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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

JONATHAS CHAVES DUARTE


GUILHERME ALVES TELES
CRISTIANO JÚNIOR VALERIANO ROCHA

PROJETO DE PESQUISA:
O transexual como vítima de feminicídio e de violência doméstica

CONTAGEM
2021
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

JONATHAS CHAVES DUARTE


GUILHERME ALVES TELES

PROJETO DE PESQUISA:
O transexual como vítima de feminicídio e de violência doméstica

Trabalho individual apresentado ao Curso de Direito,


como parte dos requisitos necessários à obtenção do
conhecimento inerente ao tema da Utilização da Lei Maria
da Penha para Salvaguardar os Direitos dos transexuais
vítimas de feminicídio e violência doméstica

Professor: Dimas Antônio de Souza

CONTAGEM
2021

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SUMÁRIO

1. Introdução................................................................................................4
2. Problematização ......................................................................................7
3. Objetivos..................................................................................................7
4. Justificativa .............................................................................................. 7
5. Metodologia. ............................................................................................ 8
Referências Bibliográfica .............................................................................. 9

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1. Introdução

Sabe-se que a violência contra a mulher, seja no âmbito da violência doméstica


ou por razões da condição de sexo feminino, gera um imenso clamor social que exige
políticas públicas destinadas à solução deste problema.
Nesse sentido, ao longo dos anos algumas leis foram editadas em prol desta
causa, entre elas, a lei 11.340/2006, (Lei Maria da Penha) (BRASIL, [2006]) e a lei
13.104/15 (BRASIL, 2015) que criou a qualificadora do feminicídio, ou seja, o
homicídio praticado contra a mulher por razões da condições de sexo feminino.
Essas modificações legislativas estão em conformidade com a Convenção
Interamericana Para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, a
“Convenção de Belém do Pará”, aprovada pelo Congresso Nacional por meio do
Decreto Legislativo nº 107/1995 (BRASIL, 1995), e incorporada ao ordenamento
jurídico pelo Decreto nº 1973/1996 (BRASIL, 1996). Este decreto define o que é
violência contra a mulher, quais são as suas modalidades, e atribuem ao Estado o
dever de proteção.
Com o advento da Lei nº 13.104, de 09 de março de 2015, foi incluído o inciso
VI e §2-A no artigo 121 do Código Penal prevendo a qualificadora do feminicídio, in
verbis:

Homicídio qualificado
§ 2o Se o homicídio é cometido:
[...]
Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
[...]
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o
crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (BRASIL, 2015).

Observa-se que para a configuração da qualificadora do feminicídio é


importante que o homicídio se dê no âmbito da violência doméstica ou em razão da
condição de sexo feminino, não bastando simplesmente que seja praticado contra
uma mulher em qualquer circunstância.

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2. PROBLEMATIZAÇÃO
O presente trabalho versa sobre a possibilidade, ou não, de se
aplicarem a qualificadora do feminicídio e a Lei Maria da Penha às vítimas
transexuais. Com esse intuito, diversos entendimentos doutrinários e
jurisprudenciais acerca do caso são apresentados e discutidos.

3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Gerais
Concluir com a presente discussão a possíbilidade da aplicação tanto
da Lei Maria da Penha quanto da qualificadora do feminicídio aos transexuais que
já tiveram o nome e o gênero modificados no cartório, pois são considerados
“mulher” para o Direito.

3.2 Objetivo Específicos:


• Explorar as consequências desta violência
• Compreender os benefícios da aplicação da Lei Maria da Penha aos
transexuais.
• Focar no ativismo jurídico e na dignidade da Pessoa Humana
• Analisar aqualificadora do Feminicídio

4. JUSTIFICATIVA

Primeiramente, vale esclarecer que o sujeito passivo desta


qualificadora só pode ser uma mulher, independentemente de sua idade ou
orientação sexual, tendo em vista a descrição do tipo penal quando traz a
expressão “sexo feminino”.

Diante disso, perguntamos: pode um transexual que optou pela


mudança do sexo masculino para o sexo feminino ser vítima de feminicídio? Esta
questão provoca inúmeros debates no mundo acadêmico.

Antes de qualquer coisa, vale dizer que não podemos confundir o


transexualismo com o homossexualismo, sendo este último a mera atração sexual
por pessoas do mesmo sexo, e este não constitui o objeto de estudo deste artigo.

Para a Medicina o transexualismo é considerado um desvio


psicológico de identidade sexual que, inclusive, é objeto de algumas Resoluções
do Conselho Federal de Medicina (1997, 2002, 2010) (RES CFM nº. 1.482/1997;
RES CFM nº. 1.652/2002; RES CFM nº. 1.955/2010). Este possui como traços o 5
desconforto com o sexo biológico natural, o desejo expresso de eliminar os órgãos
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genitais e de trocar as características físicas do próprio sexo para as do sexo


oposto.

Em sua obra de Medicina Legal, o autor Genival Veloso de França


ensina que o transexualismo é

[...] inversão psicossocial, uma aversão e uma negação ao sexo de origem,


o que leva esses indivíduos a protestarem e insistirem numa forma de cura
por meio da cirurgia de reversão genital, assumindo, assim, a identidade do
seu desejado gênero.
(...)
As características clínicas do transexualismo se reforçam com a evidência de
uma convicção de pertencer ao sexo oposto, o que lhe faz contestar e valer
essa determinação até de forma violenta e desesperada. Em geral não tem
relacionamento sexual, nem mesmo com pessoas do outro sexo, pois só
admitem depois de reparada a situação que lhe incomoda. (FRANÇA, 2012,
p. 142).

Embora tenha nascido fisicamente com um determinado sexo, o


transexual possui psicologicamente o sexo oposto, bem como a vontade de viver
como sendo do sexo oposto, seja masculino ou feminino.

Aplicando o mesmo raciocínio exposto acima, passamos ao segundo


questionamento, praticamente idêntico, no tocante à aplicação da Lei Maria da
Penha aos transexuais.

A Lei Maria da Penha surgiu para compensar as desigualdades


históricas entre homens e mulheres, trazendo diversas medidas protetivas a favor
das mulheres, bem como especificando o âmbito de sua aplicação. Este nome foi
escolhido em homenagem à Maria da Penha Maia Fernandes, que foi vítima de
tentativa de homicídio pelo próprio marido, no dia 29 de maio de 1983, sendo que,
ao longo dos anos subsequentes, as agressões não cessaram, porém, sua prisão
só se efetivou no ano de 2002.

Assim, a entrada em vigor da Lei Maria da Penha foi um grande


avanço para a proteção das mulheres vítimas de violência doméstica, estando de
acordo com as demandas internacionais quanto a esse tema.

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Retomando o questionamento objeto deste estudo: aplica-se a Lei


Maria da Penha para as vítimas transexuais, quando agredidas ou ameaçadas por
seus companheiros? Ou seja, aplicam-se as medidas protetivas de urgência às
mulheres, bem como a vedação legal à aplicação da lei 9.099/95 para as vítimas
transexuais?

Para esta pergunta encontramos a mesma divergência anteriormente


exposta, em que os doutrinadores e tribunais debatem quanto à adoção do
aspecto jurídico ou genético para o reconhecimento do gênero feminino ao
transexual, visando à aplicação ou não da Lei Maria da Penha.

Em sua doutrina, Renato Brasileiro (2016) defende a não aplicação


da Lei Maria da Penha para os transexuais, mesmo após a cirurgia de mudança
de sexo e a mudança de nome e gênero no cartório, conforme explica no excerto,
a seguir.

Aliás, a nosso juízo, ainda que um transexual se submeta à cirurgia de


reversão genital (neovagina), obtendo a alteração do sexo em seu registro de
nascimento por meio de decisão transitada em julgado, não se pode querer
equipará-lo a uma mulher para fins de incidência da Lei Maria da Penha, já
que, pelo menos sob o pomo de vista genético, tal indivíduo continua a ser
um homem. Se a Lei n° 11.340/06 é clara ao dispor que sua aplicação está
restrita à violência doméstica e familiar contra a mulher, não se pode querer
estender sua aplicação para uma pessoa que é considerada mulher apenas
sob o ponto de vista jurídico, mas que continua a ser um homem
geneticamente, sob pena de verdadeira analogia in malam partem.
(BRASILEIRO, 2016, p. 904)

Assim, o autor supracitado defende que, para o reconhecimento do


gênero da mulher, deve-se analisar tão somente o seu aspecto genético, e não o
aspecto jurídico, defendendo a não aplicação da Lei Maria da Pena para as vítimas
transexuais, sob pena de se operar uma analogia in malan partem.

Em sentido diverso, citamos um julgado do Tribunal de Justiça de


Minas Gerais que reconhece a aplicação da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha)
para os transexuais, sendo estes considerados “mulher” para fins de violência
doméstica, conforme se observa a seguir.

Para a configuração da violência doméstica não é necessário que as partes


sejam marido e mulher, nem que estejam ou tenham sido casados, já que a
união estável também se encontra sob o manto protetivo da lei. Admite-se
que o sujeito ativo seja tanto homem quanto mulher, bastando a existência
de relação familiar ou de afetividade, não importando o gênero do agressor,
já que a norma visa tão somente à repressão e prevenção da violência
doméstica contra a mulher. Quanto ao sujeito passivo abarcado pela lei,
exige-se uma qualidade especial: ser mulher, compreendidas como tal as
lésbicas, os transgêneros, as transexuais e as travestis, que tenham
identidade com o sexo feminino. Ademais, não só as esposas, companheiras,

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namoradas ou amantes estão no âmbito de abrangência do delito de violência


doméstica como sujeitos passivos. Também as filhas e netas do agressor
como sua mãe, sogra, avó ou qualquer outra parente que mantém vínculo
familiar com ele podem integrar o polo passivo da ação delituosa” (MINAS
GERAIS, 2010).

Com base no que já foi apresentado e discutido até este ponto,


podemos trazer, novamente, o entendimento dos doutrinadores Rogério Sanches
e Rogério Greco, que levam em consideração o aspecto jurídico da condição de
mulher. Portanto, podemos utilizar, nesse segundo questionamento, o mesmo
raciocínio trazido para o feminicídio.

Nessa linha de pensamento, são elucidadoras as palavras do Juiz de


Direito do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro André Nicolitt: “Enquanto o sexo
que pode ser masculino ou feminino, é um conceito biológico, o gênero, também
feminino e masculino, é um conceito sociológico independente do sexo.”
(NICOLITT, 2016, p. 575 e ss).

Observe-se que André Luiz Nicolitt (2016), que já foi membro da


banca examinadora do concurso público de Delegado de Polícia Civil do Rio de
Janeiro, atuando como Juiz de Direito na comarca de São Gonçalo no Rio de
janeiro, aplicou em 26 de maio de 2017 a Lei Maria da Penha para uma vítima
transexual, proferindo a seguinte decisão no processo nº 0018790-
25.2017.8.19.0004:

Assim, convicções contrárias à orientação e identidade sexuais da pessoa


não merecem acolhida nos dias de hoje, devendo o Poder Judiciário repelir
violação ao arcabouço de direitos fundamentais da pessoa humana, em
obediência ao princípio da inafastabilidade da jurisdição.
[...]
Com efeito, apesar de não ter sido submetida ainda à cirurgia de
transgenitalização, a vítima se considera mulher. As novas estéticas e
temáticas ligadas à diversidade e à liberdade sexual não têm sido resolvidas
pelo direito, até mesmo porque exigem uma análise interdisciplinar, o que é
de certo modo uma novidade no mundo jurídico, que sempre ostentou uma
certa pretensão de completude. Dessa forma, torna-se necessária alguma
reflexão sobre tais aspectos.
[...]
Há que se reconhecer que outro ponto nevrálgico do tema se refere à
incidência da Lei Maria da Penha nas relações homoafetivas. O parágrafo
único do art. 5.º da lei em exame dispõe que as relações pessoais ali referidas
independem da orientação sexual.
[...]
Diante de tais argumentos, não vislumbramos razão para excluir da
requerente, as medidas protetivas da Lei Maria da Penha. (NICOLITT, , RT,
2016, p. 575 e ss).

Dos excertos anteriores, conclui-se que o Juiz de Direito e doutrinador


André

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Luiz Nicolitt (2016), diante dos argumentos expostos, reconhece a


possibilidade de se aplicar a Lei Maria da Penha para vítimas transexuais,
conforme bem demonstra em sua decisão judicial. Destaque-se de seu discurso a
possibilidade de um trabalho interdisciplinar entre o Direito e outras áreas do
conhecimento que, juntas, em muito contribuiriam para a solução de questões
dessa envergadura e amplitude.

5. METODOLOGIA
Será realizada pesquisa bibliográfica, (Senado Federal, 2011) com o
objetivo de aprofundar a compreensão do tema proposto e contribuir para a
pesquisapor meio do estudo de livros, artigos científicos e legislação relacionada
ao tema.
Comparada com a pesquisa direta, a pesquisa bibliográfica permite
que aqueles que estão sendo investigados abranjam uma gama mais ampla de
fenômenospor meio do estudo de livros, artigos científicos e legislação relacionada
ao tema.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil


de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2018].

BRASIL. Decreto legislativo nº 107, de 1995. Aprova o texto da Convenção


Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher,
assinada em Belém do Pará, em 9 de junho de 1994. Brasília, DF: Presidência da
República, 1995.

BRASIL. Decreto 1.973, de 1º de agosto de 1996. Promulga a Convenção


Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher,
concluída em Belém do Pará, em 9 de junho de 1994. Brasília, DF: Presidência da
República, 1996.

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BRASIL. Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973. Dispõe sobre os registros


públicos, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1973.

BRASIL. Lei nº. 13.104, de 9 de março de 2015. Altera o art. 121 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio
como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1o da Lei no
8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes
hediondos. Brasília, DF: Presidência da República, 2015.

BRASIL. Lei nº. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a
violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da
Constituição Federal [...]. Brasília, DF: Presidência da República, [2019].

BRASIL. Projeto de Lei 8305/2014. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2014.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Alteração. prenome. designativo. sexo.


Informativo nº: 0411: Período: 12 a 16 de outubro de 2009.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI 4.275. Rel. Min. Marco Aurélio. Diário de
Justiça Eletrônico, Brasília, 6 mar. 2018.

BRASILEIRO,Renato.Legislação criminal especial comentada. 4. ed. Salvador:


Editora Juspodivm, 2016.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 1.482 /97. Diário


Oficial da União, Brasília, 1997.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 1.652, de 6 de


novembro de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, 2002.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 1.955/2010. Diário


Oficial da União, Brasília, 2010.

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FRANÇA, Genival Veloso. Fundamentos da medicina legal. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2012.

GOMES, Luiz Flávio. Feminicídio: entenda as questões controvertidas da Lei


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GRECO, Rogério. Código penal comentado. 11. ed. Salvador: Editora Juspodivm,
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LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 22. ed. São Paulo: Saraiva,
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MASSON, Cleber. Direito penal parte especial. 12. ed. Rio de Janeiro: Editora
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NICOLITT, André Luiz. Manual de processo penal. 2. ed. atual. Rio de Janeiro:
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RAMOS, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. 5. ed. São Paulo:


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SANCHES, Rogério. Manual de direito penal: parte especial. 10. ed. São Paulo:
Editora Juspodivm, 2018.

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