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ENGENHARIA I EDUCAÇÃO

Os 120 anos da Escola


Politécnica de São Paulo
Mil razões para comemorar
JOSÉ LUIZ PEREIRA DA COSTA DIAS*
JOSÉ ROBERTO CARDOSO**
Escola Politécnica da Uni- leceu o Gabinete Topográfico, que funcio- a primeira instituição brasileira de ensino supe-
versidade de São Paulo – nou apenas até 1849. Affonso d’Escragnole rior criada por um Estado³ e a terceira escola
popularmente conhecida Taunay considerou esse Gabinete como um de engenharia do país, após a Escola Politécnica
como Poli – é hoje uma das “avoengo” da Escola Politécnica¹. do Rio de Janeiro (1808) e a Escola de Minas
mais conceituadas e respei- O Congresso Legislativo do Estado de São de Ouro Preto (1876)4. A instalação da Escola
tadas escolas de engenharia do mundo. Ao Paulo, estabelecido com a República, refletia Politécnica ocorreu em 15 de fevereiro de 1894,
rigor das formações científica e prática em em seus debates os conceitos positivistas da em prédio adquirido do Barão de Três Rios, no
seus cursos de graduação e pós-graduação época. Intensas discussões ocorreram sobre o bairro paulistano da Luz – a “Poli velha”.
se junta a produção de novos conhecimen- papel do Estado na “instrução pública” e sua Ao contrário de suas predecessoras, de
tos, evidenciada pela significativa produção responsabilidade no ensino tecnológico. Em tradição e estrutura das escolas francesas, a
de artigos técnicos e científicos, em média 11 de maio de 1892, o Congresso Legislativo Escola Politécnica surgiu dentro dos concei-
cinco publicações/professor/ano, fruto das decretou a Lei nº 26, que criava uma Escola tos das escolas de engenharia alemãs5. Isto foi
pesquisas nela desenvolvidas. Mais de 200 Superior de Agricultura e outra de Engenha- devido principalmente a Antonio Francisco de
convênios com empresas e outras institui- ria, para a formação de “engenheiros práticos, Paula Souza6,7. Membro do Congresso Legis-
ções, públicas e privadas, criam um círculo construtores e condutores de máquinas, mes- lativo, ele foi uma força motriz para o esta-
virtuoso de inovação que beneficia a socie- tres de oficinas e diretores de indústrias”; em belecimento de uma escola de engenharia em
dade como um todo. Há 12 anos, a instituição 17 de agosto do mesmo ano decretou a Lei nº São Paulo e autor do projeto de lei que criou
lançou um vasto programa de internaciona- 67, criando o Instituto Polytechnico de São a Escola Politécnica, tendo ainda sido seu
lização, o qual enviou mais de 1 500 alunos Paulo, “escola superior de matemáticas e ciên- primeiro Diretor, durante 23 anos, até o seu
para as principais instituições de ensino e cias aplicadas às artes e indústrias”². falecimento, em 1917. Por isto, Paula Souza é
pesquisa do exterior. Aproximadamente 20% Da combinação dessas duas leis resultou a justamente considerado o fundador da Poli.
deste contingente participaram do Programa Lei Estadual nº 191, de 24 de agosto de 1893, Antonio Francisco de Paula Souza nasceu
de Dupla Titulação. Somente em 2012, a Poli criando a ‘Escola Polytechnica de São Paulo’. Foi em Itu, São Paulo, em 1844. Era neto materno
mandou mais de 200 alunos para completar
seus estudos fora do país. Esta postura cau-
sou impacto sensível na estrutura curricular
de seus cursos, tornando-os ainda mais flexí-
veis e modernos, adequando-os às exigências
do novo tempo das engenharias.
Atualmente estruturada em 15 de-
partamentos que englobam praticamen-
te todas as áreas da tecnologia, a Escola
Politécnica da USP tem hoje 17 cursos de
graduação, com 4 500 alunos, e 11 de pós-
graduação, com 2 500 alunos, bem como
500 docentes e 500 servidores técnico-
administrativos, que ocupam uma área de
150 000 metros quadrados na Cidade Uni-
versitária de São Paulo.
A Escola Politécnica da USP completa
120 anos. Este artigo apresenta alguns as-
pectos de sua história e de suas contribui-
ções à tecnologia e à sociedade brasileira.

FUNDAÇÃO E PRIMEIROS TEMPOS


Em 1835, a então Província de São Pau- Vista aérea das instalações da Escola Politécnica na Cidade Universitária Armando de Salles
lo, visando formação de topógrafos, estabe- Oliveira da Universidade de São Paulo

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do Primeiro Barão de Piracicaba, um “barão OS ENSINOS TÉCNICO gente trabalho de teste e caracterização de
do café”. Seu pai, de mesmo nome, era mé- E PROFISSIONAL materiais de construção civil, realizado pelo
dico (Louvain, 1842), e foi membro da As- Em seu início, a Escola Politécnica da USP Gabinete de Resistência de Materiais, ins-
sembleia Provincial de São Paulo, Ministro da oferecia ainda cursos de formação de mão talado em 1899. Pela primeira vez foram
Agricultura do Governo Imperial em 1865 e de obra técnica, como os de Artes Mecâni- caracterizados materiais de construção dis-
membro da Câmara dos Deputados do Impé- cas (1893-1894), Químicos Industriais (1920- poníveis ou produzidos no país. Em 1926, o
rio, onde apresentou o primeiro projeto de lei 1935), Maquinistas (1893-1911) e, até mesmo, Gabinete foi transformado no Laboratório
abolindo totalmente a escravidão no Brasil. de Contadores (1894-1918)12. de Teste de Materiais, sob a supervisão do
Paula Souza, fundador da Escola Politéc- A Poli desde seu início contribuiu para o Professor Ary Frederico Torres (Civil, 1920).
nica da USP, fez o curso secundário em Dres- ensino técnico de nível secundário. Além de Após expandir seu escopo para outras áreas,
den (1857-1860) e Engenharia no Polytechni- oferecer os cursos citados, a instituição teve em 1934, o Laboratório foi transformado no
kum de Zurique (1861-1863) e, posteriormente, grande cooperação e integração com Liceu Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
em Karlsruhe (1864-1867). Retornando a São de Artes e Ofícios de São Paulo, criado em Paulo (IPT), associado à Poli e tendo Ary
Paulo atuou como engenheiro até 1869, quan- 1873. Em 1890, Francisco de Paula Ramos de Torres como seu Diretor. A Poli e o IPT ti-
do foi para os Estados Unidos, onde trabalhou Azevedo assumiu a direção do Liceu, locali- veram papéis importantes na normalização
como engenheiro na ferrovia Rockfort- Rhode zado próximo à “Poli velha”. Um dos maiores técnica brasileira desde seus primórdios, e
Island & St. Louis. De volta a São Paulo, em engenheiros e arquitetos brasileiros, Ramos foram centrais para a criação, em 1940, da
1871, dedicou-se à construção civil e de ferro- de Azevedo foi professor da Escola Politécni- Associação Brasileira de Normas Técnicas
vias, em especial na Cia. Ytuana. ca desde sua instalação, e seu diretor de 1917 (ABNT), que teve Ary Torres como seu pri-
Paula Souza foi um dos signatários da Con- até seu falecimento em 192813. meiro Presidente16.
venção de Itu, em 1873, que resultou na criação Em 1913 a Escola Politécnica trouxe Robert Em 1901, a disciplina Eletrotécnica foi
do Partido Republicano Paulista. Foi presidente Auguste Edmond Mange – suíço graduado pela introduzida no currículo. O curso de Enge-
do Congresso Legislativo de São Paulo de mar- Politécnica de Zurich em 1910 – para ministrar nheiros Eletricistas foi criado em 1907, mas
ço de 1892 a março de 1893. No governo Floria- a disciplina de Tecnologia Mecânica. No início somente em 1911 foi implementado com a de-
no Peixoto, foi ministro das Relações Exteriores dos anos 1940, Roberto Mange – como pas- nominação de Engenheiros Mecânicos e Eletri-
(dezembro de 1892 a abril de 1893) e ministro sou a assinar após sua naturalização – criou cistas. Em 1918, houve a separação em Enge-
de Indústria, Transportes e Obras Públicas (abril e organizou o Senai, juntamente com líderes nheiros Eletricistas e Engenheiros Mecânicos,
a setembro de 1893). Com a instalação da Es- empresariais brasilei-
cola Politécnica, Paula Souza assumiu sua Dire- ros, entre os quais se
toria e as disciplinas de Resistência dos Mate- destacou Roberto Si-
riais, Estabilidade das Construções e Geometria, monsen [(Civil, 1909)
permanecendo totalmente dedicado àquela que – quando citados nes-
chamava “a minha Escola” até sua morte, em 13 te artigo os graduados
de abril de 19178. pela Escola Politécnica
Seu filho, Geraldo Horácio de Paula têm o nome seguido
Souza, foi, em 1918, o primeiro professor de pelo curso e ano de
Higiene da Faculdade de Medicina de São conclusão]. Roberto
Paulo, criada em 1913, e em 1922 fundou a Mange permaneceu
atual Faculdade de Saúde Pública da USP9. como professor da
Quando de sua instalação, em 15 de feve- Escola Politécnica, Di-
reiro de 1894, a Poli contava com sete professo- retor Superintendente
res (incluindo Paula Souza), 31 alunos regulares do Senai e responsável
e 28 “ouvintes”, oferecendo os cursos de Enge- pelos cursos da área
nharia Civil, Industrial e Agronômica; logo após de Mecânica do Liceu
foram implementados os cursos de Engenheiros de Artes e Ofícios até
Geógrafos e o de Engenheiros Arquitetos. Em sua morte, em 195514.
1911 o curso de Engenharia Agronômica foi
descontinuado, tendo em vista sua implemen- COLABORAÇÃO
tação na então Escola Agrícola Prática Luiz de COM INSTITUIÇÕES
Queiroz (atual Escola Superior de Agricultura PÚBLICAS E
Luiz de Queiroz), em Piracicaba10. Luiz Vicen- PRIVADAS
te de Souza Queiroz, fundador da ESALQ, era A Escola Politéc-
primo em primeiro grau de Paula Souza, ambos nica sempre manteve
netos de Francisco de Paula Souza e Melo, e o estreita colabora-
pensamento de Paula Souza influenciou a filo- ção com a indústria,
sofia e a estrutura da Escola Agrícola11. O curso construtores, estra-
de Engenheiros Geógrafos foi descontinuado das de ferro e outras
em 1897, e o de Engenheiros Industriais, em organizações públi-
1925. O curso de Engenheiros Arquitetos gerou cas e privadas15.
em 1948 a atual Faculdade de Arquitetura e Ur- Já em 1903, foi Lei 191, de 24 de agosto de 1893, publicada no Diário Oficial do Estado
banismo da USP (FAU/USP). concluído um abran- de São Paulo de 7 de setembro de 1893

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que foram reunidos novamente em 1939, para estrutura, pau-marfim na hélice e pinho, cedro meiro curso de engenharia naval na América
em 1955 serem novamente separados17. e jequitibá nas placas de cobertura24. Latina. A implantação deste curso, aberto a ci-
A introdução da disciplina Eletrotécnica, No final da década de 1940, o Brasil come- vis e oficiais da Marinha, teve a participação de
em 1901, levou à criação do Gabinete de Fí- çava a sua fase de industrialização. São Paulo professores do Massachusetts Institute of Tec-
sica Industrial e Eletrotécnica; em 1911, teve iniciava o aproveitamento extensivo de seus re- nology (MIT) e de outras instituições estran-
seu nome alterado para Gabinete de Eletro- cursos hídricos para geração de energia. A Poli geiras. Tal convênio tem sido periodicamente
técnica, pois os cursos de Engenheiro Mecâ- criou um modesto Laboratório de Hidráulica, atualizado e ampliado desde então, resultando
nico e Engenheiro Eletricista levaram a uma sob a liderança do Professor Lucas Nogueira em novas áreas de pesquisa e ensino. Ainda em
predominância de matérias de eletrotécnica. Garcez (Civil, 1936), titular da Cadeira de Hi- 1956, foi construído no IPT, em cooperação
Nos anos 1920, foi construído o Prédio dráulica. O professor Garcez foi governador de com a Marinha, tanque de provas para ensaio
da Eletricidade, que recebeu o nome oficial São Paulo (1951-1955), quando criou o Depar- de cascos e hélices de navios. Em 1959, foi pro-
de Prédio Ramos de Azevedo, quando de seu tamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e jetado o navio oceanográfico Professor Wla-
falecimento; neste prédio foi instalado, em as Usinas Elétricas do Paranapanema (USELPA). dimir Besnard, construído posteriormente na
1926, o já ampliado Laboratório de Máqui- Rapidamente o Laboratório passou a realizar Noruega. O projeto foi liderado pelo almirante
nas e Eletrotécnica18. Sua contínua expan- ensaios e pesquisas em quantidade e comple- Yaperi Tupiassu de Britto Guerra, professor de
são levou a sua transformação, em 1931, em xidade crescentes e, em 1951, começaram as Teoria do Navio na Escola Politécnica25.
Instituto de Eletrotécnica, posteriormente obras do que é hoje o Centro Tecnológico de Em 1968, por iniciativa do professor An-
Instituto de Eletrotécnica e Energia, e atu- Hidráulica (CTH) na Cidade Universitária de São tonio Hélio Guerra Vieira (Mecânico e Ele-
almente Instituto de Energia e Ambiente19. tricista, 1953; Diretor da Escola Politécnica,
O Instituto de Eletrotécnica, além de 1980-1982; Reitor da USP, 1980-1986), foi
suas atividades didáticas e de pesquisa, criado o Laboratório de Sistemas Digitais
sempre manteve estreita cooperação com a (LSD). Em 1971, o LSD concluiu o projeto,
indústria nacional. Já em 1920, teve papel desenvolvimento e construção do hardware e
fundamental na eletrificação da Cia. Paulista software do primeiro computador nacional, o
de Estradas de Ferro20. Emitiu seu “Certifi- Patinho Feio. Entre 1973 e 1975, foi projeta-
cado Oficial nº 1” em 18 de janeiro de 1927 do e construído o minicomputador G-10, para
– a medição do rendimento de um aquece- uso embarcado pela Marinha do Brasil26.
dor elétrico fabricado por Francisco Chia-
ppazzo & Cia21. Até hoje o Instituto emitiu A REVOLUÇÃO DE 1932
mais de 80 000 certificados de ensaio, em A Escola Politécnica da USP teve atuação
todas as áreas da tecnologia elétrica. Duran- destacada na Revolução Constitucionalista
te a Segunda Guerra Mundial o Instituto de de 1932. Seus professores e alunos envol-
Eletrotécnica reparou, projetou e construiu veram-se desde o início no embate político
equipamentos para a Marinha do Brasil22. pelo retorno ao sistema constitucional e re-
Teve papel relevante nas décadas de 1950 e alização de eleições. Com o início do con-
1970 no projeto, implantação e aceitação de flito armado, a Poli tornou-se o centro de
equipamentos de usinas hidrelétricas, onde produção de armamentos e munições para
se destaca Jurumirim, uma das pioneiras. as tropas Constitucionalistas. Foram produ-
Nada exemplifica melhor a permanente coo- zidos desde capacetes a trens blindados, de
peração com a industrialização do Brasil do morteiros, obuseiros e granadas de mão a
que o parágrafo na página 18 do “Relatório foguetes para iluminação noturna. Um ca-
Correspondente ao Exercício de 1950”, apre- nhão foi projetado e construído. A escassez
sentado pelo Diretor do Instituto ao Conse- Antonio Francisco de Paula Souza, de trotil (TNT) levou ao desenvolvimento de
lho Administrativo. Eis o parágrafo: “Este fundador e primeiro diretor da Escola explosivos usando amonal, que foram pro-
ano foram projetados e ensaiados quatro Politécnica e primeiro presidente do duzidos na Poli em grande escala. Professo-
protótipos de motores, que estando dentro Instituto de Engenharia res e alunos atuaram nas frentes de batalha,
das especificações estão sendo fabricados combatendo e abrindo e reparando estradas.
em série pela firma interessada”23. Paulo. Concluído em 1955, e constantemente Atuaram na mobilização industrial, condu-
A Escola Politécnica desenvolveu pes- ampliado e atualizado, o CTH desempenhou zindo a transformação de fábricas e oficinas
quisas e projetos pioneiros em inúmeras áre- papel fundamental no desenvolvimento de mo- para a produção bélica27,28.
as. Impossível descrever ou mesmo apenas delos de barragens e canais, ensaios de turbinas Em 6 de julho 1932, nas vésperas da
citar todos. Alguns exemplos, no entanto, e outros equipamentos hidráulicos. Barragens eclosão da Revolução Constitucionalista, o
merecem destaques. como Água Dourada, Água Vermelha, Nova Decreto Federal 21.519 cassou o reconheci-
Em 1940, em estreita colaboração com o Avanhandava, Porto Primavera, Rosana, Sobra- mento dos cursos da Escola de Engenharia
IPT, foi projetado e construído o que a impren- dinho e outras no exterior foram modeladas no Mackenzie29. As razões para esse ato são
sa da época veiculou como “um avião no qual, CTH. Além das hidrelétricas, o CTH tem papel obscuras, mas credita-se a uma retaliação de
com exceção do motor, quase tudo o mais é de relevante no desenvolvimento e modelagem em Vargas a São Paulo. Tal situação perdurou
origem brasileira”. O projeto foi feito por Fre- obras de saneamento e navegação, contribuin- até 1938, quando o reconhecimento foi res-
derico Abranches Brotero (Civil, 1929), chefe do para a preservação do meio ambiente. tabelecido; nesse período a Escola Politécni-
da Seção de Madeiras do IPT. Em sua cons- Em 1956, um convênio entre a Escola Po- ca acolheu os alunos do Mackenzie, aceitan-
trução utilizou madeiras nativas – freijó na litécnica e a Marinha do Brasil resultou no pri- do transferências.

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INCORPORAÇÃO NA USP
No final dos anos 1920, surgiu a
ideia de ampliar a atuação da Escola Po-
litécnica através de uma “universidade
tecnológica”. Na verdade, um retorno
aos conceitos originais defendidos por
Paula Souza. Em 18 de abril de 1932, o
Governo Provisório da República, atra-
vés do Decreto 21.303, autorizava o Es-
tado de São Paulo a constituir e criar
uma Universidade Técnica de São Paulo
e a esta incorporar a Escola Politécni-
ca, objetivando “não só de promover o
ensino prático e as investigações de ca- Solar do Marquês de Três Rios no Bairro do Bom Retiro,
ráter cientifico ou utilitário indispensá- primeira sede da Escola Politécnica de São Paulo
veis à formação dos técnicos destinados
às funções de organização e de direção
dos grandes empreendimentos, como ainda membros, além de líderes locais e o professor que desde 2012 funciona em Santos. Muitos
de ministrar o ensino das disciplinas neces- Theodureto, os também professores da Poli docentes atuaram em ambas as instituições,
sárias à habilitação dos profissionais que se Bruno Simões Magro (Engenheiro Arquiteto, como, por exemplo, os professores José Car-
destinem às funções técnicas de execução”30. 1905), Felix Hegg, Pedro Bento de Camargo los Rodrigues (Civil, 1940) e Giorgio Eugenio
A eclosão da Revolução Paulista e seus desen- (Civil, 1941), Francisco João Humberto Ma- Oscare Giacaglia (Metalurgista, 1960) – este
volvimentos posteriores inviabilizaram a im- ffei (Química, 1918) e José Octavio Monteiro professor Titular de Mecanica Geral e Racio-
plementação da Universidade Técnica. É rele- de Camargo (Eletricista, 1920) 31. nal da Poli, e que foi ainda, de 1973 a 1977,
vante lembrar que o Estado de São Paulo, em O Instituto de Astronomia, Geofísica e diretor do Instituto de Astronomia, Geofísica
justa homenagem, denominou Centro Paula Ciências Atmosféricas da USP (IAG) remonta e Ciências Atmosféricas citado anteriormente.
Souza seu sistema de ensino tecnológico, com parte de suas origens à disciplina Astrono- O Instituto Tecnológico da Aeronáuti-
as ETEPs e FATECs; por feliz coincidência, a mia ministrada no início da Poli. Até hoje é ca (ITA) teve entre seus mestres pioneiros
primeira sede do Centro Paula Souza foi ins- possível ver o observatório da Escola Politéc- Gaspar Ricardo Jr. (Civil, 1912), professor
talada nos prédios da “Poli velha”. nica – construído em 1933 – na Praça Bue- catedrático de Estradas de Ferro, e Oswaldo
Em 1934, a Escola Politécnica da USP foi nos Aires, no Bairro de Higienópolis. A área Fadigas Fontes Torres (Civil, 1943; Diretor,
amalgamada com as demais instituições de foi cedida à Escola Politécnica quando era 1968-1972), professor catedrático de Plane-
ensino superior mantidas pelo Estado de São prefeito de São Paulo o professor Theodoro jamento da Produção36.
Paulo para formar a Universidade de São Pau- Ramos, já mencionado32. Em 11 de novem- A Faculdade de Engenharia Industrial
lo; era interventor em São Paulo o politécnico bro de 1957, foi feito no então IAG o regis- (FEI), da Fundação de Ciências Aplicadas
Armando de Salles Oliveira (Civil, 1905). Até tro com radio-interferômetro da passagem (Fundação Educacional Inaciana Padre Sa-
então a Poli era o grande – se não o único – do satélite Sputnik, lançado no dia anterior; bóia de Medeiros), criada em 1945, e a Es-
centro de pesquisas em ciências físicas e ma- a observação foi realizada pelos professores cola de Engenharia Mauá (Instituto Mauá de
temáticas em São Paulo. Com a concomitante Luiz de Queiróz Orsini (Mecânico e Eletricis- Tecnologia), criada em 1961, foram duas das
criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e ta, 1946) e Hélio Guerra Vieira33. Abrahão de escolas de engenharia que se tiveram a atu-
Letras da USP, parte dos recursos e do pessoal Moraes, diretor do IAG de 1955 a 1970, foi ação de professores e egressos da Poli em
da Poli foi transferida para a nova faculda- professor catedrático de Cálculo Integral e suas estruturações.
de. O primeiro diretor da FFCL foi Theodoro Diferencial da Poli. Em 2 de abril de 1913, ocorreu no anfi-
Augusto Ramos, um dos maiores matemáticos O ensino prático de metalurgia começou teatro de Química da Poli Velha a aula inau-
brasileiros, professor catedrático da Escola na Poli/USP já em 1902, com a instalação da gural da Faculdade de Medicina de São Paulo
Politécnica da cadeira de Vetores, Geometria Oficina de Fundição. Em 1939, foi criado o (FMUSP)37. Na ocasião ocorreram “patusca-
Analítica, Geometria Projetiva e suas Aplica- curso de Engenheiros de Minas e Metalur- das” entre alunos das duas escolas que ficaram
ções à Nomografia (1926) e da cadeira de Me- gistas da Poli USP, desmembrado em cursos na memória tanto da “casa de Arnaldo”, quan-
cânica Racional (1932). para cada modalidade em 195534. O curso de to na “casa de Paula Souza”38. Na ocasião, um
A Poli tem a saudável tradição de fra- graduação em Geologia da então Faculda- dos alunos da nova Faculdade era Ernesto de
ternidade com outras instituições de ensino de de Filosofia, Ciências e Letras da USP foi Souza Campos, que havia se graduado na Poli
e pesquisa. Além de algumas “gestadas” na criado em 1957, como um desdobramento do em Engenharia Agronômica em 1906, e exercia
própria Escola Politécnica, como as já men- curso de História Natural; já havia na épo- atividades de construção civil em São Paulo;
cionadas FAU-USP, IPT e Instituto de Eletro- ca um curso de especialização em Geologia Souza Campos fora um dos fundadores do
técnica, a Escola de Engenharia de São Carlos naquela instituição35. Desde o processo de Grêmio Politécnico em 1903. Souza Campos
da USP (EESC, instalada em 1953) teve sua sua criação o atual Instituto de Geociências graduou-se em Medicina em 1918 (primeira
concepção e fase inicial acompanhadas pela e a Escola Politécnica mantêm intensa coo- turma da ‘Pinheiros’), foi fundador do Centro
Poli; seu primeiro Diretor foi o professor da peração nos campos de pesquisa e didática, Acadêmico Osvaldo Cruz, professor e diretor
Poli Theodureto Ignacio Henrique de Arru- com benefícios recíprocos; atualmente esta da Faculdade de Medicina de São Paulo (1931)
da Souto (Química, 1924). A Comissão para cooperação concentra-se nos cursos de En- e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
a instalação da EESC era tinha, entre seus genharia de Minas e Engenharia de Petróleo, da USP (1937-1938), foi ainda Ministro da Edu-

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cação e Saúde do Governo Dutra. Foi respon- rostar as consequências de defendê-lo”. orgulhosamente essa denominação. Ao se
sável pelo Escritório Técnico encarregado da Paula Souza se absteve de responder os dedicar ao ensino, à pesquisa, às atividades
construção do conjunto de prédios da FMUSP artigos, o que levou Euclides a se intitular de engenharia e de gestão na indústria e no
na Avenida Dr. Arnaldo, em São Paulo39. “ganhador da polêmica” – que de fato não serviço público, às artes, à política, os poli-
houve. No entanto desde 1893 – quando técnicos trazem o conhecimento e a experi-
O CORPO DOCENTE da lei que criou a Escola Politécnica de São ência ganhos nas salas de aula e laboratórios,
O corpo docente da Escola Politécnica Paulo – Euclides pleiteava uma posição de no convívio com professores e colegas e na
sempre primou pela competência científica, “lente” na Escola, como comprova a exten- abrangente vida acadêmica da Poli.
técnica e didática de seus membros, aliada sa correspondência com Teodoro Sampaio e A engenharia durante muito tempo
a uma profunda vivência profissional. Pro- Reinaldo Porchat. Em 1895 e 1896, Euclides foi considerada uma profissão masculina.
fessores que se tornaram referência em suas preparou-se para concurso – que acabou A primeira mulher a se graduar na Esco-
áreas de atuação profissional, como: Ramos não se realizando – para “lente” de Minera- la Politécnica de São Paulo foi Anna Frida
de Azevedo; Edgard Egydio de Souza, que logia. Sempre enfrentando a firme oposição Hoffmann, engenheira química da turma
em sua carreira iniciada como Engenheiro na de Paula Souza a sua contratação, somente de 1928, que no ano anterior concluíra
Light São Paulo, em 1900, chegou a Diretor em 1904 Euclides deu por encerrados os es- o curso de Química, oferecido pela Poli
da matriz da empresa no Canadá40 ; Carlos forços para tornar-se docente da Poli42 . É na época. Anteriormente, duas mulheres
Gomes de Souza Shalders, Superintendente importante frisar que quando Euclides es- frequentaram a Escola como ouvintes, e
Técnico da São Paulo Light e Diretor da Poli creveu os artigos criticando Paula Souza e uma delas se graduou como Contadora.
(1931-1933); Telemaco Hippólyto de Macedo o projeto da Escola Politécnica de São Pau- Em 1990, o número de mulheres não che-
van Langendonck (Civil, 1931), autoridade lo, tinha ele 26 anos de idade, e concluíra gava a 10% dos alunos de graduação 46 .
mundialmente reconhecida em concre- o curso de engenheiro na Academia Militar Atualmente mais de um quarto do corpo
to; Tharcisio Damy de Souza Santos (Civil, no ano anterior. Em 1909, por influência do discente da Escola Politécnica da USP é
1936; Diretor, 1962-1968), em metalurgia Barão do Rio Branco, Euclides foi nomeado composto por “meninas”, e esta proporção
e materiais; Milton Vargas (Elétrica, 1938 professor de Lógica do Colégio D. Pedro II, continua aumentando; a média nacional
e Civil, 1942), em mecânica dos solos; José embora tivesse ficado em segundo lugar no da presença feminina nos cursos de en-
Carlos de Figueiredo Ferraz (Civil, 1940), em concurso 43. genharia era da ordem de 17% em 2009,
grandes estruturas; Rubens Guedes Jordão Desde seu início a Escola Politécnica segundo o sistema Crea-Confea47.
(Mecânico e Eletricista, 1943), em máqui- trouxe professores estrangeiros que pudes- Já em 1903, foi fundado o Grêmio Poli-
nas elétricas; Paulo Abib Anderi (Minas e sem complementar e incrementar as ativida- técnico, por iniciativa de alunos liderados por
Metalurgia, 1946), na área de extração de des de ensino e pesquisa, tanto em caráter Alexandre de Albuquerque (Civil Arquiteto,
fosfatos e fertilizantes e criador do método permanente, quanto para cursos específi- 1905). Em 1935, Alexandre de Albuquerque
de flotação para concentração de minério cos. Vale destacar, além de Roberto Man- foi também um dos fundadores da Associa-
de nióbio; Ernesto João Robba (Mecânico- ge, o também suíço Felix Hegg, contratado ção dos Antigos Alunos (atual Associação dos
Eletricista, 1955), em sistemas elétricos de na mesma época para reger a disciplina de Engenheiros Politécnicos); trabalhou com
potência, e tantos outros 41. Termodinâmica. Em 1900, foi contratado o Ramos de Azevedo, foi professor da Poli e o
Euclides da Cunha, autor de Os Sertões pre- suíço Robert Hottinger, que desenvolveu im- primeiro politécnico a ser seu Diretor (1937-
tendeu fazer parte do corpo docente da Poli. portantes pesquisas em química de colóides 1938). O Grêmio Politécnico sempre teve im-
Quando da criação da Escola Politécnica de e química analítica até 1942, quando fale- portante atuação na vida política nacional –
São Paulo, Euclides da Cunha escreveu em 24 ceu44. Originalmente contratados por três na Revolução de 1932, na entrada do Brasil
de maio de 1892 artigo no jornal A Província anos, aqui permaneceram, se naturalizaram, na Segunda Guerra Mundial, na redemocrati-
de São Paulo, atual O Estado de São Paulo, cri- e aqui vieram a morrer. zação pós-Vargas, na campanha “o Petróleo é
ticando “... energicamente a maneira como foi Acadêmicos de renome mundial, Luigi nosso”, até os dias de hoje.
organizada a Escola”; indo além, Euclides afir- Fontappié, matemático, e Gleb Wataghin, Uma relevante contribuição do Grêmio
mava que o projeto criando a Poli era “vazio físico, foram professores na Poli, concomi- Politécnico à sociedade como um todo foi a
de orientação, incorretíssimo na forma, e filo- tantemente com suas atividades na então Revista Politécnica: editada pela primeira vez
soficamente deficiente, (inviabilizando) a ideia recém-criada Faculdade de Filosofia, Ciên- em 1904, durante todo o século 20 foi refe-
de que ele (viesse) a modelar nossa mentalidade cias e Letras da USP45. Wataghin, que hoje rência em artigos técnicos e de interesse geral.
futura”. As críticas foram repetidas em novo dá nome ao Instituto de Física da Unicamp,
artigo, no mesmo jornal, em 1º de junho do foi o mentor de destacado grupo de estu- O INSTITUTO DE ENGENHARIA
mesmo ano. Segundo Euclides, as “incorreções dantes brasileiros que se tornariam referên- Nenhum apanhado sobre a história da
imperdoáveis” no projeto de Paula Souza envol- cias internacionais em física, incluindo César Escola Politécnica da USP pode omitir os
viam uma quebra de hierarquia na classificação Lattes, Oscar Sala, Roberto Salmeron, Mar- fortes laços que a unem ao Instituto de En-
científica, inadequação do currículo, ausência celo Damy de Souza Santos, Jayme Tiomno e genharia, sempre em defesa da tecnologia e
do ensino de ciências básicas e a falta de maté- Mário Schenberg (Eletricista, 1935). da engenharia nacionais.
ria específica de “engenharia geográfica” (em- No início dos anos 1910, a Prefeitura
bora o curso de Engenheiros Geógrafos fosse OS ALUNOS de São Paulo solicitou projetos para a reur-
um dos oferecidos quando da instalação da Poli, A razão da existência e do desenvolvi- banização da cidade a escritórios de enge-
em 1894). Nos artigos, Euclides citava Paula mento da Poli sempre foi seus alunos, em nharia e arquitetura estrangeiros, gerando
Souza como “o autor do desastroso projeto”, no especial os de graduação, intitulados “po- natural reação dos engenheiros paulistas.
qual encontrava “tantos defeitos e incorreções” litécnicos” desde a fundação de sua “ve- Tal situação, aliada à necessidade de regu-
que nem mesmo seu próprio autor “ousaria ar- neranda escola”; seus graduados mantém lamentação da profissão, levou um grupo

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ENGENHARIA I EDUCAÇÃO I ENGENHARIA

de engenheiros a publicar, em 1º de julho Um número significativo de politécnicos mos 120 anos, a Poli, seus docentes, alunos
de 1916, um abaixo-assinado com o ob- e de professores da Escola Politécnica exer- e funcionários sempre entenderam que ela
jetivo de fundar uma associação que os ceu a presidência do Instituto de Engenha- não existe por ou para si mesma: ela exis-
representassem. ria; muitos mais participaram – e participam te para servir a sociedade brasileira, e para
Este grupo se reuniu em 13 de outu- – de suas diretorias e comissões técnicas. O isso sempre buscando o melhor possível (e
bro de 1916, no Anfiteatro de Química da papel desempenhado nas décadas de 1920 e muitas vezes ‘aquele’ impossível...) na qua-
Poli, quando escolheu a Diretoria Provisó- início de 1930 pelo Instituto na regulamen- lidade de seu ensino, de suas pesquisas e
ria do Instituto de Engenharia, constituí- tação da profissão de engenheiro é ímpar, de sua integração com a comunidade como
da pelos professores: Paula Souza, Rodol- resultando no Decreto Federal nº 23.569, de um todo. Se, por uma artimanha dos deuses,
pho Baptista de São Thiago, João Pedro 11 de dezembro de 1933, e a criação do sis- Paula Souza retornasse e visse o que é hoje
da Veiga Miranda (Civil, 1904) e Francisco tema Crea-Confea. a “sua Escola”, muito provavelmente diria:
Pereira Macambira 48 . A Assembleia que “Bem construído, politécnicos! Preparemo-
aprovou os estatutos e elegeu a primeira OS PRIMEIROS 120 ANOS... nos para os próximos 120 anos!”.
Diretoria (Paula Souza como presidente) E OS PRÓXIMOS 120 ANOS
ocorreu em 15 de fevereiro de 1917 – vi- A história da Escola Politécnica da USP * José Luiz Pereira da Costa Dias é
gésimo terceiro aniversário da instalação não é linear. Embates internos, conflitos ex- engenheiro eletricista, EPUSP (1974)
da Poli. Com a morte de Paula Souza, em ternos, derrotas e vitórias, alegrias e frus- E-mail: jose_luiz_dias@uol.com.br
1917, assumiu o vice-presidente, Ramos trações fazem parte de um organismo vivo, ** José Roberto Cardoso é engenheiro eletricista,
de Azevedo, que foi eleito presidente no dinâmico e vibrante como é a Escola Politéc- diretor da Escola Politécnica da USP (2010-2014)
biênio seguinte 49 . nica da Universidade de São Paulo. Nos últi- E-mail: jose.cardoso@poli.usp.br

Notas 15Silva Telles, P. C., op. Cit. 35Gomes, C.B. (org.), Geologia USP 50 Anos
1Taunay, A. E., Anuário da Escola Politécnica de 1947, 16Associação Brasileira de Normas Técnicas, His- (EDUSP, São Paulo, 2007), p.63, pp. 78-79, pp.
p. 101, apud Loschiavo dos Santos, M.C.., Escola Po- tória da Normalização Brasileira (ABNT, Rio de 266-274.
litécnica 1894-1984 (EDUSP, São Paulo, 1985), p.22. Janeiro, 2011), pp. 41-51, disponível em http:// 36Site da Escola Politécnica da USP, Galeria de
2Loschiavo dos Santos, M.C., op. cit., p.22. www.abnt.org.br/imprensa/livro_abnt/70anos_ Diretores: http://www3.Poli.usp.br/pt/a-Poli/
3Silva Telles, P. C., “A History of Engineering Edu- ABNT.pdf historia/galeria-de-diretores/203-prof-dr-oswal-
cation in Brazil”, IEEE Communications Magazi- 17Loschiavo dos Santos, op. cit., p. 155; Cytryno- do-fadigas-fontes-torres.html
ne, November 1992, pp. 66-71. wicz, R. e Cytrynowicz, M.M., Poli – Elétrica: 100 37Marinho, M. G. S. M. C., Trajetória da Facul-
4Idem, ibdem. Anos de Liderança (Riemma Editora, São Paulo, dade de Medicina da Universidade de São Paulo:
5Huber, G. e Souza, F. B. (editores), Politécnica 2011), p.13. aspectos históricos da “Casa de Arnaldo” (FMUSP,
100 Anos (Editora Expressão e Cultura, Rio de Ja- 18Loschiavo dos Santos, op. cit., p.157. São Paulo, 2006), p. 38.
neiro, 1993), pp.12-14 19Casella, E. P., Instituto de Eletrotécnica e Ener- 38Huber, G. e Souza, F. B., op. cit., p. 51.
6Silva Telles, P. C., op. cit. gia 50 Anos – Ano Cinquenta (USP/IEE, São Paulo, 39Marinho, M. G. S. M. C., op. cit., pp. 69-71;
7Souza, A. C. R., Escola Politécnica e Suas Múl- 1994), p.7, p. 18; Loschiavo dos Santos, op. cit., pp. site da Academia de Medicina de São Paulo:
tiplas Relações com a Cidade de São Paulo 1893- 323-326; Huber, G. e Souza, F.B., op. cit., p. 66. http://www.academiamedicinasaopaulo.org.br/
1933 (Tese de Doutoramento em História sub- 20Cytrynowicz, R. e Cytrynowicz, M. M., op. cit., biografias/51/BIOGRAFIA-ERNESTO-DE-SOUZA-
metida a PUC/SP, 2006), p. 45 afirma que Paula pp.46-47. CAMPOS.pdf
Souza assinava SouSa, com S, em seus despachos 21Casella, E. P., op. cit., pp. 3-4. 40Souza, E. E., História da Light – Primeiros
na POLI. Preferiu-se neste artigo manter a gra- 22Idem, op. cit., pp. 10-11. 50 Anos (ELETROPAULO, 2ª Edição, São Paulo,
fia consagrada por sucessivas publicações (p. ex. 23Pesquisa do um dos autores nos arquivos 1989).
D.O.S.P., apostilas da época do Grêmio Politécni- (“Acervo Dois”) do IE. 41AAAEP, Os Engenheiros Politécnicos da USP
co, quadros de formandos da época etc.); disponí- 24Huber, G. e Souza, F. B., op. cit., pp. 102-104. (Edição da AAAEP, São Paulo, 2001) - lista de
vel em http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/ 25Huber, G. e Souza, F. B., op. cit., pp. 105-107; graduados.
arquivo.php?codArquivo = 4400 Loschiavo dos Santos, op. cit., p.198-200. 42Santana, J. C. B., “Euclides da Cunha e a Es-
8Loschiavo dos Santos, op. cit., pp. 49-64; Huber, 26Huber, G. e Souza, F. B., op. cit., p. 119. cola Politécnica de São Paulo”, Estudos Avança-
G. e Souza, F. B., , pp.12-14 – para a citação “a 27Huber, G. e Souza, F. B., op. cit., pp.78-85. dos (revista), Instituto de Estudos Avançados da
minha escola”, p. 15; http://www3.Poli.usp.br/ 28Ribeiro, M., “A Revolução do Improviso”, em USP, vol. 10, nº 26, São Paulo, 1996, pp. 311-327.
pt/a-Poli/historia/galeria-de-diretores/196-prof- Gazeta Mercantil ( jornal), São Paulo, 05, 06 e 07 Disponível em http://revistas.usp.br/eav/article/
dr-antonio-francisco-de-paula-souza.html de julho de 2002, p. 4. view/8930/10482.
9http://www.fsp.usp.br/site/paginas/mostrar/128 29Regino, A. N., Eduardo Kneese de Mello: do 43Idem, ibidem.
10Loschiavo dos Santos, op. cit., p.135, pp. 231- Eclético ao Moderno (Tese de Doutoramento, 44Huber, G. e Souza, F.B., op. cit., p.102.
238. FAU-USP, 2011), p. 29; disponível em http:// 45Loschiavo dos Santos, op. cit., pp.359-362,
11Perecin, M. T. G., Os Passos do Saber: A Esco- www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16138/ 448-449.
la Agrícola Prática Luiz de Queiroz (EDUSP, São tde-31012012-114432/pt-br.php 46Huber, G. e Souza, F. B., op. cit., p.123.
Paulo, 2004), pp. 92-93. 30Loschiavo dos Santos, op. cit., pp.646-647; 47http://www.sengedf.com.br/mulheres.html
12Loschiavo dos Santos, op. cit., p. 135. Ver tam- D.O.U. de 21 de abril de 1931, pp.7661-7662. 48Referência a Francisco Cornélio Pereira Ma-
bém http://www3.Poli.usp.br/pt/a-Poli/historia/ 31Site da EESC da USP: http://www.eesc.usp. cambira como Civil, 1911 é encontrada em Souza,
historia-da-Poli.html br/60anos/?page_id=19 A.C.R., op. cit., p.311; não há menção a nenhum
13Gordinho, M. C. (coordenadora), Liceu de Artes 32Huber, G. e Souza, F. B., op. cit., pp.90-91; Macambira como aluno da POLI até pelo menos
e Ofícios de São Paulo – Missão Excelência (Edi- Santos, P.M., Instituto Astronômico e Geofísico 1920 em AAAP, op. cit. Optou-se por não indicá-
tora Marca D’Água, São Paulo, 2000), pp. 24-31. da USP Memória Sobre sua Formação e Evolução lo como Politécnico.
14Loschiavo dos Santos, op. cit., p. 174.; site (EDUSP, São Paulo, 2005), pp. 81-95. 49Site do Instituto de Engenharia de São Paulo:
UNICAMP http://segall.ifch.unicamp.br/site_ael/ 33Site do IAG http://www.astro.iag.usp. http://www.institutodeengenharia.org.br/site/ins-
index.php?option=com_content&view=article&i br/~dinamica/abrahao.html tituto/index/id_sessao/18/id_texto/14, também
d=182:roberto-mange&catid=47:fundos-e-cole- 34Loschiavo dos Santos, op. cit., pp.180-187; Hu- http://www.institutodeengenharia.org.br/site/
coes ber, G. e Souza, F. B., op. cit., p.90. instituto/index/id_sessao/18/id_texto/45

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