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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA DE BELAS ARTES

POUSADA URBANA “BEM-ESTAR CANELA”: UMA PROPOSTA PROJETUAL EM DESIGN DE AMBIENTES

SALVADOR
2019
AMANDA SALES CONCEIÇÃO BARBOSA

POUSADA URBANA “BEM-ESTAR CANELA”: UMA PROPOSTA PROJETUAL EM DESIGN DE AMBIENTES

Trabalho de conclusão do curso de graduação em Decoração, Escola de Belas Artes, Universidade


Federal da Bahia, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Decoração.
Orientadora: Maria Herminia Olivera Hernández

Salvador
2019
FICHA CATALOGRÁFICA

UFBA/Escola de Belas Artes

BARBOSA, Amanda Sales Conceição, Pousada Urbana “Bem-estar Canela”:


Uma proposta projetual em design de ambientes. 2019
.

Orientador: Maria Herminia Olivera Hernández


AMANDA SALES CONCEIÇÃO BARBOSA

POUSADA URBANA “BEM-ESTAR CANELA”: UMA PROPOSTA PROJETUAL EM DESIGN DE AMBIENTES

Trabalho de conclusão do curso de graduação em Decoração, Escola de Belas Artes,


Universidade Federal da Bahia, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em
Decoração.

Aprovada em 04 de Julho de 2019.


BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________
Maria Hermínia Olivera Hernández – Orientadora
Doutora em Arquitetura e Urbanismo / FAUFBA
Universidade Federal da Bahia

_____________________________________________
Aline Kedma
Mestre em Artes Visuais / EBA-UFBA
Universidade Federal da Bahia

_____________________________________________
Paulo Henrique
Mestre em Artes Visuais / EBA-UFBA
Universidade Federal da Bahia
RESUMO

O conceito de bem-estar tem sido crescente sobre as decisões do modo de vida das pessoas e perpassam da alimentação e exercícios físicos
à relações interpessoais e com o ambiente circundante. Esse conceito nos ambientes se aplica para além do conforto dos materiais e
aplicações cromáticas e se faz preciso, principalmente com o aumento da permanência em espaços fechados na atualidade. O que faz da
especificação dos elementos utilizados na composição dos espaços requisito fundamental devido à possível implicação daqueles na saúde
através de infeções ou inflamações respiratórias. Nessa perspectiva, o trabalho objetiva desenvolver proposta projetual em design de
ambientes para uma edificação com fins hoteleiros que se preocupe com a especificação de materiais e sua incidência na saúde respiratória
das pessoas. Tendo como foco os apartamentos standart e suítes. O projeto tem como objeto uma edificação localizada no bairro do Canela,
em Salvador, Bahia. Conclusivamente a pesquisa demonstra, entre outros aspectos, a existência e possibilidade de uso de diversas
alternativas, estratégias e materiais para a concepção de ambientes como os aqui tratados, a interdisciplinaridade que envolve este tipo de
proposta, bem como à necessária e oportuna participação do designer de ambientes nesta área de atuação.

Palavras chaves: Design de Ambientes, Hotelaria, Saúde respiratória, Materiais.


ABSTRACT

The concept of Wellbeing has been increasing over the decisions of the way of life of the people and they pass from the feeding and physical
exercises to the interpersonal relations and with the surrounding environment. This concept in environments is applied beyond the comfort of
materials and chromatic applications and is necessary, especially with the increase of the permanence in closed spaces now a days. What
makes the specification of the elements used in the composition of spaces a fundamental requirement because of the possible implication of
those in health through respiratory infections or inflammation. In this perspective, the objective of this work is to develop a design proposal for
the design of environments for a hotel building that is concerned with the specification of materials and their impact on the respiratory health of
people. With a focus on standard apartments and suites. The project has as its object a building located in the neighborhood of Canela, in
Salvador, Bahia. Conclusively the research demonstrates, among other aspects, the existence and possibility of using various alternatives,
strategies and materials for the design of environments such as those treated here, the interdisciplinarity that involves this type of proposal, as
well as the necessary and timely participation of the designer of environments in this area.

Keywords: Ambient Design, Hospitality, Respiratory Health, Materials.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01- Localização da estação de monitoramento do ar no jardim do Teatro Castro Alves;


Figura 02- Imagens Biohotels;
Figura 03- Imagens Meliã e WZ Hotel Jardins;
Figura 04- Dados climatológicos para Salvador.
Figura 05- Medições realizadas no 1º andar da galeria Cañizares.
LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Emissões em Salvador;

Tabela 02 – Materiais de construção utilizados como revestimento e/ou acabamento e compostos poluentes relacionados;

Tabela 03 – Classificações comuns de hospedagens;

Tabela 04 – Classificação disponível e estrelas correspondentes;

Tabela 05 – Dados de umidade e temperatura obtidos.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 02

2. QUALIDADE DO AR INTERIOR (QAI) E ALERGIAS RESPIRATÓRIAS 10

2.1 ALERGIAS RESPIRATÓRIAS 12

2.2 EMISSÕES QUÍMICAS EM AMBIENTES INTERNOS E EXTERNOS 14

2.3 ALÉRGENOS 15

2.3.1 Alérgenos biológicos 15

2.3.2 Alérgenos não biológicos no ambiente interno 17

2.4 MICROCLIMA ARTIFICIAL 19

2.5 MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL 20

3. HOTELARIA: CATEGORIA E CLASSIFICAÇÃO 25

3.1 CATEGORIAS DE HOTÉIS 25

3.1.1 Pousadas 28

3.2 BUSCANDO INSPIRAÇÃO: REFERENCIAIS 28

4. PROPOSTA PROJETUAL: POUSADA BEM-ESTAR CANELA 31

4.1 ETAPA N°1 – APROXIMAÇÕES 34


4.1.1 Aproximações: contextos espaciais e ambientais 34

4.1.2 Briefing e programa de necessidades 37

4.1.3 Requisitos do projeto 40

4.2 ETAPA Nº2 - CRIAÇÃO: APARTAMENTO STANDART E SUÍTE 41

4.2.1 Moodboard 41

4.2.2 Painel de amostras de materiais 45

4.2.3 Conceito 47

4.3 ETAPA Nº3 - PROPOSTA PROJETUAL 48

4.3.1. Plantas gráficas e Memorial Descritivo (V.II) 48

4.3.2. Imagens do projeto (V.III) 48

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS. 50

REFERÊNCIAS 52

ANEXOS 59
INTRODUÇÃO

1
Usuários de hotel correntemente têm como prioridade o desejo pelo conforto de suas acomodações, os hotéis como consequência
disso, buscam utilizar materiais aparentemente acolhedores, porém essa atitude tem causado o efeito contrário já que expõe
desnecessariamente os hóspedes a fontes de contaminação.

Essa exposição à agentes contaminantes químicos e biológicos, através de uma especificação incorreta de materiais para
revestimentos e mobiliário, pode provocar manifestações alérgicas respiratórias capazes de prejudicar desde o desempenho de
palestrantes e executivos em trânsito para um congresso à programações de férias em família.

Um agravante para esse problema tem sido os prejuízos para a saúde que um ambiente artificialmente aclimatado, presente
principalmente em hotéis urbanos, podem resultar já que:“[...]São considerados ambientes complexos, em virtude da infinidade de
componentes químicos (substâncias tóxicas, carcinogênicas, radioativas) e biológicos (microrganismos patogênicos) emitidos por
diversas fontes”(COSTA e COSTA, 2006,p.2).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1988, um terço dos casos de contaminação do ar pela bactéria
Legionella Pneumophila na Europa estão associados à viagens e muitas das origens dessa exposição são encontradas em hotéis
resort. Essas fontes podem estar presentes em sistemas de resfriamento, ventilação e aquecimento da edificação, a “Doença dos
Legionários”, como é chamada, é o resultado da contaminação de um agente biológico na qualidade do ar interno (QAI) que pode
causar pneumonia e levar à óbito (CARMO e PRADO,1999).

Segundo a OMS os riscos ambientais são a razão de um quarto das doenças mundiais, e por se tratar de uma situação recorrente
o fato de pessoas relatarem o aparecimento de sintomas, sem motivação aparente, durante a permanência em locais fechados ou
que fazem uso de equipamentos de refrigeração, adotou-se o termo Síndrome do Edifício Doente (SED) para classificar o efeito
generalizado sofrido pelos usuários devido aos problemas no microclima artificial desses ambientes. Esse termo foi adotado em
1982 pela OMS, outra nomenclatura foi sugerida em 1987 pela comissão National Ressarch Council que propôs a adoção de
“Doença de ambiente interno” ou “Doença relacionada ao prédio” (COSTA, COSTA, 2006).

2
No entanto, a SED, de acordo com Carmo e Prado (1999) citando Hansen (1991), apenas agrava transitoriamente sintomas de
pessoas que já são predispostas imunologicamente, e a razão da manifestação não é sempre identificável, sendo muitas vezes
resolvida através de ventilação adequada. Já nas “doenças relativas ao edifício” ocorre uma infecção verdadeira e detectável
através de testes laboratoriais. Essa ultima, portanto, é considerada uma situação agravante a SED.

Um ambiente é classificado como doente se 20% dos seus usuários apresentam sintomas decorrentes da permanência no local
(CARMO, PRADO,1999, apud ROBERTSON,1995). Estes problemas podem ser devido às características físicas, químicas e
biológicas. Os problemas físicos estão relacionados ao nível de iluminação e ruído, temperatura, ventilação e campos magnéticos
inadequados1. As perturbações químicas se referem à liberação de contaminantes, enquanto para o biológico trata-se da presença
de microrganismos nocivos (ECYCLE, [20--]).

Os espaços podem ser classificados como temporariamente doentes ou permanentemente doentes. A primeira classificação se
verifica quando o ambiente foi objeto de alguma interferência recente que introduziu poluentes no ar e após um tempo deixam o
local e a segunda se refere às consequências de um projeto mal elaborado, ou sem manutenção, que não permite a evasão de
poluentes ou favorecem a proliferação de micro organismos (ECYCLE, [20--]).

Hotéis projetados sem o atendimento necessário aos aspectos que favorecem uma boa qualidade do ar podem estar influenciando
química e biologicamente na saúde respiratória e conforto de clientes e funcionários de maneira silenciosa e requer, portanto,
atenção para que as recorrências desses efeitos sejam minimizadas ou eliminadas.

Essa informação revela questões sobre as recomendações que podem ser sugeridas em relação às especificações de materiais
em quartos de hotéis urbanos e de que maneira estas poderão contribuir com o conforto previsto pelos hóspedes.

1
Ocorrem devido à equipamentos e instalações elétricas não coerentes com os padrões estabelecidos. Esse campo pode gerar respostas imunológicas e de estresse em
pessoas “eletrosenssitivas”. A constante exposição pode gerar alterações no circuito bioelétrico do individuo (SILVA,2014). Essa exposição, no entanto não será
aprofundada durante o ensaio projetual, já que a localização da edificação se torna um fator limitador.
3
Atender a esses requisitos acrescenta relevância ao marketing do hotel, visto que possibilitará aos usuários uma melhor
experiência no local que poderá ser refletida em retorno financeiro e valor agregado, ou seja, a percepção positiva dos clientes
sobre a qualidade diferenciada de um produto ou serviço.

O cenário de publicações acerca do tema demonstra que o interesse principal em relação à QAI está relacionado ao setor
empresarial e as suas implicações em absentismo e produtividade. O tema é abordado em investigações de profissionais da
saúde, relacionando-o com os sintomas apresentados pelos usuários e por técnicos em segurança do trabalho, que analisam
através de estudos de caso o grau de pureza do ar.

Em grande parte, esses estudos limitam-se a descrever e quantificar as emissões gasosas oriundas de produtos de limpeza,
peças de mobiliário e revestimentos, abordando como o seu uso pode ser prejudicial, mas sem levantar proposições de materiais
que os substituiriam para atender a demanda estética, funcional e financeira do objeto estudado. Não foram encontrados estudos
focalizando particularmente a aplicação projetual em design de ambientes. Diante do panorama relatado, surge a questão a ser
respondida nesta pesquisa: Como o design de ambientes pode proporcionar, através da especificação de materiais, condições
favoráveis para a saúde dos hospedes em ambientes de pousadas urbanas?

O interesse sobre a QAI para o designer de ambientes torna-se significativo à sociedade por ser esse o profissional habilitado a
pensar os aspectos relacionados aos espaços internos. Isso os torna então, responsáveis pela qualidade de suas especificações e
pela consequência desses materiais na saúde de seus clientes. A adoção de práticas que favoreçam a qualidade do ar por
designers incrementa a relevância ao tema, porque através de pesquisas e execução projetual se torna instrumento de divulgação
do tema e bem-estar.

Relatos espontâneos sobre experiências frustradas em relação a crises alérgicas em hotéis motivaram a autora da pesquisa a
investigar ferramentas que assegurem o bem-estar, a qualidade do ar e do sono em quartos de hospedagens urbanas, a escolha
se justifica por estas geralmente se localizarem em áreas centrais da cidade e próximas a grandes vias, submetendo hóspedes a
altos níveis de poluição, muitas vezes potencializados pelo uso de cortinas de vidro nas fachadas, decisão arquitetônica que, na
4
maioria das cidades brasileiras, torna imprescindível a formatação de um microclima artificial agravando os níveis de poluição
interna do ar.

A escolha em abordar os apartamentos de hospedagens urbanas se legitima por ser o ambiente de maior permanência do
hóspede, tornando-se o cerne da contribuição de possíveis reações alérgicas. A partir de buscas em sites de reservas de hotel
percebe-se que a visão atual da maioria das hospedagens pelo mundo, sobre quartos para alérgicos, se resume em categorias
nas quais não se utiliza piso acarpetado ou que não são permitidos fumar, revelando um desconhecimento sobre as necessidades
de clientes com perfil de sensibilidade alérgica.

O designer de ambientes, durante a concepção do projeto do hotel, deve orientar os empresários do segmento sobre práticas
projetuais a serem adotadas para que as necessidades de conforto dos seus clientes sejam atendidas, enfatizando como a
escolha inadequada de elementos do projeto pode acarretar em um check-out precoce ou má indicação do empreendimento.

O presente trabalho tem como objetivo geral, desenvolver proposta projetual em design de ambientes para uma edificação com
fins hoteleiros que se preocupe com a especificação de materiais e sua incidência na saúde respiratória das pessoas. Tendo como
foco os apartamentos standart e suítes.

Como objetivos específicos, a pesquisa propõe: Identificar as razões pelas quais a permanência em um ambiente com microclima
artificial ou com má qualidade do ar pode se tornar prejudicial à saúde e à qualidade de vida do ocupante; Verificar as tipologias de
hotéis mais frequentes e suas diferenças, focalizando na categoria das pousadas urbanas; Analisar materiais para especificação e
soluções de layout que corroborem com as necessidades de conforto ambiental de hóspedes alérgicos e realizar proposta
projetual nos ambientes adaptados para apartamento standart e suíte, no primeiro pavimento da edificação, localizada na Rua
Araújo Pinho nº212, no bairro do Canela, Salvador/Bahia.

Em termos de metodologia, trata-se de pesquisa qualitativa que se serviu do levantamento bibliográfico (envolveu fontes
impressas, digitais e peças gráficas, entre outros), atendendo particularmente normas técnicas, websites das principais redes

5
hoteleiras e de produção tecnológica referente ao tema. Esses dados foram tratados através do método de análise e síntese, que
possibilitou a sistematização de algumas das informações no formato de tabelas, contribuindo para o melhor entendimento e
posterior utilização das informações no ensaio projetual proposto, além de entrevista semiestruturada realizada com a médica
alergologista Cristiane Britto Pereira, que esclareceu sobre o impacto dos alérgenos no usuário e medidas preventivas para
reações através de controle ambiental.

Como metodologia projetual a pesquisa fará uma aproximação à metodologia de painéis imagéticos (SANTOS, HERNANDEZ,
2016) e GIBBS (2010) considerando basicamente a subdivisão da abordagem projetual em três etapas. Seguindo, na Etapa nº1 –
Aproximações, onde se pretende realizar um contato direto com o contexto e programa de necessidades, através do
desenvolvimento de atividades específicas expressas em painéis. Na Etapa nº2 - Criação, os painéis imagéticos (arquétipo e
semântico) são substituídos pelos painéis moodboard e de amostras de materiais, por considera-los mais adequados à presente
proposta. A Etapa nº3, também voltada na metodologia original à montagem de painéis (concept board e coordenação), é
apresentada através de dois volumes subdivididos. O primeiro, nomeado Volume II consta de plantas técnicas gráficas e o
memorial descritivo, enquanto o segundo designado como Volume III consiste em um pequeno livro com imagens do ensaio
projetual.

A seguir Quadro 01, com esquema síntese da abordagem metodológica:

6
Quadro 01: Esquema metodológico da pesquisa

Levantamento
bibliográfico
Ensaio Projetual
Análise e Síntese Aproximações
Bem-estar Canela
Levantamento de
inspirações
Criação
Entrevista

Fonte: Desenvolvido pela autora (2019)

Para a abordagem da pesquisa foram tratados alguns autores e suas produções que foram fundamentais para a compreensão e
tratamento do tema. No caso de Andrade, Brito e Jorge (2004), foi possível ter acesso às classificações existentes sobre hotéis e
ter um entendimento do que seria o hotel urbano, utilizado como base para o ensaio projetual.

Já o artigo “A qualidade do ar de interiores e a saúde humana” elaborado por Maria Costa e Marco Costa (2006), orienta
teoricamente para questões relativas à qualidade do ar interno como as implicações em agravos à saúde dos ocupantes de
ambientes inapropriados e SED. E em “Qualidade do ar interno” de Adriano Carmo e Racine Prado (1999) além das orientações
anteriormente citadas, tratam sobre a origem e efeitos de contaminantes químicos e material particulado presentes no ar de
ambientes contaminados provenientes de materiais de construção e acabamentos, além de propor uma metodologia de
investigação sobre a qualidade do ar. Acrescentam-se como sugestões de projeto os parâmetros de certificação para a obtenção
do selo casa saudável referentes à iluminação, acústica, materiais e qualidade do ar.

A pesquisa está organizada em 7 capítulos, apresentados em 3 volumes. O volume I, consta de 5 capítulos (exceto o subcapitulo
5.3, Ensaio projetual). O primeiro deles, o capítulo 1, é dedicado à introdução e traz conteúdos referentes ao tema selecionado
7
para o presente estudo, justificando o impacto e atualidade do problema evidenciado através de questões apresentadas de
delimitação do tema, objetivos e metodologia e referencial teórico.

Quanto aos capítulos de 2 a 5, observa-se que: O Segundo, nomeado como: Qualidade do ar interior (QAI) e alergias respiratórias
aborda como a qualidade do ar no exterior e interior de ambientes tem implicações na saúde dos ocupantes, as principais alergias
respiratórias diagnosticadas no Brasil, suscita a SED, a importância do equilíbrio entre fatores de umidade, ventilação e
temperatura, e indica medidas de controle ambiental discutindo como o uso de materiais e revestimentos contribuem
negativamente para o cenário.

O terceiro capítulo denominado “Hotelaria: Categoria e classificação” demonstra princípios gerais sobre a classificação e
infraestrutura de hospedagens, aprofundando em pousadas e reunindo uma série de fotos e informações de referenciais práticos
que foram adotados para o desenvolvimento do ensaio projetual.

Durante o 4º capítulo são apresentadas informações sobre o local de estabelecimento do ensaio, condições físicas, ambientais e
sociais da ambientação, do público que destina a hospedagem e o desenvolvimento da proposta conforme conceito dos
ambientes, etapas e formulação dos painéis.

Observo que neste capítulo, especificamente no subcapitulo 4.3, correspondente à Etapa nº3: Ensaio Projetual, abre para os itens
4.3.1- Plantas gráficas e Memorial Descritivo e 4.3.2 - Imagens do projeto, que são tratados em cadernos separados como
Volumes II e III da pesquisa respectivamente.

A seguir, as considerações finais reúnem os tópicos de maior relevância do texto relacionando-os com as perspectivas de impacto
social das alternativas propostas e traça recomendações para outros ambientes, a fim de expandir a aplicabilidade e compreensão
sobre ambientes que não colaborem para reações alérgicas e as referências do estudo.

Quando necessário, os capítulos são pontuados com ilustrações, mas que estão presentes em maior número no capítulo de
anexos, juntamente com tabelas e gráficos oportunos.

8
QUALIDADE DO AR
INTERIOR (QAI) E
ALERGIAS

2
RESPIRATÓRIAS
9
No Brasil, é a legislação do Conselho Nacional de Meio Ambiente CONAMA nº03/90 quem estabelece os níveis adequados de
poluentes, para que suas concentrações não afetem a qualidade da saúde da população. De acordo com ela, os poluentes
atmosféricos podem estar presentes na forma material ou energética tornando o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à
saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e flora ou prejudicial à segurança. Através de
quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos.

De acordo com Silva, Schimid (2010) e Carmo, Prado (1999), a concentração desses poluentes é mensurada através do
monitoramento da qualidade do ar no ambiente e pode ser afetada pelas condições climáticas da região, graças ao aumento de
temperatura que acelera as reações resultantes em ozônio (O³), a inversão térmica no inverno, a ventilação, a umidade do ar, além
da disposição geográfica da região que pode reter ou favorecer a dispersão dos poluentes (VIANNA, 2014).

Na cidade de Salvador-BA a aferição da qualidade do ar é responsabilidade da Central de Tratamento de Efluentes Líquidos,


CETREL (Instituto de Energia e Meio Ambiente, 2014). O monitoramento foi implementado no ano de 2010, e é realizado através
de estações automáticas móveis e fixas que foram distribuídas em diversos pontos da cidade, sendo um deles vizinho ao Largo do
Campo Grande, no jardim do Teatro Castro Alves 2 (INEMA,[20--]), localizado nas proximidades da edificação objeto do presente
estudo, o que possibilitou a obtenção de informações aplicáveis à proposta projetual. (Figura01) (INEMA, [20--]).

O Largo do Campo Grande possui intenso tráfego de veículos de transporte público e particular, portanto oportuniza maior
exposição aos acetaldeídos, substância originária da queima do combustível etanol hidratado, que interfere na concentração do
formaldeído (PINEDA,PRATA et al, 2017) e material particulado oriundo combustão do diesel, material carcinogênico (FÓRUM
INTERNACIONAL DE SOCIEDADES RESPIRATÓRIAS, 2017) que tem sido considerado um dos maiores fatores poluidores em
cidades, emitindo 100 vezes mais partículas no mesmo trecho que a gasolina. (VIANNA, ANDRADE et al, 2008) e (VIANNA, 2014).

2
Dados de localização em 2014, atualmente (2019) a estação não se encontra no mesmo local.
10
Figura 01 – Localização da estação de monitoramento do ar no jardim do Teatro Castro Alves.

Fonte: http://jornalanoticiadeibicarai.blogspot.com/2014/02/centrais-vao-monitorar-qualidade-do-ar.html (2014)

A região é atravessada por um dos circuitos da maior festa de rua do Brasil, o Carnaval de Salvador. De acordo com um estudo de
medição de material particulado oriundo da emissão dos motores à diesel, combustível utilizado pela maioria dos trios elétricos à
época, foram encontrados níveis elevados de material particulado de acordo com os padrões da OMS no circuito do carnaval nos
anos de 2007 e 2008 (VIANNA, ANDRADE et. al 2008). Visando o melhoramento do quadro, ainda em 2008 parte da frota de trios
elétricos passou a utilizar como combustível o biodiesel (VIANNA, 2014). Sobre essa ocorrência a doutora Pereira (2019, n.p),
declara que os poluentes atmosféricos ”[...] agem como irritantes, é como se eles abrissem uma portinha de entrada na mucosa
respiratória para que o acaro possa penetrar [...]”.

11
A tabela 01 a seguir demonstra a localização das estações de monitoramento do ar na cidade de Salvador, os poluentes
monitorados e no momento da coleta quais deles estavam presentes, juntamente com os parâmetros meteorológicos. Observa-se
que a estação do Campo Grande apresentou a presença dos poluentes: Material particulado inferior a 10 micrômetros (MP10),
dióxido de enxofre (O2), Ozônio troposférico O3, Dióxido de nitrogênio (NO2) e Monóxido de carbono (CO).
Tabela 01- Emissões em Salvador

Estação Tipo de monitor Poluentes monitorados Parâmetros meteorológicos


PTS MP SO HS O CO NH NO BTEX HC DVEL VVEL PATM RG UV TEMP UREL P
RE
C
Paralela – CAB Automático x x x x x x x x x x
Campo Grande Automático x x x x x x x x x
Dique do Tororó Automático x x x x x x x x x x
Rio Vermelho Automático x x x x x x x x x
Pirajá Automático x x x x x x x x x
Av. ACM Automático x x x x x x x x x x
Itaigara Automático x x x x x x x x x
Fonte: Inema, (2013). Adaptado pela autora.

O artigo de revisão “Asma na criança e no adolescente brasileiro: contribuição do International Study of Asthma and Allergies in
Childhood (ISAAC)” por SOLÉ, NUNES et. al cita que embora sem confirmação estatística a exposição à taxa elevada de MP10
no ambiente associa-se à maior “prevalência de asma ativa” e sua intensidade.

2.1 ALERGIAS RESPIRATÓRIAS

As alergias tem origem em razões genéticas ou por fatores ambientais. Esta ultima é a principal causa e agravante de crises,
devido a exposição aos alérgenos ambientais e irritantes inespecíficos3 (GALVÃO, CASTRO, 2005). A presença de fungos no

3
Os alérgenos se classificam em inespecíficos como os irritantes e poluentes ambientais e desencadeantes específicos nomeados como aeroalérgenos ou alérgenos
inaláveis.(SILVA, 2008).
12
ambiente é um dos fatores notáveis de inflamação e sensibilidade para alergias respiratórias, sendo a Asma e a Rinite as mais
comuns (PINEDA, 2009).

A asma é uma doença crônica4 de impacto importante no Brasil e pode ser considerada um problema de saúde pública. Sua
presença está distribuída pelo país e possui diversos fatores de riscos com variações regionais, mas apresenta maior efeito em
crianças e adolescentes (SOLÉ , NUNES et al. 2014).

De acordo com Galvão e Castro (2005) a doença promove sintomas como: dificuldade para respirar, tosse, chiado e sensação de
aperto no peito. Isso ocorre devido à inflamação das vias aéreas, obstrução do fluxo de ar e hiperresponsividade brônquica5.

A asma ocupacional ocorre quando usuários do local de trabalho apresentam sensibilidade no ambiente de trabalho (RUBIN,
PEREIRA et al, 2002) e é correspondente a 15% dos casos (TELLES FILHO, 2017). A Asma e a Rinite podem coexistir no
individuo, sendo a segunda um fator de risco para a primeira. A Rinite também é um transtorno crônico e pode se agravar através
da presença de poluentes ambientais como o: ozônio, óxidos de nitrogênio e dióxido de enxofre (SILVA, 2008), por isso há maior
prevalência da doença em centros urbanos (GALVÃO, CASTRO, 2005). (Observe a presença desses poluentes no bairro do
Campo Grande, Tabela 1).

Ela se caracteriza por espirros frequentes, obstrução, secreção e irritação nasal que geralmente se estendem por mais de um dia e
podem ser desencadeadas também por mudanças de temperatura (SILVA, 2008). A mudança climática entre períodos frios e
quentes, entre outros fatores, também irrita a mucosa através de mecanismos não alergênicos e oportuniza situações em que as
pessoas ao acordar e pisar no chão frio iniciam uma sequência de espirros (MELO, 2018).

4“ Estão relacionadas a causas múltiplas, são caracterizadas por início gradual, de prognóstico usualmente incerto, com longa ou indefinida duração. Apresentam curso
clínico que muda ao longo do tempo, com possíveis períodos de agudização, podendo gerar incapacidades. Requerem intervenções com o uso de tecnologias leves, leve-
duras e duras, associadas a mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que nem sempre leva à cura” (MINISTÉRIO DA SAÚDE,2013,p.5).
5
“ O termo responsividade de vias aéreas descreve a facilidade com a qual as vias aéreas se estreitam quando expostas a estímulos provocativos. Hiperresponsividade
brônquica pode ser definida como um aumento na facilidade e grau de estreitamento das vias aéreas em resposta a estímulos broncoconstritores in vivo.” (RUBIN, PEREIRA
et al,2002,p1).
13
Nas ocasiões em que há correlação entre os sintomas alérgicos e o ambiente habitado, a cerca das duas doenças citadas (Asma e
Rinite), faz- se necessário ao tratamento adotar medidas de controle e higiene no ambiente que deverão ser graduadas de acordo
com a intensidade dos sintomas (GALVÃO, CASTRO, 2005).

2.2 EMISSÕES QUÍMICAS EM AMBIENTES INTERNOS E EXTERNOS

A permanência humana em locais fechados tem se prolongado desde a urbanização e atualmente estudos estimam que entre 80%
(PINEDA, 2009), a 90% (SILVA, SCHIMID, 2010), do tempo as pessoas estão em locais como centros comerciais, escolas,
residências e outros 6% em veículos (PINEDA, 2009) e (COSTA, COSTA, 2006). A porcentagem alarmante, no entanto revela a
importância de se analisar a qualidade do ar e fatores relevantes ao conforto ambiental. Nota-se também a tendência de
crescimento da porcentagem diante da consolidação dos home offices6.

A estimativa da OMS é que, em média, 30% dos edifícios novos (construídos ou reformados recentemente) possuam problemas
na qualidade do ar (CARMO, PRADO, 1999). Os ambientes internos (AI) constam com dimensões cada vez mais reduzidas
(SILVA E SCHIMD, 2010, apud. WESCHLER, 2009) impedindo uma maior disponibilidade de janelas para a entrada do ar, não
permitindo sua renovação através de uma ventilação adequada. Dessa maneira a poluição do ar externo adentra ao AI e é retido,
prejudicando a qualidade do ar interno (PETILLO, 2002), (PINEDA, 2009) e (PINEDA, PRATA et al, 2017).

A cidade do Salvador-BA, embora com clima quente-úmido, possui a tendência geográfica de níveis adequados para qualidade do
ar devido à alta dispersão através do vento por estar localizada em uma península (COMUNICAÇÃO SALVADOR, 2018). Isso é
fundamental visto que um ambiente interno próximo a uma fonte estacionária externa com alto potencial contaminante pode se
tornar mais agressivo à saúde respiratória humana que fontes de origem interna (PINEDA, 2009). Diante disso, o AI pode se tornar
mais poluído que o ar do ambiente exterior (SILVA, SCHIMID, 2010) e (COSTA, COSTA, 2006).
6
Ambiente de estudo ou trabalho dentro de uma residência. (BALDAS, Barbra, 2016)

14
Ainda assim, é preciso ter atenção em relação ao mercado crescente de mobiliário, materiais para decoração e acabamentos que,
juntamente com os produtos químicos para limpeza, incrementam ao ambiente emissões químicas e exposição à alérgenos
(PINEDA, 2009), (PINEDA, PRATA et al, 2017), (SILVA, SCHIMID, 2010) e (CARMO, PRADO, 1999). Essas emissões podem ser
classificadas como primárias, quando originam do produto contaminante, ou secundárias quando reagem com outros compostos
disponíveis no ambiente. (CARMO, PRADO, 1999).

2.3 ALÉRGENOS

Os alérgenos podem ter origem biológica como fungos, antígenos liberados na corrente sanguínea provenientes de ácaros,
baratas e pelos de animais domésticos, ou não biológicos como substâncias emitidas por carpetes, eletrônicos, fumo em
ambientes fechados, oriundos da queima de combustíveis como lenha e fogão a gás e materiais de construção e acabamento.
(CARMO, PRADO, 1999), (PINEDA, 2009), (SILVA, SCHIMID, 2010), (OMS, 2011), (PINEDA, PRATA et al, 2017) e (COSTA,
COSTA, 2006). A sensibilização desses agentes no usuário depende de pelo menos três fatores de exposição: O tempo a que foi
exposto, a intensidade da exposição e do potencial alérgeno (OMS, 1988).

Esses alérgenos provocam reações que variam de acordo com o motivo alérgico, mas geralmente se convertem em: Tosse, falta
de ar, espirros, coriza, congestionamento e coceira nasal, no ouvido e garganta. Esses sintomas são tratados através de
medicamentos anti-histamínicos broncodilatadores e corticoides. (ASBAI, [20--] A)

2.3.1 Alérgenos biológicos

A exposição à essa classificação de alérgenos se relaciona em grande parte com a higiene e manutenção do espaço ocupado.
Alguns fatores contribuem para a difusão de fungos no ambiente como: ambientes selados que promovem déficits de ventilação, a
urbanização, a desigualdade social, alterações climáticas e técnicas e componentes de construções (OMS, 2009).

15
A incidência mais frequente de focos de exposição em domicílios de acordo com Telles Filho, 2017 tende ao perfil socioeconômico
baixo. Isso decorre das dificuldades de manter um controle ambiental adequado, devido a inviabilidade financeira para
interferências necessárias, espaço reduzido, o que restringe as aberturas para ventilação e mantem o ambiente mais escuro e
úmido, além de infestação de baratas.

As baratas, frequentes no Brasil por ser um país tropical, é um fator expressivo para ocorrência de alergias. Isso ocorre porque
após a sua morte há a expulsão de dejetos, e a sua fragmentação durante a decomposição reúne-se com a poeira domiciliar (UOL,
MARQUES, 2015). Situação semelhante ocorre com animais de estimação que lançam no ar restos de epitélio (caspa) e proteínas
da saliva e urina (Bergwerk, 2017).

O controle ambiental interno é parte integrante do tratamento à exposição de fatores para reações alérgicas. Quando relacionada a
higiene, reduz ou afasta a incidência de pragas e evita a utilização de produtos de dedetização, que são frequentemente
agressivos à saúde respiratória humana, e quando relacionada ao conforto ambiental (umidade, temperatura e ventilação - UTV)
se torna um fator determinante para a presença de ácaros em tecidos e objetos armazenados e mofo nas paredes. Esses fungos
(mofo), de acordo com Carmo e Prado, 1999, acumulam nos esporos micotoxinas7 e podem estar presentes em ambientes
refrigerados devido aos sistemas de ar condicionado e purificadores de ar sem manutenção.

Muitos dos materiais de construção e acabamento presentes no ambiente interno são emissores de compostos químicos nocivos à
saúde, mas também se tornam alimento para fungos, ácaros de poeira domiciliar e outros artrópodes (OMS,1988).

Um exemplo nacional de contaminação do ambiente devido a fungos em sistemas de ar condicionado ocorreu em 1998 com o
fechamento temporário da biblioteca central da Fundação Oswaldo Cruz, na cidade do Rio de Janeiro (COSTA, COSTA, 2006
apud STRAUZ et al., 2001).

7
Micotoxinas são toxinas produzidas por fungos (Microbiologia, [20--]).
16
Outro alérgeno relevante é o pólen, presente no ambiente externo derivado de flores e gramíneas, mas que adentra ao interno
através do vento e retido em sapatos e roupas. O pólen é um fator alérgico importante no mundo, mas no Brasil sua incidência é
maior nos estados da região Sul durante a estação da primavera (ASBAI, [20--] B).

2.3.2 Alérgenos não biológicos no ambiente interno

É um grupo de poluentes originários de diversas fontes, que reúnem partículas, formaldeído, Compostos Orgânicos Voláteis
(COV), entre outros. Estão presentes em materiais de higiene, de construção e acabamento, principalmente os que possuem
tratamento com retardantes de chama ou peças de roupa com fibras sintéticas tratadas com formaldeído para repelir manchas.
(WESCHLER, 2009).

O material particulado em suspensão no ar, devido à poluição urbana, também afeta materiais de precisão e obras de arte através
da deposição. “A deposição contínua da poeira sobre os documentos prejudica a estética dos mesmos, favorece o
desenvolvimento de microrganismos e pode acelerar o processo de deterioração do material de arquivo devido aos ácidos nela
contidos” (CARMO e PRADO, 1999, p.18).

O nível de poluição em ambientes internos pode ser mensurado através do conceito de microambiente. Esses são lugares em que
as concentrações dos poluentes, no momento da medição, são constantes ou homogêneos e dessa maneira permitem o
acompanhamento da concentração (CASTRO, GOUVEIA, CEJUDO, 2003). Os autores Pineda, Prata et al, 2017 apontam que
através de estudos quantitativos foi observado que as emissões nocivas perdem relevância em relação ao tempo. Ainda sobre
esse assunto, e após pergunta sobre o potencial alergênico de emissões químicas nos materiais, Pereira (2019, n.p) comentou:

[...] tem pacientes que talvez não sintam tanto o cheiro, mas o próprio contato. Ai já sai da alergia respiratória para o próprio
contato com alguma laca ou produto que tenha sido utilizado e o paciente possa ter uma irritação cutânea. Mas de uma maneira
geral evitando o cheiro forte, depois que é confeccionado o móvel dar um tempinho antes do paciente entrar no ambiente ajuda.
Tipos de cola por exemplo, logo depois que faz um piso, é terrível, fica um cheiro por um bom tempo [...].

17
A seguir na tabela 02 estão listados alguns materiais emissores de poluentes no AI:

Tabela 02 – Materiais de construção utilizados como revestimento e/ou acabamento e compostos poluentes relacionados.

Material Compostos poluentes


Madeira composta MDF Formaldeído, Fenóis
OSB (oriented strand board)
Compensados Ureia- Formaldeído, Aldeídos, Terpenos
Tubulação em PVC Tubos e encanamentos em geral SVOC SVOC (Compostos orgânicos semivoláteis)

Cabos e fios isolantes em PVC Revestimento de fios e cabos de redes de Ésteres de ftalato
telefone, lógica, televisão, etc.
Pisos Pisos vinílicos Plastificantes 2-etilhexil-ftalato (DEHP),Ésteres de ftalato

Tapetes e Carpetes Nylon Poluentes


Fibras sintéticas Não biológicos - Ozônio, Retardantes de chama
Sistemas de fixação ou apoio Poluentes
Biológicos - Ácaros, Fungos , Bactérias
Tintas e vernizes Formaldeído, Compostos orgânicos voláteis, Compostos
orgânicos semivoláteis
Mobiliário Madeira composta (ver acima),
Espumas sintéticas Retardantes de chama
Rochas naturais Mármores e granitos Elementos químicos radioativos - Radônio, Tório, Urânio e
Potássio

Fonte: Silva e Schmid, 2010. Adaptado pela autora.

18
Dentre os poluentes listados o de maior presença em interiores é o formaldeído, a contaminação se dá por contato direto ou via
respiratória através da inalação, provocando sintomas como: Irritação nos olhos, tosse e espirros e até edema pulmonar,
inflamação e pneumonia em concentrações mais altas (SILVA, SCHIMID, 2010 apud. JONES,1999).

2.4 MICROCLIMA ARTIFICIAL

Ambientes com microclima artificial são ambientes artificialmente aclimatados através de aparelhos de refrigeração ou
aquecimento e se difundiram de acordo com a necessidade de adequar ambientes selados 8 a princípios de conforto ambiental.

A formatação desses ambientes selados conferem vantagem em eficiência energética em países com clima frio, de onde seu uso é
originário. No entanto, a falta de circulação e renovação do ar, que confere maior estabilidade na temperatura, retêm os poluentes
e aumenta o nível de umidade internamente. Essas implicações agravam-se em países subtropicais como o Brasil, que ao importar
a técnica como solução estética, tende a potencializar os danos à qualidade do ar interno devido às características quente úmidas
próprias ao clima (SILVA, SCHIMID, 2010).

A união dessas características ambientais, aliadas a emissões químicas e sistemas de ventilação e resfriamento favorecem
quando mal elaborados, ao aumento da porção de esporos, microrganismos e crescimento de fungos promovendo reações
alérgicas ou asmáticas desencadeadas pelo acúmulo de água e condensação (CARMO, PRADO, 1999). Nesse cenário, os
ocupantes destes ambientes que enfrentam sintomas podem estar sujeitos às manifestações relacionadas à SED. São eles:

 Dores: De cabeça, garganta e irritação na mesma;


 Percepção anormal: Odores e distúrbios visuais;
 Respiratórios: Chiado no peito, falta de ar, coriza tosse;
 Dermatológicos: Secura e irritação na pele, mucosas e membranas (olhos, garganta), lacrimejamento nos olhos;

8
Carmo e Prado (1999,p.36) os define como ambientes sem janelas com abertura em que a ventilação natural é extremamente reduzida ou nula, havendo a
troca de ar apenas através de equipamentos de refrigeração e ventilação.

19
 De comportamento: Sonolência, apatia, cansaço, fraqueza, fadiga, tontura, dificuldade de concentração, náusea.

De acordo com os estudos de (SILVA E SCHIMD, 2010, apud. REDLICH, SPARER E CULLEN, 1997), (CARMO E PRADO,1999
apud. ROBERTSON 1995 ) e (COSTA, COSTA,2006 , apud. OMS, 1983).

Reiteradamente observa-se que nem todos os frequentadores do ambiente com SDE apresentam sintomas, mas a possibilidade é
ampliada para pessoas com sensibilidade imunológica, devido a doenças ou tratamentos radioativos. Esses sintomas segundo
Costa e Costa (2006), podem ou não desaparecer após a saída do local, mas se caracterizam por surgir sem motivação aparente
e só reduzem seu impacto após a identificação e eliminação do foco de exposição.

A Resolução nº9 (BRASIL, 2003) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, determina parâmetros de referência para
qualidade do ar interno, através de quantificações de material particulado, contaminação química e fatores de conforto térmico
como níveis de umidade e ventilação toleráveis. Apesar disso, é deficitária por não apresentar informações sobre compostos
voláteis e formaldeído (COSTA,COSTA, 2006).

2.5 MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL

A adoção de medidas de controle ambiental permite que o usuário se preserve em relação a reações alérgicas. Essas reações
podem gerar inconvenientes como diminuição de produtividade no trabalho ou escola e noites mal dormidas. Observa-se que o
impacto da poluição biológica no AI está fundamentalmente ligado ao comportamento dos usuários. Quando adequado, permite o
controle das fontes (OMS, 1988) e podem até diminuir a reatividade dos mesmos aos testes cutâneos de antígenos inalatórios
(REIS, 1998). A seguir, estão agrupadas medidas de controle adotadas no ambiente residencial e comercial que possuem
viabilidade de aplicação para a construção do projeto de um ambiente hoteleiro.

20
1. Análise do local da edificação: evitar habitar regiões próximas a fábricas e grandes vias é um importante fator para a
redução de compostos químicos no ar do ambiente interno. Enquanto habitar locais ensolarados e longe de plantações
pode reduzir o contato com proliferações de fungos e pólen (GALVÃO, CASTRO, 2005).
2. Investigar fatores ligados à estrutura da edificação: Observar a ventilação, temperatura e umidade. Para uma ventilação
adequada deve-se possuir um fluxo de ar que permita a vazão de poluentes (com fonte no interior ou exterior) permitindo
uma renovação do ar regular entre os ambientes. Caso não seja possível, deve-se propor um sistema de ventilação
mecânico, através de sistemas mais simples de circulação de ar, como o ventilador, até os mais complexos como sistemas
centrais de condicionamento de ar e exaustão. A adoção desses sistemas complexos deve atender a uma série de medidas
de manutenção e troca de filtros (retentores de pó, contaminantes e odores) relacionados ao produto indicado, conter
abafadores de ruído (voltados ao conforto acústico) e controladores de umidade (SISFLU, UNICAMP, [20--]). Os sistemas
devem ser acionados antes da chegada do ocupante e desligados só após a sua saída (CARMO, PRADO, 1999), para isso
é interessante que esteja associado ao projeto de automação.
A umidade é uma das principais razões para o crescimento de microrganismos no ambiente, para combatê-la orienta-se que
as janelas e paredes possuam um sistema de isolamento térmico (Segundo o CONAMA dar preferência a materiais que não
utilizem fibras minerais, orgânicas ou sintéticas para minimizar efeitos de material particulado em suspensão), a fim de
dificultar a formação da condensação no ambiente interno e evitar utilizar materiais de construção que possam servir de
substrato para os mesmos (OMS,1988) como é o caso da argamassa e materiais com origem celulósica como o gesso
natural, palha, papeis de parede, madeira e composto de sulfato de cálcio hidratado (GOMES, 2006).
No entanto, em regiões com baixa umidade relativa do ar se faz necessária à adoção de um equipamento umidificador, já
que o clima seco pode gerar irritação na mucosa das vias respiratórias. Nesse caso o aparelho deve ser ligado à noite
apenas durante uma ou duas horas (MELO, 2018).
Assim como a umidade, outro fator fundamental para o controle de microrganismos é a redução da presença da poeira.

21
3. Controle biológico e retirada diária de nutrientes: Fungos, bactérias e ácaros estão presentes na poeira, para a retirada
da mesma recomenda-se o uso de aspiradores de pó, já que a vassoura recoloca o material particulado em suspensão no
ar (CARMO, PRADO, 1999). Os aspiradores, devem conter filtro integral de micropartículas HEPA e alta e constante
capacidade de filtração do ar com baixa turbulência pois esses removem 99% dos aeroalérgenos.
Outros cuidados devem ser empregados quando o usuário possui um animal de estimação ou há trânsito pelo ambiente. A
principal medida é que ele não tenha acesso à locais de descanso e que sejam realizados banhos semanais para redução
de caspa e saliva seca com shampoo próprio (Telles Filho, 2017, apud, National Heart, Lung and Blood Institute). As
recomendações de combate aos alérgenos provenientes de baratas são relacionadas à restrição de alimentação nos
quartos, armazenamento de alimentos e lixo, além da identificação e combate a focos existentes. (TELLES FILHO, 2017).
Os ácaros são pequenos aracnídeos comuns aos ambientes compartilhados pelo ser humano (residências, cinemas,
teatros, hotéis...), e estão presentes em cortinas, tapetes, almofadas, travesseiros ou outra superfície em que a umidade do
ar possa ser absorvida, tenha à disposição células epiteliais mortas humanas ou de animais e restos de alimento e de
insetos para a nutrição o que permite o seu desenvolvimento e reprodução (REIS, 1998).
Eles são potenciais agentes alérgenos devido aos restos mortais e dejetos ressecados liberados no ar (Reis 1998), o autor
observa que 10% do peso de um travesseiro com mais de dois anos pode ser devido aos restos desses corpos (TELLES
FILHO, 2017). Além disso, sua reprodução é numerosa e veloz, por isso medidas físicas de prevenção e controle devem ser
adotadas, principalmente nos dormitórios. Essas medidas tem se provado mais eficazes quando comparada ao uso de
acaricidas químicos, e incluem além da limpeza da poeira citada anteriormente, a utilização de capas para colchão,
almofadas, estofados e travesseiros com material impermeável, além de trocar semanalmente as roupas de cama e lavá-las
á 60ºC (ou utilizar secadora que atinja a temperatura). O uso de tapetes não é indicado, pois pode garantir re infestações no
colchão, mas se utilizado deve ser exposto ao sol por pelo menos três horas (ARRUDA, [20--]).
4. Especificação de materiais: Ao adotar os materiais sintéticos laváveis o usuário cria obstáculos para a absorção do suor e
umidade do ar em cobertores, almofadas e estofados. Deve-se, portanto evitar materiais para revestimento como pelos, lã,
22
seda, algodão e espuma, e dar preferência ao couro ou material similar que são de fácil limpeza e manutenção. Já para o
preenchimento de travesseiros recomenda-se utilizar a fibra sintética e trocá-los a cada dois anos (TELLES FILHO, 2017).
Para o assentamento de pisos a indicação é que se utilizem materiais cerâmicos/porcelanatos (observar especificação),
vinílicos com baixo relevo ou madeira (GALVÃO, CASTRO, 2005), pois são menos porosos e não retém poeira ou
possibilita crescimento de microrganismos.
5. Observar alérgenos de origem externa: Atitudes como manter as janelas da casa ou de veículos fechadas utilizando ar
condicionado com filtro, é uma boa medida para evitar que as partículas do pólen se acumulem no ambiente, em roupas e
cabelos, que posteriormente funcionariam como transportadores para a cama do usuário. Reis (1998), a revista brasileira de
alergia e imunopatologia pela ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), cita ações preventivas à exposição ao
pólen como: A utilização de óculos de proteção solar como uma barreira para a proteção dos olhos, evitar programações e
trabalhos que envolvam jardinagem no período de polinização das plantas e não expor roupas úmidas para secar no
exterior.
6. Considerar a adoção de medidas complementares: Não fumar em espaços fechados, planejar o layout com o menor
número de mobiliário possível, evitar muitos bichos de pelúcia, livros e brinquedos, o que reduzirá as superfícies para a
deposição de poeira sobre as peças. Nos dormitórios deve-se evitar o uso de beliches e, caso necessário, o usuário alérgico
deve ocupar a cama superior (GALVÃO, CASTRO, 2005).

23
HOTELARIA
CATEGORIA E CLASSIFICAÇÃO

3 24
Este capitulo da pesquisa objetiva apresentar aspectos relacionados à hotelaria, suas categorias e classificação na ideia de
possibilitar o entendimento da tipologia de hospedagem que esta sendo tratada no presente estudo.

Assim, o setor hoteleiro no Brasil é considerado como “Serviço turístico” de acordo com a LEI Nº 6.5059, DE 13 DE DEZEMBRO
DE 1977, Art. 2º e é citado como “meios de hospedagem” quando listados os serviços da atividade turística na LEI Nº 11.771 10, DE
17 DE SETEMBRO DE 2008. As entidades relacionadas ao setor são: o Ministério do turismo, o Instituto Brasileiro de Turismo
(EMBRATUR); o Conselho Nacional de Turismo e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH).

A atividade de hotelaria está inter-relacionada ao progresso do turismo nacional, e é um importante integrante do setor terciário11
(SILVA,2004), já que o seu desenvolvimento estimula a economia na medida em que incentiva a vinda de turistas para o consumo
local, consolidando-se como uma importante ferramenta para a preservação do ecossistema e valorização a cultura local.

3.1 CATEGORIAS DE HOTÉIS

A categorização de hospedagens está ligada a, pelo menos, fatores de localização, qualidade das ambientações, quantidade de
quartos e serviços e o público alvo. Atualmente a classificação hoteleira permite ser realizada através da auto classificação, a
classificação privada (a partir de associações e instituições privadas) e a classificação oficial (reconhecida pelo governo).
(CARVALHO, 2010) Várias foram as tentativas de regularizar a classificação do setor, porém devido à adesão à categorias ser
voluntária, dá liberdade à instituição de se definir da melhor maneira ao consumidor, já que a quantidade de estrelas não
necessariamente reflete a destinação dos serviços, permitindo o acúmulo de classificações, por exemplo: Um hotel de lazer, na
praia e superior. No entanto, a classificação variável dificulta uma unidade de parâmetro, o que pode gerar dúvidas ao usuário.

9
LEI nº6.505, de 13 de dezembro de 1977. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6505impressao.htm>. Acesso em: 14 de jun. de 2019
10
LEI Nº 11.771, de 17 de setembro de 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11771.htm> Acesso em: 14 de jun. de 2019.
11
Setor que contempla a venda de produtos ou serviços e possui foco na interação com o usuário. (INFOESCOLA, 2006-2019)
25
Devido ao dinamismo do mercado, que aposta na diferenciação da hospedagem a fim de atrair clientes, surgem novas abordagens
e contextos que derivam em categorias com identidade marcante como, por exemplo: O Hotel Boutique (ou Hotel de charme), o
Bio-hotel , o Hotel cápsula ou hotéis para turismo de experiência (Anexo 02). A seguir, Tabela 03 com as classificações comuns
de hospedagens:

Tabela 03- Classificações comuns de hospedagens

Localização Hotéis de cidade (centrais ou urbanos), de praia, de montanha, de aeroporto, etc...


Destinação
Hotéis de Turismo, Negócios, Lazer, Cassino, Convenções, Econômicos, etc...
Classificação Embratur 1998 Hotel H - Convencional, normalmente localizado em perímetro urbano, e destinado a atender turistas a
lazer ou a negócios;

Hotel histórico HH -, Instalado em edificações de valor histórico ou de significado regional, normalmente


sujeito a restrições de natureza construtiva ou arquitetônica;

Hotel lazer HL -, Geralmente localizado fora dos centros urbanos, com áreas não edificadas amplas,
equipamentos e serviços destinados à recreação e ao entretenimento;

Pousada P – Comumente mais simples e limitado ao necessário à hospedagem.

Classificação Embratur e ABIH 2002 Superluxo (5 Estrelas SL); Luxo (5 Estrelas); Superior (4 Estrelas); Turística (3 Estrelas);
Econômica (2 Estrelas) e Simples (1 Estrela).
Estrelas Conforme o padrão e as características das suas instalações, ou seja, o grau de conforto, a qualidade
dos serviços e os preços. Indo de 1 a 5.
Fonte: ANDRADE, 2004, CARVALHO, 2010 e MENEZES, 2013. Adaptado pela autora.

A classificação mais recente do Ministério do Turismo é de 2011, nomeada como Sistema Brasileiro de Classificação dos Meios de
hospedagem (SBClass), busca aliar o sistema de estrelas a partir de serviços disponíveis com o tipo da hospedagem. Esses são

26
listados como: Hotel, Resort, Hotel Fazenda, Cama e Café, Hotel Histórico, Pousada e Flat/Apart-Hotel (MINISTÉRIO do turismo,
2011) e para cada um é definido um numero mínimo e um máximo de estrelas12 (Tabela 04).

Tabela 04- Classificação disponível e estrelas correspondentes

Tipo de hospedagem Nº mínimo de estrelas Nº max de estrelas

Hotel 1 5

Hotel Fazenda 1 5

Cama & Café 1 4

Resort 4 5

Hotel Histórico 3 5
Pousada 1 5
Flat/ Apart Hotel 3 5

Fonte: Classificação Turismo, 2011. Adaptado pela autora.

Esse sistema, além de não ter tido a adesão esperada13, foi criticado por integrar uma realidade considerada obsoleta, findando no
inicio de 2019, quando por decisão da câmara dos deputados, o texto aprovado para o projeto de Lei 2724/15 aponta o fim da
utilização da classificação por estrelas. (CÂMARA, 2019) A obsolescência do sistema adotado se tornou evidente porque a
classificação a partir de avaliadores técnicos não acompanha o dinamismo e objetividade da tendência de avaliação em sites
específicos, como por exemplo o Booking, Decolar e Tripadvisor, que permite que sejam realizadas pelos próprios usuários. Essas
avaliações pessoais permitem um monitoramento atualizado da estrutura da hospedagem, qualidade da estadia e de atendimento,
porém devem ser acompanhados com atenção, já que as informações podem ser manipuladas.

12
A consulta de serviços necessários para obtenção das estrelas pode ser realizada no arquivo “Matriz de requisitos”, presente no site do Sistema brasileiro de classificação
de meios de hospedagem: http://classificacao.turismo.gov.br/MTUR-classificacao/mtur-site/Entenda?tipo=1.
13
Mesmo após 6 meses apenas 33 hotéis haviam se cadastrado, a meta era alcançar as 6.200 hospedagens no país. (GLOBO,2013)
27
3.1.1 Pousadas

Considerando a classificação oficial mais recente, temos como definição de pousada o “Empreendimento de característica
horizontal, composto de no máximo 30 unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção, alimentação e alojamento
temporário, podendo ser em um prédio único com até três pavimentos, ou contar com chalés ou bangalôs.” (MINISTÉRIO do
turismo, 2011).

As pousadas geralmente contam com uma estrutura intimista e tendem à um atendimento personalizado, já que possuem menos
unidades. É comum que as áreas de convivência sejam valorizadas e possuam comodidades como café da manhã, frigobar e
cofre para pertences pessoais, assim como ocorre em hotéis.

Nesta classificação de Pousada, se enquadra a proposta projetual que é aqui trabalhada, compreendendo as características gerais
indicadas pelo Ministério do Turismo em 2011, apresentando, conforme a Tabela 03- Classificações comuns de hospedagens,
localização em área urbana e destinação para convenções (estadia de palestrantes e professores com destino a eventos). Os
demais elementos da classificação, como numero de estrelas, requerem de análises não alcançadas pelo estudo.

3.2 BUSCANDO INSPIRAÇÃO: REFERÊNCIAIS

Uma categoria em crescimento e relevante como referencial prático para a formulação do presente trabalho foi a dos Bio Hotéis.
Essa categoria é identificada em sua maioria na Europa, na Itália, Alemanha, Grécia, Eslovênia e Áustria. O conceito destes
consiste em um turismo ecológico que adota atitudes sustentáveis em diversos níveis, desde a alimentação orgânica até a os
materiais utilizados na edificação e revestimentos. (BIOHOTEL, 20--)

28
Figura 02 –Imagens Biohotels.

14 15 16 17
Fonte: Biohotel St. Daniel , Biohotel Leutascherhof , Hotel Steineggerhof e Theiner’s’ Garten .

14
https://www.biohotels.info/en/our-offers/hotel-4706-biohotel-st-daniel.html
15
https://www.biohotels.info/en/our-offers/biohotel-leutascherhof
16
https://www.biohotels.info/en/our-offers/hotel-5075-hotel-steineggerhof.html
17
https://www.biohotels.info/en/our-offers/theiners-garten
29
O Bio hotel italiano Theiner’s Garten é uma referência prática de hospedagem que utiliza materiais de construção e acabamento
voltados à não prejudicar a qualidade do ar e a adoção de medidas sustentáveis (TheinersGarten, 20-- e BioHotel, 20--). Essas
características são relevantes para a análise de especificações.

Nacionalmente, o Hotel Meliã Brasil 21 em Brasília-DF é uma referência devido à adoção de um andar com quartos “Green floor”,
relacionados ao tratamento de superfícies contra alérgenos biológicos, adoção de medidas sustentáveis como coleta seletiva,
adoção de papeis recicláveis, tecidos que dificultam o acúmulo de poeira e filtros para a purificação e umidade do ar (MELIÃ, 20--
e REVISTAHG, 2017). Outro hotel Nacional para referência é o WZ Hotel Jardins na cidade de São Paulo, em que sua fachada de
aspecto pixelado informa, através das cores, sobre a condição da poluição sonora e qualidade do ar presente (FOLHA, 2014).

Figura 03- Imagens Meliã e WZ Hotel Jardins

Fonte:https://www.revistahg.com.br/melia-paulista-lanca-apartamentos-green-floor-hipoalergenico/,https://www.melia.com/pt/hoteis/brasil/brasilia/melia-brasil-
21/green-floor.htm e https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/12/1563612-fachada-interativa-de-hotel-em-sp-transforma-ruidos-e-poluicao-em-luz.shtml
30
ENSAIO
PROJETUAL
POUSADA BEM-ESTAR CANELA

4 31
32
33
4.1 ETAPA N°1 – APROXIMAÇÕES

4.1.1 Aproximações: contextos espaciais e ambientais

A Pousada “Bem-estar Canela”, proposta pelo presente estudo, ocupará os ambientes da atual Galeria Cañizares, edificação
provavelmente construída na década de 1930, possui dois pavimentos e subsolo, com características arquitetônicas conservadas
pertencentes ao estilo eclético com presença neoclássica, além de jardim nas fachadas frontal e lateral esquerda (Painel nº1-
Preexistências).

Para a proposta apresentada foram adotadas três diferentes níveis de detalhamento de projeto. O primeiro deles, o de
Setorização, em que foi definida à destinação dos ambientes para o funcionamento da pousada no local, esse nível contemplou
inteiramente o subsolo e parcialmente o térreo, eximindo-se três espaços, pertencentes ao segundo nível de detalhamento, são
eles: A recepção, o auditório e o jardim, que foram aprofundados à nível de sugestão de layout. Já o primeiro pavimento foi
desenvolvido em grau de proposta projetual, com layout, plantas técnicas, detalhamentos e especificações.

Anexa à Escola de Belas Artes, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Cañizares está inserida no contexto urbano da cidade
de Salvador, em uma rua movimentada em frente à antiga residência universitária da UFBA e próxima à Reitoria Universitária, ao
Teatro Castro Alves (TCA) e ao Largo do Campo Grande (Praça dois de julho), local com ampla área verde e árvores centenárias
(Painel nº2 - Entorno).

A cidade de Salvador, enquadrada como pertencente à zona bioclimática 8, de acordo com norma 15220-3 (ABNT, 2003) (Figura
04), possui temperaturas comuns (no ano de aferição) que ocorrem dentro da faixa de aproximadamente 22º C e 30ºC com
variação moderada no nível de umidade que se alterna na maior parte do tempo em níveis chamados de opressivo e abafado
(WEATHERSPARK,[20--]). Já a incidência dos ventos ocorre em direção Sul e Leste, mas predominantemente pelo leste durante
todo o ano, em uma velocidade mínima de 12,8 Km/h em abril a máxima de 14,9Km/h no mês de agosto.

34
Figura 04 –Dados climatológicos para Salvador

Fonte: https://pt.weatherspark.com/y/31054/Clima-caracter%C3%ADstico-em-Salvador-Brasil-durante-o-ano#Sections-Precipitation (20xx)

35
A observação desses dados é fundamental para entender a influência dos fatores climáticos nos ambientes estudados para o
projeto, já que (como examinado no capítulo 2) a umidade, a ventilação e a temperatura são fatores importantes para a presença
de alérgenos biológicos. Para aprofundamento, foi realizado no dia 04/06/19 uma aferição de temperatura e umidade em todos os
ambientes do primeiro pavimento da Galeria Cañizares (Figura 05), utilizando o instrumento de medição Relógio Termo Higrômetro
digital e aguardando pelo menos 5 minutos para a completa estabilização do aparelho. A partir dos dados colhidos (Tabela 05),
pode-se concluir que a porcentagem média de umidade foi de aproximadamente 74%, enquanto a temperatura média foi de
aproximadamente 28ºC.

Figura 05- (Aparelho -Termo Higrômetro Digital

Fonte: A autora (2019).

36
Tabela 05 – Dados de umidade e temperatura obtidos.

Ambiente Umidade Temperatura Hora

Reserva Técnica 75% 27,5 Cº 9:57h

Sala de restauro e pintura 75% 28,0 Cº 10:04h

Laboratório 73% 28,4 Cº 10:09h

Sala de Aula 73% 27,9 10:15h

Circulação próxima à janela 73% 27,9 Cº 10:20h

Circulação próxima ao sanitário 74% 27,9 Cº 10:25h

Sanitário 74% 27,9 Cº 10:30h

Fonte: A autora (2019).

4.1.2 Briefing e programa de necessidades

Com o intuito atender ao cliente Universidade Federal da Bahia o presente trabalho propõe a elaborar uma proposta projetual
para o atendimento da demanda por hospedagem de professores, palestrantes e funcionários, que estejam envolvidos com a
UFBA de maneira fixa ou temporária. Servindo-se de medidas sustentáveis e um projeto atento à especificações para um
estabelecimento acessível que desperte confiança e bem-estar.

37
Convidativo, limpo, acolhimento, valorizador,
relaxante, repouso, confiança, suporte, bem-estar,
contemporâneo, acessível, hospitalidade,
sustentabilidade.

Iluminação, dormitórios, sanitários, ABNT,


acessibilidade, convivência, recepção, auditório,
ventilação, lavanderia, Painel solar, restaurante.

Camas, sofá, televisão, escrivaninha,


luminárias, poltrona, bancada, mesa, louças,
metais, closet, decoração.

LEGENDA BRIENFING:

Conceitos e Atributos Mudanças e Implementação Móveis e Componentes


38
Recepção
Balcão de atendimento; Assento da recepcionista; Poltronas;
Luminárias; Notebook; Armário e Painel de chaves.

Sala de Reunião
Poltronas; Mesa de reunião; Cadeiras Office; Televisão;
Projetor e Tela de projeção.

Varanda
Acesso à plataforma 1º andar pessoa c/ deficiência; e
Banco.

Sala de Convivência
Sofá; Poltrona; Luminárias; Estantes c/ fechamento em
vidro; Mesas de apoio e Aparelho de som.

Dormitórios Apartamentos
Cama; Cabeceira; Closet aberto; Criado mudo; Escrivaninha;
Cadeira office e Cofre.
Sanitário
Bacia sanitária; Chuveiro; Torneira;
Cuba; Gaveteiro e Acessórios.
Suíte
Cama; Cabeceira; Closet aberto; Criado mudo; Escrivaninha;
Cadeira office; Televisão; Mesa para alimentação; Cadeiras
alimentação; Cooktop; Cuba; Torneira; Frigobar; Cofre e Banco
39
de leitura.
4.1.3 Requisitos do projeto

Uso de materiais recicláveis; Desejável Necessário

Coleta seletiva;

Lixo orgânico para uso em adubo da horta;

Painéis solares;

Medidor termo- higrômetro nos dormitórios.

Ventilação;

Conforto térmico;

Conforto luminoso;

Purificador/ Esterilizador de ar;

Acessibilidade.

Não emitam ou baixas emissões de compostos químicos nocivos;

Não acumulem poeira;

Fácil limpeza e manutenção;

Produto não agressivo de limpeza.

40
Obs: O aparelho de ar condicionado é capaz de reduzir a umidade do ambiente. Para evitar ressecamento nas vias respiratórias, o aparelho desumidificador
ficará disponível na recepção para eventual necessidade (revelada através de medidor termo higrômetro fixado nos dormitórios).
4.2 ETAPA Nº2 - CRIAÇÃO: APARTAMENTO STANDART E SUÍTE

4.2.1 Moodboard

41
42
43
44
4.2.2 Painel de amostras de materiais

45
Revestimentos de parede

Apt. Hampton
Revestimentos de parede

Suíte Naturale
Suíte Marfim

Revestimento Revestimentos de parede


de piso

46
4.2.3 Conceito

A proposta projetual da Pousada Bem-estar Canela tem como pressuposto a criação de um local que sirva como hospedagem e
apoio à realização de pequenas reuniões de trabalho, integrando, em princípio, docentes e convidados da Universidade Federal da
Bahia ou palestrantes que estejam na região para participação em eventos e convenções vinculados à universidade. Voltada a
valorizar o usuário do espaço, a proposta é pensada para garantir o bem-estar durante e após a estadia, através de um ambiente
limpo, saudável, sustentável, acessível e com materiais que oferecem uma atmosfera confiável.

Nessa perspectiva o conceito do projeto tem como âncora o termo “Bem-estar”, associado à conforto, satisfação e segurança,
ideia esta que é ilustrada através do desenvolvimento de ambientes que visam o acolhimento e aconchego dos usuários bem
como as condições adequadas para os demais indivíduos, tais como os trabalhadores da hospedagem. A intenção da proposta
compreende o cuidado com os detalhes dos ambientes, tendo na preexistência um dos seus principais aliados no sentido de
coexistência, de diálogo, entre elementos existentes e a incorporação de materiais, móveis, etc... valorizando e buscando a
integridade física e reconhecível da edificação.

Um dos elementos inseridos pelo projeto é um elevador voltado para uso de acessibilidade, que ficará localizada na lateral sudeste
da fachada principal, conectando diretamente com as varandas nos pavimentos térreo e primeiro. Este equipamento que
possibilitará a mobilidade vertical é constituído por estrutura em metal e vidro, tendo adaptado na sua
base um sistema de iluminação que altera a cor projetada segundo níveis de qualidade do ar. Esses dados serão obtidos a partir
da mesma rede que alimenta os relógios térmicos/qualidade do ar da região.

As medidas sustentáveis aplicadas ao projeto incluem sistema de coleta seletiva (adotados nos ambientes privados e sociais da
pousada) em parceria com cooperativas locais, implantação de horta com adubagem por compostagem, uso de amenities com
embalagens sustentáveis (vidro, fibra...) ou com uso de plástico reduzido, uso de tecidos ecológicos em estofados, toalhas e
roupões com algodão orgânico (sem o tratamento com resíduos tóxicos convencionais) e a adoção de energia através de painéis

47
fotovoltaicos, localizados na cobertura e protegidos da visão dos usuários e pedestres, devido às platibandas que demarcam os
telhados do edifício mantendo a estética da estrutura.

4.3 ETAPA Nº3 - PROPOSTA PROJETUAL

4.3.1 Plantas gráficas (Volume II)

O volume II reúne as imagens renderizadas da maquete digital pertinentes ao entendimento da Pousada Bem-estar Canela e
plantas executadas para a proposta do ensaio projetual. São elas: Localização, Cadastro, Reforma, Layout, Planta falada,
Iluminação, Sugestão de pontos elétricos e hidráulicos, Diagramação de piso e forro, Cortes e Detalhamentos pertinentes.

4.3.2 Imagens do projeto (Volume III)

O volume III agrupa imagens do ensaio dividindo-as por ambiente, revelando visualmente ângulos, detalhes e texturas das
especificações.

48
CONSIDERAÇÕES
FINAIS

5 49
A qualidade do ar em interiores revela-se como uma questão imediata e atual, cuja abordagem é extensiva a diversas áreas do
conhecimento. A contínua exposição a um ar contaminado por poluentes, emissões e alérgenos biológicos tem implicações na
saúde e qualidade de vida das pessoas, e isso deve ser observado pelo profissional que projeta e reflete sobre esses espaços,
sendo um deles o Designer de ambientes.

Nesse sentido, constatou-se que a participação do profissional Design de Ambientes em este tipo de empreendimento se faz
necessária e oportuna, devido, sobretudo, a sua formação voltada ao trato com os ambientes, seus habitantes e os aspectos que
compreendem as complexidades desta relação, que envolve questões objetivas e subjetivas.
O estudo demostra a existência e possibilidade de uso de diversas alternativas, estratégias e materiais atuais para a concepção de
ambientes como os aqui tratados, contudo a preocupação crescente com a qualidade do ar aliada à tecnologia tem possibilitado o
desenvolvimento de materiais que traduzem algumas das necessidades reais para a solução e criação de condições adequadas
de qualidade do ar nos ambientes internos, revelando-se uma tendência e inovação comercial. São exemplos as placas gesso com
tratamento específico voltados ao sistema drywall e o tratamento fotocalizador aplicado à tecidos Gunrid, que decompõem
formaldeído e odores no ambiente.

Considera-se como fatores limitantes para a elaboração desse estudo, a exiguidade de conteúdo e de dados quantitativos
referentes à qualidade do ar de acordo com visão projetual do ambiente interno, a brevidade do tempo para a realização do estudo
para um monitoramento adequado do comportamento no ambiente de fatores como umidade e temperatura, bem como a
insciência sobre a natureza e composição dos materiais que compõem o edifício. E para a ampliação e continuidade da
abordagem do tema, sugere-se estudos de avaliação comparativa da concentração de poluentes derivados de materiais aplicados
antes e após da execução projetual.

50
REFERÊNCIAS

51
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Autor desconhecido. Sistemas de Ventilação: Constituição e Classificação, Critérios para Dimensionamento, Cálculo da Perda de
Carga, Métodos de Dimensionamento e Geração de Ruído..UNICAMP. Disponível em ; < www.fem.unicamp.br/~em712/sisflu10.doc >
Acesso em 01 mai 2019.

Autor desconhecido. Sistemas de Ventilação: Constituição e Classificação, Critérios para Dimensionamento, Cálculo da Perda de
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57
ANEXOS

58
ANEXO A

1-Pousada Refúgio da Vila, Praia do Forte BA– Exemplo de Pousada de charme

2-CAPSULE by Conteiner, Malásia – Ex. de Hotel Cápsula

3-Hotel Kakslauttanen, Finlândia – Ex. de Hotel para turismo de experiência.

4-Biohotel Schweitzer – Ex. de BioHotel

Fonte: 1- https://www.roteirosdecharme.com.br/refugiodavila, 2- https://www.tecmundo.com.br/tecnologia/112165-14-hoteis-capsula-incriveis-mundo.htm,


3-https://viagensdestinos.com/hoteis-iglus-ver-aurora-boreal/, 4- https://www.biohotels.info/en/our-offers/biohotel-schweitzer.

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