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e Técnicas de Oratória
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof“. Luciana Ronchi
R769c
Ronchi, Luciana
ISBN 978-65-5663-041-0
CDD 380
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, a comunicação está presente no nosso dia a dia, no
entanto é difícil definirmos o que é comunicação. Desta forma, a comunicação
precisa ser estuda e compreendida para que as pessoas e as organizações
façam o bom uso desta importante ferramenta que permitiu a evolução
humana. Quando tratamos de comunicação para as organizações precisamos
compreender que, assim como as demais áreas do conhecimento humano,
a comunicação também está passando por transformações e, nas últimas
duas décadas, estas têm ocorrido de forma exponencial. As mudanças no
comportamento do consumidor, as inovações tecnológicas, a competitividade
cada vez mais acirrada estão mudando como as organizações se comunicam
com seus stakeholders (acionistas, funcionários, consumidores, governo, ou
seja, todos aqueles que serão impactados pela organização ou que podem
impactá-la), e os eventos precisam acompanhar essa evolução, adequando
sua comunicação a esta nova realidade.
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
UNI
IV
V
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
VI
Sumário
UNIDADE 1 – COMUNICAÇÃO............................................................................................................1
VII
UNIDADE 2 – DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS.................................................67
VIII
UNIDADE 3 – TÉCNICAS DE ORATÓRIA......................................................................................141
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................197
IX
X
UNIDADE 1
COMUNICAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Você já parou para refletir sobre o que é comunicação? A comunicação se
confunde com a própria existência do ser humano, nos comunicamos diariamente
e, muitas vezes, não prestamos atenção neste processo tão importante para
nossas vidas. Além de um bem social, a comunicação também é um direito
fundamental do ser humano. Nesse contexto, as organizações também se
comunicam e precisam entender como aperfeiçoar seus processos comunicativos
para alcançarem seus objetivos.
2 O QUE É COMUNICAÇÃO?
Costa (2017, p. 13) lembra que “a comunicação faz parte do ser humano
desde o surgimento da própria humanidade”. Sendo isso algo tão importante, você
já parou para refletir sobre o que é comunicação? Chinem (2010) faz uma analogia
entre a comunicação e o futebol. Para o autor, comunicação é como futebol, algo
que todo mundo pensa que entende e dá palpite. É difícil chegarmos a um consenso
apesar da comunicação estar presente em nosso dia a dia, quando precisamos
defini-la encontramos resultados diferentes. Vamos ver alguns conceitos?
3
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
Evolução Descrição
Os ancestrais do homem se comunicavam como os outros
animais: através de expressões faciais, gestos, postura e
vocalização. A comunicação corporal evoluiu durante dezenas
de milhões de anos de evolução biológica e experiência social,
a maioria fixada instintivamente e outra parte adquirida
socialmente por imitação. A comunicação corporal é utilizada
Comunicação Corporal
até hoje e sofisticou-se ao máximo, como mostram as artes
da mímica e da dança. Se tivesse permanecido neste estágio
o homem estaria sempre mais ou menos equiparado aos
demais primatas, praticando uma linguagem de natureza
basicamente expressiva, no máximo indicativa, de escassas
possibilidades cognitivas.
4
TÓPICO 1 | PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
DICAS
6
TÓPICO 1 | PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
• uma fonte;
• codificação;
• uma mensagem;
• um canal;
• um receptor;
• decodificação;
• a possibilidade de ruído;
• potencial de feedback.
7
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
3.1 EMISSOR
O emissor é quem produz, quem cria, quem emite a mensagem, ou seja, o
responsável pela mensagem (PEREIRA, 2001). Toda mensagem tem um emissor
identificado e caracterizado como tal, pode ser uma única pessoa (um professor
lecionando) ou um grupo de pessoas (uma empresa que publica um aviso no jornal).
8
TÓPICO 1 | PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
FONTE: <http://ig-wp-colunistas.s3.amazonaws.com/consumoepropaganda/wp-content/
uploads/2010/11/ANUNCIO_VOLTEI_RIO_2011D-473x652.jpg>. Acesso em: 14 ago. 2019.
9
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
3.2 RECEPTOR
O receptor é o destinatário da mensagem, quem recebe e interpreta a
mensagem, assim como no emissor, o receptor também pode ser uma única pessoa
ou um grupo de pessoas (PEREIRA, 2001).
FONTE: <http://revista.algomais.com/wp-content/uploads/2018/08/img-20180821-wa0029-2.jpg>.
Acesso em: 14 ago. 2019.
10
TÓPICO 1 | PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Além disso, Tomasi e Madeiros (2019) sugerem que o receptor pode ter um
comportamento passivo, ativo ou reativo. Caso o receptor seja passivo, ao receber
a mensagem ele não irá utilizá-la, mas, caso seja ativo, ao receber a mensagem ele
reagirá, ou seja, terá um comportamento reativo. Já o receptor proativo estimula
que o emissor lhe ofereça uma mensagem, como: um espiro, uma risada, um franzir
de testa etc., explicam os autores. Assim, as pessoas envolvidas na comunicação,
ora é receptor, ora é o emissor da mensagem (TOMASI; MEDEIROS, 2019).
3.3 MENSAGEM
A mensagem é o que o emissor transmite ao receptor, toda e qualquer
peça de comunicação, ou seja, uma palestra, um e-mail, um gesto, uma fotografia
(PEREIRA, 2001). Tecnicamente a mensagem é “uma ordenação de signos visando
transmitir uma informação” (PEREIRA, 2001, p. 29). Shimp (2002, p. 114) afirma
que “A mensagem em si é uma expressão simbólica dos pensamentos do emissor”,
que precisa da decodificação do receptor. Assim, “tecnicamente falando, mensagem
não é, portanto, o que o emissor quer dizer, mas o que ele diz, da forma como diz”
(PEREIRA, 2001, p. 29).
ATENCAO
11
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
• rapidez da transmissão;
• volume de informação a ser transmitido;
• complexidade de informação a ser transmitida;
• flexibilidade da linguagem a ser utilizada;
• número de receptores a serem atingidos;
• economia de recursos (tempo, esforço e dinheiro);
• possibilidade de interatividade;
• necessidade de confidencialidade;
• rastro das informações veiculadas.
Assim, o canal que você utilizará para conversar com sua mãe para avisá-
la que chegará atrasada para o almoço, será diferente daquele que você avisará a
equipe do escritório sobre as metas anuais da empresa.
3.5 RUÍDO
Outro importante elemento do processo de comunicação é o ruído. “Ruído
é todo sinal que atrapalha a transmissão da mensagem. Toda interferência no
canal de comunicação. Tudo o que dificulta a comunicação” (PEREIRA, 2001, p.
35). Matos (2014, p. 28) corrobora afirmando que ruído é “todo sinal considerado
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TÓPICO 1 | PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
DICAS
Assim, fica bem claro que o ruído não é somente sonoro, ele pode ser
físico, de natureza fisiológica, psicológica e até mesmo semântica (FERREIRA;
MALHEIROS, 2016). Os ruídos de natureza psicológica são emoções (simpatia,
alegria, raiva etc.) ou até mesmo fatores como educação, crenças, preconceitos, que
podem dificultar o processo de comunicação, criando, em alguns casos, barreira
intransponíveis para uma conversação (FERREIRA; MALHEIROS, 2016). Já
Pereira (2001), explica que o ruído semântico ocorre quando o ruído é de natureza
interpretativa, um erro crasso de português, legendas erradas no jornal, revista
ou site, matérias trocadas, palavras muito difíceis, também são considerados
ruídos na comunicação. Matos (2014, p. 35) sugere que “qualquer que seja o meio
usado para a comunicação, a primeira questão a ser levada em conta é se o ato da
comunicação está sendo realizado dentro dos limites de percepção do receptor”.
Ou seja, precisamos saber se o receptor tem a capacidade de ouvir, interpretar e
decodificar a mensagem, sem comprometer ou distorcer o conteúdo.
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
3.6 FEEDBACK
O elemento final do processo de comunicação, o feedback, serve para que
o emissor possa monitorar com que intensidade a mensagem está sendo recebida
(SHIMP, 2002). O autor explica que, o feedback ajuda o emissor a identificar, por
exemplo, se a mensagem original atingiu o alvo de forma acurada ou se precisa
ser alterada para que atinja seu objetivo e fique mais clara para o receptor. Desta
forma, o feedback também auxilia no processo de eliminar ruídos de comunicação.
Matos (2014) aponta para o que costumamos dar um feedback:
Enfim, para que a comunicação ocorra é necessária uma mensagem que será
codificada pelo emissor e enviada por um canal ao receptor, que irá decodificá-la
e enviar um feedback e, todo este processo poderá ser influenciado pelo ruído.
Lembrando que a mensagem será decodificada pelo receptor e este utilizará de
filtros para fazê-lo, um deles é a cultura pessoal. Agora que já conhecemos o
processo e os elementos básicos da comunicação já estamos aptos a entendermos
a função e as classificações da comunicação.
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TÓPICO 1 | PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Função Relacionar-se com outras “Você e eu vamos tomar conta disso tudo”.
interacional pessoas. “Eu te amo”.
Função heurística Explorar o mundo de dentro “Pai, por que a lua muda de tamanho?”.
ou explicativa e fora da pessoa. “Como é que a criança aprende a falar?”.
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
Vamos detalhar melhor cada uma delas, começando pela diferença entre a
comunicação espontânea e a comunicação profissional. Pereira (2001) sugere que
na comunicação espontânea você não pensa nela, apenas usa, já a comunicação
profissional exige aprendizado técnico e teórico, é o caso do publicitário, do escritor,
do fotografo etc. Dentro da comunicação profissional existe uma subdivisão por
especialidade e se distinguem pela finalidade. Veja no Quadro 3 a especificação de
cada uma.
Forma de comunicação
Descrição
profissional
Seu objetivo é persuadir, convencer, vender uma ideia. É
Comunicação persuasiva
representada pela propaganda, publicidade, pelo discurso político.
Seu objetivo é o entretenimento, a cultura e a arte, inclui a
Comunicação literatura, a poesia, a pintura, a escultura e todas as artes
artístico-cultural tradicionais. É representada pelo cinema, teatro, novela, rádio,
circo, folclore etc.
O objetivo é informar o que acontece de acordo com o critério
Comunicação jornalística do interesse público do fato. É representado pelo jornal, revista.
telejornal, agências de notícias.
O objetivo é ensinar, transmitir conhecimento, representado pelos
Comunicação educativa
livros didáticos, pelas aulas, palestras, cursos de línguas etc.
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TÓPICO 1 | PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
NOTA
Já quando usamos o órgão sensorial usado pelo receptor para captar a mensagem
existem cinco categorias de comunicação humana, apresentadas por Pereira (2001):
17
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
18
TÓPICO 1 | PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
construtiva. O autor sugere que, esse talvez seja o ponto mais difícil para uma
boa comunicação e a principal causa de insucesso nas comunicações. Assim
como é importante saber o que falar, também é importante cuidar das reações
dos interlocutores.
Nessa frase, Emerson lembra que aquilo que somos no dia a dia – nossas
posturas, conceito público, atitudes e mensagens que passamos através do
nosso comportamento – fala tão alto que é isso que faz com que as pessoas
compreendam ou deixem de compreender nossas mensagens. A princípio, o
interlocutor sensível observa-nos enquanto humanos, verifica nossa atitude,
presta atenção ao nosso comportamento e a partir dessa mensagem ouve ou
não o que lhe dizemos.
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TÓPICO 1 | PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• As bases para uma comunicação eficaz são: saber o que dizer, saber a quem vai
se dirigir, determinar os objetivos, consultar outras pessoas, saber como dizer,
ações apoiam o que é dito, compreensão sobre o resultado do que foi dito,
compartilhar informações, feedback, examinar os pontos criticados e fazer
ajustes e correções, evitar termos técnicos que podem atrapalhar a comunicação
e expressar interesse nos outros e saber ouvir.
23
AUTOATIVIDADE
24
UNIDADE 1
TÓPICO 2
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
1 INTRODUÇÃO
Como já verificamos no Tópico 1, a comunicação passou por algumas
transformações, iniciamos com a comunicação corporal, evoluindo para a
comunicação oral, depois para a manuscrita, evoluindo então para a comunicação
eletrônica, todas elas ocorrendo de forma cumulativa. A comunicação evoluiu e
a sociedade também. No entanto, estas evoluções estão ocorrendo de forma cada
vez mais rápida. Assim, é importante que saibamos como nos comunicar de forma
eficaz, tanto pessoalmente quanto profissionalmente.
2 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
Tomasi e Medeiros (2019) lembram que os estudiosos da linguagem nem
sempre reconheceram a comunicação como papel da linguagem, antigamente,
a língua era vista como representação do pensamento. No entanto, devemos
entender que a linguagem “é um sistema de signos utilizados para estabelecer
uma comunicação” (TOMASI; MEDEIROS, 2019, p. 87).
25
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
26
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
27
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
E a função poética, valoriza a forma pela qual ela é veiculada, assim, a forma
e o conteúdo se equivalem em termos de importância, dando valor às questões
estéticas do processo comunicativo (FERREIRA; MALHEIROS, 2016). Não devemos
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TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
pensar que somente está presente em poesias, está presente em obras literárias,
letras de música, em slogans e em algumas propagandas. Na função poética o
elemento da comunicação que se destaca é a mensagem.
FONTE: A autora
29
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
30
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
DICAS
31
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
FONTE: <https://designsal.files.wordpress.com/2010/07/always-wins-1-o.jpg?w=1000&h=>.
Acesso em: 19 set. 2019.
32
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
33
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os signos estão por toda parte e representam alguma coisa para alguém. O
signo não é objeto, ele apenas está no lugar do objeto, podendo representar
esse objeto de um certo modo e numa certa capacidade.
34
AUTOATIVIDADE
I- Nível culto.
II- Nível popular.
III- Nível comum.
35
FIGURA – CAMPANHA SOS MATA ATLÂNTICA
FONTE: <http://sdb1carloseduardo.blogspot.com/2010/05/fundacao-sos-mata-atlantica-e-
uma-ong_2470.html>. Acesso em: 21 set. 2019.
36
UNIDADE 1
TÓPICO 3
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
E SUA IMPORTÂNCIA PARA EVENTOS
1 INTRODUÇÃO
As organizações não deixam de ser fenômenos sociais, dessa forma,
no mundo corporativo, a comunicação também é importante, e pode até
ser considerada uma vantagem competitiva em algumas situações. Como
consumidores somos bombardeados por um número incontáveis de informações,
promoções e propagandas diariamente. Nesse contexto, como as organizações
podem se diferenciar, chamar a atenção e se comunicar com o seu público? Algumas
organizações ainda não se deram conta do papel importante que a comunicação
exerce, focando seus esforços em qualidade, tecnologia, recursos humanos,
esquecendo de se comunicar.
37
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
E
IMPORTANT
39
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
Para ficar mais claro vamos verificar o exemplo da empresa WEG, empresa
global de equipamentos eletrônicos com sede em Jaraguá do Sul (SC) e operações
industriais em mais de 12 países, a empresa conta com mais de 30 mil colaboradores
distribuídos pelo mundo (PERFIL, 2019). Imagine o quão complexo é o processo de
comunicação desta organização. Na Figura 9 verificaremos um material produzido
pelo departamento de comunicação institucional da empresa (News Release). O
material, além de estar disponível no site da empresa que trata das Relações com
os Investidores, também é enviado para os veículos de comunicação que possam
ter interesse em publicar a notícia.
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TÓPICO 3 | COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA EVENTOS
Jaraguá do Sul, 02 de outubro de 2019 – WEG S.A. (B3: WEGE3 / OTC: WEGZY) anuncia acordo
para aquisição de 51% do capital social da V2COM, empresa especializada em IoT (Internet of
Things) e soluções completas de telemedição para sistemas de energia elétrica e Smart Grid.
Fundada em 2002 sua matriz está em São Paulo/SP e possui também uma fábrica de hardwares em
Florianópolis/SC. Com forte experiência na área de energia, a empresa tem um amplo portfólio de
projetos implementados em telemetria, geração de relatórios, análise de perdas e IoT para empresas,
concessionárias e prestadoras de serviços de energia elétrica, água, gás, entre outras. Especificamente
no segmento de concessionárias de energia elétrica, possui sob seu monitoramento ativos que
totalizam mais de 30GW de potência instalada. Com uma equipe de 56 colaboradores, a V2COM
faturou R$ 37 milhões em 2018.
Capacitada também para atender a Industria 4.0, a V2COM desenvolve soluções de sensoriamento
com uso de sua plataforma de IoT “IntelligenceWare Suite”. Além de atuar de forma inovadora com
software e sistemas nos mais diversos segmentos, oferecendo conectividade em qualquer ambiente,
inclusive via satélite, ela está à frente de acordos com provedores internacionais para projetos
utilizando a tecnologia 5G no Brasil.
"Este é mais um importante passo para a entrada da WEG nos novos nichos de mercado que serão
demandados pela expansão da Indústria 4.0, conectividade e IoT. Nosso investimento na V2COM
vai também reforçar nossa presença junto aos clientes como provedora de monitoramento e software
de gestão de ativos”, explica Manfred Peter Johann, Diretor Superintendente da WEG Automação.
FONTE: <https://ri.weg.net/ptb/2407/2019%2010%2002%20Release%20V2COM.pdf>.
Acesso em: 3 out. 2019.
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
Wagner Freire
Fundada em 2002, V2COM tem sede em São Paulo e possui também uma
fábrica de hardwares em Florianópolis (SC). Com experiência na área de energia,
a empresa tem portfólio de projetos implementados em telemetria, geração de
relatórios, análise de perdas e IoT para empresas, concessionárias e prestadoras
de serviços de energia elétrica, água, gás, entre outras. Especificamente no
segmento de concessionárias de energia elétrica, possui sob seu monitoramento
ativos que totalizam mais de 30 GW de potência instalada.
FONTE: <https://www.canalenergia.com.br/noticias/53113966/weg-compra-empresa-de-
telemedicao-para-sistemas-de-energia-e-iot>. Acesso em: 18 out. 2019.
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TÓPICO 3 | COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA EVENTOS
positivo e boa vontade dos diversos setores da opinião pública, visto que
o comunicado apresenta a preocupação da WEG em estar atualizada com as
necessidades do mercado (Indústria 4.0 e IoT). Além disso, ser uma fonte natural
de noticiário, pois elabora material para ser enviado para os veículos que tenham
interesse no assunto, no caso do exemplo, um dos sites que divulgou a notícia é um
site que trata de assuntos ligados a energia, totalmente alinhado com o comunicado.
3 COMUNICAÇÃO EXTERNA
Vivemos em um mundo em constante transformação, a Era da Informação
faz com que a rapidez e agilidade sejam onipresentes, dessa forma as organizações
precisam ter uma estratégia de comunicação. E quando tratamos de comunicação,
como já verificamos, não estamos tratando somente de ações de marketing voltadas
a vender, ela precisa integrar todos os seus stakeholders. Assim, Ferreira e Malheiros
(2016) sugerem que as quatros principais preocupações da comunicação externa
devem ser:
• comunicação institucional;
• relação com consumidores;
• relação com a imprensa;
• relação com o governo.
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
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TÓPICO 3 | COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA EVENTOS
Estratégia Descrição
Enquanto a identidade corporativa retrata o comportamento da organização,
Identidade
a imagem corporativa representa a forma como a organização é vista por seus
e imagem
diferentes públicos. É a percepção que as pessoas têm da empresa em relação ao seu
corporativa
comportamento; portanto, é o retrato do posicionamento estabelecido pela identidade.
O termo propaganda pode ser definido como a mensagem divulgada em veículos
de comunicação, que tem por finalidade criar ou reforçar imagens ou preferencias
na mente do consumidor, predispondo-o favoravelmente em relação ao produto
Propaganda
ou serviço, ou, ainda, à instituição patrocinadora. A divulgação do posicionamento
institucional
da organização é feita através de propaganda institucional que irá auxiliar na
construção da identidade e da imagem corporativa, bem como tentará conquistar
a confiança, a credibilidade e a simpatia de seus stakeholders.
Compreende jornais, revistas, boletins, rádio e TV e se caracteriza pela atualidade,
periodicidade, universalidade e difusão coletiva, podendo apresentar informações
Jornalismo sobre quaisquer áreas ou programas de interesses da organização e de seus públicos.
empresarial Tem como objetivo estabelecer, através da informação e promoção dos produtos e
atividades da empresa, uma sincronização de iniciativas e interesses entre a empresa
e seus agentes diretos e indiretos de produção e vendas.
É o trabalho de captação de fatos ocorridos na organização, a transformação
destes em textos jornalísticos e sua divulgação coordenada, coerente e lógica aos
jornalistas de comunicação impressos e/ou eletrônicos. São os releases, que devem
Assessoria de
ser dirigidos ao perfil editorial dos veículos selecionados, visando ao interesse
imprensa
dos jornalistas e, assim, sua publicação. Contribui para a formação da imagem
da organização através dos fatos nela ocorridos, da divulgação da marca, opinião
emitida pelos diretores etc.
Irá apoiar todos os programas desenvolvidos na organização, são as
videoconferências, os vídeos, os sites, o correio eletrônico, a internet, entre outros.
Editoração
É importante que todos os produtos da editoração multimídia tenha a mesma
multimídia
linguagem e que esta seja condizente com os objetivos gerais da comunicação,
levando a compreensão dos conceitos fundamentais da organização
Marketing São programas destinados a melhorias e prevenção nas áreas de saúde,
social, cultura saneamento, preservação do meio ambiente, educação, lazer, esportes, ou de
e esportivo qualquer outra natureza, em benefícios da comunidade.
É a atividade e o esforço deliberado, planejado e contínuo para estabelecer e manter a
compreensão mútua entre uma instituição pública, privada ou de grupos de pessoas
e que esteja direta ou indiretamente ligada. O profissional de relações públicas atua
Relações em conjunto e apoiando as áreas de propaganda institucional, de jornalismo, de
públicas jornalismo empresarial, de assessoria de imprensa, de editoração multimidia, de
marketing social, cultural e esportivo, defendendo valores, conceitos e princípios
da empresa, bem como gerenciando crises para a construção da identidade e da
imagem da organização.
45
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
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TÓPICO 3 | COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA EVENTOS
DICAS
47
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
Estratégia Descrição
Propaganda Tem como principal função informar benefícios, características e atributos de
produtos e marcas, utilizada invariavelmente nos lançamentos de produtos e
na divulgação de eventos, tornando a marca conhecida e sugerindo a ação de
compra por parte do consumidor. É também usada para sustentar as vendas
de um produto, mantendo sua imagem em evidência. É estática, impessoal
e não interage com o consumidor. Recomenda-se que a propaganda seja
contínua para fixação da marca. A propaganda abrange os anúncios, comerciais,
spots, outdoors, painéis, cartazes, catálogos, encartes, informes publicitários,
infomerciais, embalagens e rótulos.
Promoção de
Tem como principal objetivo gerar vendas rapidamente, por determinado
vendas período, oferecendo ao consumidor algo como, descontos, brinde, compra de
dois produtos pelo preço de um etc. Esse tipo de ação faz parte das estratégias
de vendas para reduzir estoques, desequilibrar a concorrência ou até mesmo
no lançamento de um produto novo, para que o público experimente. Quando
denominada apenas promoção, envolve sorteios, concursos, cupons e é mais
interativa, exigindo a participação do consumidor.
Venda pessoal
Envolve interação direta com o cliente, seja pessoalmente, por telefone ou outra
tecnologia. Caso o potencial comprador não conheça o produto ou procure mais
detalhes sobre ele, o vendedor deve estar apto a fornecer as informações requeridas,
utilizando técnicas da comunicação para que o consumidor adquira o produto.
48
TÓPICO 3 | COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA EVENTOS
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UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
além disso, também podem criar canais de comunicação nos quais podem dialogar
com todos os stakeholders para que eles, junto à organização, possam pensar em
melhorias de produto e inovações, ou seja, cocriando valor.
50
TÓPICO 3 | COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA EVENTOS
Outra parte importante desse projeto, que faz com que os participantes
continuem engajados e participem das novas edições, é a fase de reconhecimento.
Na Jornada de Cocriação Presentes Natura, os cocriadores que mais interagiram
foram homenageados com um presente em forma de agradecimento.
Etapa Descrição
Nesta etapa, é necessário conhecer a organização e seus públicos. É
importante, através de pesquisas de mercado, entender como o público
Diagnóstico
externo enxerga a organização. A partir destas informações identificar as
necessidades de comunicação.
A partir da compreensão do negócio da organização, sua missão e visão e
as necessidades de comunicação é preciso definir as melhores soluções de
comunicação, mapear os públicos, descrever qual mensagem será veiculada
Definições
para cada público e estruturar como as mensagens serão transmitidas. Nesta
etapa, é identificado as áreas da empresa que estarão envolvidas no processo
de comunicação, para que possam dar suporte.
Plano de Deve contemplar: a) definição dos objetivos; b) estratégias de comunicação
comunicação (meios); c) segmentação do público; d) prazos; e) resultados esperados.
Para avaliar se as ações de comunicação externa tiveram ou não sucesso é
necessário que elas sejam medidas e comparadas com seus objetivos iniciais.
Avaliação dos
O objetivo foi atingido? O impacto das ações agregou positivamente para a
resultados
estratégia da empresa? Sua estratégia foi eficiente para todos os públicos? O
cronograma foi cumprido? Os resultados foram os que esperava?
51
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
4 COMUNICAÇÃO INTERNA
Ao contrário da comunicação institucional e da comunicação mercadológica
que analisamos anteriormente e que tinham foco no público externos da
organização, a comunicação administrativa e a comunicação interna priorizam os
públicos internos da organização (SCROFERNEKER, 2006). Bueno (2014) lembra
que muitos enganos e distorções que ocorrem nas organizações, acontecem por
causa de uma comunicação interna não efetiva. Afinal, “É pela comunicação que
se estabelecem os objetivos de uma empresa; é por ela que se diz aos empregados
o que deles se espera; é por ela que se lhes diz quais são os recursos que estão à
sua disposição” (BUENO, 2014, p. 46). Além disto, Matos (2014, p. 126) pondera
que a comunicação interna é a base de sustentação para a comunicação externa.
Imagino que você nunca tenha tomado conhecimento sobre algo que estava
ocorrendo na empresa em que você trabalha por alguém de fora da empresa,
infelizmente, essa ainda é uma situação corriqueira na maioria das organizações.
Mas, como devemos agir para minimizar essas questões? Vamos examinar os
principais objetivos e estratégias da comunicação interna, que é dividida em
comunicação interna e comunicação administrativa.
52
TÓPICO 3 | COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA EVENTOS
53
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
No entanto, Bueno (2014) aponta para uma questão importante, essa forma
de comunicação muitas vezes “entope” os canais da organização prejudicando o
desempenho das atividades. “[...] vez de chegar a quem interessa, a informação
estaciona em algum lugar, por causa de problemas gerenciais, acúmulo administrativo
ou excessiva quantidade de canais de comunicação” (BUENO, 2014, p. 49).
54
TÓPICO 3 | COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA EVENTOS
DICAS
• diagnóstico;
• definições;
• plano de comunicação;
• avaliação.
56
TÓPICO 3 | COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA EVENTOS
Ou seja, caso a comunicação não seja adequada o evento pode não acontecer,
afinal, grande parte dos trabalhos de um evento acontecem em grupo, e com vários
grupos diferentes que precisam interagir. No próximo capítulo iremos detalhar as
decisões de comunicação para eventos. Mas, antes disso, a leitura complementar
desta unidade traz a importância da comunicação para grandes eventos, no caso
os Jogos Olímpicos de 2016 que ocorreram no Brasil.
57
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Thalita Pires
58
TÓPICO 3 | COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA EVENTOS
Magalhães. “Por isso temos que passar a ideia de que será um evento de excelência.”
Outra preocupação é com o alinhamento dos discursos entre os participantes. Para
isso, um grupo de trabalho que reúne pessoas de todas as entidades e governos
sempre discute de que maneira abordar as questões que surgem para a mídia.
59
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
Jogos Olímpicos
O papel da imprensa
61
UNIDADE 1 | COMUNICAÇÃO
FONTE: TALITA, P. O apogeu da comunicação dos grandes eventos: os esforços dos profissionais
de comunicação para garantir o legado dos Jogos Olímpicos 2016 para o Brasil. 2016. Disponível
em: http://www.aberje.com.br/revista/o-apogeu-da-comunicacao-dos-grandes-eventos/. Acesso
em: 10 set. 2019
CHAMADA
62
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
I- Diagnóstico.
II- Definições.
III- Plano de comunicação.
IV- Avaliação.
64
( ) Nesta etapa determina-se as melhores soluções de comunicação, os
públicos, descreve-se e estrutura-se as mensagens que serão veiculadas.
( ) Nesta etapa devem ser medidos os resultados em relação aos objetivos
iniciais.
65
66
UNIDADE 2
DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM
EVENTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
67
68
UNIDADE 2
TÓPICO 1
PLANO DE COMUNICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Ao concluirmos a Unidade 1 podemos afirmar o quanto a comunicação é
importante, tanto para nossa vida pessoal, quanto profissional. Quando tratamos
de eventos a história não é diferente, é impossível gerenciar um evento sem
comunicação, assim a comunicação deve ser estudada e compreendida para que
possamos tirar proveito dela. Watt (2004) enfatiza que uma comunicação eficaz
leva a articulação e a uma organização eficiente em eventos, como já verificamos
na Unidade 1.
69
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
2 DIAGNÓSTICO
Ferreira e Malheiros (2016) explicam que nesta etapa é necessário conhecer
a organização, o cenário atual e seus públicos. O primeiro passo é compreender
a missão e a visão da organização, afinal não podemos tratar a comunicação de
forma desvinculada da estratégia empresarial.
70
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
KMF Eventos
Visão (o que a empresa quer ser): tem a visão de proporcionar aos seus clientes
experiências inesquecíveis que colaborem com o crescimento e sucesso de seus
negócios.
71
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
ATENCAO
Ambiente Análise
Político-legal Composto por leis, regras e regulamentações oriundas de várias instâncias do
governo e de grupos de interesses que limitam a influenciam as organizações.
As leis e regulamentações têm por finalidade proteger as organizações e os
consumidores das práticas desleais de empresas inescrupulosas e os interesses da
sociedade, procurando assim estabelecer regras que visem determinar os padrões
de comportamento da concorrência, de produtos e serviços, as responsabilidades
pela composição dos produtos, a segurança e as práticas de comércio e de crédito.
Econômico Trata de questões como aumento ou diminuição do produto interno bruto (PIB),
das elevações e quedas das taxas de juros, da inflação e da flutuação da moeda, o
que envolve renda e padrões de gastos do consumidor.
Sociocultural É constituído por pessoas de uma determinada sociedade, suas culturas, seus
valores, suas crenças e seus comportamentos. O estudo desse perfil é denominado
demografia e inclui a apreciação dos índices de natalidade e mortalidade,
distribuição das faixas etárias e sai composição étnica, estado civil, graus de
instrução, profissão, crenças e valores, hábitos de compra, padrões familiares e
características das diferentes regiões, assim como as movimentações entre elas.
Tecnológico É constituído pelas pesquisas, pelas invenções, pelo desenvolvimento científico
e pelas inovações que resultam em produtos e serviços. É preciso conhecer quais
tecnologias estão sendo utilizadas na comunicação.
Competitivo A análise do ambiente competitivo busca uma vantagem competitiva, em
comunicação, entre os concorrentes.
72
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
73
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
FONTE: A autora
Como verificamos até aqui, muitos detalhes devem ser verificados para
elaborarmos a nossa análise ambiental. Lupetti (2014) fez um apanhado de 19
questões que devem ser respondidas para a elaboração da análise ambiental,
estas respostas ajudarão bastante no processo. Vamos ver quais são?
74
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
2.3 SWOTCOM
Tudo o que verificamos até aqui pode ser muito familiar para você —
análise ambiental, pontos fortes e pontos fracos, oportunidades e ameaças — você
deve estar imaginando que o próximo passo é a análise SWOT. E é isto mesmo,
assim como a maioria dos diagnósticos empresariais, na área de comunicação
também devemos fazer uma análise SWOT. No entanto Lupetti (2014) elaborou
um modelo específico de análise SWOT para a comunicação, a SWOTCOM com
o objetivo de deixar mais claro os objetivos e estratégias de comunicação. Vamos
verificar então como elaborar a SWOTCOM?
NOTA
75
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Com base nas respostas das 19 questões apresentadas por Lupetti (2014) é
possível a elaboração da análise SWOTCOM qualitativa, é a partir das respostas
que irá iniciar o processo de identificação dos pontos fortes e fracos e das
oportunidades e ameaças. A segunda fase é a análise quantitativa, para esta análise
devemos retomar ao fluxograma estratégico da comunicação organizacional
que apresentamos na Unidade 1 e que nos apresenta os inputs, throughputs e
os outputs da comunicação. Para relembrarmos volte na Figura 8 (Fluxograma
estratégico da comunicação organizacional) da Unidade 1 e acompanhe o fluxo,
com o exemplo apresentado por Lupetti (2014) para a realização de um evento.
76
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
77
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
OUTPUTS Peso
Comunicação institucional 0,52
Comunicação mercadológica 0,48
Comunicação administrativa 0,00
Comunicação interna 0,00
Total (outputs) 1,00
78
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
Comunicação interna
a)Programas de incentivos
b) Padrões culturais
c) Desenvolvimento de pessoas
d) Campanhas internas
e) Rede formal e informal
Subtotal 1,00 7,71 8,50 6,31 10,00
79
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Situação
Outputs Empresa X Concorrente A Concorrente B
ideal
Nota Nota Nota
Peso Nota Nota Nota
ponderada ponderada ponderada
Comunicação
0,52 7,71 4,01 8,5 4,42 6,31 3,28 5,2
institucional
Comunicação
0,48 8,55 4,10 7,2 3,46 6,36 3,05 4,8
mercadológica
Total - Outputs 1,00 8,11 7,88 6,33 10,00
80
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
Nota Nota
Observação
Ponderada ideal
Identidade e imagem Considerada pela organização com um dos assuntos
1,66 2,08
da organização prioritários em função dos pesos atribuídos.
Propaganda Está muito abaixo da concorrência e também do
0,84 1,67
institucional ideal.
Relações com a
0,75 1,25 Igual a concorrência, mas muito abaixo do ideal.
imprensa
Está muito abaixo dos concorrentes e também do
Merchandising 0,78 1,56
ideal.
INPUTS Peso
Recursos financeiros 0,156
Recursos humanos 0,186
Recursos materiais 0,000
Informação e tecnologia 0,663
Total (inputs) 1,00
81
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Verba para
a) Comunicação institucional 0,17 6 1,02 5 0,85 6 1,02 1,70
b) Comunicação interna 0,17 10 1,70 10 1,70 10 1,70 1,70
c) Comunicação administrativa
d) Comunicação mercadológica 0,33 8 2,64 8 2,64 8 2,64 3,30
e) Fee
De agência
De parceiros
Redes sociais
g)Capacitação dos RH
h)Outros (pesquise) 0,33 10 3,30 7 2,31 7 2,31 3,30
Subtotal recursos financeiros 1,00 8,66 7,50 7,67 10,00
II. Recursos humanos (peso = 0,186)
Administrativos
a) Qualidade dos RH 0,24 4 0,96 5 1,20 5 1,20 2,40
b) Capacitação 0,24 6 1,44 6 1,44 6 1,44 2,40
Operacionais
a) Qualidade dos RH 0,24 4 0,96 5 1,20 5 1,20 2,40
b) Capacitação 0,28 6 1,68 8 2,24 6 1,68 2,80
Subtotal recursos humanos 1,00 5,04 6,08 5,52 10,00
Nota Nota Nota
III. Recursos materiais (peso = 0,0) Peso Nota Nota Nota
ponderada ponderada ponderada
a) Software
b) Equipamentos de informática
c) mailing list
Subtotal recursos materiais 0 0 0 0 0
IV. Informações/tecnologia
(peso = 0,0)
a) Concorrência 0,08 10 0,80 7 0,56 6 0,48 0,80
Execução criativa
Execução tática
b) veículos
Custos 0,80 10 0,80 10 0,80 10 0,80 0,80
audiência 0,26 10 2,60 6 1,56 5 1,30 2,60
Sobre o consumidor
a) Comportamento em relação à
0,10 10 1,00 7 0,70 6 0,60 1,00
mídia
b) perfil da marca 0,08 10 0,80 10 0,80 10 0,80 0,80
c) jornada 0,14 10 1,40 9 1,26 9 1,26 1,40
d) outros (pesquisa) 0.08 10 0,80 10 0,80 10 0,80 0,80
(tendências) 0,18 10 1,80 5 0,90 5 0,90 1,80
Subtotal Informação/tecnologia 1,00 10,00 7,38 6,94 10,00
82
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
Situação
Inputs Empresa X Concorrente A Concorrente B
ideal
Nota Nota Nota
Peso Nota Nota Nota
ponderada ponderada ponderada
Recursos
0,156 8,66 1,35 7,50 1,17 7,67 1,20 1,56
financeiros
Recursos
0,186 5,04 0,94 6,08 1,13 5,52 1,03 1,86
humanos
Recursos
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
materiais
Informações/
0,663 10,0 6,63 7,38 4,89 6,94 4,60 6,63
tecnologia
Total - Outputs 1,00 8,11 7,88 6,33 10,00
Após a consolidação dos dados analisados nos inputs, vamos para a quarta
e última etapa, que é compreender e reunir os pontos críticos dos inputs. Na tabela a
seguir são apresentados os dados do exemplo apresentado por Lupetti (2014).
Nota Nota
Observação
Pondera ideal
Comunicação A verba de comunicação institucional está abaixo
1,02 1,70
institucional do ideal.
Qualidade dos recursos Está muito abaixo da concorrência e também do
0,96 2,40
humanos administrativos ideal.
Capacitação dos recursos
1,44 2,40 Está abaixo da concorrência e também do ideal.
humanos administrativos
Qualidade dos recursos Está muito abaixo da concorrência e também do
0,96 2,40
humanos operacionais ideal.
Capacitação dos recursos
1,68 2,80 Está abaixo do ideal.
humanos operacionais
83
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Agora já temos uma boa visão dos pontos críticos, tanto dos outputs quanto
dos inputs, precisamos analisar os throughputs, que compreende a realização de
algo para obtenção dos resultados. No Quadro 3, explicamos cada um deles para
uma melhor análise.
QUADRO 3 – THROUGHPUTS
Throughputs Explicação
Conjunto de atos com os quais se realiza uma operação qualquer, são os
Processos
procedimentos.
Sistemas É a forma, o modo ou a maneira como a organização trabalha.
Uma empresa, em geral, tem várias regras, por exemplo, somente patrocinar
Políticas eventos que têm relação com os produtos que fabrica, assim, podemos afirmar
que essa empresa possui uma política de patrocínio, ou seja, uma regra pertinente.
Cultura Conjunto de valores, crenças, tipos de gestão, princípios partilhados pelos seus
Empresarial membros que marcam seus comportamentos e atitudes.
Impressões gerais dos empregados, ou mesmo suas percepções sobre a organização.
Clima É um indicador do grau de satisfação dos seus colaboradores em relação, por
empresarial exemplo, às políticas de recursos humanos, processos de comunicação ou
valorização profissional e identificação com a empresa.
84
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
85
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Para você, o que mais chamou a atenção na tabela que apresenta análise
dos throughputs? Existe algum item que está fora da situação ideal? Ao analisar a
situação ideal percebemos que a empresa do exemplo apresenta notas ponderadas
desfavoráveis quando tratamos do clima empresarial, o grau de motivação e o
nível de envolvimento e comprometimento, além de todos os itens do processo
de avaliação (comunicação institucional, comunicação interna e comunicação
mercadológica). Vamos continuar analisando, na terceira etapa de throughputs
devemos consolidar os dados, para termos uma real noção da situação, vejamos
como fica na Tabela 11.
Situação
Inputs Empresa X Concorrente A Concorrente B
ideal
Nota Nota Nota
Peso Nota Nota Nota
ponderada ponderada ponderada
Processos 0,842 8,86 7,46 7,95 6,69 7,10 5,98 8,42
Sistemas 0 0 0 0 0 0 0 0
Políticas 0 0 0 0 0 0 0 0
Cultura empresarial 0 0 0 0 0 0 0 0
Clima empresarial 0,158 7,41 1,17 6,00 0,95 4,00 0,63 1,58
Total - Outputs 1,00 8,63 7,64 6,61 10,00
86
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
Nota Nota
Observação
Ponderada ideal
Não é tão crítico, porém é igual à concorrência
Processo de avaliação da e abaixo do ideal. Consideramos preocupante
0,32 0,40
comunicação institucional quando analisamos o peso dado pelo gestor
ao item Processo (0,842).
Processo de avaliação da
0,16 0,40 Bem abaixo do ideal.
comunicação institucional
Processo de relacionamento Abaixo da concorrência e 50% abaixo do
0,55 1,10
com a imprensa ideal.
Grau de motivação dos Abaixo do ideal prejudicando o clima
3,28 4,10
colaboradores empresarial.
Nível de envolvimento
Embora maior do que o dos concorrentes,
e comprometimento dos 4,13 5,90
está abaixo do ideal.
colaborados
87
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Fazendo uma análise dos outputs (ver Tabela 5), identificamos que a
Comunicação Institucional tem o maior peso e a nota ponderada está longe
da situação ideal. Já quando analisamos os inputs (ver Tabela 6) identificamos
que os pontos críticos são: verba para comunicação institucional e qualidade e
capacitação dos recursos humanos administrativos e operacional. Já analisando
os throughputs (ver Tabela 10), os pontos críticos são os processos de avaliação
da comunicação institucional, interna e com os processos relacionados com
a imprensa, além do clima empresarial, que inclui o grau de motivação, o
envolvimento e comprometimento dos colaboradores.
Estes questionamentos todos precisam ser feitos para se ter uma melhor
“fotografia” da comunicação na empresa, ou seja, ter um diagnóstico. A partir
dessas informações é que iremos fazer as definições necessários de como iremos
atuar com a comunicação da organização. Vamos detalhar como elaboramos a
etapa de definições do nosso plano de comunicação no próximo subtópico.
88
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
3 DEFINIÇÕES
A partir da compreensão do negócio da organização, sua missão e visão
e as necessidades de comunicação é preciso, definir as melhores soluções de
comunicação, mapear os públicos, descrever qual mensagem será veiculada para
cada público e estruturar como as mensagens serão transmitidas (FERREIRA;
MALHEIROS, 2016). Os autores também comentam a necessidade de identificar
as áreas da empresa que estarão envolvidas no processo de comunicação, para
que possam dar suporte. É importante, nesta fase, também apresentar a verba
necessária para o plano de comunicação.
Comunicação Stakeholders
Comunicação
Funcionários.
Interna
Intermediários, influenciadores, fornecedores, associações de classe,
Comunicação
sindicato, consumidores, colaboradores externos (representantes,
Externa
vendedores dos representantes), acionistas, comunidade, público em geral.
89
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
90
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
3.3 VERBA
Outra importante definição é a verba de comunicação. Lupetti (2014)
aponta a existência de três métodos mais frequentes para a definição da verba de
comunicação: método de porcentagem das vendas, paridade com a concorrência
e recursos disponíveis. Vamos entender um pouco mais sobre cada um dos três.
91
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
4 PLANO DE COMUNICAÇÃO
O plano de comunicação deve contemplar: a) definição dos objetivos; b)
estratégias de comunicação (meios); c) segmentação do público; d) prazos e, e)
resultados esperados (FERREIRA; MALHEIROS, 2016). Vamos detalhar cada um
destes para ficar mais claro como elaboramos um plano de comunicação.
Surge uma nova visão, segundo a qual a função dos gerentes é obter
retorno não apenas para os acionistas; as empresas inteligentes se
centrarão em todos os stakeholders: consumidores, empregadores,
parceiros de canal, governo, organizações sem fins lucrativos e o
público em geral, não apenas os acionistas (KOTLER; KARTAJAYA;
SETIAWAN, 2010, p. 117).
92
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
93
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Vamos ver um exemplo para ficar mais claro? O exemplo é de uma persona
(a Milena) para uma empresa que produz eventos ligados à área de moda, como
palestras e workshops (Quadro 7).
QUADRO 7 – PERSONA
Milena
Por que frequenta eventos?
Para aumentar seu networking e conhecer profissionais que tenham
interesse em comum, principalmente com tendência de moda slow fashion.
Também procura mais conhecimento para aprimorar principalmente a
comunicação com seus clientes e novos materiais sustentáveis para a
criação de suas peças.
FONTE: A autora
94
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
Agora você deve estar se perguntando, como eu faço para saber todas
estas informações? A resposta é: PESQUISA, tente identificar padrões de
comportamento de seus clientes ou de seu público alvo para possa ser possível
representá-lo como persona. Busque desde informações a) pessoais, como: idade,
estado civil, formação, nacionalidade etc.; b) profissionais: profissão, cargo de
ocupa, ferramentas de usa na rotina de trabalho, principais sites que acessa, quais
redes sociais utiliza etc.; c) objetivos: qual é seu maior objetivo, por que ainda não
alcançou este objetivo; d) desejos: o que costuma fazer nas horas livres, que marcas
consome, costuma pesquisar antes de ir a um evento; e) medos: o que não gosta, o
que evita. É importante que as informações tenham relevância com o negócio da
organização, assim, se eu trabalho com eventos corporativos, tenho que focar mais
na parte profissional da persona para entender como me relacionar com ela.
DICAS
95
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
4.4 PRAZO
Nesta etapa será definido quando as ações terão início, se estas ações
serão duradouras ou terão uma data específica de começo e fim, ou seja, será
elaborado um cronograma de ações de comunicação (FERREIRA; MALHEIROS,
2016). Lupetti (2014), sugere que nesta mesma planilha que pode ser chamada de
Plano de Ação/Cronograma, seja incluído o responsável pela ação. Vamos ver um
exemplo para que fique mais claro, veja a Figura 4.
Responsável
Novembro
Dezembro
Setempro
fevereiro
Outubro
Agosto
Janeiro
Março
Junho
Julho
Abril
Maio
Ações
Cursos de atualização
3) Campanha de incentivo
Com revenda
4) Marketing de relacionamento /
redes sociais
B2B
Revenda
B2C
96
TÓPICO 1 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
Para melhor entendimento, esta etapa também pode ser feita em uma
planilha para melhor acompanhamento. Feito o plano de comunicação chegou a
hora de avaliar os resultados, vamos ver do que se trata na próxima seção.
98
AUTOATIVIDADE
I- Comunicação Interna.
II- Comunicação Externa.
( ) Acionista.
( ) Consumidores.
( ) Representantes.
( ) Funcionários.
99
100
UNIDADE 2 TÓPICO 2
COMPOSTO DE COMUNICAÇÃO EM
EVENTOS
1 INTRODUÇÃO
Como verificamos até aqui, a comunicação nas organizações deixou de ser
algo focado somente no consumidor para ser algo planejado para atingir todos
os stakeholders. Nesse processo é importante entendermos que existem diferentes
ferramentas de comunicação (mídias), todos com características específicas para
utilizarmos dependendo da mensagem que se quer passar e do público que se
quer atingir.
101
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Pontos a serem
O que abordar
considerados
Há um manual de ética?
Esclarecer questões ligadas
Como a empresa se posiciona em relação a questões polêmicas,
à ética empresarial.
como contratação de familiares?
Quais as principais normas de conduta na organização?
Explicar o posicionamento Como o novo funcionário deve se posicionar ao falar sobre a
no que diz respeito às redes empresa nas redes sociais?
sociais. É permitido fazer referência à marca ou aos produtos?
Há um manual de crise?
Como a empresa se posiciona em momentos de crise?
Crise.
Quais as orientações para as situações nas quais a imagem da
empresa está em risco?
102
TÓPICO 2 | COMPOSTO DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Ferramenta Descrição
Trata-se de websites internos que disponibilizam informações institucionais,
Intranet.
notícias e outras informações sobre a companhia.
Além de conteúdos institucionais e notícias, como as tradicionais intranets,
os portais corporativos oferecem ferramentas de colaboração e socialização,
possibilitando que funcionários de diferentes áreas de negócio possam
Portal corporativo.
compartilhar informações da empresa. Esses portais também permitem
que sejam ofertados conteúdo específicos para diferentes públicos (Ex.:
conteúdo específicos para Recursos Humanos, Marketing, Diretorias etc.).
Trata-se de um e-mail normalmente dirigido a toda companhia com
e-mail marketing. informações sobre campanhas específicas ou avisos considerados
importantes.
É uma espécie de boletim de notícias, que pode ser divulgado considerando
os diferentes públicos da organização. O envio regular e periódico
Newsletter.
de newsletter é uma estratégia interessante e produtiva para a comunicação
interna.
Assim como assistir à TV em casa exige menos esforço do que ler um livro,
assistir às informações da companhia em uma TV também pode ser uma
boa estratégia para garantir a disseminação das informações de forma
TV corporativa.
ágil, dinâmica e abrangente. A empresa pode disponibilizar diferentes
aparelhos em posições estratégicas, garantindo que seu público-alvo esteja
sempre informado.
Website criado e utilizado para campanhas específicas e pontuais. Sua
Hotsite. principal característica é a duração predefinida no tempo: há um momento
específico para começar e um momento para terminar.
Você deve estar pensando, todo mundo sabe usar e-mail, infelizmente
isso não é uma verdade, você mesmo já deve ter recebido algum e-mail que não
conseguiu compreender. Muitas pessoas utilizam o e-mail de forma equivocada,
trazendo ruídos na comunicação. Além disso, recebemos uma quantidade
103
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
enorme de e-mails por dia, assim de uma forma quase inconsciente eliminamos,
ou deixamos para depois alguns somente lendo o campo assunto. Vamos começar
tratando das vantagens e das desvantagens da utilização do e-mail. As principais
vantagens apontadas por Flatley, Rentz e Lentz (2015. p. 28) são:
• A falta de sigilo. “É a mesma coisa que escrever suas mensagens nas
divisórias de sua estação de trabalho”.
• A dificuldade de reproduzir as emoções do remetente. Entonações
de voz, expressões faciais, movimentos do corpo e outros elementos
desse tipo não são veiculados nos e-mails, ao contrário das
comunicações via telefone, vídeo ou presenciais.
• O risco de ser ignorado ou adiado. O grande volume de e-mails
recebidos pode dificultar a vida do destinatário na hora de ler e
responder a todos (FLATLEY; RENTZ; LENTZ, 2015. p. 28).
104
TÓPICO 2 | COMPOSTO DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
• Passo 1: destinatário.
105
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
E
IMPORTANT
Devo usar abreviações em e-mails? Talvez devido ao fato de o e-mail ter surgido
como ferramenta de comunicação com limitações de espaço e número de caracteres,
algumas abreviações se tornaram muito populares como: Abçs – para Abraços; Att – para
Atenciosamente; vc – para você; ou msg – para mensagem. Mas, cuidado com elas. Se
seus leitores as conhecem e não serão pegos de surpresa, use-as. Lembre-se de que elas
valem para situações casuais e informais ou quando existe algum limite de caracteres para
a mensagem.
FONTE: FLATLEY, M.; RENTZ, K.; LENTZ, P. Comunicação empresarial. 2. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2015. p. 29.
Ferramenta Descrição
É um veículo que deve ter sua periodicidade previamente estabelecida. Trata-se de
um jornal muito parecido com jornais comerciais, mas com informações específicas
Jornal
sobre a empresa e seu negócio. Algumas organizações publicam semanalmente,
corporativo.
enquanto outras optam por publicá-lo quinzenal ou mensalmente. O importante é
que seja sustentável, ou seja, consiga se manter ao longo de determinado período.
Apesar do nome, o jornal mural não tem exatamente o formato de um jornal. Trata-
se de textos curtos, de leitura rápida que são fixados em locais de grande circulação
de funcionários. Vale ressaltar que o jornal mural não é um quadro de avisos, ou
Jornal mural.
seja, não tem apenas o intuito de informar um grupo específico de profissionais.
Seu alcance é mais abrangente e deve ser pensado desta forma; afinal, todos que
passarem pelo local onde ele foi disponibilizado terão acesso a essas informações.
106
TÓPICO 2 | COMPOSTO DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Informativo gerencial
Campanhas internas
e-mail
Folhetos/ cartazes
Quadro de avisos
Relatório Anual
Jornal/mural
Publicações
Reuniões
Intranet
Eventos
Portal
Objetivo da comunicação
administrativa
Internet/
Despertar consciência X X X X X
Chamar atenção X X X X X
Criar interesse X X X X X
Dar conhecimento/
X X X X
informação mais consistente
Despertar expectativa X X X X
Levar à discussão X X X
Promover ação X X X
Orientar comportamento X X X X
Promover e manter
X X X
satisfação
Criar interação X X X X
Promover orgulho X
Levar à disseminação X X X X
Suscitar comentários X X X
107
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
108
TÓPICO 2 | COMPOSTO DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
NOTA
109
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
DICAS
Você deve estar comparando boatos com algo que está tento muita
repercussão, não é algo novo, mas ganhou força e popularidade nos ambientes
digitais, as fake news (GABRIEL, 2018). A autora explica que as fakes news:
110
TÓPICO 2 | COMPOSTO DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Tanto os boatos quanto as fake news precisam ser combatidos para que não
causem estragos na reputação da organização ou as tornando vulneráveis. Mas
como gerenciar estas crises? Assim como na comunicação interna, é necessário
rapidez para trazer aos envolvidos a informação correta.
COMUNICAÇÃO E CREDIBILIDADE
111
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Matos (2014) sugere que a organização deve investir para ser bem
informada e para bem informar a opinião pública e o seu público específico
sobre tudo o que envolve a sua atuação, seus produtos e serviços. A comunicação
empresarial deve ser um processo ativo, por meio do qual a empresa possa
informar, formando opinião e transformando cenários e ambientes desfavoráveis
à sua volta (MATOS, 2014).
112
TÓPICO 2 | COMPOSTO DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
113
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Reunião de vendas
Product placement
Feira/ Exposições
Merchandising
Venda pessoal
Assessoria de
Promoção de
Propaganda
embalagens
Pesquisa de
Logomarca/
Televendas
e-business
imprensa
mercado
Eventos
vendas
Objetivo da comunicação
mercadológica
Despertar consciência X X X X X
Chamar atenção X X X X X
Criar interesse X X X X X X
Dar conhecimento/
X X X X
informação mais consistente
Despertar expectativa X X X X X
Levar à discussão X X X
Promover ação X X X
Orientar comportamento X X X X
Promover e manter
X X X
satisfação
Criar interação X X X X
Promover orgulho X X
Levar à disseminação X X X X
Suscitar comentários X X X X
114
TÓPICO 2 | COMPOSTO DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
115
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
116
AUTOATIVIDADE
I- Intranet.
II- Newsletter.
III- Portal corporativo.
FONTE: <https://acontecendoaqui.com.br/eventos/convention-day-um-evento-para-
impulsionar-o-turismo-de-negocios-em-florianopolis>. Acesso em: 30 nov. 2019
117
118
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Zenone e Dias (2015) explicam que o ambiente empresarial é um espaço
em que a competência se mede pela capacidade de lidar com a mudança e pela
busca de inovação. Vivemos em um ambiente de rápidas transformações e isto
se reflete em como se fazem negócios, há um permanente construir e descontruir
e precisamos acompanhar esta espiral. Dentro do contexto das organizações é
possível identificar um crescimento exponencial de produtos e serviços digitais
que são oferecidos a um público exponencialmente crescente de conectados.
Sem dúvida a era digital tornou a comunicação nas organizações muito mais
dinâmica e ágil trazendo tanto benefícios quanto alguns aspectos negativos.
Como benefícios, Ferreira e Malheiros (2016) citam:
DICAS
119
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
• Trabalhos superficiais: com prazos cada vez mais curtos, é comum que sejam
apresentados trabalhos superficiais, sem o devido aprofundamento.
120
TÓPICO 3 | CRIANDO VALOR EM EVENTOS COM COMUNICAÇÃO
NOTA
121
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
receptor que decodifica a mensagem com potencial feedback, tudo isso em meio
a possibilidade de ruído), continua existindo, principalmente quando tratamos
de meios de comunicação em massa (jornal, revista, outdoor, rádio, televisão).
No entanto, o autor pondera que, quem está conectado na rede não pode ser
considerado somente um receptor de mensagens. “O que está conectado é também
produtor e emissor de mensagens, ou seja, é ao mesmo tempo receptor e emissor e
interage com vários conectados simultaneamente” (YANAZE, 2011, p. 481).
2.1 CONVERSAÇÃO
Não é viável somente ter uma conta no Facebook, Instagram, YouTube
ou outra rede, a grande questão é como conversar com os clientes e também
fazer com que eles conversem entre si. O crescimento da rede social colocou à
conversação em evidência (RAPP, 2011). Na Figura 6, apresentamos um exemplo
de conversação entre os clientes e a empresa organizadora de um evento na rede
social Instagram.
122
TÓPICO 3 | CRIANDO VALOR EM EVENTOS COM COMUNICAÇÃO
FONTE: A autora
123
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
DICAS
Etapa 3 – converse
É bom lembrar que esta estratégia deve ser continua, não tem um fim.
É preciso ter uma presença comprometida e a longo prazo, que permita que a
organização converse e seja aceito no cotidiano do cliente, oferecendo experiências
e ideias uteis que sejam proativas e reativas (RAPP, 2011).
124
TÓPICO 3 | CRIANDO VALOR EM EVENTOS COM COMUNICAÇÃO
2.2 APLICATIVOS
A tecnologia permite também uma maior interação e networking entre
os participantes e organizadores de eventos. Existem ferramentas que permitem
a criação de aplicativos exclusivos para eventos, que podem conectar os mais
diferentes públicos (organizadores, patrocinadores, expositores etc.).
DICAS
125
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
2.3 INTERAÇÃO
O brasileiro é um dos mais conectados do mundo, podemos utilizar isto a
favor dos eventos também. A internet possibilita a cobertura real time de eventos
nas redes sociais. A cobertura do evento pela internet, além de uma comunicação
mais eficaz, também permite um melhor retorno do investimento, pois existe
a possibilidade de ampliar exponencialmente o público do evento. Além de
criar a expectativa em quem não participou desta edição, queira comparecer às
próximas, as lives nas redes sociais ajudam a transmitir, além do conteúdo, o
clima do evento.
Um caso bastante icônico é o do totem “Pose with the Pros”, você já deve
ter visto este fenômeno na internet, o caso não é de um evento, mas sim uma
atração do estádio do Dallas Cowboys (time de futebol americano dos EUA), mas
pode ser utilizado em eventos. O toten permite que os visitantes tirem fotos ao
lado dos jogadores do time, a tecnologia utilizada permite que as fotos fiquem
extremamente realistas. Acesse o vídeo disponível em: https://youtu.be/IK_
sT_14mHc, caso você não tenha visto ainda.
O uso de hashtags (#) ajudam a gerar interação nas redes sociais. Mas
para que elas tenham o resultado esperado é necessário usar corretamente. A
hashtag precisa ser fácil de lembrar, simples, curta e nunca ter sido usada para que
possamos monitorar as interações realizadas com o evento.
2.4 ACESSIBILIDADE
Quando tratamos de comunicação em eventos também precisamos
pensar em um grande desafio, a acessibilidade. Segundo dados do último Censo
do IBGE, realizado em 2010, “24% da população brasileira possui algum tipo de
deficiência” (IBGE, 2019, s.p.). No entanto se pensarmos nessa quantidade tão
expressiva, infelizmente, ainda são poucos os eventos que pensam nas pessoas
com deficiência auditiva ou visual em suas estratégias de comunicação.
126
TÓPICO 3 | CRIANDO VALOR EM EVENTOS COM COMUNICAÇÃO
127
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
128
TÓPICO 3 | CRIANDO VALOR EM EVENTOS COM COMUNICAÇÃO
O artigo 3° da lei trata de onde a lei é aplicada, e entre eles, a lei trata
da “atividade de tratamento de dados que tenha por objetivo e oferta ou o
fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de indivíduos
localizados no território nacional” (BRASIL, 2018, s.p.). Além disso a lei deixa bem
claro no artigo 5°, o que considera dado pessoal, dado pessoal sensível, banco de
dados, e os envolvidos no processamento de dados, como titular, controlador,
operador, encarregado, agentes de tratamento.
DICAS
129
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
130
TÓPICO 3 | CRIANDO VALOR EM EVENTOS COM COMUNICAÇÃO
DICAS
131
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Além disto, o Capem prevê que o remetente que pretender enviar e-mail
marketing deverá divulgar em seu website a “Política de privacidade e de uso
de dados” adotada com seus clientes e usuários. O Código também prevê que
os responsáveis por páginas web poderão disponibilizar aos seus visitantes
recurso para envio de mensagens com conteúdo da página web visitada para
destinatários de seu relacionamento, desde que sejam observadas as seguintes
condições: o conteúdo a ser enviado deverá ser escolhido pelo visitante da
página web, poderá existir campo que possibilite ao visitante inserir comentários
ou outras informações que julgar pertinentes e sobre as quais assumirá inteira
responsabilidade; processo de uso do recurso para envio de mensagens pelo
visitante para um destinatário de seu relacionamento não gera relacionamento
(Soft Opt-in) entre o responsável da página web e este destinatário e não autoriza
o envio de qualquer mensagem subsequente a esse destinatário (CAPEM, 2010).
DICAS
132
TÓPICO 3 | CRIANDO VALOR EM EVENTOS COM COMUNICAÇÃO
Turchi (2018, p. 88) adverte “As empresas que não seguirem a determinação
sugeridas pelo Capem poderão ser advertidas e até penalizadas”. É sempre
bom lembrar que os melhores resultados em e-mail marketing são aqueles que
seguem os princípios de marketing de permissão (TURCHI, 2018). Neste sentido,
deve-se sempre lembrar que o cliente é o ponto central de toda a atividade da
organização e com a comunicação não é diferente, as organizações devem focar
suas atividades em atender às necessidades dos clientes. Uma postura ética
valoriza os profissionais, a organização onde atuam, além de valoriza toda a classe
profissional, assim é imprescindível que os profissionais de eventos exerçam suas
profissões de forma ética.
133
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Carol Soares
Franklin Costa
Marketing de influência:
é um tipo de marketing orientado pela
contratação de personalidades, influenciadores
ou celebridades para exercer influência sobre
potenciais compradores.
FOTO: Bruna Marquezine no Lollapalooza 2017 // FOTO: as modelos Alessandra Ambrosio, Izabel
@brunamarquezine Goulart, Talita Correa e Ludi Delfino no Coachella
2018 // @alessandraambrosio
134
TÓPICO 3 | CRIANDO VALOR EM EVENTOS COM COMUNICAÇÃO
135
UNIDADE 2 | DECISÕES DE COMUNICAÇÃO EM EVENTOS
Ao convidar influenciadores digitais para um evento, você não está apenas
tornando-o mais memorável para aqueles que o frequentam, mas também fazendo
dele mais desejado para aqueles que não estavam lá. Procurar influenciadores usando
hashtags (#) que tenham a ver com a proposta do evento é uma boa dica para quem
deseja compilar uma lista de potenciais influencers para cada tipo de evento.
136
TÓPICO 3 | CRIANDO VALOR EM EVENTOS COM COMUNICAÇÃO
FONTE: <https://blog.sympla.com.br/como-grandes-festivais-tem-usado-influenciadores-
digitais-em-seu-marketing/>. Acesso em: 27 nov. 2019.
137
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A interação antes, durante e após o evento, pode ser realizada com uma
cobertura real time, incentivar os participantes do evento a falarem do evento
durante sua participação.
CHAMADA
138
AUTOATIVIDADE
139
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I – IV – II – III.
b) ( ) IV – II – I – III.
c) ( ) IV – III – I – II.
d) ( ) III - I – II – IV.
140
UNIDADE 3
TÉCNICAS DE ORATÓRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
141
142
UNIDADE 3
TÓPICO 1
FUNDAMENTOS DA ORATÓRIA
1 INTRODUÇÃO
Como verificamos até aqui, a comunicação é imprescindível para o sucesso
profissional e pessoal. Para o profissional de eventos é importante também
dominar a arte de falar para plateias. Falar em público é um medo que acomete
a grande maioria da população, muitas vezes descobrimos que grandes oradores
têm medo de falar em público, mas como eles conseguem superar esse medo e se
comunicar tão bem? Provavelmente eles estudaram muito e aprenderam técnicas
de oratória.
143
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
como “sabedoria aparente mas não real”, pois os sofistas ensinavam a argumentar
sobre qualquer tema, mesmo a partir de argumentos não válidos, ou seja, não
buscavam a verdade. Os sofistas pretendiam vencer as discussões a qualquer
custo, e faziam isso pelo refinamento da arte da palavra, sem preocupação com a
verdade que, segundo eles, é relativa conforme lugar e tempo em que o homem
esteja inserido (MAGALHAES, 2017). Assim, para os sofistas a verdade era criada
a partir das palavras.
Bem, já tratamos dos sofistas, dos gregos, mas os romanos também tiveram
uma importante participação neste contexto. O estadista romano Marcus Cícero
(106 a 43 a.C.) é considerado um dos maiores oradores, sua carreira de orador se
estendeu por mais de 40 anos (MAGALHÃES, 2017; RIBEIRO, 2017). No período
144
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DA ORATÓRIA
em que Cícero viveu em Roma, a oratória atingiu seu auge, principalmente pelas
condições políticas que propiciavam os debates e do pouco acesso da população
à escrita (RIBEIRO, 2017). D’ Addario (2015) explica que a cultura de Roma era
baseada na oralidade.
145
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
ATENCAO
146
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DA ORATÓRIA
3 TIPOS DE ORADORES
D’Addario (2015) explica que qualquer pessoa é alvo de exposição sempre
que tem de falar em público, seja no âmbito acadêmico, empresarial ou nos meios
de comunicação ou quaisquer outros espaços. Para enfrentar essas situações, o
conhecimento das técnicas de comunicação oral ajuda a enfrentar as mais variadas
situações de forma eficaz e segura. O autor cita alguns tipos de oradores, vamos
ver quais são?
• O orador lógico: não obtém efeito imediatos, mas é mais duradouro que a
emoção e tem maior influência sobre o pensamento das massas.
• O orador emotivo: obtém efeitos imediatos nas massas, embora sejam pouco
duradouros.
• O orador lógico e emocional: é o tipo ideal de orador, pois um bom discurso
deve conter tanto os aspectos da lógica quanto da emoção, assim o orador deve
conhecer o seu público e recorrer aos seus sentimentos. “A proporção a utilizar
depende do público para quem é feita a intervenção” (D’ADDARIO, 2015, p. 27).
• O orador presumido: neste caso o orador desfruta ouvindo-se a si próprio e
fala para exibir as suas capacidades, mais do que para apresentar suas ideias.
• O orador vaidoso: faz da sua palavra um desfile, nunca ou raramente utiliza
uma palavra do vocabulário corrente, se conseguir irá substituí-la por um
termo mais rebuscado e deleita-se com a utilização de expressões complexas e
frases rebuscadas.
• O orador superficial: emite palavras com pouco ou nenhum significado, salta
de um assunto para outro deixando a plateia confusa e conclui abruptamente
o discurso com “bem, creio que não tenho mais nada a dizer”.
• O orador introvertido: é o tipo de orador que pode ter uma grande quantidade
de ideias bem organizadas e estruturadas, no entanto, se dirige ao teto ou ao
chão para falar, também fala com um tom de voz fraco e monótono, não se
esforçando para ser ouvido ou compreendido.
• O orador tímido: este tipo se envergonha com as próprias palavras, encolhe-
se perante a plateia tanto na voz como no gesto e parece estar embaraçado e
hesitante.
147
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
Medo Descrição
Pura e simples insegurança. Um sentimento que se expressa
Medo de si através da pergunta mental: “por que estou fazendo isto? Como
é que vim parar nesta situação”?
A lembrança, mesmo subliminar, de velhos fracassos, quando
Reflexos do passado
alguém riu de você ou o ridicularizou.
Excesso de preocupação com O questionamento da nossa autoridade para falar diante de um
o que os outros pensam grupo. O medo do julgamento do outro sobre você.
O sentimento apavorado de que a palestra precisa ser melhorada,
Má preparação
completamente refeita ou mesmo descartada.
Falta de coragem O medo de fazer algo diferente, de se deparar com o inesperado.
Falta de encorajamento dos Os outros dizem: “Se não conseguir, não tem problema. Você
outros pode não tentar”.
148
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DA ORATÓRIA
DICAS
O filme O Discurso do Rei, trata do medo que o Rei George VI (pai da Rainha
Elizabeth II) tinha em falar em público por causa de sua gagueira e como ele superou este
problema. Se você ainda não assistiu, assista!
O medo faz parte da nossa vida, o que não podemos fazer é deixa-lo
nos bloquear e impedir de tentar novamente, afinal a comunicação é um ponto
crucial em qualquer função em eventos e em outras áreas também. E para ajudar
esse processo o treino é fundamental, quanto mais você falar em público, mais
consciência você terá dos seus pontos fortes e fracos e como fazer para melhorá-los.
149
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
Objetivo Descrição
Ensinar e aprender Transmitir conhecimentos e outros e adquiri-los nas deliberações.
Convencer outros de que as nossas opiniões são aquelas que valem e
Persuadir
defende-las de acordo com a ação.
Comover Desencadear determinados sentimentos, paixões ou emoções.
Desencadear por intermédio da palavra um sentimento de prazer na alma
Agradar
do outro.
151
AUTOATIVIDADE
1 Explique por que a oratória foi tão importante para os gregos e romanos.
I- Orador lógico.
II- Orador emotivo.
III- Orador vaidoso.
IV- Orador introvertido.
( ) Não gosta de utilizar palavra do vocabulário corrente, mas sim substituí-la por
um termo mais rebuscado, utiliza expressões complexas e frases rebuscadas.
( ) Não obtém efeito imediatos, mas tem maior influência sobre o pensamento
das massas.
( ) Obtém efeitos imediatos nas massas, embora sejam pouco duradouros.
( ) Pode ter uma grande quantidade de ideias bem organizadas e estruturadas,
no entanto, não se dirige ao público, também não se esforça para ser ouvido
ou compreendido.
152
UNIDADE 3
TÓPICO 2
PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA
1 INTRODUÇÃO
Um bom profissional precisa saber falar em público, isso não é mais um
luxo é uma necessidade. Para muitos, falar em público ainda causa arrepios, seja
em uma reunião de trabalho, ou para uma grande plateia o problema é sempre o
mesmo, o medo.
Grande parte deste problema é porque muitos não se preparam para falar,
não sabem organizar suas ideias, mas para isso existem as técnicas de oratória
que podem ajudar. D’Addario (2015) explica que o discurso é o objetivo mais
abrangente dirigido por um indivíduo a outro ou outros, é a exposição oral de
uma determinada extensão feita geralmente com o objetivo de persuadir, e que
ela é constituída por três aspetos: a) assunto: conteúdo do discurso; b) o orador;
e c) o auditório.
2 CONSTRUÇÃO DO DISCURSO
Com base em D’Addario (2015) iremos detalhar os três aspectos para a
construção do discurso, ou seja, o assunto, o orador e o auditório. Antes, vamos
relembrar dos elementos da comunicação que verificamos na Unidade 1 (Figura
1 – Elementos do processo de comunicação) e fazer a relação com os três aspectos
para a construção do discurso.
153
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
2.1 O AUDITÓRIO
O orador precisa conhecer o público para montar seu discurso, pois
tudo precisa ser feito pensando nas características e nas aspirações da plateia
(POLITO; POLITO, 2015). O objetivo do orador é obter uma reação desejada
do público, para isso, o orador precisa ser centrado no público (LUCAS, 2014).
O autor esclarece que, a partir de três perguntas sobre o público, o orador irá
desenvolver seu discurso:
154
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA
Aspecto Descrição
A idade dos ouvintes constitui um dos aspectos de maior importância para a
escolha do tipo de enfoque que o orador dará ao assunto tratado, do vocabulário a
ser utilizado e até mesmo da sua postura. Cada faixa de idade precisa ser encarada
dentro do seu prisma peculiar e de acordo com o interesse que ela possui.
Para o público jovem é necessário demonstrar vibração com o tema, agir como
se fosse um deles, naturalmente, sem transparecer falsidade ou demagogia,
trata-los como pessoas importantes, sem menosprezar a evidente falta de
experiência daqueles que ainda não tiveram chances de percorrer todos os
caminhos possíveis. É necessário tratá-lo com respeito e valorizando suas ideias.
Para o público adulto é necessário não só levar em consideração a idade, é preciso
Idade
estar atento a todos os aspectos do público, verificar se o seu comportamento e
sua formação estão de acordo com a idade que aparentam, isso porque a idade
proporciona a todos os indivíduos a oportunidade de fortalecer a experiência e
desenvolver o aprendizado, mas não significa que todos conseguem aproveitá-la,
assim, não é por serem adultos que todos agirão da mesma forma.
Para o público idoso é necessário tomar cuidado com as mensagens que falam
do futuro, das realizações do amanhã, os idosos são geralmente saudosistas,
alicerça as razões da sua existência nos feitos do passado e abandona as ideias
de progresso. É um público crítico e não são muitos os assuntos que podem
surpreendê-lo e ele.
A sensibilidade feminina é sempre mais aflorada, o estilo da composição, o
adorno do vocabulário, a musicalidade da voz encontrará maior receptividade
Gênero no público feminino. Caso o orador seja homem, é necessário evitar diante de
públicos masculinos e femininos atitudes efeminadas, pois esse procedimento
artificial, afetado, poderá irritar o auditório e colocar o público contra o orador.
Esse é um aspecto relevante na análise do público a ser conquistado.
O público despreparado intelectualmente não compreende as mensagens com
facilidade, pela falta de informação e pelo escasso vocabulário, não acompanha
uma linha de raciocínio que exige muita concentração e requer vários princípios
para atingir a conclusão. Aprecia mais os enfoques emocionais, é influenciado
pelo tom de voz e pelos gestos do orador, é um público mais vulnerável à
demagogia e às artimanhas do jogo das palavras. Para esse público é necessário
transmitir a mensagem da forma mais clara possível, recorrer a ilustrações, pois as
Nível
histórias ajudam no entendimento, é necessário repetir os conceitos importantes
sociocultural
e mostrar de forma evidente a conclusão do raciocínio.
Já o público culto, normalmente é mais frio e disciplinado, é mais crítico e não se
deixa iludir com facilidades por artimanhas verbais ou abordagens demagógicas.
Pode ser influenciado por razões, raciocínios, lógica, mesmo que a forma de
pensar seja diferente da do orador.
Quando o orador encontrar uma plateia com a mescla dos dois públicos,
é aconselhável ele planejar o seu discurso para o público despreparado
intelectualmente
Ambiente, As pessoas quando estão bem instaladas, não se incomodam em ficar ouvindo
Acomodação uma exposição por um pouco de tempo mais prolongado. Ao contrário, quando as
e Tamanho do acomodações lhe são desconfortáveis, irritam-se facilmente e perdem o interesse
auditório à menor contrariedade.
155
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
156
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA
FONTE: POLITO, R. Assim é que se fala: como organizar e transmitir ideias. São Paulo:
Benvirá, 2017.
2.2 O ASSUNTO
Para construir um discurso é necessário ter preparo e domínio do tema,
além de pensar em um discurso a partir de uma linha lógica de raciocínio,
com começo, meio e fim (POLITO; POLITO, 2015). Polito e Polito (2015, p. 19)
lembram que “de todos os atributos da comunicação, o mais importante para
você influenciar os ouvintes é o conteúdo”.
157
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
a) assunto;
b) os objetivos;
c) o público que irá participar.
• informar;
• persuadir e motivar;
• entreter;
• promover-se.
• o tamanho do auditório;
• o local onde será realizada a apresentação;
• os recursos disponíveis;
• o apoio da apresentação;
• o que ocorreu antes da sua apresentação;
• as últimas providências a serem tomadas.
FONTE: POLITO, R. Assim é que se fala: como organizar e transmitir ideias. São Paulo:
Benvirá, 2017.
158
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA
2.2.1 Introdução
Na introdução “o orador deve assinalar de forma muito breve e o mais
tranquila possível o tema que vai desenvolver” (D’ADDARIO, 2015, p. 40). São
três os objetivos da introdução no discurso: 1) conquistar a atenção; 2) romper
a resistência, e 3) cativar a disposição favorável (POLITO, 2017). Freitas (2019)
enfatiza que no início do discurso o orador terá a atenção natural dos ouvintes,
assim precisa aproveitar essa oportunidade e “prendê-los” para que o discurso
seja ouvido na integra. Esse é o momento crucial para conquistar ou não o público.
159
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
Dica Especificação
As pessoas geralmente são curiosas e quando provocadas com uma pergunta
estratégica, permanecem atentas à fala até obterem a resposta esperada. A
curiosidade será o caminho percorrido pelos seus ouvintes guiados por sua
Aposte na fala que aos poucos desvendará o mistério. Nesses primeiros minutos a plateia
curiosidade já estará tomada pela curiosidade e você terá despertado seu interesse, sua
atenção. Lembre-se de que, para utilizar esta técnica terá que analisar qual
o nível de curiosidade da plateia a respeito do assunto e qual a relação irá
fazer desse tópico com o discurso como um todo.
Um orador experiente consegue criar uma boa história com o intuito de
conseguir a atenção instantânea de sua plateia. A narrativa é fundamental
para ilustrar o discurso e aproximar o locutor de seus ouvintes. As histórias
Conte uma história
reais, próximas ao cotidiano do público são sempre as mais eficientes, pois
conseguem transportar o outro a um contexto factível, de fácil verificação
e identificação.
Uma forma simples de chamar a atenção é mostrar um objeto físico.
Automaticamente as pessoas direcionam o olhar para o orador com o intuito
Use um objeto
de visualizar o que está sendo mostrado. Esse objeto deverá ter uma relação
direta com a sua mensagem para que não pareça deslocado do texto.
No momento em que você, com a correta entonação de voz, desperta o
público com uma citação de alguém famoso, as pessoas prestam atenção na
Faça uma citação fala. A frase precisa ser emblemática ou instigante para que atinja o objetivo
de captar o público. Deve ainda ter relação direta com o seu discurso, uma
forma de ilustrar ou complementar o argumento principal.
Quando iniciar a fala proponha um discurso que inclua diretamente o
Refira-se interesse de sua plateia, algo que instigue sua curiosidade ou apresente a
diretamente ao solução para algum problema. As pessoas querem ouvir uma apresentação
público que possa agregar aos seus conhecimentos e à sua vida prática. Nunca inicie
o texto com uma teoria subjetiva que poderá cansar o seu público.
• Contar piada, pois: a) ela pode não ter graça; b) ser engraçada, por isso muito
conhecida; ou c) não ter relação nenhuma com o tema.
• Fazer perguntas quando não se deseja resposta.
• Pedir desculpas ao auditório, nem por problemas físicos ou de saúde, nem por
falta de preparo ou de conhecimento sobre o assunto. Em casos de problemas
físicos ou de saúde a plateia pode nem perceber, mas caso o orador chame
atenção ao se desculpar, ficará evidente o problema, já quanto ao conhecimento
sobre o assunto, o orador deve demonstrar autoridade sobre um assunto.
• Começar com palavras inconsistentes, evite palavras como “bem”, “bom”,
“veja bem”, “então”, “aí, então” pois não acrescentam nada ao discurso e
dependendo do número de repetições a plateia pode começar a se irritar.
• Usar chavões ou frases feitas, podem não vir a prejudicar uma apresentação,
no entanto, também não contribuem para causar um impacto positivo.
160
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA
161
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
2.2.2 Desenvolvimento
Após ter iniciado o discurso o orador precisa manter a atenção da plateia.
Ao elaborar o seu discurso, o orador precisa pensar no ritmo do discurso. Para
que o conteúdo seja exposto de forma clara para a plateia, Polito (2017) sugere
que a primeira parte do desenvolvimento seja dedicada a preparação.
162
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA
163
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
Método Descrição
Indica quando os fatos ocorreram e utiliza informações no passado, no presente
e no futuro. Ele cria um clima de interesse e expectativa nos ouvintes, que veem
Ordenação no no avanço histórico a ideia da novidade, da revelação e da surpresa. Neste
tempo método o que deve ser levado em consideração é a importância dos fatos, e não
o rigor da cronologia. Quase todos os assuntos, mesmo os mais recentes podem
ser apresentados por este método.
Indica onde os fatos ocorreram e os analisa de acordo com as circunstâncias
que os cercaram naquele local. Possibilita relacionar os fatos com a história, a
Ordenação no
cultura e os acontecimentos periféricos do local onde estão sendo considerados.
espaço
Quase todos os assuntos podem ser apresentados por meio desse método, por
mais restrita que seja sua localização geográfica.
Indica as diversas facetas que constituem o próprio assunto. A aplicação deste
Ordenação
método está subordinada, sempre, aos objetivos que o orador estabeleceu,
de natureza
e deverá decidir também a respeito da conveniência de apresentar o tema
intrínseca
discorrendo sobre suas diversas partes e suas consequentes subdivisões.
Indica os motivos que ocasionaram um determinado acontecimento. Nem
sempre é possível identificar as causas com facilidade, e uma interpretação
incorreta pode comprometer a sua credibilidade como orador, pois, mesmo que
o fato seja verdadeiro, se a razão apresentada não encontrar respaldo em dados
Ordenação de verídicos ou prováveis, poderá levar o público a supor que toda a mensagem
causa e efeito seja falsa. Esse método tem grande força de persuasão, porque, ao estabelecer
e provar que um fato ocorreu com base em uma determinada causa, o orador
estará naturalmente robustecendo seu trabalho de convencimento.
Ao estabelecer a relação de causa e efeito, o orador poderá considerar aspectos
econômicos, sociais, culturais e políticos.
Consiste em analisar os dois lados de uma ideia, para tomar ou não partido
de um deles. Decidir-se por abordar um assunto apresentando suas vantagens
ou desvantagens dependerá sempre do tipo de público. Se a plateia comunga
com o posicionamento do orador, será necessário referir-se ao lado da questão
de que se discorda, a não ser que o objetivo seja armar os ouvintes com dados
que lhes permitam defender sua ideia. Caso a plateia tenha opinião diferente
do orador, será conveniente expor os dois lados, para demonstrar que conhece
o problema na sua plenitude e, por isso, tem autoridade para opinar sobre a
Ordenação
questão. Caso o público não tenha opinião formada o orador pode: 1) quando
pelos prós e
os ouvintes são pessoas bem preparadas: colocar os dois lados da questão e, no
contras
final, esclarecer por que é favorável a um deles; ou 2) quando os ouvintes não
são tão preparados: conviria discorrer sobre os dois lados, porque, tendo eles,
em geral, dificuldade de entendimento, poderiam ficar confusos na conclusão
do raciocínio. Além disso, muito provavelmente não teriam condições de supor
a existência de um outro lado da questão a ser analisado. A opinião do orador
pode ser dada de forma sutil, ou seja, pela entonação da voz. Ao falar mais
entusiasmado sobre o lado que gostaria de ver vitorioso, é possível que esteja
também influenciando a opinião do público.
Consiste em revelar aos ouvintes que o orador já passou por situações
semelhantes àquela que está sendo vivida, ou que, no passado, já teve o mesmo
posicionamento que eles têm hoje. Em qualquer um dos casos, a tática é informar
Ordenação pela
como você foi mudando a sua opinião e quais razões o levaram a agir do modo
experiência
como faz hoje. Esse método pode ser utilizado nos casos em que não exista
posição contrária da plateia. O relato da experiência serviria para mostrar como
você amadureceu as ideias e se posicionou com sua linha de pensamento.
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TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA
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UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
2.2.3 Conclusão
O orador precisa ter como meta conseguir concluir as ideias apresentadas
na introdução e que foram desenvolvidas durante o discurso para que não fique
nenhuma dúvida, todas as ideias precisam estar alinhadas (D’ADDARIO, 2015).
No entanto, Polito (2017) lembra que a conclusão deve ser apresentada em um
tempo menor do que o utilizado para a introdução.
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TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA
Dica Especificação
É um dos formatos mais utilizados e apesar de não parecer leva o público à
Levantar uma
ação. Depois de expor as ideias o orador pede ao auditório que reflita, assim os
reflexão
ouvintes poderão chegar às conclusões pretendidas pelo orador.
Não basta apenas persuadir os ouvintes. Mais importante do que isso é levá-
los à ação. No entanto o orador deve orientar o público exatamente sobre o
Pedir Ação
que pretende ver realizado. Esse recurso deve ser usado somente quando tiver
certeza de que os ouvintes estejam propensos à ação.
Agradecer a oportunidade de ser ouvido é uma forma positiva de terminar o
Agradecimento discurso, além de demonstrar humildade com relação à plateia. Nesse caso, a
sinceridade é fundamental para que o texto surta o efeito esperado.
Poderá o texto ser finalizado com uma piada ou história lúdica para que a
sensação final dos interlocutores seja de alegria e satisfação. O orador pode
Humor
utilizar de algum fato bem-humorado que foi observado durante o discurso,
quanto mais espontâneo o fato bem-humorado melhor.
Citar uma frase de autor célebre reforça as afirmações feitas durante o discurso,
além de servir como elemento de credibilidade para o orador. Essa estratégia
Citação
permite que uma frase de efeito leve o público à uma reflexão final que tenha
coerência com o discurso como um todo.
167
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
• Não usar mais emoção do que o público está preparado para sentir.
• Resistir à tentação de falar e parar quando já estiver encerrado a mensagem.
• Ao terminar, o orador não deve ficar aguardando que os aplausos acabem,
deve deixar a tribuna enquanto ainda estiverem aplaudindo.
• O orador precisa planejar sua saída da tribuna com antecedência, sabendo
antes se irá voltar à mesa de honra, se irá sentar-se na plateia, ou se continuará
em pé na frente do auditório.
• Mesmo que o orador não tiver gostado da apresentação, não deve contar ou
demonstrar esse fato aos ouvintes, muito menos pedir desculpas, é preciso sair
da tribuna como se tivesse proferido um grande discurso.
• O orador nunca deve encerrar com palavras hesitantes ou frases fracas, é
necessário terminar com vigor, se for um final triste, baixe o volume da voz
para demonstrar o sentimento de tristeza, se for alegre ou empolgante, eleve
a intensidade para demonstrar essa mensagem, e faça isso principalmente na
última frase.
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TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA
Dica Especificação
Você deve eleger o conteúdo central do seu texto e verificar as melhores formas
de abordá-lo. Deve conhecer bem o assunto para que consiga apresentar uma
O que vou falar
maior complexidade de informações e ter firmeza ao se deparar com perguntas
dos ouvintes.
Prepare o discurso conforme a plateia. Estudar o público é importante para
compreender qual a melhor forma de atingir seus objetivos por meio da fala.
A quem vou
Por exemplo: se for ministrar uma palestra para estudantes do ensino médio,
falar
o nível da linguagem deverá ser menos formal que para estudantes do curso
de Direito.
A forma que escolho para discursar, abordar o tema, pode ser o diferencial da
minha comunicação, define a minha fala. Atualmente, as pessoas procuram
Como vou falar
usar recursos midiáticos para chamar a atenção do público, como exibir fotos,
frases, vídeos, artifícios que complementam o significado do texto.
A articulação com o tempo é primordial para o sucesso da apresentação.
É necessário preparar o conteúdo de acordo com a quantidade de tempo
Quanto tempo disponível, pois para se conseguir um bom discurso é preciso que a plateia
irei falar perceba o começo, o meio e o fim da fala. Geralmente quando o tempo é
mal utilizado percebemos uma supressão do conteúdo e principalmente da
finalização, o que compromete a qualidade do orador
A articulação com o tempo é primordial para o sucesso da apresentação.
É necessário preparar o conteúdo de acordo com a quantidade de tempo
disponível, pois para se conseguir um bom discurso é preciso que a plateia
Onde vou falar
perceba o começo, o meio e o fim da fala. Geralmente quando o tempo é
mal utilizado percebemos uma supressão do conteúdo e principalmente da
finalização, o que compromete a qualidade do orador.
169
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
Por outro lado, segundo Fernando Duarte, se o erro for algo simples,
relacionado ao seu planejamento, como a ordem da palestra ou uma
informação que você gostaria de ter falado antes e se esqueceu, por exemplo,
não é necessário corrigir ou revelar e sim apenas citar a parte “esquecida”
quando lembrar ou na hora das perguntas e respostas. “Se for importante
alguém perguntará algo relacionado e você poderá colocar nesse momento
essa informação”, aconselha.
DICAS
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TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS DA ORATÓRIA
AUDITÓRIO DISCURSO
• Idade 1 → Introdução
• Gênero • Duração
• Nível Sociocultural • Relação com o assunto
• Ambiente, acomodação • Vocativo
e tamanho do auditório 2 → Desenvolvimento
• Expectativa e linha de • Preparação
pensamento ◦ Proposição
• Preparo dos ouvintes ◦ Narração
◦ Divisão
• Assunto Central
◦ Confirmação
◦ Refutação
3 → Conclusão
• Recapitulação
• Epílogo
FONTE: A autora
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RESUMO DO TÓPICO 2
• O orador precisa conhecer o público para montar seu discurso, pois tudo
precisa ser feito pensando nas características e nas aspirações da plateia. Para
conhecer o público precisa fazer um levantamento sobre: a idade, o gênero,
o nível sociocultural, o ambiente, acomodações e tamanho do auditório,
expectativa e linha de pensamento e preparo dos ouvintes.
172
AUTOATIVIDADE
1 Entre esses dois públicos, a qual deles você preferiria se dirigir? Justifique a
sua resposta.
I- Introdução.
II- Desenvolvimento.
III- Conclusão.
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UNIDADE 3
TÓPICO 3
A POSTURA DO ORADOR
1 INTRODUÇÃO
Um bom orador além de se preocupar com o público e com o discurso,
deve também se preocupar com a sua postura. Não vale de nada uma plateia super
interessada em ouvir o orador e um orador que entende muito sobre o assunto
que será tratado, se ele falar baixo, não pronunciar as palavras corretamente, ou
ter um posicionamento de medo perante o público. Tão importante quanto o
conteúdo é a postura do orador. E essa postura deve estar alinhada com o público
e com o discurso. Desta forma, iremos apresentar neste tópico alguns elementos
que o orador deve levar em consideração ao se preparar para falar em público.
Freitas (2019, p. 13) enfatiza que “os gestos são uma importante parte de
nossa fala, de nossa expressão enquanto oradores. Eles possuem diversas funções,
mas a principal é engrandecer um discurso”. A autora explica que os gestos são
algo natural do ser humano e para que essa naturalidade esteja presente no
discurso é necessário que o orador saiba qual é a sua característica quando fala,
se gesticula muito ou é contido. Você já reparou como você utiliza suas mãos para
falar no dia a dia? Para isso, Freitas (2019) sugere que o orador pratique na frente
do espelho, ou faça uma gravação do seu discurso para depois analisá-lo e assim
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TÓPICO 3 | A POSTURA DO ORADOR
DICAS
Imagem 1 Imagem 2
177
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
178
TÓPICO 3 | A POSTURA DO ORADOR
2.4 A VOZ
Polito e Polito (2015) explicam que não necessariamente um bom orador
tem uma voz bonita, mas um bom orador precisa demonstrar personalidade ao
se expressar. Para os autores é necessário demonstrar personalidade, mas sem
agredir os ouvidos da plateia, é preciso falar em um volume um pouco acima
do que seria suficiente para que possa ser ouvido. Os autores explicam que esse
tom um pouco acima demonstra de forma mais clara a disposição do orador, seu
envolvimento e seu interesse pelo tema da exposição.
E
IMPORTANT
Faça uma autoanálise, gravando-se lendo um texto. Quais sons você não
pronuncia bem e quais são suas dificuldades de pronúncia? Algumas palavras que você usa
todo dia podem estar sendo expressadas de forma incorreta, com a autoanálise você pode
melhorar nesta questão e realizar as correções, caso seja necessário.
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UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
falam mais rápido outros mais devagar. A autora explica que, caso o orador fale
muito rápido é necessário se educar e aprender a fazer as pausas necessárias que
o discurso exigir. Já no caso de a fala ser devagar, é necessário inserir um ritmo
mais forte quando o discurso assim necessitar.
Então, para que o orador utilize a voz de forma adequada Freitas (2019)
sintetiza:
1- falar em voz alta, pois se o discurso não for audível não cumprirá sua função;
2- falar pausadamente, ajuda a controlar o nervosismo;
3- ajustar o volume da voz, é necessário adequar o volume da voz (falar mais
alto e mais baixo, mais depressa e mais devagar), de acordo com o texto, isso
ajudará a não deixar o discurso monótono;
4- fazer pausas, elas ajudam a realçar o discurso e trazer emoção;
180
TÓPICO 3 | A POSTURA DO ORADOR
5- aprimorar a dicção, pois quanto mais clara for a pronúncia das palavras
mais facilmente as pessoas irão compreender as informações e passará maior
credibilidade pelo preparo;
6- imprimir ritmo, ou seja, quão rapidamente o orador articula as palavras e sons,
o ritmo deverá obedecer a naturalidade do discurso;
7- gravar a voz, apesar da maioria das pessoas não gostar de ouvir a sua própria
voz, é necessário que o orador se acostume com a própria voz gravada, pois
com o tempo irá se familiarizar com ela e assim perceber as melhorias que são
necessárias;
8- adequar o tom da voz, entonar bem é falar no tom certo, é necessário variar os
tons para que não se caia na rotina e monotonia.
DICAS
Use a dica de Debastiani (2005) para evitar pleonasmos. Elabore uma lista de
pleonasmos, procure na internet quais são os principais, e leia com frequência. Ao fazer
isso você irá memorizá-los, evitando assim que inocentemente e inadvertidamente você
os use.
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UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
182
TÓPICO 3 | A POSTURA DO ORADOR
DICAS
Polito (2005, p. 120) lembra que se o orador “tiver dúvidas sobre a roupa que
deverá usar em determinada circunstância, muito provavelmente ficará inseguro e
pouco à vontade diante do público”. Ao se vestir de acordo com a ocasião o orador se
sentirá à vontade e utilizará sinais para se identificar com a plateia.
Além disso Polito (2005) dá uma dica muito interessante, o orador deve
fazer as considerações necessárias para escolher a melhor roupa para a ocasião,
no entanto ele sempre deverá levar em consideração o seu estilo de se vestir. Não
adianta estar com uma roupa adequada, mas que não diz nada sobre o orador.
Ter seu estilo também ajudará o orador comunicar as pessoas quem ele é, afinal a
aparência também fala.
Como verificamos até aqui, o orador precisa estar atento a uma série de
detalhes que farão toda a diferença para um bem sucedido discurso, no entanto,
Polito e Polito (2015) lembram que tudo deve ser realizado com naturalidade,
todos os elementos que verificamos (contato visual, utilização das mãos, exposição
perante o público, a voz, a roupa), devem ser combinados de forma harmoniosa
e natural. “Quanto mais espontânea for sua maneira de se comunicar, mais
confiança sentirá e mais respeito e admiração terá do público” (POLITO; POLITO,
2015, p. 22). Para finalizarmos este subtópico, veja 20 conselhos que D’Addario
(2015) dá para falar em púbico.
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UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
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TÓPICO 3 | A POSTURA DO ORADOR
FONTE: A autora
185
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
NOTA
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TÓPICO 3 | A POSTURA DO ORADOR
187
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
FONTE: <https://contigo.uol.com.br/noticias/ultimas/como-mestre-de-cerimonia-camila-
pitanga-comparece-a-festival-de-cinema-frances-no-rio.phtml>. Acesso em: 31 dez. 2019.
DICAS
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TÓPICO 3 | A POSTURA DO ORADOR
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UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Reinaldo Polito
Raquel Polito
São aquelas circunstâncias em que você já foi avisado de que vai usar a
palavra diante do grupo, mas precisa aguardar que outras pessoas se apresentem,
ou que diversas partes de uma programação sejam cumpridas.
Com apenas alguns minutos para se preparar, não cai na besteira de agir
como se estivesse defendendo uma tese e tentar fazer uma conferência sobre o
tema de sua apresentação. Não é hora para grandes voos oratórios; ao contrário,
nessa circunstância, você precisa manter os pés no chão, cumpri bem seu papel e
transmitir uma mensagem simples e objetiva, no menor tempo possível.
190
TÓPICO 3 | A POSTURA DO ORADOR
Alguns temas são mais apropriados pelo fato de, em geral, poderem ser
facilmente associados à maioria dos assuntos. Por exemplo, suas viagens mais
interessantes de negócios ou de lazer e filmes que considera marcantes por terem
propiciado momentos de reflexão e aprendizado.
191
UNIDADE 3 | TÉCNICAS DE ORATÓRIA
Fique atento e observe bem que noções possibilitam essa ligação. Você
verá que, em alguns casos, essa progressão será efetuada por uma palavra ou
expressão logo no início do assunto. Em outros, somente no fim. E em outros,
ainda, em nenhum momento, pois poderá apenas ser deduzida – ou seja, embora
a palavra nem seja mencionada, o conceito estará implícito no raciocínio.
Além dos assuntos que você conhece com profundidade e que servem
como suporte para o desenvolvimento do tema da reunião, outro recurso bastante
útil para ajudá-lo a planejar sua apresentação em pouco tempo é prestar muita
atenção tanto no que os demais oradores dizem quanto nos desafios do evento.
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TÓPICO 3 | A POSTURA DO ORADOR
FONTE: POLITO, R.; POLITO, R. 29 minutos para falar bem em público: e conversar com
desenvoltura. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.
193
RESUMO DO TÓPICO 3
• O orador deve manter contato visual com todos da plateia, isso irá ajudá-lo a
receber o retorno do público e também valorizar a presença dos ouvintes.
CHAMADA
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AUTOATIVIDADE
I- Cacofonia.
II- Pleonasmo.
III- Gírias.
196
REFERÊNCIAS
ALLEN, J. et al. Organização e gestão de eventos. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
197
EGGER, L. M. Comunicação corporativa: a disputa entre a ficção e a
realidade. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 3.0: as forças que estão
definindo o novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier,
2010.
198
LUPETTI, M. Gestão estratégica da comunicação mercadológica:
planejamento. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014.
ORTEGA, M. Ação comum entre pessoas. In: PELAJO, C.; SITA, M. (Orgs.). Ser
+ em comunicação. São Paulo: Ser Mais, 2012.
POLITO, R. Assim é que se fala: como organizar e transmitir ideias. São Paulo:
Benvirá, 2017
199
POLITO, R. Como falar corretamente e sem inibições. São Paulo: Benvirá, 2016.
RONCK IN RIO. Saiba tudo sobre acessibilidade. 2018. Disponível em: https://
rockinrio.com/rio/pt-BR/novidades/saiba-tudo-sobre-acessibilidade/. Acesso em:
28 nov. 2019
SILVA, M. V. da. Oratória e seu poder. In: PELAJO, C.; SITA, M. (Orgs.). Ser +
em comunicação. São Paulo: Ser Mais, 2012.
200
SOLOMON, M. R. Comportamento do consumidor: comprando, possuindo e
sendo. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
201