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A Escola Industrial e Comercial de Braga: a escola e o território urbano 1

A Escola Industrial e Comercial de Braga:


a escola e o território urbano
MARIA TERESA LOPES RIBEIRO *

“O trabalho que aqui apresento tem como objeto de estudo a


relação entre a Escola Industrial e Comercial Carlos Amarante e o
espaço urbano da cidade de Braga. Focando-me na dinâmica entre
este equipamento escolar e o espaço urbano, procurei acompanhar
as principais influências quer de planeamento urbanístico, quer edu-
cativas, que a condicionaram. A minha análise é delimitada tempo-
ralmente entre 1940, momento em que surgem as primeiras propostas
de edificação do novo edifício escolar na malha urbana e a implan-
tação definitiva do estabelecimento escolar em 1958.”

Palavras-chave: ensino técnico, edifício escolar, planeamento


urbano, política educativa

“This paper studies the relation between the Industrial and


Commercial School Carlos Amarante and Braga´s urban landscape.
Focusing on the dynamic between this school´s facilities and the
city, I have tried to follow the main influences which have conditio-
ned it, both of urban planning and of education. My analysis is
chronologically limited between 1940, date of the first proposals for
the construction of a new building for the school, and its definite
establishment in its current building in 1958.”

* Docente de História no Agrupamento de Escolas Carlos Amarante.


Este estudo foi realizado no âmbito da “Comemoração dos 60 anos do Edifício da
Escola Carlos Amarante”.
2 BRACARA AUGUSTA

Durante toda a sua história, as escolas constituíram um ele-


mento de referência social, cultural e urbano, onde a sua função era
acompanhada pela sua representação, à medida que os novos edi-
fícios construídos para o efeito foram marcando o crescimento e
desenvolvimento destes aglomerados urbanos (Pisco, 2005, p. 149).
O trabalho que aqui apresentamos, partindo de uma análise crono-
lógica e evolutiva, procura confrontar o sistema educativo com o
processo de desenvolvimento urbano de Braga. Tendo como objeto
de estudo a Escola Industrial e Comercial de Braga, este estudo
foca-se essencialmente na relação entre este equipamento escolar e
a cidade, no período temporalmente delimitado entre 1940 e a im-
plantação definitiva do estabelecimento escolar em 1958, procurando
uma reflexão sobre as principais influências quer urbanísticas, quer
educativas, que condicionaram a sua relação.
Baseámo-nos na pesquisa documental no Arquivo Municipal de
Braga, que possibilitou a análise de peças desenhadas dos projetos,
planos, cartografia e o processo respeitante à Escola Técnica.
Para traçar um quadro teórico consideraram-se como funda-
mentais os estudos desenvolvidos por Ana Nápoles (2014), Paulo
Pisco (2005), Miguel Bandeira (2001/2002) e Margarida Lôbo (1995
e 2005).
As escolas técnicas industriais, desde a sua criação até aos
anos quarenta do século passado, apesar da legislação em vigor
preconizar a criação de novas escolas, na sua maioria encontravam-
se instaladas em edifícios adaptados e, em grande parte dos casos,
em condições precárias como foi o caso da antiga Escola Industrial
de Braga.
Teremos que recuar ao século XIX para assistir ao nascimento
do ensino técnico em Portugal.
A formação profissional surge em Portugal nas primeiras déca-
das do século XIX, com o objetivo de promover o ensino industrial
sendo considerado o ponto de partida para Portugal conseguir ultra-
passar o seu atraso em relação aos demais países da Europa,
beneficiados com o desenvolvimento material e culturais advindos da
revolução industrial. Em 1836, o ministro Passos Manuel lança as
bases para o ensino industrial, criando os Conservatórios de Artes
e Ofícios em Lisboa e Porto.
O ensino industrial esteve até à 1ª República sob a alçada do
Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, uma vez que na
segunda metade do século XIX o Estado assume a responsabilidade
A Escola Industrial e Comercial de Braga: a escola e o território urbano 3

de uma escolarização massiva das formações profissionais e técni-


cas dos jovens no sistema público educativo.
Em 1864, o ministro das Obras Públicas Comércio e Indústria,
João Crisóstomo de Abreu e Souza, pelo Decreto de 20 de dezembro
de 1864, institui o ensino industrial, dividido em dois segmentos,
1º Grau e 2º Grau, estabelecendo escolas industriais para o ensino
geral elementar e o ensino especial apropriado à indústria ou às
indústrias dominantes nas localidades.
Passados 20 anos é criada em Braga, por iniciativa da Direc-
ção Geral de Obras Públicas e Minas, uma escola de desenho
industrial 1, precursora da atual escola. De acordo com o referido
decreto, seria «inscrita no orçamento de estado, do anno económico
de 1885-1886, a verba necessária para a dotação e pessoal d‘esta
escola», ficando dependente o seu funcionamento da aprovação
pelas Cortes da despesa com o seu custo. A escola só viria a ser
oficialmente inaugurada em 1885, pelo rei D. Luís, funcionando num
edifício pertencente à família do Conselheiro Jerónimo Pimentel, no
Largo das Carvalheiras, freguesia da Sé. Posteriormente, em 18892,
é criada «uma escola industrial destinada a ministrar o ensino
theorico e pratico apropriado ás industrias predominantes na mesma
cidade», na qual seria incorporada a escola de desenho industrial e
criadas oficinas para as aulas práticas.
O ensino industrial e comercial irá sofrer uma reorganização em
18913 num esforço de racionalização dos recursos humanos e finan-
ceiros. As escolas industriais passam a ser classificadas em completas
e incompletas. A Escola Industrial de Braga, agora com a designação
de Escola Frei Bartolomeu dos Mártires, é classificada como escola
incompleta na medida em que «apenas são ministrados parte das
disciplinas segundo as mais urgentes necessidades locais». Aí seriam
ministrados os cursos de carpintaria, serralharia e lavores femininos.
De acordo com este Decreto as oficinas deste tipo de escola ficariam
instaladas em oficinas, privativas ou contratadas, mediante um siste-
ma de contrato sujeito a aprovação régia. Supõem-se que terá sido
nesta altura que as instalações foram transferidas para a seiscentista
Casa da Torre, no Largo Paulo Orósio.
Passar-se-ão seis anos para o ensino industrial e de desenho
industrial sofrer nova reorganização4, surgindo a Escola Bartolomeu

1
Artigo 3º do Decreto de 3 janeiro de 1884.
2
Decreto de 10 de janeiro de 1889.
3
Decreto de 8 de outubro de 1891.
4
Decreto de 14 de Dezembro de 1897.
4 BRACARA AUGUSTA

dos Mártires com os cursos de desenho industrial e profissional e


oficinas de carpintaria, entalhador e marcenaria.
Com o fim da Monarquia e implantação da 1ª República, é
criado o Ministério de Instrução Pública em 1913, organizado em
Repartições tendo o ensino técnico ficado sob a alçada da Repar-
tição de Instrução Industrial e Comercial.
Após a incorporação do curso de escrituração comercial na
Escola Industrial, o Ministério determina em 19165 que a «Escola
Industrial e Comercial de Braga funcionará de ora avante no edifício
do Estado onde está instalado o Liceu de Sá de Miranda». A situa-
ção seria revertida no ano seguinte decidindo-se «manter a escola
instalada no anterior edifício ou noutro que ao Estado convenha».6
Durante o Estado Novo, em 1936, a escola muda de insta-
lações repartindo-se em edifícios dispersos na cidade: a Escola
Comercial funcionaria no edifício incompleto da Arcada na Rua do
Castelo, e a Escola Industrial e respetivas oficinas num edifício
situado na Cangosta dos Congregados (atual rua D. João Cândido
Novais e Sousa). Com a reforma de 31/5/1951, as escolas voltariam
a fundir-se, desta vez sob a designação de Escola Comercial e
Industrial de Braga.
Falar do equipamento escolar é falar da sua integração no
espaço urbano num contexto de política urbanística. A escola, e em
particular a escola do ensino técnico, só muito tardiamente assumirá
atenção e lugar no planeamento urbanístico.
O urbanismo, como prática social organizada, afirma-se em
Portugal a partir dos finais do século XIX com a institucionalização
dos primeiros Planos Gerais de Melhoramentos em 1865 (Lôbo,
1995, p. 16), estabelecendo a obrigatoriedade das principais cida-
des do país regulamentarem questões ligadas à higiene, à circula-
ção, à salubridade das edificações e ao arranjo do espaço público.
O diploma de 1865 vigorará até 1934, quando no seu primeiro
mandato à frente do Ministério das Obras Públicas e Comunicações,
o Engenheiro Duarte Pacheco cria a figura dos Planos Gerais de
Urbanização7 com o objetivo primordial de «transformar o país pela
criação efectiva de uma imagem urbana com que o regime se iden-
tificasse» (Lôbo,1995, p.35). Os anos 30 correspondem, assim, a
uma fase política em que o regime privilegiou a obra pública, nomea-

5
Lei nº 589 de 12 de Junho de 1916.
6
Lei nº 823 de 8 de Setembro de 1917.
7
Decreto-Lei nº 24 802 de 21 de Dezembro.
A Escola Industrial e Comercial de Braga: a escola e o território urbano 5

damente realizações públicas que traduzissem os princípios ideoló-


gicos de patriotismo, nacionalismo e intervencionismo estatal. Mas
será este diploma o primeiro a evidenciar «claramente a imprescin-
dibilidade do edifício escolar como peça dominante na organização
espacial» (Nápoles, 2014, p. 10).
Supõem-se que nos finais da década de 30 haveria um projeto
de construção de uma nova Escola Industrial de Braga, apresentado
pela Junta das Construções do Ensino Técnico e Secundário (JCETS)8,
confirmado por ofício enviado à Câmara Municipal de Braga pela
Direcção Geral do Ensino Técnico, no qual esta propunha a cons-
trução da nova escola «na Cêrca dos Congregados para a avenida
M. Gomes da Costa» 9.
Em 1938 o Engenheiro Duarte Pacheco, ao assumir o segundo
mandato da pasta das Obras Públicas, contrata o arquiteto-urbanis-
ta, de origem polaco-russa, Etiènne de Gröer, incumbindo-o da con-
ceção e elaboração de diversos Planos de Urbanização, dando
continuidade ao trabalho do seu colega e antecessor, Donnat Aga-
che, na implementação dos fundamentos teóricos e legais do pla-
neamento urbanístico contemporâneo e na formação de urbanistas
portugueses (Bandeira, 2001/2002, p. 65).
Seria o Ministério das Obras Públicas a designar E. de Gröer
como urbanista responsável pela elaboração do Plano de Urbaniza-
ção, Embelezamento e Extensão de Braga, tendo a Câmara Munici-
pal de Braga celebrado contrato com o urbanista em 13 de maio de
1941 (Bandeira, 2001/2001, p. 16).
Apologista do conceito howardiano de cidade-jardim, De Gröer
foi o responsável pela sua disseminação em Portugal. O conceito de
cidade-jardim foi desenvolvido pelo inglês Ebenezer Howard (1850-
-1928) e poderá ser considerada como uma “utopia urbanística do
século XX”, caracterizada por um projeto global visando o bem-estar
dos habitantes pela transformação pacífica do quadro económico e
social. Concebida como uma alternativa à concentração das popula-
ções operárias nas cidades industriais poluídas e com condições de
vida inaceitáveis, a cidade-jardim procura conciliar as vantagens da
cidade, com os seus serviços e equipamentos, com as do campo,
através da criação de unidades de vida autónomas, a uma distância

8
A Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário (1934-1969), foi criada
pelo Decreto n.º 24 337, de 10 de agosto de 1934, e era responsável pela construção
de edifícios do ensino técnico, médio, liceal e ciclo preparatório do ensino secundário.
9
AMB – OU62 – Parecer, Fls. 328.
6 BRACARA AUGUSTA

considerável dos centros industriais mas ligadas por línguas férreas


e canais (Defraeve, 2012, p. 45). Esta cidade-jardim era concebida
para acolher cerca de 30.000 habitantes bem como as atividades e
serviços necessários e organizar-se-ia em bairros com milhares de
casas, tendo na sua proximidade equipamentos como escolas, biblio-
tecas, salas de reunião, comércio.
Contudo será com a versão francesa de subúrbio-jardim que
De Gröer mais se identifica, com ambientes de baixa densidade
formado por moradias periféricas com jardins privativos.
Na sua Introdução ao Urbanismo (Gröer, 1945/46), publicado
no Boletim da Direcção Geral dos Serviços de Urbanização, o urba-
nista debruça-se de forma alongada sobre o papel dos equipamen-
tos escolares na malha urbana. O esquema proposto é revelador de
uma organização definidora de uma verdadeira rede escolar (Ban-
deira, 2001/2002, p. 80). Atribui a estes equipamentos cerca de 3 a
5% do território urbano em expansão. No que diz respeito às escolas
primárias, faz uso do «princípio das unidades de vizinhança, como
critério urbanístico ensaiado nos inícios do século, nos EUA, funda-
mentado, entre outros fatores, nas perspectivas políticas de expan-
são escolar».10
Defensor de uma rede escolar urbana (com destaque para as
escolas primárias e infantis), propõe que estes sejam agrupados
«nos seus respetivos bairros, de maneira a constituir conjuntos
arquitectónicos e centros secundários, muito cómodos para os habi-
tantes»11. Revelando preocupação com as questões de segurança
dos alunos, afirma que o urbanista deve evitar «coloca-los nos
cruzamentos das ruas e nas bifurcações de grande circulação».12
Relativamente aos estabelecimentos de ensino secundário, por
não estarem condicionados pela distribuição de habitantes, têm uma
ocupação mais livre na malha urbana. Estas escolas deverão, con-
tudo, ser «construídas em terrenos vastos, que permitam arranjar
jardins e campos de jogos e desportos» (Gröer,1945/46, pp. 73-74).
Estes terrenos teriam, por sua vez, a vantagem de se tornarem uma
futura extensão daqueles estabelecimentos.
Foi com base nestes pressupostos que Etiènne de Gröer apre-
sentou, para apreciação ao Município, o denominado Plano de Urba-
nização, Alargamento e Embelezamento da Cidade de Braga (AUB)

10
Idem, p. 80.
11
Gröer (1945/46), p. 71.
12
Idem, p. 71.
A Escola Industrial e Comercial de Braga: a escola e o território urbano 7

(Lôbo, 1995), sendo complementado, no ano seguinte, pela planta


de síntese, 1/2000, datada de 1942 (fig. 1).
O Plano de Braga, datado de 1942, designado na língua de
trabalho do urbanista, por “Plan d´Aménagement et e Extension
(Avant-Project)” (Lôbo,1995), ocupou-se quer do arranjo da cidade
existente, quer do desenho das suas áreas de expansão.
Segundo Miguel Bandeira «o anteplano de Urbanização de
Braga do arquitecto-urbanista E. De Gröer, iniciado no princípio dos
anos quarenta, constitui o primeiro instrumento coerente e completo
digno de poder ser tomado como o factor introdutório do plano
urbanístico objectivo e sistemático em Braga» (Bandeira, 2001,
vol. II, p. 152)

Liceu Feminino

Escola Industrial

Figura 1 – Plan d‘Amenagement et d‘Extension de Braga (Avant-Project), 1/2000, 1942 (extrato)

Adotando como princípio orientador do plano o zonamento


unifuncional como instrumento básico do ordenamento urbano, este
determinaria a afetação de uma zona a uma mesma atividade e taxa
de utilização do solo (Lôbo, 1995). Conhecedor das novas exigên-
cias educativas (recintos ajardinados e desportivos) e de outras
8 BRACARA AUGUSTA

práticas em outros países, em particular o regulamento de constru-


ções escolares francês (Bandeira, 2001, vol. II, p.196), De Gröer
projetou a nova Escola Industrial e Comercial para a parte Sul da
cidade numa nova área de expansão composta por espaço campes-
tre e rural, limitada por novos equipamentos desportivos no Fujacal.
Para tal previa a demolição de todas as casas da ala poente da rua
da Ponte, a Sul da Igreja de São Lázaro. O urbanista prevê, então,
a edificação da nova escola industrial num «terreno de 3 hectares,
situado num belo declive voltado ao Sul» 13 , fazendo fronteira, a
poente do eixo Monte Picoto/Escola Industrial, com o projetado es-
tádio municipal (hoje o Fujacal). O estabelecimento escolar constitui-
ria o «motivo ordenador em torno do qual se organizava um novo
quarteirão de expansão» (Bandeira, 2001, vol. II, p. 200) atribuído à
classe média, cujo acesso se faria por uma via secundária que
desembocaria na Avenida Marechal Gomes da Costa.
Rejeitando a proposta do Município de construir a nova escola
nos terrenos da Cangosta da Palha, De Gröer argumenta que um
grande estabelecimento escolar não deveria situar-se numa artéria
comercial e de grande circulação pois constituiria uma ameaça à
segurança dos alunos e não serviria os interesses dos comerciantes.
No seu lugar propunha a construção de uma Central de Camiona-
gem, em pleno centro da cidade. O arquiteto-urbanista pretendia,
deste modo, tornar a Escola Industrial um pólo centralizador mais
vasto, designadamente ao nível supraconcelhio, tornando-o motor de
organização do espaço de expansão envolvente (Bandeira, 2001/
/2002, p. 81).
O AUB viria a receber contributos de três personalidades da
cidade, membros da Comissão Municipal de Estética:

– o parecer de Zeferino Couto, escultor e professor da Escola


Industrial e Comercial de Braga, redigido em novembro de
194214;
– a memória descritiva sobre o AUB da autoria do arquiteto
Moura Coutinho de Almeida D´Eça, redigida em dezembro de
194215;
13
AUB,1942, p. 29.
14
AMB-OU62 – Parecer, Fls. 327.
15
AMB-OU62 – Memória descritiva sobre o Ante-Projecto de Urbanização de E. de Gröer,
fls.239-241, 2.12.1942. O documento foi escrito em papel da CMB, da Repartição de
Engenharia, sendo provavelmente um trabalho no âmbito das suas funções na Direcção
das Obras Públicas.
A Escola Industrial e Comercial de Braga: a escola e o território urbano 9

– o parecer da Comissão de Estética da Câmara Municipal de


Braga reunida em março de 1943 16.

De acordo com o parecer de Zeferino Couto, as novas insta-


lações da Escola Industrial e Comercial deveriam situar-se, contra-
riamente à proposta do urbanista francês, a Sul da rua dos Congregados
e com frente para a Avenida Marechal Gomes da Costa, rua do Raio
e Rua dos Congregados, terrenos nos quais funcionavam as oficinas
e as aulas da Escola Industrial. Alega que a maior parte dos ter-
renos destinados à futura instalação da escola, com a área de
10.000m2, são propriedade da mesma, pelo que seria apenas seria
necessário expropriar umas pequenas casas que circundavam a
parte Sul e Poente da Cerca, que ficaria a cargo da Direcção Geral
da Fazenda Pública. Considera, ainda, que a implantação do refe-
rido edifício virado para a Avenida Marechal Gomes da Costa não
alteraria o aspeto comercial dessa artéria, uma vez que «no réz-
-do-chão estão projectadas várias divisões com amplas montras
para exposições de artefactos fabricados nas Oficinas industrializa-
das da Escola.» 17
Em dezembro de 1942 o arquiteto Moura Coutinho (MC), na
sua Memória descritiva sobre o Ante-Projecto de Urbanização, elogia
o plano, mas critica-o em diversos pontos, nomeadamente a locali-
zação da nova escola industrial. Segundo MC o prometido projeto da
Direcção Geral do Ensino Técnico seria o mais adequado, uma vez
que valorizaria e embelezaria a Avenida Marechal Gomes da Costa.
Tratando-se de uma «obra magnifica, grandemente útil para o pro-
gresso da Cidade e para beneficiação do ensino de 1.000 alunos»18,
o novo edifício teria proporções grandiosas ocupando os terrenos
que «partindo do Hotel Aliança tornejaria para o Largo do Rechicho,
seguindo até á travessa da Palha» 19. Nesses terrenos localizavam-se
no lado nascente da Avenida Marechal Gomes da Costa (atual Ave-
nida da Liberdade) uma «série de pequenas casas de miserando
aspecto que em plano inferior e reentrante 4 m. se seguem ao Hotel
Aliança» 20. A expropriação dos terrenos caberia à JCETS, os quais
seriam adicionados aos terrenos que já pertenciam à escola e onde

16
AMB – Actas da Comissão de Estética, 15.3.1943.
17
AMB – OU62 – Parecer, fls. 328.
18
Idem, fls. 239.
19
Idem, fls. 239.
20
AMB – OU62, fls. 240.
10 BRACARA AUGUSTA

funcionavam as oficinas. Aí seria edificado um edifício com uma


frente de 70 metros virada para a Avenida Marechal Gomes da
Costa e «uma superfície de 10.000 metros quadrados, que tornaria
esta a mais ampla do País, com largos espaços para aulas, oficinas,
ginásio, teatro, piscina, jogos e recreio» 21. De acordo com este
projeto a entrada nobre far-se-ia pela Avenida Marechal Gomes da
Costa, localizando-se no rés-do-chão a Secretaria e várias divisões
com «amplas montras para exposição e venda dos mobiliários artís-
ticos, tecidos e mais artigos manufacturados nas oficinas industria-
lizadas da escola» 22 e a entrada do movimento escolar far-se-ia pela
travessa da Palha.
Por último, na reunião da Comissão Municipal de Estética rea-
lizada em março de 1943, a implantação da nova escola técnica
foi detalhadamente analisada pelos membros da referida Comissão,
revelando divisões sobre esta questão.
O escultor Zeferino Couto defenderia a manutenção da escola
nos prometidos terrenos da Congosta da Palha (atual rua J.C. No-
vais e Sousa), justificando que o terreno já pertencia à escola e
receando que a escolha de outra localização adiasse a execução do
projeto da escola.
O parecer de Moura Coutinho irá constituir a base de discus-
são da reunião. De acordo com o arquiteto, a localização da escola
industrial deveria ser mantida, assim como o anterior projeto de
alargamento da avenida Marechal Gomes da Costa. No entanto, o
diretor do Arquivo Distrital, Dr. Alberto Feio, discordando da proposta
do AUB, sugere a deslocação da Escola industrial e do novo Liceu
Feminino para a parte alta da cidade, num terreno situado na parte
Ocidental da Rua Gabriel Pereira de Castro. Considera que desta
forma a escola ficaria com «magnífica serventia e centralização,
desde que se execute o lógico prolongamento da rua dos Chãos».23
A Comissão reprovaria, por unanimidade, a localização da
Escola Técnica proposta no AUB, alegando que os terrenos do
Fujacal não possuíam condições de salubridade e de estética cita-
dina, sendo aprovada por unanimidade a localização da escola pro-
posta pelo Dr. Alberto Feio, vincando-se a necessidade da construção
da artéria que prolongue a Rua dos Chãos até à Rua Gabriel
Pereira de Castro.

21
Idem, fls. 240.
22
Ibidem, fls. 240.
23
AMB – Actas da Comissão de Estética, Livro 2, Anos de 1943 a 1950, fl. 3.
A Escola Industrial e Comercial de Braga: a escola e o território urbano 11

No ano de 1947 De Gröer era formalmente solicitado a dar


parecer sobre a deslocalização da nova Escola Industrial (Bandeira,
2001/2002, p. 86), contudo não tivemos acesso ao referido docu-
mento. Sabemos, no entanto, que o urbanista francês teria ficado
ligado à Câmara de Braga até 1949.
O projeto de construção da nova Escola Técnica ficaria, no
entanto, adiado para a década seguinte fruto da conjuntura da
segunda metade da década de quarenta e de alterações no proces-
so de planeamento urbano.
A partir de 1944-45, finda a II Guerra Mundial, assiste-se aos
fenómenos de emigração, industrialização e urbanização do país,
crescendo «os valores percentuais e absolutos relativos à indústria,
comércio, serviços e administração pública» (Rosas, 1994, p. 426).
Estes fatores foram acompanhados por profundas alterações na política
educativa do regime e de um modo geral na política do Estado. Com
a promulgação da Lei da Eletrificação Nacional24 e da Lei do Fomen-
to e Reorganização Industrial25 o regime rende-se às teses, já defen-
didas ao longo dos anos 30, da necessidade de industrialização e
defesa da energia elétrica como «uma obra de fomento” 26.
O necessário desenvolvimento industrial foi acompanhado por
uma reforma do sistema educativo com o objetivo de promover o
ensino técnico, materializado na reforma do Ensino Técnico em 194827.
Este diploma estabelecia as disposições relativas ao ensino profis-
sional industrial e comercial e regulamentava o Estatuto do Ensino
Profissional Industrial e Comercial. Com esta reforma o Estado pre-
tendia atingir dois objetivos: qualificar mão-de-obra adequada às
necessidades do mercado e enquadrar e controlar as expectativas
de ascensão social das populações (Grácio, 1986, p. 97).
Com a morte do ministro Duarte Pacheco em 1943 são cria-
dos, no ano seguinte, os serviços centrais dedicados à tutela do
urbanismo em Portugal. Em 1946 é criado um instrumento de pla-
neamento urbano, o anteplano 28, substituindo o plano geral de ur-

24
Lei nº 2002 de 26 de dezembro de 1944.
25
Lei nº 2005 de 14 de março de 1945.
26
“Ministério das Obras Públicas”, vol. II, in Dicionário de História do Estado Novo
(Dir. de Fernando Rosas e J.M. Brandão de Brito). Venda Nova. Bertrand Editora. 1996.
27
Decreto nº 37.028 e Decreto n. 37.029 (Regulamentação).
28
Referimo-nos ao Decreto-Lei n.º 33 921 de 5 setembro de 1944 e o Decreto-Lei n.º 35
931 de 4 de novembro de 1946. Aquele obrigava as autarquias a proceder a levanta-
mentos topográficos e à elaboração do plano geral de urbanização. Criou ainda a Direção
Geral dos Serviços de Urbanização.
12 BRACARA AUGUSTA

banização, instituindo uma gestão passiva e passando a ser consi-


derado o documento suficiente para a ordenação da transformação
do território.
O fim da II Guerra Mundial «condicionaria toda uma revisão
profunda da concepção e dos princípios da intervenção nos espaços
urbanos» (Bandeira, 2001, vol. II, p. 211). Os princípios defendidos
na Carta de Atenas tornam-se agora mais pertinentes, assistindo-se
à oposição por parte dos urbanistas e arquitetos portugueses às
teses oficiais nacionalistas e à adesão às conceções defendidas na
Carta de Atenas 29, nomeadamente aos modelos da cidade radiosa
(Bandeira, 2001, vol. II, p. 212). Os arquitetos passam a defender a
construção em altura, dando primazia ao sistema viário de circula-
ção, aos grandes espaços abertos e aos pressupostos económico-
-funcionais de racionalização do espaço urbano.
A Reforma do Ensino Técnico de 1948, ao alterar significativa-
mente a organização curricular no ensino técnico, determinou a
criação de escolas técnicas em todo o país, planificando a sua
construção faseada. Apoiado no investimento dos vários planos de
desenvolvimento económico (com destaque para o 1º Plano de
Fomento), os anos 50 caracterizaram-se por ser um período de
consolidação onde são clarificados objetivos e programas deste ensino.
O principal promotor destes equipamentos escolares será o Estado,
sendo a gestão de toda a construção escolar de carácter secundário
conduzida pela JCETS, criando uma rede de equipamentos escolares
através da aplicação de projetos-tipo.
Segundo Fernando Rosas é entre 1950 e 1970 que a Popula-
ção Ativa portuguesa iria, finalmente, conhecer uma drástica mudan-
ça induzida pela progressiva industrialização e terciarização da
sociedade e do tecido económico (Rosas, 1994, p.426). Como refle-
xo nas décadas de 50 e 60 vamos assistir ao crescimento da rede
de escolas industriais e comerciais, onde a maioria delas, construí-
das de raiz, serão dotadas e equipadas da tecnologia necessária.
O mesmo irá suceder no distrito de Braga que assiste, na década
de 50, a um crescimento explosivo da população (Rosas, 1994,

29
O planeamento plasmado na Carta de Atenas pretende responder aos novos desígnios
da vida urbana moderna, simplificando e isolando os problemas, por forma a torná-los
mais simples e resolúveis. O zonamento territorial proposto vai permitir separar as
diversas funções da cidade; habitar, trabalhar, cultivar o corpo e o espírito e circular,
isolando-as. O espaço urbano decorre das exigências funcionais dos seus diversos
sistemas perdendo o papel central que até aí tinha tido.
A Escola Industrial e Comercial de Braga: a escola e o território urbano 13

p. 426), que se traduziu num aumento da pressão construtiva e da


criação de infraestruturas. Um dos indicadores dessa pressão é a
criação em 1946 da Empresa de Melhoramentos de Braga (EMB), de
cujo capital social a Câmara era um dos principais acionistas (Ban-
deira, 2001, vol. II, p. 214).
Ora «um dos setores da cidade, onde a EMB mais se notabi-
lizou, tendo vindo aí a criar uma das novas zonas residenciais de
expansão, foi a zona envolvente àquela que seria a nova Escola
Técnica, bem à ilharga da localização determinada por De Gröer»
(Bandeira, 2001, vol. II, p. 214).
Em 1952, a JCTES dá luz verde ao Município de Braga para
encetar diligências no sentido de adquirir um terreno para instalação
da futura Escola Técnica. A escolha viria a recair sobre uns terrenos
pertencentes aos proprietários José Lucílio Leite de Araújo e espo-
sa, que ocupavam a zona compreendida entre a Avenida Salazar, a
rua Bernardo Sequeira, Largo Senhora a Branca e rua de São Vítor.
Em reunião da Assembleia Municipal 30 o Presidente da Câmara
Municipal, após aprovação da JCTES, solicita à Assembleia Municipal
autorização para entrar em negociações para a aquisição dos terre-
nos necessários à construção do novo edifício da Escola. A Direção
Geral dos Serviços de Urbanização exigia à CMB, como contrapar-
tida, a urbanização das novas artérias e terrenos adjacentes do
novo equipamento escolar. Estas obras viriam, na sua maioria, a ser
comparticipadas pelo Estado conforme indicam os vários ofícios31
enviados pela CMB ao Ministério das Obras Públicas, a solicitar
apoio financeiro para as referidas obras.
Em abril de 1953 a Direção Geral dos Serviços de Urbanização
envia ao Município uma planta com a “Sugestão dos Arruamentos à
volta do novo Edifício para o Ensino Técnico, Elementar e Médio”
(Fig. 2), da autoria do Eng.º Diretor Abel Alegria32. De acordo com
este estudo urbanístico, o terreno onde seria edificado o edifício da
nova Escola Técnica localizar-se-ia numa urbanização que misturaria
loteamentos destinados a habitações unifamiliares com blocos de
prédios contínuos que não ultrapassariam os três pisos. A referida
urbanização seria composta por novos arruamentos paralelos e per-
pendiculares entre si.

30
AMB – Livro de Actas da Assembleia Municipal, 32 (1952), fl. 72.
31
AMB – Processo 17-A, Carta, 17/04/1953.
32
AMB – Processo 17-A, Ofício nº 2197, 20/04/1953.
14 BRACARA AUGUSTA

Figura 2 – Sugestão dos Arruamentos à volta do novo Edifício para o Ensino Técnico,
Elementar e Médio, planta 1/1000, 1952

O terreno, com uma área de 85.330 m2, viria a ser adquirido


por compra amigável, pelo valor de mil e quinhentos contos, tendo
sido feita a escritura do mesmo em 22 de maio de 195333.
No terreno adquirido foi escolhido a parte que interessava à
construção do dito edifício, «a qual com a área de dezoito mil
metros quadrados se encontra limitada, em todos os lados, pelo
terreno municipal de que é desmembrada, sensivelmente no centro
desse terreno, e com a forma rectangular, tendo sido já acordado
com a Excelentíssima Junta das Construções para o Ensino técnico
e Secundário a sua venda, por este corpo administrativo, pelo preço
global de novecentos contos, já urbanizada». 34
Em 1954 iniciam-se as obras de urbanização à volta da Escola
Industrial, com a construção de arruamentos e a criação de uma
rede de esgotos pluviais e domiciliários. Estas obras seriam maiori-
tariamente comparticipadas pelo Fundo de Desemprego, como indi-

33
AMB – Livro de Notariado Privativo, nº 42, fls. 77 v.
34
AMB – Livro de Actas da Assembleia Municipal, 32 (1952), fl. 99.
A Escola Industrial e Comercial de Braga: a escola e o território urbano 15

cam os numerosos ofícios enviados pelo edil a solicitar apoio finan-


ceiro para as referidas obras. Simultaneamente, prossegue a venda
de lotes, com particular intensidade entre a primavera de 1953 e
finais de 1956.
As obras da nova Escola Técnica só arrancariam em 1955
tendo a JCTES solicitado, posteriormente, à CMB a aquisição de
uma parcela de terreno contíguo ao terreno da escola. A necessida-
de de tornar mais amplas as instalações da nova Escola Industrial
constituiu o pretexto fundamental para a aquisição de um terreno de
2.400m2, na parte livre situada a nascente sobre a Rua Martins
Sarmento (Fig. 3). A escritura de venda do referido terreno seria
realizada em janeiro de 195635. Nesta planta é visível o desenho da
nova artéria, a rua Martins Sarmento, que ligaria a Rua Beato Miguel
de Carvalho ao início da Rua Dom Pedro V.

Figura 3 – Alargamento do terreno destinado à Escola Industrial, planta 1/1000, S/D

35
AMB – Processo 17-A, Ofício 522, 30/01/1956.
16 BRACARA AUGUSTA

O ano de 1955 marca uma mudança na política urbanística do


Município, com o Presidente da Câmara Santos da Cunha a obter
autorização da Assembleia Municipal36 para rever o Anteprojeto de
Urbanização. Para a elaboração do Plano Regulador da Cidade pro-
cedeu-se, como aconselhado pelo Ministério das Obras Públicas, à
contratação do Engenheiro civil do Porto Miguel de Rezende para
executar o referido trabalho. Defensor da noção de cidade-região,
remeteu para o conceito de descentralização, combatendo o descon-
gestionamento das zonas centrais e promovendo a criação de unida-
des territoriais independentes da expansão urbana, catalisadas nos
equipamentos coletivos (Nápoles, 2014, p. 19).
Este princípio ficaria traduzido no seu Plano Parcial de Urba-
nização a Sul de Braga (Fig. 4), aprovado em 16 de maio de 1958,
onde a nova Escola Técnica surge numa zona excêntrica, construída
numa zona de expansão urbana a Nascente, tornando-se futuramen-
te um fator importante do crescimento urbano da sua envolvente.

Escola
Industrial

Figura 4 – Plano Parcial de Urbanização a Sul de Braga, Planta 1/2000, 2, 1958

As obras de construção da nova Escola Técnica de Braga


prolongar-se-iam por três anos, vinculando-se num programa-tipo da
JCTES, não monumentalizado, segundo as dotações financeiras saídas

36
AMB – Livro de Actas da Assembleia Municipal (1954-1955), fl. 182, 17/02/1955.
A Escola Industrial e Comercial de Braga: a escola e o território urbano 17

do I Plano de Fomento (1953), das possibilidades construtivas e da


demanda escolar. Após a conclusão das obras de construção da
Escola o Governo mandou, através de portaria assinada pelo Minis-
tro das Obras Públicas José Ribeiro Ulrich, com data de 12 de abril
de 1958, que a JCETS fizesse a entrega do Edifício Escolar, me-
diante auto, ao Ministério da Educação37.
A nova Escola Industrial e Comercial Carlos Amarante instalar-
-se-ia em edifício próprio em 1958, tendo sido inaugurada em 18 de
maio do mesmo ano, em cerimónia presidida pelo Presidente da
Câmara Santos da Cunha, com a presença do Ministro da Educação
Eng.º Francisco Leite Pinto, do Subsecretário de Estado da Educa-
ção Nacional Dr. Baltasar Rebelo de Sousa e do Subsecretário das
Obras Públicas Eng.º Saraiva e Sousa.

37
Secretaria-Geral da Educação e Ciência, CE, ETS Autos de entrega de escolas, Cx. 1,
DC. 3.
18 BRACARA AUGUSTA

BIBLIOGRAFIA

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Cidade do Porto. Porto: Editora Cordão de Leitura.
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Rosas, Fernando (1994). O Estado Novo (Coord. de Fernando Rosas).


Vol.7. História de Portugal (Dir. de José Mattoso): Editorial Estampa.
A Escola Industrial e Comercial de Braga: a escola e o território urbano 19

FONTES

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Livro de Actas da Assembleia Municipal (1954-1955).

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a 1950.
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Obras Urbanas, Pasta 62, Arquivo Municipal de Braga.

– Memória Descritiva sobre o Ante-Projecto de Urbanização de E. de


Gröer, 1942, Arquivo Municipal de Braga, Fols.239-241.
– Parecer da Comissão Municipal de Estética, datado de Novembro/1942,
Arquivo Municipal de Braga, Pasta, 4 fols.

Plano de Urbanização, Alargamento e Embelezamento da Cidade de


Braga, da autoria de Etienne de Gröer (16/1/1946). Documento origina-
riamente em língua francesa, de 20/7/1941, com tradução corrigida em
português, feita pelo punho do próprio urbanista. (3 vols): Relatório –
A – Peças escritas (30 Fols.); Ante-Projecto – B – Peças Escritas
(44 Fols.); e Legislação – C – Peças Escritas (Dactilograf.); 21 Fols.
Parecer da Comissão Municipal de Estética, datado de 15/3/1943, Arquivo
Municipal de Braga.

Processo 17-A – Escola Técnica, 1953, Arquivo Municipal de Braga.


REZENDE, Miguel (1958), Plano Parcial de Urbanização a Sul de Braga.
Memória Descritiva e Justificativa. Lisboa. Arquivo Histórico da
DGOTDU.PPU.03.03.

Arquivo da Secretaria-Geral da Educação e Ciência

Auto de Entrega da Escola Industrial e Comercial de Braga, Arquivo da


Secretaria-Geral da Educação e Ciência, CE, ETS, Autos de entrega de
escolas, Cx. 1, DC. 3.
20 BRACARA AUGUSTA

2. Cartografia e imagens básicas (cartografia)


Planta “Arruamentos à volta do Novo Edifício para o Ensino Técnico,
Elementar e Médio”, 1/1000, Arquivo Municipal de Braga (Série OU-62).

Plan d´Amenagement et D´Extension de Braga (avant-project) – Étienne de


Gröer, 1/2000, 1942, pintada (original) in DGOTPU – Arquivo, Lisboa,
Campo Grande.
Plano Parcial de Urbanização a Sul de Braga – Planta de localização –
2, Miguel Rezende (Eng.º), 1/2000, 1958, Arquivo Municipal de Braga
(Série OU-62).

Planta Sugestão dos Arruamentos à volta do Novo edifício para o Ensino


Técnico, Elementar e Médio. Braga, Eng.º Abel Alegria, 1/1000, 1952
In Arquivo Municipal de Braga (Série OU-62).

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