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LEI Nº 3701, DE 25 SETEMBRO DE 2012.

CONSOLIDA, SISTEMATIZA E ALTERA A


LEGISLAÇÃO RELATIVA AO PARCELAMENTO
DO SOLO.

O Prefeito Municipal de Amparo, usando de suas atribuições legais, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão
realizada no dia 11 de setembro de 2012, aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei:

Art. 1º Esta Lei consolida, sistematiza e altera a legislação relativa ao parcelamento do solo.

Parágrafo Único - Encontram-se consolidadas as seguintes Leis:

I - Lei nº 3.140, de 19 de dezembro de 2005;

II - Lei nº 3.168, de 2 de maio de 2006;

III - Lei nº 3.199, de 28 de setembro de 2006;

IV - Lei nº 3.201, de 28 de setembro de 2006;

V - Lei nº 3.436, de 11 de maio de 2009.

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Seção I
Dos Objetivos

Art. 2º O
parcelamento do solo neste Município será regido por esta Lei, obedecidas as demais normas federais,
estaduais e municipais relativas à matéria.

§ 1º Consideram-se Macrozonas Urbanas, para fins de aplicação desta Lei, as regiões compostas pelas áreas
internas às linhas limítrofes definidas como perímetros urbanos e como Núcleos Urbanos Pre-existentes (NUPs)
da forma como descritos na Lei Complementar Municipal nº 01, de 2006 - Plano Diretor, e alterações posteriores.

§ 2º Considera-se Macrozona Rural, para fins de aplicação desta Lei, a região delimitada pela área total do
Município, excluídas as Macrozonas Urbanas e os Núcleos Urbanos Pré existentes.

§ 3º O parcelamento do solo na Macrozona Rural somente será permitido para fins agrícolas e usos permissíveis
especificados, conforme Estatuto da Terra e a Lei Complementar Municipal nº 01, de 2006 - Plano Diretor, e
alterações posteriores, previamente aprovado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA,
não excluindo as aprovações pelos demais órgãos competentes.

Art. 3º Esta Lei tem por objetivos:

I - orientar o projeto e a execução de qualquer serviço ou obra de parcelamento do solo no Município;

II - prevenir assentamento urbano em área imprópria para esse fim;

III - evitar a comercialização de lotes inadequados às atividades urbanas;

IV - assegurar a observância de padrões urbanísticos e ambientais de interesse da comunidade no processo de


parcelamento do solo.

Parágrafo Único - Fica proibido o parcelamento do solo a menos de 100,00m (cem metros), considerado o raio, a
montante das captações de água do Município.

Art. 4º A
execução de qualquer parcelamento do solo no Município dependerá de aprovação final da Prefeitura, e
será concedida após apresentação de projetos e demais documentos em atendimento às diretrizes municipais, e
a entrega de projetos aprovados juntamente com os termos de compromissos firmados com os demais órgãos
municipais competentes.

Parágrafo Único - No que couber, a aprovação final pelo Município se dará após a aprovação do projeto junto aos
órgãos estaduais e federais competentes e a entrega das plantas aprovadas e dos certificados de aprovação ou
licenciamentos expedidos por aqueles órgãos.

Seção II
Das Definições

Art. 5º Entende-se
por parcelamento do solo a divisão ou subdivisão de glebas, terrenos ou lotes do território
Municipal, nas modalidades descritas a seguir:

I - loteamento: divisão de gleba ou terreno em lotes destinados a edificação, com aberturas de novas vias de
circulação e logradouros públicos, ou prolongamento, ampliação ou modificação do sistema viário existente;

II - condomínio horizontal e vertical: divisão de gleba, terreno ou lote em frações ideais (%) com sistema de
circulação interna em regime de copropriedade implicando na existência de unidades autônomas cabendo a cada
unidade fração ideal (%) de terreno e de equipamentos comuns como parte inseparável do todo;

III - conjunto habitacional: agrupamento de edificações em uma mesma gleba ou terreno subdividido em
unidades autônomas;

IV - desmembramento ou subdivisão: divisão de gleba ou terreno em lotes destinados a edificação, mesmo em


lotes resultantes de parcelamento do solo anterior, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que
não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou
ampliação dos já existentes;

V - desdobro: é a subdivisão de um lote urbano resultante de parcelamento do solo anterior, aprovado, do qual
resultam duas partes;

VI - unificação ou anexação ou remembramento: junção de dois ou mais lotes ou terrenos para formarem um
único lote ou terreno;

VII - reparcelamento do solo: redivisão de gleba, terreno ou lote, a partir de uma unificação, para parcelamento
do solo em novos lotes ou unidades.

Art. 6º Para efeito de aplicação da presente Lei, são adotadas as seguintes definições:

I - alinhamento predial, frente ou testada: linha divisória entre glebas, terrenos ou lotes de propriedade
particular ou pública, e o logradouro público;

II - alvará: documento expedido pela Administração Municipal concedendo licença para a execução de serviços e
obras;

III - área total: área da gleba abrangida pelo parcelamento do solo, de acordo com os limites definidos em seu
registro imobiliário;

IV - área líquida: área objeto do parcelamento do solo;

V - áreas públicas: são as áreas de recreação ou sistema de lazer, institucionais, Áreas de Preservação
Permanente (APPs) quando especificada sua destinação pública em projeto, e as chamadas bens de patrimônio;

VI - área de recreação, sistema de lazer: área pública reservada e destinada a equipamentos e atividades
culturais, recreativas e de lazer, incluindo esportivas;
VII - área institucional: área pública reservada e destinada à implantação de edificações e equipamentos públicos
de saúde, educação, cultura, esportes e outras;

VIII - Áreas de Preservação Permanente (APPs): aquelas definidas pela legislação ambiental vigente: federal,
estadual e municipal;

IX - arruamento: são as vias projetadas para circulação de veículos e pedestres;

X - bens de patrimônio: áreas públicas sem destinação específica;

XI - ciclovia: parte do logradouro ou via de circulação destinada ao tráfego de bicicletas;

XII - divisa: linha divisória entre glebas, terrenos ou lotes;

XIII - declividade: relação percentual entre a diferença das cotas altimétricas de dois pontos e a sua distância no
plano horizontal;

XIV - equipamento público ou comunitário: equipamento público destinado à educação, cultura, lazer, recreação,
esporte, saúde, segurança e outros;

XV - equipamento urbano: equipamento público de infraestrutura urbana, tais como sistemas de: abastecimento
de água, coleta de esgoto, drenagem de águas pluviais, distribuição de energia elétrica, iluminação pública e
telefonia, gás canalizado e outros;

XVI - faixa não edificável: área de terreno onde não é permitida qualquer construção;

XVII - fração ideal (%): parte inseparável de uma gleba, terreno ou lote ou coisa comum, considerada para fins de
ocupação;

XVIII - fundo do lote: divisa oposta à testada, sendo, nos lotes de esquina, a divisa oposta à menor testada;

XIX - gleba: área de terra, com localização e delimitação definidas, não resultante de processo regular de
parcelamento do solo;

XX - largura média do lote: distância entre as divisas laterais do lote, ou entre a maior testada e o lado oposto ou
entre duas testadas opostas, medida ortogonalmente no ponto médio da profundidade do lote;

XXI - logradouro público: área de terra de propriedade pública e de uso comum ou especial do povo, destinada às
vias de circulação e espaços livres;

XXII - lote: área resultante de parcelamento do solo, aprovado pela Prefeitura, servido de infraestrutura, cujas
dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos em lei municipal para a zona a que pertence, e com pelo
menos uma divisa lindeira a logradouro público oficial;

XXIII - passeio ou calçada: parte do logradouro ou via de circulação destinada ao tráfego de pedestres;

XXIV - pista de rolamento: parte do logradouro ou via de circulação destinada ao desenvolvimento de uma ou
mais faixas para o tráfego de veículos;

XXV - profundidade do lote: distância entre a testada e o fundo do lote, medida entre os pontos médios da
testada e da divisa do fundo;

XXVI - quadra: terreno circundado por vias de circulação, resultante de processo regular de parcelamento do solo
para fins urbanos;

XXVII - remanescente: área resultante de parcelamento do solo, a qual integrava a gleba ou terreno original, sem
que tenha sido objeto de subdivisão em lotes ou outra de características urbanas;

XXVIII - talvegue: linha sinuosa formada pela intersecção das duas superfícies formadoras das vertentes de um
vale, definida pela sucessão dos pontos de maior profundidade do vale, formador da rede de drenagem natural
onde correm as águas de chuva, dos rios e riachos;

XXIX - via de acesso: área de uso comum destinada à circulação e ao acesso às unidades de condomínios;
XXX - via de circulação: avenidas, ruas, alamedas, travessas, estradas, ciclovias e caminhos de uso público,
destinadas à circulação de veículos e pedestres, estabelecidas as suas larguras de acordo com suas características
de tráfego;

XXXI - estradas rurais ou municipais (AMPs): aquelas constantes do mapa oficial do sistema viário do Município
(Sistema de Estradas Rurais do Município de Amparo - SERMA), com largura de 10 m (dez metros) e faixas não
edificáveis de 10 m (dez metros) de cada lado ou margem da estrada, ou de 15 m (quinze metros) de seu eixo.

CAPÍTULO II
DAS NORMAS TÉCNICAS

Seção I
Dos Parcelamentos do Solo Para Fins Urbanos

Art. 7º A maior dimensão da quadra não poderá ser superior a 200,00m (duzentos metros) de extensão.

§ 1º A extensão das vias em cul de sac somada a praça de retorno não excederão a 150,00m (cento e cinquenta
metros).

§ 2º As praças de retorno das vias em cul de sac deverão ter diâmetro mínimo de 20,00m (vinte metros) no
alinhamento dos imóveis.

§ 3º As diretrizes municipais poderão possibilitar a implantação de vielas de passagem, sob projeto, com largura
mínima de 4,00m (quatro metros), pavimentação, iluminação pública, podendo-se utilizar escadas em inclinações
maiores de 10% (dez por cento), podendo servir para infraestrutura de águas pluviais, água, esgoto, energia e
outras.

Art. 8º As
dimensões e área mínimas, bem como os usos e os parâmetros de ocupação dos lotes oriundos de
parcelamento do solo, serão aqueles da zona em que se localiza a gleba, segundo o estabelecido na Lei de Uso e
Ocupação do Solo do Município.

§ 1º Em nenhuma hipótese os lotes resultantes de parcelamento do solo no Município poderão ter dimensões e
área inferiores aos seguintes parâmetros mínimos, exceto na modalidade de condomínios, de acordo com o
estabelecido pelo Zoneamento:

I - quando localizados em meio de quadra:

a) testada de 6,50m (seis metros e cinquenta centímetros);


b) largura média de 6,50m (seis metros e cinquenta centímetros);
c) área de 143,00m² (cento e quarenta e três metros quadrados), não sendo permitido seu desmembramento ou
desdobro;

II - quando situados em esquina:

a) 8,50m (oito metros e cinquenta centímetros) em todas as suas testadas;


b) largura média de 7,00m (sete metros);
c) área de 170,00m² (cento e setenta metros quadrados), não sendo permitido seu desmembramento ou
desdobro.

§ 2º Caso permaneça área remanescente da gleba ou de terreno com frente para logradouro público, oriunda de
parcelamento do solo, e caso o proprietário proceda a novo parcelamento do solo da área remanescente, serão
exigidas as áreas com destinações públicas correspondentes à área a ser parcelada, assim como a
complementação das obras de infraestrutura necessárias.

§ 3º Nos casos em que, do projeto de parcelamento do solo, resultem áreas remanescentes com áreas entre
4.000,00 e 6.000,00m2 (quatro mil e seis mil metros quadrados) as áreas públicas serão calculadas sobre a
totalidade da área da gleba ou terreno objeto do parcelamento.

§ 4º As áreas remanescentes deverão ter frente para logradouro público, com testada mínima de 30,00m (trinta
metros).

Art. 9º São
consideradas Áreas de Preservação Permanente (APPs), aquelas descritas pela legislação ambiental
vigente: federal, estadual e municipal.

Parágrafo Único - Manter-se-ão ao longo das Áreas de Preservação Permanente (APPs) as larguras determinadas
pela legislação ambiental vigente: federal, estadual e municipal.

Art. 10. As vias de circulação de qualquer parcelamento do solo deverão:

I - articular-se com as vias adjacentes oficiais existentes ou projetadas, em obediência ao Plano Municipal de
Trânsito, Transporte e Mobilidade e às diretrizes expedidas pelo Município;

II - obedecer aos gabaritos das vias conforme diretrizes expedidas pelo Município;

III - ser providas de praça de manobra, com passeio, que possa conter um círculo com diâmetro mínimo de
20,00m (vinte metros) no alinhamento dos imóveis, quando houver interrupção ou descontinuidade no traçado,
salvo se constituir diretriz de arruamento, estabelecida pelo Município;

IV - as declividades das vias urbanas poderão variar entre o 0,4% (quatro décimos por cento) a 10% (dez por
cento), admitindo-se 20% (vinte por cento) das ruas com rampas de até 16% (dezesseis por cento);

V - nos cruzamentos das vias públicas os dois alinhamentos deverão ser concordados por um arco de círculo de
raio mínimo de 9,00m (nove metros);

VI - conter projeto de ciclovias, conforme definido em diretriz.

§ 1º As servidões de passagem, que porventura gravem glebas e terrenos a parcelar, deverão ser garantidas pelo
projeto de parcelamento do solo quando referentes a acesso, e obedecidas as normas das concessionárias dos
respectivos serviços públicos quando referentes a equipamentos urbanos, sendo que qualquer alteração, em
ambos os casos, deverão ser acompanhadas de declaração de ciência e concordância dos interessados.

§ 2º Na aprovação de condomínios ou conjuntos não será permitido interromper o prolongamento das diretrizes
de arruamento e sistema viário previstas pelo Município, devendo a gleba original ser subdividida em tantas
glebas quantas forem necessárias para atendimento ao disposto neste parágrafo.

Art. 11. Nos
parcelamentos de solo no Município, consideradas todas as modalidades relacionadas no art. 5º supra,
deverão ser previstas áreas públicas, de recreação ou sistema de lazer, institucionais e bens de patrimônio
público, a serem reservadas e transferidas, por doação, à Municipalidade, e nos casos de condomínios
horizontais e verticais essas áreas públicas, descontadas as áreas internas de recreação, deverão ter acesso
voltado para o exterior do mesmo, sendo classificadas como bens de patrimônio público.

§ 1º As áreas públicas para reserva e transferência à Municipalidade somarão 20% (vinte por cento) do total da
área da gleba ou do terreno objeto de parcelamento do solo e, quando presentes Áreas de Preservação
Permanente (APPs), o percentual destas compensará o daquelas até o limite de 8% (oito por cento), reduzindo as
áreas públicas até a porcentagem mínima de 12% (doze por cento).

§ 2º Nos percentuais descritos no parágrafo anterior não estão consideradas ou incluídas as áreas referentes ao
sistema viário projetado.

§ 3º As frentes ou testadas das áreas citadas no parágrafo 1º deste, não poderão ser inferiores a 15,00m (quinze
metros), sendo definidas na emissão de diretrizes.

§ 4º Serão dispensados da transferência dessas áreas os terrenos ou lotes com áreas menores que 4.000,00m²
(quatro mil metros quadrados).

Art. 12. O
Poder Executivo Municipal poderá estabelecer contrapartidas alternativamente à transferência das áreas
mencionadas no artigo anterior, em dimensões e valores equivalentes e proporcionais ao avaliado para àquelas
áreas, tais como na forma de:

I - terrenos em outras localidades urbanas do município;

II - edificações existentes;
III - prestação de serviços: edificações a construir, ampliação de redes de infraestrutura e estruturas urbanas;

IV - doação de equipamentos comunitários necessários para o atendimento da demanda a ser gerada pelo
empreendimento;

V - percentual de habitação de interesse social no empreendimento ou fora dele;

VI - possibilidade de construção de equipamentos sociais em outras áreas da cidade;

VII - criação de banco de terras para Habitação de Interesse Social (HIS).

§ 1º A alternativa de que trata o caput deste artigo será precedida de estudos e relatórios técnicos, elaborados
pelo setor competente da Prefeitura Municipal de Amparo, que comprovem essa possibilidade, viabilidade e
equivalência, condicionada a acordo entre o interessado e o Poder Público Municipal.

§ 2º Para os parcelamentos de solo e empreendimentos em glebas com área igual ou superior a 300.000,00m2
(trezentos mil metros quadrados), as contrapartidas possíveis, contidas no caput deste artigo, serão submetidas à
apreciação e aprovação do Conselho de Gestão Territorial e Habitação - CONGTHAB.

Seção II
Dos Parcelamentos do Solo na Macrozona Rural

Art. 13. Não será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos na Macrozona Rural do Município.

§ 1º A Macrozona Rural do Município somente poderá ser parcelada para fins de exploração agro pastoril e
demais usos permitidos especificados no Estatuto da Terra e na Lei Complementar Municipal nº 01, de 2006 -
Plano Diretor, e alterações posteriores.

§ 2º O parcelamento do solo da Macrozona Rural deverá obedecer ao módulo mínimo estabelecido para o
Município pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA.

§ 3º O parcelamento do solo da Macrozona Rural estará sujeito às diretrizes municipais e deverá ser aprovado
pela Prefeitura, nos termos desta Lei, no que couber, e atender aos seguintes requisitos:

I - será registrada uma reserva florestal legal dentro do próprio imóvel, preferentemente em uma única área,
previamente aprovada pelo órgão estadual competente;

II - as vias internas de circulação do parcelamento do solo, assim como as faixas não edificáveis serão
estabelecidas nas diretrizes, não integrando o patrimônio público;

III - as declividades dos caminhos deverão oscilar entre 0,4% a 15%, assegurado o adequado escoamento
superficial das águas pluviais e a continuidade das águas correntes nas depressões e talvegues;

IV - as construções deverão manter um recuo mínimo de 10m (dez metros) da margem dos caminhos, salvo o
definido nas diretrizes de que trata o inc. II do § 3º deste artigo.

CAPÍTULO III
DA INFRAESTRUTURA

Art. 14. Nos
parcelamentos do solo nas Macrozonas Urbanas serão obrigatórios os seguintes serviços e obras de
infraestrutura, além das especificações emitidas nas diretrizes:

I - movimentação de terra, para abertura de vias, nivelamentos e regularizações de quadras;

II - demarcação das quadras, lotes, vias de circulação e demais áreas, através de marcos de concreto que deverão
ser mantidos pelo empreendedor em perfeitas condições até 1 (um) ano após o aceite do parcelamento do solo;
III - sistema de drenagem de águas pluviais, de acordo com as normas ABNT e do órgão municipal competente;

IV - sistema de abastecimento de água potável, de acordo com as normas fixadas pela autarquia municipal;

V - sistema de coleta, afastamento e tratamento de esgotos ou interligação ao sistema público de acordo com as
normas fixadas pela autarquia municipal, ou certidão desta, dispensando expressamente a execução da mesma,
quando do impedimento técnico ou estando concluída, e em funcionamento, a Estação de Tratamento de
Esgotos - ETE;

VI - sistema de distribuição de energia elétrica e de iluminação pública, de acordo com as normas fixadas pela
concessionária;

VII - pavimentação incluindo a construção de guias e sarjetas, de acordo com as normas do órgão municipal
competente e definido na diretriz municipal;

VIII - pavimentação de passeios: será obrigatória em frente às áreas públicas e nos rebaixamentos nas esquinas,
sendo o restante definido na diretriz municipal, segundo padrão dos órgãos técnicos da Prefeitura;

IX - arborização dos passeios e canteiros, com a densidade média de uma árvore por lote, sendo que as mudas de
árvores plantadas deverão ter, no mínimo, 1,5m (um metro e cinquenta centímetros) de altura e 5,00cm (cinco
centímetros) de diâmetro na altura do peito - DAP, fixadas com tutores para sua correta condução e, quando
necessário, com proteção à sua volta, de metal, madeira ou alvenaria, ou de acordo com especificação da
Prefeitura nas diretrizes municipais para o empreendimento;

X - recobrimento vegetal de cortes e taludes do terreno, proteção de encostas quando necessário, e implantação
ou reconstituição ou recomposição da mata ciliar.

Parágrafo Único - Quando não for possível interligar as galerias de águas pluviais do parcelamento do solo à rede
existente será obrigatória a execução de novo emissário até o curso d`água mais próximo, com dissipador de
energia na sua extremidade, conforme diretriz e projeto aprovado pelo órgão competente da Prefeitura e, no
que couber, com os devidos licenciamentos ambientais.

Art. 15. As
obras e serviços de infraestrutura e eventuais contrapartidas exigidos para os parcelamentos do solo
deverão ser executados segundo cronograma físico previamente aprovado pela Prefeitura.

§ 1º O empreendedor terá o prazo máximo de 48 (quarenta e oito) meses, a contar da data de expedição do
alvará de aprovação e licença, pela Prefeitura, para executar os serviços e obras neles exigidos.

§ 2º Qualquer alteração na sequência de execução dos serviços e obras mencionados neste artigo deverá ser
submetida à aprovação da Prefeitura, mediante requerimento do empreendedor, acompanhado de memorial
justificativo da alteração pretendida.

§ 3º Concluídas as obras e serviços de infraestrutura do parcelamento do solo, o interessado solicitará ao órgão


municipal competente e às concessionárias de serviços públicos, a vistoria e o respectivo laudo de recebimento
do serviço ou obra, do qual dependerá a liberação da caução correspondente.

§ 4º A Prefeitura não assumirá qualquer responsabilidade por diferenças acaso verificadas nas dimensões e áreas
de quadras, lotes e unidades em qualquer tipo de parcelamento do solo, garantidas as dimensões das áreas
públicas, cabendo ao empreendedor as adequações e correções necessárias.

§ 5º Após a vistoria final e para o aceite das obras o empreendedor deverá apresentar à Prefeitura, cópias de
todos os projetos conforme implantado, incluindo cópia em meio digital, assim como cópias registradas junto ao
Cartório de Registro de Imóveis de Amparo das eventuais alterações havidas e devidamente sanadas.

§ 6º Caso as obras não sejam realizadas dentro do prazo previsto no respectivo cronograma, a Prefeitura adotará
as medidas previstas nos artigos 26 e 28 desta Lei.

Art. 16. A
aprovação de projeto de desmembramento de glebas, terrenos ou lotes ficará condicionada à existência,
em todos os logradouros lindeiros ao imóvel, da seguinte infraestrutura básica suficiente para a nova demanda:

I - rede de distribuição de energia elétrica pública e domiciliar;

II - rede de iluminação pública;


III - rede de abastecimento de água potável;

IV - rede de esgoto sanitário;

V - sistema de escoamento de água pluvial, no mínimo guia e sarjeta;

VI - vias de circulação pavimentadas.

§ 1º Inexistindo ou sendo insuficiente a infraestrutura listada nas alíneas deste artigo, em qualquer dos
logradouros lindeiros ao lote, o proprietário ou empreendedor, mediante termo de compromisso firmado,
providenciará, às suas expensas, a execução da infraestrutura faltante.

§ 2º A execução dos elementos de infraestrutura referidos no caput e alíneas deste deverá obedecer a projetos
previamente aprovados pelos órgãos competentes da Prefeitura, e pelas concessionárias dos respectivos
serviços.

§ 3º Antes da aprovação do projeto será elaborado termo de compromisso para execução de obras com as
garantias exigidas para o empreendimento nos termos do art. 24 desta.

§ 4º Não serão aprovados ou admitidos início de obras de projetos de edificações sem que estejam concluídas e
aceitas pelos setores da Prefeitura as obras e serviços compromissados.

CAPÍTULO IV
DAS NORMAS DE PROCEDIMENTO

Seção I
Dos Parcelamentos do Solo Para Fins Urbanos

Art. 17. Para
elaboração do projeto o proprietário do imóvel, ou seu bastante procurador, deverá solicitar à
Prefeitura a expedição de diretrizes para o parcelamento do solo, através de requerimento acompanhado de:

I - cópia da matrícula atualizada do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis;

II - croquis de localização do imóvel, com as referências suficientes para a sua perfeita identificação;

III - memorial descrevendo o que pretende empreender;

IV - planta do imóvel a parcelar com curvas de nível de metro em metro, anotadas todas as ocorrências e
interferências existentes, demonstrando o sistema viário do entorno.

§ 1º Nas Diretrizes poderão ser solicitados, quando necessário, estudos técnicos adicionais e complementares,
laudos técnicos específicos e outras informações de interesse, para análise, com segurança, do empreendimento.

§ 2º Para aprovação prévia do parcelamento do solo ou do empreendimento, deverá ser apresentada matrícula
retificada do imóvel.

Art. 18. De
posse da certidão de diretrizes para o parcelamento do solo o interessado apresentará à Prefeitura o
Projeto Urbanístico e o Geométrico / Sistema Viário do empreendimento, contendo plantas elaboradas na escala
1:1.000 (um por mil), segundo o referencial Universal Transversal Mercator - UTM, perfis e detalhes das vias e
memoriais justificativo e descritivo do empreendimento.

§ 1º Atestado o atendimento às diretrizes pela Prefeitura, o interessado elaborará os projetos específicos, finais e
executivos, sempre em concordância às diretrizes emitidas, e os encaminhará diretamente aos demais órgãos
municipais, especialmente ao Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Amparo - SAAE, no tocante à água, esgoto
e ambiental, para análise e Visto, para efeito de Aprovação Prévia.

§ 2º Estando atendidas todas as diretrizes, completos e VISTADOS todos os projetos referentes aos demais
órgãos municipais e concessionários, o empreendimento receberá a Aprovação Prévia ou Aprovação Final
municipal.
§ 3º As diretrizes terão validade de 1 (um) ano, prorrogável por igual período em havendo motivo justificável.

Art. 19. Após
a Aprovação Prévia do projeto pela Prefeitura, o interessado deverá providenciar, no que couber, a
aprovação do projeto pelos órgãos estaduais competentes.

Parágrafo Único - Após a aprovação pelos órgãos estaduais, o interessado apresentará as plantas aprovadas,
acompanhadas dos Certificados de Aprovação e dos respectivos Termos de Compromisso firmados com esses
órgãos, solicitando ao Município a aprovação final do empreendimento, anexando os demais documentos,
inclusive cronograma.

Art. 20. A
Prefeitura após a entrega de todos os documentos fará a análise pelos seus órgãos competentes e,
estando o empreendimento aprovado, com os Termos de Compromisso de execução de obras e serviços
assinados, expedir-se-á o Alvará de Aprovação e Licença para a execução dos serviços e obras exigidos para o
mesmo.

Art. 21. Deverão
constar do Termo de Compromisso de Compra e Venda aprovado pela Prefeitura e arquivado no
Cartório de Registro de Imóveis competente, a denominação do empreendimento, a definição do tipo de
parcelamento do solo, outros eventuais e possíveis gravames e restrições do empreendimento ou de seus lotes
ou unidades, o cronograma físico dos serviços e obras e a existência de garantias reais.

Art. 22. Os
dados contidos em levantamentos topográficos, plantas, memoriais, certidões, escrituras e demais
documentos apresentados pelo empreendedor são de responsabilidade única e exclusiva deste e do responsável
técnico, não cabendo à Prefeitura quaisquer ônus que possam advir de atos firmados com base nos referidos
documentos.

Seção II
Do Parcelamento do Solo e do Empreendimento de Interesse Social

Art. 23. Nos
casos de parcelamento do solo e de empreendimento de interesse social, a critério da Prefeitura,
poderão ser estabelecidas diretrizes especiais mediante lei específica para cada caso.

CAPÍTULO V
DAS GARANTIAS

Art. 24. Para
fins de garantia da execução dos serviços e obras exigidos para os empreendimentos antes de sua
aprovação, será constituída caução.

§ 1º A caução de que trata o caput poderá ser efetivada por intermédio de:

I - dinheiro;

II - fiança bancária;

III - seguro garantia;

IV - garantia hipotecária de imóvel.

§ 2º Somente imóvel localizado neste Município poderá ser objeto da caução tratada no inciso IV do parágrafo
anterior.

§ 3º A garantia referida no caput será apurada mediante apresentação de planilha financeira e do cronograma de
obras por parte do empreendedor e devidamente aceita pelos órgãos técnicos municipais, analisada com base
em índice definido dentre os seguintes: SINAP - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção
Civil, CPOS - Companhia Paulista de Obras e Serviços, do Estado de São Paulo, SIURB - Secretaria Municipal de
Infraestrutura Urbana e Obras, da Prefeitura de São Paulo ou a planilha "Avaliação de Glebas", do SINDUSCON,
na publicação Guia da Construção da Editora PINI.
§ 4º Para cada serviço e obra de infraestrutura exigida para o empreendimento a Prefeitura indicará a garantia
correspondente.

Art. 25. A
Prefeitura somente poderá liberar as garantias estabelecidas para a sua execução após a conclusão da
totalidade de cada um dos serviços e obras de infraestrutura exigidos e compromissados para o
empreendimento.

Parágrafo Único - No caso de execução de obras aprovadas por etapas, será admitida a liberação parcial das
garantias por etapas, quando a totalidade dos serviços e obras relativas ao setor tiver sido executada e aceita
pela Prefeitura, e desde que o caucionamento possibilite essa liberação por etapas.

CAPÍTULO VI
DA FISCALIZAÇÃO

Art. 26. Constatada
pela fiscalização municipal a paralisação dos serviços e obras do empreendimento, o
empreendedor será notificado a retomá-los dentro do prazo máximo de 60 (sessenta) dias, sob pena de
intervenção no parcelamento do solo ou empreendimento, nos termos da legislação federal e municipal.

§ 1º Decorrido o prazo referido no caput deste artigo sem atendimento pelo empreendedor ou justificativa, a
Prefeitura executará as garantias para conclusão das obras e serviços faltantes.

§ 2º A intervenção não isenta o empreendedor de responder por gastos superiores à garantia constituída que
forem realizados, nem das demais medidas administrativas e judiciais cabíveis.

CAPÍTULO VII
DAS RESPONSABILIDADES TÉCNICAS

Art. 27. Para
os fins desta Lei, somente profissionais legalmente habilitados e devidamente cadastrados na
Prefeitura poderão assinar, como autores de projetos e responsáveis técnicos, os levantamentos topográficos,
memoriais descritivos, especificações, orçamentos, planilhas de cálculo, laudos, perícias, avaliações ou quaisquer
outros documentos técnicos.

§ 1º São considerados profissionais legalmente habilitados aqueles inscritos no Município e com situação regular
junto aos Conselhos Profissionais pertinentes, segundo suas atribuições profissionais.

§ 2º A responsabilidade civil pelos serviços de levantamentos topográficos, projetos, especificações, memoriais,


laudos e planilhas de cálculos caberá aos seus autores e responsáveis técnicos e, pela execução das obras, aos
profissionais ou empresas que as construírem.

§ 3º A Prefeitura não assumirá quaisquer responsabilidades por projetos e serviços autorizados ou executados
pelas concessionárias competentes.

CAPÍTULO VIII
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES

Art. 28. A
infração a qualquer dispositivo desta Lei acarretará, sem prejuízo das medidas de natureza civil e penal
previstas na Lei Federal nº 6.766, de 1979, a aplicação das seguintes sanções, sucessiva e cumulativamente:

I - embargo, que determina a paralisação imediata de uma obra de parcelamento do solo, quando constatada
desobediência às disposições desta Lei, aos projetos aprovados ou ao compromissado nos Termos firmados junto
aos órgãos municipais e estaduais;

II - interdição, que determina a proibição do uso e da ocupação de parte ou da totalidade da área objeto do
parcelamento do solo, quando for constatada irreversibilidade iminente da ocupação, que possa provocar danos
ou ameaça ao meio ambiente, à saúde ou à segurança de terceiros;

III - multa, na forma de penalidade pecuniária, à razão de R$ 1,10 (um real e dez centavos) por metro quadrado
de área bruta de parcelamento do solo;

IV - cassação da licença para parcelar.

§ 1º A aplicação e o pagamento da multa não eximem o infrator da imposição de embargo e da interdição, ou da


cassação da licença para parcelar.

§ 2º A suspensão do embargo ou interdição de que trata o parágrafo anterior dependerá do pagamento da multa
correspondente e da solução, regularização e eliminação da causa que originou a sanção aplicada, e, ainda,
mediante obtenção da licença do órgão municipal competente.

Art. 29. O
empreendedor que tiver parcelamento do solo com o cronograma de execução das obras de
infraestrutura vencido e não executado não obterá aprovação de novos parcelamentos do solo no Município.

CAPÍTULO IX
DA ACEITAÇÃO DAS OBRAS DE URBANIZAÇÃO

Art. 30. Concluídos
os serviços e obras correspondentes ao plano urbanístico licenciado poderá ser solicitada a
entrega oficial das obras de urbanização compromissadas.

Art. 31. O
reconhecimento das vias de circulação pública, dos espaços públicos, das demais obras e serviços
compromissados, e a sua entrega ao domínio público serão feitos mediante Termo de Aceite de obras e serviços,
no qual se declarará executado o plano urbanístico oficialmente aprovado.

Parágrafo Único - O empreendimento, da forma como aprovado, não poderá sofrer alterações que aumentem a
densidade populacional ou o número de unidades previsto quando de sua análise e aprovação.

CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 32. A
Prefeitura não expedirá licença para construção em lotes, exceto em condomínios regularmente
aprovados, e no que couber, enquanto não aceitas as obras de infraestrutura do parcelamento do solo.

Parágrafo Único - Da mesma forma nos condomínios, para fins de ocupação das unidades, não será emitido
`Habite-se` das edificações antes do Termo de Conclusão de Obras.

Art. 33. O
valor da multa de que trata o inciso III, do art. 30 desta Lei, será atualizado monetariamente e
anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
- IBGE.

Art. 34. As
disposições e preceitos desta Lei não se aplicam aos loteamentos analisados e aprovados pela Lei
Municipal nº 793, de 1973.

Art. 35. São formalmente revogadas, por consolidação e sem interrupção de sua força normativa, as seguintes Leis:

I - Lei nº 3.140, de 19 de dezembro de 2005;

II - Lei nº 3.168, de 2 de maio de 2006;

III - Lei nº 3.199, de 28 de setembro de 2006;

IV - Lei nº 3.201, de 28 de setembro de 2006;

V - Lei nº 3.436, de 11 de maio de 2009.

Art. 36. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA MUNICIPAL DE AMPARO, aos 25 de setembro de 2012.


PAULO TURATO MIOTTA
Prefeito Municipal

Publicada na Secretaria Municipal de Administração da Prefeitura, aos 25 de setembro de 2012.

MARIA APARECIDA ADOMAITIS


Secretária Municipal de Administração

Nota: Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial.

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 20/11/2012

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