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Psicologia,
Multiculturalismo e
Diversidade de
Gênero
MÓDULO III - GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL.
O casal, legítimo e procriador, dita a lei. Impõe-se como modelo, faz reinar a
norma, detém a verdade, guarda o direito de falar, reservando-se o princípio
do segredo. No espaço social, como no coração de cada moradia, um único
lugar de sexualidade reconhecida, mas utilitário e fecundo: o quarto dos
pais. Ao que sobra só resta encobrir-se; o decoro das atitudes esconde os
corpos, a decência das palavras limpa os discursos. E se o estéril insiste, e
se mostra demasiadamente, vira anormal: receberá esse status e deverá
pagar as sanções.
2 Foram usadas diferentes referências para essa construção como CFP (1999), Guimaraes (2009), Moreira, 2012), Muniz
(2014).
➢ 1871: No parágrafo 175 do Código Criminal Germânico, que perdurou até 1994,
a Alemanha criminalizou a homossexualidade, sendo responsável, assim, por
enviar milhares de homossexuais para os campos de concentração nazistas.
➢ 1886: Richard Von Krafft-Ebing lança o livro “Psicopatia sexual, com especial
referência ao instinto sexual contrário – um estudo médico-legal”, que classifica
a homossexualidade (aqui tratada como homossexualismo, com ênfase no
sufixo –ismo e sua conotação patológica) como desvio patológico, obra que veio
influenciar o meio médico de sobremaneira.
➢ 1948: Primeira menção à possibilidade do comportamento sexual humano não
estar restrito somente à conduta heterossexual ou à homossexual, com Alfred
Kynsey.
➢ 1973: A Associação Americana de Psiquiatria finalmente retira a
homossexualidade do rol de doenças mentais, deixando de ser utilizado o termo
homossexualismo.
➢ 1985: No Brasil, o Conselho Federal de Medicina, a partir do movimento
americano, passa a não considerar a homossexualidade como um desvio
patológico.
➢ 1991: A Organização Mundial de Saúde retira a homossexualidade da lista de
doenças mentais.
➢ 1991: A discriminação aos homossexuais passa a ser considerada violação dos
direitos humanos pela Anistia Internacional.
➢ 1999: O Conselho Federal de Psicologia lança a Resolução CFP nº01/99, que
determina que não cabe a profissionais da Psicologia no Brasil o oferecimento
de qualquer tipo de prática de reversão sexual, uma vez que a
homossexualidade não é patologia, doença ou desvio.
Não há uma só definição sobre “gênero”. Iremos trazer aqui reflexões que
partem de pontos de vista que ajudam a tecer a compreensão da linha de diálogo
que temos traçado. Estávamos discutindo como as relações estabelecidas foram
moldando a forma como a sexualidade humana foi categorizada ao longo do tempo,
e entre isso há a categorização e diferenciação de homens e mulheres.
O conceito “gênero” surge a partir do movimento feminista como uma
categoria de descrição e também de análise das interações sociais que se contrapõe
ao determinismo biológico que está implícito em termos como “sexo” e “diferença
sexual”. É um conceito que se aplica às relações estabelecidas, aos diferentes
papéis sociais atribuídos a homens e mulheres (ZANELLO; SILVA, 2012).
Olhando de perto: em uma forma mais simplificada, podemos fazer a
seguinte analogia: o sexo diz respeito ao aparato biológico visível ao nosso
nascimento. O gênero seria tudo aquilo que vem depois disso, tudo aquilo
que a sociedade vinculou às definições “sou homem” e “sou mulher”. Tudo
o que se espera de um homem, e tudo que se espera de uma mulher.
3 As explicações desta seção estão apoiadas por referências diversas como CFP (2011), Furtado (2018), Jesus
(2012), Pardini e Oliveira (2017).
Fonte:retirado de https://medium.com/apostila-crise/bloco-g%C3%AAnero-aula-iii-diversidade-de-
g%C3%AAnero-833de0dc1dab
a) estão inscritas em uma matriz biológica que define a priori sua formatação, mas
que é passível de modificação pela cultura.
b) sempre estarão sujeitas aos jogos de saber/poder, dado que as formas de
resistência não têm vigor suficiente para suplantar as formas de dominação
c) são constituídas nos jogos de saber/poder em que os indivíduos estão imersos,
que produzem os corpos e as formas assumidas pelas relações.
d) estão relacionadas a formas cristalizadas de dominação praticamente
inalteráveis, tomadas como verdade naturalmente legitimada no nível inconsciente.
6) (ENEM)
TEXTO I
Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro e à dança; ela lê romances, além
de desperdiçar o tempo a olhar para a rua da sua janela ou da sua varanda;
passa horas no toucador a arrumar o seu complicado penteado; um número
igual de horas praticando piano e mais outra na sua aula de francês ou de
dança.
TEXTO II
Link: https://www.youtube.com/watch?v=00gNtf9s8Sc
Ficha técnica do documentário: “Marginais: vozes de resistência LGBT em
Imperatriz” é um produto audiovisual na categoria Projeto Experimental (TCC) que
foi apresentado ao curso de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade
Federal do Maranhão – Imperatriz por Kelver Padilha como requisito para a
obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social/Jornalismo. Direção e roteiro:
Kelver Padilha. Produção: Kelver Padilha, Rubem Rodrigues, Suzete Gaia, Isabel
Lima e Ariel Rocha.
Referências
BENEVIDES, Bruna G. (org). Dossiê assassinatos e violências contra travestis e
transexuais brasileiras em 2021. Brasília: Distrito Drag, ANTRA, 2022.
SOUZA, Eloisio Moulin de; CARRIERI, Alexandre de Pádua. A analítica queer e seu
rompimento com a concepção binária de gênero. RAM. Revista de Administração
Mackenzie, v. 11, p. 46-70, 2010.
ZANELLO, Valeska; SILVA, René Marc Costa. Saúde mental, gênero e violência
estrutural. Rev bioét, 20 (2): 267-79, 2012.
MÓDULO IV
SOCIEDADE, PSICOLOGIA E DIVERSIDADE: O PAPEL DA PSICOLOGIA
Módulo IV: Sociedade, Psicologia e diversidade: o papel da Psicologia
1 As informações podem ser encontradas nos sites do CFP e dos Conselhos regionais citados
➢ 2011: lançamento da publicação “Psicologia e diversidade sexual:
caderno temático”, pelo Conselho Regional de Psicologia de São Paulo
(CRP-SP).
➢ 2011 e 2012: no Relatório do Ano Temático de Avaliação Psicológica do
Sistema Conselhos de Psicologia, houve a seguinte recomendação: “Que
o Sistema Conselhos recomende um Grupo de Trabalho (GT) na
Assembleia das Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf), para
discutir a elaboração de Resolução que normatize a atuação das(os)
psicólogas(os) no atendimento a transexuais e transgêneros,
especialmente no que se refere à avaliação do processo psicológico
transexualizador no SUS”.
➢ 2013: lançamento de Nota técnica (CFP) sobre processo transexualizador
e demais formas de assistência às pessoas trans.
➢ 2015: criação de Grupo de Trabalhos em Diversidade Sexual do
Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG).
➢ 2018: Resolução nº 1, de 29 de janeiro de 2018: normas de atuação em
relação às pessoas transexuais e travestis
➢ 2018: Resolução nº 10, de 27 de março de 2018: Inclusão de nome social
na carteira profissional.
➢ 2018: O Conselho Federal de Psicologia (CFP) assina carta internacional
pelos direitos das pessoas LGBTQIA+, a Declaração e Compromissos da
International Psychology Network for Lesbian, Gay, Bisexual,
Transgender and Intersex Issue (IPsyNet).
➢ 2019: lançamento da publicação “Tentativas de aniquilamento de
subjetividades LGBTIs (CFP)”.
➢ 2019: lançamento da publicação “Psicologia, Gênero e Diversidade
Sexual: saberes em diálogo (CRP MG).
a) histórico-cultural.
b) institucional.
c) interpessoal.
d) pessoal.
a) V,V,F,V
b) F,V,F,F
c) V,F,V,F
d) V,V,F,F
Proposta de fórum
Diante desse relato, como você pensa que Ester deve agir? Quais as
possibilidades, dentro um exercício ético profissional?
Diante desse relato, como você pensa que Jorge poderia agir? Quais ideias
você tem para possíveis intervenções?
Referências
Meyer, I. H. (2003). Prejudice, social stress, and mental health in lesbian, gay,
and bisexual populations: Conceptual issues and research evidence.
Psychological Bulletin, 129(5), 674. https://doi.org/10.1037/0033-
2909.129.5.674