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Manufatura Mecânica

Soldagem
Prof. Jorge Luiz Alves Morgado
Aula 1
Compatibilidade e Interferência
Eletromagnética
Prof. Jorge Luiz Alves Morgado
Aula 04 - Técnicas de medição e
análise
Compatibilidade e Interferência Eletromagnética
Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

A principal preocupação relacionada com a compatibilidade


eletromagnética até a década de 1980 estava associada a emissões na
forma conduzida ou radiada por equipamentos eletroeletrônicos. O
principal critério das normas era o de que o os equipamentos não
poderiam exceder determinados limites de emissão. Posteriormente,
com os avanços da tecnologia, o aumento considerável no uso de
equipamentos eletrônicos gerou uma preocupação muito maior em
relação à ocupação do espectro eletromagnético e, nessas condições,
os relatos com problemas relacionados à interferência eletromagnética
se tornaram comuns. Desta forma, após a década de 1990, a atenção
sobre a imunidade eletromagnética começa a ganhar força e resulta
num esforço de agências de regulação para estipular requisitos
normativos, estabelecer procedimentos de testes e emitir certificados de
conformidade (MORGAN, 1994). Assim, o novo conceito de
compatibilidade eletromagnética contempla tanto a habilidade
operacional de um equipamento eletrônico como a de não ser fonte de
interferência em um ambiente eletromagnético.
Compatibilidade e Interferência Eletromagnética
Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

Reflita

O controle da regulação da compatibilidade eletromagnética é


normalmente responsabilidade do Estado, que tem um papel de
intermediador entre interesses do bem-estar social e interesses
econômicos. Mas, qual é a sua opinião? Você acha que o Estado
deveria ser responsável pela regulação? Será mesmo que as empresas
se beneficiam com esse controle? Será que a os produtos certificados
chegam até o mercado com uma qualidade mínima?
Compatibilidade e Interferência Eletromagnética
Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

Atualmente, não há uma centralização na regulamentação da


compatibilidade eletromagnética, mas um esforço conjunto de vários
organismos mundiais. Entre eles, os mais importantes são: International
Eletrotechnical Comission (IEC), International Organization for
tandardization (ISO), Comité International Spécial des Perturbations
Radioélectrique (CISPR), Comité Européen de Normalisation
Electrotechnique (CENELEC), Food and Drug Administration (FDA) e o
Federal Communications Commission (FCC).

No geral, os critérios relacionados com a compatibilidade


eletromagnética variam de um país para outro. Por outro lado, existe um
grande interesse para que os critérios de compatibilidade
eletromagnética sejam internacionalmente harmonizados, devido a um
mercado cada vez mais globalizado.
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Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

No caso do Brasil, dois organismos são responsáveis pela regulação da


compatibilidade eletromagnética: a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) e a Agência Nacional de Telecomunicações
(ANATEL).

A ANVISA, um órgão relacionado à saúde, é responsável por regular a


interferência eletromagnética associada a equipamentos eletrônicos
utilizados em hospitais. Já a ANATEL é uma agência reguladora
vinculada ao Governo Federal, e a ela compete a regulação de
telecomunicações.Recentemente, foi responsável pelo Ato nº 952
(ANATEL, 2018), que entrou em vigor em 8 de fevereiro de 2018.
Compatibilidade e Interferência Eletromagnética
Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

O corpo desse documento apresenta informações sobre requisitos


técnicos de compatibilidade eletromagnética para avaliação da
conformidade de produtos para telecomunicações.

No final de 2017, motivada pela evolução frenética da tecnologia atual e


pelo aumento da demanda por equipamentos de telecomunicação, a
ANATEL publicou a resolução nº 686 (ANATEL, 2017). Esta revogou
várias resoluções da agência, incluindo as resoluções nº 442 (ANATEL,
2006) e nº 237 (ANATEL, 2000). Essas resoluções, inclusive a atual,
são baseadas nos documentos da IEC, CISPR e ITU-T, assim como
ocorre em resoluções de várias nações da América do Norte e Europa.
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Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

A forma com que a ANATEL garante a qualidade e a harmonização


entre equipamentos é através da certificação. Assim, um produto
eletrônico pode ser comercializado legalmente após obter o certificado
de conformidade técnica. Isso ocorre após a conclusão do processo de
homologação pela ANATEL, em que um número identificador é gerado
para o modelo do equipamento a ser comercializado, devendo estar
presente em todas as unidades com identificação pelo selo da ANATEL.
Um produto deve ser certificado pelo critério da tecnologia, ou seja, se o
produto opera com transmissão de rádio, Bluetooth ou Wi-Fi.

Outros critérios considerados especificam componentes com cabos e


conectores utilizados em telecomunicações, como carregadores,
baterias e outros que têm esta relação.
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Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

O processo se inicia com a solicitação de uma proposta com as


especificações técnicas do produto e a exposição de todas as interfaces
aplicáveis no objeto de testes. Consequentemente, a equipe técnica do
laboratório analisa os documentos e classifica o produto em uma de três
categorias definidas pela ANATEL. São elas:

• Categoria I: geralmente são aqueles produtos destinados a usuários


finais. Esses equipamentos têm uma vigência de certificação de um
ano, por isso é preciso que sejam reavaliados após o período de
vigência para comprovar que não houve nenhuma alteração nas
características ao longo do tempo de produção, permitindo, assim, que
os produtos continuem no mercado sem que exista o risco de não
conformidade. Produtos comuns dessa categoria são: telefone celular
(smartphones) e analógico, baterias de equipamentos móveis, alguns
tipos de cabos, carregadores de equipamentos móveis ou modens.
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Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética
• Categoria II: engloba os produtos que emitem sinais eletromagnéticos
para propósitos de serviços de telecomunicações. A vigência da
certificação destes equipamentos é de dois anos e precisam passar por
reavaliação após o vencimento do período de vigência. A diferença é
que, para esta categoria, apenas os documentos são analisados, sem
que haja a necessidade de realizar testes laboratoriais. Nesse caso, as
especificações devem continuar as mesmas daqueles equipamentos
que já passaram por teste inicialmente. Alguns exemplos de
equipamentos são: access point para rede local sem fio, eletrônicos
para automação utilizando rádio frequência, transmissores de televisão
ou rádio e antenas.

• Categoria III: inclui sistemas internos à infraestrutura de


telecomunicações e que não possuem contato direto com o usuário
final. Nesse caso, os equipamentos não necessitam passar novamente
por testes ou reavaliações. São exemplos os cabos de comunicação por
fibra óptica e conectores.
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Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

O Ato nº 952 tem por objetivo estabelecer os requisitos de


compatibilidade eletromagnética a serem atendidos por produtos de
telecomunicações a serem comercializados. A fiscalização da
conformidade é de responsabilidade da ANATEL. Entre seus principais
objetivos, a resolução visa:

• Assegurar que os produtos comercializados ou utilizados no país


estejam em conformidade com os regulamentos editados ou com as
normas adotadas pela ANATEL.

• Assegurar que os fornecedores dos produtos atendam a requisitos


mínimos de qualidade para seus produtos.
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Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

• Assegurar que os produtos para telecomunicação comercializados no


país, em particular aqueles ofertados pelo comércio diretamente ao
público, apresentem um padrão mínimo de qualidade e adequação aos
serviços a que se destinam.

• Assegurar o atendimento aos requisitos de segurança e de não


agressão ao ambiente.

• Facilitar a inserção do Brasil em acordos internacionais de


reconhecimento mútuo.

• Promover a isonomia no tratamento dispensado aos interessados na


certificação e na homologação de produtos para telecomunicação e dar
tratamento confidencial às informações técnicas que assim o exijam
entre as disponibilizadas pelas partes interessadas.
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Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

Em uma visão mais geral, a resolução estabelece aspectos para que


equipamentos eletroeletrônicos funcionem harmonicamente em um
dado ambiente sem que gerem perturbações eletromagnéticas ou
falhem por consequência da interferência de outras origens. Desta
forma, os equipamentos são submetidos a avaliações de conformidade.
Essas avaliações são divididas em três grupos de ensaios:

➢ emissões de perturbação eletromagnética,

➢ imunidade a perturbações eletromagnéticas

➢ e resistibilidade a perturbações eletromagnéticas.


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Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

As emissões de perturbação eletromagnética são avaliadas na forma


conduzida e irradiada e os requisitos de emissão de perturbações
eletromagnéticas especificam limites para as perturbações
eletromagnéticas geradas por equipamentos eletrônicos. O principal
objetivo dessas especificações é o de proteger os serviços de
telecomunicações contra a interferência eletromagnética produzida por
algum equipamento. Por exemplo, um equipamento não pode produzir
interferência que se espalhe pelas linhas de alimentação de uma
construção (residência, indústria ou comércio). Além disso, o
equipamento não deve emitir nenhuma forma de energia
eletromagnética e em nenhuma faixa de frequência que seja nociva
para o ambiente.
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Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética

A imunidade a perturbações eletromagnéticas é avaliada em relação às


descargas eletrostáticas, campos eletromagnéticos de radiofrequência,
transitórios elétricos rápidos, surtos e distúrbios conduzidos ou
induzidos por campos de radiofrequência.

Há também a avaliação da imunidade em relação à redução, variação


ou interrupção de tensão de alimentação.

A resistibilidade a perturbações eletromagnéticas é avaliada em relação


à sobretensão em linhas de comunicação, tensão induzida em linhas de
comunicação e sobretensão em linhas AC.
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Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética
Exemplificando:

Aqui, colocamos três exemplos para cada situação:

Emissão: um dos problemas mais comuns é com relação às estações


de rádio piratas, que geralmente sobrepõem serviços de difusão FM
homologados ou interferem em serviços importantes, tais como a
comunicação de tráfego aéreo.
Imunidade: um exemplo de serviço sensível à interferência é o de
radiodifusão, em que é possível notar com frequência a captação de
ruídos gerados por equipamentos eletrodomésticos (acendedor elétrico
de fogão, liquidificador, forno micro-ondas, etc.). Nesse exemplo, o ruído
interferente se mistura com o sinal de recepção emitido pela estação de
rádio.
Resistibilidade: há relatos de casos de acidentes envolvendo
descargas atmosféricas, que causam danos físicos sérios e até a morte
de pessoas por estarem em contato com equipamentos ligados à rede
de telecomunicações.
Compatibilidade e Interferência Eletromagnética
Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética
Os requisitos de imunidade, emissão e resistibilidade são baseados na
estrutura de documentos IEC, ITU-T e CISPR, que reflete o tema da
compatibilidade eletromagnética básica e os documentos internacionais
de referência, listados na seção 2.1 do Ato nº 952 (ANATEL, 2018). A
Figura 1.2 ilustra a estrutura dos documentos graficamente.
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Requisitos e normas de compatibilidade eletromagnética
As informações dos documentos cobrem o problema de compatibilidade
eletromagnética por completo, incluindo terminologia, descrição do
fenômeno eletromagnético e o ambiente eletromagnético. Com relação
ao ambiente eletromagnético, as normas IEC descrevem técnicas de
testes/medidas e instruções de implantação e atenuação. A estrutura de
documentos é particionada conforme os seguintes aspectos (IEC,
2014):
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Técnicas de medição e análise

Nesta seção, vamos conhecer equipamentos, técnicas de medição e


potenciais elementos geradores de emissão.

Começaremos pela descrição das técnicas de medição irradiada e


conduzida e, em seguida, conheceremos um dispositivo importante,
chamado de rede de estabilização de impedância de linha, necessário
para identificar a emissão irradiada de equipamentos.

Além disso, vamos apresentar elementos de circuito geradores de


emissão e fechar a seção fazendo uma análise da emissão irradiada de
componentes que geralmente são encontrados em equipamentos
eletroeletrônicos.
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Técnicas de medição e análise

Dentro do quesito de medição das emissões para verificação de


conformidade, é tão importante especificar claramente como alguém
mede as emissões de um produto enquanto se verifica a conformidade
quanto especificar claramente tais limites (WESTON, 2000). A medição
de emissão conduzida ou irradiada é um assunto bastante complexo.

É possível dizer que, se os procedimentos de medida não forem


claramente definidos de maneira a estarem sujeitos à interpretação de
quem realiza a medição, existem grandes chances de que haja um
conjunto de dados medidos sem correlação para um mesmo produto.

Todo padrão que define limites sobre emissões radiantes ou conduzidas


define claramente como os dados devem ser medidos. Os padrões
incluem procedimentos de teste, equipamentos de teste, largura de
banda e antenas de teste.
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Técnicas de medição e análise

Reflita:

A regulação é um aspecto bastante importante para propiciar a


existência de compatibilidade eletromagnética. Além disso, é importante
que a regulação seja clara, para que não haja má interpretação de
dados, obtendo resultados que não se correlacionam. Assim, reflita
sobre quais são os impactos da não existência de procedimentos de
medidas claros.

O que poderia acontecer se os procedimentos estabelecidos estiverem


sujeitos à interpretação de quem realiza a medição?
Compatibilidade e Interferência Eletromagnética
Técnicas de medição e análise

Os campos elétricos irradiados em testes comerciais são medidos tanto


em locais abertos para testes como em câmaras semianeonicas (PAUL,
2006). Enquanto os locais abertos para testes são preferenciais, as
câmaras semianecoicas oferecem maior controle sobre o ambiente e
são mais seguras. Uma câmara semianecoica é uma sala blindada, que
possui material absorvente de radiofrequência nas paredes e no teto
para prevenir a existência de reflexões e simular o espaço livre,
conforme apresentado na Figura 1.3.

O produto é colocado a uma altura de um metro acima do chão dentro


da câmara. Um plano terra sem absorventes constitui o chão da sala.
Portanto, haverá reflexões (múltiplos percursos) que se originam do
chão. Normalmente, há dois usos para as câmaras anecoicas: prevenir
que emissões eletromagnéticas originadas fora da câmara contaminem
os testes e prevenir reflexões originadas das paredes blindadas pelo
uso de materiais absorventes de radiofrequência, que possibilitam
simular o espaço livre.
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Técnicas de medição e análise

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Compatibilidade e Interferência Eletromagnética
Técnicas de medição e análise

A antena preferencial utilizada para medidas é a dipolo de meia onda


sintonizada. É uma antena linear, cujo comprimento geométrico é de
meio comprimento de onda da frequência a ser medida, logo, o nome
“sintonizada” se justifica (PAUL, 2006). Se a frequência é alterada, o
comprimento físico do dipolo deve ser modificado para manter o mesmo
comprimento elétrico de meio comprimento de onda. Uma técnica usada
para acelerar o processo de medidas em uma faixa maior de
frequências é fazer com que um receptor varra os sinais ao longo de
uma banda e o campo elétrico de cada frequência seja armazenado
automaticamente.

Os padrões normalmente cobrem uma ampla faixa de frequências, e,


portanto, o redimensionamento dos dipolos necessário para cada
frequência medida seria uma tarefa que consome uma considerável
quantidade de tempo para a realização de testes de compatibilidade.
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Técnicas de medição e análise

Neste caso, uma vez que uma antena dipolo sintonizada de meio
comprimento de onda é inapropriada, antenas de grande largura de
banda são utilizadas no processo automatizado de varredura de
frequências. A antena bicônica pode ser utilizada para a faixa que vai de
30 MHz até 200 MHz. Já a antena log-periódica pode ser utilizada para
uma faixa que vai de 200 MHz até 1 GHz (PAUL, 2006).
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Técnicas de medição e análise

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Técnicas de medição e análise

Assimile:

Lembre-se de que o objetivo dos limites da emissão conduzida é


restringir o ruído da corrente que passa pelo cabo de alimentação de
certo produto. Essas correntes de ruído podem contaminar a rede de
energia de uma instalação e causar interferências em outros
equipamentos, o que é indesejado.
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Técnicas de medição e análise

Portanto, a emissão conduzida que deve ser medida é a corrente de


ruído conduzida pelo cabo de alimentação do produto. Além disso, os
limites governamentais para a emissão conduzida são dados em
unidades de volts.
Uma maneira estabelecida para fazer esses testes é a utilização de uma
rede de estabilização de impedância de linha em série com o cabo de
alimentação AC do produto. Para entender a utilidade desse dispositivo,
precisamos discutir o sistema de distribuição de energia AC padrão,
mostrado na Figura 1.4.
No Brasil, a tensão AC utilizada no comércio e em residências tem uma
frequência de 60 Hz e uma tensão RMS de 127 V.
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Técnicas de medição e análise

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Técnicas de medição e análise

Exemplificando:

Um exemplo de interferência conhecido é visto numa situação em que


um receptor de FM capta ruídos originados de um liquidificador ou
qualquer outro equipamento movido por motor no momento em que
esses equipamentos são acionados.
O ruído gerado por faiscamento das escovas do motor passa pelo cabo
de alimentação de energia do utilitário em questão, contamina a rede de
energia da construção, é irradiados e captado por um equipamento
receptor de rádio ou TV. Essas interferências aparecem como alguma
forma de distorção na imagem ou som recebidos.
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Técnicas de medição e análise

A rede de estabilização de impedância de linha e seu uso são ilustrados


na Figura 1.5. Temos dois principais propósitos para a rede de
estabilização de impedância de linha. O primeiro, assim como na sala
blindada para medidas de emissão irradiada, é prevenir que o ruído
externo contamine a medida a ser realizada.
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Técnicas de medição e análise

O indutor L 1 bloqueia o ruído e o capacitor C 2 o desvia. O segundo


propósito da rede de estabilização de impedância de linha é assegurar
que as medidas feitas em um local de testes sejam correlacionáveis
com medidas feitas em outro local de testes distinto. A possibilidade
dessa inconsistência entre locais de testes está na variabilidade da
impedância AC vista a partir da rede de alimentação, de local para local.
Para assegurar que as emissões conduzidas medidas em um local
correlacionem com as medidas de outro, devemos nos certificar de que
a impedância vista pelo produto a partir do cabo de alimentação seja a
mesma de local para local, em frequências correspondentes.
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Técnicas de medição e análise

Sobre a faixa de frequência do limite regulatório, 1 L e 2 C são


essencialmente um circuito aberto observado a partir do sistema de
distribuição de energia. Portanto, a impedância vista pelo produto entre
os condutores fase/terra e neutro/terra é essencialmente de 50 ohms. A
impedância é relativamente constante ao longo das medidas na faixa de
frequência de emissão conduzida de análise. Os resistores de 50 ohms
representam o padrão de impedância de entrada de 50 ohms do
analisador de espectro ou o receptor que é usado para medir as tensões
de fase P V e neutro N V . Entretanto, é claro que essas tensões
medidas estão diretamente relacionadas às correntes de ruído que
vazam pelos condutores de fase e neutro, P I e N I (WESTON, 2000):
Compatibilidade e Interferência Eletromagnética
Técnicas de medição e análise

Um grande número de produtos eletrônicos, por exemplo, impressoras


ou dispositivos robóticos, utiliza pequenos componentes
eletromecânicos, tais como motores DC, motores a passo, motores AC
e solenoides, que podem atuar como elementos de circuito geradores
de emissão. Assim, faremos a análise da emissão irradiada de dois
componentes comumente encontrados em equipamentos.
Motores DC: os motores DC são utilizados para produzir movimento de
rotação. Um motor DC consiste de enrolamentos fixados em um estator
(também há versões com imãs permanentes) e enrolamentos fixados
em um rotor. O estator tem as bobinas ligadas de forma a produzir polos
magnéticos fixos. No rotor, os enrolamentos são conectados em
comutadores que se fecham em um circuito que permite a circulação de
corrente para também produzir polos magnéticos.
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Técnicas de medição e análise

Circuito ponte H: uma fonte adicional de ruído de alta frequência


também pode vir dos chamados circuitos driver, que são utilizados para
mudar a direção de rotação e prover um controle preciso de posição do
motor. Um circuito típico, chamado de ponte-H, para um pequeno motor
DC é ilustrado na Figura 1.6.
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Descrição da situação-problema
Juan é um empresário dono de uma confeitaria antiga e tradicional da
cidade. Ultimamente, ele tem tido problemas com o sistema
informatizado, que falha ao se conectar com a rede financeira de
cartões e não permite que clientes realizem seus pagamentos. Para não
perder seus clientes, Juan entrega alguns produtos e cobra pelos seus
valores posteriormente. Essa dinâmica é muito problemática, pois os
funcionários devem fazer registros manualmente, além de haver
grandes chances de prejuízos. Assim, você foi contratado como
especialista para analisar como a situação na confeitaria de Juan pode
ser resolvida.
Compatibilidade e Interferência Eletromagnética
Técnicas de medição e análise

Resolução da situação-problema
Após a solicitação de Juan, você prontamente faz uma visita à confeitaria.
Observa inicialmente a presença de equipamentos bem antigos, que ele utiliza
para produzir seus produtos culinários. O que mais lhe chama a atenção são as
quatro batedeiras grandes que utilizadas para bater as massas. Você questiona
sobre as batedeiras, e Juan lhe diz que elas trabalham bastante e pode até
ocorrer de todas serem ligadas simultaneamente.
Posteriormente, você questiona sobre o sistema de pagamentos. Juan utiliza
uma máquina de cartões de débito que se conecta à rede financeira por meio de
uma conexão de dados de uma operadora de celular, que trabalha na faixa de
900 MHz. Você imediatamente desconfia que existe um problema de emissão
conduzida que está se propagando pela rede de energia da construção da
confeitaria. Assim, você leva até o local um analisador de espectro sintonizado na
faixa de 900 MHz e o posiciona exatamente onde fica o balcão de recebimentos.
Essa análise lhe revela que existe interferência sempre que três ou mais
batedeiras são acionadas ao mesmo tempo. Por fim, você revela a fonte do
problema a Juan e explica que ele pode temporariamente realizar recebimentos
com os equipamentos interferentes desligados. Juan se anima bastante e diz que
vai dispensar as antigas batedeiras gradualmente.
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Exercicio:

Analise a solução dada para a situação problema, e encontre uma outra


solução, tendo em vista que você não possui um analisador de espectro
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