Diversidade Sexual Enfrentamento à Patologização e à Homofobia
Professora Wilzacler Rosa
Psicóloga CRP 15/2538 O termo homofobia...
● Homofobia (homo=igual, fobia, do Grego ijóþoç “medo”);
● George Weinberg - agrupou os dois radicais gregos para
definir sentimentos negativos em relação a homossexuais e às homossexualidades;
● Formas sutis, silenciosas e insidiosas de preconceito e
discriminação.
Introdução à Psicologia e Diversidade Sexual
A importância de entender a história ● A atração sexual entre pessoas do mesmo sexo sempre existiu.
● As culturas, a época e o local determinaram o
tratamento que se deu a esse aspecto da sexualidade;
● Ex: prática comum e bem tolerada na Grécia, na Pérsia,
em Roma e na China, mas condenada entre os assírios, os hebreus e os egípcios. Introdução à Psicologia e Diversidade Sexual A importância de entender a história
● O advento do cristianismo fez da homossexualidade um
dos maiores pecados e, em vários períodos, um crime passível de morte.
● A psiquiatria clássica - século XIX - dá continuidade às
posições teológicas e jurídicas.
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A importância de entender a história ● Alega que aqueles que têm práticas sexuais contra a natureza devem ser tratados e não punidos: o que é penal passa a ser da ordem médica.
● Algumas práticas sexuais são então qualificadas de
“patológicas”.
● O médico húngaro Benkert cria em 1869 o termo
“homossexualismo”. Introdução à Psicologia e Diversidade Sexual Conquistas e desafios
● Der Eigene , fundada em 1896 pelo fotógrafo, poeta e
anarquista Adolf Brand, foi o primeiro jornal no mundo dirigido ao público homossexual em defesa de seus direitos.
● Em 1897 foi criada na Alemanha a primeira organização
pelos direitos dos homossexuais;
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Conquistas e desafios
● Em 1919 Hirschfeld fundou o Instituto para a Ciência
sexual, que abrigou a maior biblioteca sobre a questão homossexual.
● Em 6 de maio de 1933 o instituto foi atacado e as 12 mil
obras e mais de 35 mil fotos foram queimadas.
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Na Psicologia...
● A psicanálise afirma que o ser humano é regido pela
dimensão do desejo que, submetido aos destinos pulsionais.
OBS: Tratar as homossexualidades como perversão, patologia, pecado e
outros tantos adjetivos é uma visão reducionista e preconceituosa, reflexo do imaginário judaico-cristão.
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Modelos de compreensão da sexualidade Prado e Machado (2008) reuniram três deles.
● Modelo do sexo único - que vigora até o início do
século XIX e entende o sexo feminino como uma forma defeituosa ou incompleta do sexo masculino (Laqueur, 1990).
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Modelos de compreensão da sexualidade ● Modelo do dimorfismo radical - presente entre o final do século XVIII e início do século XIX, posiciona o sexo feminino como diferente do masculino e utiliza essa compreensão como justificativa para considerar mulheres incapazes de realizar determinadas tarefas ditas masculinas – justamente aquelas consideradas relevantes e de prestígio social.
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Modelos de compreensão da sexualidade
● Modelo da diversidade sexual - em meados do século
XX, passa a reunir produções científicas que entendem as diferenças entre os sexos, os gêneros e as orientações sexuais como manifestações da diversidade humana.
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Judith Butler Existe uma performance cotidiana que cria a ilusão de uma substância, de uma essência masculina ou feminina - ou qualquer outra.
A consciência dessa dimensão performática é fundamental
para a desconstrução de essencialismos biológicos ou culturais, que limitam a compreensão e a ação no enfrentamento ao heterossexismo, à misoginia e à homofobia.
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Atitude de psicólogas/os
Alguns estudos mostram que atitudes negativas de
profissionais da Psicologia frente à diversidade sexual e de gênero implicam na realização de práticas patologizantes no país ;
Profissionais da Psicologia, precisam fazer um exame
crítico dos modelos que organizam suas crenças sobre sexualidade.
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Princípios de Yogyakarta Reúne uma série de princípios sobre como se aplica a legislação internacional dos direitos humanos a as questões de orientação sexual e identidade de gênero.
Segundo um acordo assinado em 2017 por 24 associações
de Psicologia de 16 países, incluindo oito órgãos brasileiros – ficou decidido que psicólogas/os utilizem as definições propostas nos Princípios de Yogyakarta .
(American Psychological Association / PsycEXTRA, 2017).
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Código de Ética...
● a/o psicóloga/o “contribuirá para a eliminação de
quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”
(Conselho Federal de Psicologia, 2005, p. 7).
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A violência contra LGBTQIAP+ ● Com a criação do Escritório Central do Reich para combater a homossexualidade,esse número subiu para 4 mil e, em 1938, são 8 mil condenações. Em 1937, o jornal Das Schwarze Korps denuncia a existência de 2 milhões de homossexuais e defende seu extermínio.
● Estima-se que 15 mil homossexuais tenham sido
exterminados nesses campos, e que mais de 500 mil tenham morrido em prisões, em execuções sumárias, suicídios ou experimentos médicos. Introdução à Psicologia e Diversidade Sexual A violência contra LGBTQIAP+
● A violência contra diversidade sexual e de gênero se
configura como um processo social, histórico e cultural, inseparável da violência contra outros marcadores sociais da diferença, tais como raça/etnia, classe/posição social, deficiências, religiosidade, entre outros (Pelúcio, 2011).
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A violência contra LGBTQIAP+
● O Brasil é o país onde mais se mata travestis e
transexuais no mundo. ● 73% dos jovens já sofreram alguma discriminação no ambiente escolar. ● A cada 1 hora um LGBTQI+ sofre violência no país. ● A cada 16 horas, um LGBTQI+ é morto no país. ● O risco de suicídio chega a ser 7x maior que a população geral.
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LGBTfobia
● Acredita-se que o termo foi utilizado pela primeira vez
nos Estados Unidos da América, em 1971.
● A OMS declarou em 1990 que a homossexualidade não é
doença.
● Foi a partir desta decisão que o dia 17 de maio torna-se
o “Dia de Combate à LGBTfobia”.
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LGBTfobia ● A LGBTfobia pode ser identificada: bullying, difamação, injúrias verbais ou gestos e mímicas obscenos mais óbvios até formas mais sutis e disfarçadas, como a falta de cordialidade e a antipatia no convívio social, a insinuação, a ironia ou o sarcasmo, intimidar, humilhar, etc...
● A violência pode ser física, psicológica, institucional,
etc...
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LGBTfobia
● A LGBTfobia é um dispositivo de controle, tornando a
sociedade extremamente punitiva, através de sistemas de poder. (Focault)
● A violência sofrida pelas pessoas LGBT+ acarreta
inúmeros problemas como, por exemplo, as tentativas e pensamentos suicidas em plena juventude, na intenção de fugir dessa realidade.
Introdução à Psicologia e Diversidade Sexual
Contribuições da Psicologia ● Defender a diversidade sexual e de gênero é um compromisso com a pluralidade de pensamento e a valorização das inúmeras maneiras de ser e estar no mundo - é uma questão ética.
● A diversidade humana precisam ser reconhecidas,
afirmadas, validadas e reforçadas.
● A Psicologia contribui desenvolvendo intervenções
psicológicas afirmativas. Introdução à Psicologia e Diversidade Sexual Contribuições da Psicologia
Ferramentas psicoterápicas afirmativas podem ajudar:
★ A reduzir os efeitos deletérios do estigma;
★ Minimizar a experiência de sofrimento; ★ Ressaltar e potencializar a resiliência; ★ Fortalecer redes de apoio; ★ Aumentar a assertividade; ★ Otimizar o funcionamento psicológico.
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Referências
● Ceccarelli. Enfrentamento à patologização e à
homofobia in Psicologia e Diversidade Sexual: desafios para uma sociedade de direitos Publicação do Conselho Federal de Psicologia, 2011, p. 229 – 238.