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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO INTERUNIDADES EM


ECOLOGIA APLICADA- ESALQ/CENA (PPGI-EA)

Projeto de Doutorado submetido ao PPGI-EA como parte dos requisitos do

processo seletivo do 20 semestre de 2021

“REINTRODUÇÃO DE ANTAS (TAPIRUS TERRESTRIS) EM UMA PAISAGEM

AGRÍCOLA NO INTERIOR DE SÃO PAULO E COMPARAÇÃO ECOLÓGICO-

COMPORTAMENTAL ENTRE O GRUPO DE ANIMAIS REINTRODUZIDOS E

ANIMAIS DE VIDA LIVRE”

Candidato: THAÍS DO CARMO

Orientador: LUCIANO MARTINS VERDADE

Co-orientador: RAFAEL DE ANDRADE MORAL

Piracicaba, SP

Agosto 2021

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................4
2. JUSTIFICATIVA ......................................................................................................12
3. HIPÓTESE (S)..........................................................................................................13
4. OBJETIVO(S)...........................................................................................................13
5. MATERIAL E MÉTODOS/PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................14
5.1.LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.............................14
5.2.METODOLOGIA/MÉTODOS DE CAMPO E ANALÍLICOS...........................18
6. FORMA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS...........................................................23
7. PLANO DE TRABALHO & CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO...............................24
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................24

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RESUMO

Palavras-chave: Reintrodução, mamíferos, anta, Tapirus terrestres, radiotelemetria

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1. INTRODUÇÃO

A perda de populações e espécies animais, especialmente de vertebrados de

grande porte, é conhecida como defaunação (Dirzo et al, 2014). A sobre-exploração,

a caça comercial ou de subsistência, a destruição de habitats e os impactos negativos

oriundos da introdução de espécies exóticas são apontados como as maiores causas

de defaunação (Dirzo et al, 2014, Hoffmann et al, 2010). A natureza críptica da

defaunação (Dirzo et al, 2014) leva ao que Redford (1992) chamou de florestas

vazias: apesar da vegetação parecer intacta, muitos animais de médio e grande porte

já estão ecologicamente extintos, comprometendo processos e serviços

ecossistêmicos (Effiom et al, 2013, Kurten, 2013, Bello et al, 2015).

A translocação de animais – aqui compreendendo reintroduções, reforço

populacional, colonização assistida e substituição ecológica com fins conservacionistas

(Seddon et al, 2014) – é uma das técnicas disponíveis para tentar reverter os efeitos da

defaunação. A mais conhecida delas é, sem dúvida, a técnica de reintrodução de

espécies, especialmente aquelas ameaçadas de extinção.

Reintrodução pode ser definida como a translocação de espécies para uma área

que foi parte de sua distribuição histórica, mas na qual ela não é mais encontrada

(Armstrong & Seddon, 2007, Cid, 2011, IUCN, 2013, Corlett, 2016, Robinson et al,

2020). O fim último de todo programa de reintrodução é estabelecer uma população

viável e autossustentável ao longo do tempo sem intervenção humana (IUCN, 2013),

embora os critérios para julgar o sucesso ou fracasso de uma reintrodução não

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estejam claramente definidos (Ottewell et al, 2014, Moseby et al, 2011, Seddon et al,

1999).

A difusão dada aos casos de “sucesso” e a tendência a não relatar os casos de

“fracasso” pode dar a falsa impressão de que a refaunação é a solução para a perda de

biodiversidade. Esse “sucesso”, no entanto, é relativo: a maioria dos programas de

refaunação se quer apresenta a metodologia e os parâmetros que serão usados para

classificar o programa como bem-sucedido a longo prazo. Ademais, frequentemente os

programas de refaunação não tem duração adequada para concluírem sobre o sucesso

do projeto e falham no monitoramento dos animais movidos, o que traz uma grande

incerteza sobre o sucesso desses projetos (Fisher & Lindenmayer, 2000).

Do ponto de vista ecológico, o estabelecimento de uma população

autossustentável a longo prazo é o melhor indicador de sucesso (Fisher &

Lindenmayer, 2000). No entanto, é preciso que os programas de realocação de

espécies tenham, necessariamente, protocolos de longo prazo para o monitoramento

da população translocada, pois um longo tempo pode ser requerido até que populações

viáveis sejam efetivamente consolidadas e interações ecológicas sejam plenamente

reestabelecidas (Fisher & Lindenmayer, 2000, Genes et al, 2017).

Alguns parâmetros objetivos propostos para avaliar o sucesso relativo de

populações realocadas ao longo do tempo incluem o crescimento positivo da

população em três gerações ou ao longo de 10 anos, reprodução da primeira geração

nascida na natureza, análise de viabilidade populacional indicando uma população

autossustentável e persistência da população ao longo de um período definido de

tempo (Bajomi, 2010). A constante reavaliação das ameaças à população realocada

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também compreende ponto fundamental para o sucesso do programa de translocação

(Fisher & Lindenmayer, 2000).

A reintrodução de espécies é uma ferramenta poderosa para mitigar os efeitos

negativos da perda de diversidade biológica. No entanto, ela ainda é limitada e pouco

eficiente, com baixas taxas de sucesso (Seddon et al, 2014). De modo geral, é

apontado que as chances de sucesso de programas de reintrodução são maiores se o

número de animais soltos é grande, a fim de se evitar a estocasticidade demográfica,

genética e ambiental que afeta populações pequenas; a soltura se dá em áreas da

distribuição original da espécie, a qualidade do habitat é adequada, os animais soltos

provêm de estoques selvagens em vez de cativeiro, há envolvimento da comunidade

local e as causas do declínio da população animal foram efetivamente removidas

(Wolf, 1998, Seddon et al, 2014, Fisher & Lindenmayer, 2000, Jule et al, 2008,

Kleiman et al, 1989, Sutherland et al, 2010, IUCN, 2013). Esse último quesito parece

ser absolutamente capital para o sucesso da translocação, uma vez que se o motivo

do declínio da população não for sanado ou minimizado antes da translocação dos

animais, eles estarão fadados ao mesmo fim da população original.

É preciso salientar que, embora a reintrodução seja uma técnica importante, ela

apresenta riscos, como a depleção das populações doadoras dos animais realocados,

riscos de os animais introduzidos serem portadores de enfermidades, baixa

variabilidade genética dos animais translocados, interações ecológicas inesperadas,

como mudanças na estrutura e composição da vegetação ou implicações imprevistas

para os mesopredadores (Berger, 1999, Caro et al, 2012, Edwards et al, 2014,

Gittleman & Gompper, 2001, Johnson & Cushman, 2007, Sims et al, 2014).

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É sabido que animais selvagens reintroduzidos apresentam melhores taxas de

sucesso em programas de reintrodução que animais nascidos em cativeiro (Wolf,

1998, Wolf et al, 1996, Seddon et al, 2014, Fisher & Lindenmayer, 2000, Jule et al,

2008, Kleiman et al, 1989, Sutherland et al, 2010, IUCN, 2013). Capturar animais para

programas de reintrodução pode trazer riscos para as populações selvagens, já que

as espécies alvo desses programas em geral ocorrem em baixas densidades

(Fernandez et al, 2017). Isto posto, animais nascidos em cativeiro são usualmente a

escolha para esses programas e, para aumentar as chances de sucesso na

reintrodução de animais desses animais, alguns procedimentos podem ser adotados:

 um período de quarentena em um zoológico ou outra instituição similar,

onde os animais serão clinicamente avaliados a fim de se evitar que

animais debilitados ou que patógenos sejam introduzidos no ambiente

(Mathews et al, 2006; IUCN, 2013; Medici et al, 2008)

 utilização da técnica de soltura branda (de acordo com Medici et al,

2008), que consiste em manter os animais em um recinto de aclimatação

na área de reintrodução antes da soltura. Esse processo é importante

para que os animais se familiarizem com seu novo ambiente, permitindo

que ganhem peso e adquiram as habilidades que serão necessárias para

que vivam em liberdade, sendo treinados para tanto, se necessário

(Bright & Morris, 1994; Cid et al 20013; Beck et al, 1991; Vargas &

Anderson, 1999; Letty et al, 2000; Wanless et al, 2002; Shier & Owings,

2006)

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 Suplementação alimentar após a soltura auxilia na sobrevivência dos

animais em um primeiro momento, quando eles ainda estão se

estabelecendo no novo ambiente (Medici et al 2008;, IUCN, 2013;

Seddon, 1999; Bright & Morris, 1994; Biggins et al, 1998; Tuberville et al,

2005)

 Monitoramento constante e de longo prazo permite que os animais

reintroduzidos sejam seguidos e que intervenções sejam realizadas, caso

seja necessário, além de permitir aos pesquisadores acessarem os

indicadores de sucesso do programa (Ewen & Armstrong, 2007; Medici et

al, 2008)

Como as espécies animais mais vulneráveis à defaunação são, normalmente,

dispersores de sementes, predadores de sementes e plântulas e/ou herbívoros, a

extinção local dessas espécies é muito propensa a interromper as interações plantas-

vertebrados (Kurten, 2013, Emmons, 1989, Redford, 1992, Wright, 2003). Na

ausência desses grupos de animais, muitas plantas são incapazes de sobreviver

devido a limitação ou perda de interações ecológicas essenciais (Hobbs & Cramer,

2008), de modo que a defaunação pode levar a cascatas de extinções (Seddon,

2014).

As espécies frugívoras de grande porte apresentam um papel importante

moldando a estrutura das comunidades vegetais em diferentes escalas e mantendo a

diversidade de plantas, pois elas são capazes de ingerir uma quantidade maior de

frutos, comer sementes grandes e dispersá-las por distâncias maiores que os

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frugívoros de pequeno porte seriam capazes de fazê-lo (O’Farril et al, 2013, Jordano

et al, 2007, Gumarães et al, 2008). Um desses animais é a anta brasileira ( Tapirus

terrestris).

As antas são uma das poucas espécies que sobreviveram a extinção da

Megafauna ocorrida no final do período Pleistoceno (entre 50000 e 10000 anos).

Pertencem ao gênero Tapirus, a família Tapiridae e a ordem Perissodactyla,

juntamente com equinos e rinocerontes, e estão entre as espécies mais primitivas

entre os mamíferos viventes (O’Farril et al, 2013, Fernandes-Santos et al, 2018).

Atualmente há 4 espécies de antas; dessas, três estão distribuídas no continente

Americano (Tapirus bairdii, Tapirus terrestris e Tapirus pinchaque) e uma na Ásia

(Tapirus indicus), sendo que todas são consideradas ameaçadas de extinção devido a

caça ilegal, fragmentação e perda de habitat, atropelamentos e competição com

animais domésticos (O’Farril et al, 2013, Varela et al, 2019).

Tapirus terrestris é o maior mamífero da América do Sul. Adultos podem pesar

até 300kg, apresentando pequeno dimorfismo sexual, com as fêmeas sendo, em geral,

maiores que os machos. São animais solitários, com exceção do período reprodutivo e

de fêmeas com filhotes. Apresentam hábito noturno/crepuscular, realizando boa parte

de suas atividades de forrageamento e alimentação durante o amanhecer e entardecer,

descansando abrigada em local protegido no restante do dia (Médici, 2010, Varela et

al, 2019, Fernandes-Santos et al, 2018).

A reprodução dessa espécie é bastante lenta: a maturidade sexual acontece

com cerca de 4 anos de idade. A gestação dura entre 13 a 14 meses, e as fêmeas em

geral dão à luz a um único filhote a cada 1,5 ano, em média. A taxa de mortalidade dos

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filhotes na natureza é alta, devido principalmente à predação. Estima-se que Tapirus

terrestris possam viver entre 22 a 24 anos na natureza (Médici, 2010, Fernandes-

Santos et al, 2018).


A anta brasileira é um animal herbívoro que se alimenta de uma grande

variedade de espécies de plantas. Esses animais impactam a estrutura e diversidade

da comunidade de plantas diminuindo a abundância de suas espécies preferidas

(Olofsson, 2001, Brathen & Oksanem, 2001, Grellmann, 2002, Medici, 2010), e

modificando as relações competitivas entre as plantas, assim ajudando a manter a

heterogeneidade dos habitats (Dirzo & Miranda, 1991, Terborgh, 1988, Virtanen, 1998,

Mulder & Ruess, 1998, Olofsson et al, 2002,). Além disso, antas pastoreiam

seletivamente diferentes partes das plantas (Salas & Fuller, 1996), e são importantes

dispersores de sementes a longas distâncias (Henry et al, 2000, Galetti et al, 2001,

Fragoso et al, 2003, O’Farril et al, 2013).

Como as antas são herbívoros com grandes áreas de vida, elas tendem a cruzar

áreas impactadas por humanos, o que resulta em uma série de ameaças que podem

afetar a sobrevivência de suas populações a longo prazo. Entre as maiores ameaças

às populações de antas destacam-se a agricultura em larga escala - que leva a perda e

fragmentação de habitas; os atropelamentos em rodovias, a caça ilegal, a

contaminação por pesticidas e metais pesados, e doenças causadas pela exposição a

animais domésticos (Medici, 2010, Medici & Desbiez, 2012, Varela et al, 2019).

Historicamente, a espécie era encontrada desde o Norte da Colômbia até o

Leste dos Andes, seguindo através de toda a América do Sul tropical por 11 países:

Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai,

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Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, a anta ocorre principalmente nos biomas

Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal (Médici, 2010, Varela et al, 2019,

Fernandes-Santos et al, 2018).

A anta é uma espécie associada principalmente a florestas tropicais e ambientes

ripários. O grau de tolerância da espécie à degradação de habitats varia regionalmente,

mas sabe-se, baseado em outras espécies de antas, que Tapirus terrestris não tolera

grandes modificações de habitat em combinação com qualquer pressão de caça

(Varela et al, 2019). Rossi (1999) encontrou evidências que sugerem que a espécie

pode persistir em paisagens grandemente modificadas com apenas pequenos

fragmentos florestais. A condição do habitat parece ser menos importante na

persistência da população de anta em uma paisagem que a caça e os atropelamentos

(Varela et al, 2019).

Em sua distribuição em território brasileiro, suas populações foram severamente

reduzidas (Medici et al, 2012). Na Mata Atlântica, a espécie é considerada Em Perigo

pelos critérios da IUCN: acredita-se que haja apenas três populações viáveis (com

mais de 200 indivíduos); e 40% da população da espécie está concentrada no maciço

da Serra do Mar (São Paulo) e no Paraná. A maior parte da população nesse bioma

está em áreas muito fragmentadas e sob forte impacto antrópico (Medici et al, 2012).

No Cerrado, a espécie é classificada como Em Perigo pelos critérios da IUCN,

devido principalmente a perda e fragmentação de habitat, sendo que populações de

antas persistem somente em áreas preservadas desse bioma (Medici et al, 2012). No

Pantanal a espécie é classificada como Quase Ameaçada pelos critérios da IUCN; já

na Amazônia a IUCN classifica Tapirus terrestris como Menos Preocupante. A espécie

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é considerada Regionalmente Extinta na Caatinga (Medici et al, 2012). Em nível

nacional a anta é classificada como Vulnerável pela IUCN (Medici et al, 2012, Varela et

al, 2019).

Devido a sua história de vida - antas são mamíferos grandes com taxas

reprodutivas lentas que ocorrem em baixas densidades – essa é uma espécie

extremamente suscetível às ameaças antropogênicas que podem causar declínios

populacionais severos e extinções locais e, uma vez que suas populações tenham

entrado em declínio ou sido extintas localmente, sua recuperação é improvável sem

intervenção (Medici, 2010, Medici, 2011, Varela et al, 2019).

Devido a sua importância na manutenção de processo ecológicos-evolutivos

chave - como a predação e dispersão de sementes, o pastejo seletivo e a ciclagem de

nutrientes - Tapirus terrestris torna-se uma espécie excelente à programas de

reintrodução, como fator fundamental para a recuperação de ecossistemas e

manutenção da diversidade biológica (Medici et al, 2008). Estudos anteriores

mostraram que programas de reintrodução de ungulados apresentaram altas taxas de

sucesso (Shepherson, 1994). Além disso, as antas são altamente adaptáveis a

mudanças de dieta, condições ambientais e uso do habitat, apresentando a

plasticidade necessária para enfrentar os desafios oriundos a uma reintrodução (Medici

et al, 2008).

2. JUSTIFICATIVA

Atualmente muitos habitats estão em débito de interações ecológicas (Valiente-

Banuet et al, 2015), o que equivale dizer que grandes proporções das interações que

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ainda sobrevivem estão sendo lentamente perdidas nos ecossistemas do mundo

(Genes et al, 2017). Nesse cenário um tanto desalentador, a translocação de

espécies é uma ferramenta absolutamente essencial, apesar de todas as suas

limitações, para aumentar a persistência das espécies em escala global (IUCN, 2013)

e restaurar a biodiversidade e a funcionalidade de ecossistemas naturais. No entanto,

para que os projetos de translocação atinjam seus objetivos, é necessário que a

ciência atue como guia-mestra, (Sarrazin & Barbault 1996, IUCN 2013, Sanz & Grajal

1998, Ewen & Armstrong 2007), e que projetos de refaunação sejam desenhados

como experimentos ecológicos de longo prazo, com monitoramento adequado para

responder perguntas formuladas a priori (Armstrong & Seddon 2007, Ewen &

Armstrong 2007).

É nesse contexto que se insere o presente projeto, que pretende reintroduzir a

espécie Tapirus terrestris em uma paisagem agrícola do interior de São Paulo com o

objetivo de reestabelecer os processos ecológicos-evolutivos que se perderam

quando a espécie foi localmente extinta da região.

3. HIPÓTESES

a. Há diferenças entre área de vida dos animais reintroduzidos e os de vida livre;

b. Há diferenças entre o padrão de movimentação diário e anual dos animais

reintroduzidos e os de vida livre;

c. Há diferenças entre a dieta dos animais reintroduzidos e os de vida livre;

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d. Há diferença entre níveis hormonais (estrógeno, testosterona e cortisol) entre os

animas reintroduzidos e os de vida livre.

4. OBJETIVOS

4.1 Gerais

a. Restabelecer uma população de antas em uma paisagem agrícola,

maximizando sua probabilidade de sobrevivência a longo prazo

b. Contribuir para a conscientização ambiental das comunidades locais através de

uma espécie carismática, combatendo a caça ilegal e promovendo a

manutenção de habitats adequados à espécie,

4.2 Específicos

a. Desenvolver um protocolo de reintrodução, manejo e monitoramento de

antas (Tapirus terrestris) em paisagens agrícolas,

b. Reestabelecer processos ecológicos, tróficos e evolutivos com o

reestabelecimento de uma população de antas (Tapirus terrestris) na região

de estudo,

c. Comparar a área de vida, o padrão de movimentação diário e anual, a dieta

e os níveis hormonais (estrógeno, testosterona e cortisol) dos animais

reintroduzidos e daqueles de vida livre

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5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1. LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O projeto de reintrodução da anta (Tapirus terrestris) será desenvolvido no

município de Angatuba (SP), dentro do Núcleo Angatuba do Programa de Pesquisa em

Biodiversidade (PPBio) (https://ppbio.inpa.gov.br/sitios/treslagoas), e compreende as

Fazendas Três Lagoas (23°22’0”- 23°20’41” S e 48°28’0”- 48°27’57” W) e Arca

(23°20’0”- 23°18’51” S e 48°27’30”- 48°28’20” W), que são áreas de plantação de

eucalipto desde os anos 2006/2007. Sabe-se que paisagens dominadas por eucalipto

podem ser relevantes à conservação da fauna local, em função de sua certificação

ambiental (Martin et al. 2012, Athayde et al. 2014).

O clima da região de Angatuba é do tipo subtropical (Cwa - classificação

climática de Koeppen), com verões quentes e chuvosos e invernos frios e secos. As

temperaturas mínimas médias ficam em torno de 17°C, enquanto as máximas médias

ficam acima de 22°C. A precipitação anual média gira em torno de 1200 mm, com as

chuvas concentradas no verão (outubro a março), e tendo os meses de inverno (abril a

setembro) como os mais secos, com precipitação inferior a 60mm (CEPAGRI, 2016).

A Fazenda Três Lagoas se estende por 3.242 ha, enquanto a fazenda Arca

abrange 1.123 ha (Figura 1). Nela foram desmatados aproximadamente 2.600 ha para

a implantação de pastagens exóticas (Brachiaria spp) destinadas à criação de gado no

início da década de 1970. Entre os anos de 2006 e 2007, cerca de 2200 ha de pasto

foram convertidos em eucaliptais e 400 ha de pastagens restantes foram abandonados

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para regeneração da vegetação nativa, com o objetivo de formarem a Reserva Legal

(RL) e as Áreas de Preservação Permanente (APP), obrigatórias segundo a legislação

ambiental vigente (Metzger et al., 2010). O mesmo processo ocorreu na Fazenda Arca

entre os anos de 2007 e 2008, perfazendo 761 ha de eucaliptal, 67 ha de APP e 294 ha

de RL.

Angatuba está inserida na bacia do Alto Paranapanema, em uma zona de

transição entre a Floresta Estacional Semidecídua da Mata Atlântica e o Cerrado

(Veloso et al., 1991). A vegetação correspondente à Mata Atlântica se caracteriza pela

ausência de coníferas e pela perda parcial das folhas no período do inverno. As áreas

de Cerrado apresentam três diferentes fisionomias: Savana Florestada (Cerradão),

Savana Arborizada (Cerrado sensu stricto) e Savana Gramíneo-lenhosa (Campo)

(Athayde et al., 2014).

As fazendas Três Lagoas e Arca possuem a fitofisionomia Cerradão como

predominante, contando também com áreas de cerrado sensu stricto e matas de

galeria acompanhando as duas microbacias da Fazenda. As áreas abandonadas para

revegetação encontram-se em diferentes fases de sucessão ecológica (Athayde et al.,

2014).

O estudo com antas de vida livre será conduzido em X

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Fig 1. Área de estudo: Núcleo Angatuba do PPBio, formado pelas fazendas Três Lagoas e Arca, no

município de Angatuba, Bacia do Alto Paranapanema, Estado de São Paulo

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5.2. METODOLOGIA

A) Reintrodução de Antas (Tapirus terrestris)

Os animais a serem reintroduzidos deverão seguir a razão sexual de 4 fêmeas e

quatro machos, oriundos de cativeiro e cedidos pelas Instituições X. De acordo com

Beck et al (1994), Brent et al (1997), Campbell et al (1980), Di Martino et al (2015) e

Médici et al (2008) os critérios para seleção dos animais são:

a. Animais sub-adultos ou adultos jovens - com 10 anos ou menos – estando

em pleno potencial reprodutivo, o que pode aumentar o sucesso no

estabelecimento de uma população a longo prazo,

b. Animais com menor tempo em cativeiro e oriundos de enriquecimento

comportamental (ambiente mais estimulante), cuja diversidade

comportamental e a capacidade de aprendizado de novas habilidades são,

em tese, melhores.

c. Animais com menor relação de parentesco, a fim de se maximizar a

diversidade genética da população fundadora, para tanto, pretende-se

trabalhar com mais de uma Instituição doadora dos animais como forma de

minimizar as relações de parentesco. Para tanto, será preciso analisar a

árvore genealógica e os studbooks disponíveis para os animais doados,

materiais esses que mostram de forma precisa a relação de parentesco entre

os animais cativos

18
d. Serão excluídos animais fisicamente debilitados ou deficientes, com

problemas dentários, idosos, fêmeas em lactação, com filhotes ou prenhes, e

animais habituados a contato com humanos.

Como os animais serão oriundos de cativeiro, Medici et al (2008) recomenda

que a técnica adotada seja a soltura branda. Nessa modalidade, os animais candidatos

à reintrodução passarão por um período de quarentena e posteriormente serão

mantidos em um cercado de aclimatação construído no interior da área de soltura a fim

de que sejam treinados e adquiram as habilidades que serão necessárias para que

possam voltar a viver em vida livre. Uma vez considerados aptos, serão liberados no

ambiente e monitorados pela equipe de pesquisa.

Os animais cativos que se enquadrarem nos critérios de seleção serão treinados

a adentrar em caixas de transporte e lá permanecer por um longo período de tempo, a

fim de minimizar o estresse de transporte até a área de estudo (Medici et al 2008, Quse

et al, 2014). As caixas usadas para treinamento e transporte seguirão as diretrizes

descritas no Regulamento IATA (International Air Traffic Association) de 2021. É

importante salientar que o treinamento deve ser feito com o mínimo de contato possível

entre o animal e seres humanos (Médici et al, 2008).

Após treinamento adequado, os animais serão transportados até a área de

estudo em armadilhas do tipo caixa individuais. Eles serão transportados em pé,

preferencialmente durante a noite ou nas horas mais frescas do dia, com água e

alimento disponíveis durante toda a viagem (Médici et al, 2008, Quse et al, 2014). A

necessidade de sedação dos animais para o transporte será avaliada a fim de diminuir

19
o estresse do transporte. Caso haja necessidade de sedá-los, o protocolo descrito em

Quse et al (2014) será utilizado.

Os animais candidatos à reintrodução deverão passar por uma fase de

quarentena que durará 30 dias e que será realizada no local X, com x animal por vez

na área de quarentena. Será respeitado o conceito de “vazio sanitário” entre a

quarentena de grupos de animais diferentes. Esse procedimento visa impedir que os

animais reintroduzidos venham a disseminar alguma enfermidade no local de soltura, e

também para evitar que se possa reintroduzir animais debilitados (Di Martino et al,

2015, Medici et al, 2008, Munson et al, 2004, Mathews et al, 2006). Nessa fase será

realizada a avaliação clínica e epidemiológica seguindo protocolo de Quse et al (2015),

Medici et al (2008) e Di Martino et al (2015), 15 dias após os animais entrarem em

isolamento, período que permite que qualquer questão de saúde referente ao

transporte do animal se manifeste (Medici et al, 2008). Se porventura alguma

enfermidade for detectada em algum dos animais selecionados para a reintrodução,

testes serão realizados para descartar a possibilidade de infecção ativa e de tratamento

do individuo infectado. Caso o tratamento não seja possível, o animal será descartado

do projeto de reintrodução (Di Martino et al, 2015).

Durante o check up sanitário serão realizadas a pesagem e medição dos

animais, e amostras biológicas de cada indivíduo candidato a reintrodução (pelo,

sangue, pele) serão coletadas para estudos genéticos futuros. A concentração de

cortisol nas fezes será monitorada durante a quarentena fim de se verificar o nível de

estresse dos animais confinados.

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Findo o período de quarentena, os animais considerados aptos à reintrodução

serão transferidos para o cercado de aclimatação localizado na área de soltura, um

indivíduo por vez, devendo permanecer nessa área entre duas a quatro semanas,

dependendo do comportamento demostrado por cada indivíduo. Nesse momento,

aproveitando que os animais estarão sedados para o transporte, eles serão novamente

pesados. Durante sua estadia na área de aclimatação, os animais serão alimentados

somente com itens provenientes da área de soltura, oferecidos ao amanhecer e ao

anoitecer. A presença, abundância, variedade de itens, tamanho das porções e

localização dos itens alimentares no interior do cercado de aclimatação serão variáveis

a fim de simular o padrão de forrageio natural da espécie. O contato com humanos

durante a alimentação deverá ser evitado ou minimizado (Medici et al, 2008). Os

animais serão monitorados continuamente durante sua estadia na área de aclimatação

por uma pessoa dedicada somente a essa tarefa, a fim de se verificar o comportamento

do indivíduo, sua dieta, padrões de forrageio e sono, condições físicas gerais, possíveis

lesões, aspecto das fezes, padrão de movimentação diário, etc.

Após o período de aclimatação os animais serão pesados, medidos,

identificados por brinco e receberão rádio colares coloridos com sensor de mortalidade.

Os animais deixarão de ser alimentados 12h antes do dia da soltura, a fim de estimular

o comportamento de forrageio. Alimento será colocado do lado de fora do recinto de

aclimatação, para estimular o animal a sair do recinto e terá início o protocolo de

monitoramento. As portas do recinto de aclimatação permanecerão abertas após a

soltura dos animais, permitindo que voltem ao recinto se assim desejarem. Será

fornecida suplementação da dieta na área de soltura e sua duração serão avaliadas.

21
Após a soltura os animais serão monitoramento através de radio telemetria

convencional, a pé ou por carro, por uma pessoa dedicada somente a esse fim.

O monitoramento por rádio colar e por armadilhas fotográficas montadas em

toda a área de soltura deve seguir por 2 anos após a reintrodução dos animais e deve

incluir análises dos padrões de movimentação, de uso de habitat, das atividades dos

animais reintroduzidos e do sucesso reprodutivo dos indivíduos, com a finalidade de

avaliação do sucesso da reintrodução. Concomitantemente ao monitoramento,

amostras de fezes devem ser coletadas para acompanhamento dos níveis hormonais,

presença de endoparasitas e avaliação de dieta.

B) Monitoramento de antas de vida livre

Na região de X serão capturadas 8 antas de vida livre em armadilhas de caixa

construídas conforme descritas por Medici et al (2010) e Quse et al (2014). Segundo

esses autores, armadilhas de caixa devem ser instaladas nos caminhos naturais das

antas, em áreas de uso frequente, como manchas de árvores frutíferas ou saleiros.

Iscas podem ser utilizadas para atrair os animais para o interior da armadilha. Uma vez

capturadas, as antas serão quimicamente imobilizadas e manipuladas dentro do curral,

onde será feita a sexagem, a estimativa de peso, a tomada das medidas corporais e a

coleta de amostras biológicas (sangue, pele, fezes e pelos), além da instalação do

rádio colares coloridos para monitoramento dos animais capturados.

22
Concomitantemente à captura e monitoramento de antas de vida livre, será

realizada a coleta de fezes de antas residentes na área de estudo para avaliar a dieta e

os níveis hormonais de acordo com o descrito em Quse et al (2014).

5.3. Análise dos resultados

a) Telemetria

Os dados obtidos através da rádio telemetria para a área de vida e os padrões


diários e sazonais de movimentação serão analisados através de modelos de Markov
escondidos utilizando-se o pacote moveHMM (Michelot et al, 2016) do software R Core
Team (2020).

b) Análise estatística

A avaliação da existência de diferença entre o peso dos animais reintroduzidos


antes e depois da quarentena, da área de vida, padrões de movimentação diários e
anuais, a dieta e os níveis hormonais entre o grupo dos animais reintroduzidos e
aqueles de vida livre será feita através de Modelos Lineares Generalizados Mistos
através do Pacote Ime4 (Douglas et al, 2015) do do software R Core Team (2020).

O modelo linear normal y i=β 0 + β 1 x 1 i + β 2 x 2i + …+ β p x pi + ε i, com ε i N (0 , σ 2) e i = 1,


2, ..., n, tem somente um efeito aleatório, o erro ε i. Os parâmetros β 0 , β 1 , β 2 , … , β p são
os coeficientes de regressão. Esse modelo pode ser escrito na forma matricial, ou seja,
y= Xβ+ ε ,
2
ε N n (0 ,σ I n),

onde y=( y ¿ ¿ 1 , y 2 , … , y n)' ¿ é o vetor de valores resposta; X é a matriz do modelo, com


x 'i=( x1 i , x 2 i , … , x pi ); β=(β ¿ ¿ 0 , β 1 , … , β p )' ¿ é o vetor de coeficientes de regressão;

23
ε =(ε 1 , ε 2 ,… , ε n) ' é o vetor de erros; N n representa distribuição normal multivariada de n
variáveis; 0 é o vetor de zeros de dimensão n x 1; e I n é a matriz identidade de ordem
n.
Já o modelo linear de efeitos mistos (Laird e Ware, 1982) apresenta divisão em
grupos, cujas observações são correlacionada, e assume a forma
y ij =β 0 + β 1 x 1 ij +…+ β p x pij +b i0 + bi 1 z 1 ij +…+ biq z qij +ε ij , com b ik N (0 , ψ 2k ) e ε ij N ( 0 , σ 2 ), onde
y ij é o valor da variável resposta para a j-ésima de ni observações no i-ésimo de M
grupos; β 0 , β 1 , … , β p são os coeficientes dos efeitos fixos, que são idênticos para todos
os grupos; x 1 ij , … , x pij são os regressores de efeitos-fixos para a observação j no grupo
i; b 0 , b1 , … , bq são os coeficientes de efeitos aleatórios para o grupo i e seguem
distribuição normal multivariada, sendo que variam a cada grupo e são variáveis
aleatórias, e não parâmetros, sendo similares, nesse respeito, aos erros ε ij; z 1 ij , … , z qij
são os regressores de efeitos aleatórios; e ε ij é o erro para a observação j no grupo i,
multivariadamente normalmente distribuídos.
O modelo de efeitos mistos também pode ser escrito na forma matricial:

y i = X i β + Z i bi + ε i ,
b i N q ( 0 ,Ψ ),
ε i N n (0 , σ 2 Λi ),
i

onde y i é o vetor de observações para o i-ésimo grupo de dimensão ni; X i e Zi são as


matrizes do modelo ni x p para os efeitos fixos e aleatórios, respectivamente, para as
observações no i-ésimo grupo; β é o vetor de coeficientes de efeitos fixos de dimensão
p; b i é o vetor de coeficientes de efeitos aleatórios para o grupo i de dimensão q; ε i é o
vetor de erros para as observações no i-ésimo grupo de dimensão ni; Ψ é a matriz de
covariâncias q x q para os efeitos aleatórios; e σ 2 Λi é a matriz de covariâncias ni x ni
para os erros no grupo i. Para este tipo de modelo, é possível modelar as estruturas de
covariância entre as observações de maneira bastante flexível (Littel et al., 2000), e
processos de estimação pelo método da máxima verossimilhança e máxima

24
verossimilhança restrita estão disponíveis em diferentes pacotes para o software R,
como por exemplo, lme4 (Bates et al., 2015) e nlme (Pinheiro e Bates, 2000).
Quando a natureza da variável resposta não é contínua, como por exemplo,
para dados de contagens e proporções, não se usa mais um vetor de erros com
distribuição normal multivariada no modelo. Para esses casos, pode-se assumir uma
distribuição para Y pertencente à família exponencial de distribuições (por exemplo,
distribuição de Poisson para dados de contagens) e modelar a média da distribuição
por meio de uma função de ligação, como um modelo linear generalizado (McCullagh e
Nelder, 1989). Para o modelo de Poisson, a função de ligação usual é a logarítmica. Os
algoritmos de estimação tornam-se mais complexos, visto que é necessário obter
aproximações numéricas para integrais que não possuem solução analítica fechada.

6. PLANO DE TRABALHO & CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4


ATIVIDADE
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 T13 T14 T15 T16

25
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