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Técnico em

Segurança
do trabalho
Higiene do Trabalho e Elaboração
de Programas de Prevenção de
Segurança e Saúde.

ESCOLA POLITÉCNICA

ATENEU 3
Higiene no
Trabalho e
Elaboração
de Programas
de Prevenção
de Segurança
e Saúde
Expediente
Reitor: Ficha Técnica
Prof. Cláudio Ferreira Bastos Autoria:
Fhiliphe Rodrigues da Silva
Pró-reitor administrativo financeiro:
Prof. Rafael Rabelo Bastos Supervisão de produção EAD:
Francisco Cleuson do Nascimento Alves
Pró-reitor de relações institucionais:
Design instrucional:
Prof. Cláudio Rabelo Bastos
Ana Lúcia do Nascimento
Pró-reitor acadêmico:
Projeto gráfico e capa:
Prof. Herbert Gomes Martins Francisco Erbínio Alves Rodrigues
Direção EAD: Diagramação e tratamento de imagens:
Prof. Ricardo Zambrano Júnior Diego Porto Nojosa
Coordenação EAD: Revisão textual:
Profa. Luciana Rodrigues Ramos Emanoela de Araújo

Ficha Catalográfica
Catalogação na Publicação
Biblioteca Centro Universitário Ateneu

SILVA, Fhiliphe Rodrigues da. Higiene do Trabalho e Elaboração de Programas de Pre-


venção de Segurança e Saúde. Fhiliphe Rodrigues da Silva. – Fortaleza: Centro Univer-
sitário Ateneu, 2017.

96 p.
ISBN: 978-85-5468-017-6

1. Higiene do trabalho. 2. Nocividade. 3. Normas Técnicas. 4. Programas de prevenção.


Centro Universitário Ateneu. II. Título.

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do!
Seja bem-vin

Caro estudante, é com satisfação que lhe apresento o material di-


dático da disciplina de Higiene no Trabalho. Você poderá ler e estudar por
este material e com isso terá condições de responder as atividades que são
propostas.

Este livro divide-se em quatro capítulos de acordo com a ementa


da disciplina. Inicialmente, você estudará sobre os conceitos de higiene
do trabalho e sua evolução durante a história do mundo, aprenderá sobre o
conceito de nocividade e ver a classificação como sendo agentes físicos,
químicos e biológicos, verá quem são os agentes causadores de insalu-
bridade e os adicionais sobre o salário por exposição a eles na NR 15,
conhecerá como ocorre as etapas da higiene e seus modos de avaliações,
sobre os conceitos de limites de tolerância e de como funcionar seu nível de
ação, as principais normas técnicas e institucionais relacionadas à higiene
do trabalho, sobre os procedimentos da higiene da coletividade e indivi-
dual, sobre os programas de conservação auditiva – PCA e de proteção
respiratória – PPR, seus conceitos e implementação dentro das empresas,
os principais instrumentos de medição utilizados, e por último sobre as
condições sanitárias e do conforto nos ambientes de trabalho – NR 24.

Porém, não é nosso objetivo esgotar os assuntos neste livro. Você


poderá procurar em outros materiais de apoio para complementar seus
estudos e estar sempre atualizado com os temas estudados aqui.

Através deste material, você estará apto a responder às exigências


solicitadas na disciplina.

Bons estudos!
Sumário

HISTÓRICO DE HIGIENE DO TRABALHO E ETAPAS DA HIGIENE


1. Breve histórico ................................................................................ 8
2. Conceitos de higiene do trabalho.................................................... 9
3. Etapas da higiene: antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle ......................................... 11
3.1. Antecipação........................................................................... 11
3.2. Reconhecimento..................................................................... 11
3.3. Avaliação................................................................................ 13
3.4. Controle.................................................................................. 14

CONCEITOS DE NOCIVIDADE E AVALIAÇÕES


QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS
1. Conceito de nocividade................................................................. 20
2. Agentes causadores da insalubridade –
Norma Regulamentadora NR 15................................................... 34
3. Avaliações quantitativas e qualitativas.......................................... 36
4. Conceitos de limites de tolerância................................................. 38
5. Agentes causadores da periculosidade –
Norma Regulamentadora NR 16.................................................. 44
6. Mapa de riscos.............................................................................. 47
NORMAS TÉCNICAS E INSTITUCIONAIS
1. Principais normas técnicas e institucionais .................................. 54
2. Higiene da coletividade................................................................. 57
3. Higiene individual.......................................................................... 59
4. Condições sanitárias e conforto
no local de trabalho – NR 24........................................................ 61
5. Sinalização de segurança............................................................. 66
6. Instrumentos de medição.............................................................. 69

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE


1. Órgãos reguladores brasileiros..................................................... 76
2. Principais programas de prevenção
e saúde no trabalho...................................................................... 76
Referências....................................................................................... 92
Capítulo 02

Conceitos de nocividade e avaliações


quantitativas e qualitativas

DOENÇAS RADIAÇÕES FREQUÊNCIA

AERODISPERSOIDES
TEMPERATURA
VOLUME P
ADICIONAL INSALUBRES CAPACIDADE
ERICULOSIDADE

MICRORGANISMOS
INTEGRIDADE
SUBSTÂNCIAS
DISPERSOIDES
VOLATILIZAÇÃO

QUÍMICOS HIPOTERMIA RESPIRAR


LIMITES

PRESSÃO INSALUBRES MORTE


EXPOSIÇÃO
INTENSIDADE QUALITATIVO

• Compreender o conceito de nocividade;


• Aprender a definição e classificação dos agentes físicos, químicos e biológicos;
• Conhecer os agentes causadores de insalubridade, NR 15;
• Conhecer os agentes causadores de periculosidade NR 16;
• Aprender a diferença entre avaliação qualitativa e quantitativa;
• Aprender sobre os limites de tolerância e seus níveis de ação.

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1. Conceito de nocividade
Nocividades ou agentes nocivos podem ser conceituados e classificados como
aqueles que podem trazer ou ocasionar danos à saúde ou à integridade física do
trabalhador em função da natureza da concentração, da intensidade e do fator de
exposição nos ambientes de trabalho. Estes estão regulamentados pela Legislação
Previdenciária.

São graduados como insalubres e perigosos, os agentes ambientais nocivos,


levando em consideração a sua consequência na saúde e vida dos colaboradores onde
são cabíveis de adicionais salariais, tratamentos específicos, limites de tolerância, equipa-
mentos de proteção individual (EPIs), equipamentos de proteção coletiva (EPCs) adequados
de forma que amenizem os riscos de exposição e possíveis acidentes de trabalhos sejam
evitados. São classificados em: físicos, químicos e biológicos.

1.1. Riscos físicos

Os riscos físicos podem ser definidos como sendo aqueles que representam
as várias formas de energia aos quais o trabalhador está exposto em seu ambiente
de trabalho e têm a capacidade de mudar as características do meio ambiente,
podendo, assim, causar alterações nos organismos dos trabalhadores, ocasionando
doenças do trabalho.

Vejamos os tipos de riscos físicos a seguir:

Ruídos: são definidos como a variação da pressão do som ou da pressão


sonora do ar, que chega aos nossos ouvidos. Sendo assim, os ruídos podem ser
classificados como um conjunto de sons, podendo variar de intensidade, pressão e
frequência. As formas de produção do ruído, dependendo de tais ações, podem oca-
sionar a redução da capacidade auditiva do trabalhador, ou seja, a exposição inten-
sa e prolongada ao ruído pode atuar desfavoravelmente sobre o estado emocional
do indivíduo, com consequências imprevisíveis sobre o seu equilíbrio emocional.

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Os ruídos podem ser classificados através das 3 modalidades a seguir:

• Ruídos contínuos: São aqueles cuja variação de nível de intensidade


sonora é muito pequena em função do tempo, são os sons mais comuns
que ouvimos. Por exemplo: o som de geladeiras, máquinas de lavar roupas,
compressores, ventiladores.

• Ruídos intermitentes: São aqueles que apresentam grandes variações


de nível em função do tempo. Por exemplo: a fala, furadeira, soldagem,
trânsito de veículos.

• Ruídos impulsivos ou de impactos: São aqueles que apresentam altos


níveis de intensidade sonora, num intervalo de tempo muito pequeno.
São os ruídos provenientes de explosões e impactos, característicos de
rebitadeiras, impressoras automáticas, britadeiras, prensas.

Você pode verificar na NR 15, anexo I e II os limites de tolerância estabeleci-


dos para os três tipos de ruídos apresentados acima.

Vibrações: segundo VC associados (2015), a vibração é definida como todo


movimento que um corpo executa em torno de um ponto fixo; este movimento é
oscilatório e, portanto, periódico, devido a forças desequilibradas de componentes
rotativos e movimentos alternados de um equipamento.

Uma característica importante da vibração é a frequência, que expressa


quantas vezes, na unidade de tempo, o ciclo da vibração se produziu, ou seja, é a
quantidade de vezes em que um sinal se repete a cada segundo.

De acordo com o grau e intensidade das vibrações, a exposição com as vibra-


ções externas pode ocasionar, em nosso corpo, quando estamos trabalhando com mo-
tosserras, furadeiras e socadores pneumáticos, alterações nos tecidos e órgãos.

As vibrações podem ser classificadas como:

• Localizadas: Provocadas por ferramentas manuais com efeitos em certas


partes do nosso corpo, por exemplo, nas articulações de mãos e braços.

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Figura 01: Exemplo de vibração localizada.

Fonte: Arte FATE

• Generalizadas: Lesões de corpo inteiro, provocadas pelos trabalhos em


grandes equipamentos, por exemplo, caminhões, ônibus e tratores, causando
problemas na coluna vertebral e dores lombares.

A NR 15 trata, em seu anexo XIII, acerca das aplicações sobre os trabalhos em


que a exposição a vibrações ocorre e estabelece seus limites.

Figura 02: Equipamentos grandes que causam vibrações generalizadas.

Fonte: <https://bit.ly/2LsIJQ1> (Divulgação-Adaptado).

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Temperaturas extremas: podem ser definidas como sendo o frio e o calor
em excesso ou ainda a variação brusca de um ambiente quente para um ambiente
frio ou vice-versa e que são prejudiciais ao bem-estar do homem.

Está presente em ambientes onde é necessária a utilização de fornos, em


fábricas de vidro, indústrias de papel, olarias, indústrias metalúrgicas, siderúrgicas,
entre outros. Na maioria desses lugares, há pouca entrada de ar devido à falta de por-
tas, janelas e outros tipos de abertura, tornando o ambiente mais quente. Tempera-
turas muito altas podem trazer prejuízos à saúde de quem está exposto, causando,
por exemplo, desidratação, exaustão, cãibras, insolação e edemas, entre outros
problemas que podem ser ocasionados pelo excesso de calor.

Para ajudar na minimização os impactos causados pelo calor, devem ser


adotadas medidas de controle, tais como: instalação de novas entradas de ventila-
ção (ventiladores, ares-condicionados), aumento da distância entre o trabalhador e a
fonte de calor, blindagem das fontes radiantes, uso de barreiras refletivas, ingestão
de água etc. A NR 15, anexo III, define os limites de tolerância para a exposição
ao calor, que deve ser avaliado através do “Índice de Bulbo Úmido Termômetro de
Globo” (IBUTG), definido pelas equações que se seguem:

• Ambientes internos ou externos sem carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg;

• Ambientes externos com carga solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg.

Pode ser determinado de dois modos: regime de trabalho com descanso no


próprio local de trabalho, regime de trabalho com descanso em outro local.

De acordo com NR 15, em seu anexo IX, as atividades ou operações


executadas no interior de câmaras frigoríficas ou em locais que apresentem
condições similares que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção
adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção
realizado no local de trabalho.

Sendo assim, locais de trabalho extremamente frios constituem um risco


potencial à saúde dos trabalhadores, podendo causar desconforto, doenças ocu-
pacionais, acidentes e, até mesmo, a morte, quando, por exemplo, um trabalhador
ficar preso acidentalmente em ambientes frios ou imerso em água gelada.

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As lesões mais graves causadas pelo frio decorrem da perda excessiva de
calor do corpo e diminuição da temperatura no centro do corpo, o que chamamos de
hipotermia. Então, o objetivo de avaliar o frio nos ambientes de trabalho é impedir
que a temperatura interna do corpo reduza a valores abaixo dos 36 °C e prevenir
lesões pelo frio nas extremidades. Os trabalhadores devem trabalhar com roupas
adequadas, possuir um regime de trabalho que seja intercalado, ter acesso à educa-
ção e ao treinamento e fazer exames médicos prévios e periódicos.

Radiações Ionizantes: segundo o Blog de Segurança do Trabalho (2015), as


radiações são consideradas ionizantes quando possuem a capacidade de ionizar,
ou seja, quando possuem a capacidade de interagir com átomos neutros por onde
se propagam. O uso de radiação ionizante é bastante comum em hospitais, consultó-
rios odontológicos e até em fábricas de alimentos.

São exemplos de radiações ionizantes: as partículas alfas, beta (elétrons e


prótons), o nêutron, os raios X e os gama (γ).

Figura 03: Radiações ionizantes.

radiação
ionizante

ultra luz
violeta visível calor micro-ondas radiofrequência
Fonte: Arte FATE

Os efeitos das radiações ionizantes podem ser muito graves, podendo dani-
ficar as células e afetar o material genético (DNA), ocasionando doenças graves
como o câncer, podendo causar a morte do indivíduo; as radiações ainda podem
afetar as células e também causar mutações genéticas em óvulos e espermatozoi-
des e no aparelho reprodutor masculino e feminino, afetando as gestações.

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Na NR 32 encontramos as diretrizes básicas sobre a inspeção no local de
trabalho e o Plano de Proteção Radiológica (PPR), aprovado pela Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN), direcionadas para os serviços de radiodiagnóstico, apro-
vado pela Vigilância Sanitária. O plano retrata as condições de trabalho que devem
ser seguidas pelas instituições. Já a NR 15, anexo V, dispõe sobre as atividades ou
operações pelos quais os trabalhadores podem estar expostos a radiações ionizan-
tes, os limites de tolerância, os princípios, as obrigações e os controles básicos
que deverão ser analisados, objetivando a proteção do indivíduo e de seu ambiente,
contra possíveis efeitos indevidos causados por esse tipo de radiação.

Radiações não ionizantes: são aquelas que se caracterizam por radiações


eletromagnéticas que geram, quando absorvidas, a excitação dos átomos (o efeito
mais importante), aumentando sua energia interna. Esse aumento de energia interna
pode causar aquecimento do corpo, podendo chegar a efeitos eritêmicos (queima-
duras), catarata, fadiga e efeitos carcinogênicos (câncer de pele) conforme seu com-
primento de onda.

De acordo com a NR 15, anexo VII, são considerados os principais tipos de radia-
ção não ionizantes: micro-onda, ultravioleta, infravermelha, laser e radiofrequência.

Figura 04: Espectro eletromagnético.


comprimento de onda (em metros)
-8 -6 -4 -2 0 2 4
10 10 10 10 10 10 10

16 14 12 10 8 6 4
10 10 10 10 10 10 10
raios raios ondas
ultravioleta infravermelhos micro-
-ondas de rádio
frequência (em hertz)

Luz Visível
Fonte: Arte FATE

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Pressões Anormais: são atividades que expõem o homem a condições de
pressão superior a uma atmosfera (1kg/cm²). Existem dois tipos de pressões cau-
sadas pela variação da pressão atmosférica, que são:

• Pressões Hipobáricas: Quando os trabalhadores estão sujeitos a pres-


sões menores que a pressão atmosférica, faz com que haja um aumento
da altitude e a pressão atmosférica seja reduzida, diminuindo também, a
pressão parcial de oxigênio no ar. A falta de oxigênio pode levar a dores de
cabeça, perda de clareza mental, dificuldades para movimentos, perda de
coordenação e equilíbrio. Esse tipo de situação ocorre em trabalhos que
são feitos em altitudes elevadas como em arranha-céus.

• Pressões Hiperbáricas: Quando os trabalhadores estão sujeitos a pres-


sões maiores que a atmosférica. Tais situações acontecem em trabalhos
de mergulho e em trabalhos em tubulações de ar comprimido (escavações
abaixo do nível do lençol de água), entre outros. O anexo XI, da NR 15, trata
sobre os trabalhos realizados sob condições hiperbáricas.

Figura 05: Trabalho realizado com pressão anormal.

Fonte: https://goo.gl/YkDreE

Umidade: trabalhos realizados em ambientes onde a umidade pode cau-


sar problemas de pele e fuga de calor do organismo. A NR 15, afirma que
as atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, ou
seja, com umidade excessiva, são capazes de produzir danos à saúde dos traba-
lhadores e serão considerados insalubres em decorrência de laudo de inspeção
realizada no local de trabalho.

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1.2. Riscos químicos
De acordo com NR 09 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), são
considerados agentes químicos, as substâncias compostas ou produtos que pos-
sam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases ou vapores ou que, pela natureza da atividade de exposição,
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.

Os agentes químicos podem ser definidos de acordo com seu estado físico como
os aerodispersóides (particulados na forma sólida ou líquida), gases e vapores, assim:

Aerodispersóides: são partículas sólidas ou líquidas dispersas no ar, ou


seja, é uma espécie de mistura de substâncias sólidas ou líquidas espalhados pelo ar
que respiramos. Suas partículas dispersas no ar têm entre 0,5 e 200 (alguns dizem
100) µm de tamanho, abaixo desse valor, elas têm entre 0,5 e 0,001 µm. Podemos
chamar essa mistura de aerossol. De acordo com o tempo de permanência dos
aerossóis, maior será a possibilidade de serem inalados pelos trabalhadores.

Os Aerodispersóides, em sua classificação física, encontram-se no ar nas


formas de: poeiras, fumos, fumaças, névoas e neblinas. Vejamos, então, suas deno-
minações a seguir:

Poeiras: são os tipos de dispersóides mais comuns de serem encontrados


em todo e qualquer ambiente de trabalho e também fora dele. A poeira é definida
como um conjunto de partículas esferoidais, geralmente em suspensão no ar, de
tamanho muito pequeno, formadas por processos mecânicos de desintegração
durante o manuseamento de certos materiais.

Quando os trabalhadores ficam expostos por longo período de tempo em um


ambiente com bastante presença de poeira, por exemplo, naqueles responsáveis pelo
processo de britagem, terraplanagem, detonação de rochas, trabalhos com cimento
(preparação, transporte, mistura etc.), peneiramento de minérios, trabalhos em minas
de extração de carvão mineral, entre outros trabalhos, pode ocasionar riscos à saúde
de tais trabalhadores, causando várias doenças como as do grupo das pneumoco-
nioses (doenças causadas pelo acúmulo de poeira nos pulmões, gerando reações
que ocorrem nos tecidos). Outra doença comum é a silicose (causada pela inalação
de poeira de mineração que contém quantidade variável de sílica, portanto as princi-
pais fontes de exposição são as minas de extração de carvão mineral).

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Então, para prevenir tais doenças, devem ser executadas medidas que carac-
terizem as partículas, indicando a legislação aplicável e as boas práticas, objetivan-
do minimizar as consequências daí decorrentes.

Figura 06: Trabalho com exposição à poeira.

Fonte: https://goo.gl/hoRYB4

Fumos: são partículas produzidas por condensação de vapores (originados


de uma substância no estado sólido em condições normais de temperatura e pres-
são, formando partículas sólidas). As substâncias sólidas são originadas pela vo-
latilização, na grande maioria de metais quando estão sendo fundidos ou soldados.
Por exemplo, o fumo de chumbo (Pb) quando se faz pontas em arames, e o fumo de
zinco (Zn), na galvanoplastia.

Os fumos podem causar doenças como a conhecida nas indústrias de fundi-


ção de metais, comumente chamadas pelos trabalhadores de “febre dos fundido-
res”. Essa doença não é tão grave, porém, em longo prazo, pode trazer problemas à
saúde, devido ao contato com o vapor e com as partículas dos metais fundidos.

Figura 07: Trabalho com soldagem.

Fonte: https://goo.gl/jFah3x

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De acordo com a Revista Proteção (2013), doenças relacionadas ao zinco,
ou cobre com zinco – não intoxica. O sintoma é a febre dos fundidores de latão e a
fumaça prejudica, sendo que depois de vinte e quatro horas desaparece. “Nesse caso
não adianta remédio e, sim, um ambiente de trabalho com ventilação adequada”,
ressaltou José Tarcísio Penteado Buschinelli, médico toxicologista da Fundacentro.

Fumaças: são misturas de gases, vapores e aerodispersóides provenientes


da combustão de materiais. Também são constituídas de carbono resultantes da
queima de materiais orgânicos. Temos, por exemplo, a fumaça proveniente da com-
bustão de madeira e plástico.

Figura 08: Trabalho com exposição a fumaças.

Fonte: https://goo.gl/cwT7M9

Névoas: são compostas por partículas no estado físico líquido, produzidas por
substâncias líquidas que sofreram ruptura, tornando-se pequenas partículas que
acabam por se dispersar no ar. Você pode encontrar tais partículas em trabalhos com
pinturas que utilizam pistola e spray, em procedimentos de lubrificação, em aplica-
ções de agrotóxicos envolvendo nebulização etc. Para evitar o contato com essas né-
voas, você precisa adotar algumas medidas como a ventilação e exaustão do ponto
de operação, a redução do tempo de exposição, além do uso de EPIs como máscaras
de proteção respiratórias, luvas de borrachas neoprene para trabalhos com produtos
químicos, óculos de proteção, entre outros.

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Figura 09: Imagens de névoas no ambiente de trabalho.

Fonte: https://goo.gl/WGcoe9

Neblinas: são partículas líquidas suspensas no ar por condensação do va-


por de um líquido volátil, em CNTP (< 0, 5.m). Temos como exemplos a neblina de
água, de ácido ou substâncias orgânicas. Elas afetam seriamente a saúde, principal-
mente a do sistema respiratório.

Figura 10: Imagem de neblina.

Fonte: https://goo.gl/RSUGDj

Gases: são moléculas dispersas no ar, misturadas completamente com este


(o próprio ar é uma mistura de gases). O gás não possui forma nem volume próprio,
ele tende a se expandir indefinidamente, e sob condições de temperatura e pressão
atmosféricas normais, encontra-se na fase gasosa.

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Os gases podem ser inodoros e/ou incolores, por isso não são facilmente
notados. Como exemplos de gases, temos o próprio ar que respiramos (que é uma
mistura composta por nitrogênio (N2) e oxigênio (O2)), monóxido de carbono, gás
carbônico ou dióxido de carbono (CO2), cloro, Gás Liquefeito de Petróleo ou gás de
cozinha (GLP) e etc. De acordo com a composição dos gases, estes podem provocar
vários efeitos em nossos organismos, podendo agredir o nosso aparelho respiratório
e nossos olhos. As altas concentrações desses gases em ambientes confinados redu-
zem a disponibilidade do oxigênio, causando asfixia, entre outros problemas.

Figura 11: Exemplo de gás CO2.

Fonte: https://goo.gl/xyWmnP

Vapores: são conceituados como sendo a fase gasosa de uma substância,


que quando condicionados à temperatura e pressão atmosféricas, apresentam-se
no estado líquido. Como exemplos de vapores mais comuns, temos os originados
dos solventes orgânicos: tolueno, xileno, benzeno, éteres, cetonas e hidrocarbonetos
como a gasolina, querosene e alcoóis.

1.3. Riscos biológicos


A NR 32 considera como agentes biológicos, os microrganismos geneti-
camente modificados ou não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas
e os príons.

De acordo com a Fiocruz (2015), os riscos biológicos ocorrem por meio de


microrganismos que, em contato com o homem, podem provocar inúmeras doen-
ças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos. É o caso das
indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta de lixo), laboratórios, etc.

31
Figura 12: Demonstrativos de riscos biológicos.

Fonte: Arte FATE

Os agentes biológicos podem causar três formas de doenças: infecciosas (ex.:


malária, dengue, AIDS-HIV, ebola, etc.), alérgicas (anafilaxia, alergias alimentares,
urticárias, dermatite atópica, asma, etc.) e intoxicações (ou efeitos tóxicos).
Para evitar essas doenças, é preciso adotar medidas de prevenção como vacinação,
esterilização, higiene pessoal, uso de equipamento de proteção individual (EPI),
ventilação adequada e controle médico.

As formas de transmissão dos agentes biológicos podem ser de forma direta,


quando a transmissão se dá sem a intermediação de veículos ou vetores e indireta
quando a transmissão se dá através de veículos ou vetores. Os agentes biológicos
podem entrar em nossos corpos pela exposição por via cutânea (a pele é uma impor-
tante porta de entrada de uma substância biológica), pela exposição por via respira-
tória (as vias respiratórias; nariz, garganta, traqueia e brônquios são grandes portas
de entrada dos agentes biológicos no nosso organismo) e ainda temos via oral (os
agentes biológicos são introduzidos no sistema gastrointestinal através da boca, com
trânsito pelo esôfago, antes de atingirem o estômago, através, por exemplo, de um
alimento contaminado).

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A NR 32 (de 2002), Anexo I, classifica os agentes biológicos em:

• Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a cole-


tividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.

• Classe de risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e com


baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar
doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia
ou tratamento.

• Classe de risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com pro-


babilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e
infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios
eficazes de profilaxia ou tratamento.

• Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com pro-


babilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande
poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças
graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia
ou tratamento.

De acordo com Fiocruz (2016), de maneira geral, as medidas de segurança


para os riscos biológicos envolvem:
• Conhecimento da Legislação Brasileira de Biossegurança, especialmente
das Normas de Biossegurança emitidas pela Comissão Técnica Nacional
de Biossegurança;
• O conhecimento dos riscos pelo manipulador;
• A formação e informação das pessoas envolvidas, principalmente no que
se refere à maneira como essa contaminação pode ocorrer, o que implica
no conhecimento amplo do microrganismo ou vetor com o qual se trabalha;
• O respeito das Regras Gerais de Segurança e ainda a realização das me-
didas de proteção individual;

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• Uso do avental, luvas descartáveis (e/ou lavagem das mãos antes e após a
manipulação), máscara e óculos de proteção (para evitar aerossóis ou pro-
jeções nos olhos) e demais Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
necessários;
• Utilização da capela de fluxo laminar corretamente, mantendo-a limpa
após o uso;
• Autolavagem de material biológico patogênico, antes de eliminá-lo no lixo
comum;
• Utilização de desinfetante apropriado para inativação de um agente espe-
cífico.

2. Agentes causadores da insalubridade – Norma


Regulamentadora NR 15
O conceito de insalubridade pode ser entendido como as atividades e ope-
rações insalubres que podem expor o trabalhador aos agentes causadores de in-
salubridade, como os físicos, químicos e biológicos, que em determinadas situações,
traz prejuízos à saúde.

De acordo com o Art. 189 da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT, de


1948), serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados aos agentes
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

2.1. Classificação dos agentes causadores da insalubridade


Os agentes causadores da insalubridade podem ser encontrados de forma
detalhada nos anexos da NR 15 (de 1978) - Atividades e Operações Insalubres, que
são divididos:

• Anexo I – Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente;

• Anexo II – Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto;

• Anexo III – Limites de Tolerância para Exposição ao Calor;

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• Anexo IV – (Revogado);
• Anexo V – Radiações Ionizantes;
• Anexo VI – Trabalho sob Condições Hiperbáricas;
• Anexo VII – Radiações Não Ionizantes;
• Anexo VIII – Vibrações;
• Anexo IX – Frio;
• Anexo X – Umidade;
• Anexo XI – Agentes Químicos Cuja Insalubridade é Caracterizada por Limite
de Tolerância Inspeção no Local de Trabalho;
• Anexo XII – Limites de Tolerância para Poeiras Minerais;
• Anexo XIII – Agentes Químicos;
• Anexo XIII – A - Benzeno;
• Anexo XIV – Agentes Biológicos;
O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os
agentes citados acima, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, inciden-
te sobre o salário mínimo da região equivalente a:
• 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
• 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
• 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;
• No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas
considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo
vedada a percepção cumulativa.
A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:
• Com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de
trabalho dos limites de tolerância;
• Com a utilização de equipamento de proteção individual.

35
Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do
trabalho comprovada a insalubridade por laudo técnico do engenheiro de seguran-
ça do trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido
aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou
neutralização.

3. Avaliações quantitativas e qualitativas


Como vimos anteriormente, as avaliações quantitativas tem a função de
avaliar e inspecionar determinados ambientes de trabalho. Para que isso seja pos-
sível, são utilizados equipamentos específicos de medição, fazendo assim a quanti-
ficação dos riscos nos ambientes laborais. Dessa forma, tem-se uma base de quanto
é o tempo de exposição e quantas vezes o trabalhador ficou exposto aos riscos.

Segundo o Blog Trabalhando com Segurança e Saúde (2016), a avaliação qualita-


tiva, conhecida como preliminar, e a avaliação quantitativa servem para medir, comparar
e estabelecer medidas de eliminação, neutralização ou controle dos riscos.

Já de acordo com o Blog de Segurança do Trabalho (2016), na análise quan-


titativa o objetivo é determinar o nível exato da exposição a dado risco. É o tipo
de análise que é feito com base em números, ou seja, nesse caso, estabelecemos a
quantidade numérica com ajuda de equipamentos (por exemplo, o decibelímetro e
o dosímetro) que verifica a quantidade de ruído ao qual o empregado está exposto.

Entende-se também por avaliação quantitativa, o levantamento ambiental


com registros dos dados medidos com equipamentos específicos. Nem todos
os agentes ambientais podem ser avaliados quantitativamente, por isso sugerimos a
leitura da NR 15 para maiores esclarecimentos sobre a forma de conduzir um levan-
tamento ambiental.

Temos como exemplo: determinada empresa está com um problema de ru-


ído em uma de suas máquinas. Os colaboradores, incomodados com o ruído, pois
já estava atrapalhando suas atividades, comunicaram ao técnico de segurança e
este foi verificar o que estava ocorrendo. Então, com um equipamento (chamado
de decibelímetro) foi possível verificar o nível do ruído e constatou um nível de
115 dB(A), que se encontrava fora dos limites estabelecidos na NR 15, fazendo
assim uma avaliação quantitativa.

36
As avaliações qualitativas têm a função de avaliar e inspecionar os locais
de trabalho com riscos ambientais, observando as características específicas de
cada ambiente laboral, atentando-se aos agentes ambientes, às atividades exercidas
e às funções existentes em cada local.

Segundo o Blog Trabalhando com Segurança e Saúde (2016), na avaliação


qualitativa, utiliza-se apenas a sensibilidade do avaliador para identificar o risco
existente no local de trabalho.

Já para o Blog de Segurança do Trabalho (2016), na análise qualitativa po-


deríamos, por exemplo, apenas conversar com os cipeiros e com os empregados
para determinar a exposição dos mesmos ao ruído. Nesse caso, questionários feitos
com os empregados podem ser utilizados como ferramenta de apoio.

Temos como exemplo: utilizando a mesma situação do exemplo anterior, po-


rém com uma diferença o método de avaliação do ruído agora é feito sem a utilização
de equipamentos para medição do nível do ruído, mas sim apenas com os levanta-
mentos de dados descritos pelos próprios colaboradores e com a visualização da
máquina, tirando suas próprias conclusões a partir de tais dados, realizando assim,
uma avaliação qualitativa.

Concluímos que o método de avaliação quantitativa é mais eficiente e preci-


sa, já que se utiliza de equipamentos para fazer medições precisas. Já o método
de avaliação qualitativa, utiliza-se de diálogos realizados com os colaboradores e da
visualização da máquina para dar o resultado.

Na avaliação quantitativa: procura-se a quantidade numérica da exposição


(faz-se o uso de equipamentos específicos);
Na avaliação qualitativa: busca-se a qualidade (faz-se o uso de métodos
subjetivos como questionários e diálogos realizados com os empregados).

37
4. Conceitos de limites de tolerância
De acordo com a NR 15 – Atividades e Operações Insalubres, Limite de To-
lerância é conceituado como a concentração ou intensidade máxima ou mínima
relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará
danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.

Segundo o Manual SESI (2007), a definição sobre os limites de exposição


da American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) – sobre tal
assunto, veja também o item sobre Associações e Entidades em Higiene Ocupacional
– segue abaixo:
“Os limites de exposição referem-se a concentrações de substâncias
químicas dispersas no ar (assim como a intensidade de agentes físicos
de natureza acústica, eletromagnética, ergonômica, mecânica e térmi-
ca) e representam condições às quais se acredita que a maioria dos
trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, dia após dia, sem
sofrer efeitos adversos à saúde”.

Portanto, fazendo um resumo das definições, podemos dizer que os limites de


tolerância servem para avaliar a concentração das substâncias químicas que se espa-
lham no ar, além de analisar o impacto que a intensidade dos agentes físicos pode
trazer aos trabalhadores em seu ambiente laboral, determinando o limite aceitável a
tais condições.

Para o Site Saúde Total (2016), Limite de Tolerância (LT, que muitas vezes
aparece como TLV, do inglês: threshold limit values): é um conceito fundamental
para o direito trabalhista. Através de estudos exaustivos, procurou-se estabelecer
o limite compatível com a salubridade do ambiente em que vive o trabalhador, para
as mais diversas substâncias. A nossa legislação usa valores para jornadas de 48
horas semanais. Portanto, se o LT for 39 ppm para um determinado poluente (caso
do CO), isso significa que em nenhum momento aquela substância deve ultrapassar
39 ppm no ambiente em que operários atuam por 48 horas semanais. O LT pode ser
expresso em ppm (uma parte de gás para um milhão de partes de ar) ou mg/ m³ (mg
de gás por metro cúbico de ar).

38
Os limites de tolerância podem ser definidos através de dois tipos:

• Limites de tolerância por média ponderada: é feito através do limite da


jornada de trabalho semanalmente, o horário que se trabalhar durante a se-
mana podendo ser de (40 ou 48 hrs), ao longo da vida de trabalho. Podendo
ultrapassar os períodos de exposição acima do limite de tolerância que são
permitidos, desde que haja uma compensação com períodos de exposição
abaixo dos limites de tolerância.

Existe uma fórmula para calcular o valor máximo de exposição que não pode
ultrapassar os limites de tolerância, sendo calculado da seguinte forma:

Valor Máximo = L.T. x F.D.,

Onde L.T. – Limite de Tolerância.

F.D. - Fator de desvio, que depende da grandeza do limite de tolerância.

• Limites de tolerância por valor teto (exposto no quadro 01, da NR 15 –


Tabela de Limites de Tolerância) é apresentada pela contração máxima que
não pode ser excedida em momento algum da jornada de trabalho. Aplicado
a substâncias relacionadas com irritação física.

Segundo o Blog de Segurança do Trabalho (2016), existem oito motivos para


não acreditar 100% no limite de tolerância:

1. Nossa norma está desatualizada: a NR 15 é de 1978, se formos comparar


com a norma americana que é a ACGHI, que faz atualizações anualmente,
iremos perceber que existem diferenças gritantes entre os limites da nossa
norma e o da norma americana.

2. Não considera o efeito combinado dos agentes presentes no ambiente


de trabalho: quando temos um limite de tolerância, a NR 15 o considera iso-
ladamente. Nós é que teremos que considerar a presença de outros agentes
que podem de forma combinada prejudicar ainda mais o trabalhador.

3. O limite de tolerância é para a maioria dos trabalhadores: o problema


é que sabemos que há diferença entre uma pessoa para outra. Uma pode
responder de forma totalmente diferente do que a outra para a mesma ex-

39
posição a determinado agente agressivo. Mesmo estando abaixo do limite
de tolerância, alguns trabalhadores podem ter problemas sérios devido à
exposição a determinado agente agressivo.

4. O estudo do limite de tolerância é feito de forma indireta: você pensa


que se coloca, em pesquisas, o trabalhador exposto a produtos químicos para
saber a consequência? A verdade é que o estudo é feito em cobaias, em
ratinhos ou outros animais. Em função disso, extrapola-se o valor para chegar
próximo da resposta que a exposição traria no ser humano. Percebe-se que
poderá existir alguns erros com esse método.

5. Estudos incompletos: em função de restrições técnicas ou financeiras, os


estudos consideram apenas uma parcela do efeito da exposição no organismo.
Por exemplo: avaliamos uma determinada exposição a um produto químico
que agride o físico, mas, talvez essa mesma exposição ao produto químico
cause uma agressão ao sistema nervoso central. Por causa de verba, esse
estudo não foi finalizado.

6. Não considera a variação de respiração: os estudos estabelecidos para


estabelecer o limite de tolerância consideram uma vazão respiratória média.
A vazão respiratória do trabalhador pode ser maior ou menor dependendo
da atividade e os estudos não contemplaram essa possível variação.

7. Não tem combinação da absorção respiratória + cutânea: a maioria


dos limites de tolerância considera a absorção por via respiratória, ou por
via cutânea, mas, não consideram o efeito combinado das duas exposições
como consequência no efeito final.

8. Se o valor é preciso por que precisa haver revisão? Se o valor é preciso,


não precisaria existir revisão das normas anualmente como ocorre com as
normas americanas. E mais, por que as normas mudam os valores? Se
existem mudanças anuais nas normas como as americanas, deve ser porque
é necessário e importante.

Há valores que foram alterados de 700 para 100 com o passar dos anos e
dos novos estudos, pois a equipe que revisa as normas percebeu que os valores não
eram tão precisos assim.

40
Figura 13: Limites de Tolerância – atividades e operações insalubres.

Fonte: https://goo.gl/WL9bKn

4.1. Nível de ação


Considera-se nível de ação o valor acima do qual devem ser iniciadas ações
preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes
ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem incluir o monitora-
mento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico.

Com isso podemos perceber que o nível de ação é aquele pelo qual se deve
começar a implantação das medidas de ação e controle, divididas em medidas de
coletivas ou medidas individuais, para que os níveis de exposição não venham ultra-
passar os limites de tolerância permitidos a determinado agente.

Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposi-


ção ocupacional acima dos níveis de ação, conforme indicado nas alíneas que seguem:

• Para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional


considerados de acordo com a alínea “c” do subitem 9.3.5.1, da NR 09;

• Para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabe-
lecido na NR 15, Anexo I, item 6;

• Vibração, anexo I da Norma Regulamentadora nº 9 - Programas de Pre-


venção de Riscos Ambientais (PPRA), aprovada pela Portaria 3.214, de
8 de junho de 1978.

41
O Quadro 01 abaixo mostra os valores tidos como nível de ação aos agentes,
que são os seguintes:

Quadro 01: Nível de ação dos agentes.

AGENTE NÍVEL DE AÇÃO OBSERVAÇÃO

Tecnicamente sabemos que o LT para uma exposição de oito


horas é de 85 dB (A) e que este Nível corresponde a dose =
1, apropriando-se do IDD = 5 dB(A) poderíamos afirmar que o
nível de ação para ruído é de 80 dB(A), porém essa afirmação
Dose de 0,5 (dose superior é errada! A dose = 1 ou 0,5 pode variar em função ao a jornada
a 50%), conforme critério de trabalho. Por exemplo:
Ruído
estabelecido na NR 15, Anexo
I, item 06.
Jornada de trabalho: 4h/dia; Jornada de trabalho: 8h/dia;

Dose = 1 (90 dB (A)) Dose = 1 (85 dB (A))

Nível de Ação = 0,5 (85 dB (A)) Nível de Ação = 0,5 (80 dB (A))

Os agentes químicos que possuem LT estão estabelecidos no


ANEXO 11, da NR 15 (Link para o post sobre vibração). Para
facilitar a identificação do nível de ação para os agentes químicos,
Agentes Metade dos limites de exposi-
eu criei a seguinte fórmula:
químicos ção ocupacional.
Nível de Ação = LT/2
Exemplo: Agente químico: Fenol; Limite de Tolerância: 04 ppm;
Nível de Ação: 02 ppm.

O Nível de Ação para a avaliação da exposição ocupacional diária


à vibração em mãos e braços corresponde a um valor de acele-
ração resultante de exposição normalizada (aren) de 2,5 m/s2.
O Nível de Ação corresponde
O Limite de Exposição Ocupacional diária à vibração em mãos
Vibração (em a um Valor de aceleração
e braços corresponde a um valor de aceleração resultante de
mãos e braços) resultante de exposição nor-
exposição normalizada (aren) de 5 m/s2. A mesma regra que é
malizada (aren) de 2,5 m/s2.
aplicada na determinação do Nível de Ação dos agentes químicos
pode ser usada na vibração em mãos e braços. Ou seja:
Nível de Ação = LT/2

O Nível de Ação corresponde a


A exposição a este tipo de agente possui dois Níveis de Ação,
um valor da aceleração resul-
pois o agente possui DOIS Limites de Tolerância sendo eles:
Vibração (corpo tante de exposição normalizada
a) Valor da aceleração resultante de exposição normalizada
inteiro) (aren) de 0,5m/s2, OU ao valor
(aren) de 1,1 m/s2, ou; b) Valor da dose de vibração resultante
da dose de vibração resultante
(VDVR) de 21,0 m/s1,75.
(VDVR) de 9,1m/s1,75.

Fonte: < https://goo.gl/GVscQy>.

42
Figura 14: A diferença entre limite de tolerância e nível de ação.

LT LT
3 3
NA NA
2 2
1 1

Fonte: Arte FATE

Para o Blog Manual do Trabalho Seguro (2016), para tentar explicar a dife-
rença entre Limite de Tolerância e Nível de Ação, foi elaborada a imagem acima,
cujo eixo vertical é representado pela concentração do produto químico e o eixo
horizontal é representado pelo tempo. Interpretando o gráfico, (considere que o
gráfico representa a exposição durante uma jornada de trabalho) podemos chegar as
seguintes observações:

Na curva 1 – A exposição é considerada segura. Não é necessária nenhuma


ação de segurança.

Na curva 2 – A exposição é considerada insegura, pois ultrapassa o LT. Neste


caso, é necessária uma intervenção imediata ou interrupção da atividade.

Na curva 3 – A exposição é considerada segura por estar abaixo do LT, po-


rém, por ter ultrapassado o nível de ação, é necessária uma ação preventiva. Exem-
plo: uso de EPC ou EPI.

Figura 15: Símbolo utilizado para mostrar a existência de riscos biológicos.

Fonte: Arte FATE

43
5. Agentes causadores da periculosidade –
Norma Regulamentadora NR 16
Quando um trabalhador é exposto a constante condição de risco de morte,
por exemplo, o contato com substâncias inflamáveis, explosivos, energia elétrica e
radiação ionizante ou substâncias radioativas, chamamos isso de periculosidade.
Os trabalhos e operações que apresentam periculosidade estão descritos na Norma
Regulamentadora – NR 16, de 1978.

São exemplos de trabalhadores nestas condições, os frentistas de postos de


combustível, os operadores de distribuidoras de gás e os trabalhadores no setor de
energia elétrica (quando há periculosidade constante na função), trabalhadores de
usinas nucleares, fabricantes de explosivos, entre outros.

A situação de periculosidade deve ser atestada através de laudo técnico,


emitido por Engenheiro de Segurança do Trabalho ou por Médico do Trabalho.

5.1. Diferença entre periculosidade e insalubridade


A insalubridade e a periculosidade possuem semelhanças, pois ambas
colocam o trabalhador em condições de risco. Porém, tratam-se de conceitos bem
diferentes um do outro.

A periculosidade refere-se a riscos imediatos pelos quais um trabalhador é


exposto, colocando sua segurança e integridade física em risco. Em outras pala-
vras, implica em contato com agentes que podem causar acidentes graves capazes
de levar a óbito ou lesão corporal com mutilação parcial ou irreparável.

Já a insalubridade faz referência a situações que colocam em risco a saúde


do trabalhador a médio e longo prazo, tirando ou diminuindo sua possibilidade de ter
uma vida saudável após terminar sua vida laboral em determinada função que tenha
algum contato com, por exemplo, produtos químicos, ruídos, exposição ao calor,
dentre outros.

Em seu texto, a NR 16 indica que o trabalhador pode optar pelo adicional


de insalubridade se este for mais vantajoso que o de periculosidade. Normal-
mente, há a opção pelo benefício que é mais vantajoso ao trabalhador, pois eles
não são cumulativos.

44
Porém, há uma semelhança, os adicionais só são devidos ao trabalhador
enquanto ele realizar atividades nas áreas perigosas ou em condições de expo-
sição a agentes insalubres. Quando essas atividades não apresentarem mais
riscos, seja de periculosidade ou de insalubridade, o trabalhador não recebe mais
o respectivo adicional.

De acordo com a NR 16, são consideradas atividades e operações perigosas


as constantes dos anexos da NR 16, que veremos a seguir:

No anexo 1, são apresentadas operações e atividades com explosivos; tam-


bém são indicadas as áreas adjacentes consideradas como de risco, em função da
quantidade de material armazenada. Trabalhadores que manuseiem explosivos,
como mineradores, fabricantes de fogos de artifícios, munições, entre outros, estão
enquadrados.

No anexo 2, são destacados as atividades e operações com inflamáveis, lí-


quidos ou gasosos. Além da determinação da área de risco em função da quantidade
de material, este anexo também especifica as capacidades máximas para os diferen-
tes tipos de embalagens. No caso, frentistas, trabalhadores de indústrias petroquími-
cas, usinas produtoras de etanol, refinarias, entre outros, fazem parte desse grupo.

O anexo (*) foi acrescentado pela Portaria nº 3.393, de 17 de dezembro


de 1987. Este descreve as atividades e operações com substâncias radioativas e
radiações ionizantes. Os trabalhadores que se encaixam nesse tópico são desde os
que mineram produtos radioativos até os operadores de fontes radioativas em servi-
ços de saúde, passando por trabalhadores de usinas nucleares.

Já o anexo 3, descreve a periculosidade associada a atividades e operações


perigosas com exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas ati-
vidades profissionais de segurança patrimonial ou pessoal. Estamos, nesse ponto,
falando de seguranças, vigilantes, escoltas e transporte de valores.

O anexo 4, descreve a periculosidade das atividades envolvendo energia


elétrica. Esse anexo faz diversas referências a outra Norma Regulamentadora, a
NR 10, que trata especificamente de atividades com energia elétrica. Envolve todos
os trabalhadores que lidam diretamente com eletricidade, independente do ramo de
atuação de seu empregador.

45
Mais recentemente, em 2014, foi incluída na NR 16, o anexo 5, que relaciona
as atividades perigosas em motocicleta. Tal anexo deixa claro em seu texto que não
estão inclusos como trabalhos perigosos, deslocamentos de motocicleta da residên-
cia para o trabalho, ou o contrário, assim como também não são considerados usos
de motocicleta em locais privados ou de forma fortuita, ou seja, eventualmente, ou
ainda trabalhos que sejam habituais, porém em tempo extremamente reduzido.

5.2. O que é adicional de periculosidade?


A NR 16 (Anexos 1 e 2) estabelece que:
“O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao
trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), inci-
dente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações,
prêmios ou participação nos lucros da empresa” (Item 16.2).

Para efeitos de comparação, a Norma Regulamentadora NR 15 determina que


os adicionais de insalubridade sejam pagos baseados no salário mínimo vigente na
região, que pode ser maior ou igual ao salário mínimo regional, em percentuais que
podem ser de 10% (grau mínimo de insalubridade), 20% (exposição a insalubridade
de grau médio) ou 40% do salário mínimo (para trabalhadores expostos ao grau má-
ximo de insalubridade).

Todas as áreas de risco definidas no corpo e nos anexos da NR 16 devem ser


delimitadas pelo empregador. Este adicional, assim como o noturno, o de hora extra
e o de transferência integra o salário do empregado, bem como a remuneração das
férias e o décimo terceiro salário.

É obrigação de o empregador providenciar os laudos que atestem a pericu-


losidade ou não de um ambiente. Caso essa definição se torne uma demanda na
Justiça do Trabalho, através da reclamação de algum trabalhador ou do sindicato que
represente os trabalhadores, cabe ao juiz do trabalho nomear um perito qualificado
para determinar qual é a real situação do empreendimento e indicar em seu laudo
pericial se o reclamante faz jus aos valores solicitados.

5.3. Profissionais que têm direito ao adicional de periculosidade


Tem direito ao adicional de periculosidade, todos os trabalhadores que aden-
trem, circulem ou ainda exerçam atividades dentro das áreas de risco, delimitadas de
acordo com o que está disposto nos anexos da NR 16.

46
No caso de empregados que exerçam funções sem contato direto ou próximo
ao material perigoso (por exemplo, atividades de escritório), é necessário verificar
se o local onde a atividade é desempenhada está dentro ou fora do perímetro deter-
minado, através do respectivo anexo da NR 16. Em caso positivo, deve-se pagar o
adicional de periculosidade; em caso negativo, não existe essa necessidade.

6. Mapa de riscos
O mapa de riscos é uma maneira eficiente de fazer a proteção dos seus
colaboradores, ilustrando claramente os riscos que o ambiente de trabalho pode
apresentar. Para conseguir essa visualização, é preciso fazer um estudo de forma
efetiva, para, assim, diagnosticar os riscos e perigos de cada setor.

Essa ferramenta foi criada por italianos na década de 60 e só chegou ao Brasil


no fim da década de 70. Com o aumento da produção industrial e, consequente-
mente, do índice de acidentes, logo em seguida, o método começou a ser utilizado
em fábricas e em ambientes industriais e, em 1992, ele se tornou obrigatório. Desde
então, o Mapa de Risco é exigido em todos os países em que a CIPA (Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes) está presente e sua ausência pode acarretar em
multas de alto de valor.

6.1. Como fazer um Mapa de Riscos?


Cada empresa precisa de um Mapa de Riscos adequado para seu segmento,
mas alguns itens são necessários para a construção de qualquer mapa, como esses:

• Reunir informações suficientes para o estabelecimento de um diagnóstico da


situação de segurança e saúde no trabalho do estabelecimento;

• Possibilitar a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores e


estimular sua participação nas atividades de prevenção;

• Conhecer o processo de trabalho do local analisado, por exemplo, os traba-


lhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de segurança
e saúde, jornada de trabalho, os instrumentos e materiais de trabalho, as
atividades exercidas e o ambiente;

• Identificar os riscos existentes no local analisado;

47
• Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia, entre elas: medi-
das de proteção coletiva, de organização do trabalho, de proteção individual
e de higiene e conforto;

• Descobrir as queixas mais comuns entre os funcionários expostos aos mes-


mos riscos, doenças profissionais já diagnosticadas e causas mais frequentes
de ausência no trabalho;

• Ter conhecimento dos levantamentos ambientais já realizados no local;

• O número de trabalhadores expostos ao risco;

• Especificar os agentes, por exemplo: químicos, ergonômicos, biológicos ou


de acidentes;

• Após aprovação da CIPA, o Mapa de Risco deve ser exposto claramente


em todos os setores analisados, de maneira que os funcionários possam
facilmente vê-lo.

Para facilitar a compreensão acerca da Segurança e Saúde do Trabalho, é


preciso falar sobre os agentes ambientais ou riscos ambientais, principalmente
para que seja possível elaborar e implementar alguns programas, a exemplo do Pro-
grama de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e do Programa de Pre-
venção de Riscos Ambientais (PPRA).

Grupo 1- Riscos físicos:

Vibração, radiação ionizante e não ionizante, frio, calor, pressões anormais e


umidade.

Grupo 2 - Riscos químicos:

Poeiras, fumos, neblinas, gases, vapores, substâncias compostas ou produtos


químicos em geral.

Grupo 3 - Riscos Biológicos:

Vírus, bactérias, fungos, parasitas e bacilos.

Grupo 4 - Riscos ergonômicos:

48
Esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, controle
rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno noturno,
jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade e outras situações pro-
vocadoras de estresses psíquico e físico.

Grupo 5 - Riscos de acidentes:

Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ilumi-


nação inadequada, probabilidade de incêndios ou explosões, animais peçonhentos,
armazenamento inadequado e outras situações que possam acabar em acidentes.

Pode até parecer trabalhoso fazer um Mapa de Risco, mas essa medida é feita
para servir como um aliado na luta contra os altos índices de acidente de trabalho.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no Brasil acontecem em
média 700 mil casos de acidentes, fora os que não são registrados oficialmente. E de
acordo com o Ministério da Previdência, o país gasta em média 70 bilhões de reais
anualmente com esse tipo de ocorrência.

Figura 16: Mapa de Riscos.

Fonte: https://goo.gl/bpKUcw

49
1. Diferencie insalubridade de periculosidade.

2. Qual a importância do Mapa de Riscos?

3. Diferencie a avaliação qualitativa da avaliação quantitativa e explique a importância


de cada uma dessas avaliações.

Neste capítulo, você estudou sobre os conceitos de nocividades. A classifica-


ção e demonização dos riscos físicos (ruídos contínuos, intermitentes e impulsivos ou
de impacto; vibrações localizadas e generalizadas; temperaturas extremas - calor e
frio; radiações ionizantes e não ionizantes; pressões anormais (hiper e hipobáricas) e
umidade). Também conheceu de maneira introdutória, os riscos químicos, suas classi-
ficações e tipos (aerodispersóides, gases e vapores). Viu, ainda, os riscos biológicos,
suas definições e suas classes. Conheceu os agentes causadores da insalubridade,
especificadas na NR 15 e seus anexos. Estudou sobre as avaliações qualitativas e
quantitativas e viu qual a diferença entre elas. Também aprendeu o conceito de limite
de tolerância e seu nível de ação. Viu quais são os agentes causadores da periculosi-
dade de acordo com a NR 16 e a diferença entre periculosidade e insalubridade e, por
último, aprendeu como fazer um mapa de risco e pode aprender qual a importância
deste para assegurar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.

50
www.UniATENEU.edu.br

https://www.youtube.com/watch?v=G0kzvHK_0-c

Rua Antônio Gadelha, Nº 621


Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil
Telefone 0800 006 1717

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