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Cadarços desamarrados
Era uma vez uma menina. Mariana era este o seu nome. Magra, cabelos crespos, olhos de jabuticabas
maduras e boca bem-feita. Mariana era linda! Ela era muito feliz com o seu nome; nele ela podia viajar.
Mariana era sonhadora. Vivia no mar, no rio, no ar, e tudo isso encontrava no seu próprio nome. Ela brilhava
noite e dia e voava no tempo.
No mundo de sonhos de Mariana, tudo era leve e solto. Acho que é por isso que ela vivia sempre com o
cadarço do tênis desamarrado. O cadarço de seu tênis corria solto e deixava rastros por onde passava. Lá ia
Mariana, voando junto com o cadarço. Ela agora era uma pipa. O cadarço era a sua rabiola. O sonho era a linha.
Fio comprido!
E a menina voava, voava...
O tempo passava ... A menina passeava
no tempo: pra á e pra cá...
A mãe enrolava sua linha, ao chamar a menina para
tomar banho ou para almoçar. Era hora de ir para a escola.
--- Filha, amarra o cadarço do tênis. Está na hora de ir
para a escola. Todos os dias é a mesma coisa! Amarra
depressa menina!
Mariana amarrava o cadarço. Bem de leve. Ela não
gostava de nó cego.
Na escola, a professora dizia o mesmo:
--- Amarra o seu cadarço, menina! É perigoso deixá-lo
solto. Já pensou se você pisa nele, cai no chão e quebra o braço?
A menina olhava para a professora e dava um nó apertado
no cadarço. Era um nó no cadarço e outro na garganta... Isso só
causa embaraço...
O tempo ia passando, e Mariana logo olhava pela janela e
começava a voar.
--- Professora! Posso ir ao banheiro?
--- Pode, sim, Mariana! Antes de ir, amarre o cadarço do tênis, ouviu?
Ah! De novo, o cadarço... Mariana dava um nozinho de nada e saía toda apressada.
Ela estava muito apertada. Apertada na carteira. Apertada na sala de aula. Apertada d vontade de voar na
imaginação. Era só chegar no pátio e começava a indagação :
--- Aquela nuvem é um lagarto ou será um camaleão? Aquela outra é um tigre ou será um leão? Aquela é
uma baleia! Ou será que é uma sereia?
De repente, num estalo, a menina percebeu ter passado muito tempo, por maior que fosse o aperto. Ela
voltou correndo para a sala de aula, com aquela cara de quem estava ainda mais apertada.
A professora olha bem séria para Mariana. E ela, já adivinhando o que a professora ia dizer, repete
baixinho, olhando pro chão:
--- Amarre o cadarço, menina! Já pensou se você cai e quebra o braço?
A menina olha, nesse momento, bem nos olhos da professora, dá um sorriso e um sobressalto:
--- Já pensou, se em vez das broncas e de mandar amarrar o cadarço, você abre os seus braços e me
amarra num abraço?
Antes que a professora possa ler o seu pensamento, olhando nos olhos da mestra, Mariana abaixa e
amarra o cadarço sonhando com aquele abraço!...
Maria do Carmo da Costa
3. O texto fala de diferentes características de Mariana. Escrever no quadro abaixo quais são as características
físicas e emocionais de Mariana. (1,0)
Físicas
Emocionais
4. “ No mundo de sonhos de Mariana, tudo era leve e solto. Acho que é por isso que ela vivia sempre com o
cadarço do tênis desamarrado.” Explicar qual era a relação entre os sonhos de Mariana e o cadarço do tênis
sempre desamarrado? (0,5)
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5. Explicar por que Mariana pediu para ir ao banheiro? Qual era realmente o aperto dela? (0,5)
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( ) O que Mariana mais queria era sonhar livremente sem aperto nenhum.
( ) A professora estava mais preocupada com os cadarços desamarrados do que em dar carinho para a
menina.
Parte II – Ortografia
1. Ler o texto novamente e depois escrever qual é o significado da palavra apertada nas frases abaixo, de
acordo com o seu sentido no texto. (1,0)
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1. Retirar do texto uma frase que contenha o que é pedido e depois circulá-lo: (2,0)
Um substantivo próprio.
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Um substantivo comum.
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Um adjetivo.
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Uma paroxítona.
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Uma trissílaba .
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1. “ Mariana é uma menina sonhadora. Era só chegar no pátio e via formas diferentes nas nuvens.”
E você, com o que sonha?
Escrever abaixo por onde caminha sua fantasia e sua imaginação, criando um texto narrativo sobre um
sonho ou desejo, seu ou de um personagem que você irá criar. Capriche nos detalhes. (3,0)
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