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Republica de angola

Ministério da educação
Governo da província de Luanda

Trabalho de Português
Tema- VIDA e OBRA de DR. ANTÔNIO AGOSTINHO NETO

Nome- Dulcinéia Baptlsta de Carvalho


Número- 10
Sala- 10
Classe- 8
Turma- 8/3
Turno- Manhã

Docente

.............................
LUANDA/2022

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Índice

 Introdução

 Desenvolvimento
- Biografia
- Atuação políticas
- Obras literárias
 Conclusão

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INTRODUÇÃO

Desenvolver este trabalho não foi fácil mas conseguiu-se atingir os níveis
satisfatórios, a partir deste estudo desenvolveu-se uma linha de argumentação acerca da
obra e percurso da vida do escritor e poeta, onde será possível entender os conceitos dos
principais pontos abordados nesta pesquisa.

Na primeira linha de pesquisa destacou-se detalhadamente sobre o trajeto


acadêmico e político de Agostinho Neto e as suas respectivas datas. E de seguida
refletiu-se sobre os diversos pontos comuns que são encontrados em todos os capítulos
que são determinantes para o discernimento da matéria como vida e obra.

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1.1 - BIOGRAFIA E ACTUAÇÃO

A 17 de setembro de 1922, na aldeia de Kaxicane, Município de Ícolo e Bengo,


Província de Luanda, nascia aquele que se viria a tornar na principal figura angolana do
século XX, o Presidente António Agostinho Neto.
Decidido a formar-se em Medicina, embarca para Portugal em 1947 e matricula-
se na Faculdade de Medicina de Coimbra, e posteriormente na de Lisboa. Deste modo,
não surpreende também que o jovem tenha optado por ir frequentar a Faculdade de
Medicina de Coimbra depois de ter concluído o ensino secundário no Liceu Salvador
Correia, em Luanda, a fim de tornar realidade os seus sonhos alicerçados por princípios
intelectuais, humanistas e de vontade de ajudar o outro. Refira-se ainda que Agostinho
Neto vai para Portugal porque não existia então, em Angola, uma única instituição de
ensino superior.
Aquele que viria a ser o fundador da nação Angolana abriu os olhos ao
mundo na aldeia de Kaxicane, banhada pelas águas caudalosas do rio Kuanza,
na região de Catete, a 60 km de Luanda. Corria o ano de 1922. Como era
hábito na altura, o parto decorreu em família, na casa modesta do pastor
metodista Agostinho Pedro Neto e de sua mulher, a professora primária Maria
da Silva Neto. O menino viria a chamar-se António Agostinho Neto, nome
que não tardaria a andar nas bocas do mundo.

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Agostinho Neto com os pais e irmãos (último em pé do lado direito).

Os primeiros tempos da sua formação foram bastantes irregulares, pois a


inegável capacidade que demonstrou para os estudos não foi devidamente
estimulada pelos pais. Feita a instrução primária, acabou por se arrastar no
liceu durante dez anos para um curso de sete, não obstante figurar no Quadro
de Honra. Tudo porque os pais capricharam em que acompanhasse a par e
passo o irmão mais velho, Pedro, o qual se atrasara nos estudos e não tinha
idêntico aproveitamento. Deste modo, se o Pedro reprovava num ano,
Agostinho Neto suspendia a preparação e esperava por ele. Assim se explica
que, tendo-se matriculado no Liceu Nacional Salvador Correia (hoje Mutu-ya-
Kevela) em 14 de Fevereiro de 1934, só concluísse o 7º ano em Janeiro de
1944. (...)

Conta Arménio Ferreira, a fim de demonstrar a inteligência precoce de


Neto, que no Salvador Correia, então predominantemente frequentado por
brancos, determinado professor "resolveu fazer testes de inteligência entre os
estudantes. E, como Neto "solucionava rapidamente os testes apresentados", o
professor deixou de lhos dar, entregando-os só aos outros alunos e "dizendo-
lhes que, se não os resolvessem depressa, os daria ao "preto", que num minuto
os resolveria". (...)

Mercê de tais antecedentes, seria de esperar que, terminado o liceu, além


do mais com alta classificação, Agostinho Neto tivesse de acesso imediato a
estudos superiores. Mas não havia universidade em Angola e a sua frequência
na Metrópole (como então se aludia a Portugal) era onerosa demais para os
modestos recursos familiares. E a única possibilidade de tornear tal obstáculo
acabaria por ser-lhe vedada.

Na altura, o Governo colonial dispunha de uma bolsa de estudo anualmente


atribuída ao estudante finalista do liceu com melhor classificação. António
Agostinho Neto era um forte candidato, mas com ele rivalizava outro
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estudante oriundo de Cabinda, de seu nome António Pinheiro da
Silva. Segundo recorda Adriano Sebastião, gerou-se polémica entre facções
apoiantes dos dois Antónios, tendo a balança pendido para Pinheiro da Silva.
Este tinha a vantagem de ser mestiço e católico, enquanto Agostinho Neto era
negro e protestante. Ou seja: a religião e a raça tiveram razões que a razão
desconhece.

Não deixa de ser curioso observar que a evolução futura dos finalistas rivais
viria a acentuar as suas diferenças, pois enquanto Agostinho Neto se tornou o
líder revolucionário, Pinheiro da Silva foi sempre um apaniguado do regime
colonialista e chegou, nos anos 60, a assumir responsabilidades governativas
em Angola, como secretário provincial da Educação.

Enfim com 22 anos feitos e gorada no imediato a hipótese da bolsa de


estudo, a solução de Agostinho Neto foi arranjar trabalho.

Mediante um concurso público, ingressou no quadro administrativo dos


Serviços de Saúde e Higiene de Angola, sendo colocado primeiro em Malange
e depois no Bié. Ao chegar a Malange, ver-se-ia de novo confrontado, agora
de uma forma directa, com o preconceito racial. Conforme mais tarde
recordou, num documento escrito da prisão, fora-lhe "recusada a entrada num
hotel de inferior categoria, onde normalmente se hospedavam operários
brancos, muitos deles analfabetos".

O confronto com este tipo de situações humilhantes, a par do regime


esclavagista que testemunhara na infância junto dos trabalhadores de algodão
de Icolo o Bengo, ou dos contratados para as plantações de café na região dos
Dembos, no Piri, para onde os seus pais havia sido entretanto transferidos,

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despertaram-lhe a consciência para as duras realidades do colonialismo que,
no seu espírito, cedo se perfilou como inimigo a abater. (...)

Mas como o homem dispõe e a providência dispões, Agostinho Neto mão


seguiria para a Boa Vista (para onde tinha sido proposta a sua transferência)
nem ficaria na Praia, onde o hospital em que trabalhou ostenta hoje o seu
nome. Outras razões se interpuseram que mudariam o curso da História.

Tudo aconteceu com a chegada da sua mulher e dos filhos, que


desembarcaram do navio "Alfredo da Silva" no dia 17 de Setembro, por
coincidência a data de aniversário de Agostinho Neto. Esse dia, em que
completava 39 anos, foi por certo um dos mais felizes da sua vida. Além do
reencontro com a mulher e o filho Mário Jorge, via pela primeira vez a filha
Irene, apenas com dois meses. Ainda por cima, devido a uma providencial
distracção dos CTT, teve o raro privilégio de receber vários telegramas de
felicitações enviados da Alemanha, de França e de Inglaterra.

Passados que eram oito dias desde a chegada de Eugénia Neto à cidade da
Praia, precisamente na véspera da data em que deviam seguir para a Boavista,
eis que rebentou a "bomba" que levaria Agostinho Neto a ser novamente preso
e a regressar a Lisboa para os cárceres da polícia política.

O motivo é registado pelo chefe da PIDE de Cabo Verde, numa


informação que o governador datava de 25 de Setembro. Eis o que nela se diz:
"Parece que a mulher do Dr. Agostinho Neto (Maria Eugénia Neto), que
recentemente regressou da Metrópole, trouxe para esta cidade uma fotografia
onde se vê um grupo de militares europeus com a cabeça de um preto espetada
num pau. Diz-se que a fotografia em referência foi tirada em Angola, mas
certamente tratar-se-á de uma falsificação destinada à propaganda política.

Que se saiba, o Dr. Agostinho Neto tem mostrado a aludida fotografia a


alguns indivíduos do grupo com quem se relacionou na cidade da Praia. (...)"

O certo é que Agostinho Neto foi preso e o governador ordenou o seu


embarque sob custódia de um agente da PIDE, embora na companhia da
mulher e dos filhos, no primeiro barco com destino a Lisboa que fizesse escala
da Praia. Esse barco seria o "Manuel Alfredo", que partiu em 10 de Outubro,
tendo atracado a Lisboa no dia 17. Agostinho Neto seguiu para a cadeia do
Aljube, enquanto Maria Eugénia Neto, com as crianças, voltaria a casa da
mãe. (...)

Atendendo, porém, às condições de insegurança relativamente ao futuro – e


que o impedia de contrair um empréstimo para montar consultório próprio -,
Agostinho Neto voltou a escrever, em 18 de Maio, ao ministro dom Ultramar,
solicitando os seus bons ofícios "no sentido de ser autorizado a partir com a

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minha família para qualquer país da América Latina", afim de "poder viver
livre de receios e de dificuldades". (...)

Solicitado a pronunciar-se sobre este pedido, o director-geral da PIDE não


esteve com meias medidas, afirmando: " A sua pretensão de seguir agora com
a família para um dos países da América Latina assenta no propósito de –
como todos aqueles que se dizem no "exílio" – vira desenvolver mais
facilmente a acção nefasta contra o seu país. Em todo o tempo, porém, e em
qualquer local, segundo a experiência mostra, o Dr. António Agostinho Neto é
um elemento pernicioso, o que significa, por isso, que tanto o é na metrópole,
como no Ultramar, como no estrangeiro".

Vedada, pois, a possibilidade de sair de Portugal a bem, restava a


Agostinho Neto a hipótese de fuga. Assim, aproveitando a situação de
vigilância atenuada a que estava sujeito no regime de residência fixa, reuniu
as condições para dar o salto para o exterior, o que acabou por se verificar no
dia 30 de Junho.

Envolve-se desde muito cedo   em atividades políticas sendo preso em 1951, quando
reunia assinaturas para a Conferência Mundial da Paz em Estocolmo. Após a sua
libertação, retoma as atividades políticas e torna-se representante da Juventude das
colónias portuguesas junto do Movimento da Juventude Portuguesa, o MUD juvenil. E
foi no decurso de um comício de estudantes a que assistiam operários e camponeses que
a PIDE o prendeu pela segunda vez, em fevereiro de 1955 só vindo a ser posto em
liberdade em junho de 1957.

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Agostinho Neto preside a uma reunião de guerrilheiros do MPL
numa Chana do Lest

Por altura da sua prisão em 1955 veio ao lume um opúsculo com poemas seus,
que  denunciavam as amargas condições de vida do Povo angolano. A sua prisão
desencadeou uma vaga de protestos em grande escala. Realizaram-se encontros;
escreveram-se cartas e enviaram-se petições assinadas por intelectuais franceses de
primeiro plano, como Jean-Paul Sart, André Mauriac, Aragon e Simone de Beauvoir,
pelo poeta cubano Nicolás Gullén e pelo pintor mexicano Diogo Rivera, e em 1957,
Agostinho Neto, foi eleito Prisioneiro Político do Ano pela Amnistia Internacional. 
Em 1958, Agostinho Neto licenciou-se em Medicina e, casou com Maria
Eugénia, no próprio dia em que concluiu o curso. Neste mesmo ano, foi um dos
fundadores do clandestino Movimento Anticolonial (MAC), que reunia patriotas
oriundos das diversas colónias portuguesas. 

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Em 30 de Dezembro de 1959. Neto voltou ao seu País, com a mulher, Maria
Eugénia, e o filho de tenra idade, e passou a exercer a medicina entre os seus
compatriotas. Em 8 de Junho de 1960, o diretor da PIDE veio pessoalmente prender
Neto no seu Consultório em Luanda. Uma manifestação pacífica realizada na aldeia
natal de Neto em protesto contra a sua prisão foi recebida pelas balas da polícia. Trinta
mortos e duzentos feridos foi o balanço do que passou a designar-se pelo Massacre de
Icolo e Bengo.

Receando as consequências que podiam advir da sua presença em Angola,


mesmo encontrando-se preso, os colonialistas transferiram Neto para uma prisão de
Lisboa e, mais tarde enviaram-no para Cabo Verde, para Santo Antão e, depois para
Santiago, onde continuou a exercer a medicina sob constante vigilância política. Foi
durante este período, eleito Presidente Honorário do MPLA. Por mostrar a alguns
amigos em Santiago (Cabo Verde) uma fotografia, em que um grupo de jovens soldados
portugueses sorriam para a câmara, segurando um deles uma estaca em que foi espetada
a cabeça de um angolano e inserta em diversos jornais (por exemplo, no Afrique Action,
semanário que se publica em Tunes) Agostinho Neto foi preso na cidade da Praia em 17
de Outubro de 1961 e transferido depois para a prisão de Aljube em Lisboa.
Sob forte pressão, interna e externa, as autoridades fascistas viram-se obrigadas
a libertar Neto em 1962, fixando-lhe residência em Portugal.

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Todavia, pouco tempo depois da  saída da prisão, Agostinho Neto, em Julho de
1962, saiu clandestinamente de Portugal com a mulher e os filhos pequenos, chegando a
Léopoldville (Kinshasa), onde o MPLA tinha ao tempo a sua sede exterior.
Em Dezembro desse ano, foi eleito presidente do MPLA durante a Conferência
Nacional do Movimento.
Em 1970 foi-lhe atribuído o Prémio Lótus, pela Conferência dos Escritores
Afro-Asiáticos com a "Revolução dos Cravos" em Portugal e a derrocada do regime
fascista de Salazar, continuado por Marcelo Caetano, em 25 de Abril de 1974.

O MPLA considerou reunidas as condições mínimas indispensáveis, quer a nível


interno, quer a nível externo, para assinar um acordo de cessar-fogo com o Governo
Português, o que veio a acontecer em Outubro do mesmo ano.
Agostinho Neto regressa a Luanda no dia 4 de Fevereiro de 1975, sendo alvo da
mais grandiosa manifestação popular de que há memória em Angola. Agostinho Neto
que na África de expressão portuguesa é comparável à Léopold Senghor na África de
expressão francesa. Foi um esclarecido homem de cultura para quem as manifestações
culturais tinham de ser, antes de mais, a expressão viva das aspirações dos oprimidos,
armas para a denúncia de situações injustas, instrumento para a reconstrução da nova
vida.

Agostinho Neto em 1975 com alguns dirigentes principais do MPLA

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1.2 - OBRAS LITERÁRIAS

Poesia
 1957 Quatro Poemas de Agostinho Neto, Póvoa do Varzim, e.a.
 1961 Poemas, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império
 1974 Sagrada Esperança, Lisboa, Sá da Costa (inclui os poemas dos dois
primeiros livros)
 1982 A Renúncia Impossível, Luanda, INALD (edição póstuma)

Política
 1974 - Quem é o inimigo… qual é o nosso objetivo?
 1976 - Destruir o velho para construir o novo
 1980 - Ainda o meu sonho

CONCLUSÃO

Ao longo de todo o percurso do trabalho procurou-se tirar delas as conclusões mais


acertadas de acordo com o meu conhecimento, clareando assim tudo que passou-se
na vida dessas grandes pessoas que contribuíram politicamente e socialmente no
progresso continuo do nosso país, eles dedicavam-se arduamente nos seus desafios, e
tinham como foco os interesses sociais, eles deram origem a diversas obras que
expandiram os valores sócio-culturais e que tiveram o um impacto positivo no âmbito
político e social.

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