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sujeitos invertidos
Sempre que um novo folhetim é anunciado para estrear na faixa das 21h do
canal Rede Globo e que esta nova trama terá entre os seus personagens um
gay o movimento social e parte dos cidadãos homossexuais já desconfiam de
que será “caricato”, termo utilizado para designar homossexuais afeminados e
que também pode ser empregado em sujeitos que fazem apresentações
caricaturais em casas noturnas, que são as transformistas, que a partir dos
anos 90 passam a ser chamadas de Drag Queens por conta do sucesso
mundial do filme “Priscila, a rainha do deserto” (GONTIJO; 2009: 100).
É importante notar que neste contexto dos anos 20 e 30, no Brasil, todo um
saber médico e legal começa a ser constituído em torno dos homossexuais, ou
sujeitos considerados “anormais” (FOUCAULT; 2001) e “desviantes” e que
deveriam ser adequados aos padrões de masculinidade proposto pelas
instituições em questão. Influenciados pelas teorias que chegavam da Europa,
os médicos que se dedicavam a pesquisar o tema dos “invertidos” apontavam
para algumas características destes homens. Pontuavam que alguns
“disfarçavam” o biotipo homossexual, mas que outros não e que muitos se
aproximavam dos trejeitos femininos. Constrói-se a partir daí códigos que
visam tornar patológicos os homens com trejeitos afeminados, o próprio uso do
termo “invertido” já nos remete a um homem ao contrário, ou seja, aquele que
se parece com uma mulher. Além da questão de rebaixar à categoria de
doentes os homens afeminados, estes estudos também revelam discursos com
forte teor sexista ao comparar feminilidade à doença. Apesar de boa parte dos
saberes medicinais è época se apoiarem em valores bíblicos para apontar a
homossexualidade como uma prática antinatural, a Igreja Católica não terá
papel fundamental na patologização dos “invertidos” nesta época, pois, os
médicos insistiam que não se tratava de um “vício” ou “pecado”, mas que
faltava uma educação moral e de “fibra” por parte dos pais aos seus filhos
(GREEN; 2000).
Leonídio Ribeiro era adepto da teoria eugenista que já vigorava desde o século
XVIII na Europa e que chegava ao Brasil no final do séc. XIX começo do séc.
XX. A teoria eugenista acreditava na “raça pura” e na interferência da ciência
sobre o corpo, além disso, os teóricos eugenistas vão apontar as misturas
raciais como fator degenerativo dos seres humanos e usar tal argumento para
justificar a existência de pessoas loucas, sujeitos invertidos, enfim, a
marginalidade como um todo era fruto da miscigenação. Em seu trabalho sobre
Febrônio, Ribeiro o define como “mestiço escuro em quem são francos os
caracteres do cruzamento caboclo-preto”, ou seja, o médico perito se utiliza da
miscigenação de Febrônio em seu discurso como produtora de um sujeito
marginal, com problemas mentais e com tendências homossexuais (GREEN;
2000). Além de Ribeiro, outros médicos vão propagar o discurso da
miscigenação e de diferenças físicas para designar homossexuais e
criminosos. Com a disseminação de tal ideologia eugenista, estes médicos da
primeira metade do século XX no Brasil vão defender a internação de
“invertidos” em sanatórios para tranquilizá-los e curá-los da prática de
pederastia passiva.
A grande diferença dos Dzi Croquettes com os outros artistas do Brasil é que,
aqueles homens que subiam aos palcos com cílios postiços, maquiados, com
vestidos, mas ainda com pelos, transformaram o Dzi Croquettes num estilo de
vida. Os integrantes do grupo vivenciavam o seu cotidiano assim como no
palco, ou seja, no dia a dia usavam calças justas, roupas coloridas, batom,
salto alto e mini blusa. Por conta disso, os fãs do grupo passaram a se portar
igual aos integrantes do grupo e uma “família” foi formada. É a partir deste
surto “dzi croquetteano” que os militares passaram a investigar o grupo e
consequentemente a censurá-los e no fim dos anos 70, exilá-los (LESSA,
Raphael; ISSA, TATIANA; Dzi Croquettes: 2009).
Foucault segue explicando que se inicia uma era onde a vida do homem
moderno está em questão e que inúmeros dispositivos são colocados em
prática a partir do que ele chama de “bio-política” ou “governamentalidade”
para reger e sugerir comportamentos aceitáveis. A partir deste momento onde
surgem os estudos medicinais sobre alguns tipos de comportamentos e onde
também já observamos uma união entre os poderes religiosos, medicinais,
psiquiátricos, políticos e policiais emerge uma série de “tecnologias políticas”
que irão “investir sobre o corpo, a saúde, as maneiras de se alimentar e de
morar, as condições de vida, todo o espaço da existência” (Ibidem). É também
a partir dos surgimentos destas técnicas de poder sobre a vida que nasce a
“sociedade normalizadora”
Estes saberes e poderes que ganham corpo e força no século XIX e que visam
uma sociedade homogênea e normatizada vão produzir a partir de seus
próprios discursos os primeiros focos de resistência que irão se apropriar de
estudos e projetos políticos aplicados a partir de dispositivos estatais para
desconstruir a identidade do sujeito “invertido” como personagem nocivo ao
bom funcionamento da sociedade. A partir do momento em que os poderes se
voltaram para o corpo e para a população é “o sexo o alvo central de um poder
que se organiza em torno da gestão da vida, mais do que a ameaça da morte”
(FOUCAULT; 1988: 160). É exatamente este poder e controle sobre o sexo que
vai gerar os discursos contrários a estas formas de controle e normalização
sobre a sexualidade dos corpos. Um dos primeiros filósofos a trabalhar pela
desconstrução do discurso em torno do homossexual enquanto sujeito
“invertido” e também pelos direitos civis da comunidade homossexual que se
formava à época foi Edward Carpenter (1844-1929), militante socialista;
também atuou neste campo Magnus Hirschfeld (1868-1935), médico e que
fundou o Comitê Humanitário Cientifíco, em 1897. Esta organização trabalhou
com o discurso de que a homossexualidade era um “terceiro sexo” com o
intuito de retirar a categoria homossexual da marginalidade e do hall de
doentes e assegurar “os direitos básicos atribuídos a homens e mulheres”
(FACCHINI; SIMÕES; 2009: 38).
O Instituo de Ciência Sexual, fundado por Hirscfeld, foi responsável por iniciar
debates a respeito das diferenças entre “homossexuais”, “andróginos”,
“travestis” e “hermafroditas” que, segundo o pesquisador, “eram variantes
benigmas, provavelmente de base orgânica e inata”. Segundo Facchini e
Simões estas divisões foram importantes por suplantarem a base do discurso
que seria vociferado por boa parte do movimento homossexual e também
“serviriam como referências para a produção de novas identidades sociais e
sexuais, que buscariam espaço no movimento político” (FACCHINI; SIMÕES;
2009: 42). Porém, todo este avanço em torno de teorias que visavam retirar
das identidades homossexuais o estigma de “degenerados” ou “invertidos”
seriam soterradas a partir dos anos 30 pelo Nazismo e pelo regime Stalinista,
na União Soviética. A mando do governo nazista, o Instituto de Ciências
Sexuais seria destruído. A Rússia Soviética e a Alemanha nazista passariam
então a “promover violentas campanhas contra a homossexualidade”, a
criminalização da homossexualidade voltaria a configurar a Constituição dos
dois países. Se na Alemanha a homossexualidade era tida como uma ameaça
à construção da raça ariana, na Rússia soviética a relação entre pessoas do
mesmo sexo constituiria um desvio revolucionário e símbolo da decadência
burguesa (ibidem).
Posteriormente a Segunda Guerra Mundial dois fatos dariam novo gás para a
rearticulação do movimento homossexual e de sua luta pela despatologização
da homossexualidade. O primeiro seria com a publicação, em 1948, do
Relatório Kinsey. O pesquisador Alfred kinsey publicaria uma série de relatórios
a respeito da sexualidade que “originou a revisão sobre o comportamento
sexual masculino, a partir de hipóteses como a de que 37% dos homens
americanos haviam tido algum experiência homossexual” (FIGARI; 2007: 369).
Os relatórios de Kinsey ajudaram na desconstrução de que as relações
homossexuais estavam restritas a pequenos grupos e que, mais do que
imaginava o senso comum, as relações sexuais entre pessoas do mesmo se
fazia presente para além dos guetos. Posteriormente, mais especificamente no
ano de 1949, seria publicado o livro “O Segundo Sexo”, de Simone de
Beauvoir, que traria novos conceitos não apenas para a homossexualidade
feminina, mas germinaria em um novo debate a respeito da constituição do
gênero enquanto discurso político e criação cultural voltado para a dominação
dos sujeitos efeminados pelos sujeitos viris.
O escritor e ativista gay João Silvério Trevisan relatou em seu livro “Devassos
no Paraíso” (2004) a experiência de retornar ao Brasil, depois de ter se exilado
nos Estados Unidos, e articular no país aquele que seria o primeiro grupo de
ativismo gay organizado no Brasil, o Somos. Trevisan conta que ao se exilar
nos Estados Unidos pode entrar em contato com várias formas de se fazer
políticas voltadas para a questão homossexual, mas, ao chegar ao país, no ano
de 1976, Trevisan conta que encontrou grupos com “falta de pontualidade” nos
debates que se tentavam estabelecer em terras brasileiras, pois, segundo
Trevisan, os ativistas gays brasileiros à época já estavam fortemente
influenciados pelo discurso comunista que considerava a luta de gênero uma
pauta secundária (TREVISAN; 2007: 337). Outro problema encontrado por
Trevisan entre os ativistas brasileiros era o fato de “70%” dos ativistas acharem
normal serem tachados de “anormais” pela sociedade por conta de sua
homossexualidade. O escritor relata que os primeiros grupos a romperem com
o conservadorismo em torno do debate sobre gênero foram as feministas que
tentavam “impor uma autonomia metodológica em suas discussões, que foram
se ampliando em torno da criação de alguns jornais” (Ibidem). Outro problema
encontrado pelo ativista para colocar a discussão dos direitos civis de
homossexuais nos espaços políticos era que a questão começava a ser tratada
como um problema das minorias, que na análise de Trevisan era um “rótulo
vago e finamente depreciativo” (TREVISAN; 2007: 338). No ano de 1977, o
clima para se fazer militância gay no Brasil era hostil à esquerda e à direita, por
conta disso “alguns intelectuais, jornalistas e artistas homossexuais reuniram-
se no apartamento de Darcy Penteado” (Ibidem) e deste encontro surgiu a ideia
de se fundar um “Coletivo para a criação de um jornal feito por e com o ponto
de vista de homossexuais, que discutisse os mais diversos temas e fosse
vendido mensalmente nas bancas de todo o país” (Ibidem). Foi em abril de
1978 (Ibidem) que surgiu o número 0 do jornal O Lampião de Esquina, que na
opinião de Trevisan significou uma “ruptura” para os valores pudicos da época.
O jornal O Lampião nasce em um Brasil que ainda vivia sob o regime militar.
Nesta época, 1978, os movimentos estudantis voltavam aos poucos para as
ruas, as greves também voltavam a ser utilizadas como instrumentos de lutas e
no meio deste caldo político surgia a “minoria oprimida que se juntava, à sua
maneira, ao coro de oposição à ditadura” (FACCHINI; SIMÕES; 2009: 81).
Facchini e Simões relatam que é inegável a importância do jornal O Lampião e
posteriormente a fundação do grupo ativista Somos, mas que, mais do que
terem sido os primeiros a atuarem de forma assumida, a sua importância está
mais pelo legado que deixaram sobre como fazer política, um modelo que até
hoje inspira grupos
Trevisan narra como ponto culminante para o movimento gay ganhar as ruas,
pelo menos em São Paulo, um debate realizado na Universidade de São Paulo
(USP), em 8 de fevereiro, no ano de 1979 (Ibidem). O ativista e escritor conta
que o auditório da Faculdade de Ciências Sociais da USP estava lotado. Como
expõe Trevisan, o público era composto majoritariamente por jovens militantes
profissionais da esquerda universitária, mas no público também havia inúmeras
“bichas e lésbicas” (Ibidem). O debate foi tenso e os estudantes homossexuais
no meio do debate gritavam que a sua luta era o direito de ir “para cama com
quem quisesse”, enquanto jovens comunistas diziam que a luta de gênero “era
coisa de quem não tinha o que fazer” (Ibidem). O debate durou cerca de três
horas, como relata Trevisan
Esta não seria a única ação do regime ditatorial em vigor no Brasil a tentar
encerrar com as atividades do jornal O Lampião. A chamada imprensa “nanica”
ou “alternativa” também seria vítima de processos do regime ditatorial.
(FACCHINI; SIMÕES; 2009: 88). Porém, os jornalistas de O Lampião não
seriam os únicos a serem alvos da ditadura por atentarem aos “bons costumes”
ao realizar reportagens com foco na questão gay. O jornalista Celso Cury, que
assinava a Coluna do meio, espaço exclusivo para o debate gay, mas com
conotação de coluna social, que era publicado diariamente no jornal Última
Hora, foi alvo de processo dos militares. Curiosamente, a motivação do
processo do Ministério da Justiça contra O Lampião era justamente uma
reportagem publicada na edição zero que relatava o processo ao qual Cury era
alvo (Ibidem).
O grupo ativista Somos e o jornal O Lampião tem uma história cruzada, isso
por conta de João Silvério Trevisan que, além de fundador do Somos, também
integrava o conselho editorial do jornal O Lampião. Esta parceria fez com que
Somos e Lampião caminhassem juntos e isso fez com que reuniões de pauta
de o Lampião fossem realizadas em São Paulo, visto que a sede do jornal era
na cidade do Rio de Janeiro (FACCHINI; SIMÕES; 2009: 103). Outro fator
importante que surge com a proximidade entre o Somos e O Lampião é a
publicidade que o ativismo gay ganhava e isso fazia com que outros grupos se
articulassem e dessem início ao movimento gay no Brasil. No final dos anos 70,
além do Somos, outros grupos começavam a se articular: Eros – SP, SOMOS
Sorocaca – SP, Libertos Guarulhos – SP, Somos - RJ, Auê – RJ, Beijo Livre
Brasília – Brasília – DF, Grupo de Afirmação Gay - Caxias – RJ, Grupo 3 Ato –
Belo Horizonte – MG. Todos estes grupos se reuniram em dezembro de 1979,
no Rio de Janeiro, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), onde o
jornal O Lampião promoveu o Encontro de Homossexuais Militantes
(FACCHINI; SIMÕES; 2009: 104). Deste encontro nasceram duas pautas que
norteariam o movimento gay dali pra frente: reivindicar o respeito à “opção
sexual” e a retirada da homossexualidade da lista das doenças mentais
(Ibidem). Mas, ao mesmo tempo em que o movimento gay começava a se
articular nacionalmente e atuar na desconstrução dos homossexuais enquanto
sujeitos “doentes” e na garantia de direitos civis, o grupo Somos começava a
vivenciar cisões internas (Ibidem). A primeira foi a criação do subgrupo LF –
Lésbico Feminista, que vivenciou uma cena que marcaria o ativismo gay
durante os anos 80, quando, em março de 1980, as mulheres do LF
participariam do II Congresso da Mulher Paulista, que resultaria em um clima
tenso onde até agressões físicas ocorreriam por conta da ação de militantes
ligadas ao Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR – 8), que na época
estava organizado dentro do Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB), que ainda era o maior partido de oposição existente na época. Em
uma ação articulada com sindicalistas, as militantes do MR – 8 boicotaram as
discussões sobre feminismo, violência física e sexualidade (FACCHINI;
SIMÕES; 2009: 105).
Em seu livro (TREVISAN; 2007), João Silvério Trevisan retrata que a forma de
organização e atuação política do Somos era o fator que mais incomodava os
grupos de esquerda, pois, o Somos trabalhava com a tese de que os indivíduos
deveriam ser donos de suas próprias histórias e não estar alinhados em torno
de projetos políticos “messiânicos” (Ibidem) e que o grupo deveria se focar em
questões domésticas e que a revolução deveria “começar dentro de casa”
(Ibidem). O questionamento da monogamia e a possessividade em torno do
amor deveriam ser tabus a serem superados pelos ativistas gays (Ibidem).
Posteriormente a estes dois temas, os ativistas do grupo Somos também
começaram a praticar o conhecimento do corpo e com isso realizar sessões de
sexo grupal, fato que chocou alguns militantes do grupo que se recusaram
“horrorizados” a participar de tais orgias (Ibidem). Trevisan conta que as
experiência o tomaram de tal maneira que, ele e parte do grupo chegaram a
pensar em propor reuniões com nudez generalizadas “para subverter as
sisudas discussões sobre os caminhos da revolução” (TREVISAN; 2007: 350).
Os primeiros dados que vão apontar a Aids como uma doença sem fronteiras,
ou seja, que acomete heterossexuais, bissexuais e homossexuais, data de
1985, quando a doença ganha status de epidemia. Em meados de 1985 o
Brasil já contava com 400 casos oficialmente registrados de pessoas infectadas
pela Aids, “três quartos dos casos ocorrem no Estado de São Paulo”
(TREVISAN; 2007). Nesta época o Brasil era considerado o quarto país do
mundo com o maior registro de casos de Aids (Ibidem). O surto causado pela
Aids e a associação da doença com a homossexualidade fez com que o
movimento homossexual, que após a primeira onda estava desarticulado, se
rearticule e inicie um trabalho que vai unir prevenção e a luta contra a
discriminação. Neste período os ativistas iniciam uma nova maneira de fazer
militância que é a correlação de força com o poder público. Esta aproximação
entre os ativistas e o Estado resultou na criação no primeiro programa de
prevenção feito no Brasil, que foi a criação do programa estadual de combate a
Aids, em São Paulo, em 1985. Também merece destaque o trabalho de
ativistas que atuaram no Somos – SP e em outros grupos de São Paulo e que
culminou na criação da primeira Ong – Aids Brasileira, o Grupo de Apoio e
Prevenção à Aids (Gapa) (FACCHINI; SIMÕES; 2009). A experiência paulista
teve reminiscências em outros estados do Brasil, por exemplo, no Rio de
Janeiro, onde se fundou a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA)
e o Grupo Pela Vidda (Valorização, Integração e Dignidade do Doente de Aids)
(Ibidem). Portanto, as primeiras ações de combate e prevenção à Aids teriam
inicio em políticas estaduais, o Governo Federal lançaria o Programa Nacional
de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)/ Aids em 1988 (Ibidem).