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Sistematização da aplicação de práticas baseadas em evidências na terapia familiar em

tratamentos para pessoas com diagnóstico de depressão

Letícia Moura Braga

Márcio Borges Moreira

ISBN 978-85-65721-31-8

Instituto Walden4

www.walden4.com.br

Editora do Instituto Walden4


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sionais envolvidos na publicação de um livro. Sempre que você puder, compre um livro ori-
ginal.

Sobre os autores

Letícia Moura Braga


Psicóloga formada pelo Centro Universitário de Brasília (CEUB).

Márcio Borges Moreira | @marcioborgesmoreira


Doutor em Ciências do Comportamento pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Psi-
cologia e Psicólogo pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Professor da
graduação e do mestrado em Psicologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB). Diretor
do Instituto Walden4. Co-autor do livro Princípios Básicos de Análise do Comportamento
(Artmed) e de outros livros, capítulos e artigos científicos com temas relacionados à Análise
do Comportamento.

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postos utilizados no treino. Moreira e Hanna (2014)
Arranjo de estímulos em treino discriminativo simples com compostos e emergência de clas-
ses de estímulos equivalentes. Moreira, Oliveira e Hanna (2017)
Efeitos da marcação de elementos de conjuntos sobre a contagem em tarefas de discrimina-
ção condicional. Bandeira, Faria e Moreira (2020)
Sumário
Resumo 1

Abstract 2

Conceituações de família 4

A importância da família no desenvolvimento do indivíduo 6

Terapia familiar: concepções e objetivos gerais 7

Concepções e exemplos de terapias familiar em diferentes abordagens 9

Terapia familiar e depressão 14

Práticas Psicológicas Baseadas em Evidências Cientí cas 20

Práticas Baseadas em Evidência e Terapia Familiar (revisões sistemáticas e metanálises) 21

Manuais versus literatura cientí ca 24

Justi ca, objetivo e procedimento utilizado na elaboração deste livro 27

Seleção de revisões sistemática e meta análises 27

Inclusão exclusão 28

Seleção dos artigos 28

Extração das informações 28

Uma nova intervenção precoce para a pré-escola depressão: achados de um piloto


randomizado ensaio controlado. 30

Referência bibliográ ca 30

Indicação de uso da técnica 30

Resumo da técnica 30

Objetivo da pesquisa 30

Objetivo da intervenção 30

Dados dos participantes 30

Instrumentos de avaliação 31

Informações sobre o procedimento 34

Resultados esperados com a intervenção 34

Psicoeducação multifamiliar breve para familiares de pacientes com depressão


maior crônica: um estudo controlado randomizado 36

Referência bibliográ ca 36

Indicação de uso da técnica 36

Resumo da técnica 36

Objetivo da pesquisa 36

Objetivo da intervenção 36

fi

fi
fi
fi
fi
Dados dos participantes 36

Instrumentos de avaliação 37

Informações sobre o procedimento 40

Resultados esperados com a intervenção 41

Intervenções de promoção e prevenção da saúde mental em famílias com depres-


são parental: um estudo controlado randomizado. 42

Referência bibliográ ca 42

Indicação de uso da técnica 42

Resumo da técnica 42

Objetivo da pesquisa 42

Objetivo da intervenção 42

Dados dos participantes 43

Instrumentos de avaliação 43

Informações sobre o procedimento 49

Resultados esperados com a intervenção 50

E cácia da terapia familiar baseada no apego em comparação com o tratamento


usual para adolescentes deprimidos em clínicas comunitárias de saúde mental. 52

Referência bibliográ ca 52

Indicação de uso da técnica 52

Resumo da técnica 52

Objetivo da pesquisa 52

Objetivo da intervenção 53

Dados dos participantes 53

Instrumentos de avaliação 53

Informações sobre o procedimento 56

Resultados esperados com a intervenção 56

Os efeitos do modelo de empoderamento centrado na família na depressão, ansie-


dade e estresse dos cuidadores familiares de pacientes com COVID-19: um ensaio
clínico randomizado 58

Referência bibliográ ca 58

Indicação de uso da técnica 58

Resumo da técnica 58

Objetivo da pesquisa 58

Objetivo da intervenção 58

Dados dos participantes 59

Instrumentos de avaliação 59

fi
fi
fi
fi
Informações sobre o procedimento 61

Resultados esperados com a intervenção 62

Discussão 64

Referências bibliográ cas 67


fi
Resumo
A literatura sobre Terapia Familiar é rica em evidência e tem se tornado um alvo crescente de
estudo por sua eficácia e contribuição em diagnósticos de depressão. Contudo, as informa-
ções em sua maioria encontram-se de difícil acesso, sendo inúmeros artigos encontrados na
língua inglesa, em plataformas que cobram taxas para disponibilizar o artigo, além disso boa
parte dos conteúdos sendo de difícil entendimento e com muitos termos inacessíveis aos pro-
fissionais da área de psicologia que ingressam no mercado de trabalho e encontram-se com a
necessidade de aplicação de prática baseadas em evidência. Neste sentido, visto a dificuldade
de acesso às informações, o objetivo do presente estudo foi traduzir a literatura científica a
fim de disponibilizar os conteúdos de forma prática e acessível. Sendo os profissionais da
área respaldados por práticas baseadas em evidências que serão apresentadas ao decorrer do
estudo. Para tanto, foram selecionados cinco artigos de revisões sistemática e metanálise con-
tendo estratégias de intervenções que tratem sobre o assunto da terapia familiar e casos de
depressão, a fim de extrair informações relevantes. Foram realizadas breves descrições a fim
de auxiliar na prática e obter resultados semelhantes aos dos artigos científicos.

Palavras-chave: terapia familiar, depressão, intervenções, práticas baseadas em evidência.

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Abstract
The literature on Family Therapy is rich in evidence and has become a growing target of
study for its effectiveness and contribution in diagnosing depression. However, most of the
information is difficult to access, with numerous articles found in the English language, on
platforms that charge fees to make the article available, in addition, much of the content is
difficult to understand and with many terms inaccessible to professionals in the field. area of
psychology who enter the job market and find themselves with the need to apply evidence-
based practices. In this sense, given the difficulty of accessing information, the objective of
the present study was to translate the scientific literature in order to make the contents availa-
ble in a practical and accessible way. As professionals in the area are supported by evidence-
based practices that will be presented during the study. For that, five articles of systematic
reviews and meta-analysis containing intervention strategies that deal with the subject of fa-
mily therapy and cases of depression were selected, in order to extract relevant information.
Brief descriptions were made in order to assist in practice and obtain results similar to those
of scientific articles.

Keywords: family therapy, depression, interventions, evidence-based practices.

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Responsável técnico: Dr. Márcio Borges Moreira

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Conceituações de família
A palavra família possui sua origem etimológica do latim que significa um conjunto de pes-
soas ou grupo social, é a instituição mais antiga já vista, responsável pelo desenvolvimento e
formação do sujeito. Segundo Petzold (1996) existem diversas definições para se referir a
uma família, dentre elas, encontra-se o modelo ecopsicologia onde a família é considerada
um grupo especial de pessoas sendo reconhecidos por uma intimidade.

De acordo com Silva, Sobrinho e Rodrigues (2010), cada indivíduo é único em suas singula-
ridades, porém a convivência com o outro é de grande importância para sua formação, por-
tanto o núcleo familiar carrega em seu significado a ideia de grupo, união e parentesco, esse
grupo tanto influencia como é influenciado pelos seus próprios membros. Na família pode-
mos encontrar o local de suprimento de necessidades básicas para sobrevivências como seres
humanos e também a estrutura necessária para frequentar ambientes que se estendem além do
espaço familiar.

De acordo com Silva et al. (2010) o grupo familiar influencia diretamente na organização e
formação da personalidade da criança, nos comportamentos emitidos e também nas crenças
de cada uma, sobre si e sobre o mundo. Apesar de cada um ter a sua liberdade e seu próprio
sistema de crença.

A interação do sujeito com o seu meio familiar, influencia diretamente nos seus comporta-
mentos para com o próximo, pois existe uma reciprocidade nessa rede de interações. Nesse
sentido, a família tem sido definida levando em consideração as relações biológicas, o grau
de parentesco entre os membros constituintes e a cultura (Macedo, 1994).

De acordo com Patrício (1994), o núcleo familiar é formado por pessoas que interagem por
vários motivos, tais como afetividade e reprodução, laços sanguíneos etc. Mesmo que não
vivam em um mesmo espaço físico. Para o autor esses desenvolvem-se compartilhando uma
relação social dinâmica, mediante a um sistema de crenças, valores e normas, conforme a
classe social encontrada em questão.

Elsen (1994) define uma família sendo saudável como aquela em que a autoestima é positiva,
os indivíduos convivem e se percebem realmente em família. A sua estrutura organizacional
dá o suporte para o crescimento, saúde, desenvolvimento e bem-estar de cada ente. Também é
necessário aceitar as individualidades e ritmo de cada um, mesmo que muitas vezes as rela-
ções e situações geradas não sejam agradáveis.

Minuchin (1967) e a abordagem sistêmica familiar considera que podemos facilmente atribuir
as características de sistema à organização familiar, uma vez que um sistema é organizado de
forma em que suas partes são interligadas e ao mesmo tempo interdependentes, ou seja, a fa-
mília como um todo e dentro do todo cada indivíduo possui suas particularidades, de acordo

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com Bateson (1980) até a maneira que o indivíduo expressa seus comportamentos é aprendi-
do através do sistema familiar.

Na abordagem sistêmica dentro da psicologia, acredita-se que a família é um sistema aberto


no qual a totalidade não depende apenas dos membros atuais da família, mas mantém relação
com todos envolvidos, portanto diz-se que a organização do todo engloba também as partes.
Para os autores da abordagem, o sistema é o que possibilita o processo de interação possibili-
tando a reafirmação dos papéis e responsabilidade de cada membro dentro do microssistema
familiar. Além disso, apontam que a maneira como o sujeito se comporta é determinada pelo
seu sistema, segundo Bateson (1980).

Quando falamos em família no cotidiano, de acordo com Elsen (1994) logo atribuímos como
sua função o relacionamento e espaço de suporte para o desenvolvimento em vários aspectos
da vida. Em termos estruturais, a sociedade, idealiza a família como um local de harmonia, de
descanso após o trabalho, escola, atividades do cotidiano, um lugar que transmite segurança e
fraternidade. E quando nos referimos à função há um pensamento idealizado, que a família é
o núcleo responsável pela formação social, emocional e um suporte para o intelecto o indiví-
duo, além de ser responsável pela transmissão cultural que passa de geração para geração é
também a sede de formação da identidade pessoal, uma vez que é nesse núcleo que desenvol-
vemos o senso de pertencimento e nos diferenciamos do outro. Portanto, o papel da família é
de promover um contexto que supra as carências primárias (segurança, afeto, alimentação,
moradia) dos seus componentes.

Na família, o sujeito desenvolve o senso de pertencimento, que segundo Minuchin (1976) é


um processo composto por acolhimento da parte da família ao membro, de forma recíproca,
ao acatar as regras e padrões familiares, interação com outros participantes da instituição e
pelo compartilhamento da cultura. É importante ressaltar, que assim como toda instituição
social, a família apesar de ser um ambiente visto como apoio, lugar de afeto e fraternidade,
nela também manifesta aspectos negativos e prejudiciais aos indivíduos, como por exemplo,
a imposição de regras, padrões, divergências de opiniões, dependência emocional, rigidez no
sistema.

É necessário que o indivíduo desenvolva, assim como o sentimento de pertencimento, o senso


de individuação, que é constituído pela diferenciação de papéis desempenhados dentro do
núcleo familiar, ou seja, cada indivíduo sabendo que o papel desempenhado por ele é de, por
exemplo, filho, mas ao mesmo tempo desempenha o papel de irmão, de sobrinho, de neto,
etc; aprendendo a exercê-los em diferentes grupos sociais. Quando esses papéis e limites não
se encontram bem estabelecidos, encontramos o que chamamos de família disfuncional, Tru-
jano (2010).

Conforme Trujano (2010), da abordagem sistémica familiar, uma família disfuncional é ca-
racterizada quando os limites entre papéis e função de cada membro são difusos no subsiste-
ma parental; as hierarquias não são respeitadas; as regras não são claras; não há cumprimen-

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tos das obrigações; os conflitos conjugais estendidos para os filhos; quando há conflito entre
sogro(a) e genro (nora); ambiente desfavorável ao desenvolvimento pessoal, social, emocio-
nal e intelectual; falta de limites ou rigidez nos mesmos.

Uma família considerada funcional apresenta como indício limites claros para os membros no
subsistema parental; hierarquia respeitada; espaço para diferenças de pensamentos e ideolo-
gias; regras cumpridas; ambiente que estimula o desenvolvimento intelectual, social, cogniti-
vo, afetivo e pessoal; comunicação assertiva entre os membros da família; sem interferência
dos filhos no relacionamento conjugal; papéis e função dos membros bem estabelecidos; de-
senvolvimento dos participantes tanto no pertencimento como no processo de individualiza-
ção (Trujano, 2010).

Macedo (1994) acredita que para a psicologia, a família é o primeiro espaço psicossocial, o
lugar onde o indivíduo aprende a se comunicar, se expressar e desenvolver relações que se
propagam para além do ambiente familiar.

A importância da família no desenvolvimento do indivíduo

O ambiente no qual a criança cresce é de suma importância, principalmente quando tange à


área familiar. Segundo Biasoli (2004), a família desde os tempos mais antigos corresponde a
um grupo social que exerce influência sobre a vida das pessoas, sendo encarada como um
grupo com uma organização complexa, inserido em um contexto social mais amplo com o
qual mantém constante interação. Na família encontramos um espaço primordial para o cres-
cimento, desenvolvimento, preparo, proteção e para a garantia da sobrevivência da criança. É
o meio familiar que propicia os aparatos afetivos, além de ter um papel decisivo na educação
formal e informal dos seus componentes.

D'Avila-Bacarji, Marturano e Elias (2005), abordam em seus estudos que pesquisas indicam
que durante os primeiros anos escolares da criança é imprescindível a presença e engajamen-
to dos pais nesse processo, pois é associado ao um bom desempenho escolar a presença ativa
dos pais nesse processo. De acordo com o pensamento de King (1998), os recursos estimula-
dores para a criança se envolver com as atividades escolares partem do seu desenvolvimento
e da influência do ambiente familiar sobre essa área de sua vida. Esses estímulos podem ser, a
compra de brinquedos educativos (com letrinhas, números, livros para leitura infantil), bem
como a presença e auxílio dos pais no manuseio desses objetivos, entre outros.

Minuchin (1999) considera a família como o principal canal de influência para fins de socia-
lização no desenvolvimento do indivíduo. Tal pensamento é corroborado por Pereira-Silva e
Dessen (2003) que ressalta que as interações familiares são as responsáveis, e mais significa-
tivas, no desenvolvimento do ser humano, pois é no âmbito familiar que são concebidas as
primeiras experiências relacionais do indivíduo.

De acordo com Macedo (1994) o desenvolvimento afetivo diz respeito aos sentimentos,
emoções e valores que todo ser humano, a parte cognitiva foca em desenvolver o indivíduo

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no processamento de informações e conhecimentos, aprimorando recursos de linguagem,


conceitos e habilidades perceptivas. Por fim, o desenvolvimento social é a parte relacional,
como o indivíduo se relaciona e percebe o outro, o comportamento em grupo e em institui-
ções e é também entendido como um pré registro para o bem estar de todo ser humano.

Baruffi (2000) acredita que um dos aspectos facilitadores para o desenvolvimento psico-afe-
tivo do indivíduo é o relacionamento positivo com os pais. Contribuindo tal relação para a
formação da personalidade e sua autonomia social. O bom relacionamento, de acordo com
Engle e Breaux (1998) entre pais e filhos contribui também para a evolução intelectual, social
e afetiva e ainda são descritos, por pesquisas, como pessoas mais engajadas em interações
sociais, conforme Caldera (2004).

Elsen (1994) em um estudo científico sobre desafios da enfermagem no cuidado com a famí-
lia, relata que a família é a primeira e mais importante unidade de saúde para seus membros.
Porém, quando não se encontram os recursos suficientes para o desenvolvimento cognitivo,
afetivo e social, aparecem sintomas. Por exemplo, quando algum membro do sistema familiar
apresenta quadros depressivos, de ansiedade, problemas conjugais, insônia, etc. Esse mesmo
seria o porta voz denunciando a falha existente naquela família. Podendo inferir que a família
também é um ambiente de prevenção e tratamento de certas doenças.

Farias, Fonseca e Nery (2018) na perspectiva da Análise Comportamental, acreditam ser de


extrema importância a investigação da história de vida e familiar, sendo esse ambiente uma
variável de manutenção do comportamento do indivíduo. Sendo relevante a inserção, pelo
terapeuta na análise crítica do caso do paciente, dados dos cuidadores do indivíduo, bem
como a configuração da família atual, descrevendo os relacionamentos e ambientes que de
forma recorrente o sujeito frequenta. Portanto, o psicólogo também deve se preocupar em co-
nhecer também, o papel de cada membro do seu ambiente familiar, a interação dos membros
do ambiente, as atividades que são estimuladas pelos responsáveis, práticas educativas, regras
entre fatores que podem ser determinantes para o desenvolvimento e comportamento do indí-
cio.

Terapia familiar: concepções e objetivos gerais

A terapia familiar foi criada no século XX, Osório e Valle (2009) acreditam que o assunto foi
algo que despertou muitos estudiosos para a área em busca de ajudar os indivíduos a se en-
xergarem em um mundo relacional. A partir do descobrimento, houve uma demanda ainda
maior por intervenções familiares a fim de apoiar os membros a participarem de processos
psicoterapêuticos de forma conjunta.

Segundo Osório e Valle (2011), o ser humano geralmente busca ajuda de profissionais da área
de psicologia, quando se deparam com um conflito que são incapazes de resolver sozinhos ou
até mesmo com ajuda de sua rede de apoio. Portanto, uma das funcionalidades da terapia é

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trabalhar esse quesito, ajudando o indivíduo a adquirir autonomia e a confiar em si próprio e


na capacidade de resolução de problemas.

Osório e Valle (2009) defendem o pensamento que a terapia familiar e algumas atividades
desenvolvidas com a família são importantes para que os membros da instituição aprendam a
identificar, nomear e compartilhar de sentimentos que os rondam, foi desenvolvido um proje-
to chamado “Refletindo com as Famílias” criado no ano de 2001 no Sistemas Humanos tem
como objetivo possibilitar espaços de diálogos dando oportunidade ao crescimento e trans-
formações das relações familiares, nesse projeto, eles incentivam que os participantes identi-
fiquem e compartilhem seus sentimentos e dificuldades; ajudam na comunicação dentro da
família; estimulam os membros a buscarem suas potencialidades; comemoram conquistas e
novas possibilidades.

O projeto “Refletindo com as Famílias” (Osório e Valle, 2009) foi elaborado e conduzido por
um grupo de terapeutas especialista em intervenções familiares, portanto, foram formados
grupos compostos por 7 a 10 famílias onde estas recebiam atendimentos semanais, manejado
por 2 terapeutas e 1 interlocutor. O primeiro contato com a família, ou seja, a primeira sessão
foi nomeada de acolhimento, onde os condutores buscavam integrar os componentes entre si
e a equipe, além disso foram levados jogos e brincadeiras. Na segunda sessão, chamado de
desenvolvimento, tinha por objetivo levantar assuntos considerados emergenciais pela famí-
lia. Após definidos os assuntos e levando em consideração a quantidade de sessões a serem
realizadas e decididas pela equipe, os facilitadores trabalham com dramatização e interven-
ções cabíveis a cada caso e família. Além disso, houve a realização de palestras com temas
relevantes, por exemplo, a importância da participação dos pais na vida escolar do filho, for-
mação e mantimento de vínculos afetivos, respeitos um para com o outro, convívio com a
diferença dos membros familiares, comunicação, entre outros. Ao final das intervenções, foi
notório que metodologia foi bastante eficaz trazendo a percepção da importância de construir
novos significados para o ambiente familiar, entendimento aos membros da família que ape-
nas morar em um mesmo ambiente e ter laços consanguíneos não são o bastante para ter uma
família saudável e unida, além disso, foi observado que o sofrimento muitas vezes manifesta-
se em um ou mais membros como mensageiro de uma dor conjunta, confirmando mais uma
vez a importância de a família ter a rede de apoio de profissionais da área de saúde mental.

Levando em consideração a importância da família para a saúde mental dos indivíduos que
compõem essa instituição, Féres Carneiro (1975) retoma o pensamento que o diagnóstico fa-
miliar dentro de um set terapêutico é interacional, ou seja, o sintoma de um membro não pode
ser analisado como um fato isolado, ele deve ser visto como uma demanda familiar. Portanto,
a terapia familiar tem o objetivo de oferecer auxílio e suporte para melhoria do funcionamen-
to e dinâmica da família.

A psicoterapia familiar é um espaço importante que requer atenção e acolhimento, o condutor


do processo precisará manejar de forma que os membros da família tenham ciência de que é
imprescindível a ação deles, uma vez que o processo terapêutico é uma coparticipação e os

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envolvidos precisam estar engajados na terapia, para que se tenha êxito nos procedimentos, a
identificação e construção da demanda familiar é fundamental, levando em consideração que
cada membro possui suas particularidades.

Carneiro e Saba (1975) acreditam que a manifestação de um problema de um membro famili-


ar é na verdade um sintoma do diagnóstico da vivência familiar. Portanto, o diagnóstico fami-
liar é considerado internacional. Tendo esse pensamento como base, apoia-se que durante a
terapia familiar, o terapeuta deverá deixar claro para a família que irão tratar os problemas e
sintomas trazidos à sessão como algo naõ particular, e sim, assunto que diz respeito a toda a
família.

Stierlin et. al. (1980) ressalta que todo o processo terapêutico depende muito do engajamento
do paciente ou do grupo familiar. Acredita-se que o psicoterapeuta precisa ter a habilidade de
mobilizar a família para reconhecer as áreas, papéis, funções ou atitudes que estão em disfun-
ção, sempre ressaltando que a resolução ou amenização da demanda já estabelecida virá prin-
cipalmente do grupo familiar. Carneiro e Saba (1975) alertam que inclusive o terapeuta fami-
liar deve estar consciente de sua história familiar antes de ingressar na ajuda de outra família.

Carneiro e Saba (1975) apontam que na terapia familiar, é defendida a tese de que o terapeuta
deve abordar a história familiar, incluindo a infância, desenvolvimento da adolescência e vi-
vências de cada fase da vida do ser humano sempre tentando analisar e aprofundar-se em
como era a dinâmica familiar na fase dos sintomas e queixas trazidas.

Concepções e exemplos de terapias familiar em diferentes abordagens

Algumas abordagens de que tratam do assunto terapia familiar vem acompanhado a mudança
da teoria que norteiam o conhecimento vigente para a prática, de acordo com Osório e Valle
(2009). Acredita-se portanto, que as inúmeras abordagens de terapia familiar surgiram na fal-
ta de um conjunto de crença que fosse compartilhado, ou seja, de um sistema que unificasse e
oferecesse o resultado em evolução.

Anderson (1997) acredita que as diversas teorias de terapia familiar devem ser baseadas em
três pontos de análise: a posição do terapeuta, ou seja, como o próprio profissional define o
seu modo de atuação e seu propósito no contexto; o processo da psicoterapia, fazendo refe-
rência ao que pode-se fazer para ocorrer uma mudança terapêutica; e por fim o próprio siste-
ma terapêutico, levando em consideração as metas estabelecidas no processo. Inferindo-se
baseado no exposto que cada intervenção e abordagem irá fluir de acordo com os três pilares,
descritos pelo estudioso.

Foi realizado um estudo com o nome de Terapia Familiar Estratégica Breve (BSFT): Uma
intervenção para reduzir o comportamento de risco do adolescente. Realizado por Szapoczik,
Schwartz, Muir e Brown no ano de 2012, a pesquisa tinha como objetivo apontar com a aná-
lise de resultados dos experimentos realizados os testes de intervenções da terapia familiar.
Para isso foi utilizado o modelo BSFT, que é um modelo familiar de curto prazo, no total, 12

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sessões. Sendo a primeira para o engajamento do participante com o terapeuta; a segunda à


setima sessao destinada a retençãoo, onde o terapeuira usava do espaço do encontro para
acompanhar, encenar e reestruturar o caso; já na oitava sessão o foco era a dinâmica familiar;
nona sessão tinha como objetivo tratar sobre o uso de drogas, com a tentativa de reestruturar
o relacionamento.

O modelo BSFT foi desenvolvido pensando em jovens com dificuldades de comportamentos


como por exemplo, com problemas com drogas, ações inadequadas e condutas antissociais.
De acordo com Szapoczik et al. (2012) um dos focos da intervenção é moldar os relaciona-
mentos familiares de uma forma que proporcione a mudança dos comportamentos inadequa-
dos. Nos primeiros encontros com os pacientes, o BSFT consiste no levantamento de deman-
das para que seja possível apontar os padrões relacionais da família, tanto os que são vistos
como problemáticos, como os que não são, para que seja planejada uma estratégia de trata-
mento. Algo bem interessante aplicado pelos conselhos na pesquisa, foi o direcionamento
para os familiares se comportarem de tal forma como se estivessem sendo observados.

Durante as intervenções feitas pelos conselheiros o foco é possibilitar a mudança dos mem-
bros da família, bem como melhorar as interações e amenizando assim os sentimentos nega-
tivos nos relacionamentos. Os autores Szapoczik et al. (2012) citam uma estratégia utilizada e
expõe um exemplo, de quando um pai desabafa uma raiva pessoal com sua filha que se afasta
emocionalmente. O terapeuta então, faz uso da emoção de raiva transformando-a em uma
afirmação de carinho ao pai, dizendo-lhe que é perceptível a preocupação dele para com sua
filha. Portanto, um dos objetivos do BSFT é de ressignificar comportamentos e sentimentos.

Szapoczik et al. (2012) acreditam que as estratégias de intervenção para reorganização são as
principais causadoras para a transformação dos comportamentos problemáticos para algo efi-
caz e que traga um apoio muito aos membros da família. Dentre as estratégias utilizadas na
pesquisa estão: “dirigir, redirecionar ou bloquear a comunicação, mudar as alianças familia-
res, ajudar os familiares a desenvolverem habilidades para resolução de conflitos, capacidade
eficaz de gerenciar comportamentos, promoção de competências parentais positivas e de lide-
rança parental”. Todas as intervenções citadas contam com o ambiente terapêutico para serem
executadas, sendo algumas passadas como “tarefa de casa”, ou seja, para além da sessão.

Por fim, Szapoczik et al. (2012), chegaram à conclusão que o foco da terapia familiar precisa
ser de promoção a mudança das interações dos membros e não a remoção do adolescente com
com comportamentos problemáticos. Além disso, o uso da BSFT foi eficaz quanto ao trata-
mento de adolescentes com condutas antissociais e outros comportamentos vistos como ina-
dequados.

Osório e Valle (2009) considera os laços familiares originais (entre os pais e o bebe) como
fonte para todas as conexões para além da família e também é de grande influência para o
desenvolvimento do indivíduo. Portanto, a psicanálise tange na terapia assuntos de cal se fa-
miliares e é vista como ampliação de intervenções tanto particulares como para serem aplica-

10

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das em grupos familiares. Nessa abordagem temos como foco o vínculo entre os membros da
família, e a visão da família como a ponte de ligação entre a constituição do sujeito como ser
social e o os seus ambientes como, sociedade, cultura e comunidade.

Osório e Valle (2009) afirmam que o primeiro norteador do assunto de terapia familiar veio
da teoria sistêmica, que presume que vivemos em sistema, priorizando as interações dos indi-
víduos em família e contexto em que vivem. Para a abordagem, as manifestações dos sinto-
mas fazem referência não ao indivíduo que as manifesta em si, mas aos entrelaçamentos das
influências entre os comportamentos dos membros. A terapia sistêmica familiar enxerga os
membros como um todo e como uma unidade para tratamento, não como um fato isolado.
Sendo importante ressaltar, que não significa que a abordagem sistêmica trabalhe dentro de
um set terapêutico com os membros da família todos reunidos, mas sim que a principal inter-
venção e foca é nas questões familiares como precursoras de todos os outros sintomas.

Moreno na abordagem psicodrama, de acordo com Levy (2003) concorda com o pensamento
sistêmico que diz que o homem é um ser em relação, porém acrescenta que o indivíduo pos-
sui uma capacidade ilimitada para o movimento criativo e espontâneo. Acredita também que
por o ser humano ser um ser relacional, as dificuldades que são manifestadas ao longo de
suas vivências, assim como foram desenvolvidas com influência do ambiente que vive, de-
vem ser tratadas da mesma forma, em grupo, ressaltando a importância da terapia familiar.

Para Bustos (1990) um vínculo familiar saudável depende muito do empenho de cada mem-
bro para fazer com que aquele relacionamento se torne funcional, permitindo o deslocamento
de todos os envolvidos rumo ao potencial. De acordo com Moreno (1972), em primeiro lugar
existe o grupo, pois é onde há a interação que acontece através de um papel, porém cada pa-
pel é a junção de elementos individuais que são estendidos ao coletivo, não trando a razão
que é necessário cuidar os membros e suas particulares, sem deixar em segundo plano o todo,
o grupo.

Williams (1994) em seus estudos, expôs diversos tópicos sobre as vantagens do método usa-
do no psicodrama para psicoterapia familiar. Umas das práticas muito utilizadas são de recri-
ar o passado trazendo-o "novamente" para o presente, ou seja, para o aqui e agora. O socio-
drama (trabalhos grupais) possibilita que a família recrie crenças, padrões, lealdades que per-
passam de forma inconsciente. Fazem uso da dramatização de papéis desempenhados por
membros familiares a fim de propiciar a clareza, aceitação e rejeição familiar. Além disso, as
intervenções da abordagem são bastantes utilizadas na terapia familiar para dramatizar rituais
durante a vida.

Na abordagem psicodramatistas, Moreno entre os anos de 1921 e 1923 realizou várias inter-
venções em cenários públicos, como por exemplo, teatros espontâneos, atendimentos a ca-
sais, entre outros. Essas intervenções possibilitaram que os participantes vivenciasse como é
o lugar do outro e fez Moreno perceber que é fundamental o papel terapêutico nas ações dra-
máticas, pois essas, permitem um olhar “de novo”, reviver, reelaborando muitas vezes senti-

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mentos passados despercebidos, podendo assim alcançar o objetivo dentro da terapia familiar
com essa abordagem, Osório e Valle (2009).

A terapia cognitivo comportamental, de acordo com Osório e Valle (2009) é formada por um
modelo teórico e de um somatório de práticas, é a junção da parte cognitiva com a compor-
tamental. Essa abordagem busca através das ações modificar as emoções e cognição.

Além disso, o autor acredita que o enfoque cognitivo-comportamental aborda a parte prática
e teórica que podem ser utilizadas para modificar os pensamentos, crenças, suposições que
influenciam em como a pessoa se sente e se porta e portanto a maneira que analisamos a situ-
ação vivenciada afeta diretamente na maneira como vamos senti-la e nos comportar diante
dela.

Osório e Valle (2009) pontua que a abordagem cognitivo comportamental, trabalha em 2 esfe-
ras, o pensamento, o comportamento e as emoções humanas. Apesar de sempre dar mais en-
foque na parte das ações e a partir delas conseguirem modificar as emoções e a parte cogniti-
va. Na abordagem, os estudiosos entendem que os problemas conjugais e consequentemente
familiares, são produtos de repetições disfuncionais de formas de pensar e agir, bem como, a
satisfação ou não dentro dos relacionamentos irão ditar o grau de disfuncionalidade nas rela-
ções afetivas. O modelo cognitivo comportamental aponta que os seres humanos desenvol-
vem verdades sobre si, os outros e sobre o mundo a partir de vivências e aprendizagem na
infância através de suas relações familiares.

Tendo em vista a importância da família, a abordagem comportamental, acredita que as expe-


riências humanas durante a infância em sua família de origem forma uma fonte de variáveis
que sinalizam durante a vida da pessoa, crenças, que por muitas vezes são distorcidas, que
modificam a visão do indivíduo sobre seu relacionamento, Osório e Valle (2009). Para tais
intervenções na área, terapeutas familiares fazem uso do instrumento conhecimento por ge-
nograma familiar, ele busca a organização hierárquica da família, bem como a sua estrutura,
possibilita o levantamento de informações familiares como a área financeira, histórico de di-
vórcios, histórico de doenças entre outros, também oportuniza o conhecimento trigeracional
da família, de acordo com Carter e McGoldrick (1995).

A terapia sistêmica tem relacionado família disfuncional como um dos responsáveis pelas
causas e reforçadoras de sintomas da depressão, e nesse cenário trabalham para desconstruir
padrões falhos na interação familiar, restabelecer papéis, funções e hierarquia parental, desfa-
zer a triangulação existente entre o ambiente e membros da família, bem como o restabeleci-
mento de limites dentro do sistema familiar, segundo Carter e McGoldrick (1995).

Há modelos de terapias psicoeducacionais que buscam mudar as características negativas da


depressão na visão do paciente, dando novas possibilidades de adquirir hábitos de enfrenta-
mento e fornecer apoio à família e paciente (Carter e McGoldrick, 1995).

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Terapia familiar e depressão


O Manual Diagnóstico e Estatísticos de transtornos mentais 5 (DSM - V) de acordo com Ar-
lington (2013) explica que os transtornos depressivos estão associados a disfunção de humor,
sendo identificado como um humor triste, de fácil irritabilidade, contando com a presença de
expressão de sintomas cognitivos que impedem que o ser humano desenvolva seu funciona-
mento dentro da normalidade. Essas mudanças bruscas de humor podem ser caracterizadas
como sendo essas manifestações são de forma inconsciente e recorrente.

Segundo o psicanalista Delouya (2000) a depressão é um estado afetivo individual e privado,


que impossibilita o ser humano em exercer suas tarefas básicas. O Alguns sintomas ligados à
depressão, segundo o autor, são:

- Humor deprimido na maior parte dos dias da semana, um sentimento nomeado como ‘vazio’
de acordo com pesquisas feitas

- Violência verbal acompanhada de explosão de ira ou até comportamental chegando a níveis


de agressões físicas essas manifestações são de forma inconsciente e recorrente.

- Falta de ânimo e esperança

- Diminuição e falta de interesse ou prazer em atividades rotineiras

- Perda ou ganho significo de peso

- Insônia

- Agitação ou retardo

- Sentimento de inutilidade

- Cansaço extremo

- Pensamentos de morte

A depressão é uma doença que afeta não só o indivíduo que vive, como todo o ambiente em
que convive, principalmente o meio familiar, portanto, famílias nessas situações é de extrema
importância que contem com uma rede de apoio. De acordo com uma pesquisa realizada por
2 estudiosos Keller e Bruce (2018), a terapia familiar é considerada uma das maiores estraté-
gias para potencializar o apoio que a família que sofre com um membro com depressão rece-
be, pois a intervenção terapêutica busca amenizar os sintomas causados pela doença assim
como auxiliar na melhora na dinâmica familiar nesse contexto.

No ano de 2018 foi realizado um estudo chamado Psicoeducação multifamiliar breve para
familiares de pacientes com depressão maior crônica: um estudo controlado randomizado,

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pelos estudiosos Katsuki, Takeuchi, Inagaki, Maeda, Kubota, Shiraishi, Tabuse, Kato, Yama-
da, Watanabe, Akechi, Furukaea, onde abordaram a importância da psicoeducação familiar.
Acreditam que a prática é conhecida como algo primordial para o tratamento de pacientes
diagnosticados com depressão maior crônica.

Katsuki et al. (2018) apontam que o transtorno depressivo maior (TDM) causa grandes im-
pactos na vida do indivíduo que sofre com o diagnóstico quanto na vida familiar. Segundo o
DSM 5 (Arlington, 2013) o TDM possui características semelhantes a de depressão, porém
para haver o diagnóstico é necessário ter 5 ou mais sintomas por uma tempo de duas semanas
e precisam apresentar bruscas mudanças em relação aos comportamentos do indivíduo.

Portanto, Katsuki et al. (2018) buscaram em sua pesquisa analisar a influência da Psicoedu-
cação Familiar Breve (BMP) e para isso realizaram um experimento com 49 participantes
diagnosticados com TDM crónico (inclusive, tendo a presença de seus familiares). A escolha
dos participantes foi de forma aleatória e direcionados ao grupo de intervenção, que recebeu
4 sessões de BMP, sendo encontros quinzenais durante oito semanas, ou grupo controle, que
recebeu uma sessão de aconselhamento supervisionada por uma profissional da enfermaria.
Sendo importante ressaltar, que todos os participantes também estavam sendo acompanhados
por médicos.

O experimento na modalidade BMP foi realizado da seguinte forma, divida em 4 encontros


que tinham como foco amenizar as sobrecargas das famílias sendo que cada sessão era feita
com 4 participantes. Em cada sessão era realizada uma palestra, terapia e grupo de apoio com
o objetivo de resolver dificuldades de habilidades. No primeiro encontro forneceram informa-
tivos sobre o diagnósticos sobre depressão maior, inclusive seus sintomas. Katsuki et al.
(2018) citam que na segunda sessão foi esclarecido conteúdos sobre medicamentos. No en-
contro seguinte o foco foi conscientizar sobre apoio comunitário que fornece assistência a
famílias e no quarto encontro foi fornecido orientações para a família dos participantes com
depressão maior. Sendo importante ressaltar que durante as sessões os terapeutas mediadores
incentivam os familiares a contarem sobre sua experiência em relação ao cuidado.

É importante ressaltarmos que assim que os participantes ingressaram no experimento inicia-


vam-se as sessões de terapias antidepressivas. Os pacientes e familiares foram distribuídos de
forma aleatória e com igual probabilidade para os grupos de intervenções. Para intervenção
de grupo recebiam 4 sessões de BMP e no grupo controle, uma sessão de aconselhamento
administrada por uma enfermeira, tendo 4 sessões vs 7 sessões e sendo uma delas destinada
para triagem, Katsuki et al. (2018).

A terapia na modalidade de grupo foi realizada em quatro etapas, uma vez na semana, sendo
elas, famílias se socializando com outras famílias; membros do grupo eram solicitados a
apresentar problemas ou objetivos; para cada problema ou objetivo, os membros do grupo
discutem e sugerem possíveis soluções; e por fim, o familiar que apresentou problema de es-
colha na solução que melhor se adapta a realidade, Katsuki et al. (2018). E a intervenção do

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grupo controle contou com uma sessão de acolhimento supervisionada e acompanhada por
uma das quatro enfermeiras que promoviam um ambiente para escuta ativa dos pacientes e
seus sofrimentos com questões familiares, além disso, os profissionais só forneciam informa-
ções sobre algo quando os familiares solicitavam.

Katsuki et al. (2018), para medir os resultados foi utilizado a escola Kessler Screening Scale
for Psychological Distress (K6) de membros da família em 16 semanas depois do primeiro
encontro utilizando BMP. A conclusão secundária dos autores foi a comprovação da redução
dos sintomas depressivos dos familiares dos pacientes em diversos contextos, melhora no
funcionamento da dinâmica familiar, na visão dos pacientes. Além disso, as análises explora-
tórias apontam que o método BMP amenizou os sintomas depressivos dos familiares durante
as 8 sessões.

Katsuki et al. (2018) acreditam, portanto, que a psicoeducação familiar é vista como algo ide-
al para intervenções com pacientes diagnosticados com depressão e além disso comprovam
com o estudo os seus benefícios, a sua utilização do método ajuda a reduzir as taxas de recaí-
das dos pacientes bem como a sobrecarga dos cuidadores, que na maioria dos casos são os
familiares.

A terapia familiar também é definida por Henken et al. (2007) como qualquer esforço por
parte do terapeuta com o foco de modificar as interações de membros de uma mesma família
visando a melhoria da dinâmica familiar. A terapia com foco na família é muito eficaz para
dar suporte no tratamento da depressão..

No ano de 2003 foi realizado um estudo científico que examinou a eficácia de uma terapia
familiar e intervenção baseada em tecnologia para redução de sintomas depressivos entre
cuidadores de membros familiares diagnosticados com depressão. Eisdorfer et al. (2003)
através da pesquisa, relataram que a ocorrência de depressão entre os cuidadores parece estar
relacionada ao estresse crônico de cuidar de um familiar deficiente. No experimento, subme-
teram cuidadores a terapia familiar combinada a intervenção tecnológica (uso de instrumen-
tos tecnológicos para auxiliar o contato com o psicólogo) e experimentaram uma redução
significativa dos sintomas depressivos aos 6 meses de teste. Os cuidadores foram submetidos
a conviver com o paciente e prestar cuidados por um mínimo de 4 horas por dia, durante pelo
menos 6 meses.

Para alcançar tais resultados foram submetidos 225 cuidadores a Terapia de ecossistemas es-
truturais (SET), terapia de ecossistemas integrados computador-telefone ou condição de con-
trole de suporte mínimo (CTIS), Eisdorfer et al. (2003).

A finalidade do SET é apontar e reestruturar relacionamentos específicos dentro da família e


entre membros familiares e outros ambientes que estão ou podem estar relacionados à sobre-
carga do cuidador. Além disso, segundo os autores Eisdorfer et al. (2003), o CTIS é um sis-
tema que foi planejado para facilitar e aumentar a intervenção dos profissionais da saúde, in-
clusive os terapeutas, mesmo estando fisicamente distantes, o objetivo do é auxiliar no víncu-

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lo fazendo uso de tecnologias. Contavam com o apoio de aparelhos como rádio, telefones,
boletins informativos, anúncios de serviço público e etc.

No estudo, Eisdorfer et al. (2003), foi feito uso da escala CES-D, Radloff (1977), com 20
itens para identificar os sintomas depressivos. A mediação SET foi usada durante 12 meses,
contando com encontros semanais nos 4 meses iniciais, encontros de 15 em 15 dias durante 2
meses consecutivos e sessões mensais durante os últimos 6 meses de intervenção. Cada ses-
são tinha duração aproximada de 1 hora a 1 hora e maia. O tempo em que os cuidadores fica-
vam em contato era de aproximadamente 14 horas, podendo variar de 32 minutos até 34 ho-
ras, tendo 13 contados para cada cuidador durante o período de estudo.

Eisdorfer et al. (2003) faziam uso de um planejamento onde levava em consideração a neces-
sidade de cada cuidado, não sendo assim, um cronograma engessado. Grande parte das ses-
sões foram executadas na própria casa dos participantes ou em ambientes familiares, como na
casa de filhos e/ou parentes. Na categoria SET e CTIS, alguns encontros familiares contaram
com auxílio de computadores e telefones. Dentro das sessões do tipo CTIS foram privadas as
últimas 6 sessões de intervenção, sendo que o tempo médio de contato com CTIS foi de 56
(M = 56,49) e uma média de o tempo de uso do sistema pelo cuidador foi de 19 horas (M =
17,66), dados levando em consideração todo o tempo de intervenção.

Durante os primeiros encontros na modalidade SET, o terapeuta tinha como objetivo a cons-
trução de vínculo (rapport), colher quais as expectativas sobre os objetivos terapêuticos e par-
tir desse primeiro contato começar a observar como se dá a dinâmica familiar. Portanto, se-
gundo os autores Eisdorfer et al. (2003), descrevem que o facilitador do grupo reunia com o
cuidador de forma privada, na maioria dos casos, e algumas vezes com outro membro da fa-
mília junto para colher informações sobre as histórias familiares, sobre a recepção do cuida-
dor e da sua jornada de “cuidar”. Após os primeiros encontros, o terapeuta buscou avaliar
como eram as interações familiares, analisando quais das identificadas poderiam ser usadas
como foco do processo para planejar as intervenções.

Eisdorfer et al. (2003) o tratamento tinha como alvo alguns pontos principais, como por
exemplo: conscientizar o grupo familiar sobre a natureza das interações de apoio e os sinto-
mas; compreender como as interações familiares se relacionam ao presente funcionamento do
grupo; executar o planejamento de intervenções em busca de melhorias do apoio reduzindo
também o mal-estar dos familiares.

Já na modalidade CTIS, foram realizadas inicialmente três visitas do terapeuta à casa dos par-
ticipantes. Esse sistema faz uso de chamadas telefônicas, bem como mensagens de voz, reu-
niões grupais de discussão, lembretes e recursos do cuidador. O mecanismo foi instalado na
primeira visita ao local e foi solicitado uma lista aos cuidadores com os familiares que eles
desejavam estar incluídos, Eisdorfer et al. (2003).

Ao fim do estudo, Eisdorfer et al. (2003) chegaram a conclusão que a intervenção da terapia
familiar de sendo aplicada de forma isolada não haveria efeito nenhum, considerado significo

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em relação aos sintomas depressivos. Porém, quando a terapia familiar foi combinada com
tecnologias e constante contato com as terapeuras, mostrou-se mais eficaz, pois além de des-
frutarem de terapia domiciliar os participantes (cuidadores) ainda possuíam a rede de apoio
para além d e um consultório, podendo ter fácil acesso a recursos tecnológicos onde tinham
suporte como conferências famílias, grupos online, ligações por vídeo e de voz.

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Práticas Psicológicas Baseadas em Evidências


Científicas
A psicologia baseada em evidência diz respeito à junção de estudos científicos às práticas clí-
nicas, de acordo com pesquisas realizadas pela American Psychological Association (APA)
(2006). Segundo Thorne (1947, citado por APA, 2006) apontam que os profissionais unem os
métodos científicos e as técnicas práticas usadas pelos psicólogos, tendo assim um aumento
da aplicação prática da abordagem junto às experiências clínicas.

Os profissionais da área da psicologia se encontram em uma crescente em relação a estudos


sobre práticas baseadas em evidências científicas, assim como, tem sido realizado em outras
áreas da saúde de acordo com Sackett, Rosenberg, Gray, Haynes e Richardson (1996, citado
por APA, 2006). Desde que a onda da prática baseada em evidência passou a ser considerada
um fundamento dos sistemas de saúde e políticas de saúde, os psicólogos buscam a melhor
maneira para a conceituação e a análise da base científica para a prática.

O estudo desenvolvido pela American Psychological Association, (2006), certifica que a base
para qualquer tipo de evidência para que seja posta em prática deve ser analisada com dois
pré requisitos, em termos de eficácia e utilidade clínica. A eficácia, para os autores, faz refe-
rência ao grau de critérios a serem estabelecidos para que tenha-se êxito na evidência utiliza-
da e determinado tratamento. Já a utilidade clínica, refere-se à aplicabilidade prática das téc-
nicas já disponíveis, levando em consideração quesitos como, aceitação do paciente na recep-
ção da estratégia, bem como seu custo benefício na aplicação.

Esse pensamento foi utilizado para examinar diretrizes da área de psicologia para tratamento
de diagnósticos relacionados à saúde mental. Chambless et al.(1996, 1998, citado por APA,
2006) tomam bastante cuidado durante a análise, para que fosse possível recolher o maior
número de casos confirmando o uso de evidências científicas, critérios de uso e eficácia na
população que foram aplicadas tais técnicas e tinham por objetivo, apontar tratamentos que
pudesse ser comparável a evidência de eficácia de uso de medicações.

Ainda hoje há dúvidas sobre as diferenças das ESTs (tratamentos empiricamente apoiados) e
das EBPP. A ESTs se inicia já com o tratamento que diz–se funcionar para um distúrbio ou
problema psicológico específico. Já a EBPP é iniciada com o paciente e questionando-o quais
as evidências testadas podem auxiliar o psicólogo a obter êxito no resultado do tratamento,
American Psychological Association, (2006).

De acordo com Sackett et al. (2000, citado por APA, 2006), “A prática baseada em evidências
é a integração das melhores evidências de pesquisa com a experiência clínica e os valores do
paciente" (p. 147), portanto a EBPP tem como objetivo proporcionar as estratégias psicológi-
cas para melhoria da saúde pública fazendo uso de técnicas testadas em avaliação psicológi-
ca, estudos de caso e formação de vínculos e intervenções terapêuticas. Sendo importante res-
saltar que a EBPP foca no tratamento do paciente.

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Práticas Baseadas em Evidência e Terapia Familiar (revisões sistemáticas


e metanálises)

A prática baseada em evidência vem chamando a atenção dos estudiosos, segundo Beutler
(1998) é um método que busca comprovar os resultados de um estudo científico teórico em
sua forma prática. E levando em consideração que a terapia familiar é considerada, de acordo
com o pensamento de Hinton et al., (2017); Tompson, Langer, Hughes, & Asarnow (2017)
uma intervenção eficaz com o objetivo de dar suporte aos familiares que sofrem com algum
membro em disfunção psicológica e promover uma melhora na dinâmica da família foram
selecionadas alguns artigos que apresentam revisões sistemáticas e metanálise com o tema do
presente trabalho.

Keller e Bruce (2018) realizaram um estudo de controle aleatório para medir a eficácia da
psicoterapia interpessoal em grupo como forma de intervenção para diagnosticados com de-
pressão pós-parto. O artigo se chama “Eficácia clínica de intervenções terapêuticas familiares
na prevenção e tratamento da depressão perinatal: uma revisão sistemática e metanálise” e é
uma revisão sistemática e metanálise.

O estudo de Keller e Bruce (2018) afirma que uma estratégia muito bem sucedida como pla-
no de intervenção, usado por terapeutas, para famílias que sofrem com diagnóstico de depres-
são perinatal é a terapia familiar. Pois com o acompanhamento de um profissional o é possí-
vel potencializar a rede de apoio para aqueles que sofrem bem como, possibilitar a melhora
da dinâmica familiar. A pesquisa, portanto, teve o objetivo de agrupar as evidências da execu-
ção das estratégias, a buscar a forma mais atual de terapia familiar como prevenção e trata-
mento da depressão pós-parto, bem como auxiliar em busca de amenizar os sintomas depres-
sivos aparentes na mãe e refletido na dinâmica familiar.

O método de execução utilizado na pesquisa foram os regulamentos de Colaboração Cochra-


ne para rever as sistematização e metanálises. Keller e Bruce (2018), também contaram com
o apoio de 6 bancos de dados eletrônicos para pesquisas de ensaios clínicos randomizados e
agrupados. Sendo que nos resultados primários estão inclusos os sintomas de depressão mani-
festados na mãe e na interação familiar e os estudiosos concluem que apesar de termos ainda,
poucos dados e experimentos sobre o assunto, a terapia familiar mostrou-se eficaz tanto como
medida preventiva quanto no tratamento da depressão perinatal.

De acordo com Keller e Bruce (2018), a Organização Mundial da Saúde (2017) trouxe uma
informação baseada em uma pesquisa realizada nos Estados Unidos onde 6% das mulheres
são diagnosticadas com depressão durante a gravidez e 1/9 das mulheres apresentam depres-
são pós parto e afirmam que os casos em países desenvolvidos chegam em até 16% da popu-
lação feminina e cerca de 20% das grávidas apresentam sintomas de depressão após o parto.
Além disso, a pesquisa mostra que a depressão perinatal quando não tratada pode afetar de
forma direta os resultados do porto.

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A maior parte dos estudos que focam na prevenção e tratamento da depressão incluem estra-
tégias individuais para as mães, bem como as que visam a interação da mãe com o bebe. Se-
gundo Keller e Bruce (2018), em muitos casos também relacionam o estresse vivenciado pela
gestante no ambiente familiar, a depressão e a falta de apoio de cônjuges, pais, e familiares
como preditores e produtos da depressão perinatal. Alguns sintomas apontados como causas
da depressão perinatal são medo de ruptura em relacionamento do casal, gravidez indesejada,
falta de disponibilidade do parceiro (a), apoio insuficiente dos familiares e etc.

A pesquisa focou em intervenções psicossociais preventivas, tratamentos psicossociais e bus-


cam amenizar os sintomas depressivos e também foram analisados estudos de tratamento e
prevenção semelhantes, sendo importante ressaltar que a pesquisa trata-se de de ensaios con-
trolados randomizados, Keller e Bruce (2018). O método usado foi dividido por semelhanças
de tópicos em cada artigo analisado levando em consideração também o nível de envolvimen-
to familiar como padrão para impacto das intervenções na saúde da gestante e sintomas de-
pressivos.

Os objetivos foram desmembrados em 3 frentes, sempre buscando a conscientização da efi-


cácia da terapia familiar para a depressão perinatal: aumentar as recomendações clínicas já
existentes, elaboração de um nível geral de envolvimento familiar para que as gestantes con-
seguem uma eficácia na redução dos sintomas da depressão e por fim, a definição da dose de
intercalação que varia de acordo com os objetivos desejados pela família, Keller e Bruce
(2018). Sendo importante ressaltar que houve critério de exclusão (estudos que não aborda-
vam depressão perinatal, que não contavam com intervenção familiar, etc) e seleção dos arti-
gos.

Durante o estudo, os autores Keller e Bruce (2018), tomam cuidados com a forma que foram,
realçam as revisões, sendo elas em duas etapas, uma em relação à qualidade do estudo e outra
para averiguar os viés presentes. Levaram também em consideração alguns critérios de elegi-
bilidade, como por exemplo: tipos de estudos (se todos haviam sido publicados em revistas
científicas), tipo de populações (se todas eram mulher gestantes e puérpera te seis meses),
tipos de intervenções (se a família estava participando ativamente do estudo), tipos de prove-
dores (intervenções feitas apenas por profissionais da área da saúde mental), tipos de compa-
radores (grupo controle e experimental submetidos a intervenções padrão) e tipo de medida
de resultado (análises com critérios semelhantes).

A análise de dados foi realizada de forma quantitativa e qualitativa, de acordo com Keller e
Bruce (2018), a maioria das intervenções realizadas foram de acordo com a abordagem cog-
nitivo comportamental que visa melhorar a comunicação familiar por meio de mudanças
comportamentais. Ao total participaram 801 mães, com idade média de 31,1 anos, juntamente
com seus parceiros, sendo deste número 385 do grupo controle e 416 do grupo de interven-
ção. Foram analisados 2 estudos com foco no tratamento e 5 visando a prevenção. As inter-
venções contaram com 1 a 10 sessões (uma por semana), tendo encontros individuais ou em
grupo a depender do estudo, e com duração de 2 a 6 horas e geralmente a família ou parceiro

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se faziam presente. Foram usadas algumas escalas, sendo as mais utilizadas a Escala Diádica
de Ajuste e a Escala de Comunicação do Casal (Mulcahy, 2010, citado em Keller e Bruce
(2018).

Os resultados objetivos foram positivos, os autores Keller e Bruce (2018) mostram que no
geral obtiveram uma redução considerável nos sintomas depressivos nas gestantes desde a
linha de base do experimento até o primeiro acompanhamento. Foi notado que os casos que
contavam com a presença dos membros familiares em 80% das sessões obtiveram uma dimi-
nuição significativa nos sintomas da depressão perinatal, bem com a melhora do funciona-
mento familiar.

Uma outra revisão sistemática e meta análise, com o tema “A eficácia da terapia familiar e
intervenções sistêmicas para problemas focados em adultos”, foi realizado pelo estudiosos
Alan Carr no ano de 2000, que buscou resumir e apontar as intervenções terapêuticas na prá-
tica sistêmica familiar com casos de saúde mental. Foram portanto analisados 20 estudos de
ensaios de terapia familiar e chegaram a conclusão que as famílias acompanhadas de 6 a 12
meses houveram existo bem mais evidente do que 71% dos participantes que receberam o
procedimento padrão em grupo controle.

Carr (2000) acredita que ao longo do período de vida das pessoas que são diagnosticadas com
depressão perpassam por 4 fases sendo cada período com cerca de 4 meses de duração, tendo
um nível de piora quando o indivíduo é exposto a ambiente estressante e de pouco apoio so-
cial. Portanto, as intervenções propostas pela terapia familiar visam amenizar os sintomas
estressores bem como auxiliar os membros em busca de melhorar a dinâmica relacional da
família.

Nas revisões, foram analisados estudos controlados e focados em intervenções familiares


para depressão e, segundo Carr (2000), aponta-se o êxito de algumas terapias, são elas: tera-
pia sistêmica de casais ambulatorial e internação; terapia familiar inspirada pelo modelo
McMaster, terapia de casais focada na emoção; terapia conjugal comportamental; terapia con-
jugal cognitiva e terapia interpessoal conjunta. Todas essas intervenções contaram, com em
média, 20 encontros que possuíam o foco na área relacional e na amenização de mudança de
humor.

De acordo com Carr (2000), na modalidade de terapia familiar de casais, apontou-se mais
eficaz do que o tratamento padrão anteriormente (durante 2 anos) utilizado em casos de paci-
entes em ambulatórios, sendo também mais produtivo do que o uso de medicamentos. Além
disso, o estudo aponta que o custo da terapia se apresenta mais barato, no caso. A intervenção
contou com a representações das dificuldades enfrentadas pela família e/ou casa, pausa inten-
cional nos comportamentos vistos como problemas, elaboração de tarefas para proporcionar
uma melhor interação.

A terapia familiar trabalha de forma manualizada e estruturada, possui o foco no problema.


As intervenções se iniciam com avaliação sistêmica, e conta com diversas tarefas terapêuticas

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visando a construção de habilidades e relações saudáveis, de forma clara, eficaz e resolutiva


em relação a problemas. Carr (2000) notou que os pacientes que faziam uso das estratégias da
abordagem juntamente com uso de medicação obtiveram uma recuperação de forma mais rá-
pida.

Carr (2000), aponta que a terapia de casal com foco emocional demonstrou-se tão eficiente
quanto ao uso das mendicmanerors em relação a diminuição dos sintomas depressivos. A
abordagem busca possibilitar ao casal novas habilidades, evitando o uso de formas problemá-
ticas na resolução de conflitos, o foco da ntc não é ajudar os casais a se entenderem, levando
em consideração as necessidades emocionais individuais.

A terapia conjugal comportamental obteve resultados tão eficazes quanto a terapia compor-
tamental cognitiva individual na redução do sofrimento. A abordagem portanto foca em pro-
mover uma melhor comunicação, resolução conjunta de conflitos e impulsionar novas expe-
riências positivas para o casal. Carr (2000), certifica que para chegar a esse dado foram revi-
sados três ensaios.

Segundo Carr (2000), para os resultados da terapia cognitiva conjugal, foram revisados dois
estudos e portanto apontaram que a terapia conjugal apresenta-se mais eficaz do que a terapia
cognitiva individual, uma vez que a conjugal é algo direcionada, focada em reconhecer os
próprios erros, proporcionado para o casal a modificação de fatores cognitivos que causam
sofrimento.

Por fim, Carr (2000) aborda a terapia interpessoal conjunta e aponta que sua eficácia é tão
alta quanto a terapia interpessoal padrão. A abordagem busca modificar comportamentos pes-
soais negativos que afetam o relacionamento e mantêm a depressão, ajudando portanto os
casais com situações problemáticas.

Carr (2000) demonstra com a pesquisa as intervenções familiares que obtiveram sucesso em
casos de depressão maior, com sua prevalência de 7%, sendo visto de forma positiva, já que o
diagnóstico depressivo possibilita um grande impacto na qualidade de vida do indivíduo e as
intervenções terapêuticas familiares buscam atingir não só o indivíduo com o diagnóstico de-
pressivo, bem como seus familiares e parceiros relacionais. Ainda assim , o autor chega a
conclusão que será um grande desafio para os profissionais da área familiar, principalmente,
no quesito de desenvolver a análise de ensaios de tratamento de acordo com as práticas base-
adas em evidências. Nota-se que ainda há necessidade de muitas pesquisas que abranjam e
confirmem tais intervenções na terapia familiar.

Manuais versus literatura científica

Conforme os resultados mostrados nas pesquisas do presente trabalho, existem inúmeras lite-
raturas que descrevem os efeitos da terapia familiar em casos de depressão. Porém, estes arti-
gos encontram-se disponibilizados na língua inglesa, com limites de página, ou inseridos em

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artigos que não fazem referência ao assunto principal, tornando de difícil acesso para o pro-
fissional da área de psicologia realizar a sua prática baseada em evidência.

Nesse sentido de ser necessário transpor a literatura, Silva e Moreira (2021) ao perceberem
diversas barreiras para as informações sobre alimentação e autismo serem acessíveis, trans-
creveram alguns artigos em uma tentativa de facilitar para os profissionais da área de psico-
logia em suas práticas. Tendo como tema “TEA & ABA: Estratégias para reduzir seletividade
alimentar”.

Em primeiro lugar, Silva e Moreira (2021) realizaram um levantamento de artigos de revisões


sistemáticas e metanálise para observação e escolha de estudos que apresentassem formas de
intervenções comportamentais para os casos de assunto inicialmente selecionado pelos auto-
res. Para isso usaram algumas palavras-chave para encontrar tais estudos, bem como: seleti-
vidade alimentar; autismo; intervenções comportamentais e análise do comportamento apli-
cada (ABA). Foram escolhidas pesquisas que contavam com 20 a 150 sessões de interven-
ções, englobando desde a linha de base até a intervenção e resultados e sempre buscando uma
semelhança estrutural dos artigos selecionados. Posteriormente houve um filtro dos tipos de
intervenções e um resumo de cada artigo para aplicarem na prática semelhantes resultados
como os que foram apresentados nas metanálise encontradas.

Após a seleção inicial dos artigos, os autores Silva e Moreira (2021) buscaram pela elabora-
ção das descrições, algumas informações foram primordiais para esse apanhado, tais como:
referencia bibliográfica, dados dos participantes (nome, idade e diagnóstico), objetivo da
pesquisa; objetivo das intervenções; nomes dos procedimentos de ensino utilizados; nível
operante do comportamento-alvo (dados da linha de base), descrição da intervenção, resulta-
dos (incluindo informações como a quantidade de sessões que foram realizadas e comparação
dos resultados da linha de base e quando houve intervenção).

Silva e Moreira (2021) escolheram alguns tópicos a serem expostos, alguns deles foram: sele-
tividade alimentar e comportamento problemático em crianças com deficiência de desenvol-
vimento; Os efeitos da contingência de modelação no tratamento da seletividade alimentar
em criança com autismo; Uso de reforços individualizados e exposição hierárquica para au-
menta a flexibilidade alimentar em crianças com transtorno do espectro de arrumos; etc.

Por fim Silva e Moreira (2021) apresentaram os resultados dos artigos científicos e metanáli-
se transformando-os em um projeto que facilita a leitura de profissionais, dando mais acessi-
bilidade linguística e disponibilizados em local de fácil acesso, de tal forma que transformará
as informações reunidas em um manual.

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Justifica, objetivo e procedimento utilizado na


elaboração deste livro
Como mostrado nos artigos descritos na atual pesquisa, foi confirmada a existência de litera-
turas científicas que abordam e comprovam a eficácia da terapia familiar (tendo como pré
requisito a participação de algum membro familiar nas intervenções psicoterápicas) para ca-
sos de diagnósticos de depressão e como o profissional da psicologia recém formado pode
proceder baseados nas diversas estratégias apresentadas. Contudo, os artigos e estudos que
abordam o tema de interesse encontram-se com difícil acesso.

Tais barreiras são: artigos não disponibilizados na língua portuguesa; literaturas científicas
que abordam o tema terapia e depressão, porém que não contém o foco específico na aborda-
gem da terapia familiar; textos de difícil acesso por cobrarem taxas para serem visualizados;
pesquisas quantitativas sem a base teórica bem explicita; artigos com poucas páginas de pes-
quisas, sem muitas explicações.

Visto a dificuldade de acesso, o presente trabalho buscou ser um facilitador sistematizando


estratégia de intervenção para os psicólogos recém formados inseridos no mercado de traba-
lho que buscam realizar suas práticas baseadas em evidências com técnicas e estratégias rela-
cionadas à terapia familiar e depressão de formas comprovadas e eficazes, unindo diversos
artigos com tema de interesse e expondo a maneira a ser realizado o trabalho na prática.

Neste trabalho foi feito uso de artigos científicos e metanálise que abordem temas e demons-
trem intervenções que podem ser utilizadas pela terapia familiar para auxiliar os profissionais
da saúde a trabalharem com casos de diagnósticos de pacientes depressivos aplicando técni-
cas baseadas em evidências.

Tais artigos serão analisados e transcritos na tentativa de tornar a linguagem da temática aces-
sível, bem como disponibilizar estratégias baseadas em literatura científica de forma prática e
unificada para o profissional da área de psicologia. Para isso faremos uso dos procedimentos
demonstrados nos tópicos abaixo.

Seleção de revisões sistemática e meta análises

De início os artigos serão selecionados através do site de busca Google, especificamente no


Google Acadêmico, como fonte de informação de forma rápida de pesquisa. Usaremos pala-
vras chave usadas em inglês, como por exemplo: systematic review meta analysis, depressi-
on, family therapy.

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Inclusão exclusão

O critério de inclusão e exclusão dos estudos cinéticos que serão utilizados, será as 10 pri-
meiras páginas com artigos disponibilizados levando em consideração estudos realizados até
10 anos antecedentes ao ano atual da pesquisa.

Seleção dos artigos

A seleção dos artigos contém os seguintes pré requisitos: estudos publicados que sejam na
modalidade metanálise e revisão sistemática; abordem assunto de terapia familiar e interven-
ção no quadro de depressão; casos de depressão e intervenções feitas no âmbito ou com
membros familiares; artigos que contenham intervenções terapêuticas que possam ser aplica-
das com a família do depressivo. Cabe ressaltar que o foco da pesquisa é conter cinco inter-
venções diferentes.

Extração das informações

Em seguida a seleção dos artigos, será necessária a leitura e um filtro a fim de extrair infor-
mações para verificação e extração dos seguintes tópicos:

- Referência bibliográfica;

- Indicação do uso da técnica;

- Resumo da técnica;

- Objetivo da pesquisa;

- Objetivo da intervenção;

- Dados dos participantes:

a. Diagnóstico de depressão;

b. Dados dos familiares.

- Instrumentos de avaliação;

- Informações sobre o procedimento:

a. Número de sessões;

b. Descrição dos procedimentos em cada sessão.

- Resultados esperados com a intervenção.

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Por fim, faremos a edição dos conteúdos encontrados, bem como a organização das informa-
ções em forma didática e de fácil entendimento, para posteriormente ser publicado e apresen-
tado ao público.

Livro publicado pela Editora do Instituto Walden4

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Uma nova intervenção precoce para a pré-esco-


la depressão: achados de um piloto randomiza-
do ensaio controlado.
Referência bibliográfica

Luby J., Lenze S., & Tilman R. A novel early intervention for preschool depression: findings
from a pilot randomized controlled trial. Washington University School of Medicine, St.
Louis, MO, USA (2012).

Indicação de uso da técnica

Crianças com idade de 3 a 7 anos que estejam sendo escolarizadas e residindo com seus cui-
dadores por no mínimo 6 meses, diagnosticadas com depressão.

Resumo da técnica

A terapia de Interação Pai-Filho (Parent-Child Interaction - PCIT-ED ou DEPI, Luby et al.,


2004) é um método de intervenção didático que faz uso do ensino e orientação a fim de de-
senvolver relacionamentos de forma positiva, além disso tem como objetivo melhorar a pa-
rentalidade. Essa técnica auxilia os pais e estimula a parceria dos mesmos com os terapeutas.
A técnica DEPI é didática e tem como finalidade auxiliar os pais em relação à educação e
desenvolvimento da criança.

Objetivo da pesquisa

O presente estudo tem como finalidade ampliar os conhecimentos sobre técnicas de interven-
ção eficaz e modesta em tratamento precoce de depressão em crianças com idade pré-escolar.

Objetivo da intervenção

Comparar a maior eficácia entre as técnicas de intervenção Terapia de Interação Pai-Filho


(PCIT-ED) com a Psicoeducação em tratamento de depressão infantil.

Dados dos participantes

Crianças com a faixa etária de 3 a 7 anos foram recrutadas por um consultório de pediatria
comunitário, através de uma lista de verificação como forma de triagem Escala de Sentimen-
tos de Pré-escolares (Preschool Feelings Checklist; PFC; Luby et al., 2004), preenchida pelos
seus responsáveis.

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Diagnóstico de depressão. Diagnóstico de Transtorno Depressivo Maior de acordo com o


DSM-IV em crianças com idade de 3 a 7 anos, envolvidas no cenário escolar, e seus cuidado-
res.

Dados dos familiares. Pais cuidadores das crianças diagnosticadas com depressão.

Instrumentos de avaliação

Interação Direcionada à Criança. No estudo foi utilizado instrumento conhecido como In-
teração Direcionada a Criança (Child-Directed Interaction - CDI, Luby et al. 2004) que tem
como objetivo ensinar os pais a seguirem os comandos lúdicos da criança durante as sessões
de terapia, e essa técnica por meio de uma comunicação positiva, atenção e imitação durante
a brincadeira, foca em promover uma melhora no relacionamento e apego existente entre pais
e filhos.

Existe também uma outra vertente que faz parte desse mesmo instrumento, a Interação Dire-
cionada aos Pais (PDI), onde os pais assumem a liderança sempre que necessário durante a
sessão e atividade lúdicas. Esse instrumento tem como resultado o ensinamento aos pais a
melhorarem sua atenção voltada aos filhos, reflexão sobre o querer, falas e atitudes das cri-
anças, o envolvimento e entusiasmo na interação com os filhos e etc. Além disso, a técnica
PCIT-ED conta com a etapa ED que é instituída a ser posta em prática após as fases de CDI e
PDI, pois ela ajuda os pais a regularem as emoções para com as crianças e são realizadas du-
rante seis sessões.

Lista de Verificação da Integridade do Tratamento. Para avaliar a adesão das sessões, foi
utilizado o cada sessão era analisada através da Lista de Verificação da Integridade do Trata-
mento (Treatment Integrity Checklist; Eyberg, 1999) e pôde ser observado uma adesão de
97% de média com variação de 87% a 100%. Esse instrumento avalia itens como por exem-
plo: conceitos da sessão anterior e revisão de dados iniciais; o conceito de treinamento de
equivalência funcional, treinamento sobre a equivalência funcional em relação à criança e
etc. A sua avaliação varia de 0 a 2 sendo a pontuação 0 referente à discordância do objetivo e
2 referente ao alcance do objetivo.

Desenvolvimento e Intervenção Parental. Para o controle psicoeducacional foi utilizado o


Desenvolvimento e Intervenção Parental (Parental Development and Intervention - DEPI,
Luby et al., 2004) voltado para o uso dos pais em sessões de grupos compostos por poucas
pessoas, no caso a pesquisa havia de dois a seis participantes. A técnica é didática e tem como
finalidade controlar a duração e as expectativas dos pais em relação à educação e desenvol-
vimento da criança. Dentro do estudo foi enfatizado o desenvolvimento emocional e social
conforme previsto no instrumento PCIT-ED.

Lista de Verificação de Sentimentos Pré-escolares. A gravidade de depressão foi medida


através da Lista de Verificação de Sentimentos Pré-escolares - Versão em Escala (Preschool
Feelings Checklist–Scale Version PFC-S, Luby et al., 2004) que possui 20 itens com uma es-

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cala de classificação de 0 a 4, sendo 0 = nunca e o 4 = na maioria das vezes. As perguntas


avaliadas nesta instrumentos incluem questões como “meu filho parece triste ou diz que se
sente triste”, “culpa a si mesmo”.

Questionário de Saúde e Comportamento. Além disso foi utilizado o Questionário de Saú-


de e Comportamento (Health and Behavior Questionnaire - HBQ; Armstrong et al., 2003)
sobre domínios internos e externos avaliados pelos cuidadores, os itens avaliados são: depres-
são; sentir-se inútil; problemas de conductas; hostilidade aberta e agressão relacional e etc.
Os seus resultados forneciam as classificações de sintomas de saúde mental e o funcionamen-
to adaptativo os escores a salto indicam patologia mais grave.

Escala de Avaliação Funcional da Pré-Escola da Primeira Infância. O comprometimento


psicossocial contou com a Escala de Avaliação Funcional da Pré-Escola da Primeira Infância
(Early Childhood Preschool Functional Assessment Scale - PECFAS; Hodges, 1994), para ser
avaliada. Essa escala é uma entrevista semiestruturada com itens que abordam questões sobre
comer em público; uso de talheres e demais utensílios; comportamento em público e etc. Os
escores gerais acima de 40 são indício de comprometimento grave.

Teste de Diferenciação de Emoções Penn. Para avaliar o reconhecimento emocional foi uti-
lizada a escala do Teste de Diferenciação de Emoções Penn (Penn Emotion Differentiation
Test - KIDSEDF; Gur et al., 2001, 2010), que visa pontuar as expressões faciais de acordo
com as emoções mais intensas se baseando em 40 pares de rostos mostrados (um par por
vez). O escore indica o número final dos julgamentos e as pontuações mais elevadas indicam
um melhor desempenho.

Checklist de Regulação de Emoção. A verificação da regulação das emoções foi analisada a


partir do Checklist de Regulação de Emoção (Emotion Regulation Checklist - ERC, Shields
& Cicchetti, 1997), que é uma escala que é avaliada pelos pais sobre o padrão de reatividade
emocional dos seus filhos. As questões abordadas no instrumento variam da pontuação 1 a 4,
sendo 1 = nunca e 4 = quase sempre, e os assuntos abordados são: percepção sobre a alegria
da criança; percepção sobre sentimento de angústia ou situações de aborrecimento.

Seguem os itens da escala utilizada (clique aqui para acessar o artigo original):

1. É uma criança alegre.

2. Apresenta grande variação de humor (o estado emocional da criança é difícil de ser previs-
to, pois ela muda rapidamente de bem humorada para mal humorada).

3. Responde de forma positiva a iniciativas de adultos de se aproximar de forma neutra ou


amigável.

4. Troca bem de uma atividade para outra (não fica ansiosa, irritada, angustiada ou excessi-
vamente empolgada quando passa de uma atividade para outra).

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5. Recupera-se rapidamente de episódios de aborrecimento ou angústia (por exemplo, não


permanece quieta ou mal humorada, ansiosa ou triste após eventos emocionalmente estres-
santes).

6. Frustra-se facilmente.

7. Responde de forma positiva a iniciativas de seus pares de se aproximar de forma neutra ou


amigável (pares são crianças da mesma idade ou colegas).

8. É propensa a explosões de raiva / birra.

9. É capaz de adiar gratificação (por exemplo, suporta a espera por uma recompensa).

10. Sente prazer com o sofrimento dos outros (por exemplo, ri quando outra pessoa se ma-
chuca ou é punida; gosta de provocar os outros).

11. Consegue controlar a empolgação em situações emocionalmente estimulantes (por exem-


plo, não se empolga excessivamente em situações de brincadeiras de alta energia, ou não fica
muito agitada em contextos inapropriados).

12. É chorona ou gosta de ficar “agarrada” com adultos.

13. É propensa a explosões inadequadas de animação e entusiasmo.

14. Responde com raiva ou de forma zangada quando os adultos lhe impõem limites

15. A criança consegue dizer quando está se sentindo triste, com raiva ou zangada, com medo
ou assustada.

16. Parece triste ou apática.

17. É excessivamente empolgada ao tentar envolver outros na brincadeira.

18. Mostra humor apático (fisionomia é vaga e inexpressiva; a criança parece ausente emoci-
onalmente).

19. Responde de forma negativa a aproximações neutras ou amigáveis feitas por pares (crian-
ças ou colegas da mesma idade) (por exemplo, pode falar com um tom de voz com raiva ou
responder com medo).

20. É impulsiva.

21. É empática com os outros. Mostra preocupação quando os outros estão chateados ou an-
gustiados.

22. Demonstra entusiasmo que os outros consideram inapropriado, intrusivo ou intrometido.

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23. Mostra emoções negativas apropriadas (raiva, medo, frustração, angústia) em resposta a
atos hostis, agressivos ou intrusivos dos pares (crianças ou colegas da mesma idade).

24. Demonstra emoções negativas quando está tentando engajar os outros em brincadeira.

Comportamento da Função Executiva. O funcionamento executivo dos pré-escolares fo-


ram avaliadas pelos pais através do instrumento conhecido como Comportamento da Função
Executiva – Versão Pré-escolar (Executive Function Behavior - Preschool Version - BRIEF;
Gioia et al., 2003), que a partir de 63 itens e tendo como base a psicometria, visa avaliar cri-
anças abaixo de seis anos e analisar o controle, regulação das emoções, dos comportamentos
e da cognição. Os itens avaliados são sobre a memória de trabalho, mudanças de tarefas, ha-
bilidades de planejamento e organização, bem como itens que buscam avaliar o controle
emocional e autocontrole e seu escore é medido através de um programa padronização que
permite realizar as comparações normativas.

Inventário de Depressão de Beck. As emoções e estresse por parte dos pais foi avaliada
através do Inventário de Depressão de Beck - II (Beck Depression Inventory - BDI–II; Beck
et al., 1996), que é composto por 21 itens que avaliam questões como: humor deprimido, pes-
simismo, sensação de fracasso, falta de perspectiva de futuro, retraimento social, perda de
interesse em atividades e etc. A pontuação de 0 a 13 indicam depressão mínima, de 14 a 19
depressão leve, de 20 a 28 depressão moderada, de 29 a 63 depressão grave.

Informações sobre o procedimento

Número de sessões. O PCIT-ED possui três módulos conduzidos dentro de 14 sessões em 12


semanas. Já a Psicoeducação, representada pelo DEPI (Desenvolvimento e Intervenção Pa-
rental) foi feita em 12 semanas de sessões com duração de 60 minutos cada.

Descrição dos procedimentos em cada sessão. Inicialmente foi realizado um estudo contro-
lado e randomizado como piloto do estudo e linha de base e a primeira sessão aconteceu no
intervalo de sete dias após essa triagem. Após 14 dias da sessão de PCIT-ED e DEPI (com
duração média de 11 dias) foram feitas tentativas de aplicação de avaliação pós-tratamento.

Os cuidadores foram entrevistados em relação aos sintomas de depressão das crianças. Os


índices de gravidade de depressão também foram avaliados no pré e pós tratamento através
do instrumento (PFC). Além disso, dentre o total das sessões, contaram com seis atendimen-
tos voltados para a técnica ED, que está dentro da técnica PCIT-ED e tem como foco auxiliar
os pais na regulação das emoções da criança.

Resultados esperados com a intervenção

Pode ser observado diversos pontos positivos encontrados na aplicação das técnicas. No
DEPI existiram diversos relatos de pais alegando uma melhora no quadro depressivo dos fi-
lhos, bem como em relação à saúde mental. Porém os resultados obtidos no instrumento

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DEPI não foram tão bons quanto na aplicação do PCIT-ED, apesar do estudo não ter sido su-
ficiente para chegar em um resultado considerável a ponto de alegar uma melhor eficácia en-
tre os instrumentos PCIT-ED e DEPI quando comparados. No instrumento PCIT-ED obtive-
ram grandes efeitos positivos em relação ao reconhecimento e regulação emocional dos pais e
filhos, bem como uma melhora no quadro de sintomas de depressão dos participantes.

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Psicoeducação multifamiliar breve para famili-


ares de pacientes com depressão maior crônica:
um estudo controlado randomizado
Referência bibliográfica

Katsuki F., Takeuchi H., Inagaki T., Maeda T., Kubota Y., Shiraishi N., Tabuse H., Kato T.,
Yamada A., Watanabe N., Akechi T., Furukaea A. Brief multifamily psychoeducation for fa-
mily members of patients with chronic major depression: a randomized controlled trial, by
scholars. BMC Psychiatry (2018).

Indicação de uso da técnica

Pacientes diagnosticados com Transtorno Depressivo Maior (TDM).

Resumo da técnica

A psicoeducação familiar é conhecida como parte de um tratamento eficaz junto aos cuidados
tradicionais e medicação (quando necessário) em casos de transtorno depressivo maior crôni-
co. Portanto a técnica psicoeducação familiar breve (BMP) consiste em fornecer informações
sobre o diagnóstico através de palestras, de forma a direcionar soluções para problemas tra-
zidos no âmbito terapêutico, os familiares do estudo também recebiam livretos com conteúdo
produzido pela equipe.

Objetivo da pesquisa

A pesquisa buscou investigar os efeitos da psicoeducação multifamiliar breve (BMP) em pa-


cientes e familiares com diagnóstico de depressão, buscaram então em sua pesquisa analisar a
influência da psicoeducação familiar breve (BMP).

Objetivo da intervenção

A hipótese dos pesquisadores é que quando comparada às famílias que recebem sessão de
acompanhamento da enfermaria do hospital às famílias em que foram aplicadas a BMP teri-
am um maior resultado em relação ao estado mental.

Dados dos participantes

Houve 49 participantes com Transtorno Depressivo Maior Crônico há mais de um ano entre
as idades de 18 e 85 anos, e seus familiares, a escolha foi feita de forma aleatória e o recru-
tamento foi realizado no Hospital Universitário da Cidade de Nagoya (Japão).

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Diagnóstico de depressão. Transtorno Depressivo Maior Crônico

Dados dos familiares. Familiares primários, ou seja, pais, mães, maridos, esposas, filhas e
filhos. Até três membros poderiam participar do estudo, embora somente um deles passou
pela avaliação proposta pelo estudo. Esperava-se que o paciente morasse junto com o mem-
bro familiar envolvido no processo.

Instrumentos de avaliação

Psicoeducação Multifamiliar Breve. A técnica BPM foi desenvolvida a partir do modelos


de McFarlane a breve psicoeducação familiar, que de acordo com McFarlane (1991), o méto-
do de McFarlane costumava incluir familiares nas palestras e discussões de psicoeducação e
após as oficinas os pacientes e familiares encontravam-se regularmente para ter sessões, o
autor da técnica defende a ideia de que o modelo multifamiliar oferece um maior apoio social
interferência nos resultados do tratamento.

Enquanto o objetivo com o paciente é reduzir sintomas do diagnóstico com a família é ensi-
ná-los a promover um ambiente tranquilo e estável através de técnicas de manejo com orien-
tações de como agir. Seguem alguns exemplos: aconselhamento à ter calma com o processo
de tratamento, sempre lembrado que descansar também é importante; orientação para dar um
espaço para diferentes fases do tratamento, consequentemente reações diferentes das espera-
das pela família; orientação para evitar, drogas e álcool durante o processo de tratamento;
alerta para a família ficar atentos aos sinais e novos sintomas da doença; etc.). Além disso, o
estudo contou com palestras a cada sessão; terapia em grupo de apoio com ênfase em resolu-
ção de problemas; folhetos explicativos.

Escala de Triagem Kessler para Sofrimento Psicológico. Para identificar sintomas depres-
sivos, de ansiedade e também para quantificar sofrimento psíquico foi utilizada a Escala de
Triagem Kessler para Sofrimento Psicológico (Kessler Screening Scale for Psychological
Distress - K6, Kessler et al. 2003) que consiste em um questionário de autorrelato com seis
questões com a pontuação de 0 (nenhum do tempo) a 4 (o tempo todo), os itens são em rela-
ção a frequência de sentimento de desespero, inquietação, esforços inúteis, avaliação de como
esses sentimentos impactam a funcionalidade da vida do indivíduo.

Entrevista Zarit Burden. Uma outra escala utilizada foi a Entrevista Zarit Burden (Zarit
Burden Interview - ZBI, Arai et al. 1997) é uma entrevista pequena com 22 itens que busca
avaliar a sobrecarga de familiares e cuidadores de idosos que possuem deficiência. Os itens
são classificados com a pontuação de 0 a 4 onde 0 = nunca e 4 = muito frequentemente, o es-
core da escala fica entre 0 a 32, sendo o somatório mais elevado uma indicação de sobrecar-
ga. Os itens do questionário possuem assuntos sobre a percepção do cuidador, tais como: ele
(a) pede mais ajuda do que necessita? sente que por conta do tempo que gasta cuidando dele
(a) não sobra tempo para si mesmo?; se sente irritado (a) quando ele (a) está por perto?; se

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sente em dúvida pelo que faz por ele (a); de forma geral se sente sobrecarregado por cuidar
dele (a)?; entre outros.

Seguem os itens da escala utilizada (clique aqui para acessar o artigo original):

1. O Sr/Sra sente que S* pede mais ajuda do que ele (ela) necessita?

2. O Sr/Sra sente que por causa do tempo que o Sr/Sra gasta com S, o Sr/Sra n„o tem tempo
suficiente para si mesmo (a)?

3. O Sr/Sra se sente estressado (a) entre cuidar de S e suas outras responsabilidades com a
família e o trabalho?

4. O Sr/Sra se sente envergonhado (a) com o comportamento de S?

5. O Sr/Sra se sente irritado (a) quando S está por perto?

6. O Sr/Sra sente que S afeta negativamente seus relacionamentos com outros membros da
família ou amigos?

7. O Sr/Sra sente receio pelo futuro de S?

8. O Sr/Sra sente que S depende do Sr/Sra?

9. O Sr/Sra se sente tenso (a) quando S está por perto?

10. O Sr/Sra sente que a sua saúde foi afetada por causa do seu envolvimento com S?

11. O Sr/Sra sente que o Sr/Sra não tem tanta privacidade como gostaria, por causa de S?

12. O Sr/Sra sente que a sua vida social tem sido prejudicada porque o Sr/Sra está cuidando
de S?

13. O Sr/Sra não sente vontade de ter visitas em casa, por causa de S?

14. O Sr/Sra sente que S espera que o Sr/Sra cuide dele/dela, como se o Sr/Sra fosse a única
pessoa de quem ele/ela pode depender?

15. O Sr/Sra sente que n„o tem dinheiro suficiente para cuidar de S, somando-se as suas ou-
tras despesas?

16. O Sr/Sra sente que ser· incapaz de cuidar de S por muito mais tempo?

17. O Sr/Sra sente que perdeu o controle da sua vida desde a doenÁa de S?

18. O Sr/Sra gostaria de simplesmente deixar que outra pessoa cuidasse de S?

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19. O Sr/Sra se sente em d˙vida sobre o que fazer por S?

20. O Sr/Sra sente que deveria estar fazendo mais por S?

21. O Sr/Sra sente que poderia cuidar melhor de S?

22. De uma maneira geral, quanto o Sr/Sra se sente sobrecarregado (a) por cuidar de S**?

Escala de Atitude Familiar. Para avaliar as emoções familiares foi utilizada a Escala de Ati-
tude Familiar (Family Attitude Scale - FAS, Kavanagh et al. 1997) que é um questionário de
autorrelato com 30 itens onde buscam medir a Emoção Expressa (EE) das famílias, com
questões como: se as pessoas souberem como realmente sou elas terão menos consideração
por mim; para ser uma pessoa com moral, boa e digna preciso ajudar todos que precisam; mi-
nha felicidade depende mais dos outros do que de mim; não posso ser feliz a não ser que a
maioria das pessoas ao meu redor me admirem; o meu valor enquanto pessoa depende muito
do que os outros pensam de mim; eu não preciso de aprovação alheia para ser feliz; entre ou-
tros. A pontuação do teste varia entre 0 a 120, sendo que as pontuações mais altas indicam
altos níveis de sobrecarga e/ou crítica.

Inventário de depressão de Beck. O Inventário de depressão de Beck (Beck Depression In-


ventory - BDI-II, Beck et al. 1996) foi usado para observar a presença dos sintomas de de-
pressão bem como a gravidade dos sintomas. O teste conta com 21 itens que avaliam pontos
como: sinto que já tive mais fracasso do que as outras pessoas; não me sinto descontente com
nenhuma situação; sinto que mereço ser castigado; sinto-me bastante culpado; entre outros.
Além disso, a pontuação varia de 0 a 3 sendo que quanto mais alta a pontuação for, mais gra-
ve os sintomas de depressão.

Formulário Curto de Pesquisa de Saúde. Foi utilizado também no presente estudo a escala
Formulário Curto de Pesquisa de Saúde (Short Form Health Survey - SF-36, Fukuhara et al.,
1998) onde buscam observar a qualidade de vida geral dos participantes dentre 8 frentes
chamadas de domínios. Esses domínios são: Funcionamento social (SF), Funcionamento físi-
co (PF), Papel físico (RP), Percepção Geral de Saúde (GH), Dor corporal (BP), Papel emoci-
onal (RE), Vitalidade (VT) e Saúde mental (MH), a pontuação varia entre 0 a 100 sendo que
pontuações mais altas indicam uma maior qualidade de vida. Alguns dos assuntos tratados na
escalas são: quais atividades você tem dificuldade de realizar por conta da sua saúde? subir
vários lances de escada?, subir um lance de escada?, levantar algo?Nas últimas quatro sema-
nas você teve algum problema no trabalho por conta da sua saúde física?; entre outros itens.

Avaliação Familiar. O Dispositivo de Avaliação Familiar (Family Assessment Device - FAD,


Saeki et al., 1997) também é um instrumento utilizado no estudo. O FAD é um questionário
de autorrelato destinado a avaliar as seis dimensões do funcionamento familiar, nele contém
60 itens, com a pontuação variando de 1 a 4 (sendo 1 = discordo totalmente e 4 = concordo
totalmente), quanto mais elevada for a pontuação menor a funcionalidade da família. O teste
é dividido em subescalas que abordam assuntos como: Problemas e resolução, comunicação,

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papeis, capacidade de respostas afetivas, envolvimento afetivo, controle de comportamento e


funcionamento geral.

Informações sobre o procedimento

Número de sessões. Existem dois grupos, o primeiro é o grupo de intervenção que recebeu
quatro sessões de BMP com encontros quinzenais durante oito semanas. O segundo grupo é o
grupo controle, esses recebem uma sessão de aconselhamento supervisionada por um profis-
sional da enfermaria.

Descrição dos procedimentos em cada sessão. Inicialmente os participantes (paciente e fa-


miliares) receberam um número de identificação, bem como a explicação sobre o intuito do
estudo e suas etapas em um folheto impresso. Após passadas todas as informações pertinentes
foi assinado um termo de consentimento para a participação. Como podia ter até três mem-
bros da família participando, foi solicitado que apenas um (à consenso da família) passasse
pela avaliação. Posteriormente as famílias foram divididas de forma aleatória entre o grupo
BMP e controle, cabendo ressaltar que ambos recebiam um atendimento padrão e eram tam-
bém acompanhados pela equipe médica.

O experimento na modalidade BMP foi realizado da seguinte forma, divida em 4 encontros


que tinham como foco amenizar as sobrecargas das famílias sendo que cada sessão era feita
com quatro participantes. Os encontros de BMP consistiam em palestras seguidas de terapia
em grupo e tinha duração de aproximadamente duas horas e os grupos se encontravam duas
vezes a cada duas semanas.

A terapia de grupo de apoio era baseada em: famílias socializando entre si; os membros dos
grupos quando eram solicitados para discursar sobre seus problemas ou objetivos e os demais
ouvintes ofereciam opiniões sobre possíveis soluções; o participante (familiar) que falou so-
bre o problema escolhe a solução que acha mais apropriada para sua realidade.

Em cada sessão era realizada uma palestra, terapia e grupo de apoio com o objetivo de resol-
ver dificuldades de habilidades. No primeiro encontro forneceram informativos sobre o diag-
nósticos sobre depressão maior, inclusive seus sintomas. Na segunda sessão foi esclarecido
conteúdos sobre medicamentos. No encontro seguinte o foco foi conscientizar sobre apoio
comunitário que fornece assistência a famílias e no quarto encontro foi fornecido orientações
para a família dos participantes com depressão maior. Sendo importante ressaltar que durante
as sessões os terapeutas mediadores incentivam os familiares a contarem sobre sua experiên-
cia em relação ao cuidado.

O grupo controle contou com encontros sendo um deles destinada para triagem, uma sessão
de acolhimento supervisionada e acompanhada por uma das quatro enfermeiras que promovi-
am um ambiente para escuta ativa dos pacientes e seus sofrimentos com questões familiares,
além disso, os profissionais só forneciam informações sobre algo quando os familiares solici-
taram. A sessão de aconselhamento pela enfermeira durou 45 minutos.

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Resultados esperados com a intervenção

As conclusões primárias baseadas nos resultados dos testes, não foram tão significativas entre
o grupo controle e grupo de intervenção, já a conclusão secundária dos autores foi a compro-
vação da redução dos sintomas depressivos dos familiares dos pacientes em diversos contex-
tos, melhora no funcionamento da dinâmica familiar, na visão dos pacientes. Além disso, as
análises exploratórias apontam que o método BMP amenizou os sintomas depressivos dos
familiares durante as 8 sessões.

Clique aqui para ouvir

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Intervenções de promoção e prevenção da saú-


de mental em famílias com depressão parental:
um estudo controlado randomizado.
Referência bibliográfica

George Giannakopoulosa,ÿ , Tytti Solantausb,c, Chara Tzavaraa, Gerasimos Kolaitisa. Men-


tal health promotion and prevention interventions in families with parental depression: a ran-
domized controlled trial. Journal of Affective Disorders 278 (2021) 114-121.

Indicação de uso da técnica

Pacientes diagnosticados com depressão e em tratamento psíquico.

Resumo da técnica

A técnica LTC é um debate que dura de dois a três sessões com os pais, e incluem item que
envolvem o contexto, os relacionamentos e comportamentos do núcleo familiar, assuntos
como: a partição da guarda da criança, autonomia dos pais é também uma estratégia que sirva
de apoio para a proteção da vida da criança. Já o FTI é uma sequência de seis sessões in-
cluindo todos os membros da família, nessa técnica eles fazem uso de elementos com função
curativa, como por exemplo a compreensão familiar e debate aberto das situações vividas
pela família, bem como disfunção parental.

Objetivo da pesquisa

Houve duas intervenções: Vamos falar sobre crianças (Let's Talk About Children - LTC, Puna
Maki et al., 2013 e Solantaus et al., 2010) e Intervenção de conversa em família (Family Talk
Intervention - FTI, Beardslee et al., 2003,1992) que buscam descobrir a relevância de um sin-
toma de saúde mental dos pais com a qualidade de vida do filho.

Objetivo da intervenção

Possui o objetivo de evitar problemas de saúde mental infantil e incentivar a qualidade de


vida na infância junto à família com um membro em sofrimento psíquico, para tal, os autores
observam o grau de sucesso e as possíveis divergências sob impacto das técnicas de interven-
ção FTI e LTC.

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Dados dos participantes

Foram selecionadas pelo Departamento de Psiquiatria Infantil da Escola de Medicina, Uni-


versidade Nacional e Kapodistrian de Atenas no Hospital Infantil Aghia Sophia, 64 famílias
com algum membro diagnosticado com depressão. Os participantes e seus familiares precisa-
vam estar entre 8 e 16 anos.

Diagnóstico de depressão. Os participantes precisavam ter um diagnóstico depressivo e vi-


venciado um ou mais episódios clínicos, além disso os participantes se encontravam em tra-
tamento psíquico há 3 meses.

Dados dos familiares. Participaram no total 64 famílias. Para a avaliação inicial feita a fim
de levantar informações, e em casos de pais depressivos identificamos como participantes, se
a família tivesse mais de um filho, a avaliação seria feita com o filho mais velho.

Instrumentos de avaliação

Formulário Curto do Inventário de Depressão de Beck. A escala usada para medir a de-
pressão foi o Formulário Curto do Inventário de Depressão de Beck (Beck Depression Inven-
tory Short Form - BDI-SF; Beck e Beck, 1972), que possui 13 itens, esse questionário avalia
os seguintes pontos: humor deprimido, pessimismo, sensação de fracasso, falta de satisfação,
culpa, ódio próprio, dificuldade no trabalho, fadiga, automutilação, retraimento social, inde-
cisão, imagem corporal distorcida, dificuldade no trabalho, fadiga. e perda de apetite. A gra-
vidade das respostas varia de 0 a 3 e é avaliada com diferentes afirmações. Quanto maior a
pontuação, maior a gravidade dos sintomas depressivos.

Inventário de Ansiedade do Estado de Spielberger. Para avaliar a ansiedade dos pais foi
utilizada a escala Inventário de Ansiedade do Estado de Spielberger (Spielberger State Anxi-
ety Inventory - SSAI; Spielberger et al., 1983) composta por 20 itens, esse instrumento avalia
o estado atual da ansiedade, usa do método de pergunta e faz uso de elementos que medem
sentimentos subjetivos como de tensão, preocupação, nervosismo e etc. Ao obter as respostas,
analisam a sua intensidade em proporção de 1 a 4 (1 - nada, 2 - um pouco, 3 - moderadamen-
te e 4 - muito). A pontuação então é adicionada à pontuação total do indivíduo e deve ser
transformada em elementos de ausência de ansiedade.

Seguem os itens da escala utilizada (clique aqui para acessar o artigo original):

1. Sinto-me calma

2. Sinto-me seguro

3. Estou tensa

4. Estou arrependida

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5. Sinto-me à vontade

6. Sinto-me perturbada

7. Estou preocupada com possíveis infortúnios

8. Sinto-me descansada

9. Sinto-me ansiosa

10. Sinto me “em casa”

11. Sinto-me confiante

12. Sinto-me nervosa

13. Estou agitada

14. Sinto-me “uma pilha de nervos”

15. Estou descontraída

16. Sinto-me satisfeita

17. Estou preocupada

18. Sinto-me super excitada e confusa

19. Sinto-me alegre

20. Sinto-me bem

Auto-relato da Escala de Ajuste Social. Além disso, o teste aplicado aos pais foi a extensão
adaptada do Auto-relato da Escala de Ajuste Social (Social Adjustment Scale Self-Report -
SAS-SR; Weissman, 1999) que engloba cinco questões, que examinam a frequência de inte-
resse dos pais na vida acadêmica da criança, o quão interessado os pais são nas atividades e
rotina da criança, qual a capacidade dos pais ao dialogarem com seus filhos. Ao final, a pon-
tuação era calculada e somada variando de 0 a 20 pontos, e notas finais abaixo de 12 pontos
eram consideradas uma má parentalidade.

Subescala de Funcionamento Geral do Dispositivo de Avaliação. Foram analisados o fun-


cionamento familiar através da escala Subescala de Funcionamento Geral do Dispositivo de
Avaliação (Assessment Device-General Functioning Subscale - FAD-GF; Epstein et al.,
1983), que possui 12 itens para avaliação de saúde geral e patologias familiares. Essa escala
necessita que os participantes sinalizem com afirmações de 1 a 4 para a intensidade da res-
posta, sendo 1 concordo totalmente e 4 discordo totalmente para os 12 itens. Ao fim, é feito o

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somatório e é retirada a média das respostas. Os resultados mais próximos de 1 correspondem


a um funcionamento familiar saudável e o 4 a um funcionamento menos saudável.

Escala de Suporte Social de Oslo 3-Item. Para medirem a vida social na perspectiva dos
pais e filhos, utilizaram a Escala de Suporte Social de Oslo 3-Item (Escala de apoyo social de
Oslo 3- ítems - Brevik e Dalgard, 1996), esse instrumento faz uso de uma questão a respeito
da quantidade de pessoas que podem oferecer um sentimento de segurança e apoio ao infor-
mante e questionamentos sobre apoio emocional e instrumental desses indivíduos. O resulta-
do alavancado levando em consideração os 3 itens pode variar de 0 a 11 e em caso de valores
inferiores a 6 o resultado é dado como ruim em relação ao suporte social.

Forças e Dificuldades Relatados Pelos Pais. Em relação aos problemas emocionais e com-
portamentais, bem como a vida social, foram analisados com base no questionário de Forças
e Dificuldades Relatados Pelos Pais (Fortalezas y dificultades informadas por los padres -
SDQ; Goodman, 1997). Esse questionário é uma breve triagem realizada com as crianças e
adolescentes de 4 a 16 anos de idade, serve para medir os sintomas de saúde mental e atitude
positiva. Uma vez que os itens totais são 25 e possuem o foco em sintomas emocionais, pro-
blemas de condutas, hiperatividade, desatenção, problemas de relacionamento com colegas e
comportamento pró-social. A pontuação varia de com 0 = falso, 1 = um pouco verdadeiro ou
2 = certamente verdadeiro, sendo as pontuações mais elevadas referentes a maiores proble-
mas, porém em caso de pró-social, as pontuações mais altas apontam maior positivo compor-
tamental. O somatório dos itens geram um resultado de dificuldade de 0-40 conhecido por
problemas emocionais/comportamentais.

Inventário de Depressão Infantil. Para analisarem a depressão em criança fizeram uso do


Inventário de Depressão Infantil (Inventario de depresión infantil - CDI, Kovacs, 1985). que
faz uso de 27 itens que abrangem sintomas como humor deprimido, capacidade hedônica,
funções vegetativas autoavaliação e comportamentos interpessoais. Para cada pergunta a cri-
ança possui 3 opções de respostas, sendo a 0 a indicação de ausência de sintomas, 1 sintomas
leves e 2 sintomas definitivos. A pontuação final é de 0 a 54.

Seguem os itens da escala utilizada (clique aqui para acessar o artigo original):

1. ( ) Eu fico triste de vez em quando

( ) Eu fico triste muitas vezes

( ) Eu estou sempre triste

2. ( ) Para mim tudo se resolverá bem

( ) Eu não tenho certeza se as coisas darão certo para mim

( ) Nada vai dar certo para mim

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3. ( ) Eu faço bem a maioria das coisas

( ) Eu faço errado a maioria das coisas

( ) Eu faço tudo errado

4. ( ) Eu me divirto com muitas coisas

( ) Eu me divirto com algumas coisas

( ) Nada é divertido para mim

5. ( ) Eu sou mau de vez em quando

( ) Eu sou mau com freqüência

( ) Eu sou sempre mau

6. ( ) De vez em quando eu penso que coisas ruins vão me acontecer

( ) Eu tenho medo que coisas ruins me aconteçam

( ) Eu tenho certeza de que coisas terríveis me acontecerão

7. ( ) Eu gosto de mim mesmo

( ) Eu não gosto de mim mesmo

( ) Eu me odeio

8. ( ) Normalmente eu não me sinto culpado pelas coisas ruins que acontecem

( ) Muitas coisas ruins que acontecem são por minha culpa

( ) Tudo de mau que acontece é por minha culpa

9. ( ) Eu não penso em me matar

( ) Eu penso em me matar, mas não o faria

( ) Eu quero me matar

10. ( ) Eu sinto vontade de chorar esporadicamente

( ) Eu sinto vontade de chorar freqüentemente

( ) Eu sinto vontade de chorar diariamente

11. ( ) Eu me sinto entediado esporadicamente

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( ) Eu me sinto entediado freqüentemente

( ) Eu me sinto sempre entediado

12. ( ) Eu gosto de estar com as pessoas

( ) Freqüentemente eu não gosto de estar com as pessoas

( ) Eu não gosto de estar com as pessoas

13. ( ) Eu tomo decisões facilmente

( ) É difícil para mim tomar decisões

( ) Eu não consigo tomar decisões

14. ( ) Eu tenho boa aparência

( ) Minha aparência tem alguns aspectos negativos

( ) Eu sou feio

15. ( ) Fazer os deveres de casa não é um grande problema para mim

( ) Com freqüência eu tenho que ser pressionado para fazer os deveres de casa

( ) Eu tenho que me obrigar a fazer os deveres de casa

16. ( ) Eu durmo bem à noite

( ) Eu tenho dificuldades para dormir à noite freqüentemente

( )Eu sempre tenho dificuldades para dormir à noite

17. ( ) Eu me canso de vez em quando

( ) Eu me canso freqüentemente

( ) Eu estou sempre cansado

18. ( ) Alguns dias eu não tenho vontade de comer

( ) Quase sempre eu não tenho vontade de comer

19. ( ) Eu não temo sentir dor

( ) Eu temo sentir dor com freqüência

( ) Eu estou sempre temeroso de sentir dor

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20. ( ) Eu não me sinto sozinho

( ) Eu me sinto sozinho com freqüência

( ) Eu sempre me sinto sozinho

21. ( ) Eu me divirto na escola freqüentemente

( ) Eu me divirto na escola de vez em quando

( ) Eu nunca me divirto na escola

22. ( ) Eu tenho muitos amigos

( ) Eu tenho muitos amigos mas gostaria de ter mais

( ) Eu não tenho muitos amigos

23. ( ) Meus trabalhos na escola são bons

( ) Meus trabalhos na escola não são tão bons quanto eram antes

( ) Eu tenho me saído mal nas matérias em que eu costumava ser bom

24. ( ) Meu nível é tão bom quanto o das outras crianças

( ) Meu nível pode ser tão bom quanto o das outras crianças, se eu quiser

( ) Meu nível nunca é tão bom quanto o das outras crianças

25. ( ) Eu tenho certeza que sou amado por alguém

( ) Eu não tenho certeza se sou amado por alguém

( ) Ninguém gosta de mim realmente

26. ( ) Eu sempre faço o que me mandam

( ) Eu faço o que me mandam com freqüência

( ) Eu nunca faço o que me mandam

27. ( ) Eu não me comunico bem com as pessoas

( ) Eu me envolvo em brigas com freqüência

( ) Eu estou sempre me envolvendo em brigas.

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Detectar transtornos emocionais relacionados com a ansiedade infantil. Os sintomas de


ansiedade infantil foram observados através da escala Detectar transtornos emocionais relaci-
onados com a ansiedade infantil (Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders -
SCARED; Birmaher et al, 1999), onde é comporta por 5 questões com finalidade de apontar a
ansiedade em 5 instâncias, sendo elas: generalizada separação, pânico somático, fobia social
e fobia escolar. Para cada modalidade a criança avalia a precisão da resposta sendo como 0
(não verdadeiro ou quase nunca verdadeiro), 1 (às vezes verdadeiro) ou 2 (verdadeiro ou fre-
quentemente verdadeiro) e por fim somados numa escala de 0 a 10, as pontuações mais altas
indicam maior gravidade de ansiedade.

Qualidade de Vida Para Criança. A qualidade de vida que diz respeito à saúde mental da
criança foi analisada com base na escala Qualidade de Vida Para Criança (KIDSCREEN-27 -
Robitail et al., 2007), esse instrumento é de autorrelato e conta com 27 itens que buscam ana-
lisar a qualidade de vida que está ligada a saúde em 5 modalidades (bem estar físico e condi-
cionamento (5 itens); relacionamento com os pais e sua autonomia (7 itens) neste item estão
questões de rotina familiar, grau de satisfação com as finanças da família, apoio dos familia-
res; 4 itens tratando de vida social e relacionamento com outras crianças; vida escolar e per-
cepção da criança sobre sua cognição e desempenho acadêmico, bem como sentimentos em
relação à escola (4 itens). As questões buscam medir a intensidade das atitudes, comporta-
mento e sentimentos recorrentes e são analisadas em uma escala de 5 pontos que varia de 0 a
100. As pontuações mais elevadas correspondem a maior qualidade de vida e saúde.

Informações sobre o procedimento

Número de sessões. A duração da sessão de LTC foi de dois a três sessões de 45 minutos,
cada uma com uma semana de intervalo. A duração da FTI teve duração de 6 sessões sema-
nais ou quinzenais que possuíam 60 minutos, com família que tenha criança (cabe ressaltar
que o número de sessões aumenta a cada criança adicionada).

Descrição dos procedimentos em cada sessão. O instrumento LTC durante a primeira ses-
são o objetivo é o levantamento de informações sobre as rotinas da família, os encontros do
dia-a-dia, rotina escolar e educativa e observar pontos fortes de vulnerabilidade. No segundo
encontro é traçado um plano de ação com a finalidade de enfatizar os pontos fortes e diminuir
os pontos vulneráveis, esse processo é construído em conjunto, tanto com a colaboração dos
pais quanto do psicólogo.

A FTI nas duas sessões iniciais são destinadas à anamnese individual e familiar, bem como à
psicoeducação sobre depressão e resiliência. Foi realizado um atendimento com cada criança
participante. Nas sessões seguintes houve um planejamento por parte dos pais para uma boa
comunicação, por exemplo ao falar sobre depressão e como lidar de forma eficaz com ela.
Em uma outra sessão, familiar, os pais apontam tipos de saúde mental em palavras e respon-
dem as perguntas feitas pelas crianças, tendo o apoio de médicos. Para finalizar, as interven-
ções feitas foram analisadas e o planejamento de estratégias futuras são debatidos junto aos

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pais para mais uma sessão de acompanhamento. De modo geral, os familiares precisam pre-
encher um questionário demográfico que continha 17 itens para avaliação inicial e os filhos
também precisavam responder questionários auto relatados.

O estudo foi composto por 62 crianças e familiares, sendo que essas foram distribuídas de
forma aleatória em dois grupos. Um desses grupos contou com 30 famílias, o FTI e os 32 res-
tantes foram direcionados ao grupo de intervenção LTC.

Resultados esperados com a intervenção

Os resultados mostraram que foram encontradas em todas as variáveis do estudo mudanças


significativas durante o período de intervenção. Na linha de base dos grupos FTI e LTC fo-
ram encontradas diferenças não significativas para o estudo. Houve a observação de um efei-
to relevante em relação à interação familiar com o tempo de estudo, apontando uma melhoria
mais rápida do grupo FTI quando comparado ao LTC.

Pode ser observado também uma alteração no nível de ansiedade e depressão dos pais duran-
te o experimento dos dois grupos. É interessante pontuar que a melhora dos resultados dos
sintomas dos pais influenciaram na melhoria dos resultado das crianças em relação ao com-
portamento pró social, problemas emocionais e comportamentais, qualidade de vida e etc. Em
relação ao suporte social aos pais, que também foi encontrado um nível de melhoria, impac-
tou diretamente nas mudanças de problemas comportamentais e pró-social da criança, bem
como na ansiedade, qualidade de vida e saúde nos grupos.

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Clique aqui para acessar

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Eficácia da terapia familiar baseada no apego


em comparação com o tratamento usual para
adolescentes deprimidos em clínicas comunitá-
rias de saúde mental.
Referência bibliográfica

Luxsiya Waraan1, Erling W. Rognli, Nikolai Olavi Czajkowski, Marianne Aalberg1 e Lars
Mehlum. Efficacy of attachment-based family therapy compared with usual care for depres-
sed adolescents in community mental health clinics. Mental Health Child Psychiatry Adoles-
cence (2021).

Indicação de uso da técnica

Adolescentes, que vivem com um de seus responsáveis principais, e que foram diagnostica-
dos com transtorno depressivo maior em ambulatórios, além disso, um dos critérios foi uma
pontuação acima de 15 na escala Classificação de Depressão (Grid Hamilton Depression Ra-
ting - GRID HAMD, Hamilton et al. 2007). Essa escala busca identificar sintomas depressi-
vos a partir de 21 itens que avaliam o humor deprimido, sentimentos de culpa, retardo, insô-
nia, rotina do indivíduo, grau de agitação, ansiedade psíquica, sintomas somáticos gastroin-
testinais, sintomas genitais, hipocondria, perda de peso, consciência sobre a doença, variação
diurna, paranoides. sintomas obsessivos compulsivos e despersonalização e irrealidades).

Resumo da técnica

A Terapia baseada no Apego (ABFT) foi criada por Diamond et. al (2002), sua função é auxi-
liar familiares a identificarem conflitos, bem como, oferecer ajuda na resolução dos mesmos.
O foco, portanto, é na ruptura de apego que estimula jovens a não entrarem em seus pais e a
não recorrer a eles como apoio emocional. A técnica visa oferecer melhorias ao relaciona-
mento dos adolescentes com os pais, criando um ambiente propício ao desenvolvimento indi-
vidual. Já a técnica baseada em TAU diz respeito a um tratamento usual onde os psicólogos
estão livres de um pré cronograma para fazer intervenções.

Objetivo da pesquisa

Averiguar a efetividade da técnica ABFT quando comparada ao TAU (tratamento usual) que
são disponibilizados para crianças e adolescentes com diagnósticos de transtorno depressivo
maior nos serviços de saúde.

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Objetivo da intervenção

O instrumento ABFT tem como objetivo auxiliar na parentalidade já a TAU foca em minimi-
zar os sintomas depressivos através da intervenção livre dos psicólogos.

Dados dos participantes

Os jovens participantes juntamente com seus familiares foram selecionados através de duas
clínicas do serviço de saúde mental para criança e adolescemte (CAMHS), e estavam entre
as idades de 13 a 18 anos e ao todo participaram 32 adolescentes.

Diagnóstico de depressão. TDM (Transtorno depressivo maior)

Dados dos familiares. Cuidadores principais do participante.

Instrumentos de avaliação

Escala para Perturbações Afetivas e Esquizofrenia para Crianças em Idade Escolar. Foi
utilizado para mensurar os resultados da linha de base o instrumento Escala para Perturbações
Afetivas e Esquizofrenia para Crianças em Idade Escolar (Scale for Affective Disorders and
Schizophrenia for School-Age Children - K-SADS-PL, Kaufman et al. 1997), que é uma en-
trevista psiquiátrica semi estruturada, com respostas de “sim ou não” para identificar trans-
tornos nas faixas de idade de 6 a 18 anos, que compara a frequência dos transtorno detectados
com os dados suporte comprobatório encontrados na literatura, comparar os padrões de co-
morbidade, identificar transtornos mentais em crianças e adolescentes, bem como sintomas
depressivos e etc.

Inventários de Depressão de Beck. Para uma maior confiabilidade no diagnóstico foi utili-
zado o teste Inventários de Depressão de Beck (Beck Depression Inventories - BDI-II, Beck
et al. 1996). Esse instrumento é um questionário composto por 21 questões de afirmações,
cada item só pode ter uma opção como resposta. O teste conta com questões relacionadas a
como a pessoa se vê em relação ao sentimento de tristeza, pessimismo, fracasso, autocrítica,
inutilidade entre outros. Além disso, o teste BDI-II foi usado no presente estudo para obser-
var a gravidade dos sintomas depressivos e foi aplicado de duas em duas semanas, até o fim
do estudo.

Escala de Avaliação e Depressão de Hamilton. A triagem para a próxima etapa se deu pelo
instrumento Escala de Avaliação e Depressão de Hamilton (Hamilton Rating and Depression
Scale - GRID-HAMD, Williams et al., 2008), essa é uma escala criada com o intuito de ser
utilizada em pacientes diagnosticados com transtornos afetivos e depressivos, seus itens tem a
finalidade de apontar a gravidade dos sintomas depressivos. A escola é composta por 21 ques-
tões (cabendo ressaltar que houve mudanças ao longo do tempo e uma revisão nos itens e que
neste estudo foi utilizada a versão mais atual) que envolvem assuntos como insônia, humor

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deprimido, agitação, ansiedade e etc, e também foi aplicado de 2 em 2 semanas até o final do
estudo.

Seguem os itens da escala utilizada (clique aqui para acessar o artigo original):

Questão 1) Humor deprimido: 0. Ausente 1. Sentimentos relatados apenas ao ser perguntado


2. Sentimentos relatados espontaneamente, com palavras 3. Comunica os sentimentos com
expressão facial, postura, voz e tendência ao choro 4. Sentimentos deduzidos da comunicação
verbal e não verbal do paciente.

Questão 2) Sentimentos de culpa: 0. Ausentes 1. Auto-recriminação; sente que decepcionou


os outros 2. Ideias de culpa ou ruminação sobre erros passados ou más Ações 3. A doença
atual é um castigo. Delírio de culpa 4. Ouve vozes de acusação ou denúncia e/ou tem aluci-
nações visuais ameaçadoras.

Questão 3) Suícidio: 0. Ausente 1. Sente que a vida não vale a pena 2. Desejaria estar morto;
pensa na possibilidade de sua morte 3. Ideias ou gestos suicidas 4. Tentativa de suicídio
(qualquer tentativa séria).

Questão 4) Insônia Inicial: 0. Sem dificuldade 1. Tem alguma dificuldade ocasional, isto é,
mais de meia hora 2. Queixa de dificuldade para conciliar todas as noites.

Questão 5) Insônia intermediária: 0. Sem dificuldade 1. Queixa-se de inquietude e perturba-


ção durante a noite 2. Acorda à noite; qualquer saída da cama (exceto para urinar).

Questão 6) Insônia tardia: 0. Sem dificuldade 1. Acorda de madrugada, mas volta a dormir 2.
Incapaz de voltar a conciliar o sono ao deixar a cama.

Questão 7) Trabalhos e atividades: 0. Sem dificuldade 1. Pensamento/sentimento de incapa-


cidade, fadiga, fraqueza relacionada às atividades; trabalho ou passatempos 2. Perda de inte-
resse por atividades (passatempos, trabalho) – quer diretamente relatada pelo paciente, ou
indiretamente, por desatenção, indecisão e vacilação (sente que precisa se esforçar para o tra-
balho ou atividades). 3. Diminuição do tempo gasto em atividades ou queda da produtivida-
de. No hospital, marcar 3 se o paciente passa menos de 3h em atividades externas (passatem-
pos ou trabalho hospitalar) 4. Parou de trabalhar devido à doença atual. No hospital, marcar 4
se o paciente não se ocupar de outras atividades além de pequenas tarefas do leito, ou for in-
capaz de realizá-las sem auxílio.

Questão 8) Retardo: 0. Pensamento e fala normais 1. Leve retardo durante a entrevista 2. Re-
tardo óbvio à entrevista 3. Estupor completo.

Questão 9) Agitação: 0. Nenhuma 1. Brinca com as mãos ou com os cabelos, etc 2. Torce as
mãos, rói as unhas, puxa os cabelos, morde os lábios.

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Questão 10) Ansiedade psíquica: 0. Sem ansiedade 1. Tensão e irritabilidade subjetivas 2.


Preocupação com trivialidades 3. Atitude apreensiva aparente no rosto ou fala 4. Medos ex-
pressos sem serem inquiridos.

Questão 11) Ansiedade Somática (sintomas fisiológicos de ansiedade: boca seca, flatulência,
indigestão, diarréia, cólicas, eructações; palpitações, cefaléia, hiperventilação, suspiros, sudo-
rese, freqüência urinária): 0. Ausente 1. Leve 2. Moderada 3. Grave 4. Incapacitante.

Questão 12) Sintomas somáticos gastrintestinais: 0. Nenhum 1. Perda do apetite, mas alimen-
ta-se voluntariamente; sensações de peso no abdome 2. Dificuldade de comer se não insisti-
rem. Solicita ou exige laxativos ou medicações para os intestinos ou para sintomas digestivos.

Questão 13) Sintomas somáticos em geral: 0. Nenhum 1. Peso nos membros, costas ou cabe-
ça. Dores nas costas, cefaléia, mialgia. Perda de energia e cansaço 2. Qualquer sintoma bem
caracterizado e nítido.

Questão 14) Sintomas genitais (perda da libido, sintomas menstruais): 0. Ausentes 1. Leves
distúrbios menstruais 2. Intensos.

Questão 15) Hipocondria: 0. Ausente 1. Auto-observação aumentada (com relação ao corpo)


2. Preocupação com a saúde 3. Queixas frequentes, pedidos de ajuda, etc. 4. Ideias delirantes
hipocondríacas.

Questão 16) Perda de peso (Marcar A ou B; A – pela história; B – pela avaliação semanal do
psiquiatra responsável): A. 0. Sem perda de peso 1. Provável perda de peso da doença atual 2.
Perda de peso definida B. 0. Menos de 0,5kg de perda por semana 1. Mais de 0,5kg de perda
por semana 2. Mais de 1kg de perda por semana.

Questão 17) Consciência da doença: 0. Reconhece que está deprimido e doente 1. Reconhece
a doença mas atribui-lhe a causa à má alimentação, ao clima, ao excesso de trabalho, a vírus,
necessidade de repouso 2. Nega estar doente.

Questão 18) Variação diurna (se há variação dos sintomas pela manhã ou à noite; caso não
haja variação, marcar 0): 0. Ausentes 1. Leve 2. Grave.

Questão 20) Despersonalização e desrealização (Ideias niilistas, sensações de irrealidade): 0.


Ausentes 1. Leves 2. Moderadas 3. Graves 4. Incapacitantes.

Questão 21) Sintomas paranoides: 0. Nenhum 1. Desconfiança 2. Ideias de referência 3. Delí-


rio de referência e perseguição.

Questão 22) Sintomas obsessivos e compulsivos: 0. Nenhum 1. Leves 2. Graves.

Questionário de Ideação Suicida-Junior. A ideação suicida no presente estudo foi mensura-


da com o teste Questionário de Ideação Suicida-Junior (Suicidal Ideation Questionnaire-Juni-

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or - SIQ-Jr, Reynolds 1988). A ferramenta é um questionário usado com adolescentes para


avaliar a presença de ideação suicida no último mês anterior ao teste, contém 15 itens e as
pontuações para avaliar as respostas varia de 0 (nunca tive esse pensamento) e 6 (quase todos
os dias), se a pontuação chegar a ser superior a 31 significa um risco de ideação suicida.

Informações sobre o procedimento

Número de sessões. Tanto os participantes que receberam a técnica ABFT quanto os pacien-
tes encaminhados para o TAU receberam sessões durante duração de 16 semanas.

Descrição dos procedimentos em cada sessão. Inicialmente foi feita sessão de avaliação
onde foi realizada uma entrevista diagnóstica semiestruturada com os adolescentes e seus
responsáveis, estas foram dirigidas pelo psicólogo clínico e gravadas. Foram preenchidos
logo em seguidas termo de autorrelato e ao concordar com os termos o clínico realizava uma
randomização com a abertura de um envelope lacrado que de acordo com a numeração aloca-
ria os participantes ao tratamento (ABFT ou TAU), ao final do procedimento o psicólogo
sanou as dúvidas dos participantes e os instruiu.

Ao longo do tratamento, de duas em duas semanas os participantes respondiam medidas de


auto relatos através de uma plataforma online, chamada CheckWare Assessment Systems,
houve também situações em que o participante tinha dificuldade com tecnologias e que foram
preenchidas como questionários de papel e lápis pelos médicos assistentes dos pacientes. Ao
final das 16 semanas, esse mesmo questionário foi conduzido por um psicólogo contratado
para esse fim

O tratamento baseado em TAU, possui um controle ativo com a intenção de amenizar os sin-
tomas depressivos em jovens com transtorno de depressão maior em ambulatórios. não tinha
uma previsão de estrutura, deixando assim os psicólogos livres para aplicar estratégias que
achassem melhor de acordo com o caso.

Resultados esperados com a intervenção

Em relação a comparação da técnica ABFT e TAU não foram registradas diferenças significa-
tivas nos auto-relatos de depressão e nas avaliações clínicas. Porém as duas técnicas se mos-
traram efetivas na redução de sintomas depressivos na avaliação inicial em comparação ao
pós tratamento, apesar de todas as dificuldades e limitações por falta de estudos comprobató-
rios já aplicados ao público com essa temática. O estudo pôde relatar níveis significativamen-
te mais baixos de sintomas depressivos na linha de base, porém o coeficiente do tempo (ao
longo das 16 semanas de aplicação) que diz diferença em relação aos sintomas depressivos.

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Os efeitos do modelo de empoderamento cen-


trado na família na depressão, ansiedade e es-
tresse dos cuidadores familiares de pacientes
com COVID-19: um ensaio clínico randomiza-
do
Referência bibliográfica

Nia M. N., Mohajer S., Bagheri N., Sarbooziÿhoseinabadi T. The effects of the family-cente-
red empowerment model on depression, anxiety, and stress of family caregivers of
COVID-19 patients: a randomized clinical trial. Atenção Primária BMC, 2022.

Indicação de uso da técnica

Cuidadores familiares de pacientes com COVID-19 que se percebam tendo sintomas depres-
sivos, ansiedade e estresse.

Resumo da técnica

O modelo FCEM é ideal para identificar as preocupações físicas e psíquicas dos familiares e
suas necessidades no atual centauro vivido. Ele foi desenvolvido para oferecer um impacto
dos pacientes e seus familiares nas capacidades como na característica de auto problema
(dentre elas a perspectiva, conhecimento percebido, ameaça e etc), traços psicológicos (auto-
confiança) e habilidades sociais. Essa estratégia ajuda a amenizar os transtornos mentais e
promover melhorias em relação à efetividade do cuidador.

Objetivo da pesquisa

O citado estudo tem como objetivo analisar a influência do FCEM na depressão, ansiedade e
estresse entre cuidadores familiares de pessoas com COVID-19.

Objetivo da intervenção

O objetivo da técnica de Empoderamento Centrado na Família (FCEM) tem a finalidade de


oferecer a adaptação positiva para os cuidadores domiciliares e promover o auxílio aos fami-
liares em relação a lidar com os problemas de forma mais eficaz, bem como amenizar o so-
frimento da saúde mental e depressão.

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Dados dos participantes

Foram selecionados 70 familiares de forma aleatória no Torbat-e-Heydariyeh Irã em que


houvesse pelo menos um cuidador de um familiar com COVID-19, bem como uma pessoa
com o vírus. Desse total, tiveram uma amostra com 20 cuidadores familiares, sendo 10 indi-
víduos em cada grupo, e por fim foram analisados somente 35 cuidadores. A faixa etária dos
participantes ficou entre 18 a 60 anos.

Diagnóstico de depressão. Diagnóstico de depressão confirmado por testes.

Dados dos familiares. Cuidadores domiciliares de pacientes com Covid-19 que possuem
acesso a dispositivo de comunicação (WhatsApp Messenger, alfabetização em leitura e escri-
ta) e que não possua histórico de trabalho como cuidador.

Instrumentos de avaliação

Padrões Consolidados de Relatórios de Ensaios. Foi realizado o Padrões Consolidados de


Relatórios de Ensaios (Consolidated Standards of Reporting Trials CONSORT) que é um
checklist para apontar os achados dos estudos, o teste possui 25 questões que abordam temas
como Fundamentação científica e explicação do raciocínio, Critérios de elegibilidade para
participantes, As intervenções de cada grupo com detalhes suficientes que permitam a repli-
cação, incluindo como e quando eles foram realmente administrados, Tipos de randomização,
detalhes de qualquer restrição (tais como randomização por blocos e tamanho do bloco),
Quem gerou a seqüência de alocação randomizada, quem inscreveu os participantes e quem
atribuiu as intervenções aos participantes, etc.

Escala de Estresse e Ansiedade Depressiva-21. A Escala de Estresse e Ansiedade Depressi-


va-21 (Depression Anxiety Stress Scale-21 DASS-21, Lovibond et al., 1995) foi utilizada
para levantamento de dados antes de ser realizado o estudo e com cinco dias após as sessões
de FCEM.

O questionário é composto por 21 itens sobre: dificuldade de acalmar-se, cienciania que a


boca estava seca, dificuldade de tomar iniciativa para fazer as coisas, sentir tremores, senti-
mento constante de nervosismo, sentimento de agitação, dificuldade de relaxamento, senti-
mento de que não há o que se esperar do futuro, sentimento de sensibilidade, sentimento de
que não há muito valor como pessoa, intolerância com as coisas que impediam-me de conti-
nuar o que estava fazendo, sentimento de susto ao ter uma boa razão, sentimento de falta de
sentido na vida.

As respostas variam de 0 a 3, sendo 0 = não se aplicou de maneira alguma e 3 = aplicou-se


muito, ou na maioria do tempo. Além disso o instrumento é dividido em três escalas de sete
itens, sendo que a seção estresse busca avaliar o medo, falta de ar, tremores, boca seca e

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afins; a seção ansiedade avalia a excitação autonômica, ansiedade situacional etc; e a seção
depressão observa a autodepreciação, a desvalorização da via, desesperança entre outros.

Seguem os itens da escala (clique aqui para acessar o artigo original):

1- Tive dificuldade em acalmar-me

2- Estava consciente que minha boca estava seca

3- Parecia não conseguir ter nenhum sentimento positivo

4- Senti dificuldade em respirar (ex. respiração excessivamente rápida, falta de ar, na ausên-
cia de esforço físico)

5- Tive dificuldade em tomar iniciativa para fazer as coisas

6- Tive a tendência de reagir de forma exagerada a situações

7- Senti tremores (ex. nas mãos)

8- Senti que estava geralmente muito nervoso

9- Preocupei-me com situações em que eu pudesse entrar em pânico e parecesse ridículo (a)

10- Senti que não tinha nada a esperar do futuro

11- Senti que estava agitado

12- Tive dificuldade em relaxar

13- Senti-me desanimado e deprimido

14- Fui intolerante com as coisas que impediam-me de continuar o que eu estava fazendo

15- Senti que ia entrar em pânico

16- Não consegui me entusiasmar com nada

17- Senti que não tinha muito valor como pessoa

18- Senti que não tinha muito valor como pessoa

19- Eu estava consciente do funcionamento/batimento do meu coração na ausência de esforço


físico (ex. sensação de aumento da frequência cardíaca, disritmia cardíaca)

20- Senti-me assustado sem ter uma boa razão

21- Senti que a vida estava sem sentido.

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Informações sobre o procedimento

Número de sessões. Foram realizadas sessões de levantamento de informações relevantes


para o estudo, sessão para aplicação de questionário e teste, quatro sessões online durante
duas semanas e sessões destinadas à pós intervenção.

Descrição dos procedimentos em cada sessão. Primeiramente os participantes foram divi-


didos em dois grupos (pré-teste e pós-teste) e foram conduzidos na linha de bases para verifi-
cação através do teste CONSORT. Após o processo descrito foi aplicado o instrumento de
coleta de dados através de um questionário com informações demográficas e de classes soci-
ais; também foi aplicado o DASS-21 para avaliar a depressão, ansiedade e estresse entre os
cuidadores, sendo que os dois questionários foram elaborado e aplicado de forma online atra-
vés do aplicativo Whatsapp a fim de que os dados fossem analisados na linha de base.

Durante a pré intervenção eram realizadas sessões online de foram resolvidas de acordo com
cada participante e suas necessidade educacionais e habilidades necessárias para cuidar do
paciente com COVID-19 posteriormente analisadas pelo checklist da lista de verificação. Es-
sas necessidades e demais informações foram levantadas através de diagnóstico de doença,
higiênica pessoal, métodos de prevenção de transmissão da doença, questões mentais e etc.

Já a intervenção foi totalmente baseada na FCEM e foi realizada em quatro etapas, incluindo
ameaça percebida, resolução de problemas, participação educacional e avaliação, e quatro
sessões de treinamento. Cabe ressaltar que o conteúdo educativo utilizado nas sessões iniciais
online foram desenvolvidos com base em uma unidade de pesquisa, esse conteúdo foi apre-
sentado durante quatro sessões de 40 a 60 minutos de duração via Whatsapp Messenger e o
FCEM foi aplicado durante duas semanas.

Na primeira etapa (ameaça percebida) o mediador fez uso de duas sessões online de 45 minu-
tos para treinar os participantes e os cuidadores familiares, a fim de que os seus conhecimen-
tos e percepção de ameaça por meio da conscientização sobre a quarentena, medição, o vírus,
medida protetivos e etc fossem reforçados e enriquecidos.

Posteriormente, na segunda etapa (resolução de problema) o foco era ensinar aos pacientes
uma nova habilidade e auto-eficiência. O psicólogo compôs grupos de discussão online onde
os cuidadores primários dos pacientes com o vírus e realizou duas sessões de 45 minutos. Os
pacientes ao compartilhar experiência informaram que seus conhecimentos sobre o assunto
foram usados para tratar a doença de forma eficaz, bem como, familiarizar-se com os proces-
sos de resolução de problemas em relação ao cenário descrito.

Na parte três (participação educativa) eram trazidos informativos online para os pacientes e
familiares, esses materiais também eram compartilhados. Ao final do encontro online, o psi-
cólogo realizou uma pontuação sobre o conteúdo virtual de um especialista em doenças in-
fecciosas.

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Durante a quarta etapa (avaliação) era realizada uma avaliação com todos os participantes do
grupo de intervenção através de perguntas sobre o conteúdo e itens discutidos durante os ou-
tros encontros, a fim de compreender o que de fato os participantes haviam retido do que foi
apresentado.

No período de pós intervenção os participantes da modalidade de intervenção e controle fo-


ram avaliados com cinco dias posteriores à sessão de FCEM onde o psicólogo realiza uma
ligação telefônica para os cuidadores primários para lembrá-los e sanar dúvidas sobre qual-
quer problema potencial. O grupo controle só recebia treinamento presencial durante a alta
hospitalar, porém só podiam fazer uso do material entregue em que eram os mesmos conteú-
dos ministrado no grupo de intervenção.

Resultados esperados com a intervenção

Os resultados obtidos mostraram que o escore de depressão diminuiu no grupo de interven-


ção, assim como os familiares tiveram seus níveis de depressão também reduzidos, corrobo-
rando as informações trazidas por diversos estudos citados na pesquisa que comprovam que
intervenções feitas de forma online são eficazes na redução de sintomas de depressão em pa-
cientes assim como quando é feita de forma presencial. Os escores de ansiedade foram anali-
sados e se mostraram em um nível decrescente, assim como o nível de estresse dos cuidado-
res familiares de paciente com COVID-19 que também se mostraram de forma reduzida. Por-
tanto, o estudo conclui que a junção de uma sessão de orintal~çaio presencial com os méto-
dos online de FCEM podem oferecer como resultado uma diminuição de escort depressivos,
de ansiedade e estresse, como também pode auxiliar os cuidadores primários a aumentarem
sua qualidade de vida e cuidados com o paciente.

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Instituto Walden4 - ABA & TEA

Clique aqui para conhecer mais

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Discussão
O campo de pesquisa voltado para área de Terapia familiar vem sendo um alvo de estudos por
sua efetividade em termos de intervenções referente ao mundo relacional do indivíduo, de
acordo com Osório e Valle (2009). Além disso, estudos comprovam que intervenções familia-
res estão sendo realizadas na redução de comportamentos de risco em adolescentes, bem
como na prevenção de doenças psíquicas, Carozzo et al. (2020).

Dentre tantos diagnósticos que contam com intervenções da área Sistêmica Familiar, temos a
depressão, que é uma doença que não atinge somente o indivíduo, bem como seu sistema.
Estudiosos, Keller e Bruce (2018), confirmam que a terapia familiar para casos de depressão
é considerada uma das estratégias mais eficazes para potencializar os efeitos que o apoio da
família pode oferecer a um membro que sofre com esse diagnóstico, uma vez que a família é
a primeira instituição que o indivíduo é inserido e também núcleo responsável por boa parte
da formação cognitiva, relacional e emocional do ser humano.

A terapia familiar portanto é um um campo rico em práticas baseadas em evidência, que é


uma ciência que une estudos científicos à prática clínica com objetivo de auxiliar, e oferecer
um suporte teórico para que profissionais, como psicólogos, conseguiam aplicar em, sessões
técnicas comprovadas por estudos em seus setting terapêutico, segundo American Psycholo-
gical Association (APA) (2006).

Contudo, esse compilado de estudos se encontram na atualidade de forma difícil entendimen-


to, por uma barreiras de linguagem, muitas vezes em sites que cobram taxas para disponibili-
zar o material, o que torna os conteúdos inacessíveis para profissionais da área de psicologia,
dificultando assim a prática clínica.

Portanto, o presente estudo teve como objetivo facilitar a aplicação para os psicólogos, no
que se refere a intervenções com base na terapia familiar, com práticas baseadas em evidênci-
as, partindo da selecção de revisões sistemáticas e metanálises a partir de cinco artigos que
abordam assunto da terapia familiar em casos de depressão e intervenções cabíveis.

Foram encontrados e descritos os artigos: Psicoeducação multifamiliar breve para familiares


de pacientes com depressão maior crônica: um estudo controlado randomizado (2018); Inter-
venções de promoção e prevenção da saúde mental em famílias com depressão parental: um
estudo controlado randomizado (2021); Eficácia da terapia familiar baseada no apego em
comparação com o tratamento usual para adolescentes deprimidos em clínicas comunitárias
de saúde mental (2021); Uma nova intervenção precoce para a pré-escola depressão: achados
de um piloto randomizado ensaio controlado (2012); Os efeitos do modelo de empoderamen-
to centrado na família na depressão, ansiedade e estresse dos cuidadores familiares de pacien-
tes com COVID-19: um ensaio clínico randomizado (2022).

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Para cada artigo extraímos as seguintes informações: referência bibliográfica; artigos publi-
cados nos dez últimos anos. Para cada intervenção abordada nos artigos retiramos informa-
ções relacionadas a indicação de uso de técnica, resumo da técnica, objetivo da pesquisa, ob-
jetivo da intervenção, dados dos participantes, instrumentos utilizados para a pesquisa, in-
formações sobre procedimentos, quantidade de sessões, cronograma de cada sessão e resumo
dos resultados.

A partir da extração dos dados pertinentes ao presente estudo, foi possível compilar os princi-
pais pontos. De forma positiva podemos analisar a variedade de estudos envolvidos na pes-
quisa, bem como a diversidade de escalas usadas para medir sintomas depressivos e suas me-
lhorias ao longo da prática, o que traz respaldo teórico para aplicação das técnicas menciona-
das.

Como ponto a se melhorar, é possível destacar a falta de informação na descrição do que


deve ser feito de sessão em sessão, na indicação de público da técnica, bem como em relação
aos dados dos participantes tanto o indivíduo com diagnóstico de depressão como quais fami-
liares e suas características poderiam participar das pesquisas. Pode ser observado também
como ponto negativo a ausência de escalas acessíveis em sites comuns como google acadê-
mico, pois em alguns casos, os estudos não disponibilizam das fontes de referência utilizadas
para chegar a tal teste. Por fim, cabe destacar que referente ao acesso a esses conteúdos são
extremamente restritos, em língua diferente da portuguesa e sites inacessíveis.

Neste sentido, Silva e Moreira (2021) encontraram dificuldades semelhantes na extração de


dados para a publicação de seu livro, visto que as descrições das sessões não detalharam o
envolvimento por parte dos profissionais, participantes e familiares nas intervenções descrita
no artigo, fato que poderia influenciar na interpretação do resultado por parte do leitor, devi-
do a ausência de informação. Landim e Moreira (2021) também ressaltam em seu trabalho
publicado que houve dificuldade em encontrar materiais na língua portuguesa que avaliassem
empiricamente as intervenções propostas nas pesquisas usadas para a realização do trabalho.

Avaliando a realização deste trabalho diante do cenário descrito, houve muita dedicação em
pesquisa, tradução, pois todos os artigos encontram-se apenas na língua inglesa, leitura e in-
terpretação de texto, busca por referências confiáveis não apresentadas nas pesquisas, para
de fato filtrar o tema de interesse e extrair o material apresentado neste trabalho.

Seria pertinente que futuras pesquisas no tema de intervenções de terapia familiar, avaliassem
a possibilidade de transcrever as informações, técnicas, passo a passo das sessões, dados de-
talhados de como aplicar os instrumentos e todas as informações pertinentes em forma de
manual, visando um melhor entendimento, conteúdo didático e cabíveis de serem aplicados.

Por fim, o presente trabalho visou contribuir com profissionais da área de psicologia e tornar
mais acessível o conhecimento, pois é de extrema importância estes estudos. São também in-
disponíveis para o cumprimento do Código de Ética da Psicóloga, no sentido de que lidamos
e mantemos a integridade das propostas de intervenções e reflexão durante toda a pesquisa,

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no intuito de trazer informações fidedignas e de fácil acesso para serem aplicadas. Espera-se
verdadeiramente que este trabalho contribua para os profissionais e na divulgação de conhe-
cimento científico no Brasil.

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Referências bibliográficas
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