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O DIREITO DE REIVINDICAR E O DEVER DE (DES) OBEDECER:

MULHERES TRANSEXUAIS POLÍTICAS EM PAÍSES DO


MERCOSUL EM VÍDEOS DO YOUTUBE (2016-2020)

ISMARINA MENDONÇA DE MOURA (UEFS/PPGEL/LABEDISCO/FAPESB)


ORIENTADOR: PROF. DR. NILTON MILANEZ
1.INTRODUÇÃO
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CORPUS –
Mulheres transexuais
políticas em países do
Mercosul
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1.Erika Hilton – Brasil


2. Erica Malunguinho – Brasil
3. Michelle Suaréz - Uruguai 5 6
4.Tamara Adrián – Venezuela
5. Robeyoncé Lima – Brasil
6. Ornella Infante – Argentina
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“a função unificante de um sujeito,manifestam


sua dispersão: nos diversos status, nos
diversos lugares, nas diversas posições que
pode ocupar ou receber quando exerce um
discurso”.
(FOUCAULT, A ARQUEOLOGIA DO SABER, 2008, p.61)

ASSEMBLÉIAS

ENTREVISTAS
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PROBLEMA
Quais foram às condições de emergência que
possibilitaram o aparecimento desses sujeitos nos países
do Mercosul?

Que tipo de desdobramento vai produzir o corpo da


mulher trans?

Quais práticas discursivas entrelaçam a materialidade


corpóreo-discursiva trans?

Quais enunciados essa prática corporal discursiva coloca


em evidência?
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OBJETIVO GERAL
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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JUSTIFICATIVA
O CORPO TRANS COMO IMPACTO SOCIAL
MATERIALIZAÇÃO DE
DISCURSOS INTRODUÇÃO DO Debates sobre o papel
SUJEITO TRANS EM UM da mulher transexual
A relação do sujeito trans
com seu corpo AMBIENTE POLÍTICO na política
A possibilidade do
A sexualidade como forma falar francamente
de controle
As relações com a
verdade, a regra e a
A femenilidade como desejo
governamentalidade
As marcas como formas de
resistência e produção de
liberdade
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JUSTIFICATIVA
As lutas tranversais ou lutas
contemporâneas, que “não são limitadas a
um país” e se desenvolvem mais
facilmente e de forma mais abrangente em
certos países”
(FOUCAULT, O SUJEITO E O PODER, 1995, p. 234)

A necessidade de se averiguar quais fatores históricos produziram o


surgimento de mulheres transexuais no países do MERCOSUL.
2.REFERENCIAL
TÉORICO
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“O discurso tem de levar em conta da sua atualidade para,


[primeiro], encontrar nela seu lugar próprio, segundo, dizer o
sentido dela, terceiro, designar e especificar o modo de
efetuação que ele realiza no interior dessa atualidade. Qual é a
minha atualidade? Qual o sentido dessa atualidade? E o que faz
que eu fale dessa atualidade? É nisso, parece-me, que consiste
essa nova interrogação sobre a modernidade”.
(FOUCAULT, O GOVERNO DE SI E DOS OUTROS, 2010, p. 15)

Quem somos nós? Discurso

Atualidade

Kant – Was is Aufklarung


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“Cada sociedade orienta o espelhamento e o reflexo do seu


corpo de acordo com a moralidade de seu tempo”.
(MILANEZ, TODA VEZ QUE MINTO CONSTROEM VERDADES:
SOBRE CORPOS E PODERES, 2007, p. 167)

“[...] o corpo como discurso, destacando sua existência


material, teremos, antes de mais nada, a pergunta: que tipo de
conhecimento vai produzir o corpo no discurso?”.
(MILANEZ, CORPO CHEIROSO, CORPO GOSTOSO, 2009, p. 216)

Corpo
Discurso

O corpo como forma de enunciado


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“não podia definir o enunciado como uma unidade de tipo
linguístico (superior ao fenômeno e à palavra, inferior ao texto);
mas que tinha de me ocupar de uma função enunciativa”.
(FOUCAULT,A ARQUEOLOGIA DO SABER, 2008, p. 120)

“é justamente a função enunciativa: o fato de ele ser produzido


por um sujeito, em um lugar institucional, determinado por
regras sócio-históricas que definem e que possibilitam que ele
seja enunciado”. (GREGOLIN, O ENUNCIADO E O ARQUIVO, 2004,
p. 26)

Enunciado

Exerce uma função enunciativa


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“desejo, pulsão, interdição, repressão, interiorização e o
problema seria resolvido rompendo essas interdições, ou seja
liberando elas”.

“na ordem da sexualidade, é evidente que liberando seu desejo,


se saberá conduzir eticamente nas relações de prazer com os
outros”. (FOUCAULT,A ÉTICA DO CUIDADO DE SI COMO PRÁTICAS
DE LIBERDADE, 2006, p. 267)

O direito de reivindicar como práticas de liberdade

O funcionamento dessas práticas


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“O bom soberano é precisamente aquele que exerce seu poder


adequadamente, exercendo ao mesmo tempo seu poder sobre si
mesmo. É o poder sobre si que vai regular o poder sobre os
outros”.
(FOUCAULT,A ÉTICA DO CUIDADO DE SI COMO PRÁTICAS DE
LIBERDADE, 2006, p. 272)

O direito de reivindicar como práticas de liberdade

As mulheres transexuais enquanto soberanas exercem o


cuidado de si que permite o cuidado com o outro
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“Desobedecer pode ser uma vitória sobre si/ uma vitória contra
o conformismo generalizado na inércia do mundo”
(GROS, DESOBEDECER, 2018, p. 9)

O dever de (des) obedecer

O (des) obedecer ou a desobediência em si teria sido crucial


no processo de vida das mulheres transexuais
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“[...] que a parresía é mesmo uma maneira de dizer a verdade”

“[...] sempre há parresía quando o dizer-a-verdade se diz em


condições tais que o fato de dizer a verdade, e o fato de tê-la
dito, vai ou pode ou deve acarretar consequências custosas
para os que disseram a verdade”
(FOUCAULT,O GOVERNO DE SI E DOS OUTROS, 2010, p.51/55)

Noção de parresía

Implicaria no sujeito transexual político

A parresía é o modo como o sujeito vai dizer essa verdade


3.METODOLOGIA
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Metodologia:
A construção das séries audiovisuais

O1 Analisar e apontar as regularidades selecionadas nos vídeos

Descrever e recortar as regularidades materializadas nos


02
vídeos

Construir as séries para a materialização da produção


03
do novo discurso evidenciado

FOUCAULT, A arqueologia do Saber, 2008, p. 47


4.RESULTADOS
ESPERADOS
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RESULTADOS ESPERADOS
Um estudo que emerge a partir das condições históricas que
possibilitaram a visibilidade do sujeio trans. na política na nossa
atualidade.
⊗ Ampliar as discussões acerca da transexualidade
⊗ Aumentar a visibilidade do lugar da mulher na política
⊗ Conceder ao sujeito pertencente a comunidade LGBTQIA+ o
reconhecimento de novas possibilidades de vida
⊗ Mostrar que o fator entre linguas distintas não perpassa
há outros movimentos sociais
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REFERÊNCIAS
⊗ FOUCAULT, Michel. O Sujeito e O Poder. In: DREYFUS, Hubert, RABINOW, Paul. Michel Foucault Uma Trajetória
Filosófica: Para além do estruturalismo e da hermenêutica. Tradução de Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro:
Forense Universitária. 1995. p. 231-249.

⊗ FOUCAULT, Michel. A Ética do Cuidado de Si Como Prática da Liberdade. In: Ditos e escritos vol. V - Ética,
sexualidade, política. Organização Manoel Barros da Motta, Tradução de Elisa Monteiro. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2006. p.264-287

⊗ FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 7ed. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2008.

⊗ FOUCAULT, Michel. O governo de si e dos outros: curso no College de France. (1982-1983) / Michel Foucault,
tradução Eduardo Brandão. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.

⊗ GOES, Frédéric. Desobedecer. Tradução Célia Euvaldo. São Paulo: Coleção Exit, 2018.
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REFERÊNCIAS
⊗ GREGOLIN, Maria do Rosário Valencise. O enunciado e o arquivo : Foucault (entre)vistas. Maria do Rosário
V.Gregolin. In : SARGENTINE, Vanice &NAVARRO-BARBOSA, Pedro (org.). M. Foucault e os domínios da linguagem :
discurso, poder subjetividades. São Carlos: Claraluz, 2004.

⊗ MILANEZ, Nilton. Toda vez que minto constroem verdades: sobre corpos e poderes. In: Linguagem. Estudos e
Pesquisas, v. 10-11, p. 167-180, 2007.

⊗ MILANEZ, Nilton. Corpo cheiroso, corpo gostoso: unidades corporais do sujeito no discurso. In: Acta Scientiarum.
Languageand Culture (Impresso), v. 31, p. 215-222, 2009
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OBRIGADA!
Ismarina.moura18@gmail.com

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