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A ascese, a via purgativa equivale ao tomar a cruz de cada dia, entrar pela porta
estreita, renunciar-se a si mesmo, adquirir sensibilidade espiritual com o desejo de
ser livre do mal. Esta purificação atinge o entendimento, a vontade, a memória.
Trata-se de ordenar os afetos desordenados, trabalhar o defeito principal, suportar
tentações, aceitar provações, adquirir forças para agir contra o que afasta de Deus.
Via purgativa é arrumar a casa, trabalhar o ego profundo, curar feridas. Passa-se
por experiências de desânimo, desolação, aridez. É necessário muita oração, leitura
e direção espiritual, confissão para que seja extirpada a raiz do mal. Os frutos desta
etapa são: o conhecimento de si, aproximação de Deus, amor ao próximo,
humildade, crescimento nas virtudes.
A via iluminativa se caracteriza pela fascinação por Deus, pelo gosto e descobertas
místicas. A pessoa tem desejo de entrega e doação de si, de amor à cruz,
sensibilidade fraterna, de direção espiritual, de amor ao Espírito Santo com seus
dons e frutos. A paz e a serenidade interior, o amor a Maria e aos santos, o estímulo
para a oração e para serviço aos irmãos, especialmente aos pobres, são frutos da
via iluminativa.
3. A via unitiva. É chamada de matrimônio espiritual da alma com Deus. Esta união
é com a Santíssima Trindade. O silêncio, a solidão, a contemplação marcam a via
unitiva, como também, experiência de luz e de obscuridade que leva para mais luz.
A união com Deus é transparente, irradiante e simples. A pessoa evita os pecados
pequenos, abandona-se confiantemente em Deus e desdobra-se em boas obras e
cuidados pelo próximo. As virtudes teologais e morais são vividas com profundidade
e inefabilidade. A alma é uma só coisa com Deus, como uma chama de duas velas.