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UFF - RIO DAS OSTRAS

BREVES NOTAS SOBRE O


ESTUDO DO LIVRO "HISTÓRIA
DA SEXUALIDADE", DE MICHEL
FOUCAULT
Orientação - Alessandra Daflon dos Santos
Orientação - Márcio Luiz Miotto
Pedro do Nascimento Chagas
t cgbv
Raquel Donegá de Oliveira
Lais Marlene Miranda Franca
Gabriella da Verdade Lobo
Isis da Silva Guimarães
João Pedro Agualuza de Paula Loureiro
Nathália Meirelles dos Santos Soares
Thais Nobre Manhaes Gomes

6 CONGRESSO BRASILEIRO
º PSICOLOGIA:Ciência e Profissão
Objetivo
Apresentar análises iniciais sobre o livro “História
da Sexualidade I - A vontade de saber” (1976), de
M. Foucault, frutos do Projeto Extensionista:
"Introdução ao Pensamento de Michel
Foucault - Grupo de Estudos - Jaguar do
Fucô", do Laboratório de Estudos sobre
Subjetividade, Ética e Política, do Departamento
de Psicologia da UFF/RO.
Metodologia: nosso jeito
de estudar em grupo
Reuniões semanais
de 4h
Leitura prévia
Divulgação para a
Organização de
comunidade
equipe Leitura compartilhada
em voz alta Palestras com
Escolha da obra e textos especialistas
complementares
Análise e discussão
Produção de conteúdo
Michel Foucault?
Paul-Michel Foucault (1926-1984)
Homem, francês, branco, filho de médicos e homossexual assumido.

Formou-se em Filosofia e Psicologia, atuando como filósofo, crítico,


professor e ativista político.

Colaborou na análise e na transformação de diferentes campos do saber,


práticas institucionais e questões éticas.

r a s a o i n t r o d u z i r
o m o v e r u p t u
Foucault pr m r e l a ç ã o a o s e s t u d o s
m e t o d o l ó g i c a s e
in o v a ç õ e s x u a l i d a d e e a
u r a , o p o d e r , a s e
sobre a lo u c ) .
a c h a d o , 1 9 9 9
biopolítica (M
História da Sexualidade I:
A vontade de saber

Contextualização
O livro surge na analítica do poder, propondo
um estudo da constituição do que chamará de
“dispositivo da sexualidade”. Tal estudo Um DISPOSITIVO é um conjunto
implicará a percepção de quatro estratégias heterogêneo que engloba instituições,
típicas do século XIX: discursos, organizações arquitetônicas.
sexualização da criança decisões regulamentares, leis, medidas
histerização da mulher administrativas etc. Em suma, o dito e o
especificação dos perversos não dito são elementos do dispositivo. O
regulamentação das populações dispositivo é a rede que se pode
(Foucault, 1997) estabelecer entre estes elementos
(FOUCAULT, 1979, p. 244)
Nós, vitorianos...
Sob controle!

Ao contrário do que estamos acostumados a acreditar - que a


sexualidade foi e é reprimida - Foucault demonstra que a
sexualidade é estimulada por uma vontade de saber.

Elementos negativos, como


proibições, censuras e negações
Isso não impede que o poder
haja controlando e
disciplinando - subjetivando -
os corpos, como por meio de: Elementos positivos, que qualificam
e geram normas e hierarquias
Afinal, somos reprimidos?

O sexo não só não é reprimido,


como é incitado pelos discursos Há uma economia restritiva do
sexo (regras de decência, filtros
morais - Não pode!), mas no
âmbito dos discursos, ao contrário,
houve uma proliferação do sexo

"Sob a capa d e um a lingu agem qu e se tem o


cuidado de depurar de modo a não
mencioná-lo diretamente, o sexo é
açambar cad o" (F O U CAULT, 19 88 , p. 22)
Incitação: como se coloca o
sexo em discurso?
Confissão da carne -
poder pastoral

Transgressão discursiva
- literatura escandalos

Cientifização do sexo -
poder médico
A produção perversa do
discurso em 4 operações
1. Dispositivo de
barragem: criança não Não se trata mais
pode! do QUANTO se fala
2. Incorporação das perversões
de sexo, mas de
e especificação dos indivíduos:
nomeação do diverso. COMO (não) se fala.

3. Poder médico:
diagnosticar, vigiar
4. Dispositivo de saturação
"A implantação das perversões é um efeito-instrumento: é sexual: para além do casal...
através do isolamento, da intensificação e da consolidação elementos múltiplos e
das sexualidades periféricas que as relações do poder com o sexualidade circulante.
sexo e o prazer se ramificam e multiplicam, medem o corpo
e penetram nas condutas" (FOUCAULT, 1988, p. 47)
O que é sexualidade, afinal?
A sexualidade como
um dispositivo

"A sexualidade é o nome que se pode dar a um


m p o s t o , e l e é dispositivo histórico: não à realidade
n ã o é i
O poder e l a ç õ e s .
a n e n t e d a s r subterrânea que se apreende com dificuldade,
im
mas à grande rede da superfície em que a
estimulação dos corpos, a intensificação dos
Ao tentar calar e reprimir o sexo prazeres, a incitação ao discurso, a formação
em seu discurso, o poder, na dos conhecimentos, o reforço dos controles e
realidade, incita cada vez mais o das resistências, encadeiam-se uns aos outros,
próprio sexo. Nesse sentido, a segundo algumas grandes estratégias de saber
negação reforça a existência. e de poder." (FOUCAULT, 1988, p.100)
Fazer viver ou
deixar morrer
A sociedade moderna não é mais
pautada pelo direito sobre a
morte: os soberanos, hoje,
exercem controle sobre a vida

"O homem, durante milênios, permaneceu o que era para


Aristóteles: um animal vivo e, além disso, capaz de
existência política; o homem moderno é um animal, em
cuja política, sua vida de ser vivo está em questão"
(FOUCAULT, 1988, p. 134)
Controlar o sexo é
controlar a vida
O biopoder:
"Pela primeira vez na história, sem surge do capitalismo;
dúvida, o biológico reflete-se no amplia as estratégias disciplinares e as
político." (FOUCAULT, 1988, p. 134) direciona à população;
regulamenta os processos da vida através
"O sexo é acesso, ao mesmo tempo, das medidas, estatísticas, estudos
à vida do corpo e à vida da espécie" demográficos e todo um conjunto de
(FOUCAULT, 1988, p. 137) normas;
exerce influências sobre tudo o que diz
respeito ao corpo: saúde, alimentação,
moradia, reprodução etc.

Entram nesse campo questões


como racismo, machismo e
LGBTfobia: controle dos corpos
através das relações
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOUCAULT, M. História da Sexualidade I - a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1997.


FOUCAULT, M. Sobre a história da sexualidade. Em: FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio
de Janeiro: Graal, 1979.
YASBEK, A. C. 10 lições sobre Foucault. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

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