O documento discute a dinâmica da oração sobre os pecados durante os Exercícios Espirituais de Ignácio de Loyola. Aponta que a conversão não é um esforço, mas um agradecimento revelado pelo amor incondicional de Deus. Também destaca a necessidade de reflexão sobre os "pecados de raiz", como hábitos e atitudes, em vez de apenas os atos externos, e como a conversão significa libertar-se de apegos para seguir a Deus.
O documento discute a dinâmica da oração sobre os pecados durante os Exercícios Espirituais de Ignácio de Loyola. Aponta que a conversão não é um esforço, mas um agradecimento revelado pelo amor incondicional de Deus. Também destaca a necessidade de reflexão sobre os "pecados de raiz", como hábitos e atitudes, em vez de apenas os atos externos, e como a conversão significa libertar-se de apegos para seguir a Deus.
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O documento discute a dinâmica da oração sobre os pecados durante os Exercícios Espirituais de Ignácio de Loyola. Aponta que a conversão não é um esforço, mas um agradecimento revelado pelo amor incondicional de Deus. Também destaca a necessidade de reflexão sobre os "pecados de raiz", como hábitos e atitudes, em vez de apenas os atos externos, e como a conversão significa libertar-se de apegos para seguir a Deus.
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“A conversão não é questão de esforço mas de agradecimento”
Quê buscamos com as meditações dos pecados?
* Uma vivência transformante, através da experiência do Amor incondicional e da Misericórdia, e da des- coberta luminosa de uma salvação que se encarna em Jesus. * Nosso pecado tem de ser revelado por Outro (Cristo Crucificado). No centro da história (pessoal e co- letiva) está uma Pessoa: encontro afetivo, dinâmico, provocativo, que impulsiona para a nova vida... Através do “colóquio de misericórdia” (“que fiz? que faço? que farei por Cristo? EE.61), o exerci- tante descobre Cristo no coração do pecado. O Jesus da Cruz é promessa de vida para mim; n’Ele me é dada a esperança certa de ser reconstruído no Amor. * Só o Amor de Deus revela o pecado; Deus nos ama precisamente porque somos pecadores. Este é o maior mistério: “que Ele nos tenha amado primeiro, quando ainda éramos pecadores” (Rom. 5,8)
A dinâmica da oração sobre os pecados.
A recordação é minha pessoa, minha história... através do contraste entre grandeza e pequenez, plenitude e degradação, pecado e misericórdia... e que desemboca numa admiração profunda e vivamente assombrada (EE. 60) Na oração, procurar captar não tanto os pecados concretos, mas os hábitos, os dinamismos negati- vos, as atitudes pecaminosas, os ídolos, as áreas fechadas de minha vida, etc. Há sempre o perigo de permanecermos nos atos externos, esquecendo-nos da dimensão profunda dos pecados. São os chamados “pecados de raiz”, ou seja, endurecimentos, fechamentos e fixações da pessoa e que impedem a energia vital, o amor de Deus fluir livremente. São bloqueios e empecilhos colocados pela própria pessoa que interceptam a relação com Deus, portanto, com a plenitude da vida, e cortam suas próprias potencialidades positivas. Quando falamos de “pecados de raiz” queremos destacar a necessidade de uma renovação radical.
Em sentido amplo, o pecado constitui a recusa do ser
humano de “ir além de si mesmo”. Com este gesto de recusa, ele atinge a si próprio muito mais que a Deus. A malícia do pecado está no fato de que, por meio dele, o ser humano se automutila, precisamente na sua dimen- são mais específica, a transcendência. Pecar é fechar as portas da mente e do coração ao Absoluto. É negar-se a tomar parte na Grande Passagem (Páscoa). É decidir-se pela “segurança e comodidade” e não pelo risco da aventura; é não estar dispos- to a “ir além de si mesmo”, seguindo o apelo do Absoluto. É esta a experiência de “inferno”, definido como o “absoluto menos”, ou seja, o absoluto que, em vez de criar, construir, crescer, ousar... em direção ao “mais”, constitui o extremo setor “menos” de nossas opções, de nosso modo de viver...
A experiência pessoal de conversão só será completa quando questionamos
globalmente e a fundo a nossa própria existência. “Conversão” significa: libertar-nos de nossa fixação em nós mesmos e em nosso fazer, para atender ao que Deus nos oferece. A conversão é mudança de “senhor”, não é só mudança de hábitos, de comportamentos...; é desalojar os falsos ídolos, os apegos desordenados... para que o Senhor amplie e ocupe o espaço do nosso coração. Os Exercícios Espirituais nos situam de cheio no contexto das afeições desordenadas. Tais “afeições” são, de fato, as atitudes nas quais buscamos uma compensação por nossas carências, feridas e limitações. “O Senhor não precisou fazer muito esforço para libertar Israel do Egito, mas precisou suar muito para arrancar o Egito do coração de Israel”. Ä libertação do coração, de fato, é uma operação muito delicada, paciente e demorada, e representa o ponto de chegada e o cumprimento do Projeto de Deus. O fundamental é conseguir fazer uma experiência salvífica frente à “minha história de pecado” e não uma experiência de angústia, de temor e de escrupulosidade... Aqui brota um sentimento de surpresa e de admiração diante do contraste entre meu pecado e a bondade de Deus que me acolhe. Sentimento que desemboca na atitude de “ação de graças”. Textos bíblicos: Rom. 7,14-25 Ez. 36,22-36