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CÂMPUS NORDESTE
CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
Formosa-GO
2022
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
CÂMPUS NORDESTE
CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
Formosa-GO
2022
Ficha catalografica
HELIENE DE OLIVEIRA MATOS
Banca Examinadora:
____________________________________________
Prof. Edson Batista da Silva – Presidente
Universidade Estadual de Goiás – UEG
_____________________________________________
Prof. – Membro externo
Universidade Estadual de Goiás – UEG
_____________________________________________
Prof.– Membro Interno
Universidade Estadual de Goiás – UEG
Formosa:
Resultado:
DEDICATÓRIA
Dedico a Deus minha fonte e base para todos os meus problemas, a minha mãe que sempre
me deu apoio nas minhas decisões, meus amigos que estão presentes na minha vida e todos
que de alguma forma contribuiu no meu desenvolvimento profissional e pessoal.
“Comece Onde Está Use o Que Você Tem Faça o Que Você Pode”.
Autor Desconhecido
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida, e por ser minha inspiração em toda minha caminhada como
estudante.
A minha família, que sempre esteve ao meu lado, me incentivando a dar o meu melhor a cada
dia.
Aos amigos que fiz na UEG e que levarei eternamente em meu coração, sou grato a todos.
As todos os professores que fizeram parte da minha formação acadêmica, obrigado por
amarem a docência, e por me ensinarem que é possível construir um mundo melhor através da
educação.
RESUMO
Palavras-chave:
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................11
2 OLHAR HISTÓRICO SOBRE A DIVISÃO DE TERRAS E PROPRIEDADES NO
TERRITÓRIO BRASILEIRO..............................................................................................12
3 A QUESTÃO FUNDIÁRIA: ELEMENTOS CONCEITUAIS.......................................16
3.1 Conceitos e classificações...................................................................................................16
4 OLHAR HISTÓRICO SOBRE A DIVISÃO DE TERRAS E PROPRIEDADES NO
TERRITÓRIO BRASILEIRO,.............................................................................................20
4.1 A fundação do Distrito Federal e a ocupação das áreas do entorno;..................................20
4.2 Delimitação geográfica da área do entorno do Distrito Federal.........................................23
5 METODOLOGIA................................................................................................................26
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................27
7 CONCLUSÃO......................................................................................................................34
8 REFERÊNCIAS...................................................................................................................35
11
1 INTRODUÇÃO
O Brasil tem problemas fundiários desde nas suas raízes, reflexos de uma construção
histórica de formação de propriedade de pessoas que já tinham capitais para pode explorar
grandes concentrações áreas, assim, para analisar a concentração de terras, a produção e até
mesmo a produtividade agrícola nos dias atuais, é preciso levar em consideração a perspectiva
histórica da questão agrária no Brasil (FURTADO, 1989).
Começando no período da colonização, com a chegada dos portugueses as terras
brasileiras, o país seu poder de autonomia dando início ao processo de grilagem de terras,
dessa forma em meados de 1500 as terras brasileiras se tornaram ao domínio público do país
de Portugal, partindo da constituição das capitanias hereditárias e concessões das Sesmarias,
iniciando o processo de formação de propriedade privada (ASSELIN, 1991).
1. Adaptação da lei de 1850 aos interesses dos posseiros: se pela lei de 1850
era vedado legitimação de posses ocorridas após 1854, houve expansão desta
data para pelo menos 1889 (em alguns estados este limite foi dilatado para
até 1920); 2. Privatização das terras públicas (principalmente pelo
apossamento de terras devolutas); 3. O processo de passagem das terras
devolutas para domínio privado (característica central do padrão de
apropriação territorial brasileiro) foi vinculado à emergência do fenômeno
do coronelismo (FERNANDES, 2014, p.23).
Oliveira et al. (2005) colocam que do ponto de vista legal e político as ações voltadas à
desconcentração de terras durante a década de 90 não apresentaram transformações
consideráveis, no entanto, no campo do agronegócio a sua expansão foi bastante relevante, se
transformado no fruto da globalização e reabertura econômica, muito contribuiu para a
intensificação da concentração de terras e diminuição do número de estabelecimentos rurais.
Por exemplo, um dos reflexos desse histórico de propriedade privada é o grande reflexo da
estrutura fundiária do Brasil, com grandes concentrações de terras nas mãos de poucas
pessoas.
Souza (2000), por sua vez, considera que a maior parte dos estados brasileiros que
obtiveram tendência de concentração ao longo dos anos (1970 a 1995) passou por um
processo de modernização agrícola mais intensivo. Embora esse não seja o único dos fatores a
16
atuarem nos estados no sentido de contribuir para os avanços da concentração de terras, foi
possível evidenciar uma possível tendência entre ambas as variáveis.
como base o modo de produção capitalista, com exportação de comodities para o exterior
(PRADO JÚNIOR, 1979; FURTADO, 2005).
Compreende-se, por Estrutura Fundiária, modo como as propriedades agrárias estão
distribuídas e organizadas dentro de um determinado país ou espaço rural. A estrutura
fundiária corresponde ao modo como as propriedades rurais estão divididas e como estão
dispersas pelo território e seus respectivos tamanhos, que facilita a organização territorial
(FURTADO, 2005).
Em relação a questão dos tipos de terras tem a existência de três tipos, são eles: as
terras públicas que são terras de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, as
terras particulares que são terras de propriedade privada, por fim as terras devolutas que são
as terras que não se acham aplicadas a algum uso público (Federal, Estadual ou Municipal) e
não se incorporam ao domínio privado, ou seja, são “terras de ninguém”, também chamadas
de “terras sem dono” (BARROS, 1996).
Barros (1996) enfatiza que o posseiro é o titular da posse sobre terras públicas. É
aquele que ocupa ou adquire terras com a intenção de ser dono, sem título legítimo da
propriedade, os tipos de posses, primeiro a usucapião que é a aquisição, legitimação ou
legalização de uma propriedade pela posse prolongada, contínua, mansa, pacífica e
incontestável de um imóvel de outrem. São três os tipos de usucapião: Ordinário: uso e posse
durante 10 anos entre pessoa presente (proprietário do imóvel residente no município onde se
situa o imóvel). Uso e posse durante 15 anos entre pessoa ausente (proprietário do imóvel que
reside fora do município). Extraordinário: uso e posse durante 20 anos em qualquer
situação. Especial: Lei 6.969 de 10.12.1998: uso e posse ininterrupta, durante 5 anos, sem
oposição, de um imóvel rural, tenha nele a sua moradia e o haja tornado produtivo com a
força do seu trabalho. Esse tipo de usucapião só é permitido para áreas inferiores a 25
hectares.
Ainda mais, tem outros conceitos importantes para mencionar como os módulos
fiscais que são uma propriedade familiar (indiretamente definido), tem uma função importante
que é a de estabelecer o conceito de pequena, média e grande propriedade para efeitos de
desapropriação por interesse social para fins de R.A. O minifúndio é a área agricultável
inferior ao módulo de Propriedade Familiar. Já o latifúndio: existem dois tipos de latifúndio,
sendo eles, o primeiro o latifúndio por dimensão: quando a área do imóvel rural for superior a
600 vezes o tamanho do módulo de uma Propriedade Familiar da região. Extinto na
Constituição de 1988 e o segundo o Latifúndio por exploração: quando a sua área
agricultável, embora superior ao módulo da Propriedade Familiar da região e inferior ao
Latifúndio por Dimensão, seja inadequadamente explorado, isto é, não seja explorado de
forma econômica e social (BARROS, 1996).
O direito agrário possui estrutura tanto de direito público, quando trata de
desapropriação para fins de reforma agrária, como de direito privado, quando
estuda contratos de arrendamento e de parcerias. Também o autor salienta
que há uma constatação, de que superior ao público e ao privado estaria o
interesse social, ou seja, o da coletividade (sociedade) – conclui o autor:
“direito agrário é enquadrável como direito social” (BARROS, 1996, p.22).
As disputas de terras no Brasil é um assunto antigo e atual, em que tem pauta relevante
entre os governadores ou entre os cientistas brasileiros, a questão da distribuição de terras foi
desde sempre um grande problema, sempre buscando alternativas de solução no processo de
distribuição de terras. O principal intuito dessa reforma sempre foi uma redistribuição de
terras entre aquelas pessoas que não possuem moradia e nem como produzirem para sua
subsistência, ou mesmo para a comercialização (WIZNIEWSKY; SOUZA, 2010).
Esse esforço no sentido de se buscar uma distribuição mais igualitária de
terras se dá, principalmente, através da intervenção do governo, como é
20
A produtividade a partir dos assentamentos foram umas das principais melhorias para
a população no geral, o qual a diversificação da produção agrícola, a introdução de atividades
mais lucrativas, mudanças tecnológicas, refletem-se na composição da receita dos assentados
afetando o comércio local, a geração de impostos, a movimentação bancária, sendo essencial
para a sua resistência (LEITE, 2000).
A principal fonte de renda para a Coroa Portuguesa no primeiro século foi através da
cana-de-açúcar, ainda mais, foi também uma forma encontrada para fixar portugueses
interessados em explorar as terras concedidas. Furtado (2005, p.41) comenta que “Favores
especiais foram concedidos subsequentemente àqueles que instalassem engenhos: isenções de
tributos, garantia contra a penhora dos instrumentos de produção, honrarias e títulos, etc”. No
entanto, a concorrência na produção de cana-de-açúcar, a superprodução, as grandes ofertas
no mercado europeu e a consequente queda do preço do produto desorganizaram todo o
mercado, em meados do século XVII, entrando em um estado de inercia que demorou
aproximadamente um século para ter volta dessa economia (FURTADO, 2005).
Um motivo que pode explicar o rápido desenvolvimento da economia pautada na
mineração foi o estado em que se encontravam as finanças portuguesas e da própria colônia
na segunda metade do século XVII, em que a intensa migração para outras partes do Brasil,
ocasionou em descobertas dos metais, principalmente o ouro.
“Em algumas regiões a curva de produção subiu e baixou rapidamente
provocando grandes fluxos e refluxos de população; noutras, essa curva foi
menos abrupta, tornando-se possível um desenvolvimento demográfico
mais regular e a fixação definitiva de núcleos importantes de população”
(FURTADO, 2005, p.78).
vasta e desconhecida com enorme potencial para riquezas minerais em ouro e prata,
comparáveis às do Peru e México (BERTRAN, 2000). Em que as pessoas tinham a
imaginação de um lago Dourado, Bertran (2000, p. 38) destaca que “O lago resumia e dava
nascimento a todas as bacias hidrográficas do Brasil, que, unidas, faziam com que a Terra de
Santa Cruz fosse, em verdade, face ao conhecimento quinhentista, uma ilha”.
A primeira expedição se deu entre os anos de 1589 a 1593, com a liderança de
Domingos Luís Grou, no entanto, as primeiras expedições foram bastantes decepcionantes em
relação a procura de fontes dos metais preciosos e importante destacar que adentrar o solo
goiano não era somente com esse objetivo tinha outros, destacam os autores:
“É certo que, já no primeiro século da colonização do Brasil, diversas
expedições –‘entradas’, ‘descidas’, ‘bandeiras’ – percorreram parte do
território do atual estado de Goiás, embora não se conservem notícias
precisas. Essas expedições, organizadas principalmente na Bahia, centro
então da colonização, eram ou de caráter oficial, destinadas a explorar o
interior e buscar riquezas minerais, ou de empresas comerciais particulares,
organizadas para a captura de índios” (PALACÍN; MORAES, 2001, p.7).
Nesse século os centros urbanos foram surgindo, esses que se transformaram nas
atuais cidades de Pirenópolis, Luziânia, Formosa, entre outros, surgiram, em que
Pirenópolis, Luziânia, Formosa foram os primitivos urbanos da região, logo em seguida,
foram surgindo à base dos municípios que compõem a atual região do Distrito Federal e
Entorno. Esses núcleos urbanos tinham os nomes de Meia Ponte, Santa Luzia e Arraial de
Couros, devido características similares ao seu surgimento, todos estiveram ligados direta
ou indiretamente ao processo de mineração (QUEIROZ, 2007). A compreensão da história
dessas localidades ajuda a entender o processo de ocupação e formação da atual RIDE
(Figura 1).
O local do Planalto Central escolhido para a construção do DF seguia a
mesma tendência de ocupação do Centro-Oeste de meados do século XIX e
24
início do século XX. A área era ocupada com latifúndios voltados para a
produção agrícola de subsistência e a pecuária extensiva. As
transformações estruturais que atingiram a economia brasileira nas décadas
de 1940 e 1950, em especial o setor industrial, praticamente não ocorreram
no Centro-Oeste, mesmo apresentando um grande crescimento
populacional no período, devendo-se este crescimento, quase de maneira
exclusiva, à expansão da atividade agropecuária (BRASIL, p.7-8, 2014).
5 METODOLOGIA
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A microrregião do Vão do Paranã apresentou cerca de 5.995 minifúndios, com
destaque para três municípios, Posse, Flores de Goiás e São Domingos, com respectivamente,
1.500, 1.006 e 713 de propriedades, em que a taxa de concentração de área foi de
aproximadamente 156.236 m², não foram todos os mesmos municípios que apresentaram as
maiores taxas de área, sendo assim, Posse, São Domingos e Guarani de Goiás,
respectivamente, 34.019 m², 24.103 m² e 13.205 m², conforme a Figura 2.
A microrregião do Entorno do Distrito Federal apresentou cerca de 15.391
minifúndios, em que os municípios de Pirenópolis, Luziânia e Formosa apresentaram as
maiores quantidade de propriedades, respectivamente, 2.490, 1.875 e 1.824. Já a taxa de
concentração de área foi de aproximadamente 235.226 m², com destaque para os mesmos
municípios, nesta ordem, Formosa com 33.592 m², Pirenópolis com 33.606 m² e Luziânia
com 30.983 m².
Uma perspectiva bastante compreendida sobre os minifúndios é que a partir da
localização de áreas de concentração e expansão dos minifúndios e da situação espacial dos
municípios que apresentam as mais elevadas taxas de crescimento geométrico populacional,
muitas buscando relacionar as alterações da estrutura fundiária com o processo de
crescimento demográfico de alguns municípios (IVO, 1983). Minifúndio é um local aonde é
apresentado uma fração do espaço onde se realiza parte das condições de produção e
reprodução da força de trabalho no campo.
Dessa forma, a expansão dos minifúndios ocorre sob três condições: uma, enquanto
área periférica às grandes culturas, outras, como estrutura fundiária típica a determinados
produtos, realizados tanto em padrões mais capitalistas; e, finalmente, nas áreas pioneiras, sob
a condição de ocupação, responsabilizando-se pela produção de alimentos básicos (IVO,
1983).
28
agronegócio, que exige grandes áreas para a implantação de projetos agropecuários de alta
tecnologia (NETO, 2011).
As pequenas propriedades rurais são as principais responsáveis pela geração de
emprego e renda no meio rural brasileiro, e, consequentemente, pela permanência do homem
no campo, por isso, que no Brasil as pequenas propriedades rurais são as maiores
responsáveis pela produção voltada para o abastecimento do mercado interno e até de mesmo
pela produção de muitas commodities, como café, banana, algodão, entre outros (NETO,
2009)
ali desenvolvidas, apresentando tamanho do módulo fiscal menor. Já municípios com maior
carência dessas condições apresentam módulos fiscais de maior dimensão (BRASIL, 2005;
SANTILLI, 2012).
Quanto à dimensão (área), as empresas rurais podem ser classificadas em grandes,
médias e pequenas, de acordo com os parâmetros que melhor se adaptem às atividades e aos
padrões encontrados na região. Na realidade, não existem medidas padrões que determinem
com segurança se uma propriedade é pequena, média ou grande. O que existe são alguns
conceitos que normalmente são aplicados nesse caso. Exemplo: o módulo rural, estipulado
pelo Ministério da Agricultura como propriedade que representa a área mínima em que uma
família de agricultores pode sobreviver. Essa área varia de acordo com a região e o município.
34
7 CONCLUSÃO
8 REFERÊNCIAS
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 12 reimpressão. ed. São Paulo: Universidade São Paulo,
2006. 639 p.
FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. 32. ed. São Paulo: Nacional, 2005.
GILSON, Francisco. História do Brasil. [S. l.: s. n.], 2017. Disponível em:
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2021.
MORAES, A.R.C. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: Hucitec, 1999.
MORISSAWA, M. A História da Luta pela Terra e o MST. São Paulo: Expressão Popular,
2001.
OLIVEIRA, A.U. de; STÉDILE, J.P; AGRÁRIA, Fórum Nacional de Reforma. A Natureza
do Agronegócio no Brasil. Brasília: Secretaria Operativa, 2005.
38
PALACÍN, L. & MORAES, M.A.S. História de Goiás. Goiânia: Editora da UCG, 2001.
PAVIANI, Aldo. A metrópole terciária: evolução urbana espacial. In: PAVIANI, Aldo et al.
(Org.). Brasília 50 anos: da capital a metrópole. Brasília: Editora UnB, 2010.
STÉDILE, J.P. (Org). A Questão Agrária Hoje. Porto Alegre: Ed. Universidade UFRGS,
2002
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho cientifico. 21. ed. São Paulo: Cortez,
2000.
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especializada (Do instituto de Sesmaria ao Estatuto da Terra). São Paulo: FFLCH-USP, 1997,
414p. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade de São Paulo, 1997.