o Ministério da Previdência e As-
aprovada pelo Conselho Nacional de
sistência Social poderá alterar o enquadra-
Previdência Social, levando-se em conta:
mento de empresa que demonstre a melhoria
das condições do trabalho, com redução dos
I- para o índice de frequência, os registros agravos à saúde do trabalhador, obtida através
de acidentes ou benefícios de natureza aci- de investimentos em prevenção e em sistemas
dentária gerenciais de risco.
II- para o índice de gravidade, as hipóteses
de auxílio por incapacidade temporária, au- § 1º A alteração do enquadramento es-
xílio-acidente, aposentadoria por incapaci- tará condicionada à inexistência de débitos em
dade permanente, pensão por morte e morte relação às contribuições devidas ao Instituto

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Nacional do Seguro Social e aos demais requi- II- pela comprovação do recolhimento das
sitos estabelecidos pelo Ministério da Previdên- contribuições incidentes sobre a remunera-
cia e Assistência Social. ção dos segurados, aferidas indiretamente
nos termos, forma e percentuais previstos
§ 2º O Instituto Nacional do Seguro So- pelo Instituto Nacional do Seguro Social
cial, com base principalmente na comunicação III- pela comprovação do recolhimento da
prevista no art. 336, implementará sistema de retenção permitida no caput deste artigo,
controle e acompanhamento de acidentes do efetivada nos termos do art. 219
trabalho.
§ 4º Considera-se construtor, para os efei-
§ 3º Verificado o descumprimento por
tos deste Regulamento, a pessoa física ou jurí-
parte da empresa dos requisitos fixados pelo
dica que executa obra sob sua responsabili-
Ministério da Previdência e Assistência Social,
dade, no todo ou em parte.
para fins de enquadramento de que trata o ar-
tigo anterior, o Instituto Nacional do Seguro
Art. 221. Exclui-se da responsabilidade
Social procederá à notificação dos valores devi-
solidária perante a seguridade social o adqui-
dos.
rente de prédio ou unidade imobiliária que rea-
Art. 220. O proprietário, o incorporador defi-
lize a operação com empresa de comercializa-
nido na Lei nº 4.591, de 1964, o dono da obra
ção ou com incorporador de imóveis definido
ou condômino da unidade imobiliária cuja con-
na Lei nº 4.591, de 1964, ficando estes solida-
tratação da construção, reforma ou acréscimo
riamente responsáveis com o construtor, na
não envolva cessão de mão-de-obra, são soli-
forma prevista no art. 220.
dários com o construtor, e este e aqueles com
a subempreiteira, pelo cumprimento das obri-
Art. 221-A. O INSTITUTO DA RES-
gações para com a seguridade social, ressal-
PONSABILIDADE SOLIDÁRIA NÃO SE
vado o seu direito regressivo contra o executor
APLICA À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DI-
ou contratante da obra e admitida a retenção
RETA, AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL,
de importância a este devida para garantia do
QUANDO CONTRATANTE DE SERVIÇOS,
cumprimento dessas obrigações, não se apli-
INCLUSIVE DE OBRA DE CONSTRUÇÃO CI-
cando, em qualquer hipótese, o benefício de or-
VIL, REFORMA OU ACRÉSCIMO, INDEPEN-
dem.
DENTEMENTE DA FORMA DE CONTRATA-
§ 1º Não se considera cessão de mão-de-
ÇÃO.
obra, para os fins deste artigo, a contratação
de construção civil em que a empresa constru-
Parágrafo único. A administração pú-
tora assuma a responsabilidade direta e total
blica contratante de serviços, inclusive de cons-
pela obra ou repasse o contrato integralmente.
trução civil executados por meio de cessão de
mão de obra ou empreitada parcial, efetuará a
§ 2º O executor da obra deverá elaborar,
retenção prevista no art. 219.
distintamente para cada estabelecimento ou
obra de construção civil da empresa contra-
Art. 222. AS EMPRESAS QUE INTE-
tante, folha de pagamento, Guia de Recolhi-
GRAM GRUPO ECONÔMICO DE QUALQUER
mento do Fundo de Garantia do Tempo de Ser-
NATUREZA, BEM COMO OS PRODUTORES
viço e Informações à Previdência Social e Guia
RURAIS INTEGRANTES DO CONSÓRCIO
da Previdência Social, cujas cópias deverão ser
SIMPLIFICADO DE QUE TRATA O ART. 200-
exigidas pela empresa contratante quando da
A, RESPONDEM ENTRE SI, SOLIDARIA-
quitação da nota fiscal ou fatura, juntamente
MENTE, PELAS OBRIGAÇÕES DECORREN-
com o comprovante de entrega daquela Guia.
TES DO DISPOSTO NESTE REGULA-
MENTO.
§ 3º A responsabilidade solidária de que
trata o caput será elidida:
Art. 222-A. As empresas integrantes de
consórcio constituído nos termos do disposto
I- pela comprovação, na forma do parágrafo nos art. 278 e art. 279 da Lei nº 6.404, de 15
anterior, do recolhimento das contribuições de dezembro de 1976, respondem pelas contri-
incidentes sobre a remuneração dos segura- buições devidas, em relação às operações pra-
dos, incluída em nota fiscal ou fatura corres- ticadas pelo consórcio, na proporção de sua
pondente aos serviços executados, quando participação no empreendimento.
corroborada por escrituração contábil

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§ 1º O consórcio que realizar a contrata- de contribuição previdenciária e outras infor-


ção, em nome próprio, de pessoas jurídicas e mações de interesse daquele Instituto
físicas, com ou sem vínculo empregatício, po- VI- afixar cópia da Guia da Previdência So-
derá efetuar a retenção das contribuições e cial, relativamente à competência anterior,
cumprir as respectivas obrigações acessórias, durante o período de um mês, no quadro de
hipótese em que as empresas consorciadas se- horário de que trata o art. 74 da Consolida-
rão solidariamente responsáveis. ção das Leis do Trabalho
VII- informar, anualmente, à Secretaria da
§ 2º Na hipótese de a retenção das con-
Receita Federal do Brasil, na forma por ela
tribuições ou o cumprimento das obrigações
estabelecida, o nome, o número de inscrição
acessórias relativas ao consórcio ser realizado
na previdência social e o endereço completo
por sua empresa líder, as empresas consorcia-
dos segurados de que trata o inciso III do §
das também serão solidariamente responsá-
15 do art. 9o, por ela utilizados no período, a
veis.
qualquer título, para distribuição ou comer-
§ 3º O disposto neste artigo abrange as
cialização de seus produtos, sejam eles de
contribuições destinadas a outras entidades e
fabricação própria ou de terceiros, sempre
fundos, além da multa por atraso no cumpri-
que se tratar de empresa que realize vendas
mento das obrigações acessórias.
diretas
Art. 223. O operador portuário e o órgão VIII- comunicar, mensalmente, os emprega-
gestor de mão-de-obra são solidariamente res- dos a respeito dos valores descontados de
ponsáveis pelo pagamento das contribuições sua contribuição previdenciária e, quando for
previdenciárias e demais obrigações, inclusive o caso, dos valores da contribuição do em-
acessórias, devidas à seguridade social, arreca- pregador incidentes sobre a remuneração do
dadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social, mês de competência por meio de contrache-
relativamente à requisição de mão-de-obra de que, recibo de pagamento ou documento
trabalhador avulso, vedada a invocação do be- equivalente
nefício de ordem.
Seção III § 1º As informações prestadas na Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
Das Obrigações Acessórias
de Serviço e Informações à Previdência Social
servirão como base de cálculo das contribuições
Art. 225. A empresa é TAMBÉM OBRI- arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro
GADA a: Social, comporão a base de dados para fins de
I- preparar folha de pagamento da remune- cálculo e concessão dos benefícios previdenciá-
ração paga, devida ou creditada a todos os rios, bem como constituir-se-ão em termo de
segurados a seu serviço, devendo manter, confissão de dívida, na hipótese do não-recolhi-
em cada estabelecimento, uma via da res- mento.
pectiva folha e recibos de pagamentos
II- lançar mensalmente em títulos próprios § 2º A entrega da Guia de Recolhimento
de sua contabilidade, de forma discriminada, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
os fatos geradores de todas as contribuições, Informações à Previdência Social deverá ser
o montante das quantias descontadas, as efetuada na rede bancária, conforme estabele-
contribuições da empresa e os totais recolhi- cido pelo Ministério da Previdência e Assistência
dos Social, até o dia sete do mês seguinte àquele a
III- prestar ao Instituto Nacional do Seguro que se referirem as informações.
Social e à Secretaria da Receita Federal to-
das as informações cadastrais, financeiras e § 3º A Guia de Recolhimento do Fundo de
contábeis de interesse dos mesmos, na Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
forma por eles estabelecida, bem como os Previdência Social é exigida relativamente a fa-
esclarecimentos necessários à fiscalização tos geradores ocorridos a partir de janeiro de
1999.
IV- informar mensalmente ao Instituto Naci-
onal do Seguro Social, por intermédio da
§ 4º O preenchimento, as informações
Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia
prestadas e a entrega da Guia de Recolhimento
do Tempo de Serviço e Informações à Previ-
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
dência Social, na forma por ele estabelecida,
Informações à Previdência Social são de inteira
dados cadastrais, todos os fatos geradores

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Segur idade Social

responsabilidade da empresa. I- os correspondentes números de registro


ou cadastro no órgão gestor de mão-de-obra
§ 5º A empresa manterá arquivados os II- o cargo, função ou serviço prestado
documentos comprobatórios do cumprimento
III- os turnos em que trabalharam
das obrigações de que trata este artigo e os do-
cumentos comprobatórios do pagamento de IV- as remunerações pagas, devidas ou cre-
benefícios previdenciários reembolsados até ditadas a cada um dos trabalhadores e a cor-
que ocorra a prescrição relativa aos créditos respondente totalização
decorrentes das operações a que os documen-
tos se refiram, observados o disposto no § 22 § 11. No que se refere ao parágrafo ante-
e nas normas estabelecidas pela Secretaria Es- rior, o órgão gestor de mão-de-obra consoli-
pecial da Receita Federal do Brasil do Ministério dará as folhas de pagamento relativas às ope-
da Economia e pelo Conselho Curador do Fundo rações concluídas no mês anterior por operador
de Garantia do Tempo de Serviço. portuário e por trabalhador portuário avulso,
indicando, com relação a estes, os respectivos
§ 6º O Instituto Nacional do Seguro So- números de registro ou cadastro, as datas dos
cial e a Caixa Econômica Federal estabelecerão turnos trabalhados, as importâncias pagas e os
normas para disciplinar a entrega da Guia de valores das contribuições previdenciárias reti-
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo das.
de Serviço e Informações à Previdência Social,
nos casos de rescisão contratual. § 12. Para efeito de observância do limite
máximo da contribuição do segurado trabalha-
§ 8º O disposto neste artigo aplica-se, no dor avulso, de que trata o art. 198, o órgão
que couber, aos demais contribuintes e ao ad- gestor de mão-de-obra manterá resumo men-
quirente, consignatário ou cooperativa, sub-ro- sal e acumulado, por trabalhador portuário
gados na forma deste Regulamento. avulso, dos valores totais das férias, do décimo
terceiro salário e das contribuições previdenci-
§ 9º A folha de pagamento de que trata árias retidas.
o inciso I do caput, elaborada mensalmente,
de forma coletiva por estabelecimento da em- § 13. Os lançamentos de que trata o in-
presa, por obra de construção civil e por toma- ciso II do caput, devidamente escriturados nos
dor de serviços, com a correspondente totaliza- livros Diário e Razão, serão exigidos pela fisca-
ção, deverá: lização após noventa dias contados da ocorrên-
cia dos fatos geradores das contribuições, de-
I- discriminar o nome dos segurados, indi- vendo, obrigatoriamente:
cando cargo, função ou serviço prestado
II- agrupar os segurados por categoria, as- I- atender ao princípio contábil do regime de
sim entendido: segurado empregado, traba- competência
lhador avulso, contribuinte individual II- registrar, em contas individualizadas, to-
III- destacar o nome das seguradas em gozo dos os fatos geradores de contribuições pre-
de salário-maternidade videnciárias de forma a identificar, clara e
precisamente, as rubricas integrantes e não
IV- destacar as parcelas integrantes e não
integrantes do salário-de-contribuição, bem
integrantes da remuneração e os descontos
como as contribuições descontadas do segu-
legais
rado, as da empresa e os totais recolhidos,
V- indicar o número de quotas de salário-fa- por estabelecimento da empresa, por obra
mília atribuídas a cada segurado empregado de construção civil e por tomador de serviços
ou trabalhador avulso
§ 14. A empresa deverá manter à dis-
§ 10. No que se refere ao trabalhador por- posição da fiscalização os códigos ou abrevia-
tuário avulso, o órgão gestor de mão-de-obra turas que identifiquem as respectivas rubricas
elaborará a folha de pagamento por navio, utilizadas na elaboração da folha de paga-
mantendo-a disponível para uso da fiscalização mento, bem como os utilizados na escrituração
do Instituto Nacional do Seguro Social, indi- contábil.
cando o operador portuário e os trabalhadores
que participaram da operação, detalhando,
com relação aos últimos:

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§ 15. A exigência prevista no inciso II § 19. O órgão gestor de mão-de-obra de-


do caput não desobriga a empresa do cumpri- verá, quando exigido pela fiscalização do Insti-
mento das demais normas legais e regulamen- tuto Nacional do Seguro Social, exibir as listas
tares referentes à escrituração contábil. de escalação diária dos trabalhadores portuá-
rios avulsos, por operador portuário e por na-
§ 16. São desobrigadas de apresen- vio.
tação de escrituração contábil:
§ 20. Caberá exclusivamente ao órgão
I- o pequeno comerciante, nas condições es- gestor de mão-de-obra a responsabilidade pela
tabelecidas pelo Decreto-lei nº 486, de 3 de exatidão dos dados lançados nas listas diárias
março de 1969, e seu Regulamento referidas no parágrafo anterior.
II- a pessoa jurídica tributada com base no
lucro presumido, de acordo com a legislação § 21. Fica dispensado do cumprimento
tributária federal, desde que mantenha a es- do disposto nos incisos V e VI do caput o con-
crituração do Livro Caixa e Livro de Registro tribuinte individual, em relação a segurado que
de Inventário lhe presta serviço.
III- a pessoa jurídica que optar pela inscrição
§ 22. A empresa que utiliza sistema de
no Sistema Integrado de Pagamento de Im-
processamento eletrônico de dados para o re-
postos e Contribuições das Microempresas e
gistro de negócios e atividades econômicas, es-
Empresas de Pequeno Porte, desde que
crituração de livros ou produção de documen-
mantenha escrituração do Livro Caixa e Livro
tos de natureza contábil, fiscal, trabalhista e
de Registro de Inventário
previdenciária fica obrigada a arquivar e con-
servar, devidamente certificados, os sistemas e
§ 17. A empresa, agência ou sucursal es- os arquivos, em meio eletrônico ou asseme-
tabelecida no exterior deverá apresentar os do- lhado, durante o prazo decadencial de que trata
cumentos comprobatórios do cumprimento das o art. 348, os quais ficarão à disposição da fis-
obrigações referidas neste artigo à sua congê- calização.
nere no Brasil, observada a solidariedade de
que trata o art. 222. § 23. A cooperativa de trabalho e a pes-
soa jurídica são obrigadas a efetuar a inscrição
§ 18. Para o cumprimento do disposto no no Instituto Nacional do Seguro Social dos seus
inciso V do caput serão observadas as seguin- cooperados e contratados, respectivamente,
tes situações: como contribuintes individuais, se ainda não
inscritos.
I- caso a empresa possua mais de um esta-
belecimento localizado em base geográfica § 24. A empresa ou cooperativa adqui-
diversa, a cópia da Guia da Previdência So- rente, consumidora ou consignatária da produ-
cial será encaminhada ao sindicato represen- ção fica obrigada a fornecer ao segurado espe-
tativo da categoria profissional mais nume- cial cópia do documento fiscal de entrada da
rosa entre os empregados de cada estabele- mercadoria, onde conste, além do registro da
cimento operação realizada, o valor da respectiva con-
II- a empresa que recolher suas contribui- tribuição previdenciária.
ções em mais de uma Guia da Previdência
Social encaminhará cópia de todas as guias § 25. A contribuição do empregador de
III- a remessa poderá ser efetuada por qual- que trata o inciso VIII do caput compreende
quer meio que garanta a reprodução integral aquela destinada ao seguro de acidentes do
do documento, cabendo à empresa manter, trabalho e ao financiamento da aposentadoria
em seus arquivos, prova do recebimento especial, sem prejuízo de outras contribuições
pelo sindicato incidentes sobre a remuneração do empre-
gado.
IV- cabe à empresa a comprovação, perante
a fiscalização do Instituto Nacional do Se-
Art. 226. O Município, por intermédio do
guro Social, do cumprimento de sua obriga-
órgão competente, fornecerá ao Instituto Naci-
ção frente ao sindicato
onal do Seguro Social, para fins de fiscalização,
mensalmente, relação de todos os alvarás para
construção civil e documentos de "habite-se"

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concedidos, de acordo com critérios estabeleci- inexistência de correspondente nexo entre o


dos pelo referido Instituto. § 1º A relação trabalho e o agravo.
a que se refere o caput será encaminhada ao
INSS até o dia dez do mês seguinte àquele a § 8o O requerimento de que trata o §
que se referirem os documentos. 7 poderá ser apresentado no prazo de quinze
o

dias da data para a entrega, na forma do inciso


§ 2º O encaminhamento da relação fora IV do art. 225, da GFIP que registre a
do prazo ou a sua falta e a apresentação com movimentação do trabalhador, sob pena de não
incorreções ou omissões sujeitará o dirigente conhecimento da alegação em instância
do órgão municipal à penalidade prevista na alí- administrativa.
nea "f" do inciso I do art. 283.
§ 9º Caracterizada a impossibilidade de
Art. 337. O acidente do trabalho será atendimento ao disposto no § 8º, motivada
caracterizado tecnicamente pela Perícia Médica pelo não conhecimento tempestivo do
Federal, por meio da identificação do nexo en- diagnóstico do agravo, o requerimento de que
tre o trabalho e o agravo. trata o § 7º poderá ser apresentado no prazo
de quinze dias, contado da data em que a
§ 1º O setor de benefícios do Instituto empresa tomar ciência da decisão a que se
Nacional do Seguro Social reconhecerá o direito refere o § 5º.
do segurado à habilitação do benefício aciden-
tário. § 10. Juntamente com o requerimento
de que tratam os §§ 8o e 9o, a empresa formu-
§ 2º Será considerado agravamento do lará as alegações que entender necessárias e
acidente aquele sofrido pelo acidentado quanto apresentará as provas que possuir demons-
estiver sob a responsabilidade da reabilitação trando a inexistência de nexo entre o trabalho
profissional. e o agravo.

§ 3o Considera-se estabelecido o nexo § 11. A documentação probatória


entre o trabalho e o agravo quando se verificar poderá trazer, entre outros meios de prova,
nexo técnico epidemiológico entre a atividade evidências técnicas circunstanciadas e
da empresa e a entidade mórbida motivadora tempestivas à exposição do segurado, podendo
da incapacidade, elencada na Classificação ser produzidas no âmbito de programas de
Internacional de Doenças - CID em gestão de risco, a cargo da empresa, que
conformidade com o disposto na Lista C do possuam responsável técnico legalmente
Anexo II deste Regulamento. habilitado.

§ 4o Para os fins deste artigo, considera- § 12. O INSS informará ao segurado so-
se agravo a lesão, doença, transtorno de bre a contestação da empresa para que este,
saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de querendo, possa impugná-la, obedecendo,
evolução aguda, subaguda ou crônica, de quanto à produção de provas, ao disposto no §
natureza clínica ou subclínica, inclusive morte, 10, sempre que a instrução do pedido eviden-
independentemente do tempo de latência. ciar a possibilidade de reconhecimento de ine-
xistência do nexo entre o trabalho e o
§ 5º Reconhecidos pela Perícia Médica agravo.
Federal a incapacidade para o trabalho e o nexo
entre o trabalho e o agravo, na forma prevista § 13. Da decisão do requerimento de
no § 3º, serão devidas as prestações acidentá- que trata o § 7o cabe recurso, com efeito
rias a que o beneficiário tiver direito. suspensivo, por parte da empresa ou, conforme
o caso, do segurado ao Conselho de Recursos
§ 6º A Perícia Médica Federal deixará de da Previdência Social, nos termos dos arts. 305
aplicar o disposto no § 3º quando demonstrada a 310.
a inexistência de nexo entre o trabalho e o
agravo, sem prejuízo do disposto no § 7º e no Art. 338. A EMPRESA É RESPONSÁ-
§ 12. VEL PELA ADOÇÃO E USO DE MEDIDAS CO-
LETIVAS E INDIVIDUAIS DE PROTEÇÃO À
§ 7o A empresa poderá requerer ao INSS SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR
a não aplicação do nexo técnico epidemiológico SUJEITO AOS RISCOS OCUPACIONAIS
ao caso concreto mediante a demonstração de
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Segur idade Social

POR ELA GERADOS.


§ 1º Os órgãos de fiscalização das rela-
§ 1º É DEVER DA EMPRESA PRESTAR ções de trabalho encaminharão à Procuradoria-
INFORMAÇÕES PORMENORIZADAS SOBRE Geral Federal os relatórios de análise de aciden-
OS RISCOS DA OPERAÇÃO A EXECUTAR E tes do trabalho com indícios de negligência
DO PRODUTO A MANIPULAR. quanto às normas-padrão de segurança e higi-
ene do trabalho indicadas para proteção indivi-
§ 2º A Perícia Médica Federal terá dual e coletiva.
acesso aos ambientes de trabalho e a outros
locais onde se encontrem os documentos refe- § 2º O pagamento de prestações pela
rentes ao controle médico de saúde ocupacional previdência social em decorrência das hipóte-
e aqueles que digam respeito ao programa de ses previstas nos incisos I e II do caput não
prevenção de riscos ocupacionais para verificar exclui a responsabilidade civil da empresa, na
a eficácia das medidas adotadas pela empresa hipótese de que trata o inciso I do caput, ou
para a prevenção e o controle das doenças ocu- do responsável pela violência doméstica e fa-
pacionais. miliar, na hipótese de que trata o inciso II
§ 3o O INSS auditará a regularidade e a do caput.
conformidade das demonstrações ambientais, Art. 342. O pagamento pela previdência
incluindo-se as de monitoramento biológico, e social das prestações decorrentes do acidente a
dos controles internos da empresa relativos ao que se refere o art. 336 não exclui a responsa-
gerenciamento dos riscos ocupacionais, de bilidade civil da empresa, do empregador do-
modo a assegurar a veracidade das informa- méstico ou de terceiros.
ções prestadas pela empresa e constantes do
CNIS, bem como o cumprimento das obriga- Art. 343. CONSTITUI CONTRAVEN-
ções relativas ao acidente de trabalho. ÇÃO PENAL, PUNÍVEL COM MULTA, DEI-
XAR A EMPRESA DE CUMPRIR AS NORMAS
DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO.
§ 4º Sempre que a Perícia Médica Fede-
ral constatar o descumprimento do disposto
neste artigo, esta comunicará formalmente aos LEI ORGÂNICA DA
demais órgãos interessados, inclusive para fins ASSISTÊNCIA SOCIAL-
de aplicação e cobrança da multa devida.
LEI N° 8.742
Art. 339. O MINISTÉRIO DO TRABA-
LHO E EMPREGO FISCALIZARÁ E OS SIN- CAPÍTULO I
DICATOS E ENTIDADES REPRESENTATI- Das Definições e dos Objetivos
VAS DE CLASSE acompanharão o fiel cumpri- Art. 1º A assistência social, direito do ci-
mento do disposto nos arts. 338 e 343. dadão e dever do Estado, é Política de Seguri-
dade Social NÃO CONTRIBUTIVA, que provê
Art. 340. Por intermédio dos estabeleci- os mínimos sociais, realizada através de um
mentos de ensino, sindicatos, associações de CONJUNTO INTEGRADO DE AÇÕES DE INI-
classe, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de CIATIVA PÚBLICA E DA SOCIEDADE, para
Segurança e Medicina do Trabalho, órgãos pú- garantir o atendimento às necessidades bási-
blicos e outros meios, serão promovidas regu- cas.
larmente instrução e formação com vistas a in-
crementar costumes e atitudes prevencionistas Art. 2o A assistência social tem por ob-
em matéria de acidentes, especialmente da- jetivos:
quele referido no art. 336.
I- a proteção social, que visa à garantia da
Art. 341. O INSS ajuizará ação regres- vida, à redução de danos e à prevenção da
siva contra os responsáveis nas hipóteses de: incidência de riscos, especialmente:
I- negligência quanto às normas-padrão de a) a proteção à família, à maternidade,
segurança e higiene do trabalho indicadas à infância, à adolescência e à ve-
para proteção individual e coletiva lhice;
II- violência doméstica e familiar contra a b) o amparo às crianças e aos adoles-
mulher, nos termos do disposto na Lei nº centes carentes;
11.340, de 7 de agosto de 2006

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Segur idade Social

c) a promoção da integração ao mer- MOVIMENTOS SOCIAIS E DAS ORGANI-


cado de trabalho; ZAÇÕES DE USUÁRIOS, FORMAÇÃO E CA-
d) a habilitação e reabilitação das pes- PACITAÇÃO DE LIDERANÇAS, DIRIGI-
soas com deficiência e a promoção de DOS AO PÚBLICO DA POLÍTICA DE AS-
sua integração à vida comunitária; SISTÊNCIA SOCIAL, nos termos desta Lei,
e) a garantia de 1 salário-mínimo de be- e respeitadas as deliberações do CNAS, de
nefício mensal à pessoa com deficiên- que tratam os incisos I e II do art.
cia e ao idoso que comprovem não 18.
possuir meios de prover a própria
manutenção ou de tê-la provida por § 3o São DE DEFESA E GARANTIA
sua família; DE DIREITOS aquelas que, DE FORMA
II- a vigilância socioassistencial, que visa a CONTINUADA, PERMANENTE E PLANE-
analisar territorialmente a capacidade prote- JADA, PRESTAM SERVIÇOS E EXECUTAM
tiva das famílias e nela a ocorrência de vul- PROGRAMAS E PROJETOS VOLTADOS
nerabilidades, de ameaças, de vitimizações e PRIORITARIAMENTE PARA A DEFESA E
danos; EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS SOCIOAS-
SISTENCIAIS, CONSTRUÇÃO DE NOVOS
III- a defesa de direitos, que visa a garantir
DIREITOS, PROMOÇÃO DA CIDADANIA,
o pleno acesso aos direitos no conjunto das
ENFRENTAMENTO DAS DESIGUALDADES
provisões socioassistenciais
SOCIAIS, ARTICULAÇÃO COM ÓRGÃOS
PÚBLICOS DE DEFESA DE DIREITOS, DI-
Parágrafo único. Para o enfrentamento RIGIDOS AO PÚBLICO DA POLÍTICA DE
da pobreza, a ASSISTÊNCIA SOCIAL REA- ASSISTÊNCIA SOCIAL, nos termos desta
LIZA-SE DE FORMA INTEGRADA ÀS POLÍ- Lei, e respeitadas as deliberações do CNAS,
TICAS SETORIAIS, garantindo mínimos soci- de que tratam os incisos I e II do art.
ais e provimento de condições para atender 18.
contingências sociais e promovendo a univer-
salização dos direitos sociais.
CAPÍTULO II
Art. 3o Consideram-se entidades e orga-
nizações de assistência social aquelas SEM Dos Princípios e das Diretrizes
FINS LUCRATIVOS QUE, ISOLADA OU CU-
MULATIVAMENTE, PRESTAM ATENDI- SEÇÃO I
MENTO E ASSESSORAMENTO AOS BENEFI- Dos Princípios
CIÁRIOS ABRANGIDOS POR ESTA LEI, Art. 4º A assistência social rege-se pelos
BEM COMO AS QUE ATUAM NA DEFESA E SEGUINTES PRINCÍPIOS:
GARANTIA DE DIREITOS.
I- supremacia do atendimento às necessida-
§ 1o SÃO DE ATENDIMENTO aquelas
des sociais sobre as exigências de rentabili-
entidades que, DE FORMA CONTINUADA,
dade econômica
PERMANENTE E PLANEJADA, PRESTAM
SERVIÇOS, EXECUTAM PROGRAMAS OU II- universalização dos direitos sociais, a fim
PROJETOS E CONCEDEM BENEFÍCIOS DE de tornar o destinatário da ação assistencial
PRESTAÇÃO SOCIAL BÁSICA OU ESPE- alcançável pelas demais políticas públicas
CIAL, DIRIGIDOS ÀS FAMÍLIAS E INDI- III- respeito à dignidade do cidadão, à sua
VÍDUOS EM SITUAÇÕES DE VULNERABI- autonomia e ao seu direito a benefícios e ser-
LIDADE OU RISCO SOCIAL E PESSOAL, viços de qualidade, bem como à convivência
nos termos desta Lei, e respeitadas as deli- familiar e comunitária, VEDANDO-SE
berações do Conselho Nacional de Assistên- QUALQUER COMPROVAÇÃO VEXATÓRIA
cia Social (CNAS), de que tratam os incisos I DE NECESSIDADE
e II do art. 18. IV- igualdade de direitos no acesso ao aten-
dimento, sem discriminação de qualquer na-
§ 2o São DE ASSESSORAMENTO tureza, garantindo-se equivalência às popu-
AQUELAS QUE, DE FORMA CONTINUADA, lações urbanas e rurais
PERMANENTE E PLANEJADA, PRESTAM V- divulgação ampla dos benefícios, servi-
SERVIÇOS E EXECUTAM PROGRAMAS OU ços, programas e projetos assistenciais, bem
PROJETOS VOLTADOS PRIORITARIA- como dos recursos oferecidos pelo Poder Pú-
MENTE PARA O FORTALECIMENTO DOS blico e dos critérios para sua concessão

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Segur idade Social

SEÇÃO II BASE DE ORGANIZAÇÃO, O TERRITÓ-


Das Diretrizes RIO.

§ 2o O Suas é integrado pelos entes fe-


Art. 5º A organização da assistência so- derativos, pelos respectivos CONSELHOS DE
cial tem como base as SEGUINTES DIRETRI- ASSISTÊNCIA SOCIAL E PELAS ENTIDA-
ZES: DES E ORGANIZAÇÕES DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL ABRANGIDAS POR ESTA LEI.
I- DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICO-AD-
MINISTRATIVA para os Estados, o Distrito § 3o A instância coordenadora da Política
Federal e os Municípios, e COMANDO Nacional de Assistência Social é o Ministério do
ÚNICO das ações em cada esfera de go- Desenvolvimento Social e Combate à
verno Fome.
II- PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO, por
meio de organizações representativas, na § 4º Cabe à instância coordenadora da
formulação das políticas e no controle das Política Nacional de Assistência Social normati-
ações em todos os níveis zar e padronizar o emprego e a divulgação da
III- PRIMAZIA DA RESPONSABILIDADE identidade visual do Suas.
DO ESTADO na condução da política de as-
sistência social em cada esfera de governo § 5º A identidade visual do Suas deverá
prevalecer na identificação de unidades públi-
cas estatais, entidades e organizações de assis-
CAPÍTULO III tência social, serviços, programas, projetos e
Da Organização e da Gestão benefícios vinculados ao Suas.

Art. 6o A gestão das ações na área de Art. 6o-A. A assistência social organiza-
assistência social fica organizada sob a forma se pelos SEGUINTES TIPOS DE PROTE-
DE SISTEMA DESCENTRALIZADO E PARTI- ÇÃO:
CIPATIVO, denominado Sistema Único de As-
sistência Social (Suas), com os seguintes obje- I- PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA: conjunto
tivos: de serviços, programas, projetos e benefí-
cios da assistência social que visa a prevenir
I- consolidar a gestão compartilhada, o cofi- situações de vulnerabilidade e risco social
nanciamento e a cooperação técnica entre os por meio do desenvolvimento de potenciali-
entes federativos que, de modo articulado, dades e aquisições e do fortalecimento de
operam a proteção social não contributiva vínculos familiares e comunitários
II- integrar a rede pública e privada de ser- II- PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL: con-
viços, programas, projetos e benefícios de junto de serviços, programas e projetos que
assistência social, na forma do art. 6o-C tem por objetivo contribuir para a reconstru-
III- estabelecer as responsabilidades dos en- ção de vínculos familiares e comunitários, a
tes federativos na organização, regulação, defesa de direito, o fortalecimento das po-
manutenção e expansão das ações de assis- tencialidades e aquisições e a proteção de fa-
tência social mílias e indivíduos para o enfrentamento das
situações de violação de direitos
IV- definir os níveis de gestão, respeitadas
as diversidades regionais e municipais
Parágrafo único. A vigilância socioas-
V- implementar a gestão do trabalho e a
sistencial é um dos instrumentos das proteções
educação permanente na assistência social
da assistência social que identifica e previne as
VI- estabelecer a gestão integrada de servi- situações de risco e vulnerabilidade social e
ços e benefícios seus agravos no território.
VII- afiançar a vigilância socioassistencial e
a garantia de direitos. Art. 6o-B. As proteções sociais básica e
especial serão ofertadas pela rede socioassis-
§ 1o As ações ofertadas no âmbito do tencial, DE FORMA INTEGRADA, DIRETA-
Suas têm por OBJETIVO A PROTEÇÃO À FA- MENTE PELOS ENTES PÚBLICOS E/OU PE-
MÍLIA, À MATERNIDADE, À INFÂNCIA, À LAS ENTIDADES E ORGANIZAÇÕES DE AS-
ADOLESCÊNCIA E À VELHICE E, COMO SISTÊNCIA SOCIAL VINCULADAS AO

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SUAS, respeitadas as especificidades de cada famílias que se encontram em situação de


ação. risco pessoal ou social, por violação de direi-
tos ou contingência, que demandam inter-
§ 1o A vinculação ao Suas é o reconheci- venções especializadas da proteção social
mento pelo Ministério do Desenvolvimento So- especial.
cial e Combate à Fome de que a entidade de
assistência social integra a rede socioassisten-
cial. § 3o Os Cras e os Creas são unidades pú-
blicas estatais instituídas no âmbito do Suas,
§ 2o Para o reconhecimento referido no que possuem interface com as demais políticas
§ 1 , a entidade deverá cumprir os seguintes
o
públicas e ARTICULAM, COORDENAM E
requisitos: OFERTAM OS SERVIÇOS, PROGRAMAS,
PROJETOS E BENEFÍCIOS DA ASSISTÊN-
I- constituir-se em conformidade com o dis- CIA SOCIAL.
posto no art. 3o
II- inscrever-se em Conselho Municipal ou do Art. 6o-D. As instalações dos Cras e dos
Distrito Federal, na forma do art. 9o Creas devem ser compatíveis com os serviços
III- integrar o sistema de cadastro de enti- neles ofertados, com espaços para trabalhos
dades de que trata o inciso XI do art. 19. em grupo e ambientes específicos para recep-
ção e atendimento reservado das famílias e in-
§ 3o As entidades e organizações de as- divíduos, assegurada a acessibilidade às pes-
sistência social vinculadas ao Suas celebrarão soas idosas e com deficiência.
convênios, contratos, acordos ou ajustes com o
poder público para a execução, garantido finan- Art. 6o-E. Os recursos do cofinancia-
ciamento integral, pelo Estado, de serviços, mento do Suas, destinados à execução das
programas, projetos e ações de assistência so- ações continuadas de assistência social, pode-
cial, nos limites da capacidade instalada, aos rão ser aplicados no pagamento dos profissio-
beneficiários abrangidos por esta Lei, obser- nais que integrarem as equipes de referência,
vando-se as disponibilidades orçamentárias. responsáveis pela organização e oferta daque-
las ações, conforme percentual apresentado
§ 4o O cumprimento do disposto no § pelo Ministério do Desenvolvimento Social e
3 será informado ao Ministério do Desenvolvi-
o Combate à Fome e aprovado pelo CNAS.
mento Social e Combate à Fome pelo órgão
gestor local da assistência social. Parágrafo único. A formação das equi-
pes de referência deverá CONSIDERAR O NÚ-
Art. 6o-C. As proteções sociais, básica e MERO DE FAMÍLIAS E INDIVÍDUOS REFE-
especial, serão ofertadas precipuamente no RENCIADOS, OS TIPOS E MODALIDADES
Centro de Referência de Assistência Social DE ATENDIMENTO E AS AQUISIÇÕES QUE
(Cras) e no Centro de Referência Especializado DEVEM SER GARANTIDAS AOS USUÁRIOS,
de Assistência Social (Creas), respectivamente, conforme deliberações do CNAS.
e pelas entidades sem fins lucrativos de assis-
tência social de que trata o art. 3o desta Art. 6º-F. Fica instituído o Cadastro
Lei. Único para Programas Sociais do Governo Fe-
deral (CadÚnico), registro público eletrônico
com a finalidade de coletar, processar, sistema-
§ 1o O CRAS É A UNIDADE PÚBLICA
tizar e disseminar informações georreferencia-
MUNICIPAL, de base territorial, localizada
das para a identificação e a caracterização so-
em áreas com maiores índices de vulnerabi-
cioeconômica das famílias de baixa renda.
lidade e risco social, destinada à articulação
dos serviços socioassistenciais no seu terri-
§ 1º As famílias de baixa renda poderão
tório de abrangência e à prestação de servi-
inscrever-se no CadÚnico nas unidades públi-
ços, programas e projetos socioassistenciais
cas de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 6º-C
de proteção social básica às famílias.
desta Lei ou, nos termos do regulamento, por
meio eletrônico.
§ 2o O CREAS É A UNIDADE PÚ-
BLICA DE ABRANGÊNCIA E GESTÃO MU-
NICIPAL, ESTADUAL OU REGIONAL, des-
tinada à prestação de serviços a indivíduos e
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§ 2º A INSCRIÇÃO NO CADÚNICO É GRAMAS, EM SUAS RESPECTIVAS ESFE-


OBRIGATÓRIA PARA ACESSO A PROGRA- RAS, AOS ESTADOS, AO DISTRITO FEDE-
MAS SOCIAIS DO GOVERNO FEDERAL. RAL E AOS MUNICÍPIOS.

Art. 7º As ações de assistência social, no Art. 12. COMPETE À UNIÃO:


âmbito das entidades e organizações de assis-
tência social, observarão as normas expedidas I- responder pela concessão e manutenção
pelo Conselho Nacional de Assistência Social dos benefícios de prestação continuada defi-
(CNAS), de que trata o art. 17 desta lei. nidos no art. 203 da Constituição Federal
II- cofinanciar, por meio de transferência au-
Art. 8º A UNIÃO, OS ESTADOS, O DIS- tomática, o aprimoramento da gestão, os
TRITO FEDERAL E OS MUNICÍPIOS, OB- serviços, os programas e os projetos de as-
SERVADOS OS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES sistência social em âmbito nacional
ESTABELECIDOS NESTA LEI, FIXARÃO
III- atender, em conjunto com os Estados, o
SUAS RESPECTIVAS POLÍTICAS DE ASSIS-
Distrito Federal e os Municípios, às ações as-
TÊNCIA SOCIAL.
sistenciais de caráter de emergência
Art. 9º O funcionamento das entidades e IV- realizar o monitoramento e a avaliação
organizações de assistência social DEPENDE da política de assistência social e assessorar
DE PRÉVIA INSCRIÇÃO NO RESPECTIVO Estados, Distrito Federal e Municípios para
CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA seu desenvolvimento
SOCIAL, OU NO CONSELHO DE ASSISTÊN-
CIA SOCIAL DO DISTRITO FEDERAL, CON- Art. 12-A. A UNIÃO APOIARÁ FINAN-
FORME O CASO. CEIRAMENTE O APRIMORAMENTO À GES-
TÃO DESCENTRALIZADA dos serviços, pro-
§ 1º A regulamentação desta lei definirá gramas, projetos e benefícios de assistência so-
os critérios de inscrição e funcionamento das cial, por meio do Índice de Gestão Descentrali-
entidades com atuação em mais de um municí- zada (IGD) do Sistema Único de Assistência So-
pio no mesmo Estado, ou em mais de um Es- cial (Suas), para a utilização no âmbito dos Es-
tado ou Distrito Federal. tados, dos Municípios e do Distrito Federal, des-
tinado, sem prejuízo de outras ações a serem
§ 2º Cabe ao Conselho Municipal de As- definidas em regulamento, a:
sistência Social e ao Conselho de Assistência
Social do Distrito Federal a fiscalização das en- I- medir os resultados da gestão descentra-
tidades referidas no caput na forma prevista em lizada do Suas, com base na atuação do ges-
lei ou regulamento. tor estadual, municipal e do Distrito Federal
na implementação, execução e monitora-
§ 4º As entidades e organizações de as- mento dos serviços, programas, projetos e
sistência social podem, para defesa de seus di- benefícios de assistência social, bem como
reitos referentes à inscrição e ao funciona- na articulação intersetorial
mento, recorrer aos Conselhos Nacional, Esta- II- incentivar a obtenção de resultados qua-
duais, Municipais e do Distrito Federal. litativos na gestão estadual, municipal e do
Distrito Federal do Suas
Art. 10. A UNIÃO, OS ESTADOS, OS
III- calcular o montante de recursos a serem
MUNICÍPIOS E O DISTRITO FEDERAL PO-
repassados aos entes federados a título de
DEM CELEBRAR CONVÊNIOS COM ENTIDA-
apoio financeiro à gestão do Suas
DES E ORGANIZAÇÕES DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL, EM CONFORMIDADE COM OS PLA-
NOS APROVADOS PELOS RESPECTIVOS § 1o Os resultados alcançados pelo ente
CONSELHOS. federado na gestão do Suas, aferidos na forma
de regulamento, serão considerados como
Art. 11. As AÇÕES DAS TRÊS ESFERAS prestação de contas dos recursos a serem
DE GOVERNO NA ÁREA DE ASSISTÊNCIA transferidos a título de apoio financeiro.
SOCIAL REALIZAM-SE DE FORMA ARTICU-
LADA, CABENDO A COORDENAÇÃO E AS § 2o As transferências para apoio à ges-
NORMAS GERAIS À ESFERA FEDERAL E A tão descentralizada do Suas adotarão a siste-
COORDENAÇÃO E EXECUÇÃO DOS PRO- mática do Índice de Gestão Descentralizada do
Programa Bolsa Família, previsto no art. 8o da

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Lei no 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e serão III- executar os projetos de enfrentamento


efetivadas por meio de procedimento integrado da pobreza, incluindo a parceria com organi-
àquele índice. zações da sociedade civil
IV- atender às ações assistenciais de caráter
§ 4o Para fins de fortalecimento dos Con- de emergência
selhos de Assistência Social dos Estados, Muni-
V- prestar os serviços assistenciais de que
cípios e Distrito Federal, percentual dos recur-
trata o art. 23 desta lei
sos transferidos deverá ser gasto com ativida-
des de apoio técnico e operacional àqueles co- VI- cofinanciar o aprimoramento da gestão,
legiados, na forma fixada pelo Ministério do De- os serviços, os programas e os projetos de
senvolvimento Social e Combate à Fome, sendo assistência social em âmbito local
vedada a utilização dos recursos para paga- VII- realizar o monitoramento e a avaliação
mento de pessoal efetivo e de gratificações de da política de assistência social em seu âm-
qualquer natureza a servidor público estadual, bito
municipal ou do Distrito Federal. Art. 15. Compete aos MUNICÍPIOS:
I- destinar recursos financeiros para custeio
Art. 13. Compete aos ESTADOS: do pagamento dos benefícios eventuais de
que trata o art. 22, mediante critérios esta-
I- destinar recursos financeiros aos Municí- belecidos pelos Conselhos Municipais de As-
pios, a título de participação no custeio do sistência Social
pagamento dos benefícios eventuais de que II- efetuar o pagamento dos auxílios natali-
trata o art. 22, mediante critérios estabele- dade e funeral
cidos pelos Conselhos Estaduais de Assistên-
III- executar os projetos de enfrentamento
cia Social
da pobreza, incluindo a parceria com organi-
II- cofinanciar, por meio de transferência au- zações da sociedade civil
tomática, o aprimoramento da gestão, os
IV- atender às ações assistenciais de caráter
serviços, os programas e os projetos de as-
de emergência
sistência social em âmbito regional ou local
V- prestar os serviços assistenciais de que
III- atender, em conjunto com os Municípios,
trata o art. 23 desta lei
às ações assistenciais de caráter de emer-
gência VI- cofinanciar o aprimoramento da gestão,
os serviços, os programas e os projetos de
IV- estimular e apoiar técnica e financeira-
assistência social em âmbito local
mente as associações e consórcios munici-
pais na prestação de serviços de assistência VII- realizar o monitoramento e a avaliação
social da política de assistência social em seu âm-
bito.
V- prestar os serviços assistenciais cujos
custos ou ausência de demanda municipal
justifiquem uma rede regional de serviços, Art. 16. As INSTÂNCIAS DELIBERA-
desconcentrada, no âmbito do respectivo Es- TIVAS DO SUAS, DE CARÁTER PERMA-
tado NENTE E COMPOSIÇÃO PARITÁRIA ENTRE
GOVERNO E SOCIEDADE CIVIL, são:
VI- realizar o monitoramento e a avaliação
da política de assistência social e assessorar
os Municípios para seu desenvolvimento I- o Conselho Nacional de Assistência Social
II- os Conselhos Estaduais de Assistência So-
Art. 14. Compete ao DISTRITO FEDE- cial
RAL: III- o Conselho de Assistência Social do Dis-
trito Federal
I- destinar recursos financeiros para custeio IV- os Conselhos Municipais de Assistência
do pagamento dos benefícios eventuais de Social
que trata o art. 22, mediante critérios esta-
belecidos pelos Conselhos de Assistência So- Parágrafo único. Os Conselhos de Assis-
cial do Distrito Federal tência Social estão vinculados ao órgão gestor
II- efetuar o pagamento dos auxílios natali- de assistência social, que deve prover a infra-
dade e funeral; estrutura necessária ao seu funcionamento, ga-
rantindo recursos materiais, humanos e finan-
ceiros, inclusive com despesas referentes a

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passagens e diárias de conselheiros represen- pelos Municípios, mediante lei especí-


tantes do governo ou da sociedade civil, fica.
quando estiverem no exercício de suas atribui-
ções. Art. 18. Compete ao CONSELHO NACI-
ONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL:
Art. 17. Fica instituído o CONSELHO
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL I- aprovar a Política Nacional de Assistência
(CNAS), ÓRGÃO SUPERIOR DE DELIBERA- Social
ÇÃO COLEGIADA, vinculado à estrutura do ór- II- normatizar as ações e regular a prestação
gão da Administração Pública Federal respon- de serviços de natureza pública e privada no
sável pela coordenação da Política Nacional de campo da assistência social
Assistência Social, CUJOS MEMBROS, NOME-
III- acompanhar e fiscalizar o processo de
ADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
certificação das entidades e organizações de
TÊM MANDATO DE 2 ANOS, PERMITIDA
assistência social no Ministério do Desenvol-
UMA ÚNICA RECONDUÇÃO POR IGUAL PE-
vimento Social e Combate à
RÍODO.
Fome;
§ 1º O CONSELHO NACIONAL DE AS- IV- apreciar relatório anual que conterá a re-
SISTÊNCIA SOCIAL (CNAS) É COMPOSTO lação de entidades e organizações de assis-
POR 18 MEMBROS e respectivos suplentes, tência social certificadas como beneficentes
cujos nomes são indicados ao órgão da Admi- e encaminhá-lo para conhecimento dos Con-
nistração Pública Federal responsável pela co- selhos de Assistência Social dos Estados, Mu-
ordenação da Política Nacional de Assistência nicípios e do Distrito Federal
Social, de acordo com os critérios seguintes: V- zelar pela efetivação do sistema descen-
tralizado e participativo de assistência social
I- 9 representantes governamentais, inclu- VI- a partir da realização da II Conferência
indo 1 representante dos Estados e 1 dos Nacional de Assistência Social em 1997, con-
Municípios vocar ordinariamente a cada quatro anos a
II- 9 representantes da sociedade civil, den- Conferência Nacional de Assistência Social,
tre representantes dos usuários ou de orga- que terá a atribuição de avaliar a situação da
nizações de usuários, das entidades e orga- assistência social e propor diretrizes para o
nizações de assistência social e dos trabalha- aperfeiçoamento do sistema
dores do setor, escolhidos em foro próprio VIII- apreciar e aprovar a proposta orçamen-
sob fiscalização do Ministério Público Fede- tária da Assistência Social a ser encami-
ral. nhada pelo órgão da Administração Pública
Federal responsável pela coordenação da Po-
§ 2º O CONSELHO NACIONAL DE AS- lítica Nacional de Assistência Social
SISTÊNCIA SOCIAL (CNAS) É PRESIDIDO IX- aprovar critérios de transferência de re-
POR UM DE SEUS INTEGRANTES, ELEITO cursos para os Estados, Municípios e Distrito
DENTRE SEUS MEMBROS, PARA MANDATO Federal, considerando, para tanto, indicado-
DE 1 ANO, PERMITIDA UMA ÚNICA RE- res que informem sua regionalização mais
CONDUÇÃO POR IGUAL PERÍODO. eqüitativa, tais como: população, renda per
capita, mortalidade infantil e concentração
§ 3º O Conselho Nacional de Assistência de renda, além de disciplinar os procedimen-
Social (CNAS) contará com uma Secretaria tos de repasse de recursos para as entidades
Executiva, a qual terá sua estrutura discipli- e organizações de assistência social, sem
nada em ato do Poder Executivo. prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes
Orçamentárias;
§ 4o Os Conselhos de que tratam os in- X- acompanhar e avaliar a gestão dos recur-
cisos II, III e IV do art. 16, com competência sos, bem como os ganhos sociais e o desem-
para acompanhar a execução da política de as- penho dos programas e projetos aprovados
sistência social, apreciar e aprovar a proposta XI- estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar
orçamentária, em consonância com as diretri- os programas anuais e plurianuais do Fundo
zes das conferências nacionais, estaduais, dis- Nacional de Assistência Social (FNAS);
trital e municipais, de acordo com seu âmbito
XII- indicar o representante do Conselho Na-
de atuação, deverão ser instituídos, respectiva-
cional de Assistência Social (CNAS) junto ao
mente, pelos Estados, pelo Distrito Federal e
Conselho Nacional da Seguridade Social
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Segur idade Social

XIII- elaborar e aprovar seu regimento in- las políticas sócio-econômicas setoriais, vi-
terno sando à elevação do patamar mínimo de
XIV- divulgar, no Diário Oficial da União, to- atendimento às necessidades básicas
das as suas decisões, bem como as contas XIII- expedir os atos normativos necessários
do Fundo Nacional de Assistência Social à gestão do Fundo Nacional de Assistência
(FNAS) e os respectivos pareceres emitidos Social (FNAS), de acordo com as diretrizes
estabelecidas pelo Conselho Nacional de As-
Art. 19. Compete ao ÓRGÃO DA ADMI- sistência Social (CNAS)
NISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL RESPON- XIV- elaborar e submeter ao Conselho Naci-
SÁVEL PELA COORDENAÇÃO DA POLÍTICA onal de Assistência Social (CNAS) os progra-
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: mas anuais e plurianuais de aplicação dos re-
cursos do Fundo Nacional de Assistência So-
I- coordenar e articular as ações no campo cial (FNAS).
da assistência social
II- propor ao Conselho Nacional de Assistên- Parágrafo único. A ATENÇÃO INTE-
cia Social (CNAS) a Política Nacional de As- GRAL À SAÚDE, INCLUSIVE A DISPENSA-
sistência Social, suas normas gerais, bem ÇÃO DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS DE
como os critérios de prioridade e de elegibi- INTERESSE PARA A SAÚDE, ÀS FAMÍLIAS
lidade, além de padrões de qualidade na E INDIVÍDUOS EM SITUAÇÕES DE VULNE-
prestação de benefícios, serviços, programas RABILIDADE OU RISCO SOCIAL E PES-
e projetos SOAL, NOS TERMOS DESTA LEI, DAR-SE-Á
III- prover recursos para o pagamento dos INDEPENDENTEMENTE DA APRESENTA-
benefícios de prestação continuada definidos ÇÃO DE DOCUMENTOS QUE COMPROVEM
nesta lei DOMICÍLIO OU INSCRIÇÃO NO CADASTRO
NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS), em
IV- elaborar e encaminhar a proposta orça-
consonância com a diretriz de articulação das
mentária da assistência social, em conjunto
ações de assistência social e de saúde a que se
com as demais da Seguridade Social;
refere o inciso XII deste artigo.
V- propor os critérios de transferência dos
recursos de que trata esta lei
VI- proceder à transferência dos recursos CAPÍTULO IV
destinados à assistência social, na forma
Dos Benefícios, dos Serviços,
prevista nesta lei
dos Programas e dos Projetos de
VII- encaminhar à apreciação do Conselho
Nacional de Assistência Social (CNAS) rela- Assistência Social
tórios trimestrais e anuais de atividades e de
realização financeira dos recursos SEÇÃO I
VIII- prestar assessoramento técnico aos Es- Do Benefício de Prestação
tados, ao Distrito Federal, aos Municípios e Continuada
às entidades e organizações de assistência
social
Art. 20. O benefício de prestação conti-
IX- formular política para a qualificação sis- nuada É A GARANTIA DE UM SALÁRIO-MÍ-
temática e continuada de recursos humanos NIMO MENSAL À PESSOA COM DEFICIÊN-
no campo da assistência social CIA E AO IDOSO COM 65 ANOS OU MAIS
X- desenvolver estudos e pesquisas para QUE COMPROVEM NÃO POSSUIR MEIOS
fundamentar as análises de necessidades e DE PROVER A PRÓPRIA MANUTENÇÃO
formulação de proposições para a área NEM DE TÊ-LA PROVIDA POR SUA FAMÍ-
XI- coordenar e manter atualizado o sistema LIA.
de cadastro de entidades e organizações de
assistência social, em articulação com os Es- § 1o Para os efeitos do disposto no ca-
tados, os Municípios e o Distrito Federal; put, a família é composta pelo requerente, o
XII- articular-se com os órgãos responsáveis cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência
pelas políticas de saúde e previdência social, de um deles, a madrasta ou o padrasto, os ir-
bem como com os demais responsáveis pe- mãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e
os menores tutelados, desde que vivam sob o

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Segur idade Social

mesmo teto. renda familiar per capita a que se refere o §


3o deste artigo.
§ 2o Para efeito de concessão do benefí- § 10. Considera-se IMPEDIMENTO DE
cio de prestação continuada, considera-se PES- LONGO PRAZO, para os fins do § 2o deste ar-
SOA COM DEFICIÊNCIA AQUELA QUE TEM tigo, AQUELE QUE PRODUZA EFEITOS PELO
IMPEDIMENTO DE LONGO PRAZO DE NA- PRAZO MÍNIMO DE 2 ANOS.
TUREZA FÍSICA, MENTAL, INTELECTUAL § 11. Para concessão do benefício de que
OU SENSORIAL, O QUAL, EM INTERAÇÃO trata o caput deste artigo, poderão ser utiliza-
COM UMA OU MAIS BARREIRAS, PODE dos outros elementos probatórios da condição
OBSTRUIR SUA PARTICIPAÇÃO PLENA E de miserabilidade do grupo familiar e da situa-
EFETIVA NA SOCIEDADE EM IGUALDADE ção de vulnerabilidade, conforme regula-
DE CONDIÇÕES COM AS DEMAIS PES- mento.
SOAS. § 11-A. O regulamento de que trata o §
11 deste artigo poderá ampliar o limite de
§ 3º Observados os demais critérios de renda mensal familiar per capita previsto no §
elegibilidade definidos nesta Lei, terão direito 3º deste artigo para até 1/2 salário-mínimo,
ao benefício financeiro de que trata o ca- observado o disposto no art. 20-B desta
put deste artigo a PESSOA COM DEFICIÊN- Lei.
CIA OU A PESSOA IDOSA COM RENDA FA- § 12. São requisitos para a concessão, a
MILIAR MENSAL PER CAPITA IGUAL OU manutenção e a revisão do benefício as inscri-
INFERIOR A 1/4 DO SALÁRIO-MÍ- ções no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no
NIMO. Cadastro Único para Programas Sociais do Go-
§ 4o O benefício de que trata este artigo verno Federal - Cadastro Único, conforme pre-
NÃO PODE SER ACUMULADO PELO BENE- visto em regulamento.
FICIÁRIO COM QUALQUER OUTRO NO ÂM-
BITO DA SEGURIDADE SOCIAL OU DE OU- § 14. O benefício de prestação continu-
TRO REGIME, SALVO OS DA ASSISTÊNCIA ada ou o benefício previdenciário no valor de
MÉDICA E DA PENSÃO ESPECIAL DE NATU- até 1 salário-mínimo concedido a idoso acima
REZA INDENIZATÓRIA. de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou pes-
soa com deficiência não será computado, para
§ 5o A CONDIÇÃO DE ACOLHIMENTO fins de concessão do benefício de prestação
EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊN- continuada a outro idoso ou pessoa com defici-
CIA NÃO PREJUDICA O DIREITO DO ência da mesma família, no cálculo da renda a
IDOSO OU DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA que se refere o § 3º deste artigo.
AO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINU-
ADA. § 15. O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO
§ 6º A concessão do benefício ficará su- CONTINUADA SERÁ DEVIDO A MAIS DE
jeita à avaliação da deficiência e do grau de im- UM MEMBRO DA MESMA FAMÍLIA EN-
pedimento de que trata o § 2o, composta por QUANTO ATENDIDOS OS REQUISITOS
avaliação médica e avaliação social realizadas EXIGIDOS NESTA LEI.
por médicos peritos e por assistentes sociais do
Instituto Nacional de Seguro Social - Art. 20-B. Na avaliação de outros ele-
INSS. mentos probatórios da condição de miserabili-
§ 7o Na hipótese de não existirem servi- dade e da situação de vulnerabilidade de que
ços no município de residência do beneficiário, trata o § 11 do art. 20 desta Lei, serão consi-
fica assegurado, na forma prevista em regula- derados os seguintes aspectos para ampliação
mento, o seu encaminhamento ao município do critério de aferição da renda familiar men-
mais próximo que contar com tal estru- sal per capita de que trata o § 11-A do referido
tura. artigo:.
§ 8o A renda familiar mensal a que se re-
fere o § 3o deverá ser declarada pelo reque-
rente ou seu representante legal, sujeitando-se
aos demais procedimentos previstos no regula-
mento para o deferimento do pedido.
§ 9o Os rendimentos decorrentes de es-
tágio supervisionado e de aprendizagem não
serão computados para os fins de cálculo da

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I- o grau da deficiência do beneficiário.


II- a dependência de terceiros para o desem-
penho de atividades básicas da vida diária § 2º O BENEFÍCIO SERÁ CANCELADO
QUANDO SE CONSTATAR IRREGULARI-
III- o comprometimento do orçamento do
DADE NA SUA CONCESSÃO OU UTILIZA-
núcleo familiar de que trata o § 3º do art. 20
ÇÃO.
desta Lei exclusivamente com gastos médi-
cos, com tratamentos de saúde, com fraldas,
§ 3o O desenvolvimento das capacidades
com alimentos especiais e com medicamen-
cognitivas, motoras ou educacionais e a reali-
tos do idoso ou da pessoa com deficiência
zação de atividades não remuneradas de habi-
não disponibilizados gratuitamente pelo
litação e reabilitação, entre outras, NÃO
SUS, ou com serviços não prestados pelo
CONSTITUEM MOTIVO DE SUSPENSÃO OU
Suas, desde que comprovadamente neces-
CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO DA PESSOA
sários à preservação da saúde e da vida
COM DEFICIÊNCIA.

§ 1º A ampliação de que trata o ca- § 4º A cessação do benefício de presta-


put deste artigo ocorrerá na forma de escalas ção continuada concedido à pessoa com defici-
graduais, definidas em regulamento. ência NÃO IMPEDE NOVA CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO, DESDE QUE ATENDIDOS OS
§ 2º Aplicam-se à pessoa com deficiên- REQUISITOS DEFINIDOS EM REGULA-
cia os elementos constantes dos incisos I e III MENTO.
do caput deste artigo, e à pessoa idosa os
constantes dos incisos II e III do caput deste § 5º O beneficiário em gozo de benefício
artigo.. de prestação continuada concedido judicial ou
administrativamente poderá ser convocado
§ 3º O grau da deficiência de que trata o para avaliação das condições que ensejaram
inciso I do caput deste artigo será aferido por sua concessão ou manutenção, sendo-lhe exi-
meio de instrumento de avaliação biopsicosso- gida a presença dos requisitos previstos nesta
cial, observados os termos dos §§ 1º e 2º do Lei e no regulamento.
art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de
2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), e Art. 21-A. O benefício de prestação con-
do § 6º do art. 20 e do art. 40-B desta tinuada SERÁ SUSPENSO PELO ÓRGÃO
Lei.. CONCEDENTE QUANDO A PESSOA COM DE-
FICIÊNCIA EXERCER ATIVIDADE REMUNE-
§ 4º O valor referente ao comprometi- RADA, INCLUSIVE NA CONDIÇÃO DE MI-
mento do orçamento do núcleo familiar com CROEMPREENDEDOR INDIVI-
gastos de que trata o inciso III do caput deste DUAL.
artigo será definido em ato conjunto do Minis-
tério da Cidadania, da Secretaria Especial de § 1o Extinta a relação trabalhista ou a
Previdência e Trabalho do Ministério da Econo- atividade empreendedora de que trata o ca-
mia e do INSS, a partir de valores médios dos put deste artigo e, quando for o caso, encer-
gastos realizados pelas famílias exclusivamente rado o prazo de pagamento do seguro-desem-
com essas finalidades, facultada ao interessado prego e não tendo o beneficiário adquirido di-
a possibilidade de comprovação, conforme cri- reito a qualquer benefício previdenciário, po-
térios definidos em regulamento, de que os derá ser requerida a continuidade do paga-
gastos efetivos ultrapassam os valores mé- mento do benefício suspenso, sem necessidade
dios. de realização de perícia médica ou reavaliação
da deficiência e do grau de incapacidade para
Art. 21. O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO esse fim, respeitado o período de revisão pre-
CONTINUADA DEVE SER REVISTO A CADA visto no caput do art. 21.
2 ANOS PARA AVALIAÇÃO DA CONTINUI-
DADE DAS CONDIÇÕES QUE LHE DERAM § 2o A contratação de pessoa com defi-
ORIGEM. ciência como aprendiz NÃO ACARRETA A
SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO DE PRESTA-
§ 1º O pagamento do benefício cessa no ÇÃO CONTINUADA, LIMITADO A 2 ANOS O
momento em que forem superadas as condi- RECEBIMENTO CONCOMITANTE DA REMU-
ções referidas no caput, ou em caso de morte NERAÇÃO E DO BENEFÍCIO.

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SEÇÃO II I- às crianças e adolescentes em situação de


Dos Benefícios Eventuais risco pessoal e social, em cumprimento ao
disposto no art. 227 da Constituição Fede-
ral e na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990
Art. 22. Entendem-se por benefícios
(Estatuto da Criança e do Adolescente)
eventuais as provisões SUPLEMENTARES E
PROVISÓRIAS QUE INTEGRAM ORGANI- II- às pessoas que vivem em situação de rua
CAMENTE AS GARANTIAS DO SUAS E SÃO
PRESTADAS AOS CIDADÃOS E ÀS FAMÍ- SEÇÃO IV
LIAS EM VIRTUDE DE NASCIMENTO,
MORTE, SITUAÇÕES DE VULNERABILI-
Dos Programas de Assistência
DADE TEMPORÁRIA E DE CALAMIDADE PÚ- Social
BLICA.
Art. 24. Os programas de assistência so-
§ 1o A concessão e o valor dos benefícios cial compreendem ações integradas e comple-
de que trata este artigo serão definidos pelos mentares com objetivos, tempo e área de
Estados, Distrito Federal e Municípios e previs- abrangência definidos para qualificar, incenti-
tos nas respectivas leis orçamentárias anuais, var e melhorar os benefícios e os serviços as-
com base em critérios e prazos definidos pelos sistenciais.
respectivos Conselhos de Assistência So-
cial. § 1º Os programas de que trata este ar-
tigo serão definidos pelos respectivos Conse-
§ 2o O CNAS, ouvidas as respectivas re- lhos de Assistência Social, obedecidos os obje-
presentações de Estados e Municípios dele par- tivos e princípios que regem esta lei, com prio-
ticipantes, poderá propor, na medida das dis- ridade para a inserção profissional e social.
ponibilidades orçamentárias das 3 esferas de
governo, A INSTITUIÇÃO DE BENEFÍCIOS § 2o Os programas voltados para o idoso
SUBSIDIÁRIOS NO VALOR DE ATÉ 25% DO e a integração da pessoa com deficiência serão
SALÁRIO-MÍNIMO PARA CADA CRIANÇA devidamente articulados com o benefício de
DE ATÉ 6 ANOS DE IDADE. prestação continuada estabelecido no art. 20
§ 3o Os benefícios eventuais subsidiários desta Lei.
não poderão ser cumulados com aqueles insti-
tuídos pelas Leis no 10.954, de 29 de setembro Art. 24-A. Fica instituído o Serviço de
de 2004, e no 10.458, de 14 de maio de Proteção e Atendimento Integral à Família
2002. (Paif), que integra a proteção social básica e
consiste na oferta de ações e serviços socioas-
SEÇÃO III sistenciais de prestação continuada, nos Cras,
Dos Serviços por meio do trabalho social com famílias em si-
tuação de vulnerabilidade social, com o objetivo
de prevenir o rompimento dos vínculos familia-
Art. 23. Entendem-se por serviços soci- res e a violência no âmbito de suas relações,
oassistenciais as atividades CONTINUADAS garantindo o direito à convivência familiar e co-
QUE VISEM À MELHORIA DE VIDA DA PO- munitária.
PULAÇÃO E CUJAS AÇÕES, VOLTADAS
PARA AS NECESSIDADES BÁSICAS, OB- Parágrafo único. Regulamento definirá
SERVEM OS OBJETIVOS, PRINCÍPIOS E as diretrizes e os procedimentos do
DIRETRIZES ESTABELECIDOS NESTA Paif.
LEI.
Art. 24-B. FICA INSTITUÍDO O SER-
§ 1o O regulamento instituirá os serviços VIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO ES-
socioassistenciais. PECIALIZADO A FAMÍLIAS E INDIVÍDUOS
(PAEFI), QUE INTEGRA A PROTEÇÃO SO-
§ 2o Na organização dos serviços da as- CIAL ESPECIAL E CONSISTE NO APOIO,
sistência social serão criados programas de am- ORIENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO A FA-
paro, entre outros: MÍLIAS E INDIVÍDUOS EM SITUAÇÃO DE
AMEAÇA OU VIOLAÇÃO DE DIREITOS, arti-
culando os serviços socioassistenciais com as

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diversas políticas públicas e com órgãos do sis- Seção VI


tema de garantia de direitos. Do Auxílio-Inclusão
Parágrafo único. Regulamento definirá Art. 26-A. Terá direito à concessão do
as diretrizes e os procedimentos do Paefi. auxílio-inclusão de que trata o art. 94 da Lei nº
13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da
Art. 24-C. FICA INSTITUÍDO O PRO- Pessoa com Deficiência), a PESSOA COM DE-
GRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO FICIÊNCIA MODERADA OU GRAVE QUE,
INFANTIL (PETI), DE CARÁTER INTERSE- CUMULATIVAMENTE:
TORIAL, INTEGRANTE DA POLÍTICA NACI-
ONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, que, no
I- receba o benefício de prestação continu-
âmbito do Suas, compreende transferências de
ada, de que trata o art. 20 desta Lei, e passe
renda, trabalho social com famílias e oferta de
a exercer atividade:
serviços socioeducativos para crianças e ado-
a) que tenha remuneração limitada a 2
lescentes que se encontrem em situação de tra-
salários-mínimos
balho.
b) que enquadre o beneficiário como se-
gurado obrigatório do Regime Geral
§ 1o O Peti tem abrangência nacional e
de Previdência Social ou como filiado
será desenvolvido de forma articulada pelos en-
a regime próprio de previdência social
tes federados, com a participação da sociedade
da União, dos Estados, do Distrito Fe-
civil, e tem como objetivo contribuir para a re-
deral ou dos Municípios
tirada de crianças e adolescentes com idade in-
ferior a 16 anos em situação de trabalho, res- II- tenha inscrição atualizada no CadÚnico
salvada a condição de aprendiz, a partir de 14 no momento do requerimento do auxílio-in-
anos. clusão
III- tenha inscrição regular no CPF
§ 2o As crianças e os adolescentes em IV- atenda aos critérios de manutenção do
situação de trabalho deverão ser identificados benefício de prestação continuada, incluídos
e ter os seus dados inseridos no Cadastro Único os critérios relativos à renda familiar men-
para Programas Sociais do Governo Federal sal per capita exigida para o acesso ao bene-
(CadÚnico), com a devida identificação das si- fício, observado o disposto no § 4º deste ar-
tuações de trabalho infantil. tigo

SEÇÃO V § 1º O AUXÍLIO-INCLUSÃO PODERÁ


Dos Projetos de Enfrenta- AINDA SER CONCEDIDO, nos termos do in-
mento da Pobreza ciso I do caput deste artigo, MEDIANTE RE-
QUERIMENTO E SEM RETROATIVIDADE NO
PAGAMENTO, AO BENEFICIÁRIO:
Art. 25. Os projetos de enfrentamento da
pobreza compreendem a instituição de INVES-
TIMENTO ECONÔMICO-SOCIAL NOS GRU- I- que tenha recebido o benefício de presta-
POS POPULARES, BUSCANDO SUBSIDIAR, ção continuada nos 5 anos imediatamente
FINANCEIRA E TECNICAMENTE, INICIATI- anteriores ao exercício da atividade remune-
VAS QUE LHES GARANTAM MEIOS, CAPA- rada
CIDADE PRODUTIVA E DE GESTÃO PARA II- que tenha tido o benefício suspenso
MELHORIA DAS CONDIÇÕES GERAIS DE nos termos do art. 21-A desta Lei.
SUBSISTÊNCIA, ELEVAÇÃO DO PADRÃO
DA QUALIDADE DE VIDA, A PRESERVAÇÃO § 2º O valor do auxílio-inclusão perce-
DO MEIO-AMBIENTE E SUA ORGANIZAÇÃO bido por um membro da família não será consi-
SOCIAL. derado no cálculo da renda familiar mensal per
capita de que trata o inciso IV do caput deste
Art. 26. O incentivo a projetos de enfren- artigo, para fins de concessão e de manutenção
tamento da pobreza assentar-se-á em meca- de outro auxílio-inclusão no âmbito do mesmo
nismos de articulação e de participação de di- grupo familiar.
ferentes áreas governamentais e em sistema
de cooperação entre organismos governamen- § 3º O valor do auxílio-inclusão e o da
tais, não governamentais e da sociedade civil. remuneração do beneficiário do auxílio-inclusão

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de que trata a alínea “a” do inciso I do ca- Parágrafo único. Ato do Poder Executivo
put deste artigo percebidos por um membro da federal disporá sobre o procedimento de verifi-
família não serão considerados no cálculo da cação dos critérios de manutenção e de revisão
renda familiar mensal per capita de que tratam do auxílio-inclusão.
os §§ 3º e 11-A do art. 20 desta Lei para fins
de manutenção de benefício de prestação con- Art. 26-E. O AUXÍLIO-INCLUSÃO
tinuada concedido anteriormente a outra pes- NÃO ESTÁ SUJEITO A DESCONTO DE
soa do mesmo grupo familiar. QUALQUER CONTRIBUIÇÃO E NÃO GERA
DIREITO A PAGAMENTO DE ABONO
§ 4º Para fins de cálculo da renda fami- ANUAL.
liar per capita de que trata o inciso IV do ca-
put deste artigo, SERÃO DESCONSIDERA- Art. 26-F. Compete ao Ministério da Ci-
DAS: dadania a gestão do auxílio-inclusão, e ao INSS
a sua operacionalização e pagamento.
I- as remunerações obtidas pelo requerente
em decorrência de exercício de atividade la- Art. 26-G. As despesas decorrentes do
boral, desde que o total recebido no mês seja pagamento do auxílio-inclusão correrão à conta
igual ou inferior a 2 salários-mínimos do orçamento do Ministério da Cidadania.
II- as rendas oriundas dos rendimentos de- § 1º O Poder Executivo federal compati-
correntes de estágio supervisionado e de bilizará o quantitativo de benefícios financeiros
aprendizagem. do auxílio-inclusão de que trata o art. 26-A
desta Lei com as dotações orçamentárias exis-
tentes.
Art. 26-B. O auxílio-inclusão será devido
a partir da data do requerimento, e o SEU VA-
§ 2º O regulamento indicará o órgão do
LOR CORRESPONDERÁ A 50% DO VALOR
Poder Executivo responsável por avaliar os im-
DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINU-
pactos da concessão do auxílio-inclusão na par-
ADA EM VIGOR.
ticipação no mercado de trabalho, na redução
de desigualdades e no exercício dos direitos e
Parágrafo único. AO REQUERER O AU-
liberdades fundamentais das pessoas com defi-
XÍLIO-INCLUSÃO, O BENEFICIÁRIO AUTO-
ciência, nos termos do § 16 do art. 37 da Cons-
RIZARÁ A SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO DE
tituição Federal.
PRESTAÇÃO CONTINUADA, nos termos do
art. 21-A desta Lei.
Art. 26-H. No prazo de 10 anos, contado
Art. 26-C. O pagamento do auxílio-in-
da data de publicação desta Seção, será pro-
clusão NÃO SERÁ ACUMULADO COM O PA-
movida a revisão do auxílio-inclusão, obser-
GAMENTO DE:
vado o disposto no § 2º do art. 26-G desta Lei,
com vistas a seu aprimoramento e amplia-
I- benefício de prestação continuada de que ção.
trata o art. 20 desta Lei
II- prestações a título de aposentadoria, de
pensões ou de benefícios por incapacidade CAPÍTULO V
pagos por qualquer regime de previdência
Do Financiamento da
social
Assistência Social
III- seguro-desemprego

Art. 27. Fica o Fundo Nacional de Ação


Art. 26-D. O pagamento do auxílio-in-
Comunitária (Funac), instituído pelo Decreto nº
clusão CESSARÁ NA HIPÓTESE DE O BENE-
91.970, de 22 de novembro de 1985, ratificado
FICIÁRIO:
pelo Decreto Legislativo nº 66, de 18 de de-
zembro de 1990, transformado no Fundo Naci-
I- deixar de atender aos critérios de manu- onal de Assistência Social (FNAS).
tenção do benefício de prestação continuada
II- deixar de atender aos critérios de conces-
são do auxílio-inclusão Art. 28. O financiamento dos benefícios,
serviços, programas e projetos estabelecidos
nesta lei FAR-SE-Á COM OS RECURSOS DA

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UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FE- I- Conselho de Assistência Social, de compo-


DERAL E DOS MUNICÍPIOS, DAS DEMAIS sição paritária entre governo e sociedade ci-
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVISTAS vil
NO ART. 195 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, II- Fundo de Assistência Social, com orienta-
ALÉM DAQUELES QUE COMPÕEM O FUNDO ção e controle dos respectivos Conselhos de
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Assistência Social
(FNAS).
III- Plano de Assistência Social
§ 1o Cabe ao órgão da Administração Pú-
blica responsável pela coordenação da Política Parágrafo único. É, ainda, condição
de Assistência Social NAS 3 ESFERAS DE GO- para transferência de recursos do FNAS aos Es-
VERNO GERIR O FUNDO DE ASSISTÊNCIA tados, ao Distrito Federal e aos Municípios a
SOCIAL, SOB ORIENTAÇÃO E CONTROLE comprovação orçamentária dos recursos pró-
DOS RESPECTIVOS CONSELHOS DE ASSIS- prios destinados à Assistência Social, alocados
TÊNCIA SOCIAL. em seus respectivos Fundos de Assistência So-
cial, a partir do exercício de 1999.
§ 2º O Poder Executivo disporá, no prazo
de 180 dias a contar da data de publicação Art. 30-A. O cofinanciamento dos servi-
desta lei, sobre o regulamento e funcionamento ços, programas, projetos e benefícios eventu-
do Fundo Nacional de Assistência Social ais, no que couber, e o aprimoramento da ges-
(FNAS). tão da política de assistência social no Suas se
efetuam por meio de transferências automáti-
§ 3o O FINANCIAMENTO DA ASSIS- cas entre os fundos de assistência social e me-
TÊNCIA SOCIAL NO SUAS DEVE SER EFE- diante alocação de recursos próprios nesses
TUADO MEDIANTE COFINANCIAMENTO fundos nas 3 esferas de governo.
DOS 3 ENTES FEDERADOS, DEVENDO OS
RECURSOS ALOCADOS NOS FUNDOS DE Parágrafo único. As TRANSFERÊN-
ASSISTÊNCIA SOCIAL SER VOLTADOS À CIAS AUTOMÁTICAS DE RECURSOS entre os
OPERACIONALIZAÇÃO, PRESTAÇÃO, fundos de assistência social efetuadas à conta
APRIMORAMENTO E VIABILIZAÇÃO DOS do orçamento da seguridade social, conforme
SERVIÇOS, PROGRAMAS, PROJETOS E BE- o art. 204 da Constituição Federal, CARACTE-
NEFÍCIOS DESTA POLÍTICA. RIZAM-SE COMO DESPESA PÚBLICA COM A
SEGURIDADE SOCIAL, na forma do art. 24 da
Art. 29. Os recursos de responsabilidade Lei Complementar no 101, de 4 de maio de
da União destinados à assistência social serão 2000.
automaticamente repassados ao Fundo Nacio-
nal de Assistência Social (FNAS), à medida que Art. 30-B. Caberá ao ente federado res-
se forem realizando as receitas. ponsável pela utilização dos recursos do res-
pectivo Fundo de Assistência Social o controle
Parágrafo único. Os recursos de res- e o acompanhamento dos serviços, programas,
ponsabilidade da União destinados ao financia- projetos e benefícios, por meio dos respectivos
mento dos benefícios de prestação continuada, órgãos de controle, independentemente de
previstos no art. 20, poderão ser repassados ações do órgão repassador dos recur-
pelo Ministério da Previdência e Assistência So- sos.
cial diretamente ao INSS, órgão responsável
pela sua execução e manutenção. Art. 30-C. A utilização dos recursos fe-
derais descentralizados para os fundos de as-
Art. 30. É CONDIÇÃO PARA OS RE- sistência social dos Estados, dos Municípios e
PASSES, aos Municípios, aos Estados e ao Dis- do Distrito Federal será declarada pelos entes
trito Federal, dos recursos de que trata esta lei, recebedores ao ente transferidor, anualmente,
a efetiva instituição e funcionamento de: mediante relatório de gestão submetido à apre-
ciação do respectivo Conselho de Assistência
Social, que comprove a execução das ações na
forma de regulamento.

Parágrafo único. Os entes transferido-


res poderão requisitar informações referentes à
aplicação dos recursos oriundos do seu fundo

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de assistência social, para fins de análise e organização de assistência social, observado o


acompanhamento de sua boa e regular utiliza- disposto no art. 3º desta lei.
ção.
Art. 34. A União continuará exercendo
CAPÍTULO VI papel supletivo nas ações de assistência social,
Das Disposições Gerais e por ela atualmente executadas diretamente no
âmbito dos Estados, dos Municípios e do Dis-
Transitórias trito Federal, visando à implementação do dis-
posto nesta lei, por prazo máximo de 12 meses,
Art. 31. CABE AO MINISTÉRIO PÚ- contados a partir da data da publicação desta
BLICO ZELAR PELO EFETIVO RESPEITO lei.
AOS DIREITOS ESTABELECIDOS NESTA
LEI. Art. 35. Cabe ao órgão da Administração
Pública Federal responsável pela coordenação
Art. 32. O Poder Executivo terá o prazo da Política Nacional de Assistência Social operar
de 60 DIAS, A PARTIR DA PUBLICAÇÃO os benefícios de prestação continuada de que
DESTA LEI, OBEDECIDAS AS NORMAS POR trata esta lei, podendo, para tanto, contar com
ELA INSTITUÍDAS, PARA ELABORAR E EN- o concurso de outros órgãos do Governo Fede-
CAMINHAR PROJETO DE LEI DISPONDO ral, na forma a ser estabelecida em regula-
SOBRE A EXTINÇÃO E REORDENAMENTO mento.
DOS ÓRGÃOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO
MINISTÉRIO DO BEM-ESTAR SOCIAL. Parágrafo único. O regulamento de que
trata o caput definirá as formas de comprova-
§ 1º O projeto de que trata este artigo ção do direito ao benefício, as condições de sua
definirá formas de transferências de benefícios, suspensão, os procedimentos em casos de cu-
serviços, programas, projetos, pessoal, bens ratela e tutela e o órgão de credenciamento, de
móveis e imóveis para a esfera municipal. pagamento e de fiscalização, dentre outros as-
pectos.
§ 2º O Ministro de Estado do Bem-Estar
Social indicará Comissão encarregada de elabo- Art. 36. As entidades e organizações de
rar o projeto de lei de que trata este artigo, que assistência social que incorrerem em irregulari-
contará com a participação das organizações dades na aplicação dos recursos que lhes foram
dos usuários, de trabalhadores do setor e de repassados pelos poderes públicos terão a sua
entidades e organizações de assistência social. vinculação ao Suas cancelada, sem prejuízo de
responsabilidade civil e penal.
Art. 33. DECORRIDO O PRAZO DE 120
DIAS DA PROMULGAÇÃO DESTA LEI, FICA Art. 37. O benefício de prestação conti-
EXTINTO O CONSELHO NACIONAL DE SER- nuada será devido após o cumprimento, pelo
VIÇO SOCIAL (CNSS), revogando-se, em requerente, de todos os requisitos legais e re-
conseqüência, os Decretos-Lei nºs 525, de 1º gulamentares exigidos para a sua concessão,
de julho de 1938, e 657, de 22 de julho de inclusive apresentação da documentação ne-
1943. cessária, devendo o seu pagamento ser efetu-
ado em até quarenta e cinco dias após cumpri-
§ 1º O Poder Executivo tomará as provi- das as exigências de que trata este ar-
dências necessárias para a instalação do Con- tigo.
selho Nacional de Assistência Social (CNAS) e a
transferência das atividades que passarão à sua Parágrafo único. No caso de o pri-
competência dentro do prazo estabelecido no meiro pagamento ser feito após o prazo pre-
caput, de forma a assegurar não haja solução visto no caput, aplicar-se-á na sua atualização
de continuidade. o mesmo critério adotado pelo INSS na atuali-
zação do primeiro pagamento de benefício pre-
§ 2º O acervo do órgão de que trata o videnciário em atraso.
caput será transferido, no prazo de 60 (ses-
senta) dias, para o Conselho Nacional de Assis- Art. 39. O Conselho Nacional de Assis-
tência Social (CNAS), que promoverá, medi- tência Social (CNAS), por decisão da maioria
ante critérios e prazos a serem fixados, a revi- absoluta de seus membros, respeitados o orça-
são dos processos de registro e certificado de mento da seguridade social e a disponibilidade
entidade de fins filantrópicos das entidades e do Fundo Nacional de Assistência Social
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(FNAS), poderá propor ao Poder Executivo a al- Art. 42. Revogam-se as disposições em
teração dos limites de renda mensal per capita contrário.
definidos no § 3º do art. 20 e caput do art. 22.
Brasília, 7 de dezembro de 1993, 172º
Art. 40. Com a implantação dos benefí- da Independência e 105º da República.
cios previstos nos arts. 20 e 22 desta lei, extin-
guem-se a renda mensal vitalícia, o auxílio-na-
talidade e o auxílio-funeral existentes no âm-
bito da Previdência Social, conforme o disposto
na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.

§ 1º A transferência dos benefíciários


do sistema previdenciário para a assistência so-
cial deve ser estabelecida de forma que o aten-
dimento à população não sofra solução de con-
tinuidade.

§ 2º É assegurado ao maior de setenta


anos e ao inválido o direito de requerer a renda
mensal vitalícia junto ao INSS até 31 de de-
zembro de 1995, desde que atenda, alternati-
vamente, aos requisitos estabelecidos nos inci-
sos I, II ou III do § 1º do art. 139 da Lei
nº 8.213, de 24 de julho de 1991.

Art. 40-A. Os benefícios monetários de-


correntes do disposto nos arts. 22, 24-C e 25
desta Lei serão pagos preferencialmente à mu-
lher responsável pela unidade familiar, quando
cabível.

Art. 40-B. Enquanto não estiver regula-


mentado o instrumento de avaliação de que
tratam os §§ 1º e 2º do art. 2º da Lei nº
13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da
Pessoa com Deficiência), a concessão do bene-
fício de prestação continuada à pessoa com de-
ficiência ficará sujeita à avaliação do grau da
deficiência e do impedimento de que trata o §
2º do art. 20 desta Lei, composta por avaliação
médica e avaliação social realizadas, respecti-
vamente, pela Perícia Médica Federal e pelo
serviço social do INSS, com a utilização de ins-
trumentos desenvolvidos especificamente para
esse fim.

Art. 40-C. Os eventuais débitos do be-


neficiário decorrentes de recebimento irregular
do benefício de prestação continuada ou do au-
xílio-inclusão poderão ser consignados no valor
mensal desses benefícios, nos termos do regu-
lamento.

Art. 41. Esta lei entra em vigor na data


da sua publicação.

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