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Setor de Ciências Jurídicas

Psicologia Jurídica

Nome do aluno: Luiz Guilherme Just


Turma: 1º-NB
GLOSSÁRIO
Abuso sexual: Ação de qualquer pessoa que se prevaleça da relação de poder, afeto ou confiança e
obriga crianças e/ou adolescentes a praticarem atos eróticos para os quais elas não têm condições de
discernir, consentir ou resistir. Nos textos de Souza e Barreto, de Pelisoli e Dell’aglio e no vídeo da
YouTuber JoutJout é abordado como o abuso sexual é algo recorrente no Brasil e que, geralmente, o
abusador sai impune ou é condicionado a cometer tal ato por certo tipo de costume. Nesse sentido, a
Psicologia e o Direito trabalham juntos para combater e/ou prevenir tal prática.
Alienação parental: Se refere à interferência na formação psicológica da criança ou adolescente
induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que detenham sua guarda ou vigilância para que
repudie o genitor, conforme descrito na Lei da Alienação. Não confundir com Síndrome da Alienação
Parental (SAP), a qual é descrita no texto de Souza e Barreto como o “efeito” absorvido pelo filho e não
o “meio” praticado entre alienador e genitor.
Alienista: Termo utilizado para se referir aos psiquiatras.
Anatomopolítica: É um termo criado pelo filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) referente aos
dispositivos utilizados para a extração da força do corpo humano como, por exemplo, o controle do tempo
e do espaço físico.
Antropometria: Estudo das medidas dos seres humanos para diferenciar o sexo, idade, raças etc.
Apartheid: Política adotada pela República da África do Sul durante grande parte do século XX que
visava segregar a população branca e negra.
Biopoder: É um termo criado pelo filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) para se referir à prática
dos Estados de subjugar os corpos e controlar a população.
BIS-11: Sigla, em inglês, para Barrat Impulsiveness Scale. É uma escala que procura aferir características
de impulsividade, levando em conta os três principais aspectos: motor, cognitivo e ausência de
planejamento.
Cessação de periculosidade: É o exame pericial que tem como finalidade avaliar o risco de violência
que um indivíduo oferece à sociedade, fornecendo ao Poder Judiciário elementos que podem cessar ou
não sua periculosidade.
Crime do colarinho azul: São os crimes violentos cometidos, em regra, por pessoas menos favorecidas
em locais supervisionados pelo Estado, sendo assim reprimidos pelos órgãos de controle.
Crime do colarinho branco: São os crimes não-violentos e financeiramente motivados. Geralmente são
cometidos por empresários e governantes.

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Contrato social: Termo criado pelo filósofo suíço Jean Jacques Rosseau (1712-1778) para se referir a um
sistema de sociedade onde o povo “assinaria” um contrato social para garantir sua soberania.
Cranioscopia: Observação ou exame da forma e outros característicos do crânio. No final do século XIX,
a Criminologia apresenta ideias de que as pessoas consideradas “loucas” ou criminosos se portavam de
tal maneira pois detinham diversas diferenças em relação a um “ser humano comum”, sendo uma delas o
formato do crânio. Tal acontecimento ocorreu devido a popularização da ideia da eugenia, proposta por
Francis Galton, no continente europeu.
Criminologia: Refere-se ao estudo do comportamento delitivo do homem com base na sociologia e
psicologia.
Desestruturação familiar: É considerada uma família desestruturada aquela onde a criança ou o
adolescente é privado de um bom desenvolvimento físico e psicológico, estando a mercê de vários fatores
como conflitos de interesses entre os genitores, usos de entorpecentes, abuso sexual, etc. No contexto do
artigo publicado por Gabriel Arruda de Castro no site da Gazeta do Povo, a desestruturação familiar é
apontada como um dos principais fatores que levam as pessoas a abandonarem seus estudos e se
envolverem com crime.
Dosimetria de pena: É o cálculo feito para definir qual será a pena imposta a uma pessoa em decorrência
da prática de um crime.
Estado de bem-estar social: Também chamado de Welfare State, é um modelo econômico que coloca o
Estado como promotor de políticas sociais e organizador da economia. Teve seu auge na década de 1930
nos Estados Unidos e é um modelo presente nas principais economias do mundo até os dias de hoje.
Eugenia: Derivada do grego “bem nascido”, a ideia da eugenia foi proposta pelo inglês Francis Galton
no final do século XIX e é definida como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar
ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente. É um tema
extremamente controverso, principalmente após o Holocausto, porém já se percebia práticas eugenista em
povos da antiguidade como os gregos e os celtas, os quais selecionavam os “melhores” da sociedade e
eliminavam aqueles que eram considerados “inferiores”.
Genocídio: Extermínio total ou parcial de uma determinada comunidade, grupo étnico, racial ou religioso.
No contexto de “Mano Brown, um sobrevivente do inferno”, o rapper se refere aos números altíssimos
de violência nas periferias das grandes cidades, principalmente de São Paulo, a qual é praticada tanto por
moradores “rivais” como autoridades governamentais.
Hip hop: Gênero musical que surgiu nas comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas durante a
década de 1970 como uma variação do estilo disco. Os quatro principais pilares do hip hop são o rap
(ritmo e poesia), o DJing (estilo de reproduzir a música), breakdance (dança) e o graffiti (pintura). No

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Brasil, o gênero começou a ganhar popularidade na década de 1980 através de nomes como os Racionais
MC’s e Thaíde até se tornar um dos estilos mais escutados na atualidade.
HCR-20: Sigla, em inglês, para Historical, Clinical and Risk Management Violence Risk Assessment
Scheme. Se trata se uma avaliação de risco de recidiva criminal futura em populações psiquiátricas e
criminosas, abordando vinte itens divididos nos aspectos: histórico, clínico e manejo de risco.
Holocausto: Genocídio do povo judeu ocorrido durante o regime nazista na Alemanha entre os anos de
1941 e 1945, após quase uma década de opressão imposta pelo governo. Segundo cálculos oficiais, cerca
de seis milhões de judeus perderam a vida no período de quatro anos e, após o final da Segunda Guerra
Mundial, a até então recém-formada Organização das Nações Unidas (ONU) utilizou o ocorrido como um
dos fatores para criar o Estado de Israel visando a preservação da vida das pessoas de origem judaica.
Inimputabilidade penal: É a incapacidade de um indivíduo de responder pela sua conduta delituosa, seja
decorrente de uma doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado, menoridade,
embriaguez completa e/ou dependência de substância entorpecente.
Jurídico-dogmático: Também chamado de dogmatismo jurídico, refere-se ao conceito de utilizar a
linguagem normativa do direito como dogmas. Desta maneira, o que está na lei é considerado justo, de
interesse coletivo e necessário.
Monomania: Um único pensamento ou ideia sobre algo.
Navio negreiro: Eram navios de carga para transportes de escravos africanos para o continente americano.
Geralmente eram navios com péssimas condições de higiene onde muitas das pessoas a bordo morriam
antes mesmo de chegar ao destino.
Periferia: No sentido abordado pela entrevista “Mano Brown, um sobrevivente do inferno”, a periferia
se refere às áreas que se localizam aos arredores dos grandes centros urbanos e que têm uma grande
concentração de pessoas de baixo poderio financeiro (as chamadas favelas). O rapper exalta na entrevista
como a população local consegue superar desafios diários para sobreviver e como eles necessitam de
referências artísticas e políticas para representar seus interesses.
PCL-R: Sigla, em inglês, para Psychopath Checklist – Revised. É uma escala que leva em conta os
comportamentos, traços emocionais e características clínicas da Psicopatia, com a finalidade específica
de caracterizar o psicopata.
Psicopatologia: Ramo da medicina especializado em estudar o comportamento, o modo de vida e a
personalidade de indivíduos que desviam da norma e são tidos como loucos e/ou insanos. Durante o século
XIX, a psicopatologia foi usada como pretexto para colocar em prática ideias racistas/eugenias, algo que
é completamente rechaçado na atualidade.
Psiquê: Retrata, de modo geral, os pensamentos, sentimentos e comportamentos do indivíduo.

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Racismo: É o conjunto de teorias e/ou crenças que estabelecem uma hierarquia entre raças. No século
XIX e XX era bastante comum utilizar de ciências como a medicina, o direito e a biologia para “validar”
princípios racistas como é o caso da eugenia.
Reforma psiquiátrica: Foi uma reforma ocorrida no Brasil no início dos anos 2000 que visava garantir
a cidadania e os direitos individuais das pessoas que passavam por tratamento psiquiátrico.
Transdisciplinaridade: Trata-se do conceito de educação que compreende o conhecimento de forma
plural e tenta “fugir” do método tradicional das disciplinas. No contexto do artigo publicado por Ana
Maria de Oliveira de Souza e Ricardo Menna Barreto, “Síndrome de alienação parental, falso abuso sexual
e guarda compartilhada: a necessidade de uma observação jurídica transdisciplinar”, a
transdisciplinaridade entre Direito e Psicologia surge como alternativa para evitar a alienação parental e
as chamadas “criações de memórias falsas” por parte das crianças com genitores/responsáveis
conflitantes.
Xenofobia: É o medo e/ou aversão por quem e/ou aquilo que é estrangeiro. É bastante comum que o
sentimento xenófobo cresça em países que passam por graves crises financeiras, o que leva o povo a
acusar os estrangeiros de estarem roubando a nação como um bode expiatório; um dos países que sofreram
com esse fenômeno foi a Alemanha após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que levou à ascensão
do partido nazista.

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REFERÊNCIAS:
CASTRO, Gabriel de Arruda. Filhos de famílias desestruturadas tendem a deixar a escola e a se envolver
em crimes. Gazeta do Povo, [S. l.], 21 mar. 2021. Disponível em:
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/familias-desestruturadas-filhos-deixam-escola-
envolvimento-crimes/. Acesso em: 13 abr. 2021.
DAUFEMBACK, Valdirene. Relações entre a Psicologia e o Direito Penal: o uso dos saberes
psicológicos no contexto da culpabilidade e da dosimetria da pena no Tribunal do Júri. 2014. Tese
de acadêmica (Doutorado) - Universidade de Brasília, [S. l.], 2014.
DE SOUZA, Ana Maria Oliveira; BARRETO, Ricardo Menna. Síndrome de alienação parental, falso
abuso sexual e guarda compartilhada: a necessidade de uma observação jurídica transdisciplinar. Espaço
Jurídico, Joaçaba, v. 12, n. 1, p. 67-82, 2011.
FERNANDES, Cláudio. Criação do Estado de Israel. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-criacao-estado-israel.htm. Acesso em: 14 abr. 2021.
MAGALHÃES, Lana. Eugenia: significado, movimento e no Brasil. TodaMatéria, [s. l.], 2015.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/eugenia/. Acesso em: 14 abr. 2021.
MANO Brown, um sobrevivente do inferno. [S. l.: s. n.], 2018. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=gMT9cXizDYQ. Acesso em: 12 abr. 2021.
OLIVEIRA, G. C.; MECLER, K.; CHALUB, M.; VALENÇA, A. M. O exame de Verificação de
Cessação de Periculosidade: a importância da avaliação ampliada em um caso com conclusão contrária
ao parecer da equipe assistente. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 19(2), 322-
341, 2016.
O VÍDEO MAIS IMPORTANTE DESTE CANAL. [S. l: s. n.], 2019. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=OOZ-bHyWcTM. Acesso em: 13 abr. 2021.
PASSOS, Rachel Gouveia. "Holocausto ou Navio Negreiro?": inquietações para a Reforma Psiquiátrica
brasileira. Argumentum, Vitória, v. 10, ed. 3, p. 10-22, 2018.
PELISOLI, Cátula; DELL‘AGLIO, Débora Dalbosco. Psicologia jurídica em situações de abuso sexual:
Possibilidades e desafios. Boletim de Psicologia, Rio Grande do Sul, v. LXIII, n. 139, p. 175-192, 2014.
PODER LEGISLATIVO. Lei nº 12318/2010, de 26 de agosto de 2010. Dispõe sobre a alienação parental
e altera o art. 236 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. [S. l.], 26 ago. 2010. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12318.htm. Acesso em: 13 abr. 2021.
SILVA, Leila Gracieli da; ASSIS, Cléber Lizardo de. Inimputabilidade penal e a atuação do psicólogo
jurídico como perito. Direito em debate, Rio Grande do Sul, ano XXII, n. 39, p. 122-143, 2013.

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