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ISBN 978-85-65721-31-8
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Abstract 2
Conceituações de família 4
Inclusão exclusão 28
Referência bibliográ ca 30
Resumo da técnica 30
Objetivo da pesquisa 30
Objetivo da intervenção 30
Instrumentos de avaliação 31
Referência bibliográ ca 36
Resumo da técnica 36
Objetivo da pesquisa 36
Objetivo da intervenção 36
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Dados dos participantes 36
Instrumentos de avaliação 37
Referência bibliográ ca 42
Resumo da técnica 42
Objetivo da pesquisa 42
Objetivo da intervenção 42
Instrumentos de avaliação 43
Referência bibliográ ca 52
Resumo da técnica 52
Objetivo da pesquisa 52
Objetivo da intervenção 53
Instrumentos de avaliação 53
Referência bibliográ ca 58
Resumo da técnica 58
Objetivo da pesquisa 58
Objetivo da intervenção 58
Instrumentos de avaliação 59
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Informações sobre o procedimento 61
Discussão 64
Abstract
The literature on Family Therapy is rich in evidence and has become a growing target of
study for its effectiveness and contribution in diagnosing depression. However, most of the
information is difficult to access, with numerous articles found in the English language, on
platforms that charge fees to make the article available, in addition, much of the content is
difficult to understand and with many terms inaccessible to professionals in the field. area of
psychology who enter the job market and find themselves with the need to apply evidence-
based practices. In this sense, given the difficulty of accessing information, the objective of
the present study was to translate the scientific literature in order to make the contents availa-
ble in a practical and accessible way. As professionals in the area are supported by evidence-
based practices that will be presented during the study. For that, five articles of systematic
reviews and meta-analysis containing intervention strategies that deal with the subject of fa-
mily therapy and cases of depression were selected, in order to extract relevant information.
Brief descriptions were made in order to assist in practice and obtain results similar to those
of scientific articles.
Conceituações de família
A palavra família possui sua origem etimológica do latim que significa um conjunto de pes-
soas ou grupo social, é a instituição mais antiga já vista, responsável pelo desenvolvimento e
formação do sujeito. Segundo Petzold (1996) existem diversas definições para se referir a
uma família, dentre elas, encontra-se o modelo ecopsicologia onde a família é considerada
um grupo especial de pessoas sendo reconhecidos por uma intimidade.
De acordo com Silva, Sobrinho e Rodrigues (2010), cada indivíduo é único em suas singula-
ridades, porém a convivência com o outro é de grande importância para sua formação, por-
tanto o núcleo familiar carrega em seu significado a ideia de grupo, união e parentesco, esse
grupo tanto influencia como é influenciado pelos seus próprios membros. Na família pode-
mos encontrar o local de suprimento de necessidades básicas para sobrevivências como seres
humanos e também a estrutura necessária para frequentar ambientes que se estendem além do
espaço familiar.
De acordo com Silva et al. (2010) o grupo familiar influencia diretamente na organização e
formação da personalidade da criança, nos comportamentos emitidos e também nas crenças
de cada uma, sobre si e sobre o mundo. Apesar de cada um ter a sua liberdade e seu próprio
sistema de crença.
A interação do sujeito com o seu meio familiar, influencia diretamente nos seus comporta-
mentos para com o próximo, pois existe uma reciprocidade nessa rede de interações. Nesse
sentido, a família tem sido definida levando em consideração as relações biológicas, o grau
de parentesco entre os membros constituintes e a cultura (Macedo, 1994).
De acordo com Patrício (1994), o núcleo familiar é formado por pessoas que interagem por
vários motivos, tais como afetividade e reprodução, laços sanguíneos etc. Mesmo que não
vivam em um mesmo espaço físico. Para o autor esses desenvolvem-se compartilhando uma
relação social dinâmica, mediante a um sistema de crenças, valores e normas, conforme a
classe social encontrada em questão.
Elsen (1994) define uma família sendo saudável como aquela em que a autoestima é positiva,
os indivíduos convivem e se percebem realmente em família. A sua estrutura organizacional
dá o suporte para o crescimento, saúde, desenvolvimento e bem-estar de cada ente. Também é
necessário aceitar as individualidades e ritmo de cada um, mesmo que muitas vezes as rela-
ções e situações geradas não sejam agradáveis.
Minuchin (1967) e a abordagem sistêmica familiar considera que podemos facilmente atribuir
as características de sistema à organização familiar, uma vez que um sistema é organizado de
forma em que suas partes são interligadas e ao mesmo tempo interdependentes, ou seja, a fa-
mília como um todo e dentro do todo cada indivíduo possui suas particularidades, de acordo
com Bateson (1980) até a maneira que o indivíduo expressa seus comportamentos é aprendi-
do através do sistema familiar.
Quando falamos em família no cotidiano, de acordo com Elsen (1994) logo atribuímos como
sua função o relacionamento e espaço de suporte para o desenvolvimento em vários aspectos
da vida. Em termos estruturais, a sociedade, idealiza a família como um local de harmonia, de
descanso após o trabalho, escola, atividades do cotidiano, um lugar que transmite segurança e
fraternidade. E quando nos referimos à função há um pensamento idealizado, que a família é
o núcleo responsável pela formação social, emocional e um suporte para o intelecto o indiví-
duo, além de ser responsável pela transmissão cultural que passa de geração para geração é
também a sede de formação da identidade pessoal, uma vez que é nesse núcleo que desenvol-
vemos o senso de pertencimento e nos diferenciamos do outro. Portanto, o papel da família é
de promover um contexto que supra as carências primárias (segurança, afeto, alimentação,
moradia) dos seus componentes.
Conforme Trujano (2010), da abordagem sistémica familiar, uma família disfuncional é ca-
racterizada quando os limites entre papéis e função de cada membro são difusos no subsiste-
ma parental; as hierarquias não são respeitadas; as regras não são claras; não há cumprimen-
tos das obrigações; os conflitos conjugais estendidos para os filhos; quando há conflito entre
sogro(a) e genro (nora); ambiente desfavorável ao desenvolvimento pessoal, social, emocio-
nal e intelectual; falta de limites ou rigidez nos mesmos.
Uma família considerada funcional apresenta como indício limites claros para os membros no
subsistema parental; hierarquia respeitada; espaço para diferenças de pensamentos e ideolo-
gias; regras cumpridas; ambiente que estimula o desenvolvimento intelectual, social, cogniti-
vo, afetivo e pessoal; comunicação assertiva entre os membros da família; sem interferência
dos filhos no relacionamento conjugal; papéis e função dos membros bem estabelecidos; de-
senvolvimento dos participantes tanto no pertencimento como no processo de individualiza-
ção (Trujano, 2010).
Macedo (1994) acredita que para a psicologia, a família é o primeiro espaço psicossocial, o
lugar onde o indivíduo aprende a se comunicar, se expressar e desenvolver relações que se
propagam para além do ambiente familiar.
D'Avila-Bacarji, Marturano e Elias (2005), abordam em seus estudos que pesquisas indicam
que durante os primeiros anos escolares da criança é imprescindível a presença e engajamen-
to dos pais nesse processo, pois é associado ao um bom desempenho escolar a presença ativa
dos pais nesse processo. De acordo com o pensamento de King (1998), os recursos estimula-
dores para a criança se envolver com as atividades escolares partem do seu desenvolvimento
e da influência do ambiente familiar sobre essa área de sua vida. Esses estímulos podem ser, a
compra de brinquedos educativos (com letrinhas, números, livros para leitura infantil), bem
como a presença e auxílio dos pais no manuseio desses objetivos, entre outros.
Minuchin (1999) considera a família como o principal canal de influência para fins de socia-
lização no desenvolvimento do indivíduo. Tal pensamento é corroborado por Pereira-Silva e
Dessen (2003) que ressalta que as interações familiares são as responsáveis, e mais significa-
tivas, no desenvolvimento do ser humano, pois é no âmbito familiar que são concebidas as
primeiras experiências relacionais do indivíduo.
De acordo com Macedo (1994) o desenvolvimento afetivo diz respeito aos sentimentos,
emoções e valores que todo ser humano, a parte cognitiva foca em desenvolver o indivíduo
Baruffi (2000) acredita que um dos aspectos facilitadores para o desenvolvimento psico-afe-
tivo do indivíduo é o relacionamento positivo com os pais. Contribuindo tal relação para a
formação da personalidade e sua autonomia social. O bom relacionamento, de acordo com
Engle e Breaux (1998) entre pais e filhos contribui também para a evolução intelectual, social
e afetiva e ainda são descritos, por pesquisas, como pessoas mais engajadas em interações
sociais, conforme Caldera (2004).
Elsen (1994) em um estudo científico sobre desafios da enfermagem no cuidado com a famí-
lia, relata que a família é a primeira e mais importante unidade de saúde para seus membros.
Porém, quando não se encontram os recursos suficientes para o desenvolvimento cognitivo,
afetivo e social, aparecem sintomas. Por exemplo, quando algum membro do sistema familiar
apresenta quadros depressivos, de ansiedade, problemas conjugais, insônia, etc. Esse mesmo
seria o porta voz denunciando a falha existente naquela família. Podendo inferir que a família
também é um ambiente de prevenção e tratamento de certas doenças.
A terapia familiar foi criada no século XX, Osório e Valle (2009) acreditam que o assunto foi
algo que despertou muitos estudiosos para a área em busca de ajudar os indivíduos a se en-
xergarem em um mundo relacional. A partir do descobrimento, houve uma demanda ainda
maior por intervenções familiares a fim de apoiar os membros a participarem de processos
psicoterapêuticos de forma conjunta.
Segundo Osório e Valle (2011), o ser humano geralmente busca ajuda de profissionais da área
de psicologia, quando se deparam com um conflito que são incapazes de resolver sozinhos ou
até mesmo com ajuda de sua rede de apoio. Portanto, uma das funcionalidades da terapia é
Osório e Valle (2009) defendem o pensamento que a terapia familiar e algumas atividades
desenvolvidas com a família são importantes para que os membros da instituição aprendam a
identificar, nomear e compartilhar de sentimentos que os rondam, foi desenvolvido um proje-
to chamado “Refletindo com as Famílias” criado no ano de 2001 no Sistemas Humanos tem
como objetivo possibilitar espaços de diálogos dando oportunidade ao crescimento e trans-
formações das relações familiares, nesse projeto, eles incentivam que os participantes identi-
fiquem e compartilhem seus sentimentos e dificuldades; ajudam na comunicação dentro da
família; estimulam os membros a buscarem suas potencialidades; comemoram conquistas e
novas possibilidades.
O projeto “Refletindo com as Famílias” (Osório e Valle, 2009) foi elaborado e conduzido por
um grupo de terapeutas especialista em intervenções familiares, portanto, foram formados
grupos compostos por 7 a 10 famílias onde estas recebiam atendimentos semanais, manejado
por 2 terapeutas e 1 interlocutor. O primeiro contato com a família, ou seja, a primeira sessão
foi nomeada de acolhimento, onde os condutores buscavam integrar os componentes entre si
e a equipe, além disso foram levados jogos e brincadeiras. Na segunda sessão, chamado de
desenvolvimento, tinha por objetivo levantar assuntos considerados emergenciais pela famí-
lia. Após definidos os assuntos e levando em consideração a quantidade de sessões a serem
realizadas e decididas pela equipe, os facilitadores trabalham com dramatização e interven-
ções cabíveis a cada caso e família. Além disso, houve a realização de palestras com temas
relevantes, por exemplo, a importância da participação dos pais na vida escolar do filho, for-
mação e mantimento de vínculos afetivos, respeitos um para com o outro, convívio com a
diferença dos membros familiares, comunicação, entre outros. Ao final das intervenções, foi
notório que metodologia foi bastante eficaz trazendo a percepção da importância de construir
novos significados para o ambiente familiar, entendimento aos membros da família que ape-
nas morar em um mesmo ambiente e ter laços consanguíneos não são o bastante para ter uma
família saudável e unida, além disso, foi observado que o sofrimento muitas vezes manifesta-
se em um ou mais membros como mensageiro de uma dor conjunta, confirmando mais uma
vez a importância de a família ter a rede de apoio de profissionais da área de saúde mental.
Levando em consideração a importância da família para a saúde mental dos indivíduos que
compõem essa instituição, Féres Carneiro (1975) retoma o pensamento que o diagnóstico fa-
miliar dentro de um set terapêutico é interacional, ou seja, o sintoma de um membro não pode
ser analisado como um fato isolado, ele deve ser visto como uma demanda familiar. Portanto,
a terapia familiar tem o objetivo de oferecer auxílio e suporte para melhoria do funcionamen-
to e dinâmica da família.
envolvidos precisam estar engajados na terapia, para que se tenha êxito nos procedimentos, a
identificação e construção da demanda familiar é fundamental, levando em consideração que
cada membro possui suas particularidades.
Stierlin et. al. (1980) ressalta que todo o processo terapêutico depende muito do engajamento
do paciente ou do grupo familiar. Acredita-se que o psicoterapeuta precisa ter a habilidade de
mobilizar a família para reconhecer as áreas, papéis, funções ou atitudes que estão em disfun-
ção, sempre ressaltando que a resolução ou amenização da demanda já estabelecida virá prin-
cipalmente do grupo familiar. Carneiro e Saba (1975) alertam que inclusive o terapeuta fami-
liar deve estar consciente de sua história familiar antes de ingressar na ajuda de outra família.
Carneiro e Saba (1975) apontam que na terapia familiar, é defendida a tese de que o terapeuta
deve abordar a história familiar, incluindo a infância, desenvolvimento da adolescência e vi-
vências de cada fase da vida do ser humano sempre tentando analisar e aprofundar-se em
como era a dinâmica familiar na fase dos sintomas e queixas trazidas.
Algumas abordagens de que tratam do assunto terapia familiar vem acompanhado a mudança
da teoria que norteiam o conhecimento vigente para a prática, de acordo com Osório e Valle
(2009). Acredita-se portanto, que as inúmeras abordagens de terapia familiar surgiram na fal-
ta de um conjunto de crença que fosse compartilhado, ou seja, de um sistema que unificasse e
oferecesse o resultado em evolução.
Anderson (1997) acredita que as diversas teorias de terapia familiar devem ser baseadas em
três pontos de análise: a posição do terapeuta, ou seja, como o próprio profissional define o
seu modo de atuação e seu propósito no contexto; o processo da psicoterapia, fazendo refe-
rência ao que pode-se fazer para ocorrer uma mudança terapêutica; e por fim o próprio siste-
ma terapêutico, levando em consideração as metas estabelecidas no processo. Inferindo-se
baseado no exposto que cada intervenção e abordagem irá fluir de acordo com os três pilares,
descritos pelo estudioso.
Foi realizado um estudo com o nome de Terapia Familiar Estratégica Breve (BSFT): Uma
intervenção para reduzir o comportamento de risco do adolescente. Realizado por Szapoczik,
Schwartz, Muir e Brown no ano de 2012, a pesquisa tinha como objetivo apontar com a aná-
lise de resultados dos experimentos realizados os testes de intervenções da terapia familiar.
Para isso foi utilizado o modelo BSFT, que é um modelo familiar de curto prazo, no total, 12
Durante as intervenções feitas pelos conselheiros o foco é possibilitar a mudança dos mem-
bros da família, bem como melhorar as interações e amenizando assim os sentimentos nega-
tivos nos relacionamentos. Os autores Szapoczik et al. (2012) citam uma estratégia utilizada e
expõe um exemplo, de quando um pai desabafa uma raiva pessoal com sua filha que se afasta
emocionalmente. O terapeuta então, faz uso da emoção de raiva transformando-a em uma
afirmação de carinho ao pai, dizendo-lhe que é perceptível a preocupação dele para com sua
filha. Portanto, um dos objetivos do BSFT é de ressignificar comportamentos e sentimentos.
Szapoczik et al. (2012) acreditam que as estratégias de intervenção para reorganização são as
principais causadoras para a transformação dos comportamentos problemáticos para algo efi-
caz e que traga um apoio muito aos membros da família. Dentre as estratégias utilizadas na
pesquisa estão: “dirigir, redirecionar ou bloquear a comunicação, mudar as alianças familia-
res, ajudar os familiares a desenvolverem habilidades para resolução de conflitos, capacidade
eficaz de gerenciar comportamentos, promoção de competências parentais positivas e de lide-
rança parental”. Todas as intervenções citadas contam com o ambiente terapêutico para serem
executadas, sendo algumas passadas como “tarefa de casa”, ou seja, para além da sessão.
Por fim, Szapoczik et al. (2012), chegaram à conclusão que o foco da terapia familiar precisa
ser de promoção a mudança das interações dos membros e não a remoção do adolescente com
com comportamentos problemáticos. Além disso, o uso da BSFT foi eficaz quanto ao trata-
mento de adolescentes com condutas antissociais e outros comportamentos vistos como ina-
dequados.
Osório e Valle (2009) considera os laços familiares originais (entre os pais e o bebe) como
fonte para todas as conexões para além da família e também é de grande influência para o
desenvolvimento do indivíduo. Portanto, a psicanálise tange na terapia assuntos de cal se fa-
miliares e é vista como ampliação de intervenções tanto particulares como para serem aplica-
10
das em grupos familiares. Nessa abordagem temos como foco o vínculo entre os membros da
família, e a visão da família como a ponte de ligação entre a constituição do sujeito como ser
social e o os seus ambientes como, sociedade, cultura e comunidade.
Osório e Valle (2009) afirmam que o primeiro norteador do assunto de terapia familiar veio
da teoria sistêmica, que presume que vivemos em sistema, priorizando as interações dos indi-
víduos em família e contexto em que vivem. Para a abordagem, as manifestações dos sinto-
mas fazem referência não ao indivíduo que as manifesta em si, mas aos entrelaçamentos das
influências entre os comportamentos dos membros. A terapia sistêmica familiar enxerga os
membros como um todo e como uma unidade para tratamento, não como um fato isolado.
Sendo importante ressaltar, que não significa que a abordagem sistêmica trabalhe dentro de
um set terapêutico com os membros da família todos reunidos, mas sim que a principal inter-
venção e foca é nas questões familiares como precursoras de todos os outros sintomas.
Moreno na abordagem psicodrama, de acordo com Levy (2003) concorda com o pensamento
sistêmico que diz que o homem é um ser em relação, porém acrescenta que o indivíduo pos-
sui uma capacidade ilimitada para o movimento criativo e espontâneo. Acredita também que
por o ser humano ser um ser relacional, as dificuldades que são manifestadas ao longo de
suas vivências, assim como foram desenvolvidas com influência do ambiente que vive, de-
vem ser tratadas da mesma forma, em grupo, ressaltando a importância da terapia familiar.
Para Bustos (1990) um vínculo familiar saudável depende muito do empenho de cada mem-
bro para fazer com que aquele relacionamento se torne funcional, permitindo o deslocamento
de todos os envolvidos rumo ao potencial. De acordo com Moreno (1972), em primeiro lugar
existe o grupo, pois é onde há a interação que acontece através de um papel, porém cada pa-
pel é a junção de elementos individuais que são estendidos ao coletivo, não trando a razão
que é necessário cuidar os membros e suas particulares, sem deixar em segundo plano o todo,
o grupo.
Williams (1994) em seus estudos, expôs diversos tópicos sobre as vantagens do método usa-
do no psicodrama para psicoterapia familiar. Umas das práticas muito utilizadas são de recri-
ar o passado trazendo-o "novamente" para o presente, ou seja, para o aqui e agora. O socio-
drama (trabalhos grupais) possibilita que a família recrie crenças, padrões, lealdades que per-
passam de forma inconsciente. Fazem uso da dramatização de papéis desempenhados por
membros familiares a fim de propiciar a clareza, aceitação e rejeição familiar. Além disso, as
intervenções da abordagem são bastantes utilizadas na terapia familiar para dramatizar rituais
durante a vida.
Na abordagem psicodramatistas, Moreno entre os anos de 1921 e 1923 realizou várias inter-
venções em cenários públicos, como por exemplo, teatros espontâneos, atendimentos a ca-
sais, entre outros. Essas intervenções possibilitaram que os participantes vivenciasse como é
o lugar do outro e fez Moreno perceber que é fundamental o papel terapêutico nas ações dra-
máticas, pois essas, permitem um olhar “de novo”, reviver, reelaborando muitas vezes senti-
11
mentos passados despercebidos, podendo assim alcançar o objetivo dentro da terapia familiar
com essa abordagem, Osório e Valle (2009).
A terapia cognitivo comportamental, de acordo com Osório e Valle (2009) é formada por um
modelo teórico e de um somatório de práticas, é a junção da parte cognitiva com a compor-
tamental. Essa abordagem busca através das ações modificar as emoções e cognição.
Além disso, o autor acredita que o enfoque cognitivo-comportamental aborda a parte prática
e teórica que podem ser utilizadas para modificar os pensamentos, crenças, suposições que
influenciam em como a pessoa se sente e se porta e portanto a maneira que analisamos a situ-
ação vivenciada afeta diretamente na maneira como vamos senti-la e nos comportar diante
dela.
Osório e Valle (2009) pontua que a abordagem cognitivo comportamental, trabalha em 2 esfe-
ras, o pensamento, o comportamento e as emoções humanas. Apesar de sempre dar mais en-
foque na parte das ações e a partir delas conseguirem modificar as emoções e a parte cogniti-
va. Na abordagem, os estudiosos entendem que os problemas conjugais e consequentemente
familiares, são produtos de repetições disfuncionais de formas de pensar e agir, bem como, a
satisfação ou não dentro dos relacionamentos irão ditar o grau de disfuncionalidade nas rela-
ções afetivas. O modelo cognitivo comportamental aponta que os seres humanos desenvol-
vem verdades sobre si, os outros e sobre o mundo a partir de vivências e aprendizagem na
infância através de suas relações familiares.
A terapia sistêmica tem relacionado família disfuncional como um dos responsáveis pelas
causas e reforçadoras de sintomas da depressão, e nesse cenário trabalham para desconstruir
padrões falhos na interação familiar, restabelecer papéis, funções e hierarquia parental, desfa-
zer a triangulação existente entre o ambiente e membros da família, bem como o restabeleci-
mento de limites dentro do sistema familiar, segundo Carter e McGoldrick (1995).
12
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Braga & Moreira (2022) | www.walden4.com.br
- Humor deprimido na maior parte dos dias da semana, um sentimento nomeado como ‘vazio’
de acordo com pesquisas feitas
- Insônia
- Agitação ou retardo
- Sentimento de inutilidade
- Cansaço extremo
- Pensamentos de morte
A depressão é uma doença que afeta não só o indivíduo que vive, como todo o ambiente em
que convive, principalmente o meio familiar, portanto, famílias nessas situações é de extrema
importância que contem com uma rede de apoio. De acordo com uma pesquisa realizada por
2 estudiosos Keller e Bruce (2018), a terapia familiar é considerada uma das maiores estraté-
gias para potencializar o apoio que a família que sofre com um membro com depressão rece-
be, pois a intervenção terapêutica busca amenizar os sintomas causados pela doença assim
como auxiliar na melhora na dinâmica familiar nesse contexto.
No ano de 2018 foi realizado um estudo chamado Psicoeducação multifamiliar breve para
familiares de pacientes com depressão maior crônica: um estudo controlado randomizado,
14
pelos estudiosos Katsuki, Takeuchi, Inagaki, Maeda, Kubota, Shiraishi, Tabuse, Kato, Yama-
da, Watanabe, Akechi, Furukaea, onde abordaram a importância da psicoeducação familiar.
Acreditam que a prática é conhecida como algo primordial para o tratamento de pacientes
diagnosticados com depressão maior crônica.
Katsuki et al. (2018) apontam que o transtorno depressivo maior (TDM) causa grandes im-
pactos na vida do indivíduo que sofre com o diagnóstico quanto na vida familiar. Segundo o
DSM 5 (Arlington, 2013) o TDM possui características semelhantes a de depressão, porém
para haver o diagnóstico é necessário ter 5 ou mais sintomas por uma tempo de duas semanas
e precisam apresentar bruscas mudanças em relação aos comportamentos do indivíduo.
Portanto, Katsuki et al. (2018) buscaram em sua pesquisa analisar a influência da Psicoedu-
cação Familiar Breve (BMP) e para isso realizaram um experimento com 49 participantes
diagnosticados com TDM crónico (inclusive, tendo a presença de seus familiares). A escolha
dos participantes foi de forma aleatória e direcionados ao grupo de intervenção, que recebeu
4 sessões de BMP, sendo encontros quinzenais durante oito semanas, ou grupo controle, que
recebeu uma sessão de aconselhamento supervisionada por uma profissional da enfermaria.
Sendo importante ressaltar, que todos os participantes também estavam sendo acompanhados
por médicos.
A terapia na modalidade de grupo foi realizada em quatro etapas, uma vez na semana, sendo
elas, famílias se socializando com outras famílias; membros do grupo eram solicitados a
apresentar problemas ou objetivos; para cada problema ou objetivo, os membros do grupo
discutem e sugerem possíveis soluções; e por fim, o familiar que apresentou problema de es-
colha na solução que melhor se adapta a realidade, Katsuki et al. (2018). E a intervenção do
15
grupo controle contou com uma sessão de acolhimento supervisionada e acompanhada por
uma das quatro enfermeiras que promoviam um ambiente para escuta ativa dos pacientes e
seus sofrimentos com questões familiares, além disso, os profissionais só forneciam informa-
ções sobre algo quando os familiares solicitavam.
Katsuki et al. (2018), para medir os resultados foi utilizado a escola Kessler Screening Scale
for Psychological Distress (K6) de membros da família em 16 semanas depois do primeiro
encontro utilizando BMP. A conclusão secundária dos autores foi a comprovação da redução
dos sintomas depressivos dos familiares dos pacientes em diversos contextos, melhora no
funcionamento da dinâmica familiar, na visão dos pacientes. Além disso, as análises explora-
tórias apontam que o método BMP amenizou os sintomas depressivos dos familiares durante
as 8 sessões.
Katsuki et al. (2018) acreditam, portanto, que a psicoeducação familiar é vista como algo ide-
al para intervenções com pacientes diagnosticados com depressão e além disso comprovam
com o estudo os seus benefícios, a sua utilização do método ajuda a reduzir as taxas de recaí-
das dos pacientes bem como a sobrecarga dos cuidadores, que na maioria dos casos são os
familiares.
A terapia familiar também é definida por Henken et al. (2007) como qualquer esforço por
parte do terapeuta com o foco de modificar as interações de membros de uma mesma família
visando a melhoria da dinâmica familiar. A terapia com foco na família é muito eficaz para
dar suporte no tratamento da depressão..
No ano de 2003 foi realizado um estudo científico que examinou a eficácia de uma terapia
familiar e intervenção baseada em tecnologia para redução de sintomas depressivos entre
cuidadores de membros familiares diagnosticados com depressão. Eisdorfer et al. (2003)
através da pesquisa, relataram que a ocorrência de depressão entre os cuidadores parece estar
relacionada ao estresse crônico de cuidar de um familiar deficiente. No experimento, subme-
teram cuidadores a terapia familiar combinada a intervenção tecnológica (uso de instrumen-
tos tecnológicos para auxiliar o contato com o psicólogo) e experimentaram uma redução
significativa dos sintomas depressivos aos 6 meses de teste. Os cuidadores foram submetidos
a conviver com o paciente e prestar cuidados por um mínimo de 4 horas por dia, durante pelo
menos 6 meses.
Para alcançar tais resultados foram submetidos 225 cuidadores a Terapia de ecossistemas es-
truturais (SET), terapia de ecossistemas integrados computador-telefone ou condição de con-
trole de suporte mínimo (CTIS), Eisdorfer et al. (2003).
16
lo fazendo uso de tecnologias. Contavam com o apoio de aparelhos como rádio, telefones,
boletins informativos, anúncios de serviço público e etc.
No estudo, Eisdorfer et al. (2003), foi feito uso da escala CES-D, Radloff (1977), com 20
itens para identificar os sintomas depressivos. A mediação SET foi usada durante 12 meses,
contando com encontros semanais nos 4 meses iniciais, encontros de 15 em 15 dias durante 2
meses consecutivos e sessões mensais durante os últimos 6 meses de intervenção. Cada ses-
são tinha duração aproximada de 1 hora a 1 hora e maia. O tempo em que os cuidadores fica-
vam em contato era de aproximadamente 14 horas, podendo variar de 32 minutos até 34 ho-
ras, tendo 13 contados para cada cuidador durante o período de estudo.
Eisdorfer et al. (2003) faziam uso de um planejamento onde levava em consideração a neces-
sidade de cada cuidado, não sendo assim, um cronograma engessado. Grande parte das ses-
sões foram executadas na própria casa dos participantes ou em ambientes familiares, como na
casa de filhos e/ou parentes. Na categoria SET e CTIS, alguns encontros familiares contaram
com auxílio de computadores e telefones. Dentro das sessões do tipo CTIS foram privadas as
últimas 6 sessões de intervenção, sendo que o tempo médio de contato com CTIS foi de 56
(M = 56,49) e uma média de o tempo de uso do sistema pelo cuidador foi de 19 horas (M =
17,66), dados levando em consideração todo o tempo de intervenção.
Durante os primeiros encontros na modalidade SET, o terapeuta tinha como objetivo a cons-
trução de vínculo (rapport), colher quais as expectativas sobre os objetivos terapêuticos e par-
tir desse primeiro contato começar a observar como se dá a dinâmica familiar. Portanto, se-
gundo os autores Eisdorfer et al. (2003), descrevem que o facilitador do grupo reunia com o
cuidador de forma privada, na maioria dos casos, e algumas vezes com outro membro da fa-
mília junto para colher informações sobre as histórias familiares, sobre a recepção do cuida-
dor e da sua jornada de “cuidar”. Após os primeiros encontros, o terapeuta buscou avaliar
como eram as interações familiares, analisando quais das identificadas poderiam ser usadas
como foco do processo para planejar as intervenções.
Eisdorfer et al. (2003) o tratamento tinha como alvo alguns pontos principais, como por
exemplo: conscientizar o grupo familiar sobre a natureza das interações de apoio e os sinto-
mas; compreender como as interações familiares se relacionam ao presente funcionamento do
grupo; executar o planejamento de intervenções em busca de melhorias do apoio reduzindo
também o mal-estar dos familiares.
Já na modalidade CTIS, foram realizadas inicialmente três visitas do terapeuta à casa dos par-
ticipantes. Esse sistema faz uso de chamadas telefônicas, bem como mensagens de voz, reu-
niões grupais de discussão, lembretes e recursos do cuidador. O mecanismo foi instalado na
primeira visita ao local e foi solicitado uma lista aos cuidadores com os familiares que eles
desejavam estar incluídos, Eisdorfer et al. (2003).
Ao fim do estudo, Eisdorfer et al. (2003) chegaram a conclusão que a intervenção da terapia
familiar de sendo aplicada de forma isolada não haveria efeito nenhum, considerado significo
17
em relação aos sintomas depressivos. Porém, quando a terapia familiar foi combinada com
tecnologias e constante contato com as terapeuras, mostrou-se mais eficaz, pois além de des-
frutarem de terapia domiciliar os participantes (cuidadores) ainda possuíam a rede de apoio
para além d e um consultório, podendo ter fácil acesso a recursos tecnológicos onde tinham
suporte como conferências famílias, grupos online, ligações por vídeo e de voz.
18
19
Braga & Moreira (2022) | www.walden4.com.br
O estudo desenvolvido pela American Psychological Association, (2006), certifica que a base
para qualquer tipo de evidência para que seja posta em prática deve ser analisada com dois
pré requisitos, em termos de eficácia e utilidade clínica. A eficácia, para os autores, faz refe-
rência ao grau de critérios a serem estabelecidos para que tenha-se êxito na evidência utiliza-
da e determinado tratamento. Já a utilidade clínica, refere-se à aplicabilidade prática das téc-
nicas já disponíveis, levando em consideração quesitos como, aceitação do paciente na recep-
ção da estratégia, bem como seu custo benefício na aplicação.
Esse pensamento foi utilizado para examinar diretrizes da área de psicologia para tratamento
de diagnósticos relacionados à saúde mental. Chambless et al.(1996, 1998, citado por APA,
2006) tomam bastante cuidado durante a análise, para que fosse possível recolher o maior
número de casos confirmando o uso de evidências científicas, critérios de uso e eficácia na
população que foram aplicadas tais técnicas e tinham por objetivo, apontar tratamentos que
pudesse ser comparável a evidência de eficácia de uso de medicações.
Ainda hoje há dúvidas sobre as diferenças das ESTs (tratamentos empiricamente apoiados) e
das EBPP. A ESTs se inicia já com o tratamento que diz–se funcionar para um distúrbio ou
problema psicológico específico. Já a EBPP é iniciada com o paciente e questionando-o quais
as evidências testadas podem auxiliar o psicólogo a obter êxito no resultado do tratamento,
American Psychological Association, (2006).
De acordo com Sackett et al. (2000, citado por APA, 2006), “A prática baseada em evidências
é a integração das melhores evidências de pesquisa com a experiência clínica e os valores do
paciente" (p. 147), portanto a EBPP tem como objetivo proporcionar as estratégias psicológi-
cas para melhoria da saúde pública fazendo uso de técnicas testadas em avaliação psicológi-
ca, estudos de caso e formação de vínculos e intervenções terapêuticas. Sendo importante res-
saltar que a EBPP foca no tratamento do paciente.
20
A prática baseada em evidência vem chamando a atenção dos estudiosos, segundo Beutler
(1998) é um método que busca comprovar os resultados de um estudo científico teórico em
sua forma prática. E levando em consideração que a terapia familiar é considerada, de acordo
com o pensamento de Hinton et al., (2017); Tompson, Langer, Hughes, & Asarnow (2017)
uma intervenção eficaz com o objetivo de dar suporte aos familiares que sofrem com algum
membro em disfunção psicológica e promover uma melhora na dinâmica da família foram
selecionadas alguns artigos que apresentam revisões sistemáticas e metanálise com o tema do
presente trabalho.
Keller e Bruce (2018) realizaram um estudo de controle aleatório para medir a eficácia da
psicoterapia interpessoal em grupo como forma de intervenção para diagnosticados com de-
pressão pós-parto. O artigo se chama “Eficácia clínica de intervenções terapêuticas familiares
na prevenção e tratamento da depressão perinatal: uma revisão sistemática e metanálise” e é
uma revisão sistemática e metanálise.
O estudo de Keller e Bruce (2018) afirma que uma estratégia muito bem sucedida como pla-
no de intervenção, usado por terapeutas, para famílias que sofrem com diagnóstico de depres-
são perinatal é a terapia familiar. Pois com o acompanhamento de um profissional o é possí-
vel potencializar a rede de apoio para aqueles que sofrem bem como, possibilitar a melhora
da dinâmica familiar. A pesquisa, portanto, teve o objetivo de agrupar as evidências da execu-
ção das estratégias, a buscar a forma mais atual de terapia familiar como prevenção e trata-
mento da depressão pós-parto, bem como auxiliar em busca de amenizar os sintomas depres-
sivos aparentes na mãe e refletido na dinâmica familiar.
De acordo com Keller e Bruce (2018), a Organização Mundial da Saúde (2017) trouxe uma
informação baseada em uma pesquisa realizada nos Estados Unidos onde 6% das mulheres
são diagnosticadas com depressão durante a gravidez e 1/9 das mulheres apresentam depres-
são pós parto e afirmam que os casos em países desenvolvidos chegam em até 16% da popu-
lação feminina e cerca de 20% das grávidas apresentam sintomas de depressão após o parto.
Além disso, a pesquisa mostra que a depressão perinatal quando não tratada pode afetar de
forma direta os resultados do porto.
21
A maior parte dos estudos que focam na prevenção e tratamento da depressão incluem estra-
tégias individuais para as mães, bem como as que visam a interação da mãe com o bebe. Se-
gundo Keller e Bruce (2018), em muitos casos também relacionam o estresse vivenciado pela
gestante no ambiente familiar, a depressão e a falta de apoio de cônjuges, pais, e familiares
como preditores e produtos da depressão perinatal. Alguns sintomas apontados como causas
da depressão perinatal são medo de ruptura em relacionamento do casal, gravidez indesejada,
falta de disponibilidade do parceiro (a), apoio insuficiente dos familiares e etc.
Durante o estudo, os autores Keller e Bruce (2018), tomam cuidados com a forma que foram,
realçam as revisões, sendo elas em duas etapas, uma em relação à qualidade do estudo e outra
para averiguar os viés presentes. Levaram também em consideração alguns critérios de elegi-
bilidade, como por exemplo: tipos de estudos (se todos haviam sido publicados em revistas
científicas), tipo de populações (se todas eram mulher gestantes e puérpera te seis meses),
tipos de intervenções (se a família estava participando ativamente do estudo), tipos de prove-
dores (intervenções feitas apenas por profissionais da área da saúde mental), tipos de compa-
radores (grupo controle e experimental submetidos a intervenções padrão) e tipo de medida
de resultado (análises com critérios semelhantes).
A análise de dados foi realizada de forma quantitativa e qualitativa, de acordo com Keller e
Bruce (2018), a maioria das intervenções realizadas foram de acordo com a abordagem cog-
nitivo comportamental que visa melhorar a comunicação familiar por meio de mudanças
comportamentais. Ao total participaram 801 mães, com idade média de 31,1 anos, juntamente
com seus parceiros, sendo deste número 385 do grupo controle e 416 do grupo de interven-
ção. Foram analisados 2 estudos com foco no tratamento e 5 visando a prevenção. As inter-
venções contaram com 1 a 10 sessões (uma por semana), tendo encontros individuais ou em
grupo a depender do estudo, e com duração de 2 a 6 horas e geralmente a família ou parceiro
22
se faziam presente. Foram usadas algumas escalas, sendo as mais utilizadas a Escala Diádica
de Ajuste e a Escala de Comunicação do Casal (Mulcahy, 2010, citado em Keller e Bruce
(2018).
Os resultados objetivos foram positivos, os autores Keller e Bruce (2018) mostram que no
geral obtiveram uma redução considerável nos sintomas depressivos nas gestantes desde a
linha de base do experimento até o primeiro acompanhamento. Foi notado que os casos que
contavam com a presença dos membros familiares em 80% das sessões obtiveram uma dimi-
nuição significativa nos sintomas da depressão perinatal, bem com a melhora do funciona-
mento familiar.
Uma outra revisão sistemática e meta análise, com o tema “A eficácia da terapia familiar e
intervenções sistêmicas para problemas focados em adultos”, foi realizado pelo estudiosos
Alan Carr no ano de 2000, que buscou resumir e apontar as intervenções terapêuticas na prá-
tica sistêmica familiar com casos de saúde mental. Foram portanto analisados 20 estudos de
ensaios de terapia familiar e chegaram a conclusão que as famílias acompanhadas de 6 a 12
meses houveram existo bem mais evidente do que 71% dos participantes que receberam o
procedimento padrão em grupo controle.
Carr (2000) acredita que ao longo do período de vida das pessoas que são diagnosticadas com
depressão perpassam por 4 fases sendo cada período com cerca de 4 meses de duração, tendo
um nível de piora quando o indivíduo é exposto a ambiente estressante e de pouco apoio so-
cial. Portanto, as intervenções propostas pela terapia familiar visam amenizar os sintomas
estressores bem como auxiliar os membros em busca de melhorar a dinâmica relacional da
família.
De acordo com Carr (2000), na modalidade de terapia familiar de casais, apontou-se mais
eficaz do que o tratamento padrão anteriormente (durante 2 anos) utilizado em casos de paci-
entes em ambulatórios, sendo também mais produtivo do que o uso de medicamentos. Além
disso, o estudo aponta que o custo da terapia se apresenta mais barato, no caso. A intervenção
contou com a representações das dificuldades enfrentadas pela família e/ou casa, pausa inten-
cional nos comportamentos vistos como problemas, elaboração de tarefas para proporcionar
uma melhor interação.
23
Carr (2000), aponta que a terapia de casal com foco emocional demonstrou-se tão eficiente
quanto ao uso das mendicmanerors em relação a diminuição dos sintomas depressivos. A
abordagem busca possibilitar ao casal novas habilidades, evitando o uso de formas problemá-
ticas na resolução de conflitos, o foco da ntc não é ajudar os casais a se entenderem, levando
em consideração as necessidades emocionais individuais.
A terapia conjugal comportamental obteve resultados tão eficazes quanto a terapia compor-
tamental cognitiva individual na redução do sofrimento. A abordagem portanto foca em pro-
mover uma melhor comunicação, resolução conjunta de conflitos e impulsionar novas expe-
riências positivas para o casal. Carr (2000), certifica que para chegar a esse dado foram revi-
sados três ensaios.
Segundo Carr (2000), para os resultados da terapia cognitiva conjugal, foram revisados dois
estudos e portanto apontaram que a terapia conjugal apresenta-se mais eficaz do que a terapia
cognitiva individual, uma vez que a conjugal é algo direcionada, focada em reconhecer os
próprios erros, proporcionado para o casal a modificação de fatores cognitivos que causam
sofrimento.
Por fim, Carr (2000) aborda a terapia interpessoal conjunta e aponta que sua eficácia é tão
alta quanto a terapia interpessoal padrão. A abordagem busca modificar comportamentos pes-
soais negativos que afetam o relacionamento e mantêm a depressão, ajudando portanto os
casais com situações problemáticas.
Carr (2000) demonstra com a pesquisa as intervenções familiares que obtiveram sucesso em
casos de depressão maior, com sua prevalência de 7%, sendo visto de forma positiva, já que o
diagnóstico depressivo possibilita um grande impacto na qualidade de vida do indivíduo e as
intervenções terapêuticas familiares buscam atingir não só o indivíduo com o diagnóstico de-
pressivo, bem como seus familiares e parceiros relacionais. Ainda assim , o autor chega a
conclusão que será um grande desafio para os profissionais da área familiar, principalmente,
no quesito de desenvolver a análise de ensaios de tratamento de acordo com as práticas base-
adas em evidências. Nota-se que ainda há necessidade de muitas pesquisas que abranjam e
confirmem tais intervenções na terapia familiar.
Conforme os resultados mostrados nas pesquisas do presente trabalho, existem inúmeras lite-
raturas que descrevem os efeitos da terapia familiar em casos de depressão. Porém, estes arti-
gos encontram-se disponibilizados na língua inglesa, com limites de página, ou inseridos em
24
artigos que não fazem referência ao assunto principal, tornando de difícil acesso para o pro-
fissional da área de psicologia realizar a sua prática baseada em evidência.
Nesse sentido de ser necessário transpor a literatura, Silva e Moreira (2021) ao perceberem
diversas barreiras para as informações sobre alimentação e autismo serem acessíveis, trans-
creveram alguns artigos em uma tentativa de facilitar para os profissionais da área de psico-
logia em suas práticas. Tendo como tema “TEA & ABA: Estratégias para reduzir seletividade
alimentar”.
Após a seleção inicial dos artigos, os autores Silva e Moreira (2021) buscaram pela elabora-
ção das descrições, algumas informações foram primordiais para esse apanhado, tais como:
referencia bibliográfica, dados dos participantes (nome, idade e diagnóstico), objetivo da
pesquisa; objetivo das intervenções; nomes dos procedimentos de ensino utilizados; nível
operante do comportamento-alvo (dados da linha de base), descrição da intervenção, resulta-
dos (incluindo informações como a quantidade de sessões que foram realizadas e comparação
dos resultados da linha de base e quando houve intervenção).
Silva e Moreira (2021) escolheram alguns tópicos a serem expostos, alguns deles foram: sele-
tividade alimentar e comportamento problemático em crianças com deficiência de desenvol-
vimento; Os efeitos da contingência de modelação no tratamento da seletividade alimentar
em criança com autismo; Uso de reforços individualizados e exposição hierárquica para au-
menta a flexibilidade alimentar em crianças com transtorno do espectro de arrumos; etc.
Por fim Silva e Moreira (2021) apresentaram os resultados dos artigos científicos e metanáli-
se transformando-os em um projeto que facilita a leitura de profissionais, dando mais acessi-
bilidade linguística e disponibilizados em local de fácil acesso, de tal forma que transformará
as informações reunidas em um manual.
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Braga & Moreira (2022) | www.walden4.com.br
Tais barreiras são: artigos não disponibilizados na língua portuguesa; literaturas científicas
que abordam o tema terapia e depressão, porém que não contém o foco específico na aborda-
gem da terapia familiar; textos de difícil acesso por cobrarem taxas para serem visualizados;
pesquisas quantitativas sem a base teórica bem explicita; artigos com poucas páginas de pes-
quisas, sem muitas explicações.
Neste trabalho foi feito uso de artigos científicos e metanálise que abordem temas e demons-
trem intervenções que podem ser utilizadas pela terapia familiar para auxiliar os profissionais
da saúde a trabalharem com casos de diagnósticos de pacientes depressivos aplicando técni-
cas baseadas em evidências.
Tais artigos serão analisados e transcritos na tentativa de tornar a linguagem da temática aces-
sível, bem como disponibilizar estratégias baseadas em literatura científica de forma prática e
unificada para o profissional da área de psicologia. Para isso faremos uso dos procedimentos
demonstrados nos tópicos abaixo.
27
Inclusão exclusão
O critério de inclusão e exclusão dos estudos cinéticos que serão utilizados, será as 10 pri-
meiras páginas com artigos disponibilizados levando em consideração estudos realizados até
10 anos antecedentes ao ano atual da pesquisa.
A seleção dos artigos contém os seguintes pré requisitos: estudos publicados que sejam na
modalidade metanálise e revisão sistemática; abordem assunto de terapia familiar e interven-
ção no quadro de depressão; casos de depressão e intervenções feitas no âmbito ou com
membros familiares; artigos que contenham intervenções terapêuticas que possam ser aplica-
das com a família do depressivo. Cabe ressaltar que o foco da pesquisa é conter cinco inter-
venções diferentes.
Em seguida a seleção dos artigos, será necessária a leitura e um filtro a fim de extrair infor-
mações para verificação e extração dos seguintes tópicos:
- Referência bibliográfica;
- Resumo da técnica;
- Objetivo da pesquisa;
- Objetivo da intervenção;
a. Diagnóstico de depressão;
- Instrumentos de avaliação;
a. Número de sessões;
28
Por fim, faremos a edição dos conteúdos encontrados, bem como a organização das informa-
ções em forma didática e de fácil entendimento, para posteriormente ser publicado e apresen-
tado ao público.
29
Luby J., Lenze S., & Tilman R. A novel early intervention for preschool depression: findings
from a pilot randomized controlled trial. Washington University School of Medicine, St.
Louis, MO, USA (2012).
Crianças com idade de 3 a 7 anos que estejam sendo escolarizadas e residindo com seus cui-
dadores por no mínimo 6 meses, diagnosticadas com depressão.
Resumo da técnica
Objetivo da pesquisa
O presente estudo tem como finalidade ampliar os conhecimentos sobre técnicas de interven-
ção eficaz e modesta em tratamento precoce de depressão em crianças com idade pré-escolar.
Objetivo da intervenção
Crianças com a faixa etária de 3 a 7 anos foram recrutadas por um consultório de pediatria
comunitário, através de uma lista de verificação como forma de triagem Escala de Sentimen-
tos de Pré-escolares (Preschool Feelings Checklist; PFC; Luby et al., 2004), preenchida pelos
seus responsáveis.
30
Dados dos familiares. Pais cuidadores das crianças diagnosticadas com depressão.
Instrumentos de avaliação
Interação Direcionada à Criança. No estudo foi utilizado instrumento conhecido como In-
teração Direcionada a Criança (Child-Directed Interaction - CDI, Luby et al. 2004) que tem
como objetivo ensinar os pais a seguirem os comandos lúdicos da criança durante as sessões
de terapia, e essa técnica por meio de uma comunicação positiva, atenção e imitação durante
a brincadeira, foca em promover uma melhora no relacionamento e apego existente entre pais
e filhos.
Existe também uma outra vertente que faz parte desse mesmo instrumento, a Interação Dire-
cionada aos Pais (PDI), onde os pais assumem a liderança sempre que necessário durante a
sessão e atividade lúdicas. Esse instrumento tem como resultado o ensinamento aos pais a
melhorarem sua atenção voltada aos filhos, reflexão sobre o querer, falas e atitudes das cri-
anças, o envolvimento e entusiasmo na interação com os filhos e etc. Além disso, a técnica
PCIT-ED conta com a etapa ED que é instituída a ser posta em prática após as fases de CDI e
PDI, pois ela ajuda os pais a regularem as emoções para com as crianças e são realizadas du-
rante seis sessões.
Lista de Verificação da Integridade do Tratamento. Para avaliar a adesão das sessões, foi
utilizado o cada sessão era analisada através da Lista de Verificação da Integridade do Trata-
mento (Treatment Integrity Checklist; Eyberg, 1999) e pôde ser observado uma adesão de
97% de média com variação de 87% a 100%. Esse instrumento avalia itens como por exem-
plo: conceitos da sessão anterior e revisão de dados iniciais; o conceito de treinamento de
equivalência funcional, treinamento sobre a equivalência funcional em relação à criança e
etc. A sua avaliação varia de 0 a 2 sendo a pontuação 0 referente à discordância do objetivo e
2 referente ao alcance do objetivo.
31
Teste de Diferenciação de Emoções Penn. Para avaliar o reconhecimento emocional foi uti-
lizada a escala do Teste de Diferenciação de Emoções Penn (Penn Emotion Differentiation
Test - KIDSEDF; Gur et al., 2001, 2010), que visa pontuar as expressões faciais de acordo
com as emoções mais intensas se baseando em 40 pares de rostos mostrados (um par por
vez). O escore indica o número final dos julgamentos e as pontuações mais elevadas indicam
um melhor desempenho.
Seguem os itens da escala utilizada (clique aqui para acessar o artigo original):
2. Apresenta grande variação de humor (o estado emocional da criança é difícil de ser previs-
to, pois ela muda rapidamente de bem humorada para mal humorada).
4. Troca bem de uma atividade para outra (não fica ansiosa, irritada, angustiada ou excessi-
vamente empolgada quando passa de uma atividade para outra).
32
6. Frustra-se facilmente.
9. É capaz de adiar gratificação (por exemplo, suporta a espera por uma recompensa).
10. Sente prazer com o sofrimento dos outros (por exemplo, ri quando outra pessoa se ma-
chuca ou é punida; gosta de provocar os outros).
14. Responde com raiva ou de forma zangada quando os adultos lhe impõem limites
15. A criança consegue dizer quando está se sentindo triste, com raiva ou zangada, com medo
ou assustada.
18. Mostra humor apático (fisionomia é vaga e inexpressiva; a criança parece ausente emoci-
onalmente).
19. Responde de forma negativa a aproximações neutras ou amigáveis feitas por pares (crian-
ças ou colegas da mesma idade) (por exemplo, pode falar com um tom de voz com raiva ou
responder com medo).
20. É impulsiva.
21. É empática com os outros. Mostra preocupação quando os outros estão chateados ou an-
gustiados.
33
23. Mostra emoções negativas apropriadas (raiva, medo, frustração, angústia) em resposta a
atos hostis, agressivos ou intrusivos dos pares (crianças ou colegas da mesma idade).
24. Demonstra emoções negativas quando está tentando engajar os outros em brincadeira.
Inventário de Depressão de Beck. As emoções e estresse por parte dos pais foi avaliada
através do Inventário de Depressão de Beck - II (Beck Depression Inventory - BDI–II; Beck
et al., 1996), que é composto por 21 itens que avaliam questões como: humor deprimido, pes-
simismo, sensação de fracasso, falta de perspectiva de futuro, retraimento social, perda de
interesse em atividades e etc. A pontuação de 0 a 13 indicam depressão mínima, de 14 a 19
depressão leve, de 20 a 28 depressão moderada, de 29 a 63 depressão grave.
Descrição dos procedimentos em cada sessão. Inicialmente foi realizado um estudo contro-
lado e randomizado como piloto do estudo e linha de base e a primeira sessão aconteceu no
intervalo de sete dias após essa triagem. Após 14 dias da sessão de PCIT-ED e DEPI (com
duração média de 11 dias) foram feitas tentativas de aplicação de avaliação pós-tratamento.
Pode ser observado diversos pontos positivos encontrados na aplicação das técnicas. No
DEPI existiram diversos relatos de pais alegando uma melhora no quadro depressivo dos fi-
lhos, bem como em relação à saúde mental. Porém os resultados obtidos no instrumento
34
DEPI não foram tão bons quanto na aplicação do PCIT-ED, apesar do estudo não ter sido su-
ficiente para chegar em um resultado considerável a ponto de alegar uma melhor eficácia en-
tre os instrumentos PCIT-ED e DEPI quando comparados. No instrumento PCIT-ED obtive-
ram grandes efeitos positivos em relação ao reconhecimento e regulação emocional dos pais e
filhos, bem como uma melhora no quadro de sintomas de depressão dos participantes.
35
Katsuki F., Takeuchi H., Inagaki T., Maeda T., Kubota Y., Shiraishi N., Tabuse H., Kato T.,
Yamada A., Watanabe N., Akechi T., Furukaea A. Brief multifamily psychoeducation for fa-
mily members of patients with chronic major depression: a randomized controlled trial, by
scholars. BMC Psychiatry (2018).
Resumo da técnica
A psicoeducação familiar é conhecida como parte de um tratamento eficaz junto aos cuidados
tradicionais e medicação (quando necessário) em casos de transtorno depressivo maior crôni-
co. Portanto a técnica psicoeducação familiar breve (BMP) consiste em fornecer informações
sobre o diagnóstico através de palestras, de forma a direcionar soluções para problemas tra-
zidos no âmbito terapêutico, os familiares do estudo também recebiam livretos com conteúdo
produzido pela equipe.
Objetivo da pesquisa
Objetivo da intervenção
A hipótese dos pesquisadores é que quando comparada às famílias que recebem sessão de
acompanhamento da enfermaria do hospital às famílias em que foram aplicadas a BMP teri-
am um maior resultado em relação ao estado mental.
Houve 49 participantes com Transtorno Depressivo Maior Crônico há mais de um ano entre
as idades de 18 e 85 anos, e seus familiares, a escolha foi feita de forma aleatória e o recru-
tamento foi realizado no Hospital Universitário da Cidade de Nagoya (Japão).
36
Dados dos familiares. Familiares primários, ou seja, pais, mães, maridos, esposas, filhas e
filhos. Até três membros poderiam participar do estudo, embora somente um deles passou
pela avaliação proposta pelo estudo. Esperava-se que o paciente morasse junto com o mem-
bro familiar envolvido no processo.
Instrumentos de avaliação
Enquanto o objetivo com o paciente é reduzir sintomas do diagnóstico com a família é ensi-
ná-los a promover um ambiente tranquilo e estável através de técnicas de manejo com orien-
tações de como agir. Seguem alguns exemplos: aconselhamento à ter calma com o processo
de tratamento, sempre lembrado que descansar também é importante; orientação para dar um
espaço para diferentes fases do tratamento, consequentemente reações diferentes das espera-
das pela família; orientação para evitar, drogas e álcool durante o processo de tratamento;
alerta para a família ficar atentos aos sinais e novos sintomas da doença; etc.). Além disso, o
estudo contou com palestras a cada sessão; terapia em grupo de apoio com ênfase em resolu-
ção de problemas; folhetos explicativos.
Escala de Triagem Kessler para Sofrimento Psicológico. Para identificar sintomas depres-
sivos, de ansiedade e também para quantificar sofrimento psíquico foi utilizada a Escala de
Triagem Kessler para Sofrimento Psicológico (Kessler Screening Scale for Psychological
Distress - K6, Kessler et al. 2003) que consiste em um questionário de autorrelato com seis
questões com a pontuação de 0 (nenhum do tempo) a 4 (o tempo todo), os itens são em rela-
ção a frequência de sentimento de desespero, inquietação, esforços inúteis, avaliação de como
esses sentimentos impactam a funcionalidade da vida do indivíduo.
Entrevista Zarit Burden. Uma outra escala utilizada foi a Entrevista Zarit Burden (Zarit
Burden Interview - ZBI, Arai et al. 1997) é uma entrevista pequena com 22 itens que busca
avaliar a sobrecarga de familiares e cuidadores de idosos que possuem deficiência. Os itens
são classificados com a pontuação de 0 a 4 onde 0 = nunca e 4 = muito frequentemente, o es-
core da escala fica entre 0 a 32, sendo o somatório mais elevado uma indicação de sobrecar-
ga. Os itens do questionário possuem assuntos sobre a percepção do cuidador, tais como: ele
(a) pede mais ajuda do que necessita? sente que por conta do tempo que gasta cuidando dele
(a) não sobra tempo para si mesmo?; se sente irritado (a) quando ele (a) está por perto?; se
37
sente em dúvida pelo que faz por ele (a); de forma geral se sente sobrecarregado por cuidar
dele (a)?; entre outros.
Seguem os itens da escala utilizada (clique aqui para acessar o artigo original):
1. O Sr/Sra sente que S* pede mais ajuda do que ele (ela) necessita?
2. O Sr/Sra sente que por causa do tempo que o Sr/Sra gasta com S, o Sr/Sra n„o tem tempo
suficiente para si mesmo (a)?
3. O Sr/Sra se sente estressado (a) entre cuidar de S e suas outras responsabilidades com a
família e o trabalho?
6. O Sr/Sra sente que S afeta negativamente seus relacionamentos com outros membros da
família ou amigos?
10. O Sr/Sra sente que a sua saúde foi afetada por causa do seu envolvimento com S?
11. O Sr/Sra sente que o Sr/Sra não tem tanta privacidade como gostaria, por causa de S?
12. O Sr/Sra sente que a sua vida social tem sido prejudicada porque o Sr/Sra está cuidando
de S?
13. O Sr/Sra não sente vontade de ter visitas em casa, por causa de S?
14. O Sr/Sra sente que S espera que o Sr/Sra cuide dele/dela, como se o Sr/Sra fosse a única
pessoa de quem ele/ela pode depender?
15. O Sr/Sra sente que n„o tem dinheiro suficiente para cuidar de S, somando-se as suas ou-
tras despesas?
16. O Sr/Sra sente que ser· incapaz de cuidar de S por muito mais tempo?
17. O Sr/Sra sente que perdeu o controle da sua vida desde a doenÁa de S?
38
22. De uma maneira geral, quanto o Sr/Sra se sente sobrecarregado (a) por cuidar de S**?
Escala de Atitude Familiar. Para avaliar as emoções familiares foi utilizada a Escala de Ati-
tude Familiar (Family Attitude Scale - FAS, Kavanagh et al. 1997) que é um questionário de
autorrelato com 30 itens onde buscam medir a Emoção Expressa (EE) das famílias, com
questões como: se as pessoas souberem como realmente sou elas terão menos consideração
por mim; para ser uma pessoa com moral, boa e digna preciso ajudar todos que precisam; mi-
nha felicidade depende mais dos outros do que de mim; não posso ser feliz a não ser que a
maioria das pessoas ao meu redor me admirem; o meu valor enquanto pessoa depende muito
do que os outros pensam de mim; eu não preciso de aprovação alheia para ser feliz; entre ou-
tros. A pontuação do teste varia entre 0 a 120, sendo que as pontuações mais altas indicam
altos níveis de sobrecarga e/ou crítica.
Formulário Curto de Pesquisa de Saúde. Foi utilizado também no presente estudo a escala
Formulário Curto de Pesquisa de Saúde (Short Form Health Survey - SF-36, Fukuhara et al.,
1998) onde buscam observar a qualidade de vida geral dos participantes dentre 8 frentes
chamadas de domínios. Esses domínios são: Funcionamento social (SF), Funcionamento físi-
co (PF), Papel físico (RP), Percepção Geral de Saúde (GH), Dor corporal (BP), Papel emoci-
onal (RE), Vitalidade (VT) e Saúde mental (MH), a pontuação varia entre 0 a 100 sendo que
pontuações mais altas indicam uma maior qualidade de vida. Alguns dos assuntos tratados na
escalas são: quais atividades você tem dificuldade de realizar por conta da sua saúde? subir
vários lances de escada?, subir um lance de escada?, levantar algo?Nas últimas quatro sema-
nas você teve algum problema no trabalho por conta da sua saúde física?; entre outros itens.
39
Número de sessões. Existem dois grupos, o primeiro é o grupo de intervenção que recebeu
quatro sessões de BMP com encontros quinzenais durante oito semanas. O segundo grupo é o
grupo controle, esses recebem uma sessão de aconselhamento supervisionada por um profis-
sional da enfermaria.
A terapia de grupo de apoio era baseada em: famílias socializando entre si; os membros dos
grupos quando eram solicitados para discursar sobre seus problemas ou objetivos e os demais
ouvintes ofereciam opiniões sobre possíveis soluções; o participante (familiar) que falou so-
bre o problema escolhe a solução que acha mais apropriada para sua realidade.
Em cada sessão era realizada uma palestra, terapia e grupo de apoio com o objetivo de resol-
ver dificuldades de habilidades. No primeiro encontro forneceram informativos sobre o diag-
nósticos sobre depressão maior, inclusive seus sintomas. Na segunda sessão foi esclarecido
conteúdos sobre medicamentos. No encontro seguinte o foco foi conscientizar sobre apoio
comunitário que fornece assistência a famílias e no quarto encontro foi fornecido orientações
para a família dos participantes com depressão maior. Sendo importante ressaltar que durante
as sessões os terapeutas mediadores incentivam os familiares a contarem sobre sua experiên-
cia em relação ao cuidado.
O grupo controle contou com encontros sendo um deles destinada para triagem, uma sessão
de acolhimento supervisionada e acompanhada por uma das quatro enfermeiras que promovi-
am um ambiente para escuta ativa dos pacientes e seus sofrimentos com questões familiares,
além disso, os profissionais só forneciam informações sobre algo quando os familiares solici-
taram. A sessão de aconselhamento pela enfermeira durou 45 minutos.
40
As conclusões primárias baseadas nos resultados dos testes, não foram tão significativas entre
o grupo controle e grupo de intervenção, já a conclusão secundária dos autores foi a compro-
vação da redução dos sintomas depressivos dos familiares dos pacientes em diversos contex-
tos, melhora no funcionamento da dinâmica familiar, na visão dos pacientes. Além disso, as
análises exploratórias apontam que o método BMP amenizou os sintomas depressivos dos
familiares durante as 8 sessões.
41
Resumo da técnica
A técnica LTC é um debate que dura de dois a três sessões com os pais, e incluem item que
envolvem o contexto, os relacionamentos e comportamentos do núcleo familiar, assuntos
como: a partição da guarda da criança, autonomia dos pais é também uma estratégia que sirva
de apoio para a proteção da vida da criança. Já o FTI é uma sequência de seis sessões in-
cluindo todos os membros da família, nessa técnica eles fazem uso de elementos com função
curativa, como por exemplo a compreensão familiar e debate aberto das situações vividas
pela família, bem como disfunção parental.
Objetivo da pesquisa
Houve duas intervenções: Vamos falar sobre crianças (Let's Talk About Children - LTC, Puna
Maki et al., 2013 e Solantaus et al., 2010) e Intervenção de conversa em família (Family Talk
Intervention - FTI, Beardslee et al., 2003,1992) que buscam descobrir a relevância de um sin-
toma de saúde mental dos pais com a qualidade de vida do filho.
Objetivo da intervenção
42
Dados dos familiares. Participaram no total 64 famílias. Para a avaliação inicial feita a fim
de levantar informações, e em casos de pais depressivos identificamos como participantes, se
a família tivesse mais de um filho, a avaliação seria feita com o filho mais velho.
Instrumentos de avaliação
Formulário Curto do Inventário de Depressão de Beck. A escala usada para medir a de-
pressão foi o Formulário Curto do Inventário de Depressão de Beck (Beck Depression Inven-
tory Short Form - BDI-SF; Beck e Beck, 1972), que possui 13 itens, esse questionário avalia
os seguintes pontos: humor deprimido, pessimismo, sensação de fracasso, falta de satisfação,
culpa, ódio próprio, dificuldade no trabalho, fadiga, automutilação, retraimento social, inde-
cisão, imagem corporal distorcida, dificuldade no trabalho, fadiga. e perda de apetite. A gra-
vidade das respostas varia de 0 a 3 e é avaliada com diferentes afirmações. Quanto maior a
pontuação, maior a gravidade dos sintomas depressivos.
Inventário de Ansiedade do Estado de Spielberger. Para avaliar a ansiedade dos pais foi
utilizada a escala Inventário de Ansiedade do Estado de Spielberger (Spielberger State Anxi-
ety Inventory - SSAI; Spielberger et al., 1983) composta por 20 itens, esse instrumento avalia
o estado atual da ansiedade, usa do método de pergunta e faz uso de elementos que medem
sentimentos subjetivos como de tensão, preocupação, nervosismo e etc. Ao obter as respostas,
analisam a sua intensidade em proporção de 1 a 4 (1 - nada, 2 - um pouco, 3 - moderadamen-
te e 4 - muito). A pontuação então é adicionada à pontuação total do indivíduo e deve ser
transformada em elementos de ausência de ansiedade.
Seguem os itens da escala utilizada (clique aqui para acessar o artigo original):
1. Sinto-me calma
2. Sinto-me seguro
3. Estou tensa
4. Estou arrependida
43
5. Sinto-me à vontade
6. Sinto-me perturbada
8. Sinto-me descansada
9. Sinto-me ansiosa
Auto-relato da Escala de Ajuste Social. Além disso, o teste aplicado aos pais foi a extensão
adaptada do Auto-relato da Escala de Ajuste Social (Social Adjustment Scale Self-Report -
SAS-SR; Weissman, 1999) que engloba cinco questões, que examinam a frequência de inte-
resse dos pais na vida acadêmica da criança, o quão interessado os pais são nas atividades e
rotina da criança, qual a capacidade dos pais ao dialogarem com seus filhos. Ao final, a pon-
tuação era calculada e somada variando de 0 a 20 pontos, e notas finais abaixo de 12 pontos
eram consideradas uma má parentalidade.
44
Escala de Suporte Social de Oslo 3-Item. Para medirem a vida social na perspectiva dos
pais e filhos, utilizaram a Escala de Suporte Social de Oslo 3-Item (Escala de apoyo social de
Oslo 3- ítems - Brevik e Dalgard, 1996), esse instrumento faz uso de uma questão a respeito
da quantidade de pessoas que podem oferecer um sentimento de segurança e apoio ao infor-
mante e questionamentos sobre apoio emocional e instrumental desses indivíduos. O resulta-
do alavancado levando em consideração os 3 itens pode variar de 0 a 11 e em caso de valores
inferiores a 6 o resultado é dado como ruim em relação ao suporte social.
Forças e Dificuldades Relatados Pelos Pais. Em relação aos problemas emocionais e com-
portamentais, bem como a vida social, foram analisados com base no questionário de Forças
e Dificuldades Relatados Pelos Pais (Fortalezas y dificultades informadas por los padres -
SDQ; Goodman, 1997). Esse questionário é uma breve triagem realizada com as crianças e
adolescentes de 4 a 16 anos de idade, serve para medir os sintomas de saúde mental e atitude
positiva. Uma vez que os itens totais são 25 e possuem o foco em sintomas emocionais, pro-
blemas de condutas, hiperatividade, desatenção, problemas de relacionamento com colegas e
comportamento pró-social. A pontuação varia de com 0 = falso, 1 = um pouco verdadeiro ou
2 = certamente verdadeiro, sendo as pontuações mais elevadas referentes a maiores proble-
mas, porém em caso de pró-social, as pontuações mais altas apontam maior positivo compor-
tamental. O somatório dos itens geram um resultado de dificuldade de 0-40 conhecido por
problemas emocionais/comportamentais.
Seguem os itens da escala utilizada (clique aqui para acessar o artigo original):
45
( ) Eu me odeio
( ) Eu quero me matar
46
( ) Eu sou feio
( ) Com freqüência eu tenho que ser pressionado para fazer os deveres de casa
( ) Eu me canso freqüentemente
47
( ) Meus trabalhos na escola não são tão bons quanto eram antes
( ) Meu nível pode ser tão bom quanto o das outras crianças, se eu quiser
48
Qualidade de Vida Para Criança. A qualidade de vida que diz respeito à saúde mental da
criança foi analisada com base na escala Qualidade de Vida Para Criança (KIDSCREEN-27 -
Robitail et al., 2007), esse instrumento é de autorrelato e conta com 27 itens que buscam ana-
lisar a qualidade de vida que está ligada a saúde em 5 modalidades (bem estar físico e condi-
cionamento (5 itens); relacionamento com os pais e sua autonomia (7 itens) neste item estão
questões de rotina familiar, grau de satisfação com as finanças da família, apoio dos familia-
res; 4 itens tratando de vida social e relacionamento com outras crianças; vida escolar e per-
cepção da criança sobre sua cognição e desempenho acadêmico, bem como sentimentos em
relação à escola (4 itens). As questões buscam medir a intensidade das atitudes, comporta-
mento e sentimentos recorrentes e são analisadas em uma escala de 5 pontos que varia de 0 a
100. As pontuações mais elevadas correspondem a maior qualidade de vida e saúde.
Número de sessões. A duração da sessão de LTC foi de dois a três sessões de 45 minutos,
cada uma com uma semana de intervalo. A duração da FTI teve duração de 6 sessões sema-
nais ou quinzenais que possuíam 60 minutos, com família que tenha criança (cabe ressaltar
que o número de sessões aumenta a cada criança adicionada).
Descrição dos procedimentos em cada sessão. O instrumento LTC durante a primeira ses-
são o objetivo é o levantamento de informações sobre as rotinas da família, os encontros do
dia-a-dia, rotina escolar e educativa e observar pontos fortes de vulnerabilidade. No segundo
encontro é traçado um plano de ação com a finalidade de enfatizar os pontos fortes e diminuir
os pontos vulneráveis, esse processo é construído em conjunto, tanto com a colaboração dos
pais quanto do psicólogo.
A FTI nas duas sessões iniciais são destinadas à anamnese individual e familiar, bem como à
psicoeducação sobre depressão e resiliência. Foi realizado um atendimento com cada criança
participante. Nas sessões seguintes houve um planejamento por parte dos pais para uma boa
comunicação, por exemplo ao falar sobre depressão e como lidar de forma eficaz com ela.
Em uma outra sessão, familiar, os pais apontam tipos de saúde mental em palavras e respon-
dem as perguntas feitas pelas crianças, tendo o apoio de médicos. Para finalizar, as interven-
ções feitas foram analisadas e o planejamento de estratégias futuras são debatidos junto aos
49
pais para mais uma sessão de acompanhamento. De modo geral, os familiares precisam pre-
encher um questionário demográfico que continha 17 itens para avaliação inicial e os filhos
também precisavam responder questionários auto relatados.
O estudo foi composto por 62 crianças e familiares, sendo que essas foram distribuídas de
forma aleatória em dois grupos. Um desses grupos contou com 30 famílias, o FTI e os 32 res-
tantes foram direcionados ao grupo de intervenção LTC.
Pode ser observado também uma alteração no nível de ansiedade e depressão dos pais duran-
te o experimento dos dois grupos. É interessante pontuar que a melhora dos resultados dos
sintomas dos pais influenciaram na melhoria dos resultado das crianças em relação ao com-
portamento pró social, problemas emocionais e comportamentais, qualidade de vida e etc. Em
relação ao suporte social aos pais, que também foi encontrado um nível de melhoria, impac-
tou diretamente nas mudanças de problemas comportamentais e pró-social da criança, bem
como na ansiedade, qualidade de vida e saúde nos grupos.
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Braga & Moreira (2022) | www.walden4.com.br
Luxsiya Waraan1, Erling W. Rognli, Nikolai Olavi Czajkowski, Marianne Aalberg1 e Lars
Mehlum. Efficacy of attachment-based family therapy compared with usual care for depres-
sed adolescents in community mental health clinics. Mental Health Child Psychiatry Adoles-
cence (2021).
Adolescentes, que vivem com um de seus responsáveis principais, e que foram diagnostica-
dos com transtorno depressivo maior em ambulatórios, além disso, um dos critérios foi uma
pontuação acima de 15 na escala Classificação de Depressão (Grid Hamilton Depression Ra-
ting - GRID HAMD, Hamilton et al. 2007). Essa escala busca identificar sintomas depressi-
vos a partir de 21 itens que avaliam o humor deprimido, sentimentos de culpa, retardo, insô-
nia, rotina do indivíduo, grau de agitação, ansiedade psíquica, sintomas somáticos gastroin-
testinais, sintomas genitais, hipocondria, perda de peso, consciência sobre a doença, variação
diurna, paranoides. sintomas obsessivos compulsivos e despersonalização e irrealidades).
Resumo da técnica
A Terapia baseada no Apego (ABFT) foi criada por Diamond et. al (2002), sua função é auxi-
liar familiares a identificarem conflitos, bem como, oferecer ajuda na resolução dos mesmos.
O foco, portanto, é na ruptura de apego que estimula jovens a não entrarem em seus pais e a
não recorrer a eles como apoio emocional. A técnica visa oferecer melhorias ao relaciona-
mento dos adolescentes com os pais, criando um ambiente propício ao desenvolvimento indi-
vidual. Já a técnica baseada em TAU diz respeito a um tratamento usual onde os psicólogos
estão livres de um pré cronograma para fazer intervenções.
Objetivo da pesquisa
Averiguar a efetividade da técnica ABFT quando comparada ao TAU (tratamento usual) que
são disponibilizados para crianças e adolescentes com diagnósticos de transtorno depressivo
maior nos serviços de saúde.
52
Objetivo da intervenção
O instrumento ABFT tem como objetivo auxiliar na parentalidade já a TAU foca em minimi-
zar os sintomas depressivos através da intervenção livre dos psicólogos.
Os jovens participantes juntamente com seus familiares foram selecionados através de duas
clínicas do serviço de saúde mental para criança e adolescemte (CAMHS), e estavam entre
as idades de 13 a 18 anos e ao todo participaram 32 adolescentes.
Instrumentos de avaliação
Escala para Perturbações Afetivas e Esquizofrenia para Crianças em Idade Escolar. Foi
utilizado para mensurar os resultados da linha de base o instrumento Escala para Perturbações
Afetivas e Esquizofrenia para Crianças em Idade Escolar (Scale for Affective Disorders and
Schizophrenia for School-Age Children - K-SADS-PL, Kaufman et al. 1997), que é uma en-
trevista psiquiátrica semi estruturada, com respostas de “sim ou não” para identificar trans-
tornos nas faixas de idade de 6 a 18 anos, que compara a frequência dos transtorno detectados
com os dados suporte comprobatório encontrados na literatura, comparar os padrões de co-
morbidade, identificar transtornos mentais em crianças e adolescentes, bem como sintomas
depressivos e etc.
Inventários de Depressão de Beck. Para uma maior confiabilidade no diagnóstico foi utili-
zado o teste Inventários de Depressão de Beck (Beck Depression Inventories - BDI-II, Beck
et al. 1996). Esse instrumento é um questionário composto por 21 questões de afirmações,
cada item só pode ter uma opção como resposta. O teste conta com questões relacionadas a
como a pessoa se vê em relação ao sentimento de tristeza, pessimismo, fracasso, autocrítica,
inutilidade entre outros. Além disso, o teste BDI-II foi usado no presente estudo para obser-
var a gravidade dos sintomas depressivos e foi aplicado de duas em duas semanas, até o fim
do estudo.
Escala de Avaliação e Depressão de Hamilton. A triagem para a próxima etapa se deu pelo
instrumento Escala de Avaliação e Depressão de Hamilton (Hamilton Rating and Depression
Scale - GRID-HAMD, Williams et al., 2008), essa é uma escala criada com o intuito de ser
utilizada em pacientes diagnosticados com transtornos afetivos e depressivos, seus itens tem a
finalidade de apontar a gravidade dos sintomas depressivos. A escola é composta por 21 ques-
tões (cabendo ressaltar que houve mudanças ao longo do tempo e uma revisão nos itens e que
neste estudo foi utilizada a versão mais atual) que envolvem assuntos como insônia, humor
53
deprimido, agitação, ansiedade e etc, e também foi aplicado de 2 em 2 semanas até o final do
estudo.
Seguem os itens da escala utilizada (clique aqui para acessar o artigo original):
Questão 3) Suícidio: 0. Ausente 1. Sente que a vida não vale a pena 2. Desejaria estar morto;
pensa na possibilidade de sua morte 3. Ideias ou gestos suicidas 4. Tentativa de suicídio
(qualquer tentativa séria).
Questão 4) Insônia Inicial: 0. Sem dificuldade 1. Tem alguma dificuldade ocasional, isto é,
mais de meia hora 2. Queixa de dificuldade para conciliar todas as noites.
Questão 6) Insônia tardia: 0. Sem dificuldade 1. Acorda de madrugada, mas volta a dormir 2.
Incapaz de voltar a conciliar o sono ao deixar a cama.
Questão 8) Retardo: 0. Pensamento e fala normais 1. Leve retardo durante a entrevista 2. Re-
tardo óbvio à entrevista 3. Estupor completo.
Questão 9) Agitação: 0. Nenhuma 1. Brinca com as mãos ou com os cabelos, etc 2. Torce as
mãos, rói as unhas, puxa os cabelos, morde os lábios.
54
Questão 11) Ansiedade Somática (sintomas fisiológicos de ansiedade: boca seca, flatulência,
indigestão, diarréia, cólicas, eructações; palpitações, cefaléia, hiperventilação, suspiros, sudo-
rese, freqüência urinária): 0. Ausente 1. Leve 2. Moderada 3. Grave 4. Incapacitante.
Questão 12) Sintomas somáticos gastrintestinais: 0. Nenhum 1. Perda do apetite, mas alimen-
ta-se voluntariamente; sensações de peso no abdome 2. Dificuldade de comer se não insisti-
rem. Solicita ou exige laxativos ou medicações para os intestinos ou para sintomas digestivos.
Questão 13) Sintomas somáticos em geral: 0. Nenhum 1. Peso nos membros, costas ou cabe-
ça. Dores nas costas, cefaléia, mialgia. Perda de energia e cansaço 2. Qualquer sintoma bem
caracterizado e nítido.
Questão 14) Sintomas genitais (perda da libido, sintomas menstruais): 0. Ausentes 1. Leves
distúrbios menstruais 2. Intensos.
Questão 16) Perda de peso (Marcar A ou B; A – pela história; B – pela avaliação semanal do
psiquiatra responsável): A. 0. Sem perda de peso 1. Provável perda de peso da doença atual 2.
Perda de peso definida B. 0. Menos de 0,5kg de perda por semana 1. Mais de 0,5kg de perda
por semana 2. Mais de 1kg de perda por semana.
Questão 17) Consciência da doença: 0. Reconhece que está deprimido e doente 1. Reconhece
a doença mas atribui-lhe a causa à má alimentação, ao clima, ao excesso de trabalho, a vírus,
necessidade de repouso 2. Nega estar doente.
Questão 18) Variação diurna (se há variação dos sintomas pela manhã ou à noite; caso não
haja variação, marcar 0): 0. Ausentes 1. Leve 2. Grave.
55
Número de sessões. Tanto os participantes que receberam a técnica ABFT quanto os pacien-
tes encaminhados para o TAU receberam sessões durante duração de 16 semanas.
Descrição dos procedimentos em cada sessão. Inicialmente foi feita sessão de avaliação
onde foi realizada uma entrevista diagnóstica semiestruturada com os adolescentes e seus
responsáveis, estas foram dirigidas pelo psicólogo clínico e gravadas. Foram preenchidos
logo em seguidas termo de autorrelato e ao concordar com os termos o clínico realizava uma
randomização com a abertura de um envelope lacrado que de acordo com a numeração aloca-
ria os participantes ao tratamento (ABFT ou TAU), ao final do procedimento o psicólogo
sanou as dúvidas dos participantes e os instruiu.
O tratamento baseado em TAU, possui um controle ativo com a intenção de amenizar os sin-
tomas depressivos em jovens com transtorno de depressão maior em ambulatórios. não tinha
uma previsão de estrutura, deixando assim os psicólogos livres para aplicar estratégias que
achassem melhor de acordo com o caso.
Em relação a comparação da técnica ABFT e TAU não foram registradas diferenças significa-
tivas nos auto-relatos de depressão e nas avaliações clínicas. Porém as duas técnicas se mos-
traram efetivas na redução de sintomas depressivos na avaliação inicial em comparação ao
pós tratamento, apesar de todas as dificuldades e limitações por falta de estudos comprobató-
rios já aplicados ao público com essa temática. O estudo pôde relatar níveis significativamen-
te mais baixos de sintomas depressivos na linha de base, porém o coeficiente do tempo (ao
longo das 16 semanas de aplicação) que diz diferença em relação aos sintomas depressivos.
56
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Nia M. N., Mohajer S., Bagheri N., Sarbooziÿhoseinabadi T. The effects of the family-cente-
red empowerment model on depression, anxiety, and stress of family caregivers of
COVID-19 patients: a randomized clinical trial. Atenção Primária BMC, 2022.
Cuidadores familiares de pacientes com COVID-19 que se percebam tendo sintomas depres-
sivos, ansiedade e estresse.
Resumo da técnica
O modelo FCEM é ideal para identificar as preocupações físicas e psíquicas dos familiares e
suas necessidades no atual centauro vivido. Ele foi desenvolvido para oferecer um impacto
dos pacientes e seus familiares nas capacidades como na característica de auto problema
(dentre elas a perspectiva, conhecimento percebido, ameaça e etc), traços psicológicos (auto-
confiança) e habilidades sociais. Essa estratégia ajuda a amenizar os transtornos mentais e
promover melhorias em relação à efetividade do cuidador.
Objetivo da pesquisa
O citado estudo tem como objetivo analisar a influência do FCEM na depressão, ansiedade e
estresse entre cuidadores familiares de pessoas com COVID-19.
Objetivo da intervenção
58
Dados dos familiares. Cuidadores domiciliares de pacientes com Covid-19 que possuem
acesso a dispositivo de comunicação (WhatsApp Messenger, alfabetização em leitura e escri-
ta) e que não possua histórico de trabalho como cuidador.
Instrumentos de avaliação
59
afins; a seção ansiedade avalia a excitação autonômica, ansiedade situacional etc; e a seção
depressão observa a autodepreciação, a desvalorização da via, desesperança entre outros.
4- Senti dificuldade em respirar (ex. respiração excessivamente rápida, falta de ar, na ausên-
cia de esforço físico)
9- Preocupei-me com situações em que eu pudesse entrar em pânico e parecesse ridículo (a)
14- Fui intolerante com as coisas que impediam-me de continuar o que eu estava fazendo
60
Durante a pré intervenção eram realizadas sessões online de foram resolvidas de acordo com
cada participante e suas necessidade educacionais e habilidades necessárias para cuidar do
paciente com COVID-19 posteriormente analisadas pelo checklist da lista de verificação. Es-
sas necessidades e demais informações foram levantadas através de diagnóstico de doença,
higiênica pessoal, métodos de prevenção de transmissão da doença, questões mentais e etc.
Já a intervenção foi totalmente baseada na FCEM e foi realizada em quatro etapas, incluindo
ameaça percebida, resolução de problemas, participação educacional e avaliação, e quatro
sessões de treinamento. Cabe ressaltar que o conteúdo educativo utilizado nas sessões iniciais
online foram desenvolvidos com base em uma unidade de pesquisa, esse conteúdo foi apre-
sentado durante quatro sessões de 40 a 60 minutos de duração via Whatsapp Messenger e o
FCEM foi aplicado durante duas semanas.
Na primeira etapa (ameaça percebida) o mediador fez uso de duas sessões online de 45 minu-
tos para treinar os participantes e os cuidadores familiares, a fim de que os seus conhecimen-
tos e percepção de ameaça por meio da conscientização sobre a quarentena, medição, o vírus,
medida protetivos e etc fossem reforçados e enriquecidos.
Posteriormente, na segunda etapa (resolução de problema) o foco era ensinar aos pacientes
uma nova habilidade e auto-eficiência. O psicólogo compôs grupos de discussão online onde
os cuidadores primários dos pacientes com o vírus e realizou duas sessões de 45 minutos. Os
pacientes ao compartilhar experiência informaram que seus conhecimentos sobre o assunto
foram usados para tratar a doença de forma eficaz, bem como, familiarizar-se com os proces-
sos de resolução de problemas em relação ao cenário descrito.
Na parte três (participação educativa) eram trazidos informativos online para os pacientes e
familiares, esses materiais também eram compartilhados. Ao final do encontro online, o psi-
cólogo realizou uma pontuação sobre o conteúdo virtual de um especialista em doenças in-
fecciosas.
61
Durante a quarta etapa (avaliação) era realizada uma avaliação com todos os participantes do
grupo de intervenção através de perguntas sobre o conteúdo e itens discutidos durante os ou-
tros encontros, a fim de compreender o que de fato os participantes haviam retido do que foi
apresentado.
62
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Discussão
O campo de pesquisa voltado para área de Terapia familiar vem sendo um alvo de estudos por
sua efetividade em termos de intervenções referente ao mundo relacional do indivíduo, de
acordo com Osório e Valle (2009). Além disso, estudos comprovam que intervenções familia-
res estão sendo realizadas na redução de comportamentos de risco em adolescentes, bem
como na prevenção de doenças psíquicas, Carozzo et al. (2020).
Dentre tantos diagnósticos que contam com intervenções da área Sistêmica Familiar, temos a
depressão, que é uma doença que não atinge somente o indivíduo, bem como seu sistema.
Estudiosos, Keller e Bruce (2018), confirmam que a terapia familiar para casos de depressão
é considerada uma das estratégias mais eficazes para potencializar os efeitos que o apoio da
família pode oferecer a um membro que sofre com esse diagnóstico, uma vez que a família é
a primeira instituição que o indivíduo é inserido e também núcleo responsável por boa parte
da formação cognitiva, relacional e emocional do ser humano.
Portanto, o presente estudo teve como objetivo facilitar a aplicação para os psicólogos, no
que se refere a intervenções com base na terapia familiar, com práticas baseadas em evidênci-
as, partindo da selecção de revisões sistemáticas e metanálises a partir de cinco artigos que
abordam assunto da terapia familiar em casos de depressão e intervenções cabíveis.
64
Para cada artigo extraímos as seguintes informações: referência bibliográfica; artigos publi-
cados nos dez últimos anos. Para cada intervenção abordada nos artigos retiramos informa-
ções relacionadas a indicação de uso de técnica, resumo da técnica, objetivo da pesquisa, ob-
jetivo da intervenção, dados dos participantes, instrumentos utilizados para a pesquisa, in-
formações sobre procedimentos, quantidade de sessões, cronograma de cada sessão e resumo
dos resultados.
A partir da extração dos dados pertinentes ao presente estudo, foi possível compilar os princi-
pais pontos. De forma positiva podemos analisar a variedade de estudos envolvidos na pes-
quisa, bem como a diversidade de escalas usadas para medir sintomas depressivos e suas me-
lhorias ao longo da prática, o que traz respaldo teórico para aplicação das técnicas menciona-
das.
Avaliando a realização deste trabalho diante do cenário descrito, houve muita dedicação em
pesquisa, tradução, pois todos os artigos encontram-se apenas na língua inglesa, leitura e in-
terpretação de texto, busca por referências confiáveis não apresentadas nas pesquisas, para
de fato filtrar o tema de interesse e extrair o material apresentado neste trabalho.
Seria pertinente que futuras pesquisas no tema de intervenções de terapia familiar, avaliassem
a possibilidade de transcrever as informações, técnicas, passo a passo das sessões, dados de-
talhados de como aplicar os instrumentos e todas as informações pertinentes em forma de
manual, visando um melhor entendimento, conteúdo didático e cabíveis de serem aplicados.
Por fim, o presente trabalho visou contribuir com profissionais da área de psicologia e tornar
mais acessível o conhecimento, pois é de extrema importância estes estudos. São também in-
disponíveis para o cumprimento do Código de Ética da Psicóloga, no sentido de que lidamos
e mantemos a integridade das propostas de intervenções e reflexão durante toda a pesquisa,
65
no intuito de trazer informações fidedignas e de fácil acesso para serem aplicadas. Espera-se
verdadeiramente que este trabalho contribua para os profissionais e na divulgação de conhe-
cimento científico no Brasil.
66
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