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EMEB OTÁVIO EDGARD DE OLIVEIRA

Nome:___________________________________________________________Data____/____/______

5°ano _____/ ciclo II Professora ___________________________________

Atividade de Língua Portuguesa


“Após a tempestade, um reino em miniatura”

A tempestade começou de repente. Ondas de mais de 30 metros envolviam o navio e o jogavam de


um lado para o outro como se fosse de brinquedo. Rajadas de vento logo destruíram as velas. Eu era o
médico de bordo e fiquei esperando o pior.
Os marinheiros gritavam desesperadamente, o majestoso veleiro Antílope, no qual viajávamos quase
se chocou com as rochas. Foi uma confusão dos diabos. Tripulantes correndo em todas as direções, gente
gritando, outros jogando-se no mar, cada um tentando salvar a própria pele.
Estava quase paralisado pelo medo, as mãos grudadas no convés, quando fui cuspido para fora do
navio, que já se inclinava perigosamente. Senti meu corpo envolto na água gelada do mar no momento em
que dei por mim – confesso que não lembro como consegui – estava num pequeno bote com outros cinco
marinheiros, todos remando com fúria para nos afastarmos o máximo possível do Antílope que começava a
afundar. Sabíamos que, se ficássemos por perto, seríamos tragados pelo oceano por causa do redemoinho
que sempre se forma em torno de uma embarcação quando está afundando.
O esforço valeu, mas foi difícil. Exaustos, largamos um pouco os remos e deixamos-nos levar pelas
ondas, apesar do perigo ainda presente. Foi só o tempo de curvar um pouco o corpo para a frente, a fim de
aliviar a tensão nas costas... De repente, uma onda traiçoeira, surgida da escuridão, jogou o bote longe,
despejando-nos outra vez na água.
Ao voltar à tona, apavorado, tentei enxergar algum companheiro do bote. Sentindo que ia afundar,
gritei por eles como pude. A única resposta foi o estrondo das ondas e o zunir dos ventos. Parecida
definitivo: eu estava ali, no meio do oceano, sozinho...
No entanto, logo reagi. Estava vivo e isto, diante das circunstâncias, já era alguma coisa. Minha
preocupação passou a ser uma só: manter-me vivo. Comecei então a nadar às cegas. Lutei com as ondas
durante horas a fio. Foi assim, que consegui chegar à uma praia, onde, exausto, deixei meu corpo cair sobre
a areia fofa. Estava a salvo, pelo menos de morrer afogado. Olhando o céu, ainda com as estrelas, a primeira
imagem que me apareceu foi a de minha mulher Mary e das crianças.
Mary havia discordado totalmente desta minha viagem: fez de tudo para que eu desistisse. Lembrou
minhas promessas de nunca mais navegar, contou velhas histórias de navios engolidos pelo oceano ou
devorados por monstros.
Não adiantou. Minha paixão pela aventura tinha uma força irresistível. Exercia uma atração
incontrolável sobre mim e despertava-me uma sensação que eu amava desde a juventude. Logo que me
formei em medicina, embarquei como médico de bordo para correr o mundo e os riscos das novas rotas de
navegação. Por causa disso tudo, eu embarcava no Antílope, deixando o porto de Bristol, na Inglaterra, no
dia 4 de maio de 1699.
Não sei quantas horas dormi. Ao acordar, senti o sol nos olhos e tentei mover a minha cabeça e não
consegui: meus cabelos estavam presos ao chão. Tentei me levantar e não pude: meu corpo estava como
que colado na areia. O que estaria acontecendo? Para piorar minha situação, senti algo subindo pela minha
perna esquerda. Aquela coisinha logo chegou ao meu peito... Baixei os olhos, como se fosse examinar a
ponta do meu nariz, e vi uma criaturinha humana de menos de um palmo de altura, observando-me com o
mesmo olhar de espanto com que eu a encarava.

(Jonathan Swift, Viagens de Gulliver)


Trabalhando com o texto

1. O narrador dessa histó ria participa dos acontecimentos ou só observa e conta o que aconteceu.
Retire do texto uma frase que justifique a sua resposta.

R:_____________________________________________________________________________________________________________

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2. Complete com as informaçõ es do texto:

a) Nome do veleiro: ____________________________ c) País de origem: ______________________________


b) Ponto de Partida: ____________________________ d) Data da partida: _____________________________

3. Releia o ú ltimo pará grafo do texto e responda:


a) O que estava acontecendo com o nosso aventureiro?

R:_____________________________________________________________________________________________________________

b) O personagem estava assustado. Que trecho do pará grafo confirma essa ideia?

R:_____________________________________________________________________________________________________________

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c) Em sua opiniã o, por que o título do texto é Após a tempestade, um reino em miniatura?

R:_____________________________________________________________________________________________________________

4. Vamos recompor a histó ria de aventura:

a) Qual foi o momento de maior perigo enfrentado pelo nosso personagem?

_________________________________________________________________________________________________________________

b) Como o personagem conseguiu vencer esse desafio? _______________________________________________

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5. Leia esse outro trecho:

“Pulei no barco e, antes que eu me afastasse Helena atirou uma chuva de flores no mar.”

a) Como ficaria esse trecho se os fatos estivessem acontecendo no tempo presente?

R: _____________________________________________________________________________________________________________
6. Como seria reescrito este trecho:

“Sabia que mesmo sem remar deveria avançar durante o mau tempo e meio em dú vida, decidi pela
primeira vez recolher a â ncora do mar.”

a) Como seria reescrito esse trecho se começasse com o pronome eles?


R: _____________________________________________________________________________________________________________

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