Índice 02

Editorial 03
O Nome Histórico 04
A História da Maçonaria na Inglaterra Segundo William Preston – Parte V 08
HOMENAGEM – A Inconfidência Mineira 20
Leitura recomendada 29
Calendário de Atividades 1° Semestre de 2017 EV 30
Administração do Biênio 2015-2017 31
Junte-se a Nós! 32
Créditos 33

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017 2

 Amados Irmãos e Amigos,

O mês de abril, que traz o exemplar número 18 de nossa

revista é de especial importância para nós brasileiros. Neste mês
comemoramos a descoberta do Brasil e a Inconfidência Mineira.
Este último evento nos recorda a atuação patriótica de um grupo de
cidadãos brasileiros, e dentre eles Tiradentes. Este Alferes de Minas Gerais
sua vida e obra são alvo de constante investigação tanto por parte de nós Maçons,
quanto por historiadores profanos. Em nosso meio Iniciático tem sido travados
incansáveis debates sobre sua verdadeira condição de Irmão, incluindo lendas e teorias
a respeito de sua sobrevivência ao martírio protagonizada pela Maçonaria.
Neste sentido, a revista UM QUARTO DE HORA deste mês une o útil ao agradável,
divulgando o trabalho de um Irmão Convidado na seção Homenagem.
Volto a ressaltar, por oportuno, que os textos aqui publicados não refletem a posição
oficial do Grande Oriente do Brasil, do Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita, ou do
Supremo Conselho Adonhiramita do Brasil sobre os temas abordados, tratando-se única e
exclusivamente das opiniões individuais de seus autores.
Desejo a todos uma boa leitura!
SERGIO EMILIÃO
Editor

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017 3

 O NOME HISTÓRICO
Cada Rito possui suas peculiaridades,
afinal, se não fosse assim não haveria Ritos.
Portanto, se há Ritos é porque há diferenças, e
porque existem modos e maneiras diferentes de
transmitir a mesma Doutrina, e sendo assim não
há Rito melhor ou pior, mas com certeza existe
aquele cuja ritualística e liturgia se encaixam
melhor com nossa maneira de pensar. Esta é a
mais cristalina verdade.
Já ouvi o Rito Adonhiramita ser
adjetivado de místico, esotérico, espiritualista,
ortodoxo, tradicionalista, e por aí afora. Talvez
todos estes rótulos estejam corretos, e da mesma
forma talvez nenhum deles, mas isso não é
importante, o que é digno de registro é que as
diferenças são notadas, e muito mais que isso, que
irremediavelmente somos interpretados através
da observação externa feita por terceiros, e
raramente transmitimos exteriormente a imagem
que fazemos de nós mesmos. Faço esta
observação neste preâmbulo porque a julgo
altamente relevante para a análise da matéria
deste artigo: o Nome Histórico, pois não apenas
os Ritos praticados por nós Maçons possuem
identidade, como nós também possuímos certas
“assinaturas”, certos aspectos, sejam eles
comportamentais ou filosóficos que nos tornam
únicos num universo de milhares de Iniciados. E
o uso de um Nome Histórico é uma das
peculiaridades de nosso Rito.
Esta, aliás, é a Beleza da Natureza, uma
vasta e quase infinita variedade de seres e
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
manifestações. O Pavimento Mosaico nos lembra
disso a todo instante: somos Pedras únicas,
diferentes, mas cada um de nós possui um lugar e
uma missão específica e intransferível na
realização da Grande Obra, e pretendo demonstrar
minha tese de que os Nomes Históricos são
fundamentais para que essa percepção se torne
mais clara tanto para nós quanto para a
coletividade.
Houve um momento na História em que
todos os Maçons, independentemente do Rito
praticado, utilizavam a prática de adotar um nome
diferente, um pseudônimo, para identificar os
Maçons de forma Iniciática, porém, dentre todos
os Ritos praticados atualmente, o Rito
Adonhiramita é o único que mantém a tradição de
atribuir um Nome Histórico a seus membros, o
que talvez justifique sua identificação como
tradicionalista.
Não faz muito tempo um Amado Irmão
me questionou sobre o porquê desses
pseudônimos ou nomes secretos se chamarem
Nomes Históricos e não Nomes Iniciáticos, por
exemplo. Na ocasião respondi que não sabia a
razão exata desta escolha, mas confiava na
capacidade dos ritualistas que assim
determinaram, e se esta foi a opção adotada por
eles, certamente havia uma razão relevante para
isso.
Confesso que ainda não obtive êxito nas
minhas investigações a este respeito, mas ouso
expor meu entendimento. A adoção da expressão
4
Nome Histórico nos induz à utilização de um
chamamento que outrora foi usado para designar
outro ser humano, tenha sido ele um benfeitor da
humanidade, um líder religioso ou espiritual, uma
personagem mítica, ou até mesmo algum parente,
próximo ou distante, que tenha sido Maçom; ou
seja, estamos nos referindo diretamente à
História, e a Maçonaria se propõe, dentre outros
objetivos, a preservar e cultuar toda manifestação
intelectual, filosófica, científica e social da
humanidade através dos tempos. São os exemplos
históricos que abastecem perpetuamente nosso
infinito cabedal doutrinário. Neste diapasão
torna-se fácil entender porque utilizamos a
expressão Nome Histórico ao invés de qualquer
outra, exatamente para que não nos sintamos
inclinados a utilizar nomes fictícios, inventados,
que poderiam ser adotados diante da abrangência
dos termos Iniciático, nome de guerra, alcunha,
apelido, ou pseudônimo, por exemplo, e que não
trariam o resultado esperado senão para nós
mesmos, e este não é o objetivo do costume, e
sequer de se usar um nome próprio. Quando
usamos a expressão Nome Histórico estamos não
apenas prestando uma homenagem a seu titular
original, mas igualmente sinalizando que este ser
humano desempenhou bem em algum tempo seu
papel na Grande Obra. Afinal, os homens são
lembrados por seus feitos, e ao utilizarmos um
Nome Histórico estamos lembrando isso a quem
assim nos chama.
Durante a transição entre os formatos
Operativo e Especulativo da Maçonaria,
sobretudo nos períodos em que a Ordem foi alvo
de perseguições religiosas e políticas, a utilização
de “nomes secretos” era quase uma obrigação,
evidentemente para resguardar a verdadeira
identidade de seus membros, ou seja, por questões
de segurança pessoal e coletiva. Porém, esta não
é a única, nem a principal razão desta prática na
Maçonaria, mesmo porque, se assim o fosse, esta
tradição teria caído em desuso mesmo em nosso
Rito, por mais tradicionalista que fosse.
Neste sentido, devemos notar que a
Iniciação Maçônica, assim como ocorre com as
demais Escolas de Mistérios, representa um
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
“novo nascimento” para o neófito, uma transição
entre a vida anterior e profana, e o ingresso em
uma vida Iniciática e esotérica, cujos benefícios e
alterações só podem ser avaliados por aqueles que
a experimentaram. Creio não haver dúvida entre
nós que experimentamos esse Rito de Passagem,
de que o homem jamais será o mesmo após sua
Iniciação, posto que, vários fatores de ordem
sensorial, emocional, psicológica, espiritual e
psíquica se manifestam, de forma indelével, em
seu íntimo, após estas cerimônias. A Iniciação
tem sido encarada ao longo dos séculos como um
divisor de águas na vida do neófito, cujo objetivo,
com o decorrer do tempo é atingir a Perfeição ou
a Iluminação (ainda que esta última seja
muitíssimo mais difícil de ser atingida por nós).
Parece que não restam dúvidas de que ao
experimentarmos a Iniciação estamos diante de
um novo “nascimento”, do início de uma nova
etapa em nossas vidas, initiare, diriam os
romanos. E assim sendo, nada mais justo que
batizarmos este “novo ser” que emerge das trevas
da ignorância, emprestando-lhe uma nova
personalidade, a exemplo do que fazia nosso
Patrono, João Batista às margens do Rio Jordão,
conforme o relato dos Evangelhos.
O entendimento dos praticantes do Rito
Adonhiramita é o de que a atribuição de um Nome
Histórico influencia sutilmente a alteração da
personalidade do Iniciado, que talvez
conscientizado externamente dessa sua nova
condição, sinta-se mais forte, preparado e
disposto para trilhar a Senda dos Mistérios
representada pela Doutrina de nossa Ordem.
Afinal, ele acabou de se tornar “outra pessoa”.
Esta prática, uso ou costume, de proceder
a um rito de passagem após determinadas
situações, que obviamente incluem o nascimento
dos bebês, é observada em praticamente todas as
correntes filosóficas conhecidas, e reporta-se à
mais remota antiguidade. Os antigos egípcios, por
exemplo, entendiam que as pessoas deveriam ter
um nome para serem conhecidos socialmente, e
outro, secreto ou Iniciático, que deveria ser de
conhecimento restrito a ele mesmo, a seus pais, e
aos sumos sacerdotes, e jamais pronunciado ou
5
relacionado a ele em público. Praticamente todas
as religiões ocidentais absorveram esta prática,
adequando-a, no entanto, às suas próprias
convicções filosóficas. Vejamos alguns breves
exemplos disto.
Jacó, o patriarca bíblico, teve seu nome
alterado para Israel (Gênesis, XXXII: 38), após
passar a noite toda lutando com um anjo,
simbolizando que a personagem de caráter
duvidoso que não apenas “pegou carona” no
calcanhar de seu irmão Esaú, mas que também
ludibriou seu pai Isaac em seu leito de morte,
havia se tornado um ser humano diferente; Simão,
o pescador galileu, foi chamado de Pedro por
Jesus (João, I:42), após ter se engajado no círculo
íntimo dos discípulos do Mestre, e se proposto a
pregar as “boas novas”; Saulo de Tarso, o feroz e
implacável caçador de cristãos do Império
Romano tornou-se Paulo após passar por uma
experiência mística (Atos, XIII:9), e acabou se
tornando um dos maiores responsáveis pela
consolidação e expansão da fé cristã que tanto
perseguia, ainda que sequer tenha conhecido
Jesus pessoalmente; o faraó Amenhotep IV,
também chamado pelos gregos de Amenófis IV,
torna-se Akhenaton, após fundar a primeira
religião monoteísta que se tem notícia, lançando
as bases do monoteísmo ocidental; e, por fim,
temos o exemplo ainda atual de todos os Sumos
Pontífices da Igreja Católica que investem-se de
um Nome Histórico ao assumirem o Papado.
Nestes poucos exemplos, dentre tantos
outros disponíveis e que não foram aqui citados,
vemos um aspecto em comum: todos eles,
invariavelmente, alteraram seus nomes originais,
seja por vontade própria ou por ação externa, após
alcançarem uma nova condição em suas vidas,
seja pela Iluminação, pela conquista de um status
social, por estabelecerem contato direto como
Criador, por receberem uma missão sagrada ou
simplesmente por uma mudança de rumo ou
hábitos em suas vidas, ou seja: todos passaram por
uma transformação pessoal. Assim deve ocorrer
com os Maçons, pois logo após recebermos a Luz
passamos a ser depositários de uma
responsabilidade imensa, que é a de difundi-la aos
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
quatro cantos do mundo, tornando-nos, de certa
forma, uma outra pessoa, e o mais importante, em
exemplos para a sociedade.
Fortalece essa tese o objetivo claramente
evolutivo de nossa Ordem, incutido
repetidamente em nossos Rituais, que nos insta a
todo momento a nos tornarmos seres humanos
melhores através da prática voluntária de virtudes,
do constante combate às paixões e aos vícios, e à
perpétua construção de masmorras
intransponíveis ao crime. Todo Maçom deve ter
de forma clara e bem sedimentada em sua mente
que após sua Iniciação na Ordem sua vocação
natural é se tornar um exemplo para aqueles com
quem se relaciona, ou seja, um ser “diferente”.
Nós Adonhiramitas entendemos ainda que
a designação de um novo nome não é apenas um
aspecto simbólico, julgamos que a Egrégora de
seu detentor original, que designamos como
Patrono, auxiliará e inspirará o candidato em sua
jornada esotérica. Por isso, é recomendável que o
Nome Histórico tenha pertencido a algum
benfeitor da humanidade, a alguém que, Maçom
ou profano, tenha se dedicado ao progresso da
civilização dentro dos elevados princípios
Maçônicos.
Também é desejável que o Nome
Histórico seja escolhido pelo padrinho do
candidato, pois este, na condição de Mestre, já
detentor dos “olhos de ver”, e por conhecê-lo
pessoalmente e melhor que os demais Irmãos do
Quadro, há de identificar no candidato as
características individuais que o unem, no Plano
Astral, metafísico, a grandes e célebres
personagens do passado, criando desta forma uma
condição favorável a seu crescimento espiritual
dentro de suas próprias vocações.
A responsabilidade e a carga esotérica que
envolvem a escolha de um Nome Histórico para
nosso Rito são consideradas tão grandes, que em
minha Loja-Mãe adotou-se o procedimento do
padrinho submetê-lo à apreciação da Comissão de
Admissão e Graus antes de sua adoção em
definitivo, sendo que mesmo após sua definição o
nome escolhido permanece em sigilo para os
6
demais Obreiros da Oficina até determinado
momento da Sessão Magna de Iniciação.
Para aqueles Amados Irmãos que nunca
participaram de uma Sessão Magna de Iniciação
em nosso Rito posso afirmar que o momento do
batismo, ou consagração, é dos mais sublimes,
sendo a fala do Venerável Mestre após aspergir
água por três vezes através de um hissopo a
seguinte: “e para que de profano nada mais vos
reste eu vos batizo com o Nome Histórico de ...”,
sendo o nome escolhido aclamado por três vezes
por toda a assembleia. Creio que todos nós que
passamos por esse Ritual nos sentimos
purificados interiormente após este ato.
O candidato, por sua vez, ao receber o
Nome Histórico, deverá procurar saber o máximo
que puder e for capaz sobre seu Patrono, não para
imitá-lo, ou mesmo para honrá-lo com a mais
zelosa dedicação, o que efetivamente deve
ocorrer, mas principalmente por perceber que
seus Irmãos enxergaram nele - e aí entra aquela
percepção externa que abordei no início deste
artigo - virtudes, semelhanças ou mesmo vocação
relacionada ao detentor original do nome, o que é
por si só uma enorme e retumbante
responsabilidade. É justamente por esta razão que
minha Loja-Mãe torna obrigatória ao Aprendiz
Maçom a apresentação de uma peça de arquitetura
relacionada a seu Nome Histórico, desta forma
aprende quem o faz, e aprendemos nós que somos
seus expectadores.
Nós Adonhiramitas carregamos com
orgulho nosso Nome Histórico, pelo qual seremos
tratados apenas em Loja, ou seja, em ambientes
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
Iniciáticos, até o fim de nossos dias. A simples
menção de nossos Nomes Históricos nos recorda
dos compromissos que assumimos com a
Maçonaria, e que após isso jamais fomos os
mesmos. Somos Iniciados, somos Maçons, e
somos, acima de tudo seres humanos que buscam
a evolução, e nesse sentido, ainda que não
tenhamos alcançado a Perfeição, nossos Nomes
Históricos nos recordam que devemos sempre nos
manter no Caminho. Posso garantir que ao ouvir
os Amados Irmãos me chamarem de Matheus, o
evangelista, a cada Sessão, um enorme impacto se
dá em meu íntimo.
A adoção do Nome Histórico não significa
o surgimento de uma dupla personalidade em
cada um de nós, pelo contrário, nos impele cada
vez mais a agir dentro dos princípios de nossa
Ordem agregando ao nosso jeito de ser o exemplo
de grandes personagens da História, e se
praticamos atos fraternais, de Caridade e
beneficência sobre a égide de um outro nome,
estamos acenando para nossos egos que devemos
fazê-lo em absoluto anonimato. Do contrário, a
vaidade, pior mal que pode assolar o ser humano,
há de nos destruir.
Portanto, devemos usar nossos Nomes
Históricos com honra, respeito e dignidade. Se
alguém nos julga detentores de alguma vocação
ou talento próprias do detentor original do nome
é porque implicitamente nos atribuiu uma sagrada
missão, que devemos nos empenhar em cumprir a
todo custo.
Que o GADU nos guie e ilumine!
7
 A HISTÓRIA DA MAÇONARIA NA INGLATERRA SEGUNDO
WILLIAM PRESTON – PARTE V
Maçonaria na Inglaterra durante o Reinado
do Rei George II
A primeira Grande Loja após a posse de
George II ao trono foi realizada na taverna Devil,
Temple-Bar, no dia 24 de junho de 1727, e
estiveram presentes, o Conde de Inchquin, Grão-
Mestre, seus oficiais e os Mestres e Vigilantes de
quarenta Lojas. Nesta reunião foi decidido
estender o privilégio de votar na Grande Loja para
os Past Grandes Vigilantes, esse privilégio até
então era restrito aos Past Grão-Mestres, pela
resolução de 21 de novembro de 1724 e aos Past
Grão-Mestres Adjuntos, por outra resolução de 28
de fevereiro de 1726.
O Grão-Mestre foi obrigado a fazer uma
viagem para a Irlanda antes do término de seu
mandato, sua senhoria transmitiu uma carta a
William Cowper, seu vice, pedindo-lhe para
convocar uma Grande Loja para efeitos de
nomeação do Lorde Colerane como Grão-Mestre
para o ano seguinte. A Grande Loja foi, portanto,
reunida em 19 de dezembro 1727, quando sua
senhoria foi regularmente proposta como Grão-
Mestre e sendo aprovado por unanimidade, no dia
27 do mesmo mês foi devidamente investido com
as insígnias de seu alto cargo em uma grande festa
na Mercers-hall, na presença de um numeroso
grupo de seus Irmãos. Sua senhoria realizou duas
comunicações durante seu mandato e parecia
prestar uma atenção considerável aos deveres do
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
seu cargo. Ele constituiu várias novas Lojas e
concedeu uma delegação para criar uma Loja na
Rua St Bernard em Madrid. Na última Grande
Loja, sob os auspícios de sua senhoria, Dr.
Desaguliers sugeriu, que o antigo cargo de
Diácono poderia ser revivido, para ajudar os
Grandes Vigilantes na preparação da festa, e foi
combinado que a sua nomeação deveria ser anual,
e o número restrito a doze.
Lorde Kingston sucessor do Lorde
Colerane, foi investido com as insígnias de seu
alto cargo no dia 27 de dezembro de 1728, em
uma grande festa realizada na Mercer’s-Hall. O
zelo e afeto de sua senhoria para com a
Fraternidade foram muito visíveis, não só pela sua
presença regular nas comunicações, mas por seu
generoso presente para a Grande Loja, de um
pedestal curioso, uma almofada rica em botões de
ouro e franjas, um saco de veludo e uma nova joia
de ouro para o uso do Secretário. Durante a
administração de sua senhoria, a Sociedade
floresceu localmente e no exterior. Muitas Lojas
foram constituídas e entre outros, uma deputação
foi concedida a George Pomfret, autorizando-o a
abrir uma nova Loja em Bengala. Este senhor
introduziu pela primeira vez a Maçonaria para a
povoação inglesa na Índia, onde ele fez um
progresso tão rápido, que, com poucos anos, mais
de cinquenta Lojas foram constituídas lá, onze das
quais estão agora em Bengala. As remessas anuais
8
para a caridade e fundos públicos da Sociedade e
de outras fábricas da Companhia das Índias
Orientais eram uma soma considerável.
Na Grande Loja realizada na taverna Devil
em 27 de dezembro de 1729, Natheniel Blackerby
Esq, o Grão-Mestre Adjunto, estando na cadeira,
na ausência de Lorde Kingston, produziu uma
carta de sua senhoria, autorizando-o a propor o
Duque de Norfolk como Grão-Mestre para o ano
seguinte. Esta nomeação teve a aprovação geral, e
os cumprimentos habituais foram feitos para a sua
graça, e ele foi saudado Grão-Mestre eleito. Em
uma assembleia e festa no Merchant-taylors-hall
no dia 29 de janeiro, sua graça foi devidamente
Instalada, de acordo com a antiga forma, na
presença de um numeroso e brilhante grupo de
Maçons. A ausência de sua graça, que foi para a
Itália logo após sua eleição, o impediu de
participar de mais de uma comunicação durante o
seu mandato, mas a atividade da Sociedade foi
diligentemente executada pelo Sr. Blackerly, seu
adjunto, na qual toda a gestão foi delegada. Entre
outras provas do sinal de apego de sua graça para
com a Sociedade, ele transmitiu a partir de
Veneza para a Inglaterra, as seguintes patentes
nobres para o uso da Grande Loja:
Vinte libras para a caridade; um grande
livro, de papel de escrita fina, para os registros da
Grande Loja, ricamente encadernado na Turquia
e dourado, com um frontispício curioso em
velino, contendo o brasão de Norfolk,
amplamente exibido, e uma inscrição em latim
dos títulos da família, com o brasão da Maçonaria
enaltecido; uma espada do cargo de Grão-Mestre,
sendo a antiga e fiel espada de Gustavus
Adolphus, Rei da Suécia, que foi usada pelo seu
sucessor, o bravo Bernard Duque de Saxe-
Weimar, com ambos os seus nomes na lâmina, e
mais enriquecido com o brasão de Norfolk em
prata na bainha. Por esses presentes, a sua graça
foi agradecida em público pela Sociedade.
Não é de surpreender que a Maçonaria
floresceu sob tão respeitável bandeira. Sua graça
nomeou uma Grande Loja Provincial em Nova
Jersey nos Estados Unidos. Uma patente
provincial também foi feita sob os auspícios de
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
Bengala. A partir deste período que se pode datar
o início da conclusão e reputação da Sociedade na
Europa; pedidos diários foram feitos para o
estabelecimento de novas Lojas, e a característica
mais respeitável da época, era desejar ter seus
nomes inscritos em nossos registros.
O Duque de Norfolk foi sucedido pelo
Lorde Lovel, mais tarde Conde de Leicester, que
foi instalado na Merchers’-Hall em 29 de março
1731. Sua senhoria estava indisposta por causa da
malária, e foi obrigado a retirar-se logo após a sua
Instalação. Lorde Colerane, no entanto, fez uma
procuração durante a festa. No dia 14 de maio, a
primeira Grande Loja após a eleição do Lorde
Lovel foi realizada na taverna Rose em Mary-le-
bone, quando foi votado que, no futuro, todos os
ex Grão-Mestres e seus adjuntos, deveriam ser
admitidos como membros dos Comitês trimestrais
de caridade, e que todo comitê teria o poder de
votar cinco libras para o alívio de qualquer
Maçom angustiado; mas nenhuma quantia maior,
sem primeiro o consentimento da Grande Loja em
Comunicação. Esta resolução ainda está em vigor.
Durante a presidência de Lord Lovel, a
nobreza fez questão de honrar a Grande Loja com
sua presença. Os duques de Norfolk e Richmond,
o conde de Inchiquin e os Lordes Colrane e
Montagu, com várias outras pessoas de distinção,
raramente deixaram de dar a sua presença; e,
embora as assinaturas das Lojas não terem valor,
a Sociedade foi habilitada a aliviar muitos
merecedores com pequenas somas. Como um
incentivo para os senhores aceitarem o cargo de
Steward, foi ordenado que, no futuro, cada
Steward teria o privilégio de nomear o seu
sucessor em cada grande festa anual. O evento
mais notável da administração do Lorde Lovel, foi
a Iniciação de Francis Duque de Lorraine, mais
tarde Imperador da Alemanha. Em virtude de uma
delegação da sua senhoria, uma Loja foi criada em
Hague, onde sua alteza foi recebida nos dois
Graus da Maçonaria. Na Loja, Phillip Stanhope
Conde de Chesterfield, então embaixador lá,
presidiu; Sr. Strickland, esq, atuou como Vice-
Presidente, e o Sr. Benjamin Hadley e um Irmão
holandês como Vigilantes. Sua Alteza veio para a
9
Inglaterra no mesmo ano, foi avançado até o
Terceiro Grau em uma Loja especial convocada
para o propósito em Houghton Hall, em Norfolk;
a Instalação do senhor Robert Walpole; como
também de Thomas Pelham, Duque de Newcastle.
A Sociedade estava agora em um estado
muito florescente, deputações foram concedidas a
partir da Inglaterra, para o estabelecimento de
Lojas na Rússia e na Espanha.
Lorde Viscount Montagu foi Instalado
Grão-Mestre em uma assembleia e festa no
Merchant Taylors’-Hall no dia 19 de abril de
1732. Entre os personagens ilustres presentes
naquela ocasião estavam os duques de Montagu e
Richmond; o conde de Strathmore; e os senhores
Colerane, Teynham e Carpetner; Sir Francis
Drake e Sir William Keith Barts, e mais de
quatrocentos outros Irmãos. Na mesma reunião,
foi proposto pela primeira vez, ter uma festa no
país e concordaram que os Irmãos deveriam jantar
juntos em Hampstead, no dia 24 de junho, e os
cartões de convite foram enviados para vários
membros da nobreza. No dia marcado, o Grão-
Mestre e os seus oficiais, os duques de Norfolk e
Richmond, conde de Strathmore, senhor
Carpenter e Teynham, e mais de uma centena de
outros Irmãos, reuniram-se em Hampstead, onde
um elegante jantar foi fornecido. Logo após o
jantar, o Grão-Mestre renunciou a cadeira para o
Lorde Teynham, e a partir desse momento até o
término de seu mandato nunca frequentou uma
outra reunião da Sociedade. Sua senhoria
concedeu uma delegação para a constituição de
uma Loja em Valenciennes em French Flanders,
e outro para a abertura de uma nova Loja no Hotel
de Buffy em Paris. Várias outras Lojas também
foram constituídas sob os auspícios de sua
senhoria; mas a Sociedade foi particularmente
grata a Thomas Barton esq. o Grão-Mestre
Adjunto, que era muito atento aos deveres do seu
cargo, e cuidadosamente supervisionou o governo
da Maçonaria.
O Conde de Stratmore sucedeu a Lorde
Montagu no cargo de Grão-Mestre, mas estava na
Escócia na época, ele foi instalado por meio de
procuração em uma assembleia no Mercers’-hall
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
em 07 de junho de 1733. No dia 13 de dezembro,
uma Grande Loja foi realizada na taverna Devil,
em que o seu proprietário e seus oficiais, o Conde
de Crawford, sir Robert Mansel, diversos Past
Grandes oficiais, e os Mestres e Vigilantes de
cinquenta e três Lojas estavam presentes. Vários
regulamentos foram confirmados nesta reunião
respeitando o Comitê da Caridade; e determinou-
se, que todas as reclamações, no futuro, a serem
interpostas perante a Grande Loja, anteriormente,
deveriam ser examinadas pela Comissão, e dali se
referiu à próxima comunicação.
A história da Sociedade neste período não
teve incidente notável para registrar. Algumas
doações consideráveis foram recolhidas e
distribuídas entre Maçons em dificuldades, para
estimular a instalação de uma nova colônia que
tinha sido estabelecida na Geórgia, na América.
Lorde Strathmore demostrou toda a atenção aos
deveres do seu cargo, e participou regularmente
nas reuniões da Grande Loja; sob seus auspícios,
a Sociedade floresceu localmente e em seus
arredores, e muitos nobres presentes foram
recebidas das Índias Orientais. Alguns Maçons
alemães solicitaram autorização para abrir uma
nova Loja em Hamburgh sob o patrocínio da
Grande Loja da Inglaterra, o que fez sua senhoria
contente em conceder uma delegação; e logo
após, várias outras Lojas foram constituídas na
Holanda sob a bandeira Inglesa.
O Conde de Strathmore foi sucedido pelo
Conde de Crawford, que foi Instalado na
Mercers’-Hall no dia 30 de março de 1734.
Assuntos públicos atraíram a atenção de sua
senhoria, as comunicações durante sua
administração foram abandonadas. Após onze
meses de férias, no entanto, uma Grande Loja foi
convocada, em que sua senhoria atendeu e se
desculpou por sua longa ausência. Para reparar a
omissão do passado, ele comandou duas
comunicações a serem realizadas em pouco mais
de seis semanas. Os Duques de Richmond e
Buccleugh, o Conde de Balcarras, Lorde
Weymouth, e outras pessoas eminentes, honraram
a Grande Loja com suas presenças durante a
presidência do Conde de Crawford.
10
 Os trabalhos mais notáveis da Sociedade
neste período, são relativos a uma nova edição do
Livro de Constituições, que o irmão James
Anderson foi ordenado a preparar para imprimir;
e que fez a sua aparição em janeiro de 1738,
consideravelmente ampliada e melhorada.
Uma modificação do novo regulamento
feito sob a administração do senhor Crawford, foi
a seguinte; Que se qualquer Loja deixar de
funcionar durante doze meses do calendário, a
referida Loja deve ser apagada da lista, e se
reinstalada, perderá a sua classificação anterior.
Alguns privilégios adicionais foram concedidos
aos Diáconos, em consequência de um pedido
para esse propósito; e para encorajar outros para
ocupar o cargo, foi acordado que, no futuro, todos
os Grandes Oficiais, com exceção do Grão-
Mestre, serão eleitos fora desse corpo. Algumas
resoluções também passaram respeitando
convenções ilegais de Maçons, nas quais foi
relatado que muitas pessoas haviam sido Iniciadas
na Maçonaria nos considerados pequenos e
indignos.
O Conde de Crawford parece ter feito a
primeira invasão de jurisdição da Grande Loja na
cidade de York, constituindo duas Lojas dentro da
sua região; e concedendo, sem o seu
consentimento, três delegações, um para
Lancashire, uma segunda para Durham, e uma
terceira para Northumberland. Esta circunstância
fez a Grande Loja de York ficar altamente
ressentida, e nunca mais viram os procedimentos
dos Irmãos da metrópole com bons olhos. Todas
as relações amigáveis cessaram e os Maçons de
York, a partir desse momento, consideraram o seu
interesse distinto dos Maçons sob obediência da
Grande Loja em Londres.
Lorde Weymouth sucedeu o Conde de
Crawford, e foi Instalado na Mercers’-Hall no 17
de abril de 1735, na presença dos Duques de
Richmond e Athol; os Condes de Crawford,
Winchelsea, Balcarras, Wemys e Loudon; o
Marquês de Beamont; Lordes Catheart e Vere
Bertie; sir Cecil Wray e Sir Edward Mansel
Barts., e uma comitiva esplêndida de outros
Irmãos. Várias Lojas foram constituídas durante a
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
presidência de Lorde Weymouth; e entre as
restantes Lojas de Diáconos. Sua senhoria
concedeu uma delegação para fundar uma Loja na
instalação do Duque de Richmond em Aubigny na
França; e, sob sua administração a Maçonaria se
estendeu consideravelmente em países
estrangeiros. Ele emitiu mandados para abrir uma
nova Loja em Lisboa, e outra em Savannah, na
Geórgia; e, por sua nomeação especial, patentes
provinciais foram feitas para a América do Sul, e
Gambay na África Ocidental.
Lord Weymouth não honrou qualquer das
Comunicações com a sua presença durante a sua
presidência, mas esta ausência foi menos notada
por conta da vigilância e atenção de seu vice, John
Ward esq., algum tempo depois Lorde Visconde
Dudley e Ward, que se aplicou com máximo
anseio para todos os negócios de interesse e bem-
estar da sociedade.
Uma circunstância ocorreu quando Lorde
Weymouth foi Grão-Mestre; da qual pode ser
necessário tomar conhecimento. Os doze
Diáconos, com sir Robert Lawley, Mestre da Loja
dos Diáconos, em sua administração, apareceu
pela primeira vez com suas novas insígnias em
uma Grande Loja realizada na taverna Devil em
11 de dezembro de 1735. Nesta ocasião, eles não
foram autorizados a votar como indivíduos; mas
foi proposto para posteriormente possuírem esse
privilégio, e que as Lojas de Diáconos, no futuro,
seriam representadas na Grande Loja por doze
membros, Muitas Lojas contestaram a medida
como uma intromissão no privilégio de todas as
Lojas, que tinham sido previamente constituídas.
Quando a moção foi posta à confirmação, tão
grande foi o distúrbio que aconteceu, que a
Grande Loja foi obrigada a ser fechadas antes que
os sentimentos dos Irmãos fossem expostos sobre
o assunto. Nos anos que seguiram, isso foi
formalizado e os doze Diáconos foram
autorizados a votar em todas as comunicações
como indivíduos.
O Conde de Louden sucedeu o Lorde
Weymouth, e foi Instalado Grão-Mestre na
Fishmongers’-Hall no dia 15 de abril de 1736. Os
Duques de Richmond; os Condes de Albermarle e
11
Crawford, Lordes Harcout Erksine e Southwell;
Sr. Anstis “garter king at arms” (Rei das armas
da Ordem da Jarreteira), Sr. Brady “lion king of
arms” (Chefe da corte de Lyon, Escócia) e uma
comitiva numerosa de outros Irmãos, estavam
presentes na ocasião. Sua senhoria constituiu
várias Lojas e concedeu três delegações
provinciais durante a sua presidência, a saber:
uma para Nova Inglaterra, outra para Carolina do
Sul, e uma terceira para Cape Coast Castle na
África.
O Conde de Darnley foi eleito Grão-
Mestre, e devidamente Instalado na
Fishmonger’s-Hall no dia 28 de abril de 1737, na
presença do Duque de Richmond, os Condes de
Crawford e Wemsys, Sr. Gray e muitos outros
Irmãos respeitáveis. O evento mais notável da
administração de sua senhoria, foi a Iniciação de
Frederick, mais tarde Príncipe de Gales, com a
presença do seu pai, em uma Loja ocasional
convocada para este efeito, no palácio de Kew,
sobre a qual o Dr. Desaguliers presidiu como
Mestre. Lord Baltimore, col. Lumley, hon. Major
Madden, e vários outros Irmãos, estavam
presentes. Sua Alteza Real foi avançada até o
Segundo Grau, na mesma Loja e em outra Loja
convocada no mesmo lugar, logo depois, Elevado
ao Grau de Mestre Maçom.
Não pode haver uma melhor prova do
estado florescente da Sociedade neste momento
do que pela referência à aparência respeitável dos
Irmãos na Grande Loja, em que esse grão-mestre
nunca deixou de participar. Mais de sessenta
Lojas foram representadas em cada comunicação
durante o governo de Lord Darnley, e mais cartas
constitutivas provinciais foram emitidas por ele,
do que por qualquer de seus antecessores.
Delegações foram concedidos para Montserrat,
Genebra, círculo superior Saxão, Costa da África,
Nova York, e as ilhas da América.
O Marquês de Carnarvon, depois Duque
de Chanos, sucedeu Lorde Darnley no cargo de
Grão-Mestre, e foi devidamente investido e
felicitado em uma assembleia e festa realizada no
Fishmonger’s-Hall no dia 27 abril de 1738. Nesta
reunião, o Duque de Richmond; os Condes de
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
Inchiquin, Loudon e Kintore; Lordes Colerane e
Gray; e uma comitiva numerosa de outros Irmãos
estavam presentes.
O Marquês demonstrou toda a atenção
para a sociedade durante a sua presidência, e no
testemunho de sua estima, apresentou à Grande
Loja uma joia de ouro para o uso do Secretário; o
dispositivo, formado por duas canetas cruzadas
em um nó; o nó e pontos das canetas sendo
curiosamente esmaltados. Duas delegações para o
cargo de Grão-Mestre Provincial foram
concedidas pela sua senhoria; uma para as Ilhas
Caribenhas e outra para West Riding of Yorkshire
(Uma das 3 subdivisões históricas de Yorkshire).
Esta última nomeação foi considerada como mais
um avanço na jurisdição da Grande Loja de York,
e assim ampliou a brecha original entre os irmãos
no Norte e no Sul da Inglaterra, sendo que daí em
diante toda a futura correspondência entre as
Grandes Lojas cessou totalmente.
No dia 15 de agosto de 1738, Frederico, o
Grande, posteriormente Rei da Prússia, foi
Iniciado na maçonaria, em uma Loja em
Brunswick, nos termos da Constituição Escocesa,
sendo naquele momento Príncipe Real. Então, ele
teve sua Iniciação aprovada, e em sua ascensão ao
trono, ele comandou uma Grande Loja que foi
formada em Berlim, e para essa finalidade obteve
uma carta patente de Edimburgo. Assim a
Maçonaria foi regularmente estabelecida na
Prússia, e sob essa sanção floresceu desde então.
A fixação de Sua Majestade para com a Sociedade
logo induziu-o a estabelecer vários novos
regulamentos para benefício da Fraternidade; e
entre outros que ele ordenou:
1. Que nenhuma pessoa deve ser feita
Maçom, a menos que seu caráter seja
impecável e seu modo de vida e profissão
respeitável;
2. Que cada membro deve pagar 25 rix
dólares (moeda corrente na época na
Alemanha, Suécia e Dinamarca) para o
Primeiro Grau; 50 rix dólares para ser
Iniciado no Segundo Grau; e 100 rix
dólares para ser feito Mestre Maçom;
12
 3. Que ele deve permanecer pelo menos três
meses em cada Grau; e que toda a soma
recebida deve ser dividida pelo Grande
Tesoureiro em três partes: uma para
custear as despesas da Loja; outra a ser
aplicada para o alívio de Irmãos aflitos; e
a terceira a ser dada para os pobres em
geral.
Nenhuma outra ocorrência notável foi
registrada por ter acontecido durante a
administração do Marquês de Carnarvon, exceto
uma proposta para o estabelecimento de um plano
de se apropriar uma parte da caridade para Iniciar
os filhos de Maçons como Aprendizes, que,
depois de um longo debate na Grande Loja, foi
rejeitado.
Alguns eventos desagradáveis ocorreram na
Sociedade neste período. Um número de Irmãos
insatisfeitos se separaram das Lojas regulares, e
realizaram reuniões em lugares diferentes com a
finalidade de Iniciar pessoas na Maçonaria, em
contradição com às leis da Grande Loja. Esses
Irmãos irregularmente se aproveitando da brecha
que havia sido feita na relação de amizade entre
as Grandes Lojas de Londres e York, ao serem
censurados por suas condutas, assumiram
imediatamente, sem autorização, a personalidade
de Maçons de York. As medidas adotadas para
fiscalizar pararam o seu progresso durante algum
tempo; até que, aproveitando o murmúrio geral
espalhado por conta de inovações que foram
introduzidas, e que dava a impressão de omissão,
e de autorizar uma variação nas cerimônias
antigos, eles se ergueram novamente sem aviso
prévio. Esta medida imprudente das Lojas
regulares ofendeu muitos Maçons antigos; mas,
através da mediação de John Ward esq., mais
tarde, Lorde Visconde Dudley e Ward, as
questões foram acomodadas, e os Irmãos
aparentemente reconciliados. Isso, no entanto,
mostrou-se apenas como uma suspensão
temporária das hostilidades, para logo eclodir
novamente, e dar origem a tumultos, que depois
concretamente interrompiam a paz da sociedade.
Lorde Raymond sucedeu o Marquês de
Carnarvon em maio de 1739, e sob os auspícios
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
de sua senhoria as Lojas foram numerosas e
respeitáveis. Não obstante o estado florescente da
Sociedade, irregularidades continuaram a
prevalecer, e vários Irmãos dignos, ainda adversos
para a usurpação no sistema estabelecido da
instituição, repugnaram o processo das Lojas
irregulares. As reclamações foram proferidas em
cada comissão, e as comunicações foram
totalmente empregadas em ajustar diferenças e
animosidades de reconciliação. Mais sessões
tiveram que ser realizadas e tornou-se necessário
votações de censura para promulgar leis afim de
desencorajar associações irregulares da
Fraternidade. Isso trouxe o poder da Grande Loja
em questão; e em oposição às leis que tinham sido
estabelecidos naquela assembleia, Lojas foram
formadas com qualquer autorização, e as pessoas
Iniciadas na Maçonaria em pequenas e indignas
considerações. Decepcionando os pontos de vista
desses Irmãos iludidos, e para distinguir as
pessoas Iniciadas por eles, a Grande Loja
prontamente concordou com as medidas
imprudentes que os Maçons regulares tinham
adotado, medidas que até mesmo a urgência do
caso não poderia justificar. Embora isso tivesse o
efeito pretendido, deu origem a um novo
subterfúgio. Os Irmãos que haviam se separado
das Lojas regulares anunciaram imediatamente a
independência, e assumiram a denominação de
Maçons Antigos. Eles propagaram a opinião de
que os antigos princípios e práticas da Maçonaria
foram preservadas por eles; e que as Lojas
regulares, sendo compostas de Maçons
Modernos, haviam adotado novos planos, e não
deviam ser consideradas como agindo sob o
antigo estabelecimento. Para contrariar os
regulamentos da Grande Loja, que instituiu uma
nova Grande Loja em Londres, declaradamente
no sistema antigo, e sob a bandeira assumida,
constituíram várias novas Lojas. Com este
processo irregular eles pretendiam justificar a
falsa sanção da antiga Constituição de York, e
muitos senhores de reputação foram introduzidos
entre eles, de modo que suas Lojas aumentavam
diariamente. Sem autoridade para com a Grande
Loja de York, ou para formar qualquer outro
13
poder estabelecido na Maçonaria, eles
perseveraram nas medidas que aprovaram,
formaram comitês, realizaram comunicações, e
realizaram festas anuais. Sob a falsa denominação
da bandeira York, eles ganharam o apoio dos
Maçons escoceses e irlandeses, que, colocando a
confiança implícita nas representações feitas a
eles, se juntaram de coração ao condenar as
medidas das Lojas regulares de Londres, que
tendiam, em sua opinião, a introduzir novidades
para a Sociedade, e subverter o plano original da
instituição. Os Maçons irregulares em Londres,
tendo adquirido um estabelecimento, fez com que
nobres de ambos os reinos honrassem com seu
patrocínio por algum tempo, e muitos nomes
respeitáveis e Lojas foram adicionados a esta lista.
Nos últimos anos a falácia foi detectada, e eles
não foram tão bem sucedidos; vários de seus
melhores membros renunciaram a sua bandeira e
se estabeleceram sob o patrocínio da Grande Loja
da Inglaterra. Era muito desejada a união geral
entre todos os maçons do, e estavam felizes em
saber que tal medida provavelmente seria em
breve realizada, através da mediação de um Irmão
Real no exterior à época.
Durante a presidência de Lorde Raymond,
nenhuma adição considerável foi feita a lista de
Lojas, e comunicações raramente foram
realizadas com a presença da nobreza. Sua
senhoria concedeu apenas uma deputação para um
Grão-Mestre provincial durante a sua presidência,
a saber: para Savoy e Piemonte.
O Conde de Kintore sucedeu o senhor
Raymond em abril de 1740 e, à imitação de seu
antecessor, continuou a dissuadir as
irregularidades. Sua senhoria designou vários
provinciais: em especial, um para a Rússia; um
para Hamburgh e o Círculo de Lower Saxony; um
para West Riding of York, no lugar de William
Horton esq. falecido; e um para a ilha de
Barbados.
O Conde de Morton foi eleito no dia 19 de
março seguinte, e Instalado com grande
solenidade no mesmo dia no Haberdashers’-Hall,
em detrimento de uma comitiva respeitável da
nobreza, embaixadores estrangeiros, e outros.
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
Várias leis oportunas foram estabelecidas durante
a administração deste nobre, e alguns
regulamentos feitos em relação ao cortejo e outras
cerimônias. Sua senhoria apresentou uma joia
para o cargo de Tesoureiro, de elegante mão de
obra, azul e ouro; e a Grande Loja resolveu, que
este oficial devia ser eleito anualmente, e, com o
Secretário, serem autorizados a serem
classificados no futuro como um membro da
Grande Loja. Uma grande chancela cornalina,
com o brasão da Maçonaria, feito em ouro, foi
apresentada à Sociedade, neste momento, pelo
Irmão Vaughan, o Grande Vigilante; e William
Vaughan esq. foi nomeado pelo seu senhorio,
Grão-Mestre Provincial de North Wales.
Lorde Ward sucedeu o Conde de Morton em
abril de 1742. Sua senhoria estava bem
familiarizado com a natureza e de governo da
Sociedade tendo ocupado o cargo de Secretário
em sua Loja particular para aquele Grão-Mestre.
Sua senhoria não perdeu tempo na aplicação de
remédios eficazes para conciliar as animosidades
que prevaleceram; ele recomendou aos seus
oficiais, vigilância e cuidado em seus diferentes
departamentos; e pela sua própria conduta, deu
um exemplo nobre sobre como a dignidade da
sociedade devia ser apoiada. Muitas Lojas, que
estavam em estado de declínio, por seu conselho,
se fundiram com outras em melhores
circunstâncias; alguns, que tinham sido
negligentes na sua participação nas
comunicações, depois de advertências adequadas,
foram restaurados; e outros, que perseveraram na
sua contumácia, foram apagados da lista. Assim,
sua senhoria manifestou sua consideração com os
interesses da sociedade, enquanto que sua
clemencia e paciência foram universalmente
admiradas.
A unanimidade e harmonia das Lojas parecia
estar perfeitamente restaurada sob a
administração de sua senhoria. Os Maçons em
Antigua construíram um grande salão naquela ilha
para as suas reuniões, e usada pela Grande Loja
pela liberdade de ser denominada como a Grande
Loja de St John, em Antigua, título que foi
concedido em abril de 1744.
14
 Lorde Ward continuou dois anos à frente da
Fraternidade, durante os quais constituiu muitas
Lojas, e nomeou vários Grão-Mestres
Provinciais; um para Lancaster, um para a
América do Norte, e três para a ilha da Jamaica.
Ele foi sucedido pelo Conde de Strathmore,
durante cuja administração, estando ausente o
tempo todo, o cuidado e gestão da Sociedade foi
desconcentrada em outros Grandes Oficiais, que
estudaram cuidadosamente o bem geral da
fraternidade. Sua senhoria nomeou um Grão-
Mestre Provincial para a ilha de Bermuda.
Lorde Cranstoun foi eleito Grão-Mestre em
abril de 1745, e presidiu a Fraternidade com
grande reputação por dois anos. Sob sua égide a
Maçonaria floresceu, várias novas Lojas foram
constituídas, e um Grão-Mestre Provincial foi
nomeado para Cape Breton e Louisburg. Por uma
resolução da Grande Loja naquele momento, a
procissão pública em dias de festa foi
interrompida; isto ocasionado por algumas
procissões simuladas, que alguns Irmãos
irregulares haviam formado, a fim de ridicularizar
essas aparições públicas.
Lorde Byron sucedeu o Lorde Cranstoun, e foi
Instalado na Drapers’-Hall em 30 de abril de
1747. As leis do Comitê da Caridade foram, por
ordem de sua excelência, revistas, impressas e
distribuídas entre as Lojas, e uma considerável
contribuição para a caridade geral foi recebida a
partir da Loja em Gibraltar. Durante cinco anos
presidiu a Fraternidade. Nenhuma diligência foi
poupada para preservar os privilégios inviolados
da Maçonaria para corrigir injustiças, e para
aliviar a angústia. Quando o negócio exigia a
presença de sua excelência no país, Fotherly
Baker esq. o seu adjunto e o secretário Revis,
foram particularmente atentos a Sociedade. O
primeiro foi distinguido pelo seu conhecimento
das leis e regulamentos; o último, por seus
serviços longos e fiéis. Sob os auspícios do Lorde
Byron, patentes provinciais foram emitidas para a
Dinamarca, Noruega, Pensilvânia, Minorca, e
Nova York.
Em 20 de março de 1752, o Lorde Carysfort
aceitou o cargo de Grão-Mestre. Os bons efeitos
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
da sua aplicação aos interesses reais da
Fraternidade logo se tornaram visíveis, pelo
grande aumento dos recursos financeiros.
Nenhum outro Grande Oficial se esforçou mais
para preservar, ou foi mais atento para
recomendar, ordem e decoro. Ele estava pronto,
em todas as ocasiões, a visitar as Lojas
pessoalmente, e promover a harmonia entre os
membros. O Dr. Manningham, seu adjunto, não
era menos vigilante na execução de seu dever. Ele
visitava constantemente as Lojas na ausência de
seu senhorio, e usava todos os esforços para
cimentar a união entre os Irmãos. Todo o
procedimento deste oficial ativo foi conduzido
com prudência, e sua franqueza e afabilidade
ganharam-lhe a estima universal. O apego do
Grão-Mestre à Sociedade era tão óbvio, que os
Irmãos, em testemunho de sua gratidão pelos
grandes serviços de Sua Senhoria, reelegeram-no
no dia 3 de abril de 1753; E durante sua
presidência, patentes provinciais foram emitidas
para Gibraltar, as ilhas Bahamas, New York,
Guernsey, Jersey, Alderney, Sark, e Mann;
Igualmente para Cornualha, e os condados de
Worcester, Gloucester, Salop, Monmouth, e
Hereford.
Neste momento a Sociedade na Escócia
parece ter estado em um estado florescente. Sob
os auspícios de George Drummond esq., o Grão-
Mestre dos Maçons daquele reino, as Lojas
tinham aumentado consideravelmente em
número. Esse cavalheiro havia servido três vezes
no cargo de Lorde Reitor de Edimburgo, e estando
à frente do Senado naquela cidade, estava ansioso
para promover todos os esquemas que poderiam
acrescentar à importância e esplendor da
metrópole de seu país natal. Com este ponto de
vista, ele planejou, e depois completou, aquela
elegante série de edifícios chamado “The New
Exchange of Edinburgh”, ele colocou a pedra
fundamental em 13 de setembro de 1753, como
Grão-Mestre. Um acontecimento tão notável nos
anais da Maçonaria justamente merece atenção, e
não pode deixar de prestar contas de uma
cerimônia tão esplêndida e conduzida com tanta
15
regularidade, interessante para todo Irmão que
tem a honra da Sociedade no coração.
No início da manhã do dia marcado para a
celebração desta cerimônia, um magnífico arco do
triunfo, no verdadeiro estilo Augustino, foi aberto
à vista do público; foi erguido na entrada que
conduz ao lugar onde a pedra de fundação do
edifício pretendido devia ser colocada. Nos
nichos entre as colunas de cada lado da entrada
haviam duas figuras, representando
GEOMETRIA e a ARQUITETURA, cada uma
tão grande quanto a vida. No friso do
entablamento, que era da ordem coríntia, estavam
as seguintes palavras: QUOD FELIX
FAUSTUMQUE SIT (Que possa ser feliz e
próspero). No painel do meio da base do sótão,
colocado sobre o entablamento, foi representado
o GENIUS de EDIMBURGO, em uma cadeira de
curule (banco romano em forma de X), sob um
dossel; à sua direita estava um grupo de figuras
representando o senhor prefeito, magistrados, e
conselho, em suas vestes; à sua esquerda estava
outro grupo representando os nobres e cavalheiros
empregados na direção da estrutura pretendida.
Na frente foi colocado o Grão-Mestre, oferecendo
um projeto de intercâmbio, acompanhado por
vários de seus Irmãos adequadamente vestidos. O
conjunto estava decorado com louros e outras
folhas aromáticas, intercalados com festões de
flores.
Às três da tarde, as várias Lojas, com seus
mestres à sua frente, encontraram-se na Mary´s
Chapel, em Niddry´s Wind; e às três e meia foram
em procissão, da capela, a guarda da cidade
cobrindo a retaguarda:
1. Maçons operativos que não pertenciam as
Lojas presentes;
2. Uma banda de trompas francesas;
3. As lojas presentes assim dispostas: a Loja
Militar pertencente ao regimento do
General Johnson’s; a Thistle Lodge; a
Scots Lodge em Canongate; a Holyrood
house Lodge; a Vernon Kilwinning
Lodge; a Canongate de Leith Lodge; a
Dalkeith Lodge; a Lodge of Journeymen
Masons; a Canongate and Leith, Leith and
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
Canongate Lodge; a Leith Kilwinning
Lodge; a Canongate Kilwinning Lodge; a
Mary’s Chapel Lodge, sendo todos os
Irmãos vestidos adequadamente, e os
Mestres com as joias de suas respectivas
Lojas, com seus distintivos de dignidade,
formaram o posto esquerdo de cada Loja.
4. Maçons pertencentes a Lojas estrangeiras;
5. Uma banda de oboé;
a 6. Um Compasso de Ouro, levado por um
Maçom Operativo;
7. Três Grandes Stewards, com bastões;
8. O Grande Secretário, o Grande Tesoureiro
e o Grande Chanceler;
9. Três Grandes Stewards, com bastões;
10. O Esquadro, Nível e Prumo, de ouro,
levados por três Maçons Operativos;
11. Uma banda de trompas francesas;
12. Três Grandes Stewards, com bastões;
13. Os grandes Vigilantes;
14. A Cornucópia e o Maço de Ouro, levados
por um oficial da Grande Loja, e um
Maçom operativo;
15. O Grão-Mestre, apoiado por um Past
Grão-Mestre, e o Adjunto atual.
A procissão foi fechada com um corpo de
Maçons operativos; e todos os Irmãos, chegando
exatamente a 672, caminharam a vista.
À frente do Niddry’s Wind, a cavalgada foi
recebida por 150 militares e uma companhia de
granadeiros, em duas linhas, sob as armas, que
escoltavam a procissão; metade dos granadeiros
marchando na frente e a outra metade na
retaguarda, com baionetas fixas. À medida que a
procissão passava pela guarda da cidade, uma
companhia era fechada, com os oficiais
apropriados à sua frente, que saudavam o Grão-
Mestre com honras militares, batidas de bateria e
música. Quando a procissão chegou ao
Parlamento, as tropas formaram uma linha, como
fizeram também os Maçons dentro dessa linha. O
Grão-Mestre e os oficiais da Grande Loja fizeram
então uma parada no canto noroeste do final e
enviaram uma mensagem ao Concil House
(Câmara do Conselho), para informar aos
magistrados que os Irmãos estavam prontos para
16
recebê-los; no qual o senhor prefeito, magistrados
e conselheiros, em suas vestes, precedidos pelos
oficiais da cidade, com a espada e o bastão,
acompanhados por vários dos senhores na direção
dos edifícios pretendidos, passaram pelas linhas
formadas pelos soldados e os maçons; Quando o
Grão-Mestre, devidamente apoiado como antes,
precedido de seus oficiais, e tendo suas joias
carregadas diante dele, marchou para o lugar onde
a cerimônia devia ser realizada, e passou pelo
Arco do Triunfo erguido para a ocasião, e as Lojas
de acordo com a antiguidade. No lado Oeste do
lugar onde a pedra estava para ser colocada foi
erguido um teatro, coberto com tapeçaria e
enfeitado com flores, para o senhor prefeito,
magistrados, conselho e assistentes; no lado Leste
foi erguido outro teatro para o Grão-Mestre e seus
oficiais, sobre o qual foi estabelecida uma cadeira
para o Grão-Mestre. Antes da cadeira havia uma
mesa coberta de tapeçaria, sobre a qual estavam
colocados dois vasos de prata, cheios de vinho e
de azeite; as joias de ouro; e a cornucópia, que
haviam sido carregados na procissão. Os Mestres,
os Vigilantes e os Irmãos das várias Lojas foram
arrumados então nas galerias corretamente como
cabia a ocasião.
A cerimônia de colocar a pedra começou. Por
ordem do Grão-Mestre Adjunto, a pedra foi
lançada em uma roldana e, após três paradas
regulares, desceu gradualmente até o chão,
durante o qual o hino maçônico foi cantado,
acompanhado pela música, todos os Irmãos se
juntando ao coro. O Grão-Mestre, apoiado como
antes, precedido por seus oficiais, e os maçons
operativos carregando as joias, desceram do teatro
para o local onde a pedra estava e passaram por
uma linha formada pelos oficiais da Grande Loja.
O Grão-Mestre Adjunto depositou na pedra, em
cavidades feitas para o efeito, três medalhas com
os seguintes dispositivos: De um lado, estavam as
efígies do Grão-Mestre de perfil, investidas com
a fita oficialmente usada por ele; e na frente, um
panorama da Enfermaria Real, com a seguinte
inscrição:
DRUMMOND, ARCHITECT. SCOT.
SVMMVS MAGIS EDIN. TER COS.
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
GEORGE DRUMMOND, da Sociedade dos
Maçons Livres da Escócia, Grão Mestre, três
vezes Reitor de Edimburgo.
No verso estava uma perspectiva do
edifício, na qual estava inscrito no círculo:
VRBI EXORNANDÆ CIVIVMQUE
COMMODITATI,
Por adornar a cidade e a conveniência de seus
habitantes
E por baixo:
FORI NOVI EDINBVRGENSIS POSITO
LAPIDE PRIMO ORDO PER SCOTIAM
ARCHITECTONICUS EXCUDI JUSSIT, xiii
SEPTEMBRIS 1753.
A primeira pedra do novo edifício de Edimburgo
que está sendo colocada, a irmandade dos
Maçons através da Escócia requisitou esta
realização, 13 de setembro de 1753.
As outras medalhas continham as efígies
como acima, e no verso os braços dos Maçons,
encerrados no colar de Santo André, com a
seguinte inscrição:
NO SENHOR É A NOSSA CONFIANÇA.
O Past Grão-Mestre e o Adjunto se
retiraram, dois Maçons operativos vieram em seu
lugar, e ajudaram o Grão-Mestre a virar a pedra e
colocá-la no seu local. O Grão-Mestre, em
seguida, tendo sua posição no Leste da pedra, com
o adjunto à esquerda, e os seus Vigilantes no
oeste, o operativo que carregava o esquadro o
entregou ao Adjunto, que o apresentou ao Grão-
Mestre; e ele, aplicando-a na parte da pedra que
era quadrada, devolveu-a ao operativo. O
operativo que carregava o prumo entregou-o
então ao Adjunto, que o apresentou também ao
Grão-Mestre, e ele, aplicando-o às bordas da
pedra, mantendo-a erguida, devolveu-a ao
operativo. Do mesmo modo, o operativo, que
carregava o nível, entregou-o ao Adjunto, e ele o
apresentou ao Grão-Mestre, que o aplicou acima
da pedra em várias posições, e devolveu-o ao
operativo. O maço foi então apresentado ao Grão-
Mestre, que deu três pancadas na pedra, que foi
seguido por três huzzes dos Irmãos. Um hino foi
então cantado, acompanhado pela música;
durante o qual a cornucópia e os dois vasos de
17
prata que continham o vinho e o azeite foram
trazidos à pedra. A cornucópia foi entregue ao
Adjunto, e os vasos aos Vigilantes. Concluído o
hino, o Adjunto apresentou a cornucópia ao Grão-
Mestre, que despejou as espigas de milho sobre a
pedra. Os vasos de prata foram então entregues
pelos Vigilantes ao Adjunto, e por ele apresentado
ao Grão-Mestre, que derramou o conteúdo sobre
a pedra, dizendo: “Que a mão generosa do céu
abasteça esta cidade com abundância de milho,
vinho, óleo e todas as outras conveniências da
vida!” Isto foi sucedido por três huzzes, após o
qual um hino foi cantado. O Grão-Mestre, então,
repetiu estas palavras: “Como já colocamos esta
pedra de fundação, que o Grande Arquiteto do
Universo, de sua bondosa providência, nos
permita continuar e terminar a obra que agora
começamos, que ele seja guardião deste lugar e
da cidade em geral, e ele possa preservá-lo da
decadência e ruína para seus descendentes. A
cerimônia foi concluída com uma breve oração
pelo soberano, pelo senado da cidade, pela
fraternidade dos Maçons e por todo o povo.” A
música foi retomada e o Grão-Mestre voltou à sua
cadeira, em meio aos aplausos dos Irmãos.
O Grão-Mestre então dirigiu-se ao senhor
prefeito, magistrados e conselho, em um discurso
apropriado, em que agradeceu a honra que lhe
haviam feito em testemunhar o ato de lançar a
pedra fundamental da estrutura pretendida e
expressou seu sincero desejo de que eles e seus
sucessores fossem instrumentos felizes para
transmitir a grande e boa obra que estava agora
começado, e ofereceu uma perspectiva tão justa
de sucesso; E ele esperava sinceramente que
pudesse acrescentar, não só ao ornamento e
vantagem da cidade de Edimburgo, mas ser o
meio de assegurar-lhes uma honra duradoura e
transmitir suas memórias aos seus descendentes.
Em seguida, dirigiu-se aos empreiteiros da obra
sobre a importância da confiança depositada
neles, e recomendou entusiasmo e assiduidade a
todos os operários.
Os magistrados então despediram-se e os
Irmãos retomaram a procissão ao palácio da Santa
Casa, escoltados pelos militares como antes, em
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
meio a uma imensa multidão de espectadores. Ao
chegar ao palácio, o Grão-Mestre, em nome de si
próprio e de seus Irmãos, devolveu ao oficial
comandante das tropas os seus mais reconhecidos
agradecimentos pelo auxílio que havia dado. Os
Irmãos entraram então na corte interna do palácio
e formaram um esquadro, para receber o Grão-
Mestre e seus oficiais com toda a honra devida;
que, seguidas pelas Lojas de acordo com a
antiguidade, procedeu à grande galeria, onde um
entretenimento elegante foi fornecido, e a maior
harmonia prevaleceu. Às nove horas da noite, a
companhia se desfez.
Tal era a regularidade observada durante a
cerimônia do dia, que, apesar das multidões de
pessoas que foram coletadas na ocasião, o todo foi
concluído sem um único acidente.
O marquês de Carnarvon (depois duque de
Chandos) sucedeu o Lorde Carysfort no cargo de
Grão-Mestre da Inglaterra, em março de 1754.
Começou sua administração ordenando que o
Livro das Constituições fosse reimpresso, sob a
inspeção de uma comissão, consistindo dos
Grandes Oficiais e alguns outros respeitáveis
Irmãos. O zelo do Grão-Mestre e a atenção aos
verdadeiros interesses da Sociedade foram
mostrados em todas as ocasiões. Ele presenteou à
Grande Loja com uma grande joia de prata, com
uma camada de ouro, para uso do Tesoureiro,
sendo chaves cruzadas em um nó esmaltado com
azul; e deu várias outras provas de seu apego.
Logo após a eleição do marquês de
Carnarvon, a Grande Loja tomou em
consideração uma queixa contra alguns Irmãos,
por se reunirem, sem qualquer autoridade legal,
sob a denominação de Maçons Antigos; e que,
como tal, se consideravam independentes da
Sociedade, e não sujeitos às leis da Grande Loja,
ou ao controle do Grão-Mestre. O Dr.
Manningham, Grão-Mestre Adjunto, apontou a
necessidade de desencorajar tais reuniões, como
sendo contrária às leis da Sociedade e
abertamente subversiva da lealdade devida ao
Grão-Mestre. Nessa representação, a Grande Loja
resolveu que a reunião de quaisquer Irmãos sob a
denominação de Maçons, além de Irmãos da
18
antiga e honorável Sociedade dos Maçons Livres
e Aceitos, estabelecida no sistema universal, é
inconsistente com a honra e o interesse do Craft e
um grande insulto ao Grão-Mestre e a todo o
corpo de maçons. Em consequência desta
resolução, quatorze Irmãos, que eram membros de
uma Loja realizada na Ben Johnson’s head, em
Pelham-Street, Spitalfields, foram expulsos da
Sociedade, e essa Loja foi apagada da lista.
Nenhum Grão-Mestre precedente
concedeu tantas autorizações provinciais como o
marquês de Carnarvon. No dia 7 de outubro de
1755, seu senhorio nomeou um Grão-Mestre
Provincial para Durham, e logo após uma Loja
muito respeitável foi constituída em Sunderland
sob os auspícios de sua senhoria. Em menos de
dois anos as seguintes patentes foram emitidas por
seu senhorio: para a Carolina do Sul; para o Sul
do País de Gales; para Antígua; para toda a
América do Norte onde nenhum Provincial
anterior tinha sido nomeado; para Barbados, e
todas as outras ilhas de sua majestade ao
barlavento de Guadalupe; para St. Eustatius,
Cuba, e St. Martin’s, ilha holandesa do Caribe na
América; para a Sicília, e as ilhas adjacentes; para
todos os domínios da sua majestade na Alemanha,
com o poder de escolher seus sucessores; e para o
condado palatino de Chester e a cidade de
Chester.
A maior parte destas nomeações parecem
ter sido meros subsídios honoríficos em favor dos
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
indivíduos, poucos tendo sido assistidos com
qualquer vantagem real para a Sociedade.
O marquês de Carnarvon continuou a
presidir a Fraternidade até o dia 18 de maio de
1757, quando foi sucedido por Lorde Aberdour,
durante cuja mestria a Grande Loja votou, entre
outras instituições de caridade, a soma de
cinquenta libras para ser enviado à Alemanha,
para ser distribuído entre os soldados que eram
Maçons no exército do príncipe Ferdinand,
fossem Ingleses, Hanoverians ou Hessians e esta
soma foi remetida logo após ao general Kingsley
para o propósito pretendido.
Estes foram os principais procedimentos
da Fraternidade durante o reinado de George II,
que em 5 de outubro de 1760, expirou, em seu
palácio em Ken Sington, aos 77 anos de idade e
aos 34 anos de seu reinado.
Este período parece ter sido a era dourada
da Maçonaria na Inglaterra; as ciências foram
cultivadas e melhoradas, a arte real foi
diligentemente propagada, e a verdadeira
arquitetura claramente compreendida. A
Fraternidade foi honrada e estimada; as Lojas
padronizadas por características elevadas; e a
caridade, a humanidade e a benevolência
pareciam ser as características distintivas dos
Maçons.
Fonte
Texto de autoria de Luciano R. Rodrigues,
publicado em www.oprumodehiram.com.br.
19
 A INCONFIDÊNCIA MINEIRA
Causas
1 - As ideias libertárias de John Lock
(1632-1704) levaram, na França do século XVIII,
à implantação do Iluminismo do qual tomaram
parte François Marie de Voltaire, Diderot,
D'Alembert, Jean Jacques Rosseau, Condorcet e
outros, formando um corpo de ideias que resultou
na extinção do "Direito Divino dos Reis",
sustentáculo das Monarquias Absolutistas.
Na França, essas ideias fundiram-se com a
divisa maçônica Liberté, Igualité e Fraternité,
irradiadas pela Europa onde quer que existissem
Lojas Maçônicas, alcançando em seguida as
Américas do Sul e do Norte. Essa divisa maçônica
foi o combustível para a Independência das Treze
Colônias Inglesas, havendo a participação de
notáveis Maçons, entre eles Benjamin Franklin e
Thomas Jefferson, este o autor da Declaração da
Independência dos Estados Unidos da América,
em 4 de julho de 1776, ao mesmo tempo em que
se preparava a Revolução Francesa de 1789,
pondo fim à monarquia absolutista com a Queda
da Bastilha.
2 - A propagação das citadas ideias no
Brasil através dos ex-universitários procedentes
de Coimbra, Montpellier, Bordéus e Londres.
3 - A cobrança do "Quinto", a partir do ano
de 1700, ou seja, a cobrança obrigatória de 20%
de toda produção aurífera, enviada para as arcas
portuguesas.
Falando-se da Maçonaria, não se sabe ao
certo quando ela penetrou no Brasil. Sabe-se que
de 1768 a 1778, foram matriculados na
Universidade de Coimbra 457 estudantes
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
brasileiros dos quais apenas 157 bacharelaram-se,
Muitos transferiram-se para Montpellier e
Bordéus na França. Retornando ao Brasil, um
deles, Dr. José Álvares Maciel, natural de Vila
Rica, bacharel em Ciências Naturais, Iniciado
Pedreiro-Livre na Europa, fundou muitas Lojas
Maçônicas em Minas, no Rio e em São Paulo
juntamente com aqueles ex-universitários que
também retornaram. Essas Lojas Maçônicas eram
camufladas sob denominações diversas: Arcádia,
Clube, Sociedade, etc., tendo como objetivo a
derrubada da concepção medieval do
Absolutismo, alimentando um fim principal:
tornar o Brasil independente da Coroa
Portuguesa. Era este o sonho do incontestável
líder da Inconfidência Mineira: o famosíssimo
Tiradentes.
Afinal, quem era este homem? Joaquim
José da Silva Xavier nasceu na Fazenda Pombal,
distrito de São José D’el Rei (hoje Tiradentes),
Capitania de Minas Gerais em 1746. Filiação:
Domingos da Silva Santos (português) e Antônia
da Encarnação Xavier (brasileira). Foi batizado na
Capela da Fazenda onde nasceu, Foram
padrinhos: o cirurgião-dentista Sebastião Ferreira
Leitão e Nossa Senhora da Ajuda. Em 1755
faleceu a sua mãe e, em 1757, quando contava 11
anos de idade, faleceu seu pai. Joaquim José era o
4° entre sete irmãos. Dois deles foram padres:
Domingos e Antônio, José fez-se Capitão, e três
irmãs: Maria, Eufrasina e Antônia. Com a morte
dos pais desfez-se a família e "cada uma foi para
um canto". Joaquim José foi para a companhia de
seu tio e padrinho, Sebastião Ferreira Leitão, que
20
ensinou-lhe o ofício de arrancar dentes, daí o seu
apelido. Outro padrinho de Joaquim José foi o
Padre João Gonçalves Chaves que lhe deu
instrução ensinando-lhe, inclusive, o Latim e a
Língua Francesa que Joaquim José dominava e
falava fluentemente.
O Tiradentes Maçom
Quem iniciou Tiradentes? Há
historiadores que afirmam ter sido José Álvares
Maciel. Por outro lado, o probo historiador
Joaquim Felício dos Santos (1828-1895) em
“Memórias do Distrito Diamantino”, afirma: “Os
conjurados eram todos Iniciados na Maçonaria,
introduzida por Tiradentes quando por aqui
passou vindo da Bahia para Vila Rica".
Raymundo Fernando Queiroz Vargas,
citando Viriato Corrêa, em seu livro" Terra de
Santa Cruz" confirma: "A Capital baiana era o
centro da efervescência maçônica". Há quem
afirme que Tiradentes foi iniciado no Rito
Moderno. E, ali mesmo, no Arraial do Tijuco,
Comarca do Serro Frio (atualmente Diamantina),
foi fundada por Tiradentes a primeira Loja
Maçônica do Tijuco e, talvez de Minas Gerais,
Iniciando o Padre José da Silva de Oliveira Rolim
e depois o Dr. José Vieira Couto, médico
naturalista, e seus irmãos.
Quem eram eles? Um é Joaquim José
Vieira Couto. Outro, pelo sobrenome usado, faz-
nos crer que era Manuel Vieira Couto, Tenente-
Coronel de Milícias, Comandante do Segundo
Regimento de Cavalaria e que na Solenidade de
Juramento à Constituição Portuguesa, em 1821,
quando o Brasil ainda não estava Independente,
no mesmo Arraial do Tijuco, no uso da palavra,
iniciou seu discurso dizendo: - "Companheiros de
armas! Tendo já rendido graças ao Supremo
Árbitro do Universo e dos Impérios por se dignar
proteger as causas portuguesas", etc.
O linguajar de Manuel Vieira Couto
condiz com a sua condição de Maçom. Deve, pelo
visto, ter sido Iniciado por Tiradentes, porém seu
nome não consta entre os inconfidentes ou pelo
menos o era, camufladamente.
Muito embora a História oficial não
registre ou não queira considerar, cabe-nos citar a
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
obra mediúnica intitulada “Confidências de um
Inconfidente”, ditada pelo espírito de Tomás
Antônio Gonzaga. Veja-se às páginas 158 e 159
da 9a Edição que, numa conversa informal entre
T.A. Gonzaga, Claudio Manoel da Costa e o
artista Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho),
há a seguinte afirmação de Gonzaga referindo-se
ao Tiradentes: - "Ele já é um dos nossos. Apenas
não houve tempo ainda para sua Iniciação", isto
em nota de rodapé. Consta também, na mesma
nota de rodapé, uma reunião que aconteceu em 27
de dezembro (sem citar o ano), dia de São João
Evangelista, data importante para a Maçonaria.
Naquela reunião realizada na casa de Francisco
de Paula Freire de Andrade, Tenente-Coronel,
estava presente o Irm José Álvares
Maciel. Foi dito que "Não se tratava da Iniciação
de Aprendiz, mas a de Venerável, a mais elevada
categoria da Loja".
Com esses elementos fica esclarecido que
Tiradentes, já Iniciado Pedreiro-Livre na Bahia,
como foi visto antes, aqui foi Iniciado em Grau
de Mestre Maçom por José Álvares Maciel.
Estabelecida a ideia de liberdade entre os
inconfidentes, organizaram-se núcleos maçônicos
em diversos lugares: Vila Rica, Mariana, Tijuco e
Rio de Janeiro com a participação de literatos,
artistas, botânicos, mineralogistas, médicos,
comerciantes ricos, etc., em conciliábulos na
calada da noite, por ser proibido ser Pedreiro-
Livre quer fosse em Portugal, quer fosse no Brasil
Colônia.
Eram líderes: Dr. Cláudio Manoel da
Costa, Dr. Tomás Antônio Gonzaga, Dr. Inácio
José de Alvarenga Peixoto, Cônego Luis Vieira da
Silva, Padre Carlos Corrêa de Toledo, Padre José
da Silva Rolim, Tenente-Coronel Francisco de
Paula e, depois, Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes. Essas reuniões eram muito frequentes
na casa de Cláudio Manoel, na casa e na chácara
do Tenente-Coronel Francisco de Paula, bem
como na casa do pai do Padre Rolim no Tijuco.
Para muitos, o Dr. Cláudio Manoel era um
dos principais líderes do movimento, porém, o
motor que movia aquela portentosa engrenagem
era o Alferes Tiradentes com seu vozeirão,
21
coragem, sagacidade, determinação e experiência
de vida. A partir de 1761, além de trabalhar como
dentista prático, Joaquim José transportava
mercadorias, como mercador ambulante, entre as
Capitanias de Minas e Bahia.
Em 1775, desprovido de recursos
financeiros, Tiradentes sentou Praça no
Regimento de Cavalaria de Minas Gerais, sendo
admitido no posto de Alferes "por sua utilíssima
habilidade técnica de dentista”. Em 1781 foi
escolhido e nomeado Comandante da patrulha do
Caminho Novo, entre Minas e Rio de Janeiro,
para construir a estrada, ou melhor, fiscalizar o
ouro e os diamantes que por ali passavam
destinados à Coroa Portuguesa. Tiradentes ficava
indignado porque tudo era proibido: imprensa e
correios facilitariam a comunicação entre as
localidades próximas ou distantes; fábricas se
construídas prejudicariam o monopólio comercial
português havendo, também, a corrupção por
parte de mineradores e juízes desonestos e outras
coisas mais. Tiradentes pensava: “Como o povo
miserável, estarrecido, aterrado, silenciava suas
dores, era preciso alguém falar por ele."
Em 1786 e 1787, na França, militava José
Joaquim da Maia sob o pseudônimo de Vendek,
que na realidade era uma Missão, da qual
participavam outros Irmãos brasileiros em
Montpellier e Bordéus. Maia solicitou ajuda ao
embaixador americano na França, Thomas
Jefferson, primeiramente por cartas e, depois, por
encontros pessoais que manteve com ele.
Jefferson acolheu com simpatia a
solicitação de Joaquim da Maia e fez um extenso
relatório ao seu superior nos Estados Unidos, com
base nas informações recebidas do emissário dos
iluministas brasileiros, impregnados da ideia de
emancipação do Brasil-Colônia. Oficialmente,
Jefferson nada pode fazer de concreto, tendo em
vista sua posição diplomática. Entretanto,
extraoficialmente, com o seu prestígio,
credenciou Maia junto aos comerciantes
revolucionários de Bordéus os quais se
comprometeram a enviar três navios de
suprimentos para o Rio de Janeiro tão logo
principiasse o levante em Vila Rica.
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
Um dos encontros de Joaquim da Maia
com Thomas Jefferson ocorreu em março de 1787
na cidade de Nimes próxima a Montpellier. Antes
de chegar a Nimes, Jefferson avisou por carta de
19 de março e nela fazendo uma alusão a “um
viajante estrangeiro que chegou hoje". Quem
seria ele? Diz-nos R. Fernando: "O Viajante
Estrangeiro que chegou hoje era o chefe dos
inconfidentes mineiros: Tiradentes", grande
entusiasta da América Inglesa. Sabe-se que
Tiradentes tinha como livro de cabeceira a
Coleção das Leis Constitutivas das Colônias
Inglesas Confederadas sob a denominação de
Estados Unidos da América Setentrional e que ele
lia diretamente na tradução para o Francês. Após
esta reunião na cidade de Nimes, Jefferson teria
se encontrado pela última vez com Joaquim da
Maia em Bordéus tendo, inclusive, a participação
do Pedreiro-Livre e estudante de Medicina
Domingos Vidal. Depois do entendimento de
Jefferson com Joaquim da Maia, este resolveu
regressar definitivamente para o Brasil, mas ao
chegar em Lisboa veio a falecer de tuberculose
evolutiva em março de 1778. Antes de sua morte
transmitiu a José Álvares Maciel todo o conteúdo
das reuniões que teve com embaixador
americano.
Sabe-se que Tiradentes solicitou licença
do Regimento de Cavalaria por dois meses em
02/03/1787, para ir ao Rio de Janeiro, conforme
certidão, obtendo depois prorrogação por mais
dois meses em 05/03/1788. Excedendo o prazo,
teria regressado para Vila Rica, apresentando-se
ao Regimento em 28/08/1787, após 18 meses.
Diz-nos Raymundo Fernando em seu livro “A
Verdadeira Face da Inconfidência Mineira”, à
pág. 175: " Não houve movimentação alguma do
Alferes Tiradentes entre o Rio de Janeiro e Minas
Gerais entre março de 1787 e fevereiro de 1778.
Tiradentes viajava incognitamente sempre com o
beneplácito de seu Comandante, Tenente
Coronel Francisco de Paula Freire que era seu
companheiro de Fraternidade e que pertencia ao
mesmo Partido do Rio de Janeiro, o mesmo que
delegou a Missão Vendek, a Joaquim da Maia".
O certo é que Tiradentes estava no Rio de
22
Janeiro, em fevereiro de 1788, quando surgiram
notícias de encontros seus com o Padre Rolim
(ambos trabalhando pela revolução).
Paralelamente, Tiradentes apresentou vários
projetos às autoridades, tais como: canalização
das águas dos rios Andaraí e Maracanã; linha de
barcas ligando a cidade do Rio de Janeiro à praia
Grande em Niterói e a construção de um armazém
para recolhimento do trigo no porto do Rio de
Janeiro. Tudo emperrou na burocracia e nada
pode ser feito. Esses melhoramentos faziam parte
das instruções anteriores, transmitidas por
Jefferson à Missão Vendek.
Também é certo que Tiradentes foi a
Lisboa onde fez uma petição à Rainha (transcrita
à pág. 178 do Livro de Raymundo Fernando) na
qual solicitou licença por um ano para tratar,
naquela cidade, da casa que possuía e que estava
em estado deplorável de conservação. O despacho
da Rainha foi favorável nos seguintes termos:
"Faço saber que aos que esta minha Provisão
virem a saber que por parte de Joaquim José da
Silva Xavier, Alferes da Cavalaria de Minas, se
me apresentou que em razão de ter algumas
dependências de sua casa em esta cidade e se lhe
estavam cada vez mais deteriorando os seus bens
pela falta de assistência não podendo dar o
precioso remédio sem vir a esta Corte, com
licença minha me pediu fosse servida ... "
Fica assim constatado que a ida de
Tiradentes a Lisboa referia-se à conservação de
sua casa, provavelmente herança recebida de seu
pai que era português. Entretanto, havia algo mais
importante: o contato que manteve com Joaquim
da Maia e Thomas Jefferson referia-se à
Independência do Brasil Colônia. José Álvares
Maciel que estava na Europa, chegou ao Rio de
Janeiro em junho de 1788 e estava sendo
ansiosamente aguardado pelos companheiros:
Tiradentes, Padre Rolim e comerciantes ricos que
integravam o Partido (Partido da Liberdade).
Maciel fez o relato de sua Missão na Inglaterra
onde fora, também, pedir ajuda para o
movimento, sem sucesso. Maciel colocou-os a
par das informações de Montpellier, Bordéus e
Nimes que lhe foram passadas por Joaquim da
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
Maia. Tudo minuciosamente analisado,
Tiradentes, Padre Rolim e Maciel foram a Vila
Rica, sede do movimento, para comunicar o
resultado da Missão Vendek e tratar do plano de
ação da Rebelião.
Em 26/12/1788 teve lugar na casa do
Tenente Coronel Francisco de Paula, cunhado de
Álvares Maciel, uma reunião na qual ficou
deliberada a Proclamação da República, apesar de
alguns conspiradores optarem pela Monarquia
Constitucional. Tiradentes, que era republicano,
disse referindo-se ao Governador Barbacena:
“Sinto em mim o valor necessário para pôr esse
general de Paraibuna abaixo! Que vá para o
Reino e que diga lá que não precisamos deles:
Somos mazombos (brasileiros, filhos de
portugueses) e sabemos governar". A palavra
rnazornbo, cheia de mistério, parecia significar
Maçom. Instalada a República com capital em
São João D’el Rei, a Universidade em Vila Rica,
Abolição da Escravatura, Escolas Públicas,
Construção de Fábricas, etc. Tiradentes propôs
ainda: a Bandeira do Movimento: um Triângulo
Maçônico em vermelho, sobre fundo branco,
significando a Santíssima Trindade e,
naturalmente como Símbolo Maçônico do Livre
Pensamento.
O Dr. Alvarenga Peixoto sugeriu a
inscrição latina: LIBERTAS QUAE SERA
TAMEN - "liberdade ainda que tardia", extraída
da Bucólica, Écloga I do poeta Virgílio Maronis,
tudo aprovado pelos Irmãos ali reunidos. Em
março de 1789, num domingo, durante um
almoço na Chácara Cruzeiro do Tenente Coronel
Francisco de Paula, dando-nos a perceber que foi
a última reunião dos inconfidentes. Estavam
presentes: o Padre Rolim, Álvares Maciel e
muitos outros, entre eles Tiradentes que acabara
de chegar do Rio de Janeiro e que fez o relato dos
últimos acertos sobre a Revolução. Nesta reunião
trataram do esquema tático para a reação, tendo
como motivo principal a “Derrama" que seria a
terceira e o povo, como nas anteriores,
completaria com seus próprios recursos o que
faltasse para completar o equivalente a 530
arrobas de ouro destinadas a Portugal. Ali
23
mesmo, traçaram O plano de ação que dependeria
das tropas arregimentadas por Tiradentes no Rio
e que se juntariam ao Regimento do Tenente
Coronel Francisco de Paula, e ao reforço de 100
homens e pólvora trazidos pelo Padre Rolim,
cerca de 100 homens da Vila de São José e as
colaborações de outras cidades, inclusive de São
Paulo. O estopim da sublevação seria o dia da
Derrama a ser anunciada pelo Governador
Barbacena. Os conjurados estabeleceram a senha,
espécie de palavra de passe: 'Tal dia é o
batizado".
Como não faltam traidores, logo o Tenente
Coronel Joaquim Silvério dos Reis que fora
convidado pelo Sargento-Mor Luiz Vaz de
Toledo para fazer parte da rebelião, tudo sabendo,
fez a denúncia ao Governador Barbacena que
seria preso e teria a cabeça cortada pelo
destemido Alferes Tiradentes. Barbacena que não
queria ser preso e muito menos ter a cabeça
cortada suspendeu a Derrama em 23/03/1789 e
imediatamente comunicou-se com o Vice-Rei
Luis de Vasconcelos, através do próprio Silvério
dos Reis.
Iniciaram-se as prisões e logo depois os
interrogatórios que se prolongaram por três anos.
Na Conjuração Mineira, conforme a sentença
final, somaram-se 34 implicados: 2 não eram
conjurados, mas foram severamente castigados; 5
eram padres que tiveram sentença à parte; 8
foram absolvidos; 17 foram para o degredo
perpétuo e 2 mudaram de plano: Claudio Manuel
da Costa que teria se suicidado na prisão, mas
provavelmente assassinado. Entre eles 10 foram
condenados à forca, porém a Rainha D. Maria I,
por clemência, salvou-os do suplício, indo apenas
o Alferes para o patíbulo, o mesmo que teve a
coragem de dizer: “Desejaria ter mais dez vidas
e pode-las dar a todos eles. Se Deus me ouvira só
eu morreria e não eles."
Acrescente-se que foram três os traidores:
Joaquim Silvério, Basílio Malheiros e Inácio
Correia Pamplona. O principal deles, Joaquim
Silvério dos Reis, trocou a Conjuração pelo
perdão da grande dívida que tinha para com a
Coroa Portuguesa. Tudo consumado, foi embora
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
com D. Bernardina (esposa), para o Maranhão
usando o nome de Joaquim Silvério Montenegro.
Na bibliografia apresentada há quem afirme: foi
embora para o “longínquo Piauí", (considere-se
que na época o Piauí era jurisdicionado ao
Maranhão).
O Vice-Rei Dom Luis de Castro, Conde de
Rezende, providenciou uma festa pomposa para a
execução de Tiradentes com aparato militar de
4.000 homens em uniforme de gala. A noite de 20
para 21 de abril Tiradentes passou-a na Cadeia
Pública (Palácio Tiradentes de hoje) na Praça XV.
Teve assistência religiosa por Frei Raimundo
Penaforte. Ainda na madrugada foi preparado
pelo carrasco, Jerônimo Capitania que foi ao local
onde estava Tiradentes e solicitou-lhe que tirasse
a roupa e revestiu-lhe com o roupão branco, a alva
dos condenados. Colocou-lhe o baraço no
pescoço e amarrou-lhe os pulsos colocando neles
um crucifixo de dois palmos.
Às 6 horas da manhã os sinos dobraram e,
antes da saída do cortejo, após as 8 horas da
manhã, Capitania pediu-lhe desculpas porque ia
enforcá-lo. Tiradentes com humildade respondeu:
"Oh! Meu amigo! Deixe-me beijar os pés e as
mãos" o que foi feito. O carrasco chorou.
No percurso do cortejo fúnebre da Cadeia
Pública até o Campo de São Domingos, hoje
Praça Tiradentes, as casas que davam frente para
as ruas, por onde passava o cortejo, estavam
ornamentadas por ordem do Conde de Rezende.
Ninguém podia pedir misericórdia para
com aquele líder, já que os soldados portugueses
estavam à espreita, inclusive para verificar se
havia a presença de mazombos que certamente
estariam infiltrados entre o povo. E eles estavam.
Tiradentes caminhava com o baraço no pescoço,
com as mãos amarradas, portando o crucifixo,
acompanhado do carrasco que segurava a outra
ponta da corda. Chegando à Igreja da
Lampadosa, no Adro, ajoelhou-se, assistiu missa
(quem sabe talvez para ele), levantou-se e
caminhou para o patíbulo de 24 degraus, subindo
acompanhado por Frei Penaforte.
Ali estava formado, ao invés de um
círculo, um grande triangulo humano em fila
24
 dupla, formado pelos militares dos três
Regimentos, sob o comando do Coronel José
Vieira Coirnbra, a mando do ajudante-de-ordem,
filho do Conde de Rezende e simpatizante dos
Pedreiros-Livres. Tiradentes viu aquele
simbólico triângulo. Eram 11:00hs da manhã.
Pediu por três vezes ao carrasco que abreviasse a
sua execução. Soando ainda a palavra final do
último procedimento religioso, Tiradentes
bradou ao povo: “Oh! Pátria! Recebe o meu
Sacrifício!" Foi quando o carrasco empurrou-o
para fora do patamar, cavalgando-o para apressar
o estrangulamento, ouvindo-se o toque dos
clarins e o rufar dos tambores. Que festa
macabra! O Conde de Rezende estava feliz!
Dando cumprimento à Sentença, ali
mesmo no patíbulo e não como o afirmam muitos
historiadores, Tiradentes teve a cabeça cortada e
seu corpo esquartejado, conforme sua
Certidão de Óbito aqui transcrita ipsis
litteris: "Certifico que o Réu, Joaquim José da
Silva Xavier foi levado ao lugar da forca
levantada no Campo de São Domingos e nela
padeceu morte natural e lhe foi cortada a cabeça
e o corpo dividido em quatro quartos e de como
assim passou na verdade, lavrei a presente
Certidão e dou minha fé.
Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792.
Francisco Luis Álvares da Rocha"
Em 23 de abril os despojos de Tiradentes
que tinham sido salgados, foram colocados em
surrões de couro cru e conduzidos por bestas de
cargas em direção à Vila Rica e deixados nos
lugares onde ele pregava as suas ideias. Em
Cebolas (atual Inconfidência), distrito de Paraíba
do Sul, deixaram o primeiro quarto dependurado
num poste. Ali em Cebolas morava um dos
amores de Tiradentes, Ana Maria Barbosa. Vendo
aquilo, pediu aos amigos que após seu
falecimento, colocassem aquela parte de
Tiradentes junto ao seu corpo na sepultura. Foi
atendida a sua solicitação. O segundo quarto
deixaram em Varginha; o terceiro em Borda do
Campo (atual Barbacena), e o último quarto foi
deixado além do povoado de Rodeio, nas
proximidades de Conselheiro Lafaiete.
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
Exatamente no dia 21/05/1792 aquele lúgubre
cortejo chegou a Vila Rica onde deixaram a
cabeça de Tiradentes dentro de uma gaiola de
ferro, presa a uma grossa corrente no alto de um
grande poste de candeia para execração pública.
Como no Rio, o Governador da Capitania
decretou festas por três dias, com o mesmo
aparato militar em uniforme de gala, a presença
de autoridades e ao povo descontente tornou
obrigatória a sua participação. Quanto à casa
onde morava Tiradentes foi arrasada e o terreno
salgado para que nada mais germinasse, "Seus
bens confiscados e seus filhos e netos declarados
infames". Eis que esta sentença cruel se estenderia
aos descendentes do herói que "não quis ou não
pode se casar", talvez por ser um andarilho e um
rebelde conspirador. Sabe-se que desejou
consociar-se com Ana, sobrinha do Padre Rolim.
Não foi possível porque ela estava prometida a
outro. Tiradentes ficou desolado. Entretanto,
pontificaram em sua vida várias mulheres e cada
uma dando-lhe um filho. Foram eles:
1- Joaquim Paulo de Oliveira (não é este
o nome verdadeiro) e não identificamos ainda o
nome de sua mãe;
2- João Antônio, filho de Eugênia
Joaquina da Silva. Este foi por ela entregue, por
adoção a seu padrinho, Luis de Almeida Beltrão,
passando depois a chamar-se João de Almeida
Beltrão;
3- Joaquina Josefa, filha de uma viúva de
nome Antônia Maria do Espírito Santo e que
vivia nos arredores de Vila Rica. Joaquina Josefa
deve ser a mesma Joaquina, afilhada do Tenente
Coronel Domingos Fernando de Abreu Vieira,
muito amigo de Tiradentes e um dos conjurados.
Vide Raymundo Fernando (op. cit. p. 174).
Dentre os descendentes de J. José da Silva
Xavier sabe-se que debandaram para outros
lugares, trocando de nome para fugir das
perseguições. É o caso de Joaquim Paulo que aos
17 anos de idade, encontrou-se com seu pai,
Tiradentes em Teresópolis, no ano de 1788,
segundo historiador Armando Vieira. Preso
Tiradentes, em 1789, seu filho Joaquim adotou o
nome de Joaquim Paulo de Oliveira e saiu fora.
25
Anos depois serviu na milícia de D. João VI,
inclusive galgando postos de hierarquia militar.
Por ser muito integro recebeu como recompensa
uma pequena gleba de terra nas proximidades de
Teresópolis no lugar chamado Posse. Conforme
reportagem do JB de 17 de janeiro de 1973. A
descendência de Tiradentes, através de Joaquim
Paulo de Oliveira, portanto há 40 anos, atingia o
número de 300 Indivíduos. Do outro filho de
Tiradentes, João de Almeida Beltrão, sabe-se
que existe também uma numerosa descendência.
É importante notar que Tiradentes, diante
das injustiças sofridas é merecidamente
reconhecido
e homenageado. Vejam que ele é possuidor dos
seguintes títulos: Protomártir da Independência
do Brasil, Patrono da Nação Brasileira pelo
Decreto n° 4.877, de dezembro de 1965, Patrono
das Polícias Militares do Brasil, Patrono da
Odontologia Brasileira. Entre as inúmeras
estatuas e bustos, Tiradentes é, também, nome de
ruas e praças por este Brasil afora. Exemplos: a
Escola e a Praça Tiradentes no Rio de Janeiro e a
Praça Tiradentes em Ouro Preto (MG).
Em 31/07/1822 - Era Vulgar, em sua 8a
Sessão, o Grande Oriente do Brasil reconheceu e
filiou como Primeira Loja, sob o Título distintivo
de "Mineiros Reunidos" ao Oriente de Vila Rica,
isto 30 anos após a morte de Tiradentes, quando
havia remanescentes vivos da Conjuração
Mineira.
Em 1867, uma coluna de pedra foi
colocada em "Memória do Mártir da Liberdade",
por iniciativa do então Governador da Província
de Minas, Joaquim Saldanha Marinho na praça
central de Vila Rica, hoje Ouro Preto. Saldanha
Marinho veio depois a ser Grão-Mestre do GOB
de 1874 a 1879.
Em 15/11/1889, com a Proclamação da
República, conforme o Decreto 155-B, o dia 21
de abril, dia da morte de Tiradentes, passou ele a
ser considerado pessoa-símbolo em
comemoração aos precursores da nossa
Independência.
Em 21/04/1892, os Maçons da antiga Vila
de São José D’el Rei, em cuja circunscrição
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
nascera Tiradentes, colocaram ali uma coluna
comemorativa de seu centenário de morte e
mudaram o nome daquela Vila para "Cidade de
Tiradentes".
Em 1894, o Dr. Afonso Pena, então
Governador do Estado de Minas ergueu uma
grande estátua do Protomártir da Independência,
fazendo parte daquele monumento os nomes dos
inconfidentes, menos os dos padres porque o
processo relativo a eles somente apareceu em
1950.
Em 21/04/1992, por ocasião do
Bicentenário de sua morte, o então Presidente
Collor de Melo inaugurou o Busto de Tiradentes
na Praça dos Três Poderes em frente ao Panteão
da Democracia.
Em 29/12/1936, por um gesto
extremamente humanitário do então Presidente
Vargas, as cinzas dos corpos de 13 inconfidentes
foram repatriadas, vindas de Angola e
Moçambique. Chegaram a bordo do navio Bagé.
As urnas foram expostas à visitação pública no
Touring Clube e na então Catedral Metropolitana
na Rua Primeiro de Março. Foram depois
transferidas para o Museu da Inconfidência em
Ouro Preto.
Não esqueçamos a homenagem prestada
aos inconfidentes pelo mestre Lisboa, ou seja,
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que
trabalhava junto com o pintor Manoel da Costa
Atayde. Ambos eram Pedreiros-Livres e
trabalhavam para as Igrejas e irmandades
religiosas, empregando o simbolismo maçônico,
o que os padres não percebiam. Do mestre Lisboa
são os Doze Profetas Bíblicos no Adro da
Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em
Congonhas, obra realizada a partir de 1796, onde
cada Profeta representa um inconfidente.
Para exemplificar, Isaias é Tiradentes e
Abdias é Francisco de Paula, portanto, uma
grande homenagem aos companheiros de ideal.
Também, do Mestre Atayde, no forro da Igreja de
São Francisco de Assis, em Vila Rica, deixou
gravado notas musicais do hinário maçônico.
Preferencialmente, o Mestre Atayde usava
em suas obras a cor vermelha, significando a
26
Igualdade, a branca a Liberdade e a azul a
Fraternidade Universal.
Concluindo, não se pode pensar na
Independência do Brasil, omitindo a participação
dos Pedreiros-Livres. Sabe-se que a Maçonaria já
se fazia presente em Todos Santos (BA), em
1759, com a fundação da Academia Brasílica dos
Renascidos, naturalmente, sobre a influência de
Sebastião José de Carvalho e Melo, Marques de
Pombal, Iniciado Maçom na Inglaterra e por ser o
todo-poderoso Primeiro-Ministro de D. José I de
1750 a 1777, concedeu " certa liberdade discreta"
às Lojas Lusitanas, ampliando o número delas.
Com o término do Reinado de D. José I e
a queda de Pombal, os Maçons voltaram a ser
perseguidos. Para exemplificar, citamos a prisão
de Hypólito da Costa Pereira, formado pela
Universidade de Coimbra, onde foi Iniciado
Maçom e Diretor da Imprensa Régia. Também foi
preso o Dr. José Joaquim Vieira Couto por haver
ido à Lisboa interceder pelo povo do Tijuco
contra as arbitrariedades do intendente João
Inácio. Lá, aproximando-se de Hypólito da Costa,
também comungante das ideias de liberdade,
foram ambos presos pela polícia de Pina Manique
e entregues à Santa Inquisição que os encarcerou
por alguns anos. Por influência da Fraternidade,
Hypólito foi para a Inglaterra, prestando
relevantes serviços à causa da Independência do
Brasil como redator do Correio Braziliense. O Dr.
Vieira Couto foi solto pelo Marechal Junot,
comandante das tropas napoleônicas, que abriu os
calabouços durante a invasão francesa a Portugal
em 1807. Dr. Vieira Couto, a conselho de
Hypólito da Costa permaneceu em Lisboa, onde
logo depois foi morto pelos portugueses.
É muito importante lembrar que a Revolta
de Felipe dos santos, na Vila Rica de 1720,
mesmo não alimentando a ideia de
Independência, serviu de prelúdio a Inconfidência
Mineira. Felipe dos Santos foi barbaramente
esquartejado e outros movimentos surgiram: o de
1794, no Rio de Janeiro, promovido pela
Sociedade Literária, na verdade uma Loja
Maçônica, fundada em 1786 e que continuou a se
reunir clandestinamente na casa do iluminado Dr.
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
Manoel Inácio da Silva Alvarenga. Houve
denuncia, uma nova Devassa e o movimento foi
extinto com a ajuda do Ministro D. Rodrigo de
Souza Coutinho, grande protetor dos Maçons; o
de 1798, foi na Bahia, a chamada Revolução dos
Alfaiates, cujas ideias eram provenientes da Loja
Cavaleiros da Luz e por último a Revolução
Pernambucana tendo como apoio principal o
Areópago de Itambé, cuja fundação ocorreu em
1796, pelo Padre Dr. Arruda Câmara. Eis que por
ironia do destino um neto de D. Maria I, Iniciado
na Maçonaria, fez o Brasil Independente de
Portugal em sete de setembro de 1822, tornando
público pelo conhecidíssimo " Grito do Ipiranga"
o que já havia sido consumado pelo Grande
Oriente do Brasil em 20 de agosto do mesmo ano.
Fechando este modesto trabalho,
fundamentado na bibliografia apresentada,
conclamamos a todos o aplauso para aqueles
heróis de 1789, lembrando-nos da célebre
alocução de Tiradentes: "Se todos quisessem, se
poderia fazer no Brasil, uma grande Nação."
NE: Palestra realizada pelo autor na ARLS
HENRIQUE VALADARES, N° 448, Cruz da
Perfeição Maçônica, federada ao Grande Oriente
do Brasil, e jurisdicionada ao GOB-RJ, em
30.04.2013.
Bibliografia
Raymundo Fernando Queiroz Vargas - A
Verdadeira Face da Inconfidência Mineira
Guanapá, Editora e Papéis Ltda (1997);
Joaquim Felício dos Santos - Memórias do
Distrito Diamantino - Editora Itatiaia Ltda. - Belo
Horizonte (1976);
A. Tenório D'Albuquerque - A Maçonaria e a
Inconfidência Mineira – 3ª Edição - Gráfica
Editora Ltda. - Rio de Janeiro – RJ;
Grandes Personagens da Nossa História - Editora
Abril Cultural Ltda. - São Paulo (1969);
Rocha Pombo - História do Brasil - Edição
Melhoramentos - São Paulo (1943);
Souto Maior - História Geral - Cia. Editora
Nacional - São Paulo - (1965);
História Filosófica de Ia Franc - Masonería -
27
Kauffman Y Cherpin - Editorial Masonico
"Menphis" - México (1958);
Amaral Fontoura - Introdução à Sociologia -
Editora Globo - Porto Alegre - RS (1966);
Adelino de Figueiredo Lima - Nos Bastidores do
Mistério - Editora -O Jornal - O Malhete - São
Paulo (1956);
Teixeira Pinto - A Maçonaria na Independência
do Brasil (1812 - 1823) - Editora Salogan Ltda. -
Rio de Janeiro (1961);
Oscar Burgos Possollo - Dez Vidas ... e uma Forca
– Editora A Gazeta Maçônica S.A. São Paulo;
Anuário Histórico do Sesquicentenário de
Fundação do Grande Oriente do Brasil - (1822 -
1972) - Princeps Gráfica e Editora Ltda. - Rio de
Janeiro (1972);
Almanaque Abril de 1979 - Editora Abril Ltda. -
São Paulo (1979);
Marilusa Moreira Vasconcelos - Confidências de
REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017
um Inconfidente (Romance Mediúnico) Ditado
pelo Espírito de Tomás Antônio Gonzaga – 9ª
Edição - Editora Cultural Espírita Ltda, -
(EDICEL) - São Paulo (1985);
Evaldo Valladão Pereira - Alma de Maçom - 1ª
Edição - Rio de Janeiro (1997);
Luís Pinto - Tiradentes - Editora Panamericana
LTDA. Rio de Janeiro – RJ;
José Luiz de Moura Pereira - Hipólito da Costa -
O Patriarca da Imprensa Brasileira - Brasília, DF
~ 1996.
SOBRE O AUTOR: Wilson Fortunato Dantas é
MM, membro da ARLS Henrique Valadares, N°
448, Cruz da Perfeição Maçônica, Oriente do Rio de
Janeiro, onde exerce atualmente o cargo de Deputado
Federal. É praticante do Rito Escocês Antigo e Aceito,
e Maestro Compositor por formação.
28
 A literatura dedicada ao Rito Adonhiramita é
escassa, o que devemos considerar uma consequência
natural em virtude da desproporção existente entre o número
de praticantes de nosso Rito, se comparado ao Rito Escocês
Antigo e Aceito, recordista de publicações no Brasil, por exemplo.
No entanto, existem peculiaridades – se não houvesse não
haveria Ritos – e esta lacuna acaba por dificultar o entendimento dos
fundamentos, principalmente relacionados à nossa liturgia e ritualística,
tanto para Aprendizes quanto para os Mestres mais experientes.
Por outro lado, com a profusão do fenômeno de comunicação denominado
internet, a oferta de informações obtida através do mais simples mecanismo de busca
é espantosa, e aí surge a indagação: o que é confiável?
Por essa razão, a Revista UM QUARTO DE HORA se propõe a divulgar
publicações de autores confiáveis, cuja leitura de suas obras em nosso entendimento irá
auxiliar os Maçons praticantes de nosso Rito na formação de juízo acerca de nossa sublime
Doutrina.
Nossa Revista não possui qualquer fim lucrativo, e, portanto, as matérias publicadas aqui não
têm o objetivo de promover autores ou editoras em especial, pretendemos apenas sugerir a leitura de obras
que possam proporcionar algo de bom, de útil e de glorioso.

JOHABEN: DIÁRIO DE UM CONSTRUTOR DO TEMPLO

Nosso saudoso Irmão José Rodrigues
Trindade, mais conhecido como Zé Rodrix, não
foi apenas um astro da MPB onde dentre tantas
composições nos deixou a espetacular
“Casa no Campo”, por exemplo.
Também traduziu diversas obras
Maçônicas para o português, e foi o
autor da coletânea “Trilogia do
Templo”, cujo volume I é objeto da
coluna deste mês.
Zé Rodrix demonstra que a
Doutrina de nossa Ordem pode ser
transmitida através da leitura atraente
e divertida de um romance de ficção.
De um modo bastante
agradável o leitor é transportado para
o cenário da construção do Templo de
Jerusalém, à época do lendário Rei Salomão, e
através da mistura entre personagens fictícios e
míticos nos apresenta os princípios do Grau de
Aprendiz Maçom de forma quase
subliminar.
Não é, portanto, uma obra
destinada à pesquisa, mas sem dúvida
é um livro dos mais atraentes, que
cativa a atenção desde Aprendizes até
os Mestres mais experimentados.
JOAHBEN – DIÁRIO DE UM
CONSTRUTOR DO TEMPLO, de
Zé Rodrix, publicado pela Editora
Record, é um daqueles livros que
uma vez lidos jamais são esquecidos.
A revista UM QUARTO DE
HORA recomenda sua leitura.

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017 29

 MÊS DIA GRAU CLASSIFICAÇÃO

7 1 Sessão Ordinária
14 - Trabalhos Suspensos
ABRIL
21 - Trabalhos Suspensos
28 1 Sessão de Finanças
5 1 Sessão Ordinária
12 3 Oficina Eleitoral – Administração da Loja – Biênio 2017/2019
MAIO
19 1 Sessão Ordinária
26 1 Sessão Ordinária
2 1 Sessão Ordinária
9 1 Sessão Ordinária
JUNHO 16 Trabalhos Suspensos
23 1 Sessão Magna de Instalação e Posse Administração 2017-2019
30 1 Sessão Ordinária

Observações:
a) O Calendário poderá sofrer alterações em conformidade com a necessidade dos Trabalhos

9 Grau de Aprendiz Maçom

0 Grau de Companheiro Maçom
1 Grau de Mestre Maçom
3 Trabalhos Suspensos

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017 30

 Aug e Resp Loj Simb SCRIPTA ET VERITAS, N° 1.641
Grande Benfeitora da Ordem – Fundada em 10.09.1965
Federada ao Grande Oriente do Brasil – GOB
Jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro – GOB-RJ
RITO ADONHIRAMITA
Palácio Maçônico da Rua do Lavradio, n°97, Templo n°6, Centro, Oriente do Rio de Janeiro
Sessões todas as sextas-feiras, às 19:30h

COMPOSIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
BIÊNIO 2015 – 2017 EV

LUÍS CLÁUDIO PEREIRA DERBLY

Venerável Mestre
FLAMARION GOMES TAVARES FERNANDO SANTOS PEDROZA DE ANDRADE
1° Vigilante 2° Vigilante
SERGIO ANTONIO MACHADO EMILIÃO ARLINDO JORGE DE CAMPOS
Orador Secretário
ISAAC DOMINGOS DA SILVA MARINEU DOS REIS SANTA ISABEL
Tesoureiro Chanceler

COMPOSIÇÃO DOS DEMAIS CARGOS

HENRIQUE DA SILVA PEREIRA

Cobridor Interno
CARLOS ALBERTO BORGES DA SILVA PAULO EDUARDO MIRANDA CUNHA
Mestre de Cerimônias Hospitaleiro
EDISON GUIMARÃES FRANÇA SWAMI CAETANO DA SILVA
Arquiteto 2° Experto
ALBERTO JOSÉ PINHEIRO GRAÇA LEONARDO HERMÍNIO EPEL
Mestre de Harmonia Porta Estandarte
EMIR CARVALHO DE SOUZA
Porta Bandeira
LEONARDO HERMÍNIO EPEL
Garante de Amizade – Manitoba – Canadá
WINSTON DE MATTOS
Deputado Estadual

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017 31

 Você Amado Irmão, praticante de qualquer Rito
Maçônico, e não apenas o Adonhiramita, membro regular de
outras Lojas, e que tem prestigiado esta publicação, não se sente
também impelido a participar de nossa empreitada?
Nossa revista, como o Amado Irmão bem sabe, não possui
qualquer finalidade lucrativa ou comercial, e não tem outro objetivo que
não seja o de fomentar o debate e a pesquisa sobre a Doutrina de nossa
sublime Ordem, exercendo desta forma, e ao mesmo tempo, a máxima do
Livre Pensamento, permitindo aos Amados Irmãos tornarem públicas suas ideias
sobre a simbologia e a História de nossa Ordem, além de estimular a prática do nobre
ideal de todos os Maçons de “aprender para saber, e saber para ensinar”.
Se este também é seu sentimento, e o Amado Irmão possui alguma Peça de
Arquitetura que gostaria de compartilhar com outros Maçons, junte-se a nós!
Neste sentido, a ARLS SCRIPTA ET VERITAS, n° 1.641, Grande Benfeitora
da Ordem, não apenas abre as portas de nosso sagrado Templo para honradamente receber o Amado
Irmão em nossas Sessões nos auxiliando em nossos Trabalhos, mas também franqueia as
páginas da revista digital UM QUARTO DE HORA, para publicação de sua opinião sobre
qualquer tema de interesse Maçônico relacionado ao Grau de Aprendiz Maçom.
Para que seu texto seja publicado em nossa revista basta enviá-lo em meio digital para o
endereço eletrônico “quartodehora@scriptaetveritas.com.br”, acompanhado de uma fotografia sua nos
formatos JPEG ou PNG, e um pequeno currículo maçônico nos moldes do exemplo abaixo:

NOME CIVIL (PROFANO)

Nome Histórico (se for o caso)
Grau Maçônico
Loja a que Pertence e Oriente
Rito que pratica
Data da Iniciação
Comendas e condecorações

Não hesite! Sozinhos nada podemos, mas juntos de tudo somos capazes! Esperamos por você
em nosso próximo número!

Fraternalmente,

SERGIO EMILIÃO
Editor

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017 32

 A presente publicação foi produzida com o software
Microsoft Office Professional Plus 2013©, utilizando as fontes
Calibri e Times New Roman, corpos 12, 16, e 24 em espaçamento
simples.
As imagens utilizadas foram retiradas da internet, sendo portanto
de domínio público; e dos CD ROMs da série “Clipart Maçônica”
comercializados pela empresa Arte da Leitura, e editadas com a utilização do
software gráfico vetorial CorelDRAW X8©.
As fotografias dos AAm IIrm foram colhidas no acervo fotográfico da
Loja, ou disponibilizadas pelos próprios Amados Irmãos.
O conteúdo da publicação é Iniciático e não pode ser divulgado no meio profano.
Comentários, críticas, sugestões e colaborações de textos podem ser encaminhados
Para o e-mail: quartodehora@scriptaet.com.br.

UM QUARTO DE HORA é uma publicação periódica e sem fins lucrativos, editada pela
Augusta e Respeitável Loja Simbólica SCRIPTA ET VERITAS, N° 1641, Grande Benfeitora da
Ordem, praticante do Rito Adonhiramita, fundada em 10 de setembro de 1965, federada ao
Grande Oriente do Brasil – GOB, e jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro
– GOB-RJ. A Loja funciona todas as sextas-feiras, às 19:30 horas, no Templo n° 6 do Palácio
Maçônico da Rua do Lavradio, n° 97, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Edições anteriores podem ser solicitadas pelo Amado Irmão através do nosso e-mail
quartodehora@scriptaetveritas.com.br, ou ainda baixadas diretamente do nosso site
www.scriptaetveritas.com.br.

Capa Ruínas do Parthenon, Grécia – Imagem colhida na internet

Arte, compilação, revisão e diagramação – Sergio Emilião

Rio de Janeiro, abril de 2017 EV

Visite nossa página na internet em www.scriptaetveritas.com.br

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
NÃO PODE SER VENDIDO

REVISTA UM QUARTO DE HORA – ANO II – NÚMERO 18 – ABRIL DE 2017 33