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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CÂMPUS NORDESTE
CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

HELIENE DE OLIVEIRA MATOS

A ESTRUTURA FUNDIÁRIA NO LESTE GOIANO-2018

Formosa-GO
2022
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
CÂMPUS NORDESTE
CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

HELIENE DE OLIVEIRA MATOS

A ESTRUTURA FUNDIÁRIA NO LESTE GOIANO-2018

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


de Licenciatura em Geografia da Universidade Estadual
de Goiás - Câmpus Nordeste, como parte dos requisitos
à obtenção do título de Licenciado em Geografia.
Orientadora: Prof. Edson Batista da Silva

Formosa-GO
2022
Ficha catalografica
HELIENE DE OLIVEIRA MATOS

A ESTRUTURA FUNDIÁRIA NO LESTE GOIANO-2018

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso


de Licenciatura em Geografia da Universidade Estadual
de Goiás - Câmpus Nordeste, como parte dos requisitos
à obtenção do título de Licenciado em Geografia.
Orientadora: Prof. Edson Batista da Silva

Banca Examinadora:

____________________________________________
Prof. Edson Batista da Silva – Presidente
Universidade Estadual de Goiás – UEG

_____________________________________________
Prof. – Membro externo
Universidade Estadual de Goiás – UEG

_____________________________________________
Prof.– Membro Interno
Universidade Estadual de Goiás – UEG

Formosa:
Resultado:
DEDICATÓRIA

Dedico a Deus minha fonte e base para todos os meus problemas, a minha mãe que sempre
me deu apoio nas minhas decisões, meus amigos que estão presentes na minha vida e todos
que de alguma forma contribuiu no meu desenvolvimento profissional e pessoal.
“Comece Onde Está Use o Que Você Tem Faça o Que Você Pode”.
Autor Desconhecido
AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida, e por ser minha inspiração em toda minha caminhada como
estudante.
A minha família, que sempre esteve ao meu lado, me incentivando a dar o meu melhor a cada
dia.
Aos amigos que fiz na UEG e que levarei eternamente em meu coração, sou grato a todos.
As todos os professores que fizeram parte da minha formação acadêmica, obrigado por
amarem a docência, e por me ensinarem que é possível construir um mundo melhor através da
educação.
RESUMO

Palavras-chave:
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa da RIDE..........................................................................................................24


Figura 2 - Mapa da área dos minifúndios.................................................................................28
Figura 3 - Mapa da área das áreas de pequenas propriedades..................................................29
Figura 4 - Mapa da área das áreas de médias propriedades......................................................30
Figura 5 – Mapa da área das áreas de grandes propriedades....................................................31
Figura 6 - Mapa da estrutura fundiária do Leste Goiano..........................................................33
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................11
2 OLHAR HISTÓRICO SOBRE A DIVISÃO DE TERRAS E PROPRIEDADES NO
TERRITÓRIO BRASILEIRO..............................................................................................12
3 A QUESTÃO FUNDIÁRIA: ELEMENTOS CONCEITUAIS.......................................16
3.1 Conceitos e classificações...................................................................................................16
4 OLHAR HISTÓRICO SOBRE A DIVISÃO DE TERRAS E PROPRIEDADES NO
TERRITÓRIO BRASILEIRO,.............................................................................................20
4.1 A fundação do Distrito Federal e a ocupação das áreas do entorno;..................................20
4.2 Delimitação geográfica da área do entorno do Distrito Federal.........................................23
5 METODOLOGIA................................................................................................................26
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................27
7 CONCLUSÃO......................................................................................................................34
8 REFERÊNCIAS...................................................................................................................35
11

1 INTRODUÇÃO

A questão agrária permanece absolutamente importante para a compreensão das


diversas dimensões estruturantes do País: ambiental, econômica, social e territorial. A
perspectiva territorial do país foi baseada na estrutura fundiária, historicamente, o acesso à
terra determinou a inserção de grupos sociais na sociedade e na estrutura política econômica
brasileira e, nesse sentido, é possível dizer que a estrutura fundiária constitui um indicador e
um revelador importante dos processos de apropriação da natureza e estratificação social nos
territórios rurais.
Por isso, a criação de algumas leis foram essências para forjar a organização fundiária
do Brasil. A Sesmaria foi um instituto jurídico português que normatizava a distribuição de
terras destinadas à produção agrícola, que foi transplantado para o Brasil em 1531. A sua
principal função era estimular a produção e isso era patente no seu estatuto jurídico. Buscava-
se garantir o uso produtivo da terra e o sucesso do esforço de povoamento.
Em 1964, com o Estatuto da Terra (Lei n. 4.504, de 20.11.1964), o Estado passava a
garantir o direito ao acesso à terra para quem nela trabalhava, trazendo a ideia de justiça social
e função social da terra. Ele deu origem a uma vasta gama de leis que regulamentam a
reforma agrária, salário mínimo, moradia rural, colonização, o uso temporário do solo, a posse
e a política agrícola tributária. A última Constituição Federal do Brasil, de 1988, também
regulou e avançou nas questões agrárias, particularmente no que toca ao meio ambiente.
Desse modo, o Censo Agropecuário 2017, realizado 53 anos após a criação do
Estatuto da Terra e quase 30 anos após a Constituição Federal de 1988, serve também como
um instrumento capaz de ajudar a jogar luz aos possíveis efeitos do Esta - tuto e da
Constituição Federal na estrutura fundiária brasileira, bem como visa auxiliar na compreensão
do alcance da implementação da ideia de justiça e função social da terra no espaço rural
brasileiro.
O objetivo principal do trabalho é analisar sistemas fundiários presentes no Leste
Goiano. Partindo dos objetivos específicos, tais como: Caracterizar elementos conceituais e
legislativos que envolvem a questão fundiária; Traçar o percurso histórico da ocupação do
território brasileiro; identificar a concentração das áreas dos sistemas fundiários; Investigar a
composição geográfica, legal e socioeconômica das áreas fundiárias ocupadas no Leste
Goiano.
12

2 OLHAR HISTÓRICO SOBRE A DIVISÃO DE TERRAS E PROPRIEDADES NO


TERRITÓRIO BRASILEIRO

O Brasil tem problemas fundiários desde nas suas raízes, reflexos de uma construção
histórica de formação de propriedade de pessoas que já tinham capitais para pode explorar
grandes concentrações áreas, assim, para analisar a concentração de terras, a produção e até
mesmo a produtividade agrícola nos dias atuais, é preciso levar em consideração a perspectiva
histórica da questão agrária no Brasil (FURTADO, 1989).
Começando no período da colonização, com a chegada dos portugueses as terras
brasileiras, o país seu poder de autonomia dando início ao processo de grilagem de terras,
dessa forma em meados de 1500 as terras brasileiras se tornaram ao domínio público do país
de Portugal, partindo da constituição das capitanias hereditárias e concessões das Sesmarias,
iniciando o processo de formação de propriedade privada (ASSELIN, 1991).

Após a doação os donatários possuíam deveres e obrigações, entre elas a


exploração realizada com recursos próprios, doar dez por cento de tudo
aquilo que produzia na terra, vinte por cento das pedras e metais preciosos,
monopólio do pau-brasil e especiarias e a divisão do território ocorreu por
uma série de linhas paralelas ao equador com quinze capitanias entre doze
donatários: Maranhão, Ceará, Rio grande, Itamaracá, Pernambuco, Bahia de
Todos os Santos, Ilhéus, Porto seguro, Espírito santo, São Tomé, São
Vicente, Santo Amaro, e Santana (GILSON, 2017, p. 3).

É importante destacar que dentro das capitanias foram desenvolvidas atividades


agrícolas, principalmente, a cultura da cana-de-açúcar, devido ser um produto bastante
comercializado e favorável ao desenvolvimento da economia, com a vasta áreas de plantação
de cana surge a necessidade da construção de engenhos e isso acarreta na consolidação da
colonização brasileira (GILSON, 2017). Os donatários eram de um pequeno grupo da
nobreza, burocratas e comerciantes, todos tendo ligação com a Coroa, lembrando que eles não
possuíam as propriedades, mas sim a posse. Fausto (2006, p.44) destaca “A posse transferia
extensos poderes aos donatários, mas não poderiam este vender ou dividir a capitania,
somente o rei poderia modificá-la ou extingui-la”.
O início da formação da formação das propriedades brasileiras, começa de fato a partir
de 1530, período que foi instituído a colonização de exploração baseada na monocultura de
cana-de-açúcar, denominada plantation, como modo de produção englobando os
13

monocultivos, latifúndios (grandes extensões de terras) e mercado exportador desse produto


(MORISSAWA, 2001). A principal ideia da metrópole era através das concessões de terras
para os donatários era ocupar e explorar mais áreas, para fins econômicos, além de manter a
sua funcionalidade se que houvesse a pena de perda do domínio das terras que não condições
legais atuantes, dessa forma, esse processo de concessão era amplamente privilegiado
(SILVA, 1997).
No ano de 1822 tem a finalização do período sesmarial, com a regulamentação da lei
de legitimação de terras no Brasil, partindo dessa data tem o início de um novo período se
estendendo até 1850, quando surge a chamada Lei de Terras, entre esses trinta anos desde a
derrubada do regime sesmarial e a instituição de uma nova Lei ficaram conhecidos como
“Império de posses” ou “fase áurea do posseiro”, pois não havia nenhuma regulamentação de
terras, sendo assim, a posse tornou-se a única fonte de aquisição de terras, nesse período tem
grande aumento no número de posseiros e de grandes propriedade e também foi marcado com
a formação das oligarquias rurais do Brasil (SILVA, 1997; DINIZ, 2020).

1. Adaptação da lei de 1850 aos interesses dos posseiros: se pela lei de 1850
era vedado legitimação de posses ocorridas após 1854, houve expansão desta
data para pelo menos 1889 (em alguns estados este limite foi dilatado para
até 1920); 2. Privatização das terras públicas (principalmente pelo
apossamento de terras devolutas); 3. O processo de passagem das terras
devolutas para domínio privado (característica central do padrão de
apropriação territorial brasileiro) foi vinculado à emergência do fenômeno
do coronelismo (FERNANDES, 2014, p.23).

Posteriormente o período entre a proclamação da república (1989) e estatuto da terra


(1964), o problema da legitimação de posses foi colocada em segundo plano, vale ressaltar os
anseios de setores das camadas populares em se procurar formas de desconcentração de terras
e a tentativa de João Goulart, em 1964, de se realizar as reformas de base, uma ideia bastante
conhecida foi a reforma agrária como saída à concentração de terras e ao desemprego
exacerbado, contudo, meses depois, Jango seria deposto pelo Golpe Militar. Assim, inicia-se o
período de ditadura militar até o ano de 1984 (SILVA, 1997; MORISSAWA, 2001).

Manutenção da desigualdade no campo brasileiro ocorreu com o Golpe de


1964, quando as lutas populares sofreram violenta repressão. Nesse mesmo
ano, o presidente-marechal Castelo Branco decretou a primeira Lei de
Reforma Agrária no Brasil: o Estatuto da Terra15. Elaborado com uma
propagada visão progressista, propondo mexer na estrutura fundiária do país,
ele jamais foi implantado e se configurou como um instrumento estratégico
para controlar as lutas sociais e desarticular os conflitos por terra
(CARRERI; SOUZA, 2019, p. 87).
14

É importante destacar a criação da primeira Lei de Reforma Agrária no Brasil, a Lei nº


4504, conhecida como estatuto da terra, essa lei surgiu devido a necessidade de distribuição
de terras no Brasil, além disso, apresentou conceituação ao campo, determinando os níveis de
produtividade e caracterização do uso da terra, através dessa lei começou compreender e
mensurar o minifúndio e o latifúndio, que foi feito por meio dos módulos fiscais, que variam
de acordo com a região, além disso, uma outra inovação do Estatuto da Terra (Quadro 1) foi a
definição de função social da terra (BRASIL, 1964).
Quadro 1 – Estatuto da Terra
§ 1° - A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social quando,
simultaneamente:
a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam,
assim como de suas famílias;
b) mantém níveis satisfatórios de produtividade;
c) assegura a conservação dos recursos naturais;
d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre
os que a possuem e a cultivem.
Fonte: Brasil, 1964.
Apesar desse Estatuto surgir com o intuito principal de uma possibilidade de mudança
na estrutura fundiária, nele apareceu uma dualidade entre a questão distributiva da terra, em
duas vertentes (reforma agrária e a modernização do campo), sobrepondo o caráter econômico
ao social, dessa forma, essa dicotomia entre econômico e o social, acarretou no favorecimento
das grandes propriedades, devido essas terem o poder capital de modernização do campo e
acesso facilitado ao crédito (SILVA, 1997). Alguns pesquisadores destacam que as
transformações ocasionadas devido a questão agrária brasileira foram poucas, em que esse
projeto não saiu definitivamente do papel para realmente acontecer no país. Stédile (2002)
adverte que não é necessário realizar novas leis para que a reforma agrária aconteça, basta
aplicar o cumprimento das que já existem (STÉDILE, 2002).
Stédile (2002) enfatizou que a constituição de 1988 poderia ser um marco na execução
de políticas voltadas ao campo nas mudanças da descentralização da concentração de terras,
no entanto, não obteve nenhuma inovação em relação à Lei 4.504. Pode-se dizer que houve
retrocesso, devido a nova constituição acabou por legitimar o “latifúndio produtivo”. Dessa
forma, a partir desse período foram implementadas apenas algumas medidas provisórias e
algumas emendas constitucionais de Leis, contundo, nenhuma de grande relevância que fosse
modificar as concentrações de terras.
15

Aparentemente uma contradição, a consagrada Constituição da Nova


República, coroando a reabertura democrática, foi, no que tange a questão
agrária, mais regressiva que o Estatuto da Terra. Esta aparente contradição,
entretanto, tem a serventia de iluminar quão enraizados e poderosos são os
interesses alinhados em defender qualquer regulação que implique na
alteração do ancestral padrão de apropriação territorial brasileiro. É
necessário, pois, analisar o desenrolar da regulamentação das leis propostas
na Constituição para ver como os conflitos expõem as forças e tendências
objetivas que mediam a aplicação da lei. (FERNANDES, 2014, p. 47).

Oliveira et al. (2005) colocam que do ponto de vista legal e político as ações voltadas à
desconcentração de terras durante a década de 90 não apresentaram transformações
consideráveis, no entanto, no campo do agronegócio a sua expansão foi bastante relevante, se
transformado no fruto da globalização e reabertura econômica, muito contribuiu para a
intensificação da concentração de terras e diminuição do número de estabelecimentos rurais.
Por exemplo, um dos reflexos desse histórico de propriedade privada é o grande reflexo da
estrutura fundiária do Brasil, com grandes concentrações de terras nas mãos de poucas
pessoas.

Portanto, no que se refere à regularização fundiária, mais uma vez foi


elaborada uma legislação da mais elevada importância e com proposições
bastante interessantes, mas não se criou as condições para sua
implementação, provavelmente porque os últimos governos tinham
interesses mais ligados aos projetos de reforma agrária (FERNANDES,
2014, p.57).

As propriedades com menos de 25 hectares (ha) (57,6%) representam menos de 7% da


área ocupada no Brasil, contundo, as propriedades com mais de 1000 hectares que
representam 1,6% dos imóveis cadastrados no INCRA possuem 43,8% da área total ocupada,
ou seja, quase a metade do total. Se for considerar a caracterização mais tradicional cujas
propriedades com menos de 200 ha são consideradas pequenas, essa desigualdade torna-se
ainda mais gritante, pois 91,9% nessas condições possuíam, em 2003, somente 29,1% da área
total registrada nos cadastros do INCRA (OLIVEIRA et al., 2005).
[...] a modernização produziu a ampliação da concentração da propriedade,
da exploração da terra e da distribuição regressiva da renda, ou seja, ampliou
a desigualdade no campo brasileiro, ao permitir que os grandes proprietários
se apropriassem de mais terras e de mais riquezas em detrimento dos
trabalhadores rurais, dentre os quais avançou a proletarização e a
pauperização (PAULO ALENTEJANO, 2012, p.479).

Souza (2000), por sua vez, considera que a maior parte dos estados brasileiros que
obtiveram tendência de concentração ao longo dos anos (1970 a 1995) passou por um
processo de modernização agrícola mais intensivo. Embora esse não seja o único dos fatores a
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atuarem nos estados no sentido de contribuir para os avanços da concentração de terras, foi
possível evidenciar uma possível tendência entre ambas as variáveis.

3 A QUESTÃO FUNDIÁRIA: ELEMENTOS CONCEITUAIS

3.1 Conceitos e classificações


A dinâmica de distribuição territorial do País, foi feita de maneira desigual em
múltiplas facetas, historicamente, esse processo foi definido através do acesso a terra que
determinou a inserção de grupos sociais na sociedade e na estrutura fundiária, sendo indicador
de apropriação da natureza e estratificação de territórios rurais, um fator determinante para a
compreensão da dinâmica territorial (CROIX, 1998; BOISSON, 2005).
Ainda mais, é importante destaca que a desigualdade observada no acesso a terra está
associado aos distintos processos de ocupação que marcaram a economia, o primeiro foi os
“caminhos do gado” com formação da marcha progressiva das fazendas de gado e a
reprodução da economia e da sociedade sertaneja e a outra foi no litoral com a desigualdade
na distribuição da terra caracterizou, também, a grande lavoura comercial, estruturada em
torno da economia escravista do açúcar nordestino, todas as duas foram processos que
marcaram desigualdade ao acesso de terra (IBGE, 2017).
Em 1850, a Lei de Terras (Lei n. 601, de 18.09.1850) foi a primeira
iniciativa no sentido de organizar a propriedade privada no Brasil e a dispor
sobre o direito agrário. No caso de posse, regularizaram-se todas as terras
cultivadas. A Lei também determinou a permissão de venda de terras aos
estrangeiros (IBGE, 2017, p.46).

O Brasil é o maior país da América Latina e o quinto maior país do mundo em


extensão territorial. Possui uma área de 8.547.403 km² (IBGE, 2021), destacando a sua atual
estrutura fundiária, que apresenta apenas 49,7% das terras no Brasil estão cadastradas no
INCRA (CARVALHO, 2005). Alguns indicadores de concentração de terras superam a
concentração de renda no país, por exemplo, a soma das 27 maiores propriedades rurais no
Brasil totaliza o equivalente ao estado de São Paulo é mais alarmante quando compreende que
as 300 maiores, equiparam-se as áreas desse estado juntamente com o Paraná (OLIVEIRA et
al., 2004).
A estrutura fundiária no Brasil é caracterizada pela forte concentração de terra, na mão
de poucas pessoas, conhecidas como latifundiários, que são os detentores de poder e tem
17

como base o modo de produção capitalista, com exportação de comodities para o exterior
(PRADO JÚNIOR, 1979; FURTADO, 2005).
Compreende-se, por Estrutura Fundiária, modo como as propriedades agrárias estão
distribuídas e organizadas dentro de um determinado país ou espaço rural. A estrutura
fundiária corresponde ao modo como as propriedades rurais estão divididas e como estão
dispersas pelo território e seus respectivos tamanhos, que facilita a organização territorial
(FURTADO, 2005).
Em relação a questão dos tipos de terras tem a existência de três tipos, são eles: as
terras públicas que são terras de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, as
terras particulares que são terras de propriedade privada, por fim as terras devolutas que são
as terras que não se acham aplicadas a algum uso público (Federal, Estadual ou Municipal) e
não se incorporam ao domínio privado, ou seja, são “terras de ninguém”, também chamadas
de “terras sem dono” (BARROS, 1996).
Barros (1996) enfatiza que o posseiro é o titular da posse sobre terras públicas. É
aquele que ocupa ou adquire terras com a intenção de ser dono, sem título legítimo da
propriedade, os tipos de posses, primeiro a usucapião que é a aquisição, legitimação ou
legalização de uma propriedade pela posse prolongada, contínua, mansa, pacífica e
incontestável de um imóvel de outrem. São três os tipos de usucapião: Ordinário: uso e posse
durante 10 anos entre pessoa presente (proprietário do imóvel residente no município onde se
situa o imóvel). Uso e posse durante 15 anos entre pessoa ausente (proprietário do imóvel que
reside fora do município). Extraordinário: uso e posse durante 20 anos em qualquer
situação. Especial: Lei 6.969 de 10.12.1998: uso e posse ininterrupta, durante 5 anos, sem
oposição, de um imóvel rural, tenha nele a sua moradia e o haja tornado produtivo com a
força do seu trabalho. Esse tipo de usucapião só é permitido para áreas inferiores a 25
hectares.

3.2 Legislações e políticas públicas que regulamentam o sistema agrário

O sistema agrário é um espaço de lutas de territórios e que abriga opiniões e interesses


divergentes de inúmeros grupos, tais como os grandes agricultores, assentados dos programas
de reforma agrária, os quilombolas e os ribeirinhos e todos os que vivem e depende do campo
para a sua própria sobrevivência. Nesta perspectiva, que o processo de formulação de
legislações e políticas públicas relacionadas ao campo surgem (BEZERRA NETO, 2010).
É importante destacar os principais conceitos agrários (Quadro 2), os quais estão
contidos na legislação pertinente à questão agrária. As três grandes em termos de legislação
18

agrária são: o Estatuto da Terra (Lei 4504, de 30/11/2009), a Constituição Federal de


1998, e a Lei Agrária (Lei n° 8629/93, que trata da regulamentação dos dispositivos
constitucionais relativos à reforma agrária, constantes na Constituição Federal).

Quadro 2 – Conceitos Agrários


Estatuto criado pela Lei 4.504 de
30.11.1964. É um conjunto de medidas que
Estatuto da Terra visa promover uma melhor distribuição da
terra para fins de reforma agrária. Possui
uma conotação de cunho sociológico.
É a melhor forma de distribuição de terras,
pois estabelece uma relação entre o homem,
a propriedade e o uso da terra de forma a
Reforma Agrária provocar a extinção gradativa do minifúndio
e do latifúndio, procurando dar um perfeito
equilíbrio de propriedade.
É o amparo à propriedade rural que visa
Política Agrícola orientar as atividades agropecuárias no
sentido de garantir-lhes seu pleno emprego.
É um prédio rústico, de área contínua, que
se destina a exploração agrícola, pecuária
e/ou agroindustrial. É de propriedade
Imóvel Rural pública ou privada, quer seja sua localização
em perímetro urbano, suburbano ou rural
dos municípios.
É um imóvel rural com um tamanho ideal
para a sobrevivência de uma família de 4 a 6
pessoas que, direta e pessoalmente
Propriedade Familiar explorado pelo agricultor e sua família, lhe
absorva toda a força de trabalho, ou
19

eventualmente, trabalhando com ajuda de


terceiros.
Fonte: Barros (1996).

Ainda mais, tem outros conceitos importantes para mencionar como os módulos
fiscais que são uma propriedade familiar (indiretamente definido), tem uma função importante
que é a de estabelecer o conceito de pequena, média e grande propriedade para efeitos de
desapropriação por interesse social para fins de R.A. O minifúndio é a área agricultável
inferior ao módulo de Propriedade Familiar. Já o latifúndio: existem dois tipos de latifúndio,
sendo eles, o primeiro o latifúndio por dimensão: quando a área do imóvel rural for superior a
600 vezes o tamanho do módulo de uma Propriedade Familiar da região. Extinto na
Constituição de 1988 e o segundo o Latifúndio por exploração: quando a sua área
agricultável, embora superior ao módulo da Propriedade Familiar da região e inferior ao
Latifúndio por Dimensão, seja inadequadamente explorado, isto é, não seja explorado de
forma econômica e social (BARROS, 1996).
O direito agrário possui estrutura tanto de direito público, quando trata de
desapropriação para fins de reforma agrária, como de direito privado, quando
estuda contratos de arrendamento e de parcerias. Também o autor salienta
que há uma constatação, de que superior ao público e ao privado estaria o
interesse social, ou seja, o da coletividade (sociedade) – conclui o autor:
“direito agrário é enquadrável como direito social” (BARROS, 1996, p.22).

Outro conceito que é importante compreender é o de Grileiro: que é o indivíduo que


por meio de fraude ou outro meio ilícito, falsifica, no todo ou em parte, documento público ou
particular, com o fim de obter para si ou para outros, a propriedade de imóvel alheio e o de
Gleba: que é um imóvel rural, parte de um imóvel, fração de terra específica dentro de um
imóvel. É uma área definida e com características específicas (BARROS, 1996).

3.3 A reforma agrária: repercussões socioeconômicas

As disputas de terras no Brasil é um assunto antigo e atual, em que tem pauta relevante
entre os governadores ou entre os cientistas brasileiros, a questão da distribuição de terras foi
desde sempre um grande problema, sempre buscando alternativas de solução no processo de
distribuição de terras. O principal intuito dessa reforma sempre foi uma redistribuição de
terras entre aquelas pessoas que não possuem moradia e nem como produzirem para sua
subsistência, ou mesmo para a comercialização (WIZNIEWSKY; SOUZA, 2010).
Esse esforço no sentido de se buscar uma distribuição mais igualitária de
terras se dá, principalmente, através da intervenção do governo, como é
20

especificamente o caso do Brasil. Essa distribuição se dá através da compra,


pelo governo, ou da desapropriação de terras e a sua redistribuição para as
famílias que não possuem mais terra para cultivar. Mas é importante que
tenhamos claro o contexto histórico que faz com que o Brasil tenha hoje uma
estrutura fundiária tão irregular (WIZNIEWSKY; SOUZA, 2010).

A produtividade a partir dos assentamentos foram umas das principais melhorias para
a população no geral, o qual a diversificação da produção agrícola, a introdução de atividades
mais lucrativas, mudanças tecnológicas, refletem-se na composição da receita dos assentados
afetando o comércio local, a geração de impostos, a movimentação bancária, sendo essencial
para a sua resistência (LEITE, 2000).

O mercado é dinamizado ainda pela venda de produtos oriundos dos


assentamentos, como é o caso das feiras, da venda direta a supermercados,
etc, ocasionando um novo tipo de concorrência e oferta de produtos que,
principalmente quando se considera municípios pequenos, tem um peso
relativo maior (LEITE, 2000, p. 49).

O assentamento ainda tem mais dinâmica econômica quando tem a existência de


investimento de melhorias de recursos em relação a sua própria produção, no entanto, nesse
processo também existe problemas com a discussão entre agricultores familiares que
reclamam da falta de aplicação das taxas vigentes aos assentamentos nos recursos voltados a
distribuição de alimentos a população, sendo que outros assentamentos tem que pagar essa
taxa para comprovar a sua confiabilidade que o produto é 100% orgânico (ZAMBERLAM;
FRONCHETI, 1995; LEITE, 2000).

4 OLHAR HISTÓRICO SOBRE A DIVISÃO DE TERRAS E PROPRIEDADES NO


TERRITÓRIO BRASILEIRO

4.1 A fundação do Distrito Federal e a ocupação das áreas do entorno;


É necessário compreender a história de ocupação das terras brasileiras desde a
expansão territorial europeia, que ocorreu no século XV, para entender o processo de
formação da região do Planalto Central, um dos pioneiros nesse processo foi o país de
Portugal, em que os usos dados às terras encontradas é o fator primordial para o
entendimento da ocupação do Planalto Central. Sendo assim, não é possível desvincular o
surgimento dessa região da própria história de ocupação portuguesa no Brasil (QUEIROZ,
2007).
Aliás a ocupação das terras brasileiras não foi por acaso, o Estado de Portugal, como
outros continentes estavam sempre buscando novas rotas comercias, Portugal ainda tinha
peculiaridades que facilitavam a sua busca por novos mercados e duas vantagens, o
21

desenvolvimento de técnicas de navegação e a posição geográfica. “(...) Portugal se


afirmava no conjunto da Europa como país autônomo, com tendência a voltar-se para fora”
(FAUSTO, 2006, p.9).
Não foi de maneira imediata a ocupação das terras brasileiras, após a descoberta dos
portugueses, primeiramente foi uma relação de exploração, iniciada com a extração do pau-
brasil, utilizando a mão de obra indígena de maneira compulsória, Moraes (2000, p.308) “A
ocupação portuguesa e o uso do território brasileiro se deram de forma incipiente, motivada
talvez pelo desconhecimento das terras, ou pela não descoberta imediata de metais
preciosos em quantidades satisfatórias para exploração”.
“Na verdade, este novo território não oferecia atrativos imediatos visíveis
para o conquistador lusitano. Não havia os estoques metálicos
entesourados, como na América hispânica, que estimulassem uma rápida
ocupação. Também não havia os lucrativos produtos e a animada rede de
comércio encontrados no Índico. As populações com que se defrontaram os
portugueses – independente da polêmica acerca de sua densidade – eram
demasiado rudes em face mesmo dos reinos africanos com quem eles
entabulavam relações. A vida material existente era pobre, todo atrativo das
novas terras repousando na exuberante natureza e na desconhecida
hinterlândia” (MORAES, 2000, p.290).

A principal fonte de renda para a Coroa Portuguesa no primeiro século foi através da
cana-de-açúcar, ainda mais, foi também uma forma encontrada para fixar portugueses
interessados em explorar as terras concedidas. Furtado (2005, p.41) comenta que “Favores
especiais foram concedidos subsequentemente àqueles que instalassem engenhos: isenções de
tributos, garantia contra a penhora dos instrumentos de produção, honrarias e títulos, etc”. No
entanto, a concorrência na produção de cana-de-açúcar, a superprodução, as grandes ofertas
no mercado europeu e a consequente queda do preço do produto desorganizaram todo o
mercado, em meados do século XVII, entrando em um estado de inercia que demorou
aproximadamente um século para ter volta dessa economia (FURTADO, 2005).
Um motivo que pode explicar o rápido desenvolvimento da economia pautada na
mineração foi o estado em que se encontravam as finanças portuguesas e da própria colônia
na segunda metade do século XVII, em que a intensa migração para outras partes do Brasil,
ocasionou em descobertas dos metais, principalmente o ouro.
“Em algumas regiões a curva de produção subiu e baixou rapidamente
provocando grandes fluxos e refluxos de população; noutras, essa curva foi
menos abrupta, tornando-se possível um desenvolvimento demográfico
mais regular e a fixação definitiva de núcleos importantes de população”
(FURTADO, 2005, p.78).

O provável início da história de ocupação da região do Planalto Central começa com


o mito do lago Dourado – Sabarabuçú, alguns estudos destacam a existência de uma região
22

vasta e desconhecida com enorme potencial para riquezas minerais em ouro e prata,
comparáveis às do Peru e México (BERTRAN, 2000). Em que as pessoas tinham a
imaginação de um lago Dourado, Bertran (2000, p. 38) destaca que “O lago resumia e dava
nascimento a todas as bacias hidrográficas do Brasil, que, unidas, faziam com que a Terra de
Santa Cruz fosse, em verdade, face ao conhecimento quinhentista, uma ilha”.
A primeira expedição se deu entre os anos de 1589 a 1593, com a liderança de
Domingos Luís Grou, no entanto, as primeiras expedições foram bastantes decepcionantes em
relação a procura de fontes dos metais preciosos e importante destacar que adentrar o solo
goiano não era somente com esse objetivo tinha outros, destacam os autores:
“É certo que, já no primeiro século da colonização do Brasil, diversas
expedições –‘entradas’, ‘descidas’, ‘bandeiras’ – percorreram parte do
território do atual estado de Goiás, embora não se conservem notícias
precisas. Essas expedições, organizadas principalmente na Bahia, centro
então da colonização, eram ou de caráter oficial, destinadas a explorar o
interior e buscar riquezas minerais, ou de empresas comerciais particulares,
organizadas para a captura de índios” (PALACÍN; MORAES, 2001, p.7).

Grandes descobertas de metais preciosos no planalto central ocorreu ao longo do


século XVIII, encontrados em primeiro instante, lavras de ouros no território dos atuais
estados, sendo eles, Minas Gerais e Mato Grosso, respectivamente nos anos de 1690 e 1718.
Silva (2000) destaca que a Coroa Portuguesa acreditava em um “Novo Eldorado”, em que
englobaria a região composto pelos os estados citados. Bartolomeu Bueno da Silva –
Anhanguera Pai e Anhanguera Filho tiveram bastante importância no processo de ocupação
do planalto central, o primeiro descobriu algumas jazidas em Mato Grosso e Goiás e o
segundo contribuiu no processo de ocupação desse território (BERTRAN, 2000).
Inúmeros bandeirantes ficaram sabendo dessas informações e migraram para
expedições no rumo do Brasil Central, dessa maneira, a região do Planalto Central tornou-se
uma das mais exploradas, pois, como já comentado, era propícia, geologicamente, para a
mineração do ouro. Era começo de uma devastação dos recursos naturais para a formação de
um espaço antropizado, com o intuito de obter estrutura necessária para as minas e extração
do ouro, já dizia: Bertran (1978, p.23), “A formação do espaço portanto começa com o ouro”.
Rezende e Silva (2002, p.74) enfatizam que “Com a descoberta das minas em Goiás
inaugurou-se na região a usual prática política de delegar poderes a particulares para zelarem
pela administração pública local”. Ou seja, a Coroa Portuguesa acrescentou mais atenção
aquela área do planalto central, em que poderia se tornar uma boa fonte de renda, em que
foram nomeados alguns representantes para a região das minas para fiscalizar de modo
completo.
23

“Durante os primeiros anos de atividade mineradora em Goiás, as regras


impostas pela autoridade real muitas vezes eram desconsideradas pelos
habitantes das minas. Devido principalmente à sede de enriquecimento,
eles deixavam de cumprir suas obrigações fiscais, na expectativa da
impunidade e, dada a grande distância existente entre o território das minas
e a sede do governo da Capitania de São Paulo, o controle administrativo
da arrecadação acabava dificultando” (REZENDE; SILVA, 2002, p.75).
Posteriormente foi criada a capitania de Goiás pela Decisão Régia de nove de maio
de 1748, devido a maximização dos lucros advindos do trabalho realizado nas minas, a
Capitania já nascera com um bom número de arraiais e com uma Vila como sede, a cidade
de Vila Boa. Três localidades foram essenciais para a formação da atual região do Distrito
Federal e Entorno, A geografia histórica de Pirenópolis, Formosa e Luziânia resume o
próprio processo de formação do Planalto, em que a exploração do ouro foi a condição
engatilhada de todo esse processo (QUEIROZ, 2007).

Deve-se ressaltar, contudo, que essas localidades não se desenvolveram


somente por causa da extração do ouro, visto que os aglomerados
populacionais de meados do século XVIII começaram a realizar outras
atividades, principalmente quando se iniciou o declínio desse ciclo.
Entretanto, o que se verifica é que o território de mineração na região do
Planalto Central foi a principal razão para o surgimento das primeiras
cidades que deram origem a todas as outras, da parte goiana da RIDE
(QUEIROZ, 2007, p.55).

Na primeira metade do século XVIII, a região do Planalto Central começou a se


desenvolver, com o surgimento dos núcleos urbanos, em que posteriormente se transformaram
nas atuais cidades de Pirenópolis, Luziânia, Formosa, entre outras que foram surgindo ao
longo do tempo.

4.2 Delimitação geográfica da área do entorno do Distrito Federal.

Nesse século os centros urbanos foram surgindo, esses que se transformaram nas
atuais cidades de Pirenópolis, Luziânia, Formosa, entre outros, surgiram, em que
Pirenópolis, Luziânia, Formosa foram os primitivos urbanos da região, logo em seguida,
foram surgindo à base dos municípios que compõem a atual região do Distrito Federal e
Entorno. Esses núcleos urbanos tinham os nomes de Meia Ponte, Santa Luzia e Arraial de
Couros, devido características similares ao seu surgimento, todos estiveram ligados direta
ou indiretamente ao processo de mineração (QUEIROZ, 2007). A compreensão da história
dessas localidades ajuda a entender o processo de ocupação e formação da atual RIDE
(Figura 1).
O local do Planalto Central escolhido para a construção do DF seguia a
mesma tendência de ocupação do Centro-Oeste de meados do século XIX e
24

início do século XX. A área era ocupada com latifúndios voltados para a
produção agrícola de subsistência e a pecuária extensiva. As
transformações estruturais que atingiram a economia brasileira nas décadas
de 1940 e 1950, em especial o setor industrial, praticamente não ocorreram
no Centro-Oeste, mesmo apresentando um grande crescimento
populacional no período, devendo-se este crescimento, quase de maneira
exclusiva, à expansão da atividade agropecuária (BRASIL, p.7-8, 2014).

Figura 1 - Mapa da RIDE.

A região Centro-Oeste ganhou uma dimensão maior com a transferência da capital do


país para o Planalto Central, através da estratégia interiorização do desenvolvimento e
integração nacional, sendo assim, a expansão industrial na década de 1950 foi marcada pelo o
processo de urbanização do país, “A formação da área metropolitana de Brasília se
intensificou, a partir do início da década de 1970, com a consolidação da transferência da
capital” (BRASIL, 2014).
A expansão desta área ocorreu de forma polinucleada e esparsa no território do DF
(PAVIANI, 2010), ultrapassando os limites político-administrativos e abrangendo um espaço
de influência direta em municípios do estado de Goiás, com uma complexidade metropolitana
nas funções e nos processos. A Ride, instituída pela Lei Complementar (LC) no 94/1998, é
composta por 22 municípios no entorno, abrangendo uma área de 55.402,2 km² e, segundo o
Censo Demográfico de 2010, uma população de 3.717.728 habitantes (BRASIL, 2014).
A área da Ride compreende, além do DF, 22 municípios, dos quais dezenove
estão situados no estado de Goiás e três no estado de Minas Gerais. Os
municípios goianos são Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de
Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás,
Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo
Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do
25

Descoberto, Valparaíso de Goiás e Vila Boa, e os municípios mineiros são


Buritis, Cabeceira Grande e Unaí incluídos na área da Ride (BRASIL, p. 9,
2014).

Na Região Integrada do Distrito Federal, teve a junção de vários municípios goianos e


mineiros, em que Brasília tem influência e articulação desses territórios, mesmo sendo um
processo contraditório e complexo, além disso, ganhou grande dimensão espacial e cada vez
mais tem potencial para aumentar a influência de Brasília sobre outros municípios.
26

5 METODOLOGIA

A metodologia é parte importante de uma pesquisa, em que a escolha do processo


metodológico a ser empregado contribui bastante para a resolução da problemática do
trabalho. Severino (2000) enfatiza que a pesquisa de característica qualitativa demanda uma
implicação por parte do pesquisador, fazendo com que faça parte de sua rotina diária para
buscar um aprofundamento das informações pesquisadas.
Este trabalho foi de cunho bibliográfico, realizado a partir de pesquisa descritiva e
utilizando ferramentas de coleta de dados e investigação documental, adotando uma
abordagem qualitativa, enfatizando não a quantificação ou descrição dos dados recolhidos,
mas a importância das informações que podem ser geradas a partir de um olhar cuidadoso e
crítico das fontes documentais.
Os documentos foram as realizações criadas pelo o homem que tem a presença de
indícios de sua ação e que podem revelar suas ideias, opiniões e formas de atuar e viver. Nesta
concepção é possível apontar vários tipos de documentos: os escritos; os numéricos ou
estatísticos; os de reprodução de som e imagem; e os documentos-objeto (BRAVO, 1991).
Foi produzido quatro planilhas, com a quantidade e a área por município do Leste
Goiano, em que foi dividido em quatro categorias, tais como: minifúndios, pequenas
propriedades, médias propriedades e grandes propriedades, elas foram essenciais nas
confecções dos mapas, representando gradualmente as propriedades presente nessa
mesorregião.
27

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A microrregião do Vão do Paranã apresentou cerca de 5.995 minifúndios, com
destaque para três municípios, Posse, Flores de Goiás e São Domingos, com respectivamente,
1.500, 1.006 e 713 de propriedades, em que a taxa de concentração de área foi de
aproximadamente 156.236 m², não foram todos os mesmos municípios que apresentaram as
maiores taxas de área, sendo assim, Posse, São Domingos e Guarani de Goiás,
respectivamente, 34.019 m², 24.103 m² e 13.205 m², conforme a Figura 2.
A microrregião do Entorno do Distrito Federal apresentou cerca de 15.391
minifúndios, em que os municípios de Pirenópolis, Luziânia e Formosa apresentaram as
maiores quantidade de propriedades, respectivamente, 2.490, 1.875 e 1.824. Já a taxa de
concentração de área foi de aproximadamente 235.226 m², com destaque para os mesmos
municípios, nesta ordem, Formosa com 33.592 m², Pirenópolis com 33.606 m² e Luziânia
com 30.983 m².
Uma perspectiva bastante compreendida sobre os minifúndios é que a partir da
localização de áreas de concentração e expansão dos minifúndios e da situação espacial dos
municípios que apresentam as mais elevadas taxas de crescimento geométrico populacional,
muitas buscando relacionar as alterações da estrutura fundiária com o processo de
crescimento demográfico de alguns municípios (IVO, 1983). Minifúndio é um local aonde é
apresentado uma fração do espaço onde se realiza parte das condições de produção e
reprodução da força de trabalho no campo.
Dessa forma, a expansão dos minifúndios ocorre sob três condições: uma, enquanto
área periférica às grandes culturas, outras, como estrutura fundiária típica a determinados
produtos, realizados tanto em padrões mais capitalistas; e, finalmente, nas áreas pioneiras, sob
a condição de ocupação, responsabilizando-se pela produção de alimentos básicos (IVO,
1983).
28

Figura 2 - Mapa da área dos minifúndios.

A microrregião do Vão do Paranã apresentou cerca de 2.305 Pequenas Propriedades,


com destaque para três municípios, São Domingos, Posse e Sítio d’ Abadia, com
respectivamente, 492, 398 e 225 de pequenas propriedades. Já a taxa de concentração de área
foi de aproximadamente 325.200 m², com destaque para os mesmos municípios, nesta ordem,
São Domingos com 70.211 m², Posse 51.759 m² e Sítio d’ Abadia 35.816 m², conforme a
Figura 3.
A microrregião do Entorno do Distrito Federal apresentou cerca de 9.454 Pequenas
Propriedades, em que os municípios de Luziânia, Pirenópolis e Cristalina apresentaram as
maiores quantidade de propriedades, respectivamente, 1.467, 1.098 e 1.037. Já a taxa de
concentração de área foi de aproximadamente 746.202 m², com destaque para os mesmos
municípios, nesta ordem, de Luziânia com 122.426 m², Pirenópolis com 78.258 m² e
Cristalina com 88.944 m².
A pequena propriedade é mais expressiva nas regiões de maior densidade urbana e
demográfica, principalmente no entorno de Goiânia e de Brasília, no Vale do São Patrício e
nas regiões turísticas de Três Ranchos e Caldas Novas. Ainda mais, a pequena propriedade é
ainda pouco expressiva – e tende a continuar sendo em decorrência de sua cooptação pelo
29

agronegócio, que exige grandes áreas para a implantação de projetos agropecuários de alta
tecnologia (NETO, 2011).
As pequenas propriedades rurais são as principais responsáveis pela geração de
emprego e renda no meio rural brasileiro, e, consequentemente, pela permanência do homem
no campo, por isso, que no Brasil as pequenas propriedades rurais são as maiores
responsáveis pela produção voltada para o abastecimento do mercado interno e até de mesmo
pela produção de muitas commodities, como café, banana, algodão, entre outros (NETO,
2009)

Figura 3 - Mapa da área das áreas de pequenas propriedades.

A microrregião do Vão do Paranã apresentou cerca de 2.305 Médias Propriedades,


com destaque para três municípios, São Domingos, Flores de Goiás e Posse, com
respectivamente, 258, 199 e 194 de médias propriedades. Já a taxa de concentração de área foi
de aproximadamente 713.713 m², com destaque para os mesmos municípios, nesta ordem,
São Domingos com 134.408 m², Flores de Goiás com 111.092 m² e Posse com 107.922 m²,
conforme a Figura 4.
A microrregião do Entorno do Distrito Federal apresentou cerca de 5.816 Médias
Propriedades, em que os municípios de Cristalina, Luziânia e Formosa apresentaram as
30

maiores quantidade de propriedades, respectivamente, 922, 845 e 580. Já a taxa de


concentração de área foi de aproximadamente 1.720.053 m², com destaque para os mesmos
municípios, nesta ordem, de Cristalina com 302.880 m², Luziânia com 249.173 m² e Formosa
com 196.591 m².
A média propriedade: ela é mais expressiva onde a pequena propriedade é também
expressiva, ou seja, nas regiões mais povoadas e naquelas situadas em volta das duas
metrópoles do cerrado, principalmente em Goiânia e Brasília, respectivamente. Do mesmo
modo que a pequena propriedade, ela é também expressiva no Vale do São Patrício, em torno
de Ceres, ao longo da “Belém-Brasília” (BR-153) e em volta de Pires do Rio e Catalão
(NETO, 2011).
A propriedade média é bastante similar a pequena propriedade em relação ao
assistência técnica, fomentando a agropecuária e o abastecimento alimentar de qualidade,
inclusive garantindo um seguro da atividade agrária que proteja os pequenos e médios
produtores em face das mudanças climáticas, o médio produtor rural deve ter a maior renda
possível com o fruto do seu trabalho, tendo em vista que o produto agropecuário deve ser de
qualidade e atender à questão da saúde e da segurança alimentar (ZIBETTI, 2020).

Figura 4 - Mapa da área das áreas de médias propriedades.


31

A microrregião do Vão do Paranã apresentou cerca de 612 Grandes Propriedades, com


destaque para três municípios, Flores de Goiás, São Domingos e Sítio d’ Abadia, com
respectivamente, 166, 112 e 69 de grandes propriedades. Já a taxa de concentração de área foi
de aproximadamente 1.498.235 m², com destaque para os mesmos municípios, nesta ordem,
Flores de Goiás com 419.972 m², São Domingos com 252.327 m² e Sítio d’ Abadia com
168.286 m², conforme a Figura 5.
A microrregião do Entorno do Distrito Federal apresentou cerca de 2.023 Médias
Propriedades, em que os municípios de Cristalina, Formosa e Padre Bernardo apresentaram as
maiores quantidade de propriedades, respectivamente, 483, 244 e 195. Já a taxa de
concentração de área foi de aproximadamente 2.851.143 m², com destaque para os mesmos
municípios, nesta ordem, de Cristalina com 658.118 m², Formosa com 475.887 m² e Padre
Bernardo com 294.170m².
Atualmente a desapropriação pela função social da propriedade para fins de reforma
agrária atinge somente as grandes propriedades, sendo insuscetíveis de desapropriação as
médias e pequenas propriedades. A grande propriedade predomina nas margens do território,
ou seja, nas regiões de um lado e outro do grande corredor rodoviário constituído pela BR-
153 (vales do Araguaia, do Maranhão e do Paranã) e todo o Sudoeste Goiano. Porém, chama a
atenção um fato, à primeira vista contraditório: o número expressivo de grandes propriedades
em pequenos municípios do Entorno de Goiânia e de Brasília, como, entre outros, Senador
Canedo, Goianápolis e Santo Antônio de Goiás, localizados nas áreas metropolitanas de
Goiânia, e Cidade Ocidental, próximo a Brasília (NETO, 2011).
32

Figura 5 – Mapa da área das áreas de grandes propriedades.


A microrregião do Entorno do Distrito Federal foi a região que apresentou a maior
concentração de terra com aproximadamente 5.552.624 m², em que os municípios Cristalina,
Formosa e Luziânia apresentaram as maiores taxa de concentração de área, respectivamente,
cerca de 6.614.375, 775.047 e 599.074.
O município que apresentou a maior quantidade de Minifúndios foi o de Pirenópolis
com 2.490 de propriedades, Luziânia o que apresentou maior quantidade de pequenas
propriedades com 1.467, Cristalina apresentou a maior quantidade de média e grande
propriedades, respectivamente, 922 e 483. Conforme a Figura 7.
O módulo fiscal serve de parâmetro para a classificação fundiária dos imóveis rurais
do município quanto ao seu tamanho, em conformidade com o art. 4º da Lei nº 8.629/93
(BRASIL, 1993, 2012). Para tanto, as propriedades rurais podem ser classificadas em: •
minifúndios: com tamanho de até um módulo fiscal; • pequenas propriedades: com área entre
um e quatro módulos fiscais; • médias propriedades: com dimensão superior a quatro até 15
módulos fiscais e • grandes propriedades: com área maior do que 15 módulos fiscais.
Como o tamanho depende principalmente da disponibilidade de condições de
produção, dinâmica de mercado, infraestrutura instalada, disponibilidade tecnológica e de
aspectos naturais, como água e solo, municípios com maior acesso a essas condições
demandam o uso de uma área menor para a obtenção de rentabilidade a partir das atividades
33

ali desenvolvidas, apresentando tamanho do módulo fiscal menor. Já municípios com maior
carência dessas condições apresentam módulos fiscais de maior dimensão (BRASIL, 2005;
SANTILLI, 2012).
Quanto à dimensão (área), as empresas rurais podem ser classificadas em grandes,
médias e pequenas, de acordo com os parâmetros que melhor se adaptem às atividades e aos
padrões encontrados na região. Na realidade, não existem medidas padrões que determinem
com segurança se uma propriedade é pequena, média ou grande. O que existe são alguns
conceitos que normalmente são aplicados nesse caso. Exemplo: o módulo rural, estipulado
pelo Ministério da Agricultura como propriedade que representa a área mínima em que uma
família de agricultores pode sobreviver. Essa área varia de acordo com a região e o município.
34

Figura 6 - Mapa da estrutura fundiária do Leste Goiano.


35

7 CONCLUSÃO

Foi possível analisar os sistemas fundiários presente na mesorregião do Leste Goiano,


identificando os minifúndios, as pequenas, as médias e as grandes propriedades existente
nessa região, em que foi possível identificar a concentração desses sistemas fundiários.
Entre as microrregiões do Vão do Paranã e do entorno do Distrito Federal, a segunda
apresentou uma maior concentração de áreas dos sistemas fundiários, com destaque para os
municípios Cristalina, Formosa e Luziânia apresentaram as maiores taxa de concentração de
área, conforme já supracitado.
A estrutura fundiária do Leste Goiano no total tem taxa de concentração de
aproximadamente de 8.246.008 m², dividida entre os sistemas fundiários e a quantidade de
propriedades é de cerca de 42.911.
Por fim, foi possível constatar que mesmo existindo mais propriedades de minifúndios
a concentração de maior de área, são nas grandes propriedades, presente no Leste Goiano.
36

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