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Normas e testes de compatibilidade

eletromagnética aplicada a sensores industriais


Gabriel de Carvalho Monteiro

 diminuir e prevenir os efeitos entre um equipamento elétrico


Abstract— Abstract— The purpose of this document is to ou eletrônico e seu entorno eletromagnético. O estudo envolve
present information about electromagnetic compatibility desde como elaborar corretamente um circuito elétrico até a
standards and relevant tests. Also the document discuss the concepção do design do invólucro do equipamento (carcaça),
procedures to susceptibility tests, the acceptance process and
finally demonstrate an application of the immunity standards on baseando-se em normas e regulamentações. O estudo deve
industrial proximity laser sensor. assegurar que todos os tipos de sistemas onde o equipamento
Index Terms — compatibility, sensors, susceptibility, será instalado funcionem de forma confiável e segura.
certification. Diz-se que um equipamento é eletromagneticamente
Resumo— O propósito deste artigo é fornecer informações compatível quando este funciona em um ambiente
das normas e testes de compatibilidade eletromagnética eletromagnético de forma satisfatória e sem produzir
aplicada a sensores industriais. São discutidos os procedimentos
interferências ou perturbações eletromagnéticas que afetem a
para os testes de susceptibilidade, o processo de certificação e
por fim apresentar um exemplo da aplicação das normas de operação normal de qualquer aparelho ou dispositivo que se
imunidade a um sensor industrial de proximidade a laser. encontra neste ambiente.
Palavras chave— compatibilidade, sensores, susceptibilidade,
certificação. 1) A compatibilidade eletromagnética de acordo com a
Comissão Eletrotécnica Internacional
I. INTRODUÇÃO Segundo a norma internacional publicada no informe
Devido à proliferação de dispositivos eletrônicos em técnico da Comissão Eletrotécnica Internacional 61000-1-1[4],
ambientes industriais, este documento tem como foco define-se compatibilidade eletromagnética como “a
apresentar os conceitos da compatibilidade eletromagnética capacidade de qualquer aparelho, equipamento ou sistema
aplicada a estes dispositivos. funcionar de forma satisfatória em seu entorno
Diante da realidade de que os sensores industriais não eletromagnético sem provocar perturbações eletromagnéticas
contribuem significativamente com emissões que porventura sobre qualquer coisa desse entorno”.
prejudiquem o meio, e da necessidade dos sensores industriais A compatibilidade eletromagnética se ocupa de dois
não poderem ficar inoperantes ou oferecer insegurança quanto problemas diferentes, que dão lugar a duas vertentes: O
à sua operação, o artigo foca nos requisitos de imunidade aparelho, equipamento ou sistema deve ser capaz de operar
eletromagnética. A emissão eletromagnética por parte desses adequadamente nesse entorno sem ser interferido por outros.
dispositivos será discutida de forma mais geral. A esta vertente dá-se o nome de Imunidade ou
Os organismos nacionais e internacionais envolvidos num Susceptibilidade Eletromagnética. Além disso, não deve ser
processo de certificação e normalização também são fonte de interferências que afetem outros equipamentos desse
apresentados neste artigo. E como objeto de estudo, o trabalho entorno - Emissões Eletromagnéticas.
utiliza um sensor industrial de proximidade a laser e verifica A norma [3] diferencia os dispositivos segundo dois
quais normas e valores para testes de imunidade são grupos. Emissor: Produz tensões, intensidades ou campos
aplicados. eletromagnéticos que potencialmente são a causa de
perturbações a outros elementos de seu entorno e, inclusive, a
A. Introdução ao conceito de compatibilidade
eles mesmos. Susceptor: Seu funcionamento pode ser
eletromagnética
degradado (prejudicado) na presença de perturbações
A Compatibilidade eletromagnética é a área da eletrônica e eletromagnéticas (que provocam outros equipamentos ou eles
de telecomunicações que estuda os mecanismos para eliminar, mesmos). Um equipamento elétrico industrial pode ser um
emissor, um susceptor ou pode estar enquadrado nos dois
grupos.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de
Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado de
Para estes dois grandes grupos existem normas que
Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas Eletro-Eletrônicos, Automação e apresentam os procedimentos de teste, os equipamentos
Controle Industrial. Orientador: Prof. José Domingos Adriano. Trabalho utilizados, e os níveis que devem ser satisfeitos. A norma
aprovado em 25/03/2013.
61000-6-2[5] apresenta de uma forma geral os requisitos de completa dos OCP pode ser encontrada na página do
teste de imunidade aplicados a equipamentos em ambiente INMETRO na internet [www.inmetro.gov.br].
industrial e a norma 61000-6-4[6] apresenta de forma geral os No Brasil, os fabricantes e os OCP de equipamentos
requisitos de teste de emissão eletromagnética aplicados a elétricos e de telecomunicações devem obedecer às regras das
equipamentos em ambiente industrial. Dentro de cada norma agências reguladoras, a saber: ANATEL – Agência Nacional
estão listadas as normas específicas para cada teste. de Telecomunicações[11] e ANEEL – Agência Nacional de
Energia Elétrica[12].
II. NORMALIZAÇÃO E CERTIFICAÇÃO Para equipamentos de automação industrial, no entanto,
não existe ainda uma “agência” que regula e define os
A. Organismos atuantes num processo de certificação de critérios e testes que cada equipamento deve possuir. Como
produtos regra geral, os fabricantes nacionais de produtos para
Como regra geral, para que um produto possa ser testado automação industrial utilizam como parâmetro de qualidade
adequadamente, segundo suas normas que o compõe, o de seus produtos os mesmos testes de compatibilidade
Instituto Nacional de Metrologia – INMETRO[7] - credencia eletromagnéticas exigidos na Europa para certificação CE [13] e
laboratórios que atuam de acordo com requisitos Estados Unidos – FCC[3].
internacionalmente conhecidos.
O credenciamento concedido pelo INMETRO é o B. As leis e as normas reguladoras
reconhecimento formal de que o laboratório possui um padrão 1) Regulamentação brasileira
de qualidade adequado e é tecnicamente competente para Do ponto de vista do consumidor (ou usuário do produto), o
realizar ensaios específicos, avaliados segundo os critérios código brasileiro do consumidor descreve no artigo 39:
baseados na ABNT ISO/IEC 17025[8] e nas orientações do
É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços: colocar, no
ILAC[9] - International Laboratory Accreditation
mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
Cooperation e IAAC[10] - InterAmerican Accreditation desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais
Cooperation. competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
Esses laboratórios credenciados pertencem à Rede Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
Brasileira de Laboratórios de Ensaio – RBLE. Os laboratórios credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
credenciados são separados conforme área de atuação e a Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO[14].
relação dos laboratórios de ensaios e seus serviços
credenciados pode ser encontradas na página do INMETRO As normas brasileiras são elaboradas segundo os
na internet [www.inmetro.gov.br]. Os laboratórios de ensaios procedimentos definidos pela ABNT – Associação Brasileira
podem ser operados por uma variedade de organizações, de Normas Técnicas [16] e são resultantes de consenso entre
incluindo agências governamentais, instituições de pesquisa e governo federal, o setor produtivo, comércio e consumidores.
acadêmicas, organizações comerciais e institutos de As normas brasileiras são identificadas com a sigla NBR e
normalização. são válidas em todo o território nacional.
No entanto, é de responsabilidade dos Organismos de No caso de adoção de normas internacionais ISO[15] ou
Certificação de Produtos – OCP efetuar a certificação da IEC[16] como normas brasileiras, a designação da norma
conformidade de produtos (seja uma certificação voluntária inclui a sigla do organismo de origem, por exemplo, NBR
por parte do fabricante ou compulsória quando uma norma ISO 9001.
exige) com base em regulamentos técnicos ou normas As normas utilizadas neste artigo para certificação de um
brasileiras regionais, nacionais ou internacionais. sensor industrial são normas internacionais da Comissão
Quando um fabricante deseja avaliar a conformidade de seu Eletrotécnica Internacional - IEC ou normas harmonizadas
produto deverá iniciar o processo consultando um OCP, que pela comunidade europeia. Podem ser encontradas e
definirá quais as normas a serem atendidas, se serão adquiridas no site da ABNT [www.abntcatalogo.com.br] na
voluntárias ou compulsórias, os testes a serem utilizados, etc. versão original ou no próprio site dos organismos
Posteriormente o OCP ou a própria empresa contata o responsáveis [www.iec.ch] ou [www.cenelec.eu].
laboratório credenciado para orçar os ensaios definidos
previamente. 2) Níveis de Normalização
Da mesma forma que a escolha dos laboratórios de A figura a seguir ilustra a pirâmide de normalização.
calibração e ensaios, a escolha do OCP deve ser realizada de Apresentando uma hierarquia e abrangência das normas
acordo com o escopo no qual ele é credenciado. Por exemplo, técnicas.
um OCP que é credenciado para realizar o processo de
certificação de brinquedos infantis, outro credenciado para
equipamentos de telecomunicações, etc. Todos atuam sobre os
mesmos procedimentos estabelecidos pelo INMETRO. A lista
um mesmo ramo, que fixam parâmetros a serem atendidos
por todos os associados. Exemplo:
Norma da Sociedade Americana para Ensaios e Materiais –
ASTM[24];

7) Normas de nível de empresa


Normas preparadas por uma empresa ou grupo de
empresas, com a finalidade de orientar a compra, venda ou
Fig.1. Pirâmide de normalização. Fonte: Rede Metrológica RS [17] fabricação de um determinado produto ou outras operações.
Normas da PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S/A[25].
De acordo com a figura acima, há uma ascendência de um Normas da UL – Underwriters Laboratories[26].
nível em relação ao outro, isto é, na ausência de uma norma
nacional, a regional ou internacional deve ser adotada.
A tendência é que sejam adotadas normas de abrangência C. Certificação CE
mais ampla com o passar do tempo, pois facilitam as trocas As letras CE são a abreviatura da frase em francês
comerciais entre países. “Conformité Européene”, que significa “Conformidade
Europeia”.
3) Normas de nível internacional A marcação CE sobre um produto é a declaração do
São normas resultantes da cooperação e de acordos entre fabricante que o produto está em conformidade com os
um grande número de nações independentes, com interesses requisitos das legislações europeias de saúde, segurança e
comuns. Atualmente apenas normas emitidas por três proteção ambiental. Indica para as autoridades
organizações são consideradas como normas internacionais, governamentais que ele pode ser legalmente colocado no
são elas: mercado de seus países e a circulação do produto entre os
Normas da ISO – International Organization for países membros da comunidade está garantida. Os produtos
Standardization (Organização Internacional para que se encontram não conformes podem ser retirados de
Padronização). circulação e a fiscalização pode ser realizada pelos próprios
Normas da IEC – International Electrotechnical consumidores, caso haja alguma dúvida sobre a qualidade do
Commission (Comissão Eletrotécnica Internacional). produto, pelos fabricantes de produtos similares concorrentes
Normas da ITU[18] – International Telecommunications e pelos organismos de fiscalização.
Union (União Internacional de Telecomunicações). O fabricante do produto deve estar em conformidade com
todas as diretivas europeias antes de fixar uma marca CE no
4) Normas de nível regional seu produto. Para equipamentos eletroeletrônicos o produto
São normas que representam os interesses de várias nações deve estar de acordo com as normas “EN” aplicáveis que são
independentes alocadas em um mesmo continente. Exemplos: chamadas de normas harmonizadas. Se o produto estiver
Normas do Comitê Europeu de Normalização – CEN[19]; conforme, com base nos resultados dos testes, a “aprovação
Normas da Comissão Pan-americana de Normas Técnicas – CE” é autodeclarada.
COPANT[20]; Abaixo seguem os passos para a obtenção da conformidade
Normas da Associação Mercosul de Normalização – europeia:
AMN[21]; 1º - Identificar todas as diretivas e normas aplicáveis ao
produto;
5) Normas de nível nacional 2º - Certificar-se de que tudo está de acordo com os
São normas editadas por uma organização nacional de requisitos essenciais das diretivas e normas harmonizadas;
normas, reconhecida como autoridade para torná-las públicas, 3º - Preparar e assinar a declaração de conformidade;
após a verificação da existência de consenso entre os 4º - Testar o produto de acordo com as normas
interesses do governo, das indústrias, dos consumidores e da harmonizadas;
comunidade científica de um país. Exemplos: 5º - Contratar um organismo notificado se for compulsório;
Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – 6º - Verificação pelo Organismo Notificado se for o caso;
ABNT; 7º - Afixar a marca CE no produto.
Normas do Instituto Argentino de Normalização – A marca CE deve consistir das iniciais “CE”, na seguinte
IRAM[22]; forma (segundo orientações no Jornal Oficial da Comunidade
Normas da Associação Alemã de Normas Técnicas – Europeia) como na figura abaixo:
DIN[23];

6) Normas de nível de associação


São Normas publicadas por uma associação de entidades de
Fig.2. Iniciais “CE” de acordo com a diretiva europeia 93/465/EC
Caso sejam reduzidas ou aumentadas, as proporções devem incluindo descargas eletrostáticas.
ser respeitadas e a dimensão vertical da marca não deve ser No entanto para cada tipo de teste é referenciado outra
menor que 5mm. norma internacional específica. Abaixo encontram-se as
normas específicas para cada tipo de teste de imunidade:
D. Normas aplicáveis a sensores industriais (critério para  IEC-61000-4-2 – EMC – Parte 4: Técnicas de testes e
seleção de normas) medidas – Seção 2: Teste de imunidade a descargas
Uma das grandes dificuldades dos fabricantes de eletrostáticas[28].
equipamentos está em encontrar as normas aplicáveis,  IEC-61000-4-3 – EMC – Parte 4: Técnicas de testes e
principalmente quando este equipamento é um novo produto e medidas – Seção 3: Teste de imunidade radiada [29].
não existe um similar no mercado.  IEC-61000-4-4 – EMC – Parte 4: Técnicas de testes e
O trabalho pela busca de normas pode seguir dois medidas – Seção 4: Teste de imunidade a transientes
caminhos: rápidos[30].
a) Quando o produto a ser desenvolvido ou testado já possui  IEC-61000-4-5 – EMC – Parte 4: Técnicas de testes e
um modelo similar no mercado, o fabricante pode recorrer à medidas – Seção 5: Teste de imunidade a surtos
folha de dados destes equipamentos concorrentes e verificar (sobretensão)[31].
quais normas estão sendo aplicadas e, numa segunda análise,  IEC-61000-4-6 – EMC – Parte 4: Técnicas de testes e
recorrer às normas mencionadas para verificar se aplica ao medidas – Seção 6: Teste de imunidade a distúrbios
novo produto. conduzidos, induzidos por campos de radiofrequência [32].
b) Quando o produto a ser desenvolvido ou testado não  IEC-61000-4-8 – EMC – Parte 4: Técnicas de testes e
possui um modelo similar no mercado, o fabricante pode medidas – Seção 8: Teste de imunidade a campos
recorrer a organismos de certificação de produtos ou aos magnéticos oriundos de uma fonte de alimentação[33].
comitês de produtos responsáveis por cuidar, elaborar e  IEC-61000-4-11 – EMC – Parte 4: Técnicas de testes e
revisar as normas de determinadas famílias de produtos. Para medidas – Seção 11: Testes de imunidade a variações de
equipamentos com componentes elétrico-eletrônicos a lista tensão[34].
completa dos comitês e subcomitês pode ser encontrada no A. Critérios de desempenho
site da IEC (www.iec.ch). Para uma certificação na
Dependendo do tipo de teste realizado no equipamento para
comunidade europeia (marcação CE) a busca de normas
verificar sua “imunidade” eletromagnética, podem ocorrer
aplicáveis pode ser realizada no site do Comitê Europeu para
diferentes situações com relação ao próprio desempenho do
Padronização Eletrotécnica – CENELEC
mesmo. Estas situações são definidas na norma e são
(www.cenelec.eu)[27].
estabelecidos três critérios.
1) Critério de desempenho A
1) A. Sobre os comitês e subcomitês técnicos
Segundo a norma, o equipamento deve continuar a operar
Atualmente existem cerca de 90 TC’s (Comitês Técnicos) e
normalmente durante e após o teste. Não deverá haver
80 SCS (subcomitês), e cerca de 700 equipes de projeto (PT) /
nenhuma perda de funcionalidade e de desempenho do
equipes de manutenção (MT) que realizam o trabalho de
equipamento. A perda de desempenho em alguns casos
elaborar os padrões/ normas técnicas da IEC.
poderá até ser aceita caso seja especificado pelo fabricante do
Para a comunidade europeia o trabalho de elaboração das
equipamento.
normas funciona da mesma maneira que na IEC. Atualmente
2) Critério de desempenho B
o CENELEC possui 68 TC’s (Comitês Técnicos) e 15 SCS
O equipamento deve continuar a operar normalmente após
(subcomitês), e centenas de equipes de projeto e manutenção.
o teste. Não deverá haver nenhuma perda de funcionalidade e
de desempenho do equipamento. A perda de desempenho em
III. NORMA 61000-6-2 – IMUNIDADE ELETROMAGNÉTICA A
EQUIPAMENTOS EM AMBIENTES INDUSTRIAIS
alguns casos poderá até ser aceita caso seja especificado pelo
fabricante do equipamento.
Conforme mencionado na seção I deste documento, a ideia 3) Critério de desempenho C
é apresentar resumidamente os conceitos envolvidos e os Perdas temporárias de funcionalidade são permitidas, desde
requisitos de teste para equipamentos susceptíveis às que as perdas sejam reversíveis ou restauradas.
perturbações eletromagnéticas em ambientes industriais.
A norma 61000-6-2[5] tem por objetivo apresentar de uma B. Critérios de desempenho e as normas aplicáveis
forma geral os requisitos de teste para aparelhos susceptíveis Para cada norma de imunidade eletromagnética utiliza-se
às perturbações eletromagnéticas em ambientes industriais. um critério de desempenho diferente. As tabelas abaixo
Em outras palavras, define os procedimentos de teste para exemplificam em mais detalhes qual critério de desempenho
equipamentos que sofrem distúrbios eletromagnéticos deve ser utilizado para cada situação.
contínuos, transientes, distúrbios conduzidos e radiados,
TABELA I AUSÊNCIA DE 30 %REDUÇÃO IEC B PARA 0,5
IMUNIDADE EM QUALQUER PONTO QUE FAÇA A INTERFACE DO EQUIPAMENTO TENSÃO (DIPS) 0,5 PERÍODOS 61000-4- PERÍODO
COM O CAMPO ELETROMAGNÉTICO 60 60 %REDUÇÃO 11 C PARA 5 E
5 50 PERÍODOS 50 PERÍODOS
FENÔMENO DO ESPECIFICAÇÕES UNIDADE NORMAS CRITÉRIO DE INTERRUPÇÕES >95 %REDUÇÃO IEC C
MEIO AMBIENTE DO TESTE BÁSICAS DESEMPENHO DE TENSÃO 250 PERÍODOS 61000-4-
GERADOR DE 50, 60 HZ IEC 61000- A 11
CAMPO 30 A/M 4-8
MAGNÉTICO TABELA V
CAMPO 80 A 1000 MHZ IEC 61000- A IMUNIDADE NAS PORTAS “TERRA” DO EQUIPAMENTO
MAGNÉTICO 10 V/M 4-3
MODULADO EM AM 80 % AM FENÔMENO DO ESPECIFICAÇÕES UNIDADE NORMAS CRITÉRIO DE
(1KHZ) MEIO AMBIENTE DO TESTE BÁSICAS DESEMPENHO
DESCARGA ±4 (CONTATO) KV IEC 61000- B RADIO 0,15 MHZ IEC 61000-4-6 A
ELETROSTÁTICA ±8 (AR) KV 4-2 B FREQUENCIA DE 10 V
MODO COMUM 80 % AM
TABELA II (1KHZ)
TESTE DE IMUNIDADE NAS PORTAS DE SINAIS DO EQUIPAMENTO TRANSIENTES ±1 KV IEC 61000-4-4 B
RÁPIDOS 5/50 TR/TH NS
FENÔMENO DO ESPECIFICAÇÕES DO UNIDADE NORMAS CRITÉRIO DE 5 FREQ.
MEIO AMBIENTE TESTE BÁSICAS DESEMPENHO REPETIÇÃO
RADIO 0,15 MHZ IEC A (KHZ)
FREQUENCIA DE 10 V 61000-4-6
MODO COMUM 80 % AM A aplicação de testes para a validação depende de cada
(1KHZ)
TRANSIENTES ±1 KV IEC B equipamento, sua configuração, suas portas, sua tecnologia e
RÁPIDOS 5/50 TR/TH NS 61000-4-4 condições operacionais.
5 FREQ. Os valores aplicados na coluna “Especificações do teste”
REPETIÇÃO
(KHZ) das tabelas I a V são estabelecidos pelas normas específicas
SURTOS LINHA 1,2/50 (8/20) TR/TH µS IEC B de cada teste. As normas específicas categorizam diferentes
A TERRA ±1 61000-4-5
KV
classes para os equipamentos. A classe na qual o equipamento
pertencerá dependerá de suas características operacionais, o
ambiente no qual o equipamento será instalado, o nível de
TABELA III
TESTES DE IMUNIDADE NAS PORTAS D.C. DE ENTRADA E SAÍDA DO interferência em torno do equipamento, etc. Para cada norma
EQUIPAMENTO específica o equipamento em questão se encaixa em uma
determinada classe.
FENÔMENO DO ESPECIFICAÇÕES UNIDADE NORMAS CRITÉRIO DE
MEIO AMBIENTE DO TESTE BÁSICAS DESEMPENHO O fabricante do produto, o organismo responsável pela
RADIO 0,15 MHZ IEC 61000-4-6 A certificação do produto ou o comitê do produto em questão
FREQUENCIA DE 10 V
MODO COMUM 80 % AM
pode utilizar valores diferentes do especificado, porém a não
(1KHZ) utilização de valores estabelecidos por norma deve constar
TRANSIENTES ±1 KV IEC 61000-4-4 B sempre nos relatórios de teste por parte dos laboratórios
RÁPIDOS 5/50 TR/TH NS
5 FREQ. credenciados.
REPETIÇÃ Onde não houver portas relevantes, os testes devem ser
O (KHZ)
omitidos.
SURTO 1,2/50 (8/20) TR/TH µS IEC 61000-4-5 B
±0,5
LINHA A TERRA
C. Norma 61000-4-2 – Teste de imunidade a descargas
LINHA A LINHA ±0,5 KV
KV eletrostáticas
As descargas eletrostáticas podem ser geradas devido às
TABELA IV condições do ambiente e da instalação, como baixa umidade
IMUNIDADE NAS PORTAS A.C. DE ENTRADA E SAÍDA DO EQUIPAMENTO relativa do ar, manuseio de materiais sintéticos, quando
FENÔMENO DO ESPECIFICAÇÕES DO UNIDADE NORMAS CRITÉRIO DE
andamos sobre carpetes, pisos plastificados, etc. e nosso corpo
MEIO AMBIENTE TESTE BÁSICAS DESEMPENHO carregado de eletricidade estática quando em contato com o
RADIO 0,15 MHZ IEC A equipamento pode causar danos.
FREQUENCIA DE 10 V 61000-4-6
MODO COMUM 80 % AM Deste modo, esta norma internacional diz respeito aos
(1KHZ) requisitos e métodos de testes para equipamentos eletrônicos
TRANSIENTES ±2 KV IEC B industriais submetidos a descargas eletrostáticas, a partir de
RÁPIDOS 5/50 TR/TH NS 61000-4-4
5 FREQ. uma pessoa diretamente ou a objetos adjacentes.
REPETIÇÃO Para a realização do teste, a geração das descargas
(KHZ)
SURTO 1,2/50 (8/20) TR/TH µS IEC B
eletrostáticas se dá por meio de um gerador de ondas especial,
±2 61000-4-5 de modo que a forma de onda de uma descarga eletrostática
LINHA A TERRA ±1 KV possa ser gerada com as características estabelecidas pela
LINHA A LINHA KV
norma. As descargas podem ser aplicadas diretamente ou
indiretamente no equipamento, isto dependerá das transmissoras, telefones celulares, e várias outras fontes
características do material que compõe o produto e as normas eletromagnéticas por rádio encontradas em ambientes
específicas que o regem. industriais.
A figura 3 ilustra a forma de onda básica de uma descarga Para simular tal fenômeno o equipamento é alocado em
eletrostática gerada por um gerador. uma câmara anecóica, onde ele receberá através de uma
antena um sinal modulado em AM com uma intensidade de
campo estabelecida pelo comitê do produto específico. As
faixas de frequência a serem consideradas no teste são
varridas de forma incremental, com passos que não podem
exceder em 1% da frequência anterior. O teste deverá ser
realizado em todas as faces do equipamento e a antena na
câmara anecóica deve emitir o sinal nas duas polarizações:
vertical e horizontal.
Apesar da escolha da classe na qual o equipamento
pertence ser de responsabilidade dos comitês dos produtos, a
norma define os valores de intensidade de campo (V/m) de
acordo com a classe na qual o equipamento de encontra.
A tabela abaixo apresenta a intensidade de campo que
deverá ser aplicada sobre o equipamento para os testes
Fig.3. Forma de onda de uma descarga eletrostática. Fonte: IEC 61000-4-2
realizados na frequência de 80 a 1000MHz.
A faixa de valores para os testes é dada na tabela abaixo, TABELA VII
porém os comitês de produtos, ou as normas específicas de INTENSIDADE DE CAMPO APLICADA PARA FREQUÊNCIAS DE 80 A 1000MHZ
uma família de produtos, definirá em qual classe o produto se CLASSE DE EQUIPAMENTO INTENSIDADE DE CAMPO (V/M)
encaixa, e consequentemente quais valores de tensão serão 1 1
aplicados. 2 3
3 10
TABELA VI
TENSÃO APLICADA (EM KV) NOS TESTES DE DESCARGA ELETROSTÁTICA Para os testes de imunidade a emissões de sinais
provenientes de telefones celulares (na faixa de 800Mhz a
DESCARGA POR CONTATO DESCARGA PELO AR
CLASSE TENSÃO CLASSE TENSÃO 960MHz e de 1,4GHz a 2,0GHz), a norma estabelece os
APLICADA APLICADA seguintes valores para intensidade de campo de acordo com a
1 2 1 2
classe do equipamento:
2 4 2 4
3 6 3 8
4 8 4 15 TABELA VIII
INTENSIDADE DE CAMPO APLICADA PARA FREQUÊNCIAS DE 800 A 960MHZ E
1,4GHZ A 2,0GHZ
De acordo com a norma, o equipamento pode ser testado
em laboratório (preferencialmente), ou ainda em condições de CLASSE DE EQUIPAMENTO INTENSIDADE DE CAMPO (V/M)
1 1
pós-instalação (onde não é possível levar o equipamento para 2 3
o laboratório para a realização do teste). Para os testes com 3 10
sensores industriais que é o foco deste artigo, a primeira 4 30
opção deve ser considerada.
As condições e setup do equipamento para a realização do A figura a seguir ilustra um ambiente de teste de
teste também está estabelecida nesta norma. O procedimento imunidade radiada.
de teste abrange uma série de questões que envolvem desde
onde será aplicada a descarga, se será por contato direto ou
indireto, sobre a mesa ou no chão do laboratório, e o número
de vezes que essas descargas devem ser aplicadas em cada
ponto. Para cada equipamento todos estes pontos devem ser
analisados e seguidos segundo a norma.
D. Norma 61000-4-3 – Teste de imunidade radiada
O objetivo desta norma é verificar o quanto um
equipamento em ambiente industrial é imune a radiações
eletromagnéticas oriundas de sistemas de rádio, antenas Fig.4. Exemplo de ambiente para ensaio do teste de imunidade radiada.
Fonte: http://www.parkes.atnf.csiro.au
O procedimento de teste abrange uma série de questões que TABELA IX
INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DOS IMPULSOS APLICADOS NO EQUIPAMENTO
envolvem desde o tamanho do equipamento a ser testado, em
quais posições ele será testado, se ficará sobre a mesa ou no CLASSE PORTA DE ALIMENTAÇÃO PORTA DE SINAL, DADOS E
chão da câmara, quais faixas de frequência e quais I/O
TENSÃO DE FREQUENCIA TENSÃO FREQUENCIA
intensidades de campo ele será submetido. Para cada PICO KV DE REPETIÇÃO DE PICO DE REPETIÇÃO
equipamento todos estes pontos devem ser analisados e KHZ KHZ
1 0,5 5 0,25 5
seguidos segundo a norma.
2 1 5 0,5 5
E. Norma 61000-4-4 – Teste de imunidade a transientes 3 2 5 1 5
4 4 2,5 2 5
rápidos
Esta norma tem por finalidade estabelecer padrões de testes
para avaliar o desempenho de equipamentos elétricos e F. Norma 61000-4-5 - Teste de imunidade a surtos
eletrônicos em ambiente industrial quando submetidos a (sobretensão)
distúrbios transitórios nas portas de sinal, de alimentação e O objetivo desta norma é verificar a reação de um
entrada e saída de dados (I/O). Esses distúrbios são determinado equipamento industrial em condições normais de
provenientes de transientes de comutação, como por exemplo: uso quando recebe uma sobretensão proveniente de
interrupção de uma carga indutiva, uma abertura e comutações e efeitos de relâmpagos que porventura possam
fechamento de um relé, etc. cair em locais próximos (não diretamente) onde o
Para a realização do teste são aplicados impulsos no equipamento se encontra instalado. Em outras palavras, esta
equipamento através de um gerador de pulsos que possui uma norma avalia o desempenho do equipamento quando ele é
taxa de repetição e valores de picos da tensão que variam submetido a altas perturbações na sua porta de alimentação.
conforme a classe do equipamento. Como em todas as normas 61000-4, esta norma não tem a
A figura a seguir apresenta um sinal gerado pelo gerador intenção de especificar os níveis de testes a serem aplicados a
de pulsos para simular um sinal típico de um transiente de determinado equipamento. Seu principal objetivo é dar uma
comutação rápido. referência para os comitês de produtos e órgãos responsáveis
por sua certificação, pois são eles que têm a responsabilidade
de escolher os testes adequados e a classe na qual o
equipamento se encontra.
A tabela abaixo apresenta os níveis de teste aplicados de
acordo com a classe do equipamento.

TABELA X
NÍVEIS DE TESTE APLICADOS NA PORTA DE ALIMENTAÇÃO DO EQUIPAMENTO

CLASSE DE EQUIPAMENTO TENSÃO DE CIRCUITO ABERTO


±10% (EM KV)
1 0,5
2 1,0
3 2,0
4 4,0

O surto é aplicado por um gerador de sinal. Ele é acoplado


ao equipamento em teste por circuitos de acoplamento de
acordo com a configuração. E desacoplado da rede de
Fig.5. Forma de onda típica de um pulso gerado por transiente de comutação. alimentação por uma rede de desacoplamento com o intuito
Fonte: IEC-61000-4-4 de isolar o ambiente a ser testado e evitar que o surto gerado
pelo gerador atinja a rede de alimentação e cause algum dano
Legenda:
aos equipamentos a ela interligados.
a: impulso aplicado A figura a segui ilustra a forma de onda gerada pelo
b: período de repetição do impulso gerador de sinais para aplicar na porta de alimentação um
c: trem de impulsos (burst)
d: duração do trem de impulsos surto de tensão.
e: período do trem de impulsos 300ms

A tabela a seguir apresenta os valores típicos utilizados


para cada classe.
oriundos de frequência da rede de alimentação. Este campo
magnético é gerado pela corrente da frequência de
alimentação em condutores próximos ao equipamento.
Dois tipos de corrente são geradas:
- Uma corrente sob condições normais de operação, que
produz um campo magnético estável, com uma amplitude
comparativamente pequena. Pode ser aplicado a todos os tipos
de equipamentos.
- Corrente sob condições de falha que pode produzir
campos magnéticos altos, porém com pequena duração, até o
Fig.6. Forma de onda de um surto (sobretensão) aplicado nas portas de dispositivo de proteção operar por poucos milissegundos
alimentação de um equipamento sob teste. Fonte: IEC-61000-4-5
(fusíveis ou relés). Os valores mais altos se aplicam
Legenda:
principalmente ao equipamento a ser instalado em locais
T1:10 µs ± 30% próximos a subestações elétricas.
T2:700 µs ± 20% Os níveis de ensaio estipulados pela norma estão de acordo
com as tabelas abaixo.
Os testes se aplicam a quase todas as combinações
possíveis de sistemas nos quais o equipamento está conectado: TABELA XII
sistemas monofásicos, trifásicos, linhas balanceadas, INTENSIDADE DE CAMPO MAGNÉTICO APLICADA SOBRE O EQUIPAMENTO
desbalanceadas, blindadas ou não blindadas. A aplicação do
EM CONDIÇÕES NORMAIS DE CAMPOS COM CURTA DURAÇÃO
surto se dá por linha-linha e/ou linha-terra. OPERAÇÃO (CONDIÇÕES DE FALHA)
Vale lembrar que os comitês de produtos e os organismos CLASSE INTENSIDADE DE CLASSE INTENSIDADE
CAMPO DE CAMPO
que certificam o produto são os responsáveis por definirem o
MAGNÉTICO MAGNÉTICO
setup dos testes e os níveis de testes aplicados embora a (A/M) (A/M)
norma apresente uma boa referência para os testes. 1 1 1 N/A
2 3 2 N/A
G. Norma 61000-4-6 – Teste de imunidade a distúrbios 3 10 3 N/A
conduzidos, induzidos por campos de radiofrequência 4 30 4 300
5 100 5 1000
Esta norma estabelece padrões de testes para verificar a
imunidade de um equipamento industrial quando submetido a O teste consiste em colocar o equipamento sob teste imerso
um campo eletromagnético induzido proveniente de a um campo magnético. Esse campo é obtido por meio de
transmissores de radiofrequência próximos ao equipamento. correntes que fluem em bobinas de indução. Estas bobinas
Estes transmissores induzem uma corrente que flui através ficam dispostas com o intuito de envolver o equipamento de
dos cabos de comunicação e alimentação do equipamento, tal maneira que o campo magnético gerado possa ser
pois estes cabos se comportam como redes passivas de “sentido” em todos os pontos do equipamento.
antenas de recepção. A figura abaixo ilustra um setup de teste de um
Para o ensaio do equipamento, o sinal é varrido por meio equipamento sendo submetido ao campo magnético.
de um gerador de ondas de 150kHz a 80MHz (ou outra faixa
definida pelo comitê do produto) com passos que não podem
exceder em 1% da frequência anterior em um sinal modulado
em AM em 80% com uma onda senoidal de 1KHz.
Os níveis de teste aplicados ao equipamento são dados na
tabela abaixo de acordo com sua classe:
TABELA XI
NÍVEL DE TENSÃO DO GERADOR DE TESTE

FAIXA DE FREQUENCIA 150KHZ – 80MHZ


CLASSE NÍVEL DE TENSÃO DO GERADOR
Uo dB (µV) Uo (V)
1 120 1 Fig.7. Setup de teste de um equipamento sendo submetido à norma 61000-4-8.
2 130 3 Fonte IEC 61000-4-8
3 140 10

H. Norma 61000-4-8 – Teste de imunidade a campos Legenda:


G: Conexão para o gerador de teste;
magnéticos oriundos da frequência da rede de alimentação S: Suporte isolado
O objetivo desta norma é demonstrar a imunidade a GRP: Plano terra
A: Terra
equipamentos que estão sujeitos a campos magnéticos
EUT: Equipamento sob teste IEC - ou ao Comitê Europeu – CENELEC com o intuito de
I e Ic: Bobina de Indução
C1: Alimentação do equipamento sob teste obter a norma específica, é importante descrever as principais
C2: Sinal de saída do equipamento sob teste características deste tipo de sensor, para que a consulta aos
L: Linha de comunicação comitês técnicos responsáveis pelo produto possa ser de modo
D: Simulador de sinais
mais simples e convergente.
Diante do conhecimento de que o laser em estudo é um
I. Norma 61000-4-11 – Teste de imunidade a quedas de detector de proximidade fotoelétrico, alimentado a uma
tensão, curtas interrupções e variações de tensão tensão de até 1000 volts a.c., que possui a característica de ser
O objetivo desta norma é estabelecer testes para verificar a um elemento comutador (abrir e fechar um contato) e sua
imunidade quando um equipamento é submetido a quedas de tensão de chaveamento não ultrapassa 250V/60Hz a.c. ou
tensão, curtas variações ou pequenas interrupções de tensão. 300V d.c. chegou-se à norma IEC 60947-5-2[35] (norma
As variações de tensão são causadas pela variação de internacional) ou EN 60947-5-2 (norma europeia).
cargas conectadas à rede. Estão presentes nesta norma os valores e procedimentos
Este fenômeno é aleatório e pode ser caracterizado pelo para diversos testes no equipamento tais como: temperatura,
desvio da tensão nominal e sua duração. Alguns propriedades dielétricas do material, capacidade de
equipamentos são mais sensíveis às variações de tensão que fechamento e abertura de contato, grau de proteção, distância
outros. de operação, frequência de operação, choques e vibrações e
Diferentes tipos de teste são especificados nesta norma para compatibilidade eletromagnética.
simular os efeitos de mudanças abruptas de tensão de Como o foco deste trabalho é apresentar os valores
alimentação. A norma também especifica um teste para aceitáveis e os critérios de aceitação para os testes de
mudanças graduais de tensão de alimentação. imunidade eletromagnética, a tabela abaixo apresenta um
A tabela a seguir apresenta os níveis aplicados e a duração resumo com todos os testes aplicáveis de imunidade
das quedas de tensão na alimentação. (explanados na seção III deste documento), níveis de testes
estabelecidos e os critérios de aceitação para um sensor
TABELA XIII
NÍVEIS DE TENSÃO APLICADOS E DURAÇÃO DAS QUEDAS DE TENSÃO NA industrial de proximidade a laser.
ALIMENTAÇÃO
% EM RELAÇÃO À QUEDA DE TENSÃO E DURAÇÃO (EM TABELA XV
TENSÃO NOMINAL BREVE INTERRUPÇÃO PERÍODO) TESTES DE IMUNIDADE APLICADOS A UM SENSOR A LASER, VALORES E
EM RELAÇÃO À TENSÃO CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO
NOMINAL (%)
0 100 0,5 TIPO DE TESTE NÍVEL DE TESTE REQUERIDO CRITÉRIO
1 DE
40 60 5 ACEITAÇÃO
10 TESTES DE IMUNIDADE 8KV PELO AR B
70 30 25 A DESCARGAS OU
50 ELETROSTÁTICAS 4KV POR CONTATO
61000-4-2
Opcionalmente pode ser considerada uma variação na TESTE DE IMUNIDADE 3 V/M A
RADIADA 61000-4-3
tensão de alimentação em relação ao valor nominal da tensão IMUNIDADE A 2KV / 5KHZ UTILIZANDO ACOPLAMENTO B
de alimentação, como na tabela abaixo: TRANSIENTES RÁPIDOS CAPACITIVO
61000-4-4
IMUNIDADE A 3V A
TABELA XIV DISTÚRBIOS
NÍVEIS DE TENSÃO APLICADOS, TEMPO DE DECRÉSCIMO, TEMPO DE CONDUZIDOS POR
PERMANÊNCIA E TEMPO DE ACRÉSCIMO DA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO
CAMPOS DE
RADIOFREQUÊNCIA
NÍVEL DE TEMPO DE TEMPO DE TEMPO DE 61000-4-6
TESTE DECRÉSCIMO PERMANÊNCIA ACRÉSCIMO TESTE DE IMUNIDADE A 30 A/M A
DA TENSÃO DA TENSÃO CAMPOS MAGNÉTICOS
40% UALIM 2S ± 20% 1S ± 20% 2S ±20% ORIUNDOS DA
0% UALIM 2S ± 20% 1S ± 20% 2S ±20% FREQUÊNCIA DE
ALIMENTAÇÃO 61000-4-
8
IV. APLICAÇÃO DAS NORMAS PARA SENSORES INDUSTRIAIS DE IMUNIDADE A QUEDAS CLASSE 2 CLASSE 3 C
BAIXA TENSÃO NA TENSÃO DE
ALIMENTAÇÃO 61000-4- 0% DURANTE 1 CICLO 0% DURANTE 1
Tomando por base o objeto de estudo do trabalho, que se 11 CICLO
trata de um sensor industrial de proximidade a laser, será 70% DURANTE 20/30
CICLOS 40% DURANTE
analisado nesta seção a norma específica para este dispositivo 10/12 CICLOS
bem como os valores para os testes de imunidade
eletromagnética. 80% DURANTE
250/300 CICLOS
Antes da consulta à Comissão Eletrotécnica Internacional –
IMUNIDADE A CLASSE 2 CLASSE 3 C [11] ANATEL, Agência Brasileira de Telecomunicações. Disponível:
INTERRUPÇÕES NA 0% DURANTE 250/300 0% DURANTE www.anatel.gov.br
TENSÃO DE CICLOS 250/300 CICLOS [12] ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica. Disponível:
ALIMENTAÇÃO 61000-4- www.aneel.gov.br
11 [13] UNIÃO EUROPEIA, Portal Oficial da União Europeia. Disponível:
www.europa.eu
[14] CONMETRO, Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Segundo a norma, o teste de imunidade a surtos de tensão Qualidade Industrial. Disponível: www.inmetro.gov.br/inmetro/conmetro
61000-4-5 não é necessário. [15] ISO, International Organization for Standardization. Disponível:
www.iso.org
No decorrer do estudo da norma específica aplicada a um [16] IEC, International Electrotechnical Commission. Disponível: www.iec.ch
sensor industrial de proximidade a laser, identificou-se que a [17] Rede Metrológica RS, Avaliação da Conformidade – Certificação de
mesma norma 60947-5-2 se aplica também aos demais Produtos – guia prático/FINEP. 2.ed. Porto Alegre:2005. 305p.
[18] ITU, International Telecommunications Union. Disponível: www.itu.int
sensores industriais detectores de proximidade, tais como, [19] CEN, European Comittee for Standardization. Disponível: www.cen.eu
sensores indutivos, capacitivo e ultrassônicos. No que diz [20] COPANT, Comissão Panamericana de Normas Técnicas. Disponível:
respeito aos testes de imunidade eletromagnética, os valores www.copant.org
[21] AMN, Associação Mercosul de Normalização. Disponível:
apresentados na tabela XV também se aplicam a estes www.amn.org.br
sensores. [22] IRAM, Instituto Argentino de Normalización y Certificación. Disponível:
www.iram.org.ar
[23] DIN, Deutsches Institut fur Normung. Disponível: www.din.de
V. CONCLUSÕES [24] ASTM, American Society for Testing and Materials. Disponível:
www.astm.org
O intuito deste artigo foi mostrar de forma resumida o [25] PETROBRAS, Petróleo Brasileiro S/A. Disponível:
processo que envolve a busca pelas normas, os organismos www.petrobras.com.br
envolvidos, os testes realizados e uma aplicação da norma [26] UL, Underwriters Laboratories. Disponível: www.ul.com
[27] CENELEC, European Committe for Electrotechnical Standardization.
específica para sensores industriais a laser. Como o Brasil Disponível: www.cenelec.eu
ainda não possui normas nacionais e agência reguladora para [28] IEC 61000-4-2 ed.2.0, Electromagnetic Compatibility (EMC) – Part4-2:
Testing and measurement techniques – Electrostatic discharge immunity
sensores industriais, a dificuldade de encontrar literatura test, 2008, p.129
nacional e uma ferramenta para encontrar normas que se [29] IEC 61000-4-3 ed.3.2, Electromagnetic Compatibility (EMC) – Part4-3:
aplicam aos sensores foi grande. Diante desse cenário as Testing and measurement techniques – Radiated, radio-frequency,
electromagnetic field immunity test, 2010, p.150
normas internacionais ainda devem ser seguidas como [30] IEC 61000-4-4 ed.3.0, Electromagnetic Compatibility (EMC) – Part4-4:
parâmetros de qualidade e confiabilidade por parte dos Testing and measurement techniques – Electrical fast transient/burst
fabricantes de sensores industriais. immunity test, 2012, p.87
[31] IEC 61000-4-5 ed.2.0, Electromagnetic Compatibility (EMC) – Part4-5:
Como proposta de futuros trabalhos propõe-se (a) um Testing and measurement techniques – Surge immunity test, 2005, p.95
estudo da norma 61000-6-4 que trata das emissões [32] IEC 61000-4-6 ed.3.0, Electromagnetic Compatibility (EMC) – Part4-6:
eletromagnéticas para equipamentos submetidos a ambientes Testing and measurement techniques – Immunity to conducted
disturbances, induced by radio-frequency field, 2008, p.233
industriais (b) a realização prática dos ensaios pertinentes de [33] IEC 61000-4-8 ed.2.0, Electromagnetic Compatibility (EMC) – Part4-8:
imunidade e emissão, e o estudo e implementação de técnicas Testing and measurement techniques – Power frequency magnetic field
immunity test. p.65.
de hardware e software para minimizar os efeitos da [34] IEC 61000-4-11 ed.2.0, Electromagnetic Compatibility (EMC) – Part4-
interferência eletromagnética em sensores industriais. 11: Testing and measurement techniques – Voltage dips, short
interruptions and voltage variations immunity tests. p.51.
[35] IEC 60947-5-2 ed.3.1, Low Voltage Switchgear and controlgear – Part
REFERÊNCIAS 5-2: control circuit devices and switching elements – Proximity
[1] CISPR 11:1997, Industrial, scientific and medical (ISM) radio- switchess. p.207.
frequency equipment - Electromagnetic disturbance characteristic –
Limits and methods of measurement. Gabriel de Carvalho Monteiro nasceu em Cachoeiras de Macacu, RJ, em 09
[2] CISPR 22: 1997, Information technology equipment – Radio de março de 1983. Engenheiro Eletricista (Inatel, 2007).
disturbance characteristics – Limits and methods of measurement. Em 2006 trabalhou na equipe de engenharia de desenvolvimento da empresa
[3] F.C.C., Federal Communications Commission. Disponível: www.fcc.gov Sense Eletrônica LTDA. De 2007 a 2011 ingressou na equipe de
[4] IEC 61000-1-1 ed.1.0, Electromagnetic Compatibility (EMC) – Part 1: desenvolvimento da empresa Leucotron Telecom. Atualmente trabalha como
General – Section 1: Application and interpretation of fundamental engenheiro de produtos/aplicação no Grupo C+ Tecnologia desenvolvendo
definitions and terms, 1992, p.59. soluções para equipamentos de automação industrial.
[5] IEC 61000-6-2 ed.2.0, Electromagnetic Compatibility (EMC) – Part 6-2:
Generic Standards – Immunity for industrial environments, 2005, p.29. José Domingos Adriano. Natural de Varginha, Minas Gerais, é formado em
[6] IEC 61000-6-4 ed.2.0, Electromagnetic Compatibility (EMC) – Part 6-4: Técnico em Eletrônica pela ETE "FMC" e Engenheiro de Telecomunicações
Generic Standards – Emission standard for industrial environments, pelo INATEL. Possui especialização em Gestão de Projetos pela FAI. É sócio
2006, p.23. diretor da Exsto Tecnologia, onde é responsável pelo gerenciamento de projetos
[7] INMETRO, Instituto Nacional de Metrologia. Disponível: em eletrônica, automação e telecomunicações. É professor de curso de pós-
www.inmetro.gov.br graduação em automação no INATEL.
[8] ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005, Requisitos gerais para a competência
de laboratórios de ensaio e calibração.
[9] ILAC, International Laboratory Accreditation Cooperation. Disponível:
www.ilac.org
[10] IAAC, InterAmerican Accreditation Cooperation. Disponível:
www.iaac.org.mx

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