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Heteronormatividade:

os empecilhos Varlei Machado

impostos à
Acadêmico 5º semestre de Graduação
em Direito na URI Santo Ângelo.

comunidade LGBT
“As histórias importam. Muitas histórias
importam. As histórias foram usadas para
espoliar e caluniar, mas também podem ser
usadas para empoderar e humanizar. Elas
podem despedaçar a dignidade de um povo,
mas também podem reparar essa dignidade
despedaçada.”

Chimamanda Ngozi Adichie


Questionamento inicial

● A heterossexualidade existiu
desde sempre?
A estreia da heterossexualidade na sociedade

“[...]o instinto sexual dizia respeito ao desejo erótico de homens e mulheres uns
pelos outros, independente de seu potencial reprodutivo. Aquelas duas
moralidades sexuais fundamentalmente opostas inspiraram as primeiras
definições americanas de heterossexuais e homossexuais. Sob a influência do
velho padrão reprodutivo, o novo termo heterossexual a princípio nem sempre
significou o normal e bom.”
A estreia da heterossexualidade na sociedade

“Aqueles heterossexuais eram associados a uma condição mental,


hermafroditismo psíquico. Essa síndrome presumia que os sentimentos tinham
um sexo biológico. Os heterossexuais sentiam a chamada atração física
masculina por mulheres e a chamada atração física feminina por homens.[...] O
hetero neles se referia não ao seu interesse por um sexo diferente, mas ao seu
desejo por dois sexos diferentes.”
A estreia da heterossexualidade na sociedade

“No ardor do desejo do sexo diferente, declara Krafft-Ebing, homens e mulheres


geralmente não estão pensando em conceber: No amor sexual o verdadeiro
objetivo do instinto, a propagação da espécie, não penetra na consciência. Um
objetivo reprodutivo inconsciente inspira a sua idéia de amor sexual. Seu instinto
sexual é uma predisposição com um objetivo reprodutivo incorporado.[...]
Colocando à parte o reprodutivo, no inconsciente, Krafft-Ebing criou um pequeno
espaço obscuro no qual começou a surgir uma nova norma de prazer.”
Categorias da Heterossexualidade

1 - Heterossexualidade como desejo

2 - Heterossexualidade como ordenamento político


Heteronormatividade

“[...] compreendida como um processo de


regulação sexual, em que a
heterossexualidade é instituída como única
possibilidade legítima de vivência da
sexualidade [...]” (SALES, PARAÍSO; 2013,
p.605).
Papel de Gênero

As diferenças de gênero, vivenciadas por


homens e mulheres em cada cultura, vão
criando uma expectativa do que
esperamos no comportamento de cada
gênero. Esta expectativa social é o que
chamamos de papéis de gênero.
Não se nasce homem,
torna-se homem.
Fora do padrão heteronormativo

“[...] aqueles que não se enquadram em um


determinado modelo, por muito tempo foram
considerados doentes e até anormais.”
“Aquilo que se afastava da heteronormatividade
acabava por ser considerado parte de estruturas
patológicas ou de anomalias que consideraram, por
exemplo, o “homossexualismo” como uma doença,
entendida como desvio sexual ou transtorno
congênito.”
“Homossexualismo” uma patologia

“[...] por muito tempo existiram práticas medicinais de experimentação que


buscavam curar essa “patologia”, conhecidas também pela busca da “cura gay”.
Até poucas décadas atrás, esses experimentos eram adotados como protocolos
por centros de saúde, que incluíam tratamentos como a vasectomia e a
histerectomia.”
Tratamentos

- Castração Química.
- Lobotomia.
- Internações em Hospícios.
- Terapia de Aversão.
Discursos que interferem na sexualidade

Essa realidade é somada às “instâncias normatizadoras, como justiça, religiões


e ciências tentaram, durante séculos, estabelecer padrões em relação à
sexualidade humana [...]”
Discursos preconceituosos e LGBTFÓBICOS
O ódio como Política (livro)

“Ninguém no Brasil nunca fez merda em nome do capeta, da maconha ou da


sacanagem. Toda vez que mataram, escravizaram e torturaram no Brasil foi em
nome de Deus, da Pátria e da Família.” (Gregório Duvivier)
Violência

Em 2020, 237 LGBT+ tiveram morte violenta no Brasil, vítimas da


homotransfobia.

A cada 26 horas um LGBTI+ é assassinado ou se suicida vítima da LGBTfobia, o


que confirma o Brasil como campeão mundial de crimes contra as minorias
sexuais
O papel da escola

A escola é um equipamento da política pública social de educação que coloca em


prática a proposta de tal direito. Abordar a educação requer pensar no homem a
partir de suas relações estabelecidas com o contexto social, econômico e cultural
em que vive e também a partir da construção e sustentação de sua identidade e
das demandas que constrói em meio a sua conjuntura.
“Não é fácil conversar sobre a questão de gênero. As
pessoas se sentem desconfortáveis, às vezes até irritadas.
Nem homens nem mulheres gostam de falar sobre o
assunto, contornam rapidamente o problema. Porque a ideia
de mudar o status quo é sempre penosa.”
Chimamanda Ngozi Adichie

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